"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

A CRISE DO CIRCO



15 de abril de 2014
Renato Janine Ribeiro
Valor Econômico

GOLBERY DO COUTO E SILVA, O CONSPIRADOR DA CASA DA BORRACHA

 

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General Golbery do Couto e Silva (à esquerda) e Ernesto Geisel

Golbery do Couto e Silva teve papel destacado no governo dos generais que gostavam dele — Castello e Geisel — e abandonou o de João Figueiredo, em 1981, por discordar da decisão do presidente de acobertar os terroristas de farda que se explodiram acidentalmente em um Puma no estacionamento do Riocentro, aonde foram com o objetivo de amedrontar a audiência de um show de música popular brasileira.

Golbery ajudou a montar a estratégia de devolução do poder aos civis de forma “lenta e gradual”, e os chefes militares dos desastrados do Puma tentavam boicotar o processo de volta à normalidade. Figueiredo, autor da promessa “prendo, arrebento” quem for contra a abertura, cedeu aos radicais.

"CAIXINHA MÁGICA"

 

Fatos. O que eu quero que me deem é isto: fatos. Não me venham com outra coisa; fatos, apenas fatos, são necessários na vida. Você só pode formar a mente de animais racionais através de fatos. Fatos: fora os fatos, nada será de utilidade alguma para ninguém, jamais.

Nos tempos duros da Inglaterra de 1850, esse era o evangelho do professor Thomas Gradgrind, personagem do romance Hard Times e destaque na prodigiosa galeria de tipos humanos criados pelo gênio de Charles Dickens. O professor Gradgrind, punido com um desses nomes que só o humor travesso de Dickens sabia inventar, é um personagem cômico — caricatura de uma Inglaterra que começava a se encantar com as estatísticas e com os esforços para explicar o mundo através de números, sem o contágio da imaginação nem emoções individuais, essas grandes criadoras de desordem na existência humana. Tudo bem. Mas a verdade é que às vezes faz falta “um homem de realidades” como Mr. Gradgrind. Sua presença talvez fosse útil para colocar um mínimo de ordem na babilônia mental que desorganiza o debate público no Brasil de hoje.

Sem os fatos, insistia o professor, não é possível definir as diversas coisas que existem neste mundo — requisito indispensável para separar o verdadeiro do falso. Essa trágica história da compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, pela Petrobras é um exemplo perfeito do descaso pelos fatos. Desde que o escândalo veio a público, assiste-se a um embate em que tudo é dissecado, menos o que, no fim das contas, realmente interessa; é como a leitura de um prefácio maior que o livro.

A presidente Dilma Rousseff estava certa ou errada em sua conduta quando presidia o Conselho de Administração da Petrobras, em 2006, ocasião em que a empresa comprou por 360 milhões de dólares a metade de uma refinaria que, no ano anterior, havia sido adquirida por cerca de 40 milhões pelos vendedores? Estava meio certa? Meio errada? Certa e errada ao mesmo tempo? De quanto é a sua culpa nesse desastre — 10%, 25%, 50%? E por aí se vai, com questões e mais questões, numa conversa inútil que talvez só acabe no dia do Juízo Universal.

A conversa é inútil porque não é preciso gastar um único neurônio com toda essa metafísica; basta ficar nos fatos e tudo se resolve em menos de um minuto. Com os fatos se chega à definição mais clara do que realmente aconteceu: aconteceu, em português corrente, a transferência de 360 milhões de dólares pertencentes à população brasileira para o bolso de uns vagos belgas, donos de uma certa Astra Oil, em troca de um ativo que um ano antes fora negociado por uma soma nove vezes menor.

Com a definição, tornou-se possível separar num instante o verdadeiro do falso. Os fatos mostram que é verdadeiro afirmar: “A presidente Dilma Rousseff cometeu um desatino que ficará registrado na história nacional da incompetência”. Os mesmos fatos mostram que é falso afirmar qualquer outra coisa. É tudo muito simples. Dilma, após oito anos de um silêncio de cemitério, afirmou ao público brasileiro que não recebeu, na ocasião da compra, dados certos e completos por parte da direção executiva da estatal, o grupo que realmente cuida de suas operações — e que não teria dado sua aprovação ao negócio se soubesse direito as condições reais em que ele fora realizado. Fim da história: a presidente confessou que não sabia o que estava fazendo.

Discutir mais o quê, depois disso? Em sua desafortunada reunião, Dilma e os conselheiros da empresa receberam um cadáver; mas não perceberam isso, e não mandaram o defunto para o necrotério, nem chamaram a polícia. Na verdade, quem sempre soube de tudo, e escondeu, foi a direção executiva da Petrobras, toda ela ligada ao PT e à “base aliada” do então presidente Lula.

Obviamente, como costuma acontecer nessas desgraças, se­guiu-se um filme de terror, no qual a cena mais emocionante foi a descoberta de que a Petrobras ainda tinha de pagar, pelo contrato, mais uns 800 milhões de dólares a esses admiráveis homens de negócio da Bélgica. Ao saber do desastre, ainda como ministra, Dilma não quis pagar. Infelizmente, suas ordens não valiam e continuam não valendo nada nos Estados Unidos; o caso foi para a Justiça americana, que deu razão à Astra Oil.

Providências? Zero. Quando descobriu as cláusulas lesivas à empresa, em 2008, o que ela fez contra os responsáveis? Nada. E depois, como presidente da República? Nada. O ato final é a presente palhaçada do governo para impedir a investigação da história pelo Congresso.

Fiquemos nos fatos — e nessa caixinha mágica de Brasília, da qual saem tantas lições. No caso, aprendemos que o bom, no negócio da refinação, não é refinar petróleo — é vender refinarias para a Petrobras.

14 de abril de 2014
J.R.GUZZO, Veja

JOAQUIM BARBOSA PRECISA CONHECER O VIDEO DE ESTRÉIA DE RODRIGO GRASSI

O meliante homiziado no Congresso ordena ao ministro que passe o Carnaval no Bola Preta

https://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=J7gLogyKcOk&list=UUK8-5Wsf5b9Y8uYbMre4Gtw

Depois de processar o jornalista Ricardo Noblat por ter enxergado uma ofensa racista que não houve, o ministro Joaquim Barbosa preferiu não escutar insultos criminosos berrados a poucos metros dos seus ouvidos por Rodrigo Grassi, assessor da deputada federal Erica Kokay. “Nem notei”, minimizou Barbosa.
“Quando fui notar, já estava dentro do carro. Foi quando eu vi que eram três, quatro pessoas se manifestando. O Brasil é uma democracia, faz parte das liberdades”. 
A brandura do ministro animou a parlamentar do PT do Distrito Federal a absolver liminarmente o subordinado.

“Ele não estava em horário de trabalho”, alegou a chefe do caso de polícia. ”Não vou entrar no mérito se ele agiu corretamente. O que posso dizer é que não estava em horário de trabalho e nem estava representando o gabinete. Ele só representa quando está a serviço. E ele cumpre sua jornada de trabalho absolutamente dentro daquilo para o que é contratado”. 
Conjugados, o equívoco de Barbosa e o cinismo da deputada autorizam um funcionário do Congresso a agir, assim que o expediente termina, com a selvageria dos bucaneiros de torcida organizada.

O que muda é o alvo: em vez de adversários do seu time, o torcedor do Fluminense atacou o chefe do Poder Judiciário. Como atesta o vídeo que documentou a agressão, o ministro foi provocado com palavras de ordem que celebram o presidiário José Dirceu e acusado aos gritos de projeto de ditador, autoritário, tucano e corrupto.
Pela reação misericordiosa, não ouviu nada de mais. Talvez mude de ideia, e descubra que está lidando com um reincidente sem cura, depois de apresentado ao vídeo acima, que registra a estreia de Rodrigo Grassi no combate ao inimigo de toga.
Embora tenha sido divulgado antes da agressão ocorrida em Brasília, só virou sucesso de público na internet quando o protagonista pousou no noticiário político-policial.
 
Batizado de “Recado pro Joaquim Barbosa”, assim começa o desfile de abjeções: 
 
“Eu queria mandar aqui um recado pra o ministro Joaquim Barbosa, o Batman da VEJA, das elites e da Rede Globo: Oh, ministro, quer dizer então que o único que detém saber jurídico, o único que vota de acordo com o jurisdiquês é o senhor? Quer dizer então que quem votar em desacordo com Vossa Excelência é político, é isso? Seu autoritário!”.
 
Sem camisa, de óculos escuros, carregando no sotaque carioca, o quarentão que prolonga os fios traseiros para disfarçar o desmatamento dos cabelos da frente sublinha o falatório com o tom cafajeste dos que se julgam condenados à perpétua impunidade:
 
“Outra coisa: já que o senhor é o bonzinho, o senhor é o santinho, explica aí para a sociedade como foi que o senhor comprou à vista um apartamento, um milhão de dólares, em Miami? Explica aí que o senhor se apropriou do endereço do seu apartamento funcional para criar uma empresa particular. Explica, ministro! Explica também como é que o senhor tem utilizado as passagens aéreas do Supremo para o senhor, para a sua esposa, para eventos que nada têm a ver com o Supremo. Explica, ministro!” 
 
O atrevimento chega ao climax no fecho nos segundos finais:
 
“Então, senhor ministro, tá brabinho? Tá com raivinha?. Vai pular o Carnaval. Aproveita o Carnaval aí. Pega uma daquelas máscaras de Vossa Excelência que ficou encalhada, que ninguém quis comprá lá e vai cantá lá: Lugar quente é na cama ou então no Bola Preta. Quebrou a cara, seu coxinha!”
 
Especialmente sensível a insinuações racistas, Joaquim Barbosa decerto enxergará o que está embutido na escolha do bloco carnavalesco. O delinquente sustentado com o dinheiro dos pagadores de impostos poderia ter sugerido, por exemplo, a Banda de Ipanema. Não foi por acaso que ordenou ao ministro que se juntasse ao Bola Preta. Gente assim parece perigosa, mas nem precisa de castigos duros para ficar exemplarmente mansa. A valentia dos rodrigos grossis não dura mais que uma semana na cadeia.

14 de abril de 2014
Augusto Nunes, Veja

BRASIL SE TORNA SÓCIO DAS LAMBANÇAS DA TIRANIA CUBANA

 

Como vocês sabem, o governo do PT já tem uma grande obra portuária, certo? Em Cuba! Aliás, o PAC que verdadeiramente funciona é este: “Plano de Apoio a Cuba” — ou, mais precisamente, à ditadura cubana, já que aquele pobre país continua vítima de uma tirania asquerosa — um dos poucos das Américas que ainda prendem pessoas por delitos de opinião. Os outros são Venezuela, Bolívia e Equador, todos eles “companheiros dos companheiros”, todos eles apoiados incondicionalmente pelo governo brasileiro.
 
Eis aí: o BNDES enfiou US$ 682 milhões no porto de Mariel, em Cuba — inaugurado por Dilma Rousseff em janeiro deste ano —, e o tirano Raúl Castro usou aquela estrutura para tentar vender armas à Coreia do Norte. Não! Mude-se o verbo: o certo não é “vendeu”. O anãozinho comprovadamente assassino, que tiraniza a ilha, usou uma obra financiada pelo BNDES para fazer tráfico internacional de armas.
 
É um vexame internacional! O Conselho de Segurança da ONU tem tudo documentado. Havia a clara orientação, como informa a reportagem de Gabriel Castro (post anterior) para esconder a operação. Não fosse o flagrante dado pelo governo do Panamá quando o navio atracou no porto de Manzanillo, no lado atlântico do canal, a ditadura do outro anãozinho tarado, Kim Jong-un, teria recebido a carga, contrariando leis internacionais. O que isso significa? Ao financiar um porto em Cuba, contribuindo para romper o relativo isolamento do regime ditatorial, o Brasil se torna uma espécie de sócio de suas bandalheiras.
 
Estamos diante de mais uma evidência de desastre da política externa brasileira. E não adianta vir com a história de que o Brasil não pode se responsabilizar pelas porcarias feitas pelo governo cubano. Quem mete a mão em cumbuca sabe que está correndo risco. O pretexto supostamente meritório para financiar o porto de Mariel é humanitário. Vejam lá o que Raúl Castro está fazendo com a generosidade brasileira.
 
O chato é que a tramoia está devidamente documentada no Conselho de Segurança da ONU, aquele mesmo órgão em que o Brasil anseia um assento permanente. Dá para entender por que ele não vai chegar tão cedo?

14 de abril de 2014 
Reinaldo Azevedo

BRASIL, O PAÍS DO FUTEBOL


 
Nenhum prêmio Nobel.
Nenhum Oscar.
Nenhum destaque em ciências, economia, medicina.
Segurança em frangalhos.
Saúde na UTI.
IDH batendo recordes negativos.
Educação sempre entre os últimos do planeta.
Analfabetismo.
Insegurança social e jurídica.
Roubo.
Corrupção.
Bandalheira.
Infra estrutura sucateada.

Povo tolo, festeiro e carnavalesco.

É...
Sobrou apenas a bola para ufanar um povo "brasileiro com muito orgulho e muito amor!!!"
Afinal, futebol não se aprende na escola e qualquer idiota acredita que sabe tudo no assunto.
 
14 de abril de 2014
omascate

DOIS MESES E MAIS UM CRIME CRUEL VIRA ESTATÍSTICA


A pouco mais de uma década, às vésperas do Ano Novo de 2002, bandidos atacaram meu amigo Albino Lautert em seu mercado no bairro Leopoldina. Um desnecessário tiro - o bandido covardemente atirou sem que tivesse ocorrido qualquer tipo de reação por parte do assaltado - e um longo processo de recuperação. Tratamento caro, fisioterapia dolorida. Qual punição foi imposta ao meliante? O desgosto de "não ser notícia", pois nunca foi identificado, muito menos responsabilizado por seu crime. 

Depois de demorada recuperação, em 14 Fev 2014 voltam os bandidos e repetem seu ato covarde, dessa vez, com fatídico sucesso. Abrigados pela impunidade e incompetência governamental, continuam livres para cometer novos crimes, privar outras famílias de seus entes queridos e zombarem dos idiotas que sustentam essa situação com os impostos que lhes são extorquidos para sustentarem um Estado caríssimo e inepto.

O jornal Zero Hora, que divulgou o crime, noticiou também que aparentemente um dos criminosos - posteriormente identificado como Wilson Luis Rosa Cruz (28 anos) - morreu nas proximidades do fato. Vi preocupação da polícia em investigar como ocorreu essa morte (do suposto bandido - suposto por não haver certeza de que tenha efetivamente participado da morte de meu Compadre).
Dois meses já se passaram e o assunto foi esquecido. Aos familiares e amigos do morto somente restou a lembrança.

Certamente o "Leviatã Brasileiro" - incompetente aleijado moral que só se presta à parte boa de suas funções: arrecadação compulsória e cada vez maior de impostos e taxas - sentirá somente a falta de mais um 'otabuinte' (contribuinte otário) dos muitos que são extorquidos diariamente em taxas, tributos, impostos, contribuições e outras denominações dadas ao roubo do que produzem, para que seja feita a "distribuição de renda" na forma de simples e mera compra de votos, para manter os patifes de sempre empoleirados no poder.

Em meados de 2006, perdi outro Amigo, também vítima de assaltantes. Antonio Carlos Correa de Moraes foi também covardemente assassinado ao defender sua filha de um assalto. Outro amigo comum, o cantor e compositor Miro Saldanha conseguiu expressar em dolorosa poesia, os sentimento de dor, insegurança, e impotência que afligem as vítimas da violência urbana, cada vez maior, e a insensibilidade do restante da sociedade, que segue sua vida bovinamente esperando que "alguém" resolva mais esse problema.

O fato se mostra mais grave, na medida em que a polícia é tolhida no cumprimento de seu dever por falta de incentivo e investimentos pelo seu chefe maior, que procura utilizá-la somente em proveito de seus objetivos políticos; e os cofres públicos já foram devidamente esbulhados pela distribuição de recursos aos "cumpanhêrus" de várias estirpes.

As mortes se sucedem em um redemoinho de violência, as vítimas transformadas em meros números de estatísticas manipuladas para dar uma falsa sensação de "diminuição da criminalidade" e poucos autores de crimes são identificados por uma instituição policial cansada de "enxugar gelo".
Menos ainda o número dos que, levados às barras dos tribunais, são efetivamente punidos.
A recente elucidação da morte de um conhecido publicitário confirma isso. O assassino é um bandido condenado à reclusão, que deveria permanecer preso até o ano de 2039, mas que encontrava-se em liberdade por inoperância, cretinice, safadeza e muitos outros adjetivos de conotação negativa que podem ser atribuídos ao sistema penal vigente no país. 

Enquanto a sociedade vive o terror diário, outro tipo de bandidos, encastelados em cargos públicos - e regiamente pagos com verbas extorquidas da minoria contribuinte por meio de taxas e impostos - volta suas preocupações para as condições sanitárias dos presídios e para a impossível "ressocialização" da bandidagem, com o apoio e divulgação por parte de uma imprensa comprometida com a desinformação e alienação da sociedade.
Esses mesmos canalhas apresentam, como resposta oficial ao crescimento da criminalidade, campanhas cretinas de desarmamento dos cidadãos de bem e recomendações para que ninguém reaja aos bandidos.
Temos assim, que o "Leviatã Tupiniquim" arrecada tudo que pode da sociedade (exercendo toda sua fúria contra quem se nega a contribuir com sua fome imoral por verbas do povo) mas na hora de proporcionar segurança a essa mesma sociedade - apenas UM dos diversos direitos a que essa sociedade faz jus - recomenda que os cidadão se deixem abater como gado no matadouro! 

Patifes, Canalhas, Imorais, Incompetentes, Biltres, Pulhas, Velhacos, Infames, assim devem ser tratados todos esses Cafagestes que assim agem!

Os bandidos que tem apanhado da população tem tido muito melhor sorte que os cidadão mortos nas ações dessas "vítimas da sociedade", que sempre encontram canalhas de sua mesma laia para lhes advogar direitos superiores aos demais cidadãos, aos quais só resta 'pagar a festa'.
 
Só nos resta amaldiçoar as autoridades que se tornam ilegítimas por sua completa inutilidade, e por só enxergarem os cidadãos de bem como fonte inesgotável de recursos a serem roubados!
14 de abril de 2014
in mujahdin cucaracha

NEM TUDO É O QUE PARECE. O QUE É IMPORTANTE PARA A IMPRENSA?

Há coisas que só podem ser entendidas e explicadas bem  a posteriori. No mundo atual em que a informação - nem sempre completa - circula com velocidade vertiginosa, muitas vezes somos tentados a ter uma explicação para tudo.
Isto, somado ao fato de que os meios de comunicação social nem sempre se interessam em divulgar todos os fatos em sua plenitude, por entender que alguns outros fatos devem ter prioridade de divulgação; por que alguns não proporcionarão audiência, e retorno financeiro; ou para não afetar interesses de aliados, financiadores, etc.

Assim, tendemos a interpretar os fatos da forma como eles se nos parecem. E muitas vezes caímos em erro!
 
Há algum tempo, o senhor Francisco Scarpa Filho, conhecido por "Chiquinho Scarpa" - um famoso endinheirado -, proclamou seu desejo de imitar os faraós egípcios que enterravam suas riquezas e sepultar um valiosíssimo automóvel em seu jardim.
O fato causou enorme repercussão, chamando a atenção de praticamente todos os órgãos da mídia e provocando grandes discussões na sociedade a respeito do enorme desperdício financeiro que se prenunciava.
 
Confesso que tive vontade de expressar minha opinião "pré-conceituosa" a respeito do que me pareceu mais uma futilidade do ricaço que aparentava não saber bem o que fazer com sua riqueza. 
 
Na data aprazada, em setembro de 2013, um número enorme de equipes jornalísticas compareceu à casa do milionário para fazer a cobertura do "evento". "Chiquinho Scarpa", então, surpreendeu a todos anunciando que o carro não seria "sepultado" pois tudo aquilo era somente uma forma de promover a doação de órgãos - riqueza que poderia ser usada em prol da vida humana e que se perde ao ser sepultada por ocasião da morte. 
 
Eu fui julgado por querer enterrar uma Bentley, mas a verdade é que a grande maioria das pessoas enterra coisas muito mais valiosas que meu carro. Elas enterram corações, rins, fígados, pulmões, olhos. Isso sim é um absurdo. Com tanta gente esperando por um transplante, você ser enterrado com seus órgãos saudáveis que poderiam salvar a vida de várias pessoas, é o maior desperdício do mundo. O meu Bentley não vale nada perto disso. Nenhuma riqueza, por maior que seja, é mais valiosa que um único órgão, porque nada é mais valioso do que uma vida", anunciou Scarpa.
 
Me senti gratificado por não ter manifestado minha repulsa contra o que, no princípio, tinha me parecido uma grande demonstração de falta de noção de cidadania do magnata. E ele, que me era totalmente indiferente, passou a ter minha admiração.


Nesta semana, teve grande divulgação uma "prova" aplicada a alunos do ensino médio no Distrito Federal. Nela são utilizando termos de uma música popular e sua cantora é adjetivada como "grande pensadora contemporânea".


O tema repercutiu muito na internet, desencadeando reações diversas. Houve reuniões de pais e mestres para discutir o assunto.
Cobranças às autoridades e indignações às centenas, ou milhares. Segunda ou terça-feira, ouvi o Professor de Filosofia Antônio Kubitschek, responsável pelo ato, em uma entrevista radiofônica.
 
Explicou ele que a questão se inseria no tema "Como a Imprensa Vai à Escola?" que ele desenvolve com seus alunos.
 
Entende o Professor que a Imprensa em geral só se interessa pela Escola, ou pela Educação, quando há fatos negativos para noticiar - ele não citou, mas ouso lembro alguns desses "temas" ultimamente noticiados: brigas entre alunas, tráfico de drogas na porta dos estabelecimentos, estupros em banheiros, falta de professores, violência de alunos contra professores, mau estado das instalações escolares, e por aí vai. “Muitas vezes, acontecem coisas positivas no colégio, como uma exposição de fotografias que realizamos na escola, e apesar de anunciarmos à mídia, ninguém da imprensa foi lá mostrar”, criticou ele (talvez os termos que ele usou não tenham sido exatamente estes, mas a ideia certamente é essa). 
 
Me atrevo a citar prêmios obtidos por alunos de ensino médio brasileiros em competições internacionais de Química e Física, Robótica, e Matemática que nunca tiveram seus feitos noticiados, ou que dos quais só tomaram conhecimento as pessoas de seus círculos de amizade. Nem vou citar bons resultados de alunos do Sistema Colégio Militar por que esses, já se acostumaram com o desprezo da mídia nacional somente pelo fato de pertencerem a uma instituição que carrega o terrível epíteto de "militar".
 
Pois bem, explicado o fato, peço que meus leitores façam como eu fiz. Busquem na internet as notícias sobre ele e terão como resposta: 
 
1. se procurarem "prova popozuda", 367.000 resultados em (0,32 segundos);
 
2. se procurarem "Antonio Kubitschek", 1.800.000 resultados em (0,35 segundos).
 
Obviamente, não li todas esses resultados, mas os inicialmente apresentados ocupam-se, todos, sobre se a cantora Valesca Popozuda é ou não uma "grande pensadora", com direito até mesmo, a entrevistas com a própria onde ela manifesta sua opinião.
 
Pode então, o digno professor do Distrito Federal orgulhosamente afirmar que sua teoria está correta, CQD ("como queríamos demonstrar"). 
 
A chamada "grande Imprensa" efetivamente não tem interesse algum pela Escola/Ensino, muito menos por alguma crítica contra ela, Imprensa, vinda do segmento escolar ou de qualquer outro!
Como escrevi no início, ha coisas que só podem ser compreendidas depois que acontecem. As ações de "Chiquinho Scarpa" e do Professor Antônio Kubistchek são algumas delas. Suas atitudes, em princípio incompreensíveis, depois tornaram-se perfeitamente fundamentadas e coerentes com o fim a que se destinavam.

Por outro lado, atitudes como a da chamada grande mídia, que dá importância ao que não tem importância ou que possui importância relativa em detrimento do que efetivamente nos interessa continuam incompreensíveis. 

Podemos citar algumas coisas que enchem os jornais e programas jornalísticos de rádio e televisão, como futilidades do mundo das artes e do futebol (o Neymar anda "pegando" quem mesmo?), o acidente do avião malasiano, as peripécias de Putin na Criméia e adjacências (alguém já foi conferir no mapa, onde fica a Criméia?), a crise econômica grega, a perseguição aos militares malvados que consumiram com 200 ou 300 meliantes no século passado, e por aí vai. 


Enquanto que, por aqui, nunca mais se ouviu falar sobre as investigações e/ou processo contra a dona Rosemery Noronha (a amiga "íntima" do ex presidente, lembram?), as investigações e/ou processo contra quem matou e quem financiou a morte do cinegrafista da Bandeirantes, a cassação das medalhas militares  concedidas a bandidos condenados, as denúncias de possíveis fraudes nas urnas eletrônicas, as buscas do avião sumido no Pará, o aumento dos crimes contra a vida e sua impunidade (apesar de ser recorrente vermos autoridades omissas e policiais, covardes e incompetentes, incentivando o desarmamento do cidadão e recomendando a não reação aos meliantes), o empréstimo de vultosas quantias a países governados por ditadores, que nunca terão retorno (pelo menos não ao Tesouro), a violência política que massacra a sociedade venezuelana (a Venezuela, vizinha limítrofe, está nos devendo o pagamento de sua parte na Refinaria Abreu e Lima - mais um "negócio da china" promovido pela quadrilha do Nove Dedos) e tantos outros temas que nos dizem respeito diretamente.

Quando chegará a hora de podermos compreender a real motivação disso tudo?
 
14 de abril de 2014
in mujahdin cucaracha

O REGIME MILITAR SALVOU O BRASIL DE SE TORNAR UMA GRANDE ANGOLA


Mas não se deve combater o mito guerrilheiro com outro mito — o do Exército salvador da pátria, que, a cada ameaça comunista, é chamado a salvar a democracia a golpes de Estado
 
E assim foi preso Carlos Marighella, que ficaria internacionalmente famoso como autor do “Manual do Guerrilheiro Urbano”: em vez de encontrar Taciano Fernandes, companheiro de subversão, preso às duas e meia da madrugada, seu infeliz encontro em Santa Teresa, pouco depois das seis horas da manhã, foi com um “magote de policiais que voaram em sua direção como a tarrafa sobre o cardume”, na descrição de seu biógrafo Mário Magalhães. 
 
Foi jogado num carro, já apanhando, e levado para a Polícia Central do Rio de Janeiro, onde foi recebido com murros no rosto, no peito e nas costas, em meio a impropérios.
 
Ao ser entregue ao chefe de Segurança Social, Serafim Braga, recebeu mais uma rodada de golpes: socos no estômago e pancadas de canos de borracha, em meio a perguntas para que delatasse seus companheiros.
Não satisfeitos, seus algozes passaram a açoitá-lo nos rins, nas costas e nas nádegas.
 
Cinco sessões de espancamentos depois”, conta Mário Magalhães, “encaminharam o comunista renitente para uma sala exclusiva para tortura”, onde nada lhe foi dado para comer, até que, no início da tarde, o chefe de Segurança Política, Antônio Emílio Romano, “comandou outra sova concentrada na cabeça: o sangue escorreu pelo nariz e Marighella desmaiou”.
 
Depois de um curto descanso da tortura, enquanto policiais vasculhavam a casa onde morava de aluguel, Marighella voltou a sofrer novo corretivo. Depois de 12 horas dessa tortura inicial na Central de Polícia, seus captores desistiram de arrancar-lhe qualquer informação relevante e ele foi levado para o terror de todos os subversivos — o quartel do Morro de Santo Antônio, espécie de sétimo círculo do Inferno de Dante.
 
Tão logo foi jogado para fora do carro no pátio mal iluminado, Marighella foi cercado por investigadores com seus cigarros acesos.
Como demônios à roda, envoltos na fumaça do tabaco, que Marighella detestava, recomeçou a tortura: murros, pontapés e a brasa dos cigarros queimando a pele.
Para completar, um alfinete de gravata foi enfiado em seus dedos, debaixo das unhas, uma por uma, metodicamente, até chegar à última, deixando suas mãos completamente ensanguentadas e inchadas.
Como se não bastasse, os torturadores agarraram seus testículos e, a cada pergunta não respondida, apertavam com mais força. A dor se tornou insuportável e Marighella desmaiou. Já era madrugada de sábado e estava sem comer desde a manhã de sexta-feira.
Mesmo assim, a manhã o aguardou com novas mudanças de cárcere e, em cada uma delas, mais espancamentos: murros, pontapés, cassetes, canos de borracha. “A dor lancinante de uma hérnia, castigada pelos golpes, quase o enlouqueceu”, conta Mário Magalhães.
 
Carlos Marighella foi apenas um dos muitos prisioneiros políticos destroçados pela tortura, como mostra seu biógrafo ao descrever o martírio de outros torturados: As paredes do quartel da Polícia Especial haviam ensurdecido com os berros desesperados de Arthur Ewert, cuja loucura provocada pela truculência já se manifestava. Para tentar salvar o alemão Ewert das torturas, o advogado Heráclito Sobral Pinto invocou a lei de proteção aos animais, mas pouco adiantou.
 
O preso político ficou confinado durante dez anos nas prisões brasileiras e, quando enfim foi libertado, já estava irremediavelmente louco e terminou seus dias num hospital psiquiátrico da Alemanha, seu país natal.
Já o norte-americano Victor Allen Baron, operador de rádio que tinha sido enviado pelo Komintern para fazer a Revolução, foi poupado da loucura: depois de ter sido destroçado pelos torturadores, foi atirado do terceiro andar do presídio onde estava sendo interrogado, numa simulação de suicídio.
 
O nazismo verde-oliva dos “Comitês de Vingança”
 
Mas engana-se quem pensa que essas torturas bárbaras tiveram lugar após o dia 31 de março de 1964, que inaugurou, há exatos 50 anos, o regime militar no Brasil, reduzido por historiadores e formadores de opinião à pecha de “ditadura militar”; na verdade, essas torturas sofridas por Carlos Marighella e seus camaradas de comunismo ocorreram não em 1964, mas entre o final de 1935 e o início de 1936, durante o governo de Getúlio Vargas — o caudilho respeitado por Lula e pelo PT, cuja ditadura sanguinária passou para os livros de história como “Revolução de 30”.
Corretamente, por sinal, pois Vargas foi muito mais do que um mero ditador — com truculência e paternalismo, ele consolidou a República, que não passava, até então, de uma infeliz quartelada. De modo análogo, o regime militar de 1964 criou o Brasil moderno, urbano, expandindo a educação básica, o ensino universitário e lançando as bases da pesquisa científica no Brasil.
 
Por isso, as “Comissões da Ver­da­de” que se espalham pelo País afora não passam de Comitês de Vingança, ocupados em distorcer a história para engendrar, dentro dela, uma espécie de nazismo verde-oliva, representado pelos militares que salvaram o Brasil do terrorismo crônico ou da guerra civil em 1964.
As novas gerações foram e continuam sendo forçadas a pensar que os governos militares pós-64 são a síntese de tudo de ruim que aconteceu na história do Brasil e que nada houve pior do que isso.
A se crer no tom horrorizado com que os formadores de opinião repetem a expressão “ditadura militar”, tem-se a im­pressão de que nem mesmo a escravidão se igualou em crueldade ao regime instaurado no País em 64.
O regime militar tornou-se uma espécie de marco zero da iniquidade nacional, projetando sua sombra devastadora no passado e no futuro, como se fosse responsável retroativamente pelo extermínio dos índios pelos bandeirantes, a escravidão do negro pelo português e até, projetivamente, pelos escândalos de corrupção que continuam assolando a República.
 
Prova disso é que a ditadura civil de Getúlio Vargas tem um tratamento muito diferente nos livros de história e nas páginas dos jornais. Enquanto o golpe de Estado de 24 de outubro de 1930, que depôs o presidente Washington Luís, é retratado como “Revolução de 30”, o golpe de Estado de 31 de março de 1964, que depôs o presidente João Goulart, é reduzido a epítetos como “Ditadura Militar” e “Anos de Chumbo”.
Mas quem entregou Olga Benário, grávida, para as fornalhas nazistas não foram os militares de 1964, mas o ditador Getúlio Vargas, quando combatia a Intentona Comunista de 1935.
O que não impediu Luiz Carlos Prestes, o santo comunista de Jorge Amado, de inocentar Getúlio Vargas com seu apoio político, pisoteando e cuspindo na memória da mãe de sua filha Anita Leocádia, hoje historiadora, que, por sorte, escapou da morte.
 
O comunista Prestes e sua sentença desumana
 
Se tucanos e pefelistas não padecessem de ingenuidade ideológica, o escopo investigativo da Comissão da Verdade teria retroagido a 1930 e, então, o Brasil saberia como é gélido o coração da ideologia de esquerda, que ama a abstração da humanidade com tanto fervor que não hesita em sacrificar o ser humano concreto que não se encaixe nesse ideal de perfeição.
 
Apesar das torturas que seus camaradas padeceram nas garras da polícia do Estado Novo de Vargas (da qual ele próprio fora poupado, por ser militar) e da prisão da judia Olga Benário, sua mulher, entregue aos nazistas aos sete meses de gravidez, Luís Carlos Prestes perdoou Vargas em nome do ideal comunista desossado de gente, por isso sempre pronto a saltar por cima de cadáveres.
 
Em 23 de maio de 1945, num comício no Estádio do Vasco da Gama, no Rio de Janeiro, depois de nove anos preso, Prestes defendeu a união nacional em torno do ditador Getúlio Vargas e disse que defender sua saída do poder, como pregavam os setores democráticos, seria uma deserção e uma traição.
 
Dias depois, em 15 de julho de 1945, desta vez no estádio do Pacaembu, em São Paulo, Prestes voltou a defender Vargas, seu velho algoz, chamando de fascistas todos aqueles que criticavam o ditador e defendiam o fim de seu regime para que fosse eleita democraticamente uma Assembleia Nacional Cons­tituinte.
Prestes, ao contrário, queria uma Constituinte com Vargas no poder, algo como uma Constituição de 88 tutelada por um presidente militar.
O entusiasmo com que defendia o caudilho gaúcho dividiu o próprio Partido Comunista. Alguns de seus camaradas não conseguiam entender como um homem como Prestes, que tinha sido preso por Getúlio e vira sua mulher judia ser entregue grávida à Alemanha de Hitler, sucumbindo ao nazismo, podia, naquele momento, transformar-se em arauto do ditador, tentando evitar a derrocada de seu regime, a ponto de apoiar uma Constituinte tutelada.
 
Mas não foi apenas a memória de Olga Benário que a ideologia comunista matou com a sua indiferença pela vida humana.
Antes de ser presa, a cúpula do Partido Comunista (PC) executou Elza Fernandes, uma pobre moça do interior que, aos 16 anos, se tornara amante de Miranda, então secretário-geral do partido.
Desconfiado de que ela estava sendo usada pela polícia para caçar e prender seus camaradas de partido, Luiz Carlos Prestes lavrou a sentença de morte da Garota, como Elza era conhecida.
Como seus camaradas hesitassem em executar a sentença, Prestes escreveu-lhes um duro bilhete, chamando-os de medrosos:
Fui dolorosamente surpreendido pela falta de resolução e vacilação de vocês. Assim não se pode dirigir o Partido do Proletariado, da classe revolucionária. (...) Por que modificar a decisão a respeito da ‘garota’? Que tem a ver uma coisa com a outra? (...) Com plena consciência de minha responsabilidade, desde os primeiros instantes tenho dado a vocês minha opinião quanto ao que fazer com ela. Em minha carta de 16, sou categórico e nada mais tenho a acrescentar”.
 
Diante da determinação do líder maior do Partido Comunista, Elza foi transferida para uma casa num local ermo de Deodoro, subúrbio do Rio de Janeiro, e a sentença foi executada por quatro membros do partido.
Depois de, inocentemente, fazer café para os companheiros, ela foi estrangulada com uma corda e seu corpo foi quebrado ao meio, até que os pés se juntassem ao pescoço, para que coubesse dentro de um saco e pudesse ser enterrada no quintal da casa. Estava cumprida a vontade de Luiz Carlos Prestes, o Cavalheiro da Esperança, um dos heróis da Comissão da Verdade.
Em seu favor, não se pode alegar nem mesmo o medo da tortura ou da morte, já que era um soldado tarimbado e, como se veria depois, foi preso com toda a dignidade de um comandante, sem passar pelas agruras dos companheiros de infortúnio.
 
O genocídio comunista no Araguaia
 
No caso dos demais comunistas, candidatos a passar pelo que Carlos Marighella passou nos porões da ditadura Vargas, é até compreensível que eles quisessem afastar todas as possíveis causas de sua prisão.
E se Elza Fernandes, com sua ingenuidade facilmente manipulável pela polícia, era uma dessas causas, quem pode acusá-los por tentar salvar a própria pele esfolando a pele de terceiros?
Confesso que até entendo o desespero dos subversivos políticos que, perseguidos pela polícia e temendo a tortura e a morte, entregavam um companheiro ou até mesmo o eliminavam, numa tentativa desesperada de sobrevivência.
O que não se pode admitir é que, mesmo depois desse tipo de experiência, várias vezes repetida na história, a esquerda jamais aprenda com seus próprios erros e continue glorificando a luta armada, como se fosse possível construir uma sociedade perfeita regada com o sangue de inocentes.
 
Com base nessa arrogante cegueira ideológica, que desconsidera as fragilidades do homem concreto, a esquerda cria mitos — como o nazismo verde-oliva que vai sendo imposto pelas Comis­sões da Verdade. Ao mesmo tempo, como contraponto a essa crueldade nazista dos militares, engendra-se, também falsamente, o impoluto idealismo da geração de guerrilheiros que combateram o regime, hoje transformados em verdadeiros santos nas páginas dos jornais e nos livros de história.
 
Já escrevi e repito: o regime militar de 64 é a muleta moral dos intelectuais de esquerda — eles o acusam de todos os crimes para melhor acobertarem os próprios.
 
Começando pela guerrilha urbana e rural, o crack da época, que aliciava adolescentes e jovens doidivanas para uma luta obviamente suicida, cujos mortos deveriam pesar não apenas nos ombros de seus torturadores e assassinos, mas também na consciência dos velhos dirigentes comunistas do PCdoB — diretamente responsáveis pelos mortos na Guerrilha do Araguaia.

Só mesmo a insanidade ideológica para levar um grupo de intelectuais a acreditar que seria possível fazer a revolução comunista num País de 8,5 milhões de quilômetros quadrados e 70 milhões de habitantes a partir do voluntarismo de 98 guerrilheiros, praticamente sem armas, perdidos no meio da selva, na maioria estudantes universitários urbanos, muitos dos quais nunca tinham tomado nem banho frio na vida.
O modelo era a Grande Marcha de Mao Tsé-Tung. Mas o Oriente é outro mundo e a China faz fronteira com a Rússia, o que facilitava o apoio de Stálin à guerrilha maoísta. Como contam Jon Holliday e Jung Chang na biografia “Mao: A História Desconhecida”, a União Soviética tinha homens em todas as principais cidades chinesas e fornecia armas, remédios e informações essenciais para a sobrevivência do Partido Comunista Chinês.
 
O perigoso maniqueísmo ideológico
 
Com base nesse aparato bélico e de espionagem, os soviéticos conseguiam sublevar camponeses em diversas províncias chinesas e, antes mesmo de Mao iniciar a Grande Marcha, os comunistas já contavam com um exército de 20 mil homens na China, tirados do exército nacionalista de Chiang Kai-Shek. Algo muito diferente do Brasil, um país quase tão grande quanto a China, com uma cultura nada guerreira e, ainda por cima, na área de influência dos Estados Unidos, que, obviamente, jamais aceitariam de braços cruzados a transformação do maior país da América Latina numa nação comunista.
Para os Estados Unidos, uma coisa era permitir que uma pequena ilha como Cuba se tornasse uma ditadura comunista; outra bem diferente era aceitar que o mesmo ocorresse no Brasil. Se nem hoje a Rússia aceita que a Crimeia deixe sua área de influência, como imaginar que o Brasil se tornaria satélite de Moscou a partir da tresloucada aventura dos guerrilheiros do Araguaia?
 
Todas as guerrilhas de sucesso no mundo, inclusive a que é promovida pelas FARC na Colômbia, foram feitas em regiões de fronteira, de preferência entre países rivais, permitindo que os guerrilheiros, quando caçados pelas forças legais de seu país, pudessem se homiziar temporariamente no país vizinho. Creio que a única guerrilha do mundo totalmente ilhada na região central de um país, sem qualquer rota de fuga decente, foi justamente a Guerrilha do Araguaia — o que mostra a insanidade mental e moral de seus idealizadores.
 
Os jovens que perderam a vida na guerrilha armada, urbana ou rural, não eram heróis coisa nenhuma. Eram apenas lunáticos — seduzidos para a morte pelos genocidas da própria esquerda que formularam uma luta armada sem qualquer chance de vitória.
E se o seu intento lograsse algum efeito, ele não seria a implantação do socialismo, mas a eclosão de uma guerra civil. Ou os empresários iriam dividir suas empresas; os proprietários rurais, suas terras; a classe média, suas casas — tudo isso sem luta? Se a guerrilha desse certo, o Brasil não seria uma nova potência socialista — seria uma imensa Angola de miséria e sangue.
 
Não se constrói uma nação com base no maniqueísmo ideológico, que aniquila o senso crítico e infantiliza os jovens, tornando-os presas fáceis de qualquer demagogo de esquerda que se apresente como revisor do passado e senhor do futuro, oferecendo a utopia da revolução como uma espécie de errata da própria humanidade.
A nação precisa ser criticamente educada para pensar o passado sem exageros, reconhecendo os erros e acertos de cada período histórico. É impossível, por exemplo, que, nos 21 anos que separam o golpe militar de 1964 da eleição de um presidente civil em 1985, o Brasil tenha sido apenas uma terra arrasada por “anos de chumbo”, como querem fazer crer os Comitês da Vingança que se arvoram a senhores da verdade.
O regime militar brasileiro não foi uma ditadura militar de 21 anos” — é o que afirma o historiador Marco Antonio Villa, doutor em história pela USP e professor da Universidade Federal de São Carlos, em seu livro “Ditadura à Brasileira”, com o qual eu e os fatos concordamos integralmente. Até o final de 1968, antes do AI-5, o Brasil vivia uma efervescência político-cultural mais intensa do que hoje. Depois da Anistia, em 1979, também.
 
Mas não se deve combater o mito guerrilheiro com outro mito — o do Exército salvador da pátria, que, a cada ameaça comunista, é chamado a salvar a democracia a golpes de Estado.
O Brasil vive novamente um desses momentos cruciais de sua história, em que as instituições estão sendo transformadas em instrumento da ideologia esquerdista — o que leva alguns setores da sociedade, ainda que minoritários, a pedir a volta dos militares. É suicídio. Uma nação adulta dispensa pais de farda.
 
A República brasileira não pode ser uma quartelada, com interregnos de democracia em meio a uma história de arbítrios. Mas também não pode ser uma eterna utopia, em que, à custa de construir um “outro mun­do possível”, a esquerda destrua co­tidianamente o mundo real, atiçando pobres contra ricos, negros contra brancos, mulheres contra ho­mens, minorias contra maiorias, até que, em meio a esse caos de conflitos forjados, tenhamos o pior dos conflitos: militares contra civis — que é onde morre a democracia.
 
Fonte:  Jornal Opção
 
14 de abril de 2014
José Maria Silva
in mujahdin cucaracha

MACHADO DE ASSIS É A NOVA AQUISIÇÃO DO SELO LITERÁRIO DILMA ROUSSEFF.

 “Muitas vezes você é criticado por ter o cachorro e, outras vezes, por não ter o mesmo cachorro”
 
Machado de Assis, maior nome da literatura brasileira, é a nova aquisição do selo Dilma Rousseff – especializado em adaptar para o dilmês obras-primas das letras nacionais, com um grau de acurácia inferior ao do patético Google Tradutor.
Seu autor favorito vinha sendo Nelson Rodrigues, o frasista perfeito ─ por via do dilmês, transformado num escriba de péssimos bofes e estrofes, capaz de cometer pecados estilísticos mortais, como “não se pode apostar no pior” ou “pessimistas fazem parte da paisagem assim como os morros, as praças e os arruamentos”. Coisas que Nelson nunca disse ou escreveu e não diria ou escreveria nem sob um ataque de apoplexia, enforcado por seus suspensórios e afogado num barril de baba elástica e bovina.
Agora é a vez de Machado, novo contratado da editora DR. A pátria em chuteiras deu lugar à pátria em cachorros. Mestre na observação psicológica, só Deus sabe quanto se esforçou o mago do Cosme Velho para esculpir o personagem do barbeiro Porfírio, um dos opositores do protagonista Simão Bacamarte no conto “O Alienista”. O médico Simão, que estudara na Europa, volta ao Brasil e se instala na pequena Itaguaí, estado do Rio, onde abre um hospício, a Casa Verde, “a bastilha da razão humana”, com um conceito muito amplo, quase universal, de loucura. Bastava uma esquisitice, uma mania e até uma mera vaidade humana e o cidadão era internado na Casa Verde – isso incluía 80% da população.
O pacato barbeiro Porfírio então lidera uma rebelião contra o hospício e seus métodos. Pouco adiante, porém, Bacamarte, o alienista, muda radicalmente seu conceito – passa a considerar loucura qualquer demonstração de bom senso. E eis Porfírio de novo à beira do hospício, a cunhar o lendário aforismo que atravessaria 132 anos – a partir da publicação do conto — para chegar intacto aos dias de hoje como um primor da ironia dialética:
“Preso por ter cão, preso por não ter cão!”.
Bem, intacto até cruzar com Dilma Rousseff, que – no discurso de Porto Alegre em que defendia sua Copa – enquadrou o dito machadiano em sua sintaxe enlouquecida, com a camisa de força de um idioma insano:
“E é interessante que muitas vezes no Brasil, você é, como diz o povo brasileiro, muitas vezes você é criticado por ter o cachorro e, outras vezes, por não ter o mesmo cachorro”.
De cara, ela confundiu Machado com o povo brasileiro, atenuou a prisão original em mera crítica e transformou o cão em cachorro – é o mesmo animal, mas as cinco letras a mais fazem toda a diferença em termos de estilo e prosódia. Seria a materialização da figura oculta do cachorro que Dilma vira atrás de cada criança, na mesma Porto Alegre? Sim, “o mesmo cachorro” – para não deixar dúvida.
Logo adiante, a crítica rende prisão, mas temporária:
“Então, nessa história de preso por ter cachorro, criticado por ter cachorro e criticado por não ter o cachorro, o que eu estou explicando para vocês é o seguinte…”
Não, Dilma Bacamarte nunca terá uma explicação lúcida. No seu hospício idiomático, todas as palavras viram coisa de louco.
Nas eleições de outubro, a confirmarem-se as previsões, Machado de Assis será novamente vilipendiado:
– Ao vencedor, as batatadas. AQUI
14 de abril de 2014
CELSO ARNALDO ARAÚJO