"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

ALERTA GRAVÍSSIMO!

Esqueçam dogmas religiosos para assistir a este vídeo!  


NO PAÍS DA (PETRO) DEMAGOGIA


          Artigos - Governo do PT        

Por que tanto desinteresse mundial em riquezas que o governo anuncia tão promissoras e pródigas?

Em 2007, foi anunciada pela Petrobrás a descoberta de um megacampo, batizado com o nome de Tupi. Passados três anos, depois de muito Tupi para cá, Tupi para lá, o alto comando da Petrobrás resolveu trocar o nome do campo para... para que outro nome, mesmo? Adivinhe! Pois é, depois de guri grande, o campo de Tupi virou Campo de Lula. Há, em nosso país, uma histórica e bem sucedida petrodemagogia. Quem entra no Portal Brasil, por exemplo, e lê a nota do governo sobre o Campo de Libra e o Pré-sal vai pedir para ser congelado hoje e levado ao microondas daqui a alguns anos. No entanto, é importante para a política do poder que essas riquezas minerais, sepultadas sob quilômetros de coluna d'água e ainda mais espessas camadas geológicas, rendam votos no curtíssimo prazo.
 
Esse é o raciocínio que explica os abusos políticos e de informação envolvendo a Petrobrás. Em 2006, o ex-presidente Luiz Inácio pousou na plataforma P-50 e, minutos após, exibiu para os fotógrafos as mãos lambuzadas de óleo extraído da Bacia de Campos. O fato foi comunicado à nação como início da autossuficiência. O Brasil se tornaria exportador. A vaga na OPEP estava logo ali, provavelmente ao lado da cadeira no Conselho de Segurança da ONU. Mas o dito logo ficou pelo não dito. Os anunciados saldos positivos que viriam para a balança comercial do país a partir de 2010 viraram saldos negativos e assim se mantêm. Até o passado mês de agosto o Brasil já gastara, só neste ano, US$ 28 bilhões em importação de petróleo e derivados e essa conta joga no vermelho a balança comercial de 2013.
 
Pensando sobre isso, e já sabendo que quatro empresas haviam desistido de participar, acomodei-me diante da tevê para assistir ao leilão do Campo de Libra. A Globo News, sei lá por quê, demonstrava imenso interesse em duas pacíficas e ociosas barreiras que se entreolhavam no meio da avenida. Numa estavam alinhadas tropas militares. Noutra, pequeno grupo de manifestantes. A tranquila cena atraía tanto a atenção da emissora que ela repartia igualitariamente: meia tela para cada evento.
 
Assistir o leilão do campo de Libra me fez lembrar aqueles filmes nos quais nada acontece e a gente resiste teimosamente só para saber onde aquilo vai dar. E dá em nada mesmo. Perdi meu tempo testemunhando um conflito que felizmente não houve e um leilão que infelizmente não aconteceu. O único consórcio que apresentou proposta tinha a Petrobrás como líder e foi declarado vencedor pelo lance mínimo admitido. Isso é leilão que se apresente num negócio de tamanho porte? Por que tanto desinteresse mundial em riquezas que o governo anuncia tão promissoras e pródigas? Mesmo assim, horas após, a presidente veio a público festejar o resultado do evento e partilhar hipotéticos trilhões de reais que sanearão todas as carências do país. É a arte de gastar, retoricamente, recursos talvez alcançáveis em futuro remoto, convertendo-os em votos na urna de logo mais.
 
No dia seguinte, ainda ponderando as patéticas cenas da véspera, abro minha caixa de e-mails e o primeiro que me cai sob os olhos dizia assim: "O Brasil comprou do Brasil uma reserva de petróleo para ficar com 40% para o Brasil". Disse tudo. 
 
04 de novembro de 2013
Percival Puggina  
Publicado no jornal Zero Hora.

ALEMANHA: BEBÊS FICAM VULNERÁVEIS A EXPERIMENTOS IDEOLÓGICOS

                        
          Artigos - Movimento Revolucionário 
Só conseguiremos aceitar social e legalmente as loucuras da obliteração sexual à custa da verdade natural e científica, e isso apenas para agradar ao movimento homossexual.

De acordo com a
 revista Veja“a partir desta sexta-feira na Alemanha, pais de recém-nascidos terão uma terceira opção na hora de registrar no cartório o sexo do bebê. Caso não consigam determinar com clareza se é feminino ou masculino, eles poderão optar por deixar esse campo em branco. Com isso, a Alemanha se tornou o primeiro país europeu a permitir que bebês sejam registrados sem sexo definido. Essa possibilidade foi incluída na reforma da lei alemã do estado civil, que foi aprovada pelo parlamento em janeiro deste ano e entrou em vigor nesta sexta-feira. Até então, os pais eram obrigados a registrar seus filhos e a constatar o sexo deles até uma semana após o nascimento, sob pena de multa.”

Se depender da loucura de certos pais, bebês terão o nome de Hitler, Stálin e outros monstros da história. Basta que a lei lhes dê uma brecha, e aí ninguém consegue deter a monstruosidade dos pais lunáticos.
As maiores monstruosidades legais na área sexual vêm sendo feitas em grande parte para agradar aos grupos de militância homossexual.

Ora, se no passado havia dificuldades de determinar o sexo dos bebês com o problema de hermafroditismo (presença de dois sexos), hoje não, especialmente porque no caso do hermafrodita, sempre um dos sexos é atrofiado e inútil.

Qual a dificuldade que um médico ou cientista teria para identificar corretamente o sexo de um ser humano? Nenhuma. Quando a ciência médica analisa um grupo de pessoas que, por exemplo, morreu num desastre de avião ou trem, as estatísticas de vítimas fatais sempre trazem no final a lista das vítimas por sexo. Nunca se ouviu da boca de médicos legistas dando o parecer: Morreram quatro homens, sete mulheres, 30 homossexuais, 70 bissexuais, 90 transexuais, 40 transgêneros, 49 bodes, 20 tigres, etc.
O trabalho deles é analisar apenas o que a natureza comprova, não o que o cérebro das vítimas fatais pensava.

O mesmo princípio se aplica à identificação de ossadas humanas.
E se o ser humano das ossadas era homem, mas pensava que era tigre, ou mulher, ou árvore? O cérebro humano e suas riquezas e loucuras não sobrevive junto com as ossadas para poder avisar aos pesquisadores futuros: “Ei, vocês estão vendo as ossadas biologicamente comprovadas de um homem? No corpo eu era homem, mas na cabeça eu era mulher (ou bode, ou tigre, etc.).”

Houve de fato o caso de um homem que pensava que era tigre, mas morreu infeliz porque seu DNA e todo o restante de seu corpo nunca se ajustou às loucuras de seu cérebro. A epidemia maior é de homens que pensam que são mulheres, apesar de que a biologia deles diz exatamente o contrário.

Há os cromossomos específicos e distintos para o sexo masculino e feminino. O sujeito lunático pode pensar que é bode ou mulher, mas seu DNA só diz uma coisa: a verdade. E a ciência, quando trabalha com a verdade, não ajuda a mentira.

Ai de todos nós se a ciência se tornar mera ferramenta das loucuras de certos indivíduos hostis à natureza. Se a natureza (criada por Deus) determinou você como homem, por que querer se identificar como bode? Se a natureza determinou você como mulher, por que achar que é homem?

Um simples exame de DNA mostra que você é homem ou mulher. Para ajudar os que não são cientistas, Deus deixou sinais claros na natureza: o bebê masculino vem com um órgão masculino, o bebê feminino vem com um órgão feminino e as dificuldades de reconhecimento visual que ocorrem num número raríssimo de casos a ciência resolve sem problema nenhum. O DNA de cada ser humano grita sua identidade sexual verdadeira e única.

Só conseguiremos aceitar social e legalmente as loucuras da obliteração sexual à custa da verdade natural e científica, e isso apenas para agradar ao movimento homossexual. O que faremos então? Os arqueólogos e outros pesquisadores médicos terão de registrar sexo “neutro” ou “indefinido” para as ossadas humanas encontradas porque os mortos não podem dizer qual o sexo que eles pensavam ser? Ou qual a criatura que eles pensavam ser? Médicos legistas estarão proibidos pelo governo de identificar o sexo de vítimas fatais exclusivamente para satisfazer normas governamentais politicamente corretas?

Os pais merecem liberdade para muitas decisões. Entre proteger a saúde de seus filhos e a ganância de empresas farmacêuticas que querem fazer bilhões com a imposição governamental de vacinas perigosas em bebês e crianças, os pais precisam ter garantido o direito natural de ter a última palavra, independente dos contratos multibilionários que o governo tenha com essas empresas. A mesma liberdade se aplica quando o governo quer impor que pais não tenham o direito de disciplinar fisicamente os filhos e, ao mesmo tempo, tenham o “direito” de abortar seus bebês.

Há outras liberdades muito mais importantes que o governo alemão deveria dar, mas não dá. Famílias cristãs alemãs que educam os filhos em casa são cruelmente perseguidas por uma lei alemã estabelecida durante o regime nazista. Entre o autoritarismo nazista a favor do total controle estatal das crianças e a liberdade dos pais cristãos, o governo alemão prefere o autoritarismo.

A lei alemã de suposta “liberdade” para os pais não registrarem o sexo dos bebês é não só uma vitória para o movimento gay, mas também um teste nas águas. Primeiro, o governo vem com uma lei dando aos pais o “direito” de fazer algo digno de um lunático — neste caso, deixar o bebê registrado com sexo indefinido. Se a moda pegar, o governo já tem uma desculpa para impor esse “direito” sobre todos: ao nascer, os pais não mais poderão registrar o sexo do bebê — supostamente porque os direitos das crianças são mais importantes do que dos pais.

O próximo possível passo na loucura governamental? Com bebês nascendo sem registro de sexo, e com o movimento homossexual nas costas do governo, caberá somente ao governo decidir futuramente o sexo artificial do bebê: homossexual, bissexual, transgênero, translouco, LGBT-lunático, etc.
E se o governo decidir expandir suas loucuras, ai das gerações futuras! Homens daqui a 200 anos, se o mundo não se destruir em guerras até então, poderão dizer: “Sou tigre, porque o governo assim decidiu.” Outro dirá: “Sou bode!” E outro: “Sou transexual!”

O futuro dos loucos ainda não chegou, mas salvemos hoje nossos bebês dos loucos, das suas loucuras e de leis loucas enquanto há tempo.

04 de novembro de 2013
Julio Severo  

PALIMPSESTOS E O TAL "ESTADO EMPREENDEDOR"


          Artigos - Economia        
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Quanto ao BNDES e à Finep, é desnecessário comentarmos o que todos os brasileiros (e estrangeiros) com um mínimo de bom senso já sabem: que se trata de um órgão extremamente custoso para os pagadores de tributos e mero distribuidor de benesses para pseudo-empreendedores.

Um palimpsesto (do grego 
palimpsestos, os, on e do latim palimpsestus, i) é um pergaminho ou papiro cujo manuscrito original tenha sido lavado ou raspado com pedra- pomes para ser substituído por um novo texto.  
Ao pé da letra significa "riscar de novo". De um lado, os palimpsestos tinham o objetivo de tentar paliar ou amenizar erros cometidos, mas também eram utilizados para escrever novos textos, já que os custos do papiro eram elevados naquela época. 

Talvez o mais famoso dos palimpsestos seja o palimpsesto de Arquimedes (287 a.C — 212 a.C), um texto escrito sobre outro anterior em pergaminho e formando um códice e que originariamente foi uma cópia em grego de diversas obras de Arquimedes — o famoso matemático, físico e engenheiro de Siracusa — e de outros autores. Posteriormente foi apagado de forma rudimentar e usado para escrever salmos e orações em um convento.

Mas vamos escrever agora sobre outro palimpsesto, bem mais moderno, que podemos chamar de palimpsesto de Keynes.  Neste café requentado, com gosto de terra, economistas, jornalistas e pretensos "intelectuais" nada mais fazem do que tentar, sem sucesso, apagar as velhas teses de que o estado deve ser o "indutor" do crescimento para em seguida reescrevê-las.  Há incontáveis exemplos desse tipo de pretensão fatal para as liberdades individuais.  Citarei apenas um, para não me estender muito.  

Quanto aos demais, pretendo apresentá-los em artigo acadêmico para a Revista MISES, mais especificamente sobre a crise econômica atual e o êxito dos economistas da Escola Austríaca em antecipá-la, explicar suas causas e propor os remédios adequados, em contraposição ao fracasso das palimpsésticas tentativas keynesianas e monetaristas no que diz respeito à antecipação, à explicação, à identificação das causas e à administração de "remédios", que só têm feito piorar o estado do doente.

O exemplo que escolhi dentre tantos outros é o da Professora Mariana Mazzucato, britânica de origem italiana, economista da Universidade de Sussex, com doutorado na New School de Nova York, uma universidade de Economia e Ciências Sociais com viés claramente intervencionista e de esquerda.  Entrevistada no programa "Milênio" da Globonews, parece cantar um hino — ou, melhor dizendo, um funk de péssimo gosto — ao estatismo.

Ela defende a tese de que o estado deve ser o maior responsável pelas pesquisas inovadoras nas áreas fundamentais da ciência e tecnologia, e separa o que chama de invenções "ligeiras" (naturalmente, as produzidas pelo setor privado), como novos modelos de tablets, e inovações "grandes", de horizontes mais amplos, como as da área da saúde e mecanismos de "ciclo completo", como a Internet.

Ela diz que as grandes inovações produzidas nos EUA foram todas financiadas pelo estado, como a Internet, o GPS (pelo Pentágono) e medicamentos (pelo Departamento de Saúde).  E ainda elogiou o estado brasileiro e o BNDES, referindo-se obviamente à Finep.  Chegou a afirmar que o setor privado tem "medo" de assumir riscos, o que não acontece com o estado.  Ao que tudo indica, essa senhora vê o mundo de cabeça para baixo, ou olha para trás pensando que está olhando para adiante.  As teses que defende parecem um palimpsesto lavado ou raspado sem cuidado, ou ambas as coisas. Vejamos por quê

A Internet, ou melhor, sua tataravó, foi de fato concebida em plena Guerra Fria por técnicos da NASA, mediante o ARPA (Advanced Research Projects Agency), mas só se expandiu e progrediu com o desenvolvimento da rede em ambiente mais livre, não militar — ou seja, privado —, em que não apenas os pesquisadores, mas também seus alunos e os amigos desses alunos, puderam ter acesso aos estudos já empreendidos e usaram sua inteligência e desenvolveram esforços para aperfeiçoá-los de uma forma fantástica.  

O mesmo processo se deu com a Internet propriamente dita: foram jovens da chamada "contracultura" — e não funcionários do estado —, ideologicamente defensores da difusão livre de informações, que realmente contribuíram decisivamente para a formação da Internet como hoje é conhecida.

Masaru Ibuka, um engenheiro, e Akio Morita, um físico, ambos japoneses, logo após a II Guerra Mundial, procuraram o Ministério da Indústria e Comércio do Japão em busca de recursos para desenvolverem suas ideias. Receberam um sonoro "não"!  Resolveram, então, fundar a empresa Totsuko, em maio de 1946, em um grande armazém bombardeado pelos americanos, em Tóquio.  A nova empresa não tinha qualquer maquinaria e possuía muito pouco equipamento científico e contava apenas com a inteligência, conhecimentos de engenharia e o espírito empreendedor de Ibuka e Morita. Trata-se, como o leitor já deve ter percebido, simplesmente, da Sony.

Como você poderá ver aqui e também aqui, graças ao espírito verdadeiramente empreendedor desses dois fantásticos homens, a Sony cresceu e hoje seu nome está associado a inovação, tecnologia avançada, qualidade e durabilidade.  Ver televisão em uma Bravia, trabalhar em um laptop Vaio, tirar fotos com uma Cybershot, jogarPlaystation, gravar com uma Handycam, ouvir música em um Walkman... Essas são apenas algumas das "crias" tecnológicas de dois indivíduos, graças ao "não" recebido dos burocratas japoneses.  Perguntemos à Professora Mazzucato se eles eram funcionários púbicos.

E o que dizer de Steve Jobs, cofundador, presidente e Diretor Executivo da Apple Inc. e que revolucionou seis indústrias: computadores pessoais, filmes de animação, música, telefones, tablets e publicação digital?  Era por acaso funcionário público?  E Bill Gates e Paul Allen, criadores da Microsoft em 1975, em Albuquerque, no Novo México?  Eram burocratas iluminados ou empreendedores que acreditaram em suas ideias e assumiram os riscos de colocá-las em prática?

Mais exemplos: Jorge Paulo Lehmann é um burocrata?  E Alexandre Tadeu da Costa, fundador da Cacau Show?  E Antônio Alberto Saraiva, criador da Habib´s?  E Romero Rodrigues, da Buscapé Company?  E Robinson Chiba, daChina in Box?  E Flavio Augusto da Silva, que com apenas 23 anos decidiu lançar um projeto inovador com o objetivo de, em 18 meses, dar fluência na língua inglesa a adultos, e que, para fundar sua empresa, a Wise Up, usou R$ 20 mil de seu cheque especial, com juros de 12% ao mês?  Qual o papel exercido pelo estado em todos esses casos, a não ser o de recolher tributos para benefício próprio?

Quanto ao GPS — e poucos sabem disso — foi uma ideia de uma estrela de Hollywood, a belíssima Hedy Lamarr, nome artístico de Hedwig Eva Maria Kiesler (1913-2000), nascida em Viena, estrela sexy de filmes como Idílio Perigoso (1944), Sansão e Dalila (1949), O Vale da ambição (1950) Meu Espião Favorito (1951), e A História da Humanidade (1957), entre muitos outros.  
Hedy criou a tecnologia básica para o Sistema de Posicionamento Global (GPS, na sigla em inglês) durante a II Guerra Mundial.  Judaica de origem e horrorizada com o avanço nazista, queria ajudar os EUA e os aliados.

Havia aprendido sobre radiocomunicação graças à convivência, ainda na Áustria, com o ex-marido, Fritz Mandl, um rico fabricante de armas e seus colegas engenheiros.  E sua contribuição científica aconteceu quando já havia se divorciado de Mandl e fugido para os EUA.

Além do GPS, Hedy inventou também uma coleira fluorescente para cachorros e um aparelho de banho para deficientes.  Mas, naquela época, ninguém levou seus dotes científicos, que eram admiráveis, a sério, preferindo admirar seus dotes físicos (também admiráveis), a ponto dela ter dito: "Meu rosto foi minha ruína".  Hedy foi uma burocrata ou economista de esquerda, Professora Mazzucato?

Conforme relatado aqui, a famosa atriz inspirou-se no som do piano para bolar sua maior invenção: em 1940, conheceu o compositor George Antheil, também curioso por ciência. Certa noite, quando tocavam piano, ela se deu conta de que cada tecla emitia uma frequência de longo alcance diferente.  
E, assim como elas se alternavam rapidamente em uma música, talvez algo parecido pudesse ser aplicado aos espectros de comunicação militar. Aprimorada por Antheil, a análise de Lamarr originou o sistema "salto de frequência", no qual estações de radiocomunicação eram programadas para mudar de sinal 88 vezes seguidas (o mesmo total de teclas de um piano).  Com isso, as forças inimigas teriam dificuldade em detectar esse registro alternado, que poderia ser então usado por navios e aviões, para orientar torpedos.

A dupla chegou a patentear a ideia e a ofereceu à Marinha dos EUA, mas foi rejeitada, sob o argumento de que seria demasiadamente cara (existe algo "caro" para governos)?  A invenção perdeu — felizmente — exclusividade militar e se tornou a base de várias tecnologias atuais.  Ela é aplicada, por exemplo, em satélites de orientação para meios de transporte civis — o famoso GPS (Global Position System) e também no wi-fi e no bluetooth.

Quanto ao BNDES e à Finep, é desnecessário comentarmos o que todos os brasileiros (e estrangeiros) com um mínimo de bom senso já sabem: que se trata de um órgão extremamente custoso para os pagadores de tributos e mero distribuidor de benesses para pseudo-empreendedores, aqueles que têm bons amigos em Brasília, ou que são amigos do rei ou rainha de plantão no Planalto.  Ou que contratem bons lobistas.

Na página da University of Sussex há diversos vídeos com palimpsestos da professora Mazzucato, quase todos versando sobre o tema do "Estado empreendedor", que nós austríacos sabemos ser um fenômeno tão contraditório quanto o "molhado seco".  Um desses vídeos tem o título de "The Entrepreneurial State: Debunking public vs. private sector myths".  E há um comentário do Professor Robert Wade, da London School of Economics, sobre o novo livro de Mazuccato, "The Entrepreneurial State", lançado em junho deste ano, que me causou arrepios, a ponto de não conseguir relê-lo:
O livro Entrepreneurial State fornece um desmonte bem pesquisado e elegantemente escrito (até mesmo divertido) à crença que perpassa quase todo o espectro político, bem como a profissão econômica, de que "o mercado sabe melhor".  Dado que vários governos da atualidade estão às voltas com a questão de como estimular a produtividade e a inovação de seus setores industriais, o livro fornece diretivas — baseadas em casos exitosos e nem tão exitosos — de como fazer uma boa política industrial.  Acima de tudo, mostra por que a comum pressuposição de que o estado 'sobrepuja' o setor privado — como se o setor privado fosse um leão enjaulado por um estado sufocante — é contraditada pela realidade de que governos de economias que vão dos EUA ao Brasil e China de fato 'trazem' inovações para o setor privado.
Creio que basta uma interjeição — que nada tem de científica, que não está nos dicionários, mas que todos entenderão — para descrever esse palavrório palimpséstico: argh!

É curioso lembrarmos que esses economistas que se autodenominam como "desenvolvimentistas" são de duas espécies: os ignorantes, que não conseguem interpretar corretamente o passado, e os "não-ignorantes mal intencionados", que até enxergam o passado, mas o interpretam ao sabor e com as tintas da ideologia.

Dei o exemplo da economista britânica para ressaltar, primeiro, como os palimpsestos, que remontam ao século V a.C, continuam sendo usados.  Simplesmente, tentam apagar os erros do passado — como no caso da defesa do "capitalismo de Estado" —, para reescrevê-los.  Francamente, se isso é "desenvolvimentismo", então borboletas são mamíferos...

E, segundo, para lembrar como nossa mídia valoriza esses garranchos, piores dos que sou obrigado a ler quando corrijo provas de certos alunos da UERJ.

Não existe "capitalismo de estado", não existe "estado empreendedor", não existe "função social do estado", não existe "investimentos socialmente úteis"!  Existe apenas intervencionismo.  E seu oposto, que é a liberdade.  Quando será que vão entender isso?

Uma boa leitura, escrita de forma simples, mas bastante esclarecedora é o livro de Adriano Gianturco Gulisano, "L'Imprenditorialità di Israel Kirzner — L'Etica della Proprietà e la Moralità Del Profitto nel Libero Mercato Imperfetto", editado neste ano por Rubettino, na Itália.  É uma boa vacina contra os palimpsestos dos "desenvolvimentistas do estado-empreendedor".

04 de novembro de 2013
Ubiratan Iorio              
Publicado no site do Instituto Ludwig von Mises Brasil.

MALABARISMOS CATASTROFISTAS DE ONTEM... E DE HOJE

                       
          Artigos - Ambientalismo 
Contrainformação aquecimentista feita por 15 anos é confessada. Afinal o oceano Pacífico foi mais forte que todo o aquecimento global antropogênico, se é que ele existiu.
Mas não falta vontade de voltar com o mesmo realejo.


Tornou-se lugar comum noticiar que a temperatura do planeta parou de subir nos últimos 15 anos.

E o próprio Quinto Relatório do IPCC -- órgão político e não científico -- abaixou fortemente as assustadoras previsões anteriores.

Esse tipo de notícias contradiz o bombardeio durante anos de informações segundo as quais a temperatura não parava de aumentar e, aliás, nunca pararia, salvo drásticas mudanças de tipo socialista planetário.

Os mares sepultariam as cidades e os últimos homens morreriam de calor no topo do Everest.

Aos já numerosos desmentidos desses exageros, figura um novo estudo que  diz trazer a explicação para essa contradição ululante.

Segundo este estudo, que se encontra na revista 
Nature, um resfriamento periódico das águas equatoriais do Pacífico teria “mascarado” o aquecimento, como se esse tivesse continuado, mas apenas que os equipamentos de medição em todo o planeta não registraram.

Segundo outra pesquisa da Universidade de Reading publicada no início do ano, se as temperaturas continuarem estáveis por mais alguns anos, elas sairão da margem de erro das simulações climáticas que tentam prever o comportamento da Terra sob a alta concentração do CO2.

Alguns estudos sugeriram que o fenômeno teria a ver com a atividade do Sol; outros afirmaram que a presença de mais vapor ou aerossóis na estratosfera estaria freando o aquecimento.


Mas, de acordo com o trabalho apresentado na revista Nature, de autoria de Yu Kosaka e Shiang-Ping Xie, do Instituto Scripps, da Califórnia, o fenômeno que mais bem explica o hiato dos últimos 15 anos é o resfriamento do Pacífico.


Segundo José Marengo, climatologista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o fenômeno é parte de variações periódicas, que envolvem o afloramento de águas frias profundas e dura de 25 a 30 anos.
 


04 de novembro de 2013
Luis Dufaur, escritor

PARA BEM COMPREENDER O ENEM

            
          Artigos - Governo do PT 
Observe que todas as políticas de Estado que podem fazer algum sentido na vida das pessoas são anunciados no plano federal (que venham a acontecer é outra conversa).

É provável que você, leitor, não saiba como funciona o Enem, o tal Exame Nacional do Ensino Médio. Nem imagina como um aluno possa prestar exame no Amazonas e ser qualificado para cursar Direito no Rio Grande do Sul. Menos ainda haverá de entender a lógica dessa migração acadêmica num país de dimensões continentais.

Pois eu também não sei como funciona o Enem. Mas sei algo sobre ele que, segundo tudo indica, poucas pessoas sabem.
O Enem é um dos muitos instrumentos de concentração de poder político nacional nas mãos de quem já o detém e a ele se aferrou de um modo que causa preocupação.
É parte de um projeto de hegemonia em implantação há vários anos. Tudo se faz de modo solerte e gradual, de modo que a sociedade não perceba estar perdendo sua soberania e se tornando politicamente imprestável.
Se não fazemos parte desse projeto e não compomos quaisquer das minorias ou grupos de interesse que se articulam no país, tornamo-nos inocentes inúteis, cidadãos de última categoria, numa democracia a caminho da extinção por perda de poder popular, por inanição do poder local.

É possível que o leitor destas linhas considere que estou delirando. Que não seja bem assim. Talvez diga que mudei de assunto e que o primeiro parágrafo acima nada tem a ver com o segundo. Pois saiba que tem, sim.
Peço-lhe que observe a realidade do município onde vive.
Qual o poder do seu prefeito, ou de sua Câmara Municipal? O que eles, efetivamente, podem realizar pela comunidade? Quais os sinais de progresso, da ambulância ao asfaltamento da avenida, que acontecem sem que algo caia da mão dadivosa da União? Quais são as leis locais que você considera importante conhecer? E no Estado? Tanto o Legislativo quanto o Executivo constituem poderes cada vez mais vazios, que vivem de discurso, de promessas, de criação de expectativas. Empurrando a letargia com a barriga.

Observe que todas as políticas de Estado que podem fazer algum sentido na vida das pessoas são anunciados no plano federal (que venham a acontecer é outra conversa). Por quê? Porque é lá que estão concentrados os recursos tributários e os bancos oficiais realmente significativos.

O poder político que comanda o país conta muito com seu elenco de prerrogativas exclusivas. Mas o poder que tudo pode, como temos testemunhado à exaustão, pode até o que não deve poder.
Esse monstrengo chamado Enem não é apenas uma fonte de colossais trapalhadas.
É um instrumento de poder, centralizando currículos, ordenando pautas, agindo contra as diversidades regionais, ideologizando as provas (não é por mero acaso que a primeira questão do Enem deste ano começa com um texto de Marx), e criando nos estudantes a sensação de que a Educação, o exame, o ingresso no ensino de terceiro grau são dádivas federais.

As cartilhas, os livros distribuídos às escolas, os muitos programas nacionais voltados ao famigerado "politicamente correto", tudo isso atende a um mesmo e único objetivo, do qual o Enem faz parte. É um projeto de poder. O único projeto que de fato mobiliza as energias do governo. Por isso, segue firmemente seu curso e seu cronograma no país.


04 de novembro de 2013
Percival Puggina

FUMANDO ESCONDIDO

 

Roberto DaMatta
Eles ainda eram cinco quando a tia solteirona e magra viu a fumaça saindo da cabana que os sobrinhos tinham construído no terreno baldio ao lado da casa onde moravam.

Viviam na Belo Horizonte dos anos 40 e mesmo um bairro nobre da cidade, em torno do Minas Tênis Clube, muitos lotes cheios de “mato”, esperavam as construções que hoje sombreiam a cidade.

A turma de doze meninos que os cinco irmãos naturalmente atraiam havia construído as paredes de restos de caixote e caixas de papelão, o telhado de folhas de bananeira e de galhos arrancados dos arbustos.

Um muro servia como fundo e arrimo da tal cabana que saltava aos olhos no meio daquele lote vazio. E foi essa construção torta que Tia Amália viu pegando fogo — afinal onde há fumaça, há fogo! — mas que aos olhos dos meninos era uma confortável (porque possível) sala de fumar.

Com cigarros na mão e tragadas elegantes, eles brincavam de ser “homem” e, entre os adultos, figurar os haveres da paternidade que um dia ia sair dos seus sonhos e tornar-se tão dolorosamente real para alguns deles.
“Pois é, dizia Romero, você pode comprar aquele meu terreno na Pampulha…”

Ao que Fernando respondia, pondo fumaça pela boca e sério como um corretor, “Vou considerar!”. Enquanto Ricardo e Renato ficavam enjoados com o tabaco e Roberto, o cabeça, o mais velho e o sempre responsável por tudo, preocupava-se com a fumaceira e em pagar ao Lelinho — o único menino com coragem de ir comprar um maço de cigarros Beverly Extra, em nome do pai.

Quando a tia arrombou a porta da cabana e, escoltada por Dedé, a cozinheira, descobriu o que chamou de “vasta patifaria”, nós todos voltamos à meninice e sentimos como o mundo da meninice é um universo toldado pelos olhos do mundo, um mundo de adultos.
A cabana não estava em chamas. Ela apenas produzia a fumaça que denunciava o nosso “fumar escondido” como fazíamos as escondidas um monte de outras coisas que iam nos tornando o que seriamos como adultos.
O cronista de Cuzco, Garcilaso de la Vega, conta no seu livro, “Comentários Reais dos Incas”, publicado na Espanha em 1606, um “conto gracioso”.

Um presidente americano disse que o negócio dos Estados Unidos era fazer negócio. Hoje, dir-se-ia que é lutar a todo custo e risco contra o terrorismo
 
Um conquistador chamado Solar, residente em Los Reys (Lima), tinha uma propriedade em Pachacamac.
O capataz desta propriedade enviou ao patrão, por meio de dois índios, dez melões — frutos das primeiras sementes plantadas no Peru — e uma carta. Quando entregou a encomenda aos índios, ele os advertiu que não comessem nenhum melão porque, se o fizessem, a carta descobriria e os denunciaria.
No meio da viajem, um dos índios sentiu o aroma sedutor dos melões. quis saber o seu gosto o teve o desejo de provar a fruta do amo. Seu companheiro, temeroso, disse que não deveriam fazer isso porque a carta iria contar.
O cabeça resolveu o problema colocando a carta atrás de uma mureta — pois assim ela não poderia ver o que eles estavam dispostos a fazer e, sem vê-los, ela não denunciaria o que estavam para fazer às escondidas.

A estas alturas, devo lembrar que esses índios do Peru não conheciam a imensa tecnologia que chegou com a escrita, a qual inventou os mandamentos, as leis, os contra-mandamentos, os embargos, as exegeses, as receitas, os jornais, a literatura, a criptografia e a Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos.

Eles imaginavam que as cartas que os espanhóis escreviam uns aos outros eram mensageiros ou espiãs capazes de revelar o que encontravam pelo caminho. As cartas eram concebidas como seres animados.

Comido o primeiro melão, os índios decidiram que era conveniente emparelhar as cargas. E assim, para ocultar o delito, comeram — com gosto — outro melão. Chegados a Lima, apresentaram oito melões ao capataz.
Este, logo depois de ler a carta, os confrontou: “A carta fala em dez! Vocês comeram dois melões na viajem. Vão levar uma sova por essa malandrice!”. Depois de muito apanhar, os pobres mensageiros sentaram-se tristes na beira do caminho e um deles disse: “Viu irmão? Carta canta!” Ambos ficaram muitos impressionados com o poder dos Conquistadores, os quais possuam essas “cartas” falantes, capazes de descobrir o escondido.

Matamos Deus e somos escravos da técnica. Passei o sábado tentando fazer funcionar uma impressora e, mesmo com uma ajuda decidida e dedicada, não consegui. Nem sempre o que está no papel e nos planos do usuário, concretiza-se na sua relação com a coisa adquirida sem a figura do intermediário. Um presidente americano disse que o negócio dos Estados Unidos era fazer negócio. Hoje, dir-se-ia que é lutar a todo custo e risco contra o terrorismo — coisa complexa porque a guerra se faz entre países.

Como disse o escritor Philip Roth, com o gosto pelo desvelar que passa longe de nós, em 1998, quando do escândalo Lewinski-Clinton, o terrorismo substituiu o comunismo como a prevalecente ameaça a segurança nacional somente para ser sucedido por um escândalo erótico. A vida em toda a sua desavergonhada impureza, confunde mais uma vez a América, finaliza Roth.

Como meninos pegos fumando e peruanos ágrafos e loucos por melões, mas denunciados por uma carta, a América da liberdade e do equilíbrio entre o íntimo e o coletivo, entre o se deve aos aliados e a si mesma, é pega espionando o mundo. A tocha da Estátua da Liberdade foi substituída por um iphone.

04 de novembro de 2013
Roberto DaMatta
Fonte: O Globo, 30/10/2013

SEM LENÇO E SEM DOCUMENTOS


Roberto Luis Troster
Seria bom se fosse como na canção de Caetano, “nada nos bolsos ou nas mãos, eu quero seguir vivendo”. Mas não é.
A cada ano, milhões de horas de cidadãos e funcionários públicos são gastas com a tarefa de manter a papelada pessoal em dia.

A caminhada contra o vento é numa estrada com várias cabinas de pedágio (repartições). Prevalece a lógica de um povo para servir o governo, em vez de um governo para o povo.

As raízes das dificuldades são históricas. O Brasil tem dimensões continentais e, ao longo do tempo, foram estabelecidos os controles considerados mais adequados para cada época e propósito. Adicionando-os aos já existentes, sempre aumentando a parafernália.

Não é um problema nacional, apenas. A burocracia no mundo inteiro é avessa a mudanças, inflexível, ineficiente, tem uma tendência a se autoperpetuar e a apresentar disfunções como falta de comunicação entre os diversos órgãos e obsolescência dos controles.
Aumentaria a produtividade da população e do governo se cada cidadão tivesse apenas um documento usado por todos os órgãos públicos
 

Estatísticas do Banco Mundial mostram que o Brasil é um dos países em que é mais complicado contratar empregados, produzir, vender e cobrar. Exigências burocráticas inadequadas aumentam custos e diminuem a competitividade das empresas sediadas aqui. A produtividade pessoal também é afetada.

Não há estudos sobre o impacto da papelada necessária para o dia a dia, mas é razoável afirmar que atrapalha e muito. A inclusão econômica básica de um cidadão demanda necessariamente a carteira de trabalho, o RG, o CIC, o PIS, o título de eleitor e, se for homem, o certificado de reservista. Algumas profissões demandam ainda o registro nos respectivos conselhos regionais.

Cada cidadão tem de cinco a sete números diferentes para ser identificado. Mesmo assim, a segurança desse sistema é frágil. Há poucas semanas, um jornalista da Folha conseguiu emitir nove RGs em diferentes unidades da Federação. Mostrou que o controle é fraco. Também é deficiente. Abundam relatos de pessoas pressas por engano e de prejuízos causados por homônimos.

Agravando o quadro, o processo é trabalhoso. Quando um cidadão muda seus dados cadastrais, como endereço ou estado civil, tem que informar a todos os órgãos (Receita, Justiça Eleitoral etc.). É uma peregrinação de repartição em repartição.

É um sistema antiquado, disperso em órgãos públicos diferentes, com registros de informação que não se comunicam entre si e que depende da datiloscopia (impressões digitais em papel) para identificação.

A recomendação é a construção de um cadastro nacional, usando biometria, que permita uma caracterização pessoal imediata.

Cada cidadão teria um único número para se identificar e este seria usado por todos os órgãos públicos para fins específicos (eleições, benefícios etc.). Isso geraria ganhos de produtividade para toda a população e para o governo.

O direito à identidade é, ou pelo menos deveria ser, um direito básico, um bem em si mesmo. Mas é custoso, demorado e inseguro. Há avanços tecnológicos que permitiriam corrigir as distorções rapidamente, com benefícios palpáveis para todos. Por que não, por que não…

04 de novembro de 2013
Roberto Luis Troster
Fonte: Folha de S.Paulo

NOVA ELEVAÇÃO DA CARGA TRIBUTÁRIA?

 

Samuel Pessoa
A Câmara dos Vereadores de São Paulo aprovou os aumentos escalonados até 2017 do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), propostos pelo prefeito.

Somente em 2014, a alta média será de 14,1%. Para algumas regiões, como Alto de Pinheiros, Sé e Vila Mariana, o aumento será próximo de 20%.

A queda da taxa de juros nas últimas décadas produziu forte valorização imobiliária. A Prefeitura de São Paulo se apropriará de parte desse ganho.

No curto prazo, a elevação do IPTU representará redução de renda para todos os proprietários. No longo prazo, o IPTU mais alto desestimulará em parte a construção de novas unidades habitacionais, reduzindo a oferta e, consequentemente, elevando os aluguéis.

Parte do aumento do IPTU será, portanto, repassada aos inquilinos no longo prazo. O proprietário que vive na própria residência é, em termos econômicos, ao mesmo tempo senhorio e inquilino. Paga desde já.

Evidentemente o prefeito e a Câmara têm total legitimidade para aumentar o IPTU. A prefeitura argumenta que necessita do aumento para ampliar o subsídio ao transporte coletivo e acelerar a instalação de corredores de ônibus no padrão BRT, saída técnica possível para o complexo problema da mobilidade.

No início de 2015, quando o carnê do IPTU de São Paulo chegar às casas dos munícipes, todos os políticos estarão olhando para São Paulo
Como já manifestei neste espaço, o Estado brasileiro é mais eficiente do que se imagina, e as perdas por corrupção e desperdício, por exemplo, são menores do que se pensa.

Certamente não são suficientes para abordar a agenda das manifestações de junho.
Ou seja, o aumento de IPTU é a conta das manifestações. Adicionalmente, é uma aposta que o prefeito faz: de que o custo para a sociedade do aumento do IPTU será menor do que o benefício, na forma de atendimento das demandas por melhora de mobilidade da população.

A aposta do prefeito tem outro elemento de risco: boa parcela do benefício para a sociedade tem que vir antes do fim de seu mandato, caso contrário a sua reeleição correrá risco.
Esse é o cálculo do prefeito. A sorte está lançada. Temos que esperar a próxima sucessão municipal para avaliar.

Existe, no entanto, uma implicação da aposta do prefeito que, na minha opinião, ainda não foi apreciada. Há fortíssima pressão para aumento de gastos no governo federal. O superavit primário, mesmo contando com os R$ 15 bilhões do leilão de Libra, deve ficar abaixo de 2% do PIB.
Tomemos por exemplo a política de valorização do salário mínimo. Pela regra atual, o ajuste real anual do salário mínimo será igual ao crescimento de dois anos atrás.

Suponhamos que o crescimento real da economia seja 2,5% ao ano. A população dos beneficiários do INSS cresce aproximadamente a 2,5% ao ano. Com a hipótese simplificada, mas não muito longe da realidade, de que a despesa do INSS está atrelada ao mínimo, chega-se a um crescimento de 5% ao ano. Em quatro anos, o gasto com o INSS aumentará 0,8 ponto percentual do PIB. Os números são um pouco menores do que esses, pois, como se observou, é uma estimativa muito simplificada nem todos os benefícios são vinculados ao mínimo.

De toda forma, a demanda por aumento de gastos é fortíssima. A perda de dinamismo da economia projeta dois cenários para 2015. Ou teremos que repensar nosso pacto social, incluindo terminar com a política de valorização do salário mínimo, ou teremos que aceitar uma nova rodada de elevação da carga tributária.

No início de 2015, quando o carnê do IPTU de São Paulo chegar às casas dos munícipes, todos os políticos estarão olhando para São Paulo. Se o custo político para o prefeito do aumento do IPTU ao longo de 2015 for suportável, caminharemos para uma nova rodada de elevação da carga tributária no primeiro ano do próximo mandato presidencial.
Fonte: Folha de S.Paulo

04 de novembro de 2013
Samuel Pessoa

MIOPIA E OUVIDOS MOUCOS NA CONDUÇÃO DA ECONOMIA: O OCASO DILMA ROUSSEFF

 

Vítor Wilher
Teófilo, o deputado machadiano, quis falar ao Imperador. Estava irritado por ter sido preterido no ministério.

Queria aconselhar o Imperador, posto que para ele o mesmo estaria envolto em meio a trapaceiros de toda a sorte. Teófilo bravejou:

 “Senhor, Vossa Majestade não sabe o que é essa política de corredores, esses arranjos de camarilha. Vossa Majestade quer que os melhores trabalhem, mas os medíocres é que se arranjam… O merecimento fica para o lado” (“Quincas Borba, p. 198, editora Martin Claret, 2006).
 
E depois da epifania, calou-se, voltando-se para o trabalho que estava acostumado a fazer. Teófilo, leitor, agiria assim se por acaso fosse preterido em um ministério da presidenta Dilma Rousseff? Teófilo, se acaso fosse chamado para opinar sobre o leilão de Libra, sobre a condução da política monetária, sobre a contabilidade criativa ou as desonerações fiscais, defenderia a presidenta? Machado de Assis: acuda-nos!
 
É impossível dizer ao certo, apenas o que podemos fazer é conjecturar o que o deputado incorruptível, mas corrompido, faria. A ironia machadiana que fez Teófilo se abobar pelo poder, validando a profecia de Lord Acton (“Todo o poder corrompe: o poder absoluto corrompe absolutamente”) nos permite inferir que nem o melhor dos homens está isento da crítica.
Nesse aspecto, salta aos olhos, leitor, o fato de que a atual administração federal não nos parece estar disposta a ouvir, adivinhem, críticas. E elas são muitas, de todos os lados.
 
Em julho desse ano, por exemplo, dois economistas reconhecidamente pós-keynesianos publicaram longo artigo no “Valor Econômico” chamando atenção para a não conformação da atual administração federal com o cânone estabelecido pelo economista inglês .
Na semana que passou, um grupo de economistas entendidos como desenvolvimentistas também fez críticas ao modo como o governo conduz a política econômica. No núcleo ortodoxo da profissão, as coisas não melhoram para Dilma Rousseff. E mesmo assim, leitor, o governo tem dificuldades homéricas em aceitar que não está no caminho correto.
 
E quais são essas críticas? São muitas, em todos os aspectos do governo: políticos ou econômicos . Mas aqui, na Carta de Outubro do Grupo de Estudos sobre Conjuntura Econômica (GECE/UFF), nos concentraremos naquelas que impactam em três resultados macroeconômicos que consideramos trágicos: crescimento médio de 2,6% nos últimos 10 trimestres, no acumulado em 12 meses; inflação média, na mesma métrica, de 6,1% nos últimos 33 meses, 1,6 pontos percentuais acima do centro da meta; elevação do déficit em conta corrente para 3,6% do PIB em setembro desse ano, valor que não está sendo mais financiado integralmente por Investimento Estrangeiro Direto (IED) e sim por opções mais voláteis.
 
Tais resultados são fruto de um enredo de política econômica que fez o regime de metas de inflação ser abandonado no país.
A opção pelo uso dos instrumentos fiscais, monetários e creditícios para incentivar os componentes da demanda (notadamente, consumo das famílias) para tentar gerar algum tipo de crescimento no curto prazo.
O incentivo à demanda, vis a vis os problemas históricos de restrição de oferta da economia brasileira, causou pressão inflacionária, derivada de aumento de salários frente estagnação da produtividade, em um momento de pleno emprego do fator trabalho no país.
 
O “choque heterodoxo”, para fazer alusão à epígrafe dessa carta, não só se mostrou inócuo, ao gerar aqueles resultados pífios, como ressuscitou os famigerados “mecanismos não monetários de controle da inflação”.
É cada vez mais comum, nesse aspecto, economistas usando o termo “volta às décadas de 70 e 80 do século passado” para analisar as opções de política econômica do governo federal. Em termos de inflação, por exemplo, a manutenção de preços administrados variando apenas 1,12% no acumulado de 12 meses terminados em setembro último nos faz lembrar o que sublinhou Mario Henrique Simonsen: não é com decretos, portarias e circulares ministeriais que se controla a inflação. Ainda, claro, que os economistas ligados ao governo não queiram admitir a implicação para seus atos.
 
Salta aos olhos, nesse aspecto, que a tentativa voluntarista de alinhar os tais preços estratégicos da economia, leia-se câmbio e juros, causaram de outra forma, medidas alternativas de estabilidade de preços. Ou busca, ou tentativa de fazê-lo.
Esqueceu-se que os juros são elevados no país por causa de seus fundamentos e não por questões meramente ministeriais . O câmbio, de outra feita, não se alinha aos interesses pretendidos, dado que a poupança doméstica é baixíssima, mesmo para os piores padrões internacionais . É o que diz a teoria econômica, em versões não tropicalizadas, a bem da verdade.
 
E se pudéssemos adivinhar o que Teófilo diria para Dilma Rousseff, leitor? Talvez algo como: Vossa excelência tenta ajudar o país a crescer, mas esbarra na crítica tola, de uma meia dúzia de economistas medíocres, invejosos e cheios de rancores.
São entreguistas, querendo privatizar tudo, entregar tudo ao capital estrangeiro! Vossa excelência faz bem em não querer usar os juros para controlar a inflação, em utilizar o BNDES para incentivar os investimentos, em usar de criatividade para lidar com o orçamento público, em conceder, não privatizar! Vossa excelência, presidenta, está mudando o país para sempre!
 
E lá iria Teófilo, após tão primoroso conselho, para a presidência da PPSA, onde poderia liderar o processo que nos daria o futuro. É triste, leitor, eu sei.
Como nos disse Simonsen, “a diferença entre o político míope e o estadista é que o primeiro só enxerga o próximo lance enquanto o segundo antevê os melhores caminhos para levar o jogo até o fim, e que em muitos casos exigem um recuo temporário” . Andamos precisando de óculos e ouvidos menos moucos…

04 de novembro de 2013
Vítor Wilher

PAPA DE OLHO NO MERCADO

Quando arcebispo hemérito em Buenos Aires, como mancheteou a Globo News (assim mesmo, com H), Jorge Mario Bergoglio disse que, caso se chegasse a admitir o casamento entre pessoas do mesmo sexo, como finalmente aconteceu após a votação no Senado argentino, em 14 de julho de 2010, haveria direitos humanos violados.

"Está em jogo a sobrevivência da família: papai, mamãe e filhos. Está em jogo a vida de muitas crianças que serão discriminadas de antemão, privando-as do amadurecimento humano que Deus quis que acontecesse com um pai e uma mãe. Está em jogo uma rejeição direta contra a lei de Deus. Não é apenas um projeto legislativo, mas um movimento do Pai da Mentira, que visa confundir e enganar os filhos de Deus".

É Satanás quem está por trás desta lei, como também por trás do projeto que pretende descriminalizar o aborto (o aborto ilegal causa dezenas de mortes de mulheres por ano na Argentina), disse o cardeal. E repetiu que Deus desencadeia guerras para que "Suas" leis sejam impostas.

Se o cardeal Bergoglio achava que Satanás estava por trás da lei argentina, o mesmo parece não acontecer com o papa Francisco. Segundo a agência EFE, o Vaticano acaba de incluir perguntas sobre casamento homossexual e divórcio no questionário enviado às Conferências Episcopais para o documento preparatório da Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo de Bispos que será realizada em outubro de 2014.

A bateria de perguntas tem um tópico dedicado exclusivamente aos casamentos homossexuais e à visão que os fiéis católicos têm deles em suas Dioceses e como a Igreja pode abordar estas uniões. “Qual é a atitude das Igrejas locais para o estado como promotor de uniões civis entre pessoas do mesmo sexo e com as pessoas que as protagonizam? Que atendimento pastoral se pode dar aos que decidiram viver sob este tipo de uniões?”, pergunta o documento.

É a Igreja sondando seus bispos para ver se pode ampliar o rebanho sem causar muitos estragos na instituição. A interdição ao homossexualismo não é dogma. Dogmas só tratam de questões de fé. Ocorre que faz parte da doutrina da Igreja, uma doutrina tão sólida quanto os dogmas. Não seria de espantar que, num esforço insólito de “aggiornamento” – e de ampliação de mercado – a Santa Madre desse o salto inesperado. A pergunta é: que querem os homossexuais com a Igreja? Casar de véu e grinalda?

Em caso de adoções por parte de casais do mesmo sexo, “o que pode ser feito pastoralmente para transmitir a fé?”, prossegue o questionário, que dedica também um tomo à educação das crianças nos chamados “casamentos irregulares” e a forma na qual seus pais se aproximam da Igreja. Também há espaço para “certas situações maritais difíceis”, com separados e divorciados, cuja comunhão será abordada no próximo Sínodo, depois que o papa Francisco mostrou abertura neste assunto, ao destacar a necessidade de estudá-lo e ressaltar a importância de melhorar a atenção espiritual para aqueles que voltaram a casar.

O mercado dos separados e divorciados talvez seja ainda maior que o dos homossexuais. A Bíblia que vá para a lata de lixo da História, desde que se continue crendo na ressurreição do Cristo, na virgindade de Maria e no deus três-em-um.

Ninguém põe perguntas na pauta de um sínodo se não pretende discuti-las. Está pintando na história da Igreja a figura de um papa populista.


04 de novembro de 2013
janer cristaldo

PETROBRAS TORRA 38 EMPRESAS NO EXTERIOR PARA PODER BANCAR PRÉ-SAL. EM 10 ANOS, PT ARREBENTOU O CAIXA DA EMPRESA

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Sob comando direto da presidente Graça Foster, a Petrobrás tem reduzido sua atuação na área internacional e fechado representações no exterior. Em Portugal, Austrália, Irã, Nova Zelândia, Turquia e Líbia as atividades estão sendo encerradas. Todas as seis representações da companhia na África passarão ao guarda-chuva de uma joint venture criada junto com o BTG, deixando o balanço da estatal mais leve.
 
Quando Graça assumiu em 2012, a Petrobrás tinha operação em 23 países. Hoje, o portfólio foi reduzido para 17. Deve enxugar ainda mais quando forem incluídas as seis unidades africanas que sairão do balanço da companhia: Nigéria, Angola, Gabão, Benin, Namíbia e Tanzânia. Ainda há atividades operacionais na Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai, Uruguai, Colômbia, Peru, Venezuela, México, Estados Unidos e Japão.
 
"Fizemos muitas aquisições na área internacional antes do pré-sal, quando o planejamento estratégico era crescer no exterior. E quando se faz aquisição, traz-se junto algumas empresas que, isoladamente, não se compraria" , disse Graça, em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. Parte das empresas existe apenas no papel; outras têm apenas escritório montado, sem operação de fato. Ao todo, 15 empresas já foram extintas e outras 38 serão encerradas até dezembro de 2015.
 
Graça cita como exemplo a aquisição da argentina Perez Companc, em 2002, por US$ 1 bilhão, que trouxe à companhia um pacote de exploração em três países (Peru, Equador e Venezuela), além de hidrelétricas que não seriam compradas isoladamente. "Entraram várias empresas que a gente certamente não compraria, empresas de geração de energia elétrica, hidrelétricas enormes, de 600 megawatts."Segundo fontes da companhia, houve também uma decisão de Graça de manter maior controle sobre a área, alvo de investigações de autoridades por suspeitas de superfaturamento e evasão de divisas, a exemplo da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos.
 
Pouco após ser indicada à presidência, Graça assumiu pessoalmente a direção da área internacional e mudou os gerentes executivos desse departamento, colocando gente de sua confiança. "(Essa área) está comigo, até segunda ordem. Estou aqui aprendendo um monte de coisas", brinca a executiva.
 
Paraísos fiscais. Além dos 17 países em que ainda tem representação operacional, a Petrobrás também detém empresas em uma dezena de países sem atividades operacionais desde 2012 ou que desempenham outros papéis para o sistema. Entre eles, há alguns paraísos fiscais: Bahamas, Curaçau, Equador, Espanha, Holanda, Ilhas Cayman, Ilhas Virgens, Inglaterra, Trinidad e Tobago. Parte é necessária, por exemplo, para operações de compra e venda de petróleo no mercado internacional. Outras, no entanto, são uma incógnita e seus balanços financeiros não podem ser acessados.
 
A Petrobrás alega que, por terem sede no exterior, essas empresas não respondem às leis de informações brasileiras. É o caso da Petrobrás Américas, a unidade americana, ou a PRSI, da Refinaria de Pasadena. Hoje, ainda existem 120 empresas sob gestão da área internacional, contando a holding controlada Petrobrás International Braspetro B.V. (PIB BV) que formará uma joint venture (50% cada) com o banco BTG, do banqueiro André Esteves, para exploração e produção de óleo e gás na África. A estatal continuará no continente por meio da joint venture. O negócio, de US$ 1,5 bilhão, foi anunciado em junho deste ano e ainda está em curso. "Aí junta-se tudo, elas saem (do balanço) e fecham", disse Graça.
 
Pré-sal. A Petrobrás vem diminuindo gradativamente sua atuação internacional desde que descobriu o pré-sal. Além de investir menos, a companhia tem vendido ativos no exterior para concentrar esforços no Brasil. No ano passado, o plano quinquenal da estatal previa desinvestimentos de US$ 14,8 bilhões, incluindo algumas operações financeiras. Neste ano, o plano de negócios 2013-2017 prevê vendas de US$ 9,9 bilhões.
 
Até outubro, foram vendidos US$ 4,3 bilhões em ativos, a maioria no exterior, segundo informou em evento no mês passado a coordenadora de relacionamento externo da área de Exploração e Produção corporativo da Petrobrás, Rafaela Monteiro. Em abril, a companhia vendeu uma participação de 20% em seis blocos no Golfo do México, nos Estados Unidos, recebendo US$ 110 milhões, mais participação em um outro bloco no País. Em maio, foi vendida a participação de 12% em um bloco na Tanzânia para a Statoil, com volume não divulgado. A venda de 100% das ações da Petrobrás Colômbia para a Perenco rendeu US$ 380 milhões à estatal brasileira em setembro passado, incluindo participações em 11 blocos e oleodutos. Em outubro, foi vendida participação de dois blocos no Uruguai à Shell por US$ 17 milhões.

(Estadão)

04 de novembro de 2013
in coroneLeaks

CAMPOS DESCUMPRE ACORDO E AFUNDA MARINA NA VELHA POLÍTICA

O sonho acabou...
 
Apesar do discurso público de sintonia, o governador Eduardo Campos (PSB-PE) e a ex-senadora Marina Silva divergiram a portas fechadas sobre a estratégia regional da aliança, selada há um mês. A discordância ocorreu em um encontro há uma semana, véspera do ato em que PSB e Rede Sustentabilidade, o partido de Marina, começaram a discutir as bases para construir um programa único das duas forças políticas. De acordo com relatos feitos à Folha por participantes da reunião, realizada na casa do deputado federal Walter Feldman, em São Paulo, a ex-senadora defendeu que PSB e Rede lancem candidatos próprios e com capacidade de gerar "fato novo" em Estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
 
Campos, porém, lembrou que o PSB já vinha articulando outros caminhos nesses Estados, e que não tinha condições políticas de passar por cima de seus acordos. Segundo relatos, Campos disse a Marina que o havia encontrado "vivo" após não conseguir montar a Rede a tempo de disputar a eleição porque ele tem aliados fiéis. Alguns dos presentes relataram à Folha que a ex-senadora disse compreender as razões do neoaliado. Ambos, então, combinaram deixar a definição sobre candidaturas nos Estados para 2014.
 
O principal foco de divergência diz respeito a São Paulo, onde o deputado federal Márcio França (PSB), um dos escudeiros de Campos, trabalha para que a legenda mantenha o apoio à reeleição do governador Geraldo Alckmin (PSDB) e, assim, ele assuma a vaga de vice na chapa. Apesar da reação firme à proposta feita por Marina no encontro, Campos não descartou a possibilidade de mudar de rota eventualmente. A interlocutores, ele tem dito que pode precisar de França para coordenar sua campanha presidencial e diz que uma candidatura a vice no Estado, como é cogitado, o tiraria do foco nacional.
 
Internamente, Marina tem defendido o nome de Feldman, um de seus principais aliados na montagem da Rede, como candidato em São Paulo, o que não agrada ao outro lado da aliança. A defesa de Marina por "fatos novos" nas candidaturas regionais tem como embrião o encontro em que ela e Campos selaram a aliança. Na conversa decisiva, os dois acertaram, segundo aliados da ex-senadora, trabalhar para ter candidatos próprios. Como a Folha mostrou no último dia 18, porém, até agora só em Goiás o PSB alterou a rota que trilhava.

(Folha de São Paulo)