"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 6 de dezembro de 2014

ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

Para reduzir o superávit fiscal e arruinar a economia, Dilma contou com o viés circense de políticos

randolfe_rodrigues_02A aprovação pelo Congresso Nacional do texto-base do projeto que altera a meta do superávit primário de 2014 (economia para pagar juros da dívida pública) e tira a presidente Dilma Rousseff da mira de um processo de impeachment, coloca em risco a estabilidade econômica.

Por mais que os aduladores do desgoverno petista tenham falado que a política econômica de Dilma Rousseff é um sucesso porque estimulou a geração de empregos e valorizou o salário do trabalhador, os números apontam na direção contrária.

O Brasil está mergulhado em grave crise econômica, mas os “pau mandados” do governo insistem em manter a mentira.

O que se viu no plenário da Câmara dos Deputados, onde aconteceu a sessão bicameral, foi um evento típico de mafiosos, já que o governo usou de subterfúgios criminosos para conseguir a aprovação da matéria.
A mando da presidente da República, que oficializou o suborno em decreto presidencial publicado no Diário Oficial da União na última sexta-feira (28), a tropa de choque do governo se revezou nos microfones do plenário para, repetindo o discurso mitômano da campanha eleitoral, fazer ameaças ao povo brasileiro caso a matéria fosse rejeitada. Fora isso, os obedientes e nauseantes estafetas do Planalto incensaram, a todo instante, os parlamentares que apoiavam a causa marginal.

Entre os muitos aloprados que discursaram antes da votação do texto-base, merece destaque a comunista Jandira Feghali (PCdoB-RJ), para quem o superávit fiscal faz mal à economia e ao trabalhador. Só um ignorante em termos de economia é capaz de fazer afirmação tão absurda. Esse discurso obtuso de Feghali serve apenas para confundir a parcela desavisada da população, que continua acreditando que consumismo é sinônimo de qualidade de vida.

Mas Jandira Feghali foi a alma solitária do pífio espetáculo que teve lugar no Congresso Nacional. Fanfarrão no melhor estilo animador de circo de periferia, o deputado federal Silvio Costa (PSC-PE) chamou para si a tarefa de regurgitar besteiras diante do microfone. Disse Silvio Costa que a solução da crise hídrica que afeta São Paulo dependia da aprovação do PLN 36/2014.
O parlamentar pernambucano é um inconsequente conhecido, que faz da elevação da voz a sua ferramenta de persuasão. Não sem antes ser um fracassado humorista que usa o mandato parlamentar para espetáculos mambembes.

Quem também subiu à tribuna para, sob encenação dramática, destilar a obsolescência da ideologia comunista foi o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP). Conhecido por discursos inflamados e fora do eixo, Randolfe usou o microfone do plenário para condenar o pagamento dos juros da dívida, como se o capital alheio tivesse que financiar as barbaridades do Partido dos Trabalhadores.

O senador amapaense, que como todo incompetente usa o radicalismo como salto alto, criticou com veemência os banqueiros e capitalistas. Palavrório esquerdista vencido e fora de propósito, pois os próprios integrantes do governo se refestelam nas benesses do capitalismo, a exemplo do que ocorria na extinta União Soviética.

A tese despejada no Congresso pelos radicais da base aliada, de que a política econômica da presidente Dilma Rousseff foi certeira porque, acima de tudo, distribuiu renda, cai por terra na primeira e rápida análise da realidade brasileira.
Enquanto esses gazeteiros de aluguel defendiam teses absurdas no plenário da Câmara dos Deputados, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central aumentava em meio ponto percentual a taxa básica de juro (Selic), que saltou de 11,25% para 11,75% ao ano. Isso significa que a política econômica fracassou e que os penduricalhos parlantes do governo não sabem o que defendem.

A teoria insustentável de que a política econômica do desgoverno do PT foi bem sucedida porque distribuiu renda é uma utopia desmedida, pois o índice de inadimplência e o grau de endividamento das famílias brasileiras são assustadores. Esse quadro surgiu depois que Lula e Dilma empurraram os cidadãos na vala do consumismo, como forma de minimizar os efeitos da crise global (2008-2009), que até hoje é usada pelo Palácio do Planalto para justificar a incompetência do governo central.

A política econômica do governo do PT (leia-se Lula e Dilma) é equivocada, pois o que de fato ocorreu foi o consumo no rastro do crédito fácil e irresponsável, ao passo que os fundamentos da economia recomendam que isso ocorra a partir da geração de riqueza por parte do cidadão.

Apostando na demanda reprimida, Lula, com o apoio de Dilma Rousseff, apostou na fórmula mambembe de que o pobre tem direito a ter as mesmas coisas que os ricos, como se isso fosse possível apenas porque o PT tem um projeto totalitarista de poder, ou seja, um plano de golpe embalado pela mentira e pelo confronto de classes, especialidade primeira do coroinha palaciano Gilberto Carvalho.

Para finalizar, a aprovação do PLN 36 passou a borracha na Lei de Responsabilidade Fiscal, apenas porque Dilma incorreu em crime, mas que a organização criminosa que se instalou no Palácio do Planalto não pense que esse estupro legal ficará por isso mesmo. A presidente por certo escapará das garras da lei, até porque o Petrolão serviu para comprar a base aliada, mas a conta há de chegar em breve no bolso dos trabalhadores e dos contribuintes. Por isso e muito mais o UCHO.INFO não baixará a guarda.

06 de dezembro de 2014
ucho.info

VIROU BAGUNÇA

TSE tem até o próximo dia 9 para analisar a milionária contabilidade da campanha de Dilma Rousseff

dilma_rousseff_485Termina na próxima teça-feira, 9 de dezembro, o prazo para a Justiça Eleitoral analisar a contabilidade da campanha da reeleita Dilma Vana Rousseff. De acordo com a Resolução nº 23.406 do Tribunal Superior Eleitoral, a decisão sobre a análise das contas dos candidatos eleitos deverá ser publicada até oito dias antes da diplomação, que no caso da presidente da República está marcada para o dia 18 de dezembro, no plenário do Tribunal.

Considerando que o TSE é presidido pelo petista José Antonio Dias Toffoli, também ministro do STF, até lá as contas da campanha “companheira” Dilma Rousseff terão passado pelo crivo da Corte. Como sabem os leitores, os candidatos sempre apresentam contabilidade aquém dos gastos reais, até porque nessa conta não entra o dinheiro do malfadado caixa 2, presença obrigatória garantida em qualquer campanha eleitoral.

Nos gastos da campanha pela reeleição, a presidente Dilma Rousseff por certo não incluiu as despesas relativas ao transporte aéreo, que acabaram no bolso do consumidor porque a petista cruzou o Brasil sempre a bordo de aeronaves oficiais, o que facilita bastante a contabilidade de qualquer candidato.
Para enganar a opinião pública, o PT informou que arcaria com as despesas de transporte quando a candidata não tivesse compromissos oficiais nos locais visitados, mas essa não é a verdade. Muitas foram as viagens de Dilma agendadas na esteira de algum compromisso oficial da Presidência, mas que de fato serviram como ato de campanha.

O uso de aeronaves oficiais na campanha de Dilma Rousseff foi um escândalo sem precedentes. Em qualquer viagem oficial da presidente, um avião da frota oficial sai com antecedência para que a equipe de assessores presidenciais cuide dos preparativos. Para o local segue também um helicóptero presidencial, que para percorrer a distância entre Brasília e Porto Alegre, por exemplo, demora um dia e meio. Sempre lembrando que a tripulação e os assessores recebem diárias nos dias que estão em viagem.

Na sequência segue viagem a presidente da República em outro avião, emoldurada por assessores e ministros, como se o Brasil tivesse dinheiro de sobra para essa gastança absurda e irresponsável. Encerrados os compromissos oficiais, todos retornam a Brasília, cumprindo a mesma carga horária.

No caso de Dilma Rousseff ter utilizado o helicóptero para algum compromisso de campanha, o custo do deslocamento será arcado pelo PT apenas no que refere ao tempo de usio da aeronave. Não é considerado o gasto para que o helicóptero chegasse ao local visitado pela presidente. Dessa forma, com o suado dinheiro do contribuinte e mentindo escandalosamente em todos os quadrantes do País, é fácil fazer campanha. O UCHO.INFO continua defendendo a tese de que aquele que concorrer à reeleição tem a obrigação de deixar o cargo, o que evita o uso indevido da máquina estatal.

Em tempo: o Tribunal Superior Eleitoral ainda não se pronunciou sobre o uso criminoso que a campanha de Dilma Rousseff fez dos Correios, que foi obrigado a distribuir em centenas de cidades brasileiras material da campanha petista, sem receber pelo serviço prestado. Sem contar que o material de campanha dos adversários foi entregue com atraso ou não chegou ao destino, apesar de o serviço ter sido regiamente pago.

06 de dezembro de 2014
ucho.info

TIRO AO ALVO

Ministro da Justiça e advogado-geral da União misturam papel do Estado aos interesses partidários

luis_adams_04Líder do PSDB na Câmara dos Deputados, Antonio Imbassahy (BA) criticou a postura dos ministros da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, e do advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, que saíram em defesa das contas das campanhas do PT depois que empresários revelaram, no regime de delação premiada no âmbito Operação Lava-Jato, que pelo menos R$ 20 milhões de propina caíram nos cofres do Partido dos Trabalhadores, R$ 4 milhões por meio de doações legais fabricadas.

De acordo com Imbassahy, quem deve prestar esclarecimentos sobre isso é a direção do PT, o seu tesoureiro, João Vaccari Neto. Na opinião do parlamentar tucano, Cardozo e Adams meteram os pés pelas mãos ao reproduzirem a velha patologia do PT de confundir Estado com o partido, interesse público com privado (partidário).

“Os ministros, talvez pela ansiedade de se cacifarem para a vaga que está aberta no Supremo Tribunal Federal, queiram mostrar serviço e misturem as atribuições de Estado ao papel partidário. É até compreensível que ambos estejam também preocupados com a situação da presidente Dilma, que pode, lá na frente, enfrentar situações mais difíceis ainda, mas não está entre suas atribuições serem advogados do PT. Isso é inadmissível”, afirmou Imbassahy.

Na opinião do líder do PSDB, se a conduta de Cardozo e Adams for uma estratégia para chegarem ao STF, ela é comprometedora e revela parcialidade, conduta incompatível a um juiz. “Se misturam Estado e partido agora, serão eles despachantes do PT no Supremo?”, questiona. “Esse reiterado comportamento definitivamente retira a credibilidade necessária ao exercício das suas funções”, arrematou.

Segundo Antonio Imbassahy, se ambos almejam ocupar a cadeira de ministro da mais alta Corte do País devem, pelo menos, cumprir os dispositivos legais que estabelecem as suas atribuições.
“Os ministros deveriam dar uma espiada na lei 10683/2003, que define o papel do ministro da Justiça, e na lei complementar 73, de 93, com as funções da AGU. Nelas não tem nenhum artigo que os obrigue a defender tramoias de campanha eleitoral. Eles devem escolher o que preferem fazer: ou se dedicam a defender o Estado e o interesse público ou assumem a defesa do PT”, afirmou.

06 de dezembro de 2014
ucho.info

MANIFESTAÇÃO NA AVENIDA PAULISTA. IMAGENS

 
06 de dezembro de 2014

RELENDO JANER CRISTALDO

 NEGRO PODE, BRANCO NÃO *


Há uns bons três anos, ao comentar o episódio de dois gêmeos idênticos que foram considerados como branco e negro pelo sistema de cotas, a revista Veja rendeu-se vilmente ao politicamente correto e titulou com gosto na capa:

É mais uma prova de que RAÇA NÃO EXISTE

Veja sofismava. Se os responsáveis pelo sistema de cotas se enganaram, isto nada tem a ver com a existência ou não de raça. Se afirmo que preto é branco e branco é preto, isto nada tem a ver com a existência ou não do preto ou do branco. Se raça não existe – comentei na época - vamos então parar de falar em dálmatas, buldogs, bassets, beagles, dobermanns, filas, chihuahuas, chowchows, cockers, malteses, pequineses, pitbulls, poodles, yorkshires, São Bernardos, rottweilers. Nem nas mais de 400 raças caninas.

Tampouco se fale mais, quando se trata de cavalos, em raças árabe, crioula, Holsteiner, manga larga, puros sangues ingleses, espanhóis e lusitanos, lipizzaners, appaloosa e quartos de milha, percherons, paint horses, campolinas, favacho, JB, Bela Cruz. Nem nas mais de 100 outras raças conhecidas.

Abominável racismo falar em bois zebu, Aberdeen-Angus, Nelore, Hereford, Limousine, Brahman, Gir, Guzerá, holandês, charolês. Ou em ovinos merino, Texel, Île-de-France, Suffolk, Hampshire Down, Poli Dorset, Corriedale, Ideal, Laucane, Bordaleira. Tenha também respeito pelos galináceos. Elimine de seu vocabulário palavras como Legorne, D’Angola, Cochinchina, Hamburguesa, Brahma e Plymouth.

Ou alguém pretende que raça só exista no reino animal? Quando surge o Homo sapiens, este ser excelso, tocado pela graça divina, raça deixa de existir?

Um ano depois, o politicamente correto voltou a atacar. Desta vez, através do livro Humanidade sem Raças, do doutor em genética humana Sérgio Pena, editado pela Publifolha. O autor defende a tese de que as raças e o racismo são uma invenção recente na história da humanidade. E o conceito de "raças humanas" surgiu e ganhou força com base em interesses de determinados grupos humanos, que necessitavam de justificativas para a dominação sobre outros grupos.

Houve muito negro que não gostou. O livro chegou em momento inoportuno. Em décadas passadas, os movimentos negros haviam concluído que raça não existia. Depois do estabelecimento de cotas para universidades, voltou a existir. Segundo um projeto do senador Paulo Paim, a condição de negro deve inclusive constar em documento. Quando se trata de ganhar no tapetão, o conceito de raça é muito conveniente. Dr. Pena, na introdução de seu livro, dizia:

“Parece existir uma noção generalizada de que o conceito de raças humanas e sua indesejável conseqüência, o racismo, são tão velhos como a humanidade. Há mesmo quem pense neles como parte essencial da "natureza humana". Isso não é verdade. Pelo contrário, as raças e o racismo são uma invenção recente na história da humanidade”.

Por defender a existência óbvia de raças, tenho sido condenado como racista. Tanto por negros como por judeus. Já fui inclusive processado por sete entidades indígenas por crime de racismo. Por ter afirmado que os índios não conseguiram escapar de uma cultura ágrafa e que os antropólogos queriam conservá-los como animais em museus intemporais para contemplação dos homens do futuro. Bem entendido, os indigenistas não levaram nada e tiveram de retirar seu cavalinho da chuva. Mas, em suma, hoje passou a ser apodada como racista toda pessoa que acredita na existência de raças.

Neste sentido, até a Bíblia é racista, pois fala continuamente em raças. O que nega cabalmente a convicção do Dr. Pena, de que raças e racismo sejam uma invenção recente na história da humanidade”.

Na Folha de São Paulo, leio curiosa entrevista com o militante do movimento negro Abdias do Nascimento, cujo nome está sendo lançado para prêmio Nobel da Paz. Que emplaque não me espantaria. O Nobel da Paz é a última esperança de posteridade dos vigaristas. Os ingênuos noruegueses já concederam o galardão a terroristas e escroques, desde Yasser Arafat, Rigoberta Menchu, madre Teresa de Calcutá e Tenzin Gyatso, humildemente conhecido como Oceano de Sabedoria.

Não, um Nobel para o líder negro racista não me surpreenderia. O que me surpreende é vê-lo negar o óbvio, sem que o entrevistador nada objete. Diz o repórter:

- Há quem diga que o Brasil é miscigenado, e por isso não faria sentido enxergar divisão racial aqui.

Responde o líder negro:

- Isto é a cretinice brasileira, a falta de caráter, a sem-vergonhice brasileira. Isso vem de longe. Este discurso é para ajudar o Brasil a continuar racista. A continuar a ter a cobertura moral para o racismo. Eles querem até isto.

Refugiando-se no insulto, sem apresentar argumento algum, Nascimento nega cabalmente a existência do mulato. Ora, segundo o IBGE, a população negra do Brasil, em 99, era de apenas 5,4%. Se forem acrescidos os 39,9% do contingente de mulatos, o Brasil estaria perto de ser definido como um país majoritariamente negro, como aliás é hoje considerado por muitos americanos e europeus. Nascimento está sendo cúmplice da classificação ianque, que só consegue ver pretos e brancos em sua sociedade e nega a miscigenização.

Esta é mesma filosofia do Supremo Apedeuta que, mal foi eleito, saiu arrotando urbi et orbi que o Brasil era a segunda nação negra do mundo, depois da Nigéria. Até mesmo uma pessoa aparentemente culta, como Celso Amorim, ministro das Relações Exteriores, prestou-se a corroborar o sofisma safado: "como declarou o presidente Lula, o estreitamento das relações com a África constitui para o Brasil uma obrigação política, moral e histórica. Com 76 milhões de afrodescendentes, somos a segunda maior nação negra do mundo, atrás da Nigéria, e o governo está empenhado em refletir essa circunstância". Ao colocar todos afrodescendentes no mesmo saco dos negros, o ministro demonstra que, nos círculos do poder, mesmo homens cultos se dobram à bajulação. Abdias do Nascimento não ficaria atrás de tais sumidades.

Mas o mais surpreendente vem adiante, quando o macróbio ativista afirma, na mesma Folha de São Paulo que publicou o livro do Dr. Sérgio Pena, que negava peremptoriamente a existência de raça. O repórter pergunta se Marina Silva seria a melhor candidata.

- Sem dúvida nenhuma. Tem qualidades e preparo. É de classe humilde, apesar de ter aprendido a ler muito depois de adulta, tem qualidade. Uma das primeiras solidariedades que tive no Senado foi a dela. Todo mundo sabe das minhas posições em defesa da minha raça. E ela não teve medo em vir me abraçar e se colocar à disposição para a ajuda que ela pudesse dar. Não recebi dos outros nenhum apoio.

Em defesa de minha raça? Quer dizer então que raça existe? Onde estão os ativistas negros que consideram racista quem acredita em raça? Se morena Marina apoiou Abdias, ao que tudo indica participa de sua Weltanschauung.

Será morena Marina - a candidata negra, como se apresenta - racista? Ou será que líder negro pode falar de raça sem ser pichado como racista? Estará proibido apenas aos brancos falar de raças?


* 16/06/2010

JANER CRISTALDO

O "ENGAVETADOR-GERAL DA REPÚBLICA" DE DILMA

 

Uma nota da revista "Veja" afirma que Rodrigo Janot, o Procurado-geral da República, vem se reunindo com representantes de empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato para negociar uma solução menos prejudicial ao governo.

luladilma 570x338 O Engavetador geral da República de Dilma
 
Um dos principais argumento usados por Dilma durante a campanha dizia respeito ao poder de investigação que ela supostamente daria às instituições nacionais. Por várias vezes, ironizou o governo que a antecedeu acusando-o não de ter um procurador, mas um “Engavetador-geral da República”.
Pois é justamente o Procurador-geral da República que vem sendo acusado de manter contato direto com os investigados pelos desvios do Petrolão para encontrar uma saída pouco danosa ao governo:
O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) acusou neste sábado (29) o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de tentar blindar o governo. Motivo: uma nota da revista “Veja” desta semana que afirma que Janot vem se reunindo com representantes de empreiteiras envolvidas na Operação Lava Jato.
Segundo a nota, Janot articula para que os executivos admitam a formação de cartel para atuar na Petrobras argumentando que se trata de um crime econômico, mais defensável. Janot, segundo a revista, teria falado em riscos à “governabilidade” e prometido que as firmas não seriam declaradas inidôneas.
(grifos nossos)
A estratégia é fazer com que as empresas assumam a culpa, livrando o Planalto e a Petrobrás de qualquer responsabilidade, e evitando, assim, um processo de impeachment de Dilma.
“Isso é um escândalo. O senhor Rodrigo Janot não pode virar o pizzaiolo-geral da República”, disse. “As empresas assumem a culpa, livram os políticos, porque não haveria mais a propina; a Petrobras vira vítima e a presidente Dilma, uma justiceira.
(grifos nossos)

Mais engavetamento

Ontem, em mais uma tentativa de Dilma para evitar que o Petrolão a atinja diretamente, o plenário do Senado aprovou a indicação de Vital do Rêgo para o TCU. Rêgo é o mesmo presidente da CPI que fez interrogatórios com perguntas previamente elaboradas com os investigados:
Com vinte minutos de duração, o vídeo mostra uma reunião entre o chefe do escritório da Petrobras em Brasília, José Eduardo Sobral Barrocas, o advogado da empresa Bruno Ferreira e um terceiro personagem ainda desconhecido. (…) E o que está sendo tramado é, simplesmente, uma fraude caracterizada pela ousadia de obter dos parlamentares da CPI da Petrobras as perguntas que eles fariam aos investigados e, de posse delas, treiná-los para responder a elas. Barrocas revela no vídeo que até um “gabarito” foi distribuído para impedir que houvesse contradições nos depoimentos.
(grifos nossos)
Em 2012, Vital foi presidente da CPI do Cachoeira, que investigou um suposto esquema montado pelo empresário Carlinhos Cachoeira, acusado de crimes como exploração de jogo de azar, corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e contrabando. A Comissão acabou sem o indiciamento de qualquer pessoa.
 
Forte aliado da presidente Dilma, a indicação de Vital do Rêgo é benéfica para o governo porque, em caso de aprovação, ele será responsável pela relatoria dos processos de investigação da estatal, inclusive os da compra da refinaria de Pasadena (EUA).
 
06 de dezembro de 2014
Marlos Ápyus

DIÁRIO FILOSÓFICO DE OLAVO CARVALHO

Ditadura, comunismo, guerra assimétrica e Mário Ferreira dos Santos
(Notas publicadas pelo filósofo em seu página no Facebook.)

NUNCA, AO LONGO DE TODA A DITADURA MILITAR, estudantes e professores precisaram ter medo de expressar livremente suas idéias no recinto universitário, tanto que as expressavam o tempo todo e fizeram da universidades os principais centros de resistência ao governo. Hoje, o ambiente nessas instituições é de medo, de censura e autocensura. Do mesmo modo, algumas notícias nos jornais eram proibidas, mas havia dezenas de jornais de oposição, a maioria francamente comunista, circulando toda semana e alcançando milhões de leitores. Hoje, o Mídia Sem Máscara é o PRIMEIRO jornal impresso que, a duras penas, venceu uma barreira de silêncio que já durava vinte anos, e mesmo essa única voz discordante já é considerada excessiva. VIVEMOS NUMA DITADURA MUITO PIOR QUE A DOS MILITARES.

Os militares colocavam, no máximo, UM agente em cada redação. Hoje os agentes do petismo são dezenas, centenas em cada organizacão de mídia, espionando, fiscalizando, censurando, delatando. Não há comparação possível.


* * *

É claro que sou a favor do impeachment da Dilma, mas sou MUITO MAIS a favor do desmantelamento completo da máquina golpista da esquerda, incluindo "movimentos sociais", ONGs, hegemonia editorial, grupelhos de interproteção mafiosa na mídia, nas universidades e igrejas. etc. Na vida há obstáculos que não podem ser "vencidos": só podem ser DESTRUÍDOS.

* * *
CHEGA de fingir que existe democracia no Brasil. Eleições e partidos de oposição (repletos de comunistas) existiam também na ditadura militar.

Chega de GUERRA ASSIMÉTRICA. Por que esses filhos da puta hão de ter sempre o direito de dizer o que não podemos dizer, de fazer o que não podemos fazer? Por que eles podem pregar abertamente o homicídio em massa e nós não podemos sequer dizer que o Lula é um bêbado?Por que uma dona pode dizer que tem "saudade dos fuzilamentos" e eu não posso nem dizer que ela é uma vaca filha da puta?
Você tem saudade dos fuzilamentos? Pois eu tenho saudade dos tempos em que gente com o seu QI não podia esperar da vida nada mais que um bom tanque de lavar roupa.Tens saudade dos fuzilamentos? Vai trabalhar, vagabunda! "Saudade dos fuzilamentos" foi só brincadeirinha? Pois então vá tomar no cu de brincadeirinha.Mais importante do que tirar a Dilma da presidência é expulsar os comunistas da sua escola, da sua igreja, da sua sociedade de bairro, do seu clube. Isso não depende de grandes mobilizações, depende só da coragem e iniciativa de cada um. Isso não é nem política: é dever pessoal. Denuncie cada filho da puta, atire na cara dele, em público, todo o mal que ele representa e personifica. Recuse-lhe amizade, tolerância ou respeito, mesmo em pensamento. Esses canalhas vivem da generosidade das suas vítimas.Discrimine quem o discrimina, oprima quem o oprime, achincalhe quem o achincalha. Faça justiça a si mesmo.Comece agindo por si. Logo vira moda.Nunca esqueça: Cada comunista trama dia e noite a morte de quem atravesse, mesmo por descuido, o caminho da maldita revolução.

Chamar um comunista de assassino é redundância.


* * *

Prestem atenção: O Mário Ferreira dos Santos foi e será PARA SEMPRE mais inteligente do que eu. Ele é a medida máxima da inteligência no Brasil.

O que o Mário Ferreira deu a este país ultrapassa o total das necessidades nacionais. Quem precisa dele, por enquanto, são europeus e americanos.


* * *

Não sou nem favorável nem desfavorável a uma "ação militar" porque isso não é assunto de livre escolha e sim de análise estratégica.

Se vocês querem que os militares entrem em ação, façam a sua parte, a qual NÃO É pedir intervenção militar e sim combater o inimigo na sociedade civil.Civis combatem na esfera civil, políticos na esfera política, militares na esfera militar.

Não combata o comunismo no governo. Combata ONDE VOCÊ ESTIVER.


* * *

Quem gosta de "tomar posição" dificilmente aprende o raciocínio dialético que é indispensável em todo cálculo estratégico.

Resultado: toma posição fica lá mesmo, imóvel, sem poder fazer nada.


* * *

Sugestão útil (espero que seja):

Nunca expressem nojo ou repulsa perante HÁBITOS SEXUAIS PESSOAIS que não entrem na esfera da conduta criminosa ou da blasfêmia proposital. Com isso vocês perdem TODA a autoridade moral necessária para combater as aberracões políticas e jurídicas que nos estão sendo impostas em nome de caprichos sexuais.Desde que li a declaração de um gay machão de que tinha "nojo" dos transexuais que invadiam a sua querida sauna masculina, entendi que reações orgânicas são O CONTRÁRIO de uma atitude moral.De modo geral, expressões como "Me dá nojo", "me dá ânsia de vômito", etc. são confissões de fraqueza.Se você diz "Me dá nojo", mostra que foi ferido, afetado fisicamente. É o mesmo que dizer "Ai, me dói." Conversa de perdedor. Nunca se permita sentir nojo no meio de uma briga: ao contrário: Instile-o no adversário, faça o desgraçado ter diarréia, vômito, enxaqueca, o diabo. Leiam isto: http://www.olavodecarvalho.org/semana/06232002globo.htm


06 de dezembro de 2014
Olavo de Carvalho

O PALPITEIRO

Artigos - Cultura 
Em nosso violentado, tributado e inflacionado país, há uma figura cuja nocividade só não é maior do que a aceitação do público a suas falhas: o palpiteiro.
E parece que quanto mais furados são seus palpites, mais aceito e celebrado é o tipo.
Um espécime mui representativo dessa classe de embusteiros é Luis Fernando Verissimo.
Metido a sarcástico, sagaz e irônico, sua maior ironia reside em seu sobrenome.

Se esse senhor se dedicasse a conhecer tudo aquilo que finge entender, ​seria de um gênio quase inigualável. Contudo, porque não vai além da pose afetada, igualmente não vai além de falaciar e enganar sua legião de ingênuos leitores. Alertado por um amigo, li a coluna de Verissimo na ZH de 01/12/2014, de títuloBang!***, na qual o escritor desdenha da Igreja Católica em relação à Ciência, debochando do fato de o papa Francisco haver admitido a possibilidade de ocorrência do "Big Bang".


Quem estranha essa posição do papa desconhece completamente aquilo que finge entender – a ciência. Pois, o propositor da teoria do "Big Bang" foi um astrônomo que era... padre. Falo do belga Georges Lemaître.


Ou seja, era religioso o cientista que propôs a teoria que Verissimo e outros farsantes imaginam contrapor o criacionismo. Lamaître, aliás, era tão religioso quanto o "pai da Genética" (o monge agostiniano Gregor Mendel), o "pai da Geografia" (o beato Nicolaus Steno), o pioneiro do rádio brasileiro (o padre Landell de Moura), filósofos da estatura de Alberto Magno, Roger Bacon e Guilherme de Ockham, os mais de 30 jesuítas que dão nomes a crateras lunares (em homenagem a suas contribuições às pesquisas sobre nosso satélite) e muitos, muitos outros cientistas que contribuíram grandiosamente à humanidade. Aliás, eram religiosos – e católicos – os indivíduos que constituíram aquilo que conhecemos por universidades e hospitais.


Por omissão ou por ignorância, em postura consonante com seu petismo, Verissimo [a ironia deste nome é incrível!] falha retumbantemente em seu palpitarianismo. Por caridade e piedade, suportamos a ignorância de pessoas "normais", cujas opiniões não ultrapassam seu círculo de vivência. Todavia, pessoas que detêm as prerrogativas de espaços midiáticos como o que ZH oferece a Verissimo devem ser corrigidas – caso falhem em seu mister  e constrangidas – se insistirem nos erros. Pois, só disseminam desinformações as pessoas mal-informadas e/ou mal-intencionadas. De uma forma ou de outra, essas pessoas não deveriam meter-se a opinar em público. Deveriam limitar-se a babar na gravata, como diria Nelson Rodrigues (este sim, de verdadeiro gênio). Na melhor das hipóteses, poderiam recolher-se a estudar aquilo sobre que pretendem opinar e bancar gostosura intelectual.

* * *

Remeti uma versão resumida do texto acima à redação de Zero Hora. Grata surpresa: o jornal publicou minha contestação em sua edição de 02/12/14.
(A foto é do amigo Marcel van Hattem.)
* * *

***Eis o texto de Luis Fernando Verissimo:


A última do Papa Francisco é que nem o Big Bang desmente a teologia nem a teologia desmente o Big Bang. Um cristão pode aceitar a teoria do grande estouro que, segundo a ciência, deu origem ao Universo em um milésimo de segundo, sem abandonar sua crença na existência de um Deus criador de tudo. Pode-se até imaginar uma hipotética conversa do Papa, que o representa na Terra, com Deus, em que Este lhe confidencia:
— Francisco...
— Sim, Senhor.
— O Big Bang... Existiu mesmo.
— O quê?
— Existiu. Não adianta mais negar. A teoria está certa.
— O Senhor tem certeza?
— Meu filho, Eu estava lá.
— Então o Big Bang... foi o Senhor?
— Modestamente...

A Ciência não nos assegura que o Grande Nada que precedeu o Big Bang não fosse o tempo ocioso de Deus, indeciso sobre o que fazer da Sua vida. Crio um universo? Me resigno a esta imensa solidão, por toda a eternidade? E este meu poder sem limites, o que faço com ele? Se posso tudo, por que não fazer tudo? E Deus explodiu, criando tudo.

A vantagem de criacionistas sobre evolucionistas é que a Bíblia, onde está escrito tudo o que um criacionista precisa saber, pode ser lida como verdade incontestável ou como uma coleção de parábolas e metáforas. Assim, trechos que parecem cientificamente improváveis são explicados como sendo em linguagem figurada, com liberdade poética, e os outros, menos fantásticos, como fatos históricos. Não há nem poesia nem certezas iguais nas explicações científicas.

Há pouco uma sonda pousou num cometa e, entre as transmissões que mandou para a Terra, detectaram o que pareciam ser notas musicais. Não eram, mas por um breve instante de encantamento foi lembrada uma ideia antiga, a de um Universo sinfônico, e Deus como uma espécie de Beethoven sideral. O cometa traria, entranhado, algum resto da música das estrelas. Mas o ruído da sonda era só estática. Pena. Seria um ponto para o deslumbramento religioso contra a frieza da ciência.
06 de dezembro de 2014
Colombo Mendes

DA RETÓRICA POLÍTICA: ORIGEM, SENTIDO E ATUALIDADE

Artigos - Cultura

…a autoridade legislativa, ou suprema, não pode arrogar-se o poder de governar por meio de decretos arbitrários extemporâneos, mas está obrigada a dispensar justiça e a decidir acerca dos direitos dos súbditos por intermédio de leis promulgadas e fixas, e de juízes conhecidos e autorizados. Pois, desde que a lei de natureza não é escrita e que, portanto, não se pode encontrá-la senão no espírito dos homens, não será possível, na ausência de um juiz estabelecido, convencer com facilidade de seu equívoco aqueles que – movidos pela paixão ou interesse – venham a citá-la ou aplicá-la erroneamente.”
J. Locke (1632-1704)
        


Introduzida na Grécia continental pela mão de Górgias, a partir da Sicília, a Retórica passou, desde então, a ocupar um lugar privilegiado na educação dos jovens.

Os sofistas, combatidos severamente nalguns diálogos platônicos, eram nesse tempo mestres na arte oratória.

A verdade, para Platão, não pode, contudo, ser dissolvida no jogo das palavras. Havia que ligar, ensinava, o ethos ao logos.
Trata-se de uma história que remonta ao séc. V. a.C., coincidindo com a formação do espaço público no mundo antigo.

Ágora, Cidadania, Felicidade Pública, eis três conceitos incindíveis.
O Estagirita e autor da Ética a Nicômaco viria, por sua vez, a sistematizar os estudos retóricos, retomados mais tarde, com brilho, por Marco Túlio Cícero (estadista e jurisconsulto romano) em obras clássicas de grande fôlego, entrelaçando a nova disciplina com a estética e a dialética.

O seu embate contra Catilina é também uma aliciante defesa da República.  
Na Idade Média, a Retórica entra no currículo universitário como uma das três “artes liberais”, ao lado da Lógica e da Gramática.  

É impossível, desde os dias do reflexivo e profundo Aristóteles, separar a Política da Retórica, vista, em termos simples, como a arte de persuadir e de construir o consenso político, com base num saber sólido e seriamente edificado, cientificamente estruturado, posto que não no sentido “positivista” do termo.

A retórica é intrínseca à formação humanística e ao próprio trabalho da inteligência.
Dela não pode prescindir jamais o “homem excelente”, para usarmos uma apropriada expressão de Ortega y Gasset.

O político tem de ser convincente, claro e objetivo e pugnar, ao mesmo tempo, pelo bem comum. Má oratória, mau político.
Hoje ela renasce, pujante, pelo filtro da Semiótica e dos novos estudos da teoria da comunicação e do marketing. (Para uma instrutiva abordagem, ver http://www.uta.edu/faculty/mputnam/COMS3312/Notes/Ch1.html).  

Seria estultícia recusar a sua elevada posição na escala dos valores humanos.
A política, como no-lo mostrou Hannah Arendt, é a rejeição da força e da violência, que são, antes de tudo, substituídas pela persuasão e pela legitimidade.

A política, neste sentido, é o triunfo da racionalidade. A idade da razão.  
O ponto indiscutível é justamente este: nas sociedades democráticas o poder constrói-se a partir do discurso, do diálogo autêntico e da habilidade retórico-argumentativa; é um poder simbólico, humanizado.

Daí a importância da “arte da argumentação” e da eloquência em geral.
A retórica é uma componente decisiva da educação política.
Jürgen Habermas fala-nos mesmo de uma “teoria da ação comunicativa” e na busca da legitimação pelo consenso, a partir do reconhecimento dos sujeitos comunicantes e do essencial princípio da igualdade.

A democracia requer, portanto, uma “lei da liberdade”, calcada, é certo, no espírito generoso de emancipação. A política tem uma dimensão axiológica que não pode ser subvertida.
A banalização da Política começa precisamente pela banalização da mensagem política.
É muito triste e desolador quando vemos e ouvimos um “político” confuso, com um raciocínio atabalhoado, incapaz, perante o seu interlocutor, de articular um discurso válido, harmonioso, fecundo e convincente.

A imagem que fica, nestes casos, é a de alguém incompetente, mal preparado, não talhado para o mister. A relevância é fundamental.  
Um político sério tem de compreender a natureza da sua arte e conhecer, no mínimo, os segredos e as agruras da sua esfera de ação.

A estratégia política depende em boa medida da retórica. Quer se queira quer não.
No antigo Egito acreditava-se que o poder do faraó era um dom divino, o que lhe conferia faculdades mágicas. Hoje, o poder advém do povo, do consentimento dos governados. Há que conquistá-lo por meios lícitos. Fora disto, estaremos perante uma mera e censurável usurpação, típica das tiranias.

Ler um Chaim Perelman, Wittgenstein ou Umberto Eco é, pois, o melhor investimento para qualquer principiante que queira atingir, com o passar dos anos, um patamar de alguma exigência e credibilidade.

Não se pode saltar etapas. Ganha-se imenso em ouvir também a récita fascinante de J. Huizinga ou em analisar certos discursos políticos, como o “speech” de Gettysburg, pronunciado por Lincoln em 1863.

Aprender, pela mediação de professores autorizados, as ideias de grandes pensadores, como Eric Voegelin, pode ser um exercício gratificante (https://www.youtube.com/watch?v=zxwWtgPEK1Y).

A razão é importante.

Mas o bom político e orador não pode descurar, por outra via, a emoção, que os gregos chamavam pathos. É um aspecto importante.
A paixão cativa os ouvintes; cria uma empatia que facilita sobremaneira a comunicação.  
Os grandes estadistas sempre utilizaram esta espécie de “inteligência emocional” (Daniel Goleman), mobilizando, através de um peculiar carisma, milhares de pessoas à volta das suas causas. À sapiência junta-se, assim, um toque de sedução.

A retórica política não se manifesta unicamente através da fala.
O seu meio normal de expressão é o púlpito parlamentar e o palanque dos comícios, mas isto, que é a regra, nem sempre acontece.

Nos dias que correm, nenhum partido político (competitivo) pode ignorar o papel da televisão, da rádio ou mesmo da Internet, com as suas novíssimas “redes sociais”, nesta era do Youtube, da “blogosfera”e da comunicação planetária instantânea.
Pérez Luño, um dos nomes cimeiros da jusfilosofia hispânica, falaria em cibercidadanía ou cidadania.com.

Muitas vezes, a música e a literatura são também utilizadas como poderosos veículos de comunicação política.
Norberto Tavares, com a verve única do Santiago profundo, foi neste sentido um exímio comunicador e mobilizador de consciências, despertando os seus compatriotas para as questões de democracia, liberdade e justiça. A arte não é neutra.  

Na mesma trilha, embora num contexto político diferente, se situa um Kaká Barbosa, cuja dimokransa, com a sua melodia apelativa, prenhe, aliás, de mordacidade e ironia, é uma crítica à democracia nascente e aos líderes do Movimento para a Democracia, meros representantes, segundo o bardo, de interesses estrangeiros e do, digamos, “capitalismo selvagem”.

No fundo, é a apologia de um modelo econômico autárquico, ao estilo das “sociedades fechadas”.
No Brasil é bem conhecida a ação de Chico Buarque, que tentou deslegitimar a ditadura militar através da música e da poesia revolucionária.

Para Heidegger, a obra de arte desvela, com a centelha pura da sua beleza, a verdade. Revela-nos o Ser.
Mas nem sempre, vale dizer.
A arte pode ser igualmente um fator de manipulação, de alienação, de distorção trágica da realidade.

O regime que os “guerrilheiros” brasileiros queriam implantar, em substituição do statu quo, não era no entanto uma democracia constitucional, mas o comunismo de tipo cubano, o que seria decerto mil vezes pior.

Os trovadores cabo-verdianos fizeram, de resto, a mesmíssima coisa nas vésperas da independência, em 1974/75, atacando o Estado Novo, já moribundo, através dos seus versos e de um cancioneiro forte e politicamente comprometido.

Nem sempre, refira-se, com a lucidez necessária, confundindo, de forma estranha, a conquista da soberania com a liberdade individual. Foi o bonito!
Logo a seguir, foi instalada uma abjecta ditadura, que silenciou os opositores e criou, mediante uma série de leis de excepção, uma polícia política pior do que a antiga PIDE salazarista. Que prendia e torturava sem compaixão.

A pintura e o cinema são outros recursos retóricos, aliás não despiciendos.
A Guernica de Pablo Picasso é um bom exemplo histórico, assim como os famosos filmes de Michael Moore, que, nalguns casos, não passam todavia de propaganda barata e maliciosa contra certos adversários políticos (ver, sobre isso,
http://www.olavodecarvalho.org/textos/1a_leitura_2004_ago.htm).      

Há, de fato, muitas formas de comunicar e passar mensagens, sendo que muitas vezes, à boa maneira de Maquiavel, os fins acabam por justificar os meios.
Por fim, é de extrema utilidade conhecer o contexto. E dominar algumas técnicas fundamentais.

O PAICV, por ex., nunca abandonou a sua natureza revolucionária, apesar de algum verniz de circunstância.
Os seus dirigentes são todos “camaradas”. É assim que se cumprimentam!
Os velhos hábitos infelizmente não foram superados.
Nenhum deles ousa, de resto, criticar Fidel Castro ou o regime comunista cubano,arcaico e repressivo.

Nunca o fizeram, aliás. São compagnons de route.
Humberto Cardoso, num belo editorial publicado neste jornal (Surreal, 19/11/2014), menciona um facto político curioso. O Governo não conseguiu resolver os problemas básicos do país. E o que faz?

O PAICV, ao mesmo tempo em que promove, usando a máquina do Estado, redes de dependência e assistencialismo, fala insistentemente de “empreendedorismo” e coisas afins (clusters, “transformação”, etc.).

É uma retórica interessante! Não se trata, porém, de nenhuma distração.
O que Humberto parece não perceber é a extrema perversidade disso tudo.
Trata-se de uma técnica de manipulação de consciência. De programação neurolinguística.
É a chamada técnicada estimulação contraditória, a qual visa quebrar a resistência psicológica das pessoas a partir da “injeção” sistemática de um conjunto de absurdos.
O psicólogo russo Ivan Pavlov descobrira, com nitidez, este método de subjugação (ver http://olavodecarvalho.org/semana/080314dce.html).

O cérebro humano, a partir de um certo ponto, deixa então de oferecer resistência e a criatura transforma-se, sem o querer, num instrumento dócil de obediência e manipulação. Perde o sentido crítico. É uma festa para os “engenheiros sociais”.

A política é o palco de todas as decisões. Entre o Logos e o Mito.
Mas é preciso saber detectar os sinais e a retórica dos signos profundos.
O lobo cobre-se muitas vezes das vestes do cordeiro.
Quem combate um partido de matriz revolucionária tem de conhecer necessariamente o seu modus operandi.
É um conselho de prudência.  
 
06 de dezembro de 2014
Casimiro de Pina é jurista e autor do livro 'Ensaios Jurídicos: Entre a Validade-Fundamento e os Desafios Metodológicos'.