"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 13 de setembro de 2017

POLÍCIA FEDERAL APONTA SEGUNDO ESCALÃO DE 'QUADRILHÃO' DO PMDB

UM DELES É RODRIGO ROCHA LOURES, O HOMEM DA MALA DOS R$ 500 MIL DA JBS
POLÍCIA FEDERAL DETALHOU O QUE CHAMA DE SEGUNDO ESCALÃO QUE ATUARIA A SERVIÇO DO PRESIDENTE MICHEL TEMER NO "QUADRILHÃO" DO PMDB NA CÂMARA (FOTO: DIVULGAÇÃO)


Além de classificar de "longa manus" (executor de ordens) o ex-ministro Geddel Vieira Lima e os ministros Moreira Franco e Eliseu Padilha, a Polícia Federal detalhou o que chama de segundo escalão que atuaria a serviço do presidente Michel Temer no "quadrilhão" do PMDB na Câmara. Em relatório levado ao Supremo Tribunal Federal, a PF atribui R$ 31,5 milhões em "vantagens indevida" ao peemedebista e o coloca em posição central nas teias dos supostos esquemas peemedebistas.

Foram indicados pela PF como nomes que participaram da organização criminosa, pela ramificação do PMDB da Câmara: o presidente Michel Temer, os ex-presidentes da Casa Eduardo Cunha e Henrique Eduardo Alves, e ainda Geddel, Moreira Franco e Eliseu Padilha. A corporação os aponta como o primeiro escalão dos esquemas.

O relatório tem como base delações da Odebrecht, da J&F e do corretor Lúcio Funaro e mensagens apreendidas no celular do ex-deputado Eduardo Cunha, condenado a 15 anos e quatro meses de prisão na Lava Jato e aliado histórico do presidente.

Abaixo dos caciques peemedebistas, a teia da Polícia Federal se expande em torno de Temer e de pessoas em posição considerada hierarquicamente menos relevante no "quadrilhão" que "orbitam" e "executam decisões" do primeiro escalão parlamentares e assessores. Quatro integrantes do suposto segundo escalão são ex-assessores e homens de confiança do presidente Temer.

Um deles é Rodrigo Rocha Loures, o homem da mala dos R$ 500 mil da JBS, acusado de interferir junto ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em benefício do grupo em troca de propinas semanais dos delatores do grupo. Outro é Nelson Tadeu Fillipelli, alvo da Operação Panatenaico por supostos desvios na construção do estádio Mané Garrincha, para a Copa/2014.

O deputado Sandro Mabel (PMDB-GO), que foi assessor especial de Temer, acusado pelo doleiro Lúcio Funaro de receber R$ 2 milhões para beneficiar a OAS com Medidas Provisórias, em 2014, e delatado pela Odebrecht como recebedor de R$ 10 milhões para apoiar o "Projeto Madeira", em Rondônia, também integra o segundo escalão do "quadrilhão", segundo a PF.

Outro aliado do presidente que a PF incluiu no segundo escalão é o ex-assessor José Yunes, investigado por suposto recebimento de R$ 10 milhões, a pedido de Eliseu Padilha, da Odebrecht. O doleiro Lúcio Funaro disse, em delação, ter operacionalizado os valores e alegou ter deixado R$ 1 milhão no escritório de advocacia de Yunes a pedido de Geddel.

Indicado por Temer ao Ministério da Agricultura em 2013, Antônio Eustáquio Andrade Ferreira é apontado como outro político peemedebista com posição de destaque no "quadrilhão". Ele é delatado pela JBS e por Funaro pelo suposto recebimento de R$ 7 milhões em troca da edição de atos normativos na pasta.

O irmão de Geddel, deputado Lúcio Vieira Lima, também foi incluído no segundo escalão. De acordo com a PF, recaem sobre ele investigações em torno da Medida Provisória nº 600/2012, em benefício de construtoras em suposto acerto feito entre a OAS e Eduardo Cunha. Na delação da Odebrecht, ele é citado como receptor de R$ 1 milhão como contrapartida a aprovação de leis favoráveis aos interesses da empreiteira.

Lúcio ainda aparece nessa teia do segundo escalão, que "orbita" a um raio um pouco mais longo de Temer, em razão do depoimento de Silvio Silveira, dono do apartamento onde ficava o bunker dos R$ 51 milhões atribuídos a Geddel.

Segundo o empresário, ele teria emprestado o apartamento ao deputado no bairro da Graça, em Salvador, em nome de sua amizade, sob a justificativa de que Geddel guardaria lá bens do falecido pai. Até mesmo uma fatura em nome da empregada de Lúcio, Marinalva de Jesus, foi encontrada no apartamento.

Defesas

Sem se dirigir diretamente às suspeitas, a Secretaria Especial de Comunicação Social da Presidência da República publicou nota sobre assuntos que envolvem o presidente Temer

"O Estado Democrático de Direito existe para preservar a integridade do cidadão, para coibir a barbárie da punição sem provas e para evitar toda forma de injustiça. Nas últimas semanas, o Brasil vem assistindo exatamente o contrário.

Garantias individuais estão sendo violentadas, diuturnamente, sem que haja a mínima reação. Chega-se ao ponto de se tentar condenar pessoas sem sequer ouvi-las. Portanto, sem se concluir investigação, sem se apurar a verdade, sem verificar a existência de provas reais. E, quando há testemunhos, ignora-se toda a coerência de fatos e das histórias narradas por criminosos renitentes e persistentes", diz o texto.

"Facínoras roubam do país a verdade. Bandidos constroem versões 'por ouvir dizer' a lhes assegurar a impunidade ou alcançar um perdão, mesmo que parcial, por seus inúmeros crimes. Reputações são destroçadas em conversas embebidas em ações clandestinas".

"Muda-se o passado sob a força de falsos testemunhos. Vazamentos apresentam conclusões que transformam em crimes ações que foram respaldas em lei: o sistema de contribuição empresarial a campanhas políticas era perfeitamente legal, fiscalizado e sob instrumentos de controle da Justiça Eleitoral. Desvios devem ser condenados, mas não se podem criminalizar aquelas ações corretas protegidas pelas garantias constitucionais".

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, informa que só irá se pronunciar quando e se houver acusação formal contra ele que mereça resposta.

Moreira Franco também se manifestou. "Jamais participei de qualquer grupo para a prática do ilícito. Repudio a suspeita. Responderei de forma conclusiva quando tiver acesso ao relatório do inquérito. Lamento que tenha que falar sobre o que ainda não conheço. Isto não é democrático", disse.

A defesa de Geddel Vieira Lima informa que, "diante das reiteradas violações ao seu direito de defesa", vai prestar os esclarecimentos em juízo.

Já o advogado de Cunha, Délio Lins e Silva, disse que o ex-deputado nega "veementemente todas as acusações e prestará os devidos esclarecimentos oportunamente".

O advogado do Henrique Eduardo Alves, Marcelo Leal, afirma que seu cliente "faz parte do PMDB há mais de 40 anos e não de uma organização criminosa. A tentativa de criminalizar a atividade política enfraquece a democracia e a sua inocência será provada ao longo do processo".

O advogado de José Yunes tem negado envolvimento do cliente em ilícitos e afirma que vai tomar as medidas cabíveis na Justiça "sobre qualquer inverdade".

A reportagem entrou em contato com o gabinete do deputado Lúcio Vieira Lima e não obteve resposta. Também procurou a defesa de Rocha Loures, sem sucesso. Tadeu Fillipelli, Sandro Mabel Antonio Andrade não foram encontrados. O espaço está aberto para as manifestações. (AE)



13 de setembro de 2017
diário do poder

DEPOIMENTO DO PRINCIPAL CÚMPLICE COMPLICA AINDA MAIS A SITUAÇÃO DE GEDDEL

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Advogado mandou Geddel ficar calado no depoimentoustavo Ferraz, aliado do ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) preso na sexta-feira por também ter manuseado os R$ 51 milhões apreendidos num ‘bunker’, admitiu em depoimento à Polícia Federal (PF) ter buscado dinheiro em espécie em São Paulo a mando de Geddel e entregue por um emissário do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Fontes com acesso ao depoimento de Gustavo afirmam que a admissão foi feita à PF no sábado.
Geddel e seu aliado foram presos preventivamente na sexta, em Salvador, por decisão da Justiça Federal em Brasília. Eles foram transferidos à capital federal no mesmo dia. Os dois estão no Presídio da Papuda. A PF encontrou impressões digitais de Geddel e Gustavo nas notas e no material que envolve o dinheiro. A apreensão dos R$ 51 milhões foi a maior já feita na história do país.
EM SILÊNCIO – Geddel decidiu ficar calado no depoimento à PF, segundo fontes ouvidas pela reportagem. Gustavo também não teria entrado em detalhes sobre o dinheiro, admitindo, porém, a busca de quantias em 2012, a mando do ex-ministro da Secretaria de Governo do presidente Michel Temer. Na decisão da prisão, o juiz Vallisney de Souza Oliveira reproduz o episódio sobre esta busca de dinheiro, apontada pela PF e pelo Ministério Público Federal (MPF).
Uma possível fonte dos R$ 51 milhões apreendidos, segundo o MPF, é a “retirada em espécie” a cargo de Gustavo num hotel em São Paulo, em 2012. Gustavo teria recebido dinheiro vivo de um emissário do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como suspeita a PF. O aliado de Geddel deu “auxílio direto e essencial” para a acomodação dos R$ 51 milhões no “bunker”, segundo o MPF.
Gustavo era diretor-geral da Defesa Civil da Prefeitura de Salvador desde janeiro deste ano, nomeado pelo prefeito ACM Neto (DEM). O aliado de Geddel, que também é do PMDB, foi exonerado do cargo após a prisão.
PROPINAS DE FUNARO – A PF e o MPF suspeitam ainda que parte da fortuna guardada por Geddel em “bunker” em Salvador era oriunda de malas e sacolas de dinheiro entregues pelo doleiro Lúcio Funaro, operador de esquemas de políticos do PMDB. A suspeita aparece nos relatórios que embasaram a nova prisão preventiva de Geddel.
Em nota divulgada na noite desta segunda-feira, o advogado de Geddel, Gamil Föppel, confirmou que seu cliente permaneceu em silêncio perante a PF, “em razão de ter sido impedido o acesso e a entrevista pessoal com os seus advogados constituídos”. “Em que pese a autoridade policial tenha informado que não realizaria a oitiva no dia 8 de setembro de 2017, tendo então o seu advogado voltado para Salvador, repentinamente decidiu por colher o depoimento, impedindo-se a participação da defesa técnica”, diz o defensor do ex-ministro na nota.
Föppel afirmou que não se manifestará sobre o depoimento de Gustavo “por não lhe ter sido franqueado acesso a tal documento, malgrado já tenha sido formulado o requerimento”. “Geddel irá refutar as consequências jurídicas que lhe são indevidamente imputadas, em momento oportuno, perante as autoridades competentes.“
MALAS PARA GEDDEL – No relatório em que pede a prisão do ex-ministro e de seu aliado, o MPF ressalta que já se levantava a possibilidade de ser encontrado dinheiro no “bunker” em razão de depoimento de Funaro à PF. O doleiro disse aos policiais ter feito várias viagens em seu avião ou em voos fretados para “entregar malas de dinheiro” a Geddel. “Essas entregas eram feitas na sala VIP do hangar Aerostar, localizado no aeroporto de Salvador, diretamente nas mãos de Geddel. Em duas viagens que fez, uma para Trancoso e outra para Barra de São Miguel, o declarante fez paradas rápidas em Salvador para entregar malas ou sacolas de dinheiro”, cita o depoimento transcrito pelo MPF.
O fato de os R$ 51 milhões terem sido apreendidos em caixas e malas reforçam a suspeita, segundo a Procuradoria da República no DF. “A forma como foram encontrados os valores, em caixas e malas, bem como a expressiva quantia corroboram as declarações do operador financeiro Lúcio Funaro, de que os valores transportados por Funaro tinham como destino o ex-ministro Geddel.”
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Ou Geddel é um perfeito idiota (e não aparenta ser, é apenas um covarde, um cagão) ou nosso amigo Antonio Santos Aquino tem razão quando levanta a hipótese de que os R$ 51 milhões não pertenceriam apenas ao ex-ministro, mas também a outros integrantes do “quadrilhão” do PMDB. E há um detalhe importante: como o apartamento estava cedido ao deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão de Geddel, a investigação devia começar por aí, não é mesmo?  Trata-se de uma famiglia unida. (C.N.)

13 de setembro de 2017
Vinicius Sassine
O Globo

NESTA QUARTA-FEIRA, PT USA PROPAGANDA DO PARTIDO NA TV PARA FAZER DEFESA DE LULA


A viagem de Lula pelo Nordeste será mostrada na TV
O PT vai usar sua propaganda partidária desta quarta-feira (dia 13) para reforçar a defesa do ex-presidente Lula, acossado por várias denúncias. A peça será veiculada no mesmo dia em que o petista prestará novo depoimento ao juiz Sergio Moro em Curitiba. A caravana pelo Nordeste é a atração principal do filme publicitário.
Temendo a convocação dos ex-presidentes Lula e Dilma à CPI da JBS, o PT planejou um revide. Se houver ofensiva, vão apresentar requerimentos pedindo explicações também a ministros de Michel Temer.
EM SÃO PAULO – A bancada do PT na Câmara Municipal de São Paulo apresenta nesta terça-feira (dia 12) uma ação popular e uma representação ao Tribunal de Contas contra a prefeitura. Diz que há omissão em relação a fraudes denunciadas no programa Cidade Limpa.
E entre os tucanos a briga continua. Após o governador Geraldo Alckmin receber os deputados estaduais do PSDB para um jantar nesta segunda-feira (dia 11), o prefeito João Doria, também presidenciável, fará um encontro semelhante na quinta-feira (dia 14).
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG –
 Vai ser interessante assistir à defesa de Lula pelo PT, justamente num momento em que o ex-presidente acaba de ser abandonado por seu principal advogado, José Roberto Batochio, ex-presidente da OAB e ex-deputado federal pelo PDT-SP. Depois que o ex-ministro Antonio Palocci decidiu fazer delação premiada, Batochio constatou que o Titanic petista está mesmo afundando e abandonou o barco. Agora, Lula está sendo defendido apenas por Cristiano Zanin. O outro advogado, Roberto Teixeira, é réu junto com Lula e está recolhido ao estaleiro. Alegando estar muito doente, Teixeira diz que não pode ir depor nesta quarta-feira, na República de Curitiba, perante o juiz Sérgio Moro. (C.N.)


13 de setembro de 2017
Daniela Lima
Folha (Painel)

DESLIGAMENTO DE IRMÃO DE GEDDEL DE FUNDAÇÃO DO PMDB É UM SINAL DA DELAÇÃO

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No Planalto, já era esperada a delação de Geddel
A entourage do Palácio do Planalto tem estranhado o afastamento dos familiares do ex-ministro Geddel Vieira Lima. Afrísio Filho, irmão de Geddel, pediu em julho o desligamento da Fundação Ulysses Guimarães, onde exercia o cargo de tesoureiro.
O outro irmão, Lúcio Vieira Lima, também anda sumido. Desde que o bunker de Geddel foi descoberto, Lúcio não atende nem telefone.
Para auxiliares de Michel Temer, o afastamento é sinal da intenção de Geddel Vieira Lima de iniciar tratativas para uma delação premiada.
Após ter visto frustrada sua tentativa de garantir o silêncio do doleiro Lúcio Funaro, avaliam auxiliares palacianos, Geddel viu como única alternativa contar o que sabe.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Confirma-se o que já era esperado. Antes mesmo de voltar a ser preso, Geddel já estava preparando a delação premiada, que vai ser um verdadeiro festival. Um dos irmãos dele, Lúcio, é deputado federal pelo PMDB-BA e o apartamento dos R$ 51 milhões estava emprestado a ele e não a Geddel, cujas digitais foram encontradas nas notas. Mas será que a perícia já procurou também digitais do deputado Lúcio Vieira Lima naquele extenso latifúndio monetário? (C.N.)


13 de setembro de 2017
Juliana Braga
O Globo/Coluna Lauro Jardim

GILMAR TENTA HUMILHAR FACHIN QUE RESPONDE COM IRONIA: "MINHA ALMA ESTÁ EM PAZ"

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Fachin já desistiu de levar  Gilmar  a sério
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou nesta terça-feira (12) no plenário da Segunda Turma que o caso JBS, que enfrenta procedimento de revisão das delações, é um “grande vexame” para a Corte e afirmou que o relator do tema, o ministro Luiz Edson Fachin, corre o risco de ter seu nome manchado. Ao término da fala de Mendes, Fachin, que também é da Segunda Turma, respondeu que não se constrange por julgar com base na prova dos autos e afirmou que a alma dele “está em paz”.
A discussão ocorreu após o início do julgamento sobre o recebimento da denúncia apresentada na Operação Lava Jato pela Procuradoria Geral da República contra o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE).
VOTAÇÃO – O Ministério Público pediu abertura de ação penal por identificar provas de que o deputado cometeu o crime de corrupção passiva ao participar de uma negociação entre o ex-presidente do PSDB Sérgio Guerra, que morreu em 2014, e o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa para barrar, em 2009, as investigações da CPI da Petrobras no Senado.
Fachin votou pelo recebimento da denúncia e o ministro Dias Toffoli divergiu, votando pela rejeição da acusação e o arquivamento do caso, porque considerou que a denúncia se baseou apenas em delações, sem coletar mais provas.
Em seguida, o ministro Ricardo Lewandowski pediu visTa, mais tempo para analisar o caso. E Gilmar Mendes, então, pediu a palavra para falar sobre o caso JBS.
“MOMENTO DELICADO” – Mendes falou por cerca de 15 minutos sobre o tema. Disse que o Supremo vive “momento delicado” em razão das delações. Ele se referiu à suspeita de que executivos da JBS tiveram auxílio de um procurador que estava deixando o cargo, Marcelo Miller, o que está sob investigação.
“Os casos que agora estão sobre a mesa são altamente constrangedores. O que está saindo na imprensa e o que sairá nos próximos dias, meses, certamente vão corar frade de pedra. Já se fala abertamente que a delação de Delcídio foi escrita por Marcello Miller. É um agente que atuava. Agora já se sabe que ele atuou na Procuradoria da República. Sabe-se lá o que ele fez aqui também. Portanto nós estamos numa situação delicadíssima. O STF está enfrentando um quadro de vexame institucional. Certamente, no lugar onde está, o ministro Teori está rezando por nós, dizendo: ‘Deus me poupou desse vexame’. Nós estamos vivenciando um grande vexame, o maior que já vi na história do tribunal”, afirmou o ministro Gilmar Mendes.
“LUDIBRIADO” – Depois, Mendes disse que Fachin, que referendou as delações da JBS e é relator da Lava Jato, foi “ludibriado” e pode ter seu nome manchado. “Nesse caso, imagino seu drama pessoal (dirigindo-se a Fachin). Ter sido ludibridado por Miller ‘et caterva’ (e comparsas) deve impor um constrangimento pessoal muito grande. (…) Não invejo seus dramas pessoais, porque certamente poucas pessoas ao longo da história do STF se viram confrontadas com desafios tão imensos, grandiosos. E tão poucas pessoas na história do STF correm o risco de ver os eu nome e o da própria Corte conspurcado por decisões que depois vão se revelar equivocadas”, disse o ministro. Gilmar Mendes afirmou, então, que se Lewandowski não tivesse pedido vista do caso Eduardo da Fonte ele rejeitaria a denúncia.
Depois disso, Fachin agradeceu as palavras de Gilmar Mendes e respondeu que mantinha sua posição. “Eu reitero o voto que proferi com base naquilo que entendo que é a prova dos autos. E por isso agradeço a preocupação de vossa excelência, mas parece-me que, pelo menos ao meu ver, julgar de acordo com a prova dos autos não deve constranger a ninguém, muito menos um ministro da Suprema Corte. Também agradeço a preocupação de vossa excelência e digo que a minha alma está em paz”, afirmou Fachin.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Como se vê, Gilmar Mendes retomou sua campanha para desmoralizar e destruir o Supremo. Tentou humilhar Fachin, de uma forma altamente cafajeste, não deu certo. Realmente, o ministro Gilmar Mendes não está bem, deveria ser submetido a uma junta médica, formada por Freud, Lacan, Jung e Pinel. (C.N.)


13 de setembro de 2017
Mariana Oliveira
TV Globo, Brasília

DEPOIMENTO DE JOESLEY DEIXA EX-MINISTRO JOSÉ EDUARDO CARDOZO EM MÁ SITUAÇÃO

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Carvalho é sócio de Cardozo
]O empresário Joesley Batista, dono da JBS, disse em depoimento à PGR (Procuradoria-Geral da República) que acertou contratos fictícios com o escritório de Marco Aurélio Carvalho, sócio do ex-ministro José Eduardo Cardozo. A banca “emitia mensalmente notas de R$ 70.000,00 ou R$ 80.000,00 para contratos fictícios e parte desse dinheiro iria, segundo Marco Aurélio, para José Eduardo Cardozo”, segundo o depoimento de Joesley.
O empresário contou que os contratos serviam para manter “boa relação” com o ex-ministro da Justiça, que o “tratava muito bem”, segundo lhe dizia o advogado Marco Aurélio. E que, conforme Marco Aurélio, “o dinheiro chegava a José Eduardo Cardozo”. Joesley disse que “nunca perguntou se o dinheiro chegava” de fato a Cardozo.
PATROCÍNIO AO IDP – Joesley disse ainda que a J&F patrocinou vários eventos e palestras do IDP (Instituto de Direito Público), do ministro Gilmar Mendes. Conforme antecipou a Folha em junho, a J&F pagou R$ 2,1 milhões ao IDP.
Para Joesley, a prática não era ilícita: “Nessa de resolver o que seria ou não crime veio essa questão e Francisco de Assis e Silva [advogado da empresa] disse que não era crime”.
Segundo o delator, “antes Francisco de Assis e Silva perguntou a Marcello Miller [se havia ilícito] e houve divergência de entendimento”. Para Joesley, de acordo com o que depôs, “não houve nenhum ilícito porque não teve nenhum beneficio em troca” e que uma diretora [do instituto], “Dalide [Corrêa], procurou a empresa do depoente para o patrocínio”.
OUTRO LADO – O ex-ministro da Justiça disse à Folha nesta segunda-feira (11) que as novas afirmações contradizem as primeiras declarações dadas por Joesley em acordo de delação premiada quando fez referências a Marco Aurélio Carvalho. Segundo o ex-ministro, os executivos da JBS o isentaram de qualquer relação com os pagamentos.
Marco Aurélio Carvalho disse à Folha que “não houve, e nem poderia haver, atribuição de qualquer conduta ilícita ou até mesmo inadequada”. “Creio que trata-se de engano que será facilmente esclarecido. Houve e há farta prestação de serviços na área tributária e consultiva em relação ao contrato que celebrei com a empresa através de minha antiga pessoa jurídica, da qual nenhum de meus sócios atuais faz parte. Com emissão de notas fiscais e recolhimento de tributos.”
Em nota, o IDP afirmou que Dalide Corrêa deixou a direção do instituto no mês passado. Segundo o IDP, Dalide “foi diretora-geral do IDP de abril de 2000 a agosto de 2017, quando renunciou ao cargo. Ressalte-se que, desde 2015, ela já manifestara interesse de se desligar da função para retornar à advocacia, mas também por motivo de saúde”.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Caramba, amigos, quanto mais se mexe, mais sujeira aparece. É um nunca-acabar, uma espécie de “Moto Perpétuo” de Paganini, em matéria de corrupção.  Como dizia o prefeito Odorico Paraguaçu, é preciso lavar e enxaguar a política com água sanitária e desinfetante(C.N.)


13 de setembro de 2017
Letícia Casado, Reynaldo Turollo Jr. e Rubens Valente
Folha

ELETROBRAS COM PRIVATIZAÇÃO À BRASILEIRA? NÃO!

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Charge do Nani (nanihumor.com)
Com a Eletrobrás o governo tem a chance de realizar uma operação séria e vantajosa para o país. Como a Inglaterra fez ao privatizar suas empresas estatais. Lotes mínimos, em pequenas quantidades, para que a população possa participar e lotes máximos, definidos, para que os de sempre não se favoreçam. Administração profissional por indicações de assembleias de acionistas. Essa deve ser a regra básica. As privatizações das empresas estatais brasileiras nos governos FHC e na era petista são de triste memória. E franco prejuízo para os contribuintes.
Algumas delas foram realizadas sob ações duvidosas (criminosas?) que geraram inclusive processos na justiça. Se juntarmos empréstimos, favores, elisão e renúncia fiscal de nossos governos para o elenco “privatizado”, o rombo final será maior que o atual déficit fiscal do Brasil.
O CASO DA OI – O melhor exemplo é a OI. A maior Tele do país foi entregue, escancaradamente, para um grupo “selecionado” pelo governo brasileiro de então. Pouco tempo depois, já sob a era petista, ela dobrou de tamanho. Como a Lei não permitia, o governo Lula fez outra Lei e possibilitou que a Brasil Telecom fosse “comprada” pela OI. Maior ainda ela se tornou. Maior ainda foi o financiamento estatal. Toda essa trama um dia foi parar na Justiça e tudo acabou sossegado. Menos para o contribuinte.
A “privatização” da Vale, no mercado considerada um sucesso, é questionável quando se olha para seu quadro acionário. O governo ainda é o maior acionista. Dos cofres do BNDES saíram bilhões para essas tenebrosas transações. Somados a perdões e firulas fiscais, muitos outros bilhões. Tudo saiu do bolso do contribuinte. Que vantagem ele teve nisso? Nenhuma. A cada privatização a justificativa é rombo nas contas pÚblicas, preços e serviços melhores para os consumidores e maior eficiência. Nada disso acontece. No caso das Teles, essas companhias se transformaram em empresas de internet.
LIGAÇÕES CARAS – O brasileiro não sabe. Continua pagando uma das telefonias mais caras do globo. Ineficiente, ineficaz. E temos uma das piores e mais caras bandas largas do mundo. No caso da Vale, a maioria acionária pertence aos fundos de pensões administrados pelo governo e grande parte deles deficitários, quebrados.
O exemplo da OI serviria para escrever um compêndio. Os envolvidos, ou “novos  donos” , sugaram essa empresa enquanto puderam. Foram saindo devagarinho e aos poucos, por arranjos societários, pularam fora do barco. Sem nenhuma reação da sociedade ou do governo e do Congresso. Pilharam, malversaram e depois a entregaram de volta. Só não está explicitamente nas mãos do governo em razão de outras firulas, jeitos e arrumações jurídicas realizadas que permitiram uma intervenção.
A situação dela é tão calamitosa que grupos estrangeiros vacilam em assumir seu passivo e seu comando. O atual governo não tem, pelo menos de público, uma solução conhecida. E o consumidor continua pagando a conta.
GOVERNO DILMA – Nem é preciso rememorar as “privatizações” do governo Dilma. Basta o exemplo dos aeroportos. Escolheram os parceiros, quase sempre os mesmos – de preferência, empreiteiras ou grupos financeiros. Estes foram no exterior, buscaram empresas administradoras de aeroportos que assumiram uma porcentagem mínima das ações (coisa de no máximo cinco por cento) para repasse de tecnologia. Sob administrações temerosas projetaram aeroportos gigantescos, caros e pouco eficientes com o dinheiro do BNDES. Agora estão devolvendo.
Todos os donos de aeroportos, brasileiros, estão investigados ou presos na Lava Jato. A conta é do contribuinte via BNDES.
ELEFANTES AÉREOS – No aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro só funciona o terminal 01. Viracopos em Campinas é um assombro. Super dimensionado, corredores intermináveis sem esteiras rolantes ou trem interno. Que o digam passageiros que são obrigados a longas caminhadas com bagagens nas costas. Quase nunca se encontra carros elétricos para o transporte, e sua estrutura, metade ou mais, está ociosa. Não há como se sustentar sem a mão do Estado.
Agora o governo anuncia a transferência do controle dessas administradoras para empresas chinesas. Essas mesmas empresas chinesas estão comprando participações acionárias nas empreiteiras brasileiras. As empreiteiras permanecem com o mesmo nome, os acionistas brasileiros permanecem e ainda embolsam uma bolada. Muito estranhos, esses chineses. Mas não jogam dinheiro fora.
Isso, sem contar com as “privatizações” das linhas de transmissões da energia gerada pelas usinas estatais. Esse é outro buraco negro. A maior parte da recente ajuda do governo, aprovada pelo Congresso Nacional (62 bilhões de reais) ajudou a turma da transmissão. Envolvidas num cipoal de leis, normas, regulações e procedimentos que o grande público não entende, esse setor navega sob águas turvas e sorve bilhões de reais pagos pelo consumidor.
UM ROLO DE DILMA – O atual rolo é uma herança deixada pelo governo Dilma. Como nada é muito claro, estamos a ler nos jornais agentes do governo atual criticando o governo passado. Certo ou errado, essa dinheirama foi uma das causas do atual déficit público. E saiu do bolso do contribuinte.
Engraçado nisso tudo é o fato de apenas o governo federal reclamar. Nem o consumidor, nem os agentes públicos e privados das geradoras e transmissoras reclamam nada. Apenas a Eletrobrás e o Ministro da Fazenda. É preciso muita fiscalização para a Eletrobrás não ir parar nas mãos dessas mesmas turmas. Elas costumam ganhar sempre. E sempre contam com a ajuda do Congresso, da Agência Reguladora de Energia e do CADE.


13 de setembro de 2017
Hildeberto Aleluia

VEREADORA DETONA LUCIANA GENRO, APÓS DEFENDER A EXPOSIÇÃO IMORAL



4:40
Vereadora detona após Luciana Genro defender a exposição IMORAL
Verdade Política
27 de setembro de 2017

MARCO FELICIANO DESMONTOU O SABIDÃO JEAN WYLLYS QUE NÃO ACEITA A VERDADE E SURTA

SENADOR TUCANO ABANDONA CPI DA JBS APÓS CARLOS MARUN SER INDICADO RELATOR

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Ferraço diz que CPI é armação para defender Temer
O]senadorRicardo Ferraço (PSDB-ES) deixou nesta terça-feira (12) a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da JBS após o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) ser escolhido relator dos trabalhos da CPMI.Marun integra a chamada “tropa de choque” do presidente Michel Temer no Congresso Nacional e, na avaliação de Ferraço, a escolha de um aliado de Temer para a relatoria mostra ser “evidente” que a CPI terá investigação “parcial”.
“As evidências são de que essa CPI não quer investigar coisa alguma. Essa CPI quer fazer acerto de contas. Existem crimes gravíssimos que precisam ser investigados com firmeza, rigor, mas com imparcialidade e isenção. Na medida que você coloca chefe de tropa de choque para fazer isso ou aquilo, fica evidente que essa será uma investigação parcial e eu não participo disso, por isso pedi o afastamento”, assinalou Ferraço ao explicar a decisão.
J&F E BNDES – A CPMI foi instalada na semana passada e terá como foco investigações sobre empréstimos obtidos pelo grupo J&F, que controla a JBS, junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O presidente passou a ser investigado no Supremo Tribunal Federal após os delatores da J&F entregarem informações sobre ele ao Ministério Público Federal – Temer nega todas as acusações.
O deputado Carlos Marun disse não se sentir constrangido em ser o relator da CPMI pelo fato de ser aliado de Michel Temer. A jornalistas, Marun afirmou não querer a “espetacularização” da CPI nem a transformação dos trabalhos da comissão em “palanque eleitoral”.
ATITUDE BAIXA – “Se a minha nomeação como relator gerou descontentamento, espero que minha atuação não produza descontentamento. A atitude do senador Ferraço é uma atitude tão baixa. O senador Ferraço não me conhece como eu não o conheço. Eu gostaria de saber qual é a atitude que eu tomei fora da legalidade, fora da retidão […] Se for por questão de honestidade, eu posso dar aula ao senador Ferraço”, disse.
“Ele [Ferraço] pode ser no máximo tão honesto quanto eu. Mais honesto que eu ele não é. Sua atitude é indigna de quem se diz democrata […]. Esse tipo de gente acaba não fazendo falta em uma CPI na qual é exigida coragem”, acrescentou.
ALENCAR PROTESTA – Em meio à sessão da CPI, o senador Otto Alencar (PSD-BA) deixou o plenário criticando o encontro do presidente do colegiado, Ataídes Oliveira (PSDB-TO), com Michel Temer no último sábado (9), no palácio do Jaburu.
Ao deixar a sala da reunião, Otto Alencar bateu a porta da sala com força. Ataídes lamentou a atitude do colega e afirmou que, na reunião que teve com Temer, não tratou de CPMI da JBS, somente de obras de uma estrada no estado de Tocantins.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Está tudo dominado. Mesmo assim, pode ser que a CPI descubra mais alguma coisa a respeito do relacionamento podre entre a J&F e o BNDES, a partir da gestão de Guido Mantega e chegando até o final da gestão de Luciano Coutinho, em 2016. (C.N.)

13 de setembro de 2017
Gustavo Garcia
G1, Brasília