"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 6 de julho de 2014

PIB DE 1%, INFLAÇÃO E REJEIÇÃO DO MERCADO ASSOMBRAM REELEIÇÃO DE DILMA



 
Passado o período de trégua gerado pela Copa, o governo e a cúpula da campanha da presidente Dilma estão preocupados com o humor do eleitor em relação ao cenário econômico, que está pior do que o previsto pela equipe presidencial para a fase inicial da eleição.

Na avaliação de assessores, a Copa afastou o clima de "pessimismo" do país, mas um ritmo muito fraco da economia pode trazê-lo de volta e prejudicar a imagem de Dilma durante a campanha. Segundo auxiliares, o temor é que o relato de empresários, de que o país entrou numa fase de estagnação, se materialize exatamente a partir de agora, quando vai começar o debate entre a presidente e seus adversários, o tucano Aécio Neves e o pessebista Eduardo Campos.

O governo chegou a apostar num crescimento de 2% neste ano, mas o Banco Central já estima que ele ficará em 1,6%. Reservadamente, assessores admitem a possibilidade de ficar abaixo deste patamar, perto de 1%. Esta piora no cenário econômico gerou entre assessores do governo e da campanha o debate sobre qual discurso econômico será usado na eleição e se será necessário escolher um porta-voz da presidente na área --assunto ainda indefinido.

Até agora, Dilma não chamou sua equipe para discutir como será a política econômica do segundo governo. No final do ano passado, segundo a Folha apurou, Dilma ouviu de um ministro que, ao manter Guido Mantega no cargo, ela passaria a campanha tendo de explicar quem seria seu novo ministro da Fazenda. Mantega, que se mantém há oito anos no cargo, está desgastado e enfrenta críticas do setor privado.

Preocupado com o empresariado, Lula busca um interlocutor na campanha para dialogar com os setores econômicos. Um dos temores da campanha é que a indicação de Aécio Neves de que Armínio Fraga poderá ser o ministro da Fazenda caso ele se eleja dá ao tucano uma proeminência muito forte.

A ideia é que haja um representante na equipe petista para se contrapor ao ex-presidente do Banco Central de FHC. Dentro da campanha, há quem defenda que o ex-secretário executivo da Fazenda Nelson Barbosa faça este papel. Outro nome cotado seria o do ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil).

INFLAÇÃO

Até o início do ano, a equipe de Dilma acreditava que a inflação seria o ponto mais fraco da candidata petista, mas o recuo gradual nos índices de preços está dando um refresco ao governo. Agora, a preocupação passa a ser o crescimento do país.

Assessores presidenciais acreditam que a defesa econômica do passado será fácil de ser feita, na comparação dos números dos governos petistas e tucano. O problema é o presente e o futuro, num cenário de risco de estagnação econômica com inflação ainda alta.

Reservadamente, um assessor faz a seguinte análise. "O eleitor vai sair da Copa, principalmente se o Brasil ganhar, de bem com a vida. Mas, depois de duas semanas, voltará para realidade. Aí seu ânimo pode ser afetado por uma sensação de economia em queda livre." Um interlocutor da presidente no meio empresarial diz que o governo ainda não percebeu ou não quer admitir que a "economia simplesmente está parando" e, segundo ele, só vai voltar a girar depois das eleições.

Aí, tudo vai depender de quem ganhar a eleição e com qual discurso sobre o futuro. No Planalto, assessores de Dilma confirmam que a tática será a de "omitir'' o discurso sobre o futuro exatamente porque existe uma indefinição sobre como será um segundo mandato Dilma.

Um ministro explica que a posição do governo será a de bater na tecla do presente, de que "os fundamentos do país estão ótimos" entre as principais economias do mundo: PIB, geração de emprego, reservas cambias e superávit.

(Folha de São Paulo)

06 de julho de 2014
in coroneLeaks  

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