"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 15 de dezembro de 2013

NÃO SEI POR QUE VERÍSSIMO AINDA NÃO SE MUDOU PARA PYONGYANG...


“Sabe qual foi a primeira coisa que eu pensei vendo aqueles animais trocando socos e pontapés no estádio, chutando a cabeça de ‘inimigos’ caídos e só não se matando por falta de armas, salvo pedaços de pau? As lutas de ‘ultimate fighting’ na TV. Nada a ver, eu sei. Uma coisa é um espasmo coletivo de irracionalidade, a outra o enfrentamento de dois lutadores preparados, com força equivalente e regras estabelecidas. O que aproxima as duas coisas é a estupidez. A mesma estupidez que parece dominar essa assustadora arena de insultos e ameaças que é a internet e que, cada vez mais, no Brasil, também domina o debate politico e jornalístico, em que termos como ‘idiota’ são muitas vezes os mais suaves que se ouve ou que se lê. O clima é de embrutecimento generalizado. Chutes na cabeça, reais ou figurados, são legitimados pelo clima.”
Verissimo, em sua coluna no Globo de hoje, tristíssimo com a violência no Brasil.

Tadinho... Será que alguém o chamou de idiota? Bom mesmo deve ser viver nos países cujos regimes Veríssimo tanto gosta, né? Neles não existe violência “privada” porque os governos se encarregam disso; neles não existem “inimigos” porque os governos fuzilam os dois; neles não há xingamento pela internet porque não tem internet; neles não existem “debates politicos” porque ninguém sabe o que é debate e muito menos política e neles não há armas, nem pedaços de pau, porque eles são vendidos no mercado para fazer lenha para os fogões que cozinham água, mas só quando chove.

Não sei o que Verissimo ainda faz aqui no Brasil podendo se mudar para Pyongyang...
 
15 de dezembro de 2013

SEGUNDO CAETANO "PRETO-SEM-TETO" É INIMPUTÁVEL

 
“Não posso deixar de registrar aqui meu mal-estar ao ler o minieditorial do Globo festejando a condenação de Rafael Braga Vieira. É no mínimo motivo para perguntas óbvias o fato de ser um preto sem-teto o primeiro condenado (a 5 anos em regime fechado) das manifestações de junho no Rio. Não julgo a decisão judicial, mas o contraste perfeito com a autodefinição dos Racionais MCs, ‘contrariando a estatística’, grita por si. Rafael está antes confirmando a estatística. Quando toda a imprensa celebra as penas do mensalão - que mostram aos brasileiros que engravatados também podem ser presos - a única condenação por ação perigosa nas ruas de junho ser a de um preto pobre parece piada macabra.”
Caetano Veloso hoje em sua coluna no Globo.
 
Indubitavelmente Caetano Veloso é um mau caráter. Dizer que o Globo “festejou” a condenação de Rafael Braga Vieira por ele ser “um preto sem-teto” é uma prova incontestável disso.
 
Só para esclarecer, o juízo da 32ª Vara Criminal do Fórum Central, declarou que “o fato ocorreu enquanto centenas de milhares de pessoas se reuniam, pacificamente, para reivindicar a melhoria dos serviços públicos. Naquele mesmo episódio verificou-se a presença de uma minoria, quase inexpressiva – se comparada com o restante de manifestantes – imbuída única e exclusivamente na realização de atos de vandalismo, tendentes a desacreditar e desmerecer um debate democrático”.
 
O cara carregava dois coquetéis Molotov e seus antecedentes criminais já continham dois crimes de roubo, ambos com condenação e transitada em julgado. Além disso, seu histórico penal indica que ele chegou a fugir do sistema prisional, tendo sido recapturado, mas, segundo a lógica de Caetano, os “pretos sem-teto” são inimputáveis e “a única condenação por ação perigosa nas ruas de junho ser a de um preto pobre parece piada macabra”.
 
Piada macabra é o Globo dar espaço a gente com sérios problemas morais.
 
15 de dezembro de 2013

PARABÉNS PRA VOCÊ...

 
Na quinta-feira, completou um ano do discurso em que Dilma Rousseff prometeu “construir mais de 880 aeroportos regionais”. Depois, baixou a bola e prometeu 270 terminais. Até ontem, nenhum processo de licitação para esses aeroportos foi iniciado.
 
15 de dezembro de 2013

QUE FALTA FAZ UM NELSON RODRIGUES...



Senão, como explicar a quase unanimidade em considerar que, mesmo tendo direito a permanecer na primeira divisão do futebol, caso a Portuguesa perca os pontos previstos por ter escalado irregularmente um jogador na última partida, o Fluminense, em nome de uma tal dignidade que só existe na cabeça deles, deve abrir mão desse direito - que será legítimo, caso a Portuguesa seja mesmo punida - e disputar a segunda divisão no ano que vem.

Nessas horas é que faz falta um Nelson Rodrigues para cair de pau nesses lorpas, pascácios e bovinos, tão cegos que não enxergam o óbvio ululante das regras, que existem para serem obedecidas. Decerto o tricolor está, pelo que apresentou em campo, no lugar que merece, o 17º. Mais certo ainda que, nem tanto os jogadores, mas o presidente do clube, Peter Siemsen, e quem manda nele, Celso Barros o dono da Unimed, foram os responsáveis pelo fiasco ao se desfazerem de jogadores importantes e de, inexplicavelmente, demitir Abelão, um senhor técnico, após três ou quatro derrotas que fazem parte do roteiro de qualquer time subitamente modificado.

Mas nada disso vem ao caso. Não foi o Fluminense quem procurou a Justiça e sim a Justiça que está procurando dar ao clube uma chance por motivos totalmente fortuitos. Caso se confirme mesmo a irregularidade da escalação do atleta da lusa paulista no último jogo, quando entrou aos 32 minutos do segundo tempo, o erro foi exclusivamente dela e, tanto a coisa se mostra clara, que o advogado do clube, suposto responsável por comunicar a suspensão do jogador, segundo consta, não o fez e já foi demitido.

Como diria Nelson Rodrigues, se acontecer do Fluminense permanecer na primeira divisão, é porque já estava escrito há dois mil anos e não há tricolor vivo ou morto hoje que não esteja confortavelmente calçado com as sandálias da humildade, reconhecendo os erros de 2013, mas certos que o ano que vem será de glórias.

Quanto aos jornalistas-torcedores, que vão lamber sabão para peidar bolhinhas!
 
15 de dezembro de 2013

A PATÉTICA "BEATIFICAÇÃO" DE MARIGHELLA

 

A escolha do nome do guerrilheiro comunista para batizar uma escola baiana revela muito da crise de valores vivida hoje pelo Brasil

                                                                                                                                      
                                                                                         
Carteira de filiação de Marighella ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) em 1945, antes de liderar a criação da ALN, o grupo guerrilheiro fundado em 1966 (Foto: Arquivo)
 
Uma eleição patética, realizada há poucos dias numa escola pública de Salvador, revela muito da crise de valores que assola o país. Na eleição, concluída na última terça-feira, dia 10, a dita “comunidade” do Colégio Estadual Presidente Emílio Garrastazu Médici, de Salvador, composta em sua maioria por alunos, apoiou a mudança do nome da escola para Colégio Estadual Carlos Marighella, em homenagem ao líder da Ação Libertadora Nacional (ALN), cujo real objetivo, encarado com complacência pelas esquerdas, era implantar a ditadura do proletariado no país.
Marighella, morto em 1969 pelo regime militar, derrotou o geógrafo Milton Santos (1926-2001), que se dedicou ao estudo dos processos de urbanização nos países em desenvolvimento. Agora, o resultado do pleito será encaminhado à Secretaria Estadual de Educação da Bahia e, se depender do apoio do diretor da escola, para quem a mudança representará sua “reinauguração”, ela deverá ser aprovada sem restrições.

Não vou aqui defender o general Emílio Garrastazu Médici (1905-1985), que deixou a tortura correr solta no país durante seu governo (1969-1974) e teve entre seus vassalos o economista Antonio Delfim Netto, hoje venerado pelos esquerdistas de todas as correntes, inclusive pela presidente Dilma Rousseff, ela própria uma ex-terrorista, como Marighela.  Não me alinho com aqueles que aceitam a tortura e a imposição de restrições à democracia, sob qualquer justificativa. 

Sei, porém, que muita gente de bem defendeu e defende até hoje o regime representado pelo general Médici, por seus feitos para livrar o Brasil do comunismo e da anarquia existente no seio das Forças Armadas no início dos anos 1960. 
A “Revolução de 1964”, a Gloriosa, não foi apenas uma quartelada, como dizem muitos dos opositores ao regime, mas um movimento com amplo apoio social, especialmente na classe média, afetada pela inflação galopante, que roçava os 100% ao ano, e assustada com as ameaças crescentes contra as liberdades democráticas, chamadas de “burguesas” pelos comunistas, e contra a propriedade privada dos meios de produção.

Até consigo entender que o nome de Médici não encha de orgulho os estudantes de Salvador, nem o diretor do colégio em que eles estudam. Agora, daí a escolher  o nome de um guerrilheiro como Marighella, que agia com base na máxima de Maquiavel, segundo a qual “os fins justificavam os meios”, para batizar a escola, há uma longa distância. É difícil aceitar a barbaridade perpetrada pelos pequenos revolucionários soteropolitanos que pretendem “beatificar” Marighella e transformá-lo em exemplo para as futuras gerações.

Entre tantos heróis brasileiros, que lutaram e lutam para fazer do Brasil um país melhor, é frustrante constatar que, para os pimpolhos de Salvador, não havia nome melhor do que o de Marighella para escolher. Poderia ser um cientista, um artista, um empreendedor ou um trabalhador que conseguiu prosperar na vida com o fruto de seu próprio suor. Ou até mesmo o quase desconhecido (ao menos para mim) geógrafo Milton Santos. Mas não. Eles preferiram prestar homenagem ao camarada Marighella, sabe-se lá por inspiração de quem.

Não dá para aceitar também o poder conferido aos adolescentes de Salvador para decidir o nome da escola. Daqui a pouco, qualquer grupelho de alunos adolescentes, num dos rincões do Brasil, vai sugerir o nome de Che Guevara para batizar sua escola. Ou então o de Mao Tsé Tung, o Grande Timoneiro, responsável pela morte de milhões de chineses durante a Revolução Cultural que ele liderou nos anos 1960.
De repente, alguém também poderá reivindicar que o Instituto Rio Branco, responsável pela formação dos diplomatas brasileiros, mude de nome porque o Barão do Rio Branco liderou a dizimação de milhares de paraguaios durante a Guerra do Paraguai. Triste do país que tem como herói o senhor Carlos Marighella, ainda mais se seus admiradores forem pouco mais que crianças em processo de desmama.

15 de dezembro de 2013
JOSÉ FUCS  

POR QUE O GOVERNO QUER DESTRUIR O PSDB PAULISTA?


A chapa AN2 ameaça o governo petista como nunca antes na história deste país.
 
Cade. Ministério da Justiça. Ministério Público Federal. Lula. A própria Dilma. Todos querem destruir o PSDB paulista pois, pela primeira vez, Minas Gerais e São Paulo estão unidos em torno de uma candidatura presidencial.
 
Aécio Neves já declarou que, se São Paulo lhe der a vitória, ele vence no resto do Brasil.
Por isso a perseguição movida contra o governo Alckmin, tentando levar para lama os principais nomes do PSDB paulista.
 
Entre eles, o senador Aloysio Nunes Ferreira, o principal nome para a vice-presidência, em chapa pura
 
15 de dezembro de 2013
in coroneLeaks

STF INFLA NÚMERO DE BENEFICIÁRIOS DE PLANO DE SAÚDE PARA RECEBER MAIS RECURSOS DA UNIÃO

Nos últimos três anos, tribunal informou que tem cerca de 6,3 mil usuários, enquanto, na verdade, plano não conta com mais de 4,2 mil



Inflado. Discrepância entre o real número funcionários do STF e o informado pela Corte para previsão de repasses para seu plano de saúde gerou questionamento da União
Foto: Terceiro / Divulgação STF
Inflado. Discrepância entre o real número funcionários do STF e o informado pela Corte para previsão de repasses para seu plano de saúde gerou questionamento da UniãoTerceiro / Divulgação STF
 
O Supremo Tribunal Federal (STF) inflou a quantidade de beneficiários do plano de saúde do órgão para receber um repasse maior de recursos da União usados na assistência médica e odontológica dos servidores. Pelo menos nos últimos três anos, a instância máxima do Judiciário informou à Secretaria de Orçamento Federal (SOF) que o STF-Med — um plano de autogestão — tem entre 6,1 mil e 6,7 mil titulares, dependentes e agregados, enquanto, na verdade, o plano não conta com mais de 4,2 mil usuários. A informação sobre o número de beneficiários é determinante para a previsão de recursos no Orçamento da União. O número real foi informado para o Orçamento de 2014, mas um acordo entre o STF e a SOF garantiu a mesma previsão de recursos de 2013: R$ 14,5 milhões.
 
O STF-Med é um plano mantido tanto com contribuições dos beneficiários quanto com dinheiro público. A dependência aos recursos da União é expressiva, superando 50% das receitas anuais. A cada elaboração do Orçamento, o tribunal precisa informar à SOF o “número efetivo de beneficiários nas respectivas metas”, como prevê a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Esse número, somado ao histórico de despesas com assistência médica, define o tamanho dos repasses a cada órgão. O STF não precisa enviar uma lista com nomes de beneficiários. Apenas informava o número total.
 
O Supremo vinha informando uma quantidade maior de pessoas vinculadas ao plano de saúde do que a real existência. Nos últimos três anos, o STF-Med recebeu R$ 15 milhões por ano da União, em média. Se fossem excluídos os dados inflados — os 2,5 mil beneficiários a mais —, os repasses ficariam proporcionalmente em R$ 9,4 milhões.
 
A SOF, vinculada ao Ministério do Planejamento, precisou emitir três alertas ao STF, por meio de ofícios encaminhados ao tribunal. O Supremo, por sua vez, sustenta que a SOF fez um “único contato sobre o assunto”, em dezembro de 2012. O ofício da SOF questionava a grande discrepância entre o número real de beneficiários do plano de saúde informado pelo próprio Supremo em outubro daquele ano — 4.227 pessoas — e o valor repassado para inclusão na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2013 — 6.720 beneficiários. Foi este o valor mantido no Orçamento deste ano.
 
A SOF explica que a LDO para 2013 passou a prever uma nova obrigação a todos os poderes: a publicação da quantidade de beneficiários em tabelas específicas. Em setembro de 2012, o STF publicou uma portaria com a quantidade de beneficiários do plano de saúde: 4.227. Mas o número não foi levado em conta para o Orçamento de 2013.
 
O último alerta da SOF chegou ao STF pouco depois de o ministro Joaquim Barbosa assumir a presidência da Corte, mas, segundo a assessoria do STF, “a proposta orçamentária para 2013 já havia sido encaminhada”. Tanto o presidente do Supremo quanto a presidente do Conselho Deliberativo do STF-Med, ministra Rosa Weber, foram alertados sobre os dados inflados para o recebimento de recursos da União.
 
A nova proposta de previsão orçamentária para 2014 corrigiu o que a SOF havia apontado, mas o número de servidores informados permanece inflado. Isso porque na conta dos 4,2 mil beneficiários estão incluídos 1,6 mil titulares, pouco mais de 2 mil dependentes e quase 600 agregados — pais, mães, padrastos e madrastas com renda própria; filhos e enteados com mais de 24 anos e sem renda própria; e filhos e enteados, entre 21 e 24 anos, que não sejam estudantes. Os agregados não podem ter as despesas com saúde custeadas com dinheiro público, como informou o próprio STF. Mas o tribunal confirmou ao GLOBO que inclui esse grupo no cálculo que eleva o número de beneficiários a 4,2 mil, número utilizado para pedir dinheiro da União. O Supremo garante, no entanto, que apesar de ter usado os agregados na conta enviada à SOF, eles não são beneficiados por recursos públicos, como determina o regimento interno do plano de saúde da Corte.
 
São beneficiários do STF-Med os ministros em atividade e aposentados; servidores ativos e aposentados; comissionados; servidores cedidos ao STF; cônjuges, filhos, pais e mães; entre outros. As contribuições variam de R$ 43 a R$ 661 — este último valor é pago por agregados com mais de 59 anos. Os recursos públicos custeiam despesas médicas e odontológicas realizadas por titulares e dependentes, com pagamentos diretos aos prestadores. Em algumas situações, é feito o ressarcimento das despesas aos servidores.
 
A discrepância entre a quantidade real de beneficiários e o número informado para a previsão de recursos da União chegou a contar com uma justificativa errada na própria prestação de contas do STF referente ao ano de 2012. O relatório de auditoria de gestão daquele ano, disponível no site do tribunal, registra que “a meta física associada é referente aos atendimentos médios mensais”. “Em 2012, (a média mensal) atingiu o número de 4.226 atendimentos, com capacidade instalada para 6.720, portanto, dentro da possibilidade de cobertura”, cita o relatório. Na verdade, o número da meta não é de atendimentos médios mensais, mas de beneficiários do plano. Ao GLOBO, O STF reconheceu o erro.
 
Em 2009, reportagem do GLOBO mostrou a mesma maquiagem no Senado. O número de beneficiários informado era quase o dobro do real, ampliando os repasses da União. Depois da reportagem, o Senado interrompeu a prática.

15 de dezembro de 2013
Vinicius Sassine - O Globo

PT DE LULA, DIRCEU E DILMA FOI AO DIVÃ EM CONGRESSO, MAS NÃO TEVE ALTA



O 5º Congresso do PT, encerrado neste sábado (14), foi uma espécie de terapia grupal para tratar o partido de suas loucuras. Durante três dias, o petismo fez sua descida ao universo esquizofrênico da regressão total. Num frenesi autoanalítico, a legenda foi da ditadura à Papuda. Encerrado o transe, o PT não se deu alta.
 
No divã, o PT revelou-se um paciente complexo. Combina sintomas de esquizofrenia (perda de contato com a realidade) e paranoia (conceito exagerado de si mesmo e mania de perseguição). Governa como um favor que faz ao país. E dá a reeleição como favas contadas porque não vê sentido em impor limites à felicidade.
 
O encontro se converteu em centro terapêutico já no ato inaugural, transmitido ao vivo pela internet. Abriu-se na plateia uma faixa pedindo a anulação do julgamento do mensalão. Ouviu-se um coro: “Lula, guerreiro, defende os companheiros”. O brado soou uma, duas, três, quatro, cinco, seis vezes… O ‘gerreiro’ sorriu amarelo.
 
“Eu tenho dito para a imprensa que não falarei da ação penal 470 enquanto não terminar a última votação. Acho prudente. E acho que nós temos coisas para discutir para a frente”, escorregou Lula. Entre parênteses: chamar o mensalão de ação 470 faz parte do tratamento. Mas fala baixo, para não irritar o paciente.
 
Se Lula não fosse Lula teria tomado uma vaia. Minutos antes, o sublíder Rui Falcão fora aclamado ao mencionar o “tsunami de manipulação que foi o processo político e judicial da ação penal 470”. Os companheiros “foram condenados sem provas”, ele repisara. Tudo sob intensa pressão da “mídia conservadora”.
 
A militância perguntou para os seus botões, que não responderam porque não falam com qualquer um: por que diabos Lula, o grande líder, não endossou as palavras de Rui Falcão, o sublíder? A turba partidária demora a perceber que há método na loucura coletiva do PT.
 
O mal dos outros partidos é a mistura do excesso de cabeças com a carência de miolos. No PT, a carência é a mesma. Mas, enquanto Lula for vivo, o hospício terá uma cabeça só. Dá mais trabalho. Mas evita que a legenda rasgue dinheiro.
 
Exímino animador de auditórios, Lula deu um jeito de reacender os ânimos dos correligionários. “Se for comparar o emprego do Zé Dirceu num hotel com a quantidade de cocaína no helicóptero, a gente percebe que houve uma desproporcionalidade na divulgação do assunto.”
 
A audiência do esquizocongresso ferveu numa frase ensaiada: “Sou brasileiro e não me engano, a cocaína financia o tucano.” Dois dias antes, a Polícia Federal do governo do PT isentara de culpa os donos do helicóptero, aliados do tucano. Mas a demência não tem compromisso com a evidência.
 
A certa altura, a regressão psíquica do PT estacionou na década de 80. “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”, puseram-se a gritar os pacientes. “A verdade é dura, a Rede Globo apoiou a ditadura.” Num mergulho ainda mais profundo, Lula recuou à década de 70.
 
Voltando-se para Dilma, o cérebro solitário do PT divagou: “Um dia, eles pegaram uma jovem de 20 anos de idade, prenderam, torturaram e depois soltaram. Disseram assim: ‘bom, a lição está dada, ela aprendeu, nunca mais vai se meter em política’.”
 
“Alguns anos depois, quando ninguém esperava, essa jovem rebelde vira presidenta da República nesse país”, prosseguiu Lula. “Isso não é uma coisa fácil de eles aceitarem. A gente tá dando certo naquilo que eles não deram. Então, começa a incomodar…”
 
Súbito, numa evidência de que a loucura tem razões que a sensatez desconhece, Lula calou o neurocongresso petista. Fez uma enfática defesa da promiscuidade partidária, também conhecida como política de alianças. “É importante que a gente construa as alianças políticas. Ao ganhar as eleições, a companheira Dilma tem que ter condições de governar.”
 
Suprema maluquice: depois de gritar palavras de ordem contra a ditadura, a militância do PT foi convidada pelo ídolo a continuar experimentando a aventura das relações plurais. A ex-castidade condenou-se às posições ideológicas exóticas. Já não se constrange em abraçar Sarneys e Malufs, egressos da ditadura.
 
No encerramento do Congresso, a psicoterapia do PT desandou. A corrente Construindo um Novo Brasil, agrupamento integrado pelo presidiário Dirceu, sufocou uma articulação pró-mensaleiros urdida pela corrente Trabalho, pedaço mais radical do hospícipo.
 
Em vez incluir em sua resolução uma defesa da anulação do julgamento do mensalão, como queriam os radicais, os supostos correligionários de Dirceu, Genoino e Delúbio anotaram que o PT apoiará eventuais “iniciativas da militância e movimentos sociais em favor da reparação das injustiças e ilegalidades cometidas contra os companheiros condenados”.
 
Santa demência! De maníaco, o PT passou a depressivo. No início da terapia grupal, o partido brincava de tiro ao alvo. No final, entregou-se ao esconde-esconde. O que atrapalha a cura do PT é o eleitorado. Segundo o Datafolha, 86% dos eleitores apoiaram a decisão de Joaquim Barbosa de mandar prender os mensaleiros. Mas isso não vai ficar assim. Vai piorar.

15 de dezembro de 2013
Josias de Souza - UOL

"O QUE ME DISSE A FLOR"

A flor tem a delicadeza encantadora de uma obra de arte. Mas que não foi feita por nenhum artista
 
Durante um passeio pela avenida Atlântica, sentei-me sob uma das árvores que há ali, próximo aos edifícios, quando, ao meu lado, no banco, caiu uma flor amarela, igual a muitas que estavam ali no chão.
 
Peguei-a e tive uma surpresa ao olhar para dentro dela, côncava como um cálice. É que o fundo do cálice era de cor lilás intenso e, do centro dele, erguia-se um pistilo que parece um requinte decorativo posto ali para me encantar. Mas, encantar a mim que, por acaso, peguei essa flor? A flor, suas cores, seu pistilo têm a delicadeza encantadora de uma obra de arte. Mas uma obra de arte que não foi feita por nenhum artista, por ninguém.
 
Observo ainda que o pistilo é constituído de pequenos anéis feitos de uma matéria semelhante a pluma e lindamente completado por quatro fios também lilases. Que capricho, que harmonia em tudo aquilo! A natureza cria beleza para si mesma? A beleza é natural a tudo o que ela cria?
 
Certamente, você dirá que ela cria também bichos horríveis e repugnantes. É verdade, mas isso torna ainda mais incompreensível o esplendor das coisas belas que ela cria. E, no caso dessa flor, do pistilo dessa flor, fascinou-me o esmero, o capricho, a delicadeza das pequeninas rodelas de pluma amarela, que pareciam ter sido feitas com o deliberado propósito de fascinar. Mas a quem? Mas por quem?
 
O que eu desejo transmitir a vocês, nesta crônica, é o espanto de que fui tomado, naquela tarde, ao descobrir essa flor. E havia dezenas delas pelo chão, algumas já murchas, outras esmagadas pelos pés dos transeuntes, num desperdício de belezas. Será mesmo um desperdício? Não, ela é assim mesmo em tudo ou quase tudo.
 
Quando o homem ejacula lança centenas de milhões de espermatozoides, embora apenas um deles tenha a possibilidade de atingir o óvulo e fecundá-lo. Creio que ela pretende, com esse excesso, tornar inevitável a fecundação e o surgimento de outro ser vivo.
 
Mas meu espanto não para aí. Outro dia, via na televisão um documentário filmado em águas profundas do oceano, aonde a luz do sol não chega. Era um mundo outro, habitado por seres que não sei se devo chamá-los de peixes. Sei que eram estranhíssimos; nadavam, é certo, mas suas nadadeiras eram algo nunca visto, de uma matéria transparente, flexível, que mudava de cor a cada instante.
 
Tinham cabeça, boca? Não sei. E quase todos traziam consigo antenas em cuja ponta uma pequena lâmpada acendia e apagava. São próprios àquela outra dimensão do planeta, onde se criam outros seres, outras vidas, outra beleza.
 
Eram peixes? Eram flores? Eram ficção? É que, como no caso da flor amarela que me caiu no colo, eram criações poéticas da natureza. Pois é, ando ultimamente grilado com esses exageros da natureza que não sei explicar. Na verdade, a realidade do mundo excede qualquer lógica. Ou a lógica dele é outra?
 
Mas não é: já pensou nas descobertas feitas pelos físicos que levaram a descobrir essa maravilha que é o átomo? Fico pensando: descobriram quais partículas constituem o núcleo do átomo e, a partir daí, conseguiram desintegrá-lo. E temos a energia atômica! Não é estranho que seja tudo tão complexo e, ao mesmo tempo, tão bem organizado e que a inteligência humana seja capaz de entender isso?
 
Gente, quando faço essa pergunta, lembro-me de que o universo é constituído de bilhões e bilhões de galáxias, constituídas, por sua vez, de quatrilhões de sóis. O sistema solar a que pertencemos é quase nada nesse universo infinito. E nosso planeta, que importância tem? Um grãozinho de poeira. E nós, seres humanos, menos que um grãozinho de poeira nessa imensidão. Não obstante, conseguimos pensá-la.
 
Nelson Mandela é o exemplo incontestável de que não é a raça nem a cor da pele que define as qualidades do ser humano.
 
Quero deixar consignado a perda, que significou, para a arte brasileira, a morte --faz algumas semanas-- do pernambucano Gilvan Samico, um dos mais importantes artistas plásticos brasileiros. Inspirado na gravura popular nordestina, Samico, preservando-lhe a poesia original, soube dar-lhe a qualidade de grande arte. Perdemos, com sua morte, um artista e um ser humano exemplares.

15 de dezembro de 2013
Ferreira Gullar, Folha de São Paulo

ALELUIA E GEDDEL CONFIRMAM UNIÃO DAS OPOSIÇÕES

A oposição marcha unida rumo às eleições de 2014. Os pré-candidatos a governador José Carlos Aleluia, do Democratas, e Geddel Vieira Lima, do PMDB, não deixaram dúvida quanto à união oposicionista em entrevista coletiva à imprensa de Itabuna, no último sábado (15), na sede do Democratas municipal.
 
Tanto Geddel quanto Aleluia se comprometeram publicamente que aquele que for o escolhido terá o apoio total do outro. “Das conversações que estamos mantendo sob a liderança do prefeito ACM Neto, sairá o nome do próximo governador que vai inaugurar um novo tempo para a Bahia. Vontade e disposição não me faltam para cumprir esta missão”, afirmou Aleluia.
 
Ao lado do aliado democrata, Geddel reafirmou o seu desejo de ser candidato, deixando claro que a definição do nome oposicionista para enfrentar o continuísmo do PT será uma decisão conjunta e consensual do arco oposicionista. “Se for Aleluia o escolhido, estarei ao seu lado. Assim como ele estará comigo, se eu for o candidato”, disse o peemedebista com o assentimento de Aleluia.
 
Depois da entrevista coletiva e de um almoço na sede do Democratas, do qual participaram o deputado federal Lúcio Vieira Lima, os deputados estaduais Sandro Régis, Bruno Reis e Pedro Tavares, além da presidente municipal do partido, Maria Alice, a dupla de pré-candidatados, à tarde, participou da inauguração da sede cultural do PMDB em Itabuna. Neste evento, novamente a união oposicionista foi reiterada por ambos em seus discursos. Aleluia ainda estendeu a jornada pela noite, indo participar de uma reunião com líderes locais em Buerarema.
 
15 de dezembro de 2013
 

LULA, O "BARBA", COMETE NOVA TRAIÇÃO: DESEMBARCA DO PROJETO DE CABRAL NO RIO

 


O desembarque de Lula do projeto político de Sérgio tornou-se uma operação a ser degustada. O encatamento de Lula pelo governador do Rio trincou. Mas o apreço que ainda nutre pelo personagem leva-o a caprichar na coreografia. Pelo alto, Lula estende uma mão para Cabral. Por baixo, puxa-lhe o tapete com a outra mão.
 
Cabral quer fazer do seu vice, Luiz Fernando ‘Pezão’ de Souza (PMDB), o próximo governador do Rio. Lula convenceu-se de que a impopularidade de Cabral faz de Pezão um candidato favorito a transformar um de seus opositores em sucessor de Cabral. Acha que pode ter chegado a hora do senador Lindbergh Farias (PT).
 
Há duas semanas, Lula mandou o PT do Rio adiar para depois do Carnaval a desocupação do governo de Cabral. Na quinta-feira, ao discursar na abertura do abertura do Congresso do PT, Lula levou a mão ao tapete. Disse aos militantes do PT que o escutavam: “Nossos adversários começam a ficar preocupados”.
 
Noutros tempos, disse Lula, o PT elegera simultaneamente os governadores do Acre, Matro Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. “Agora, companheiros, eles olham pra nós e dizem: ‘puta merda, esses caras têm a possibilidade de ganhar São Paulo, Minas, Rio de Janeiro e ainda manter o Rio Grande do Sul.”
 
Assim, em público, foi a primeira vez que Lula incluiu o Rio no rol dos desafios de 2014 que o PT planeja enfrentar com um nome próprio na cabeça da chapa. Nessa perspectiva, ou o PMDB desiste de Pezão para apoiar Lindbergh ou o fio da aliança estadual com o PT sera desligado da tomada.
 
Também a cúpula do PMDB federal passou a olhar de esguelha para Cabral. Os correligionários do governador avaliam que ele talvez devesse redescobrir o Rio. Reeleito em 2010 com os votos de dois terços do eleitorado, Cabral virou um governador odiado em três anos. Mas a ficha não lhe caiu.
 
Cabral informou ao partido que, além de empurrar Pezão, pretende disputar uma cadeira no Senado e cavar uma vaga para o filho na Câmara dos Deputados. “Um governo, mesmo impopular, pode muito”, disse um escorpião do PMDB. “Mas se Cabral quiser resolver o problema dele, o do filho e do Pezão, pode acabar não solucionando o problema de ninguém.”
 
Para o PMDB federal, Cabral renderia homenagens à lógica se considerasse a hipótese de exercer seu mandato até o final, desistindo da candidatura ao Senado. De resto, ajudaria se passasse um zíper nos lábios.

15 de dezembro de 2013
Josias de Souza - UOL

"GENTE COMO A GENTE"



Bush sancionou a revogação da medida e Nelson Mandela deixou de constar da lista da Homeland Security
 
Vaia e ovação devem ser as duas únicas palavras do vocabulário humano que qualquer político — independentemente de país, partido, regime, língua ou ideologia — entende. Elas dispensam intérpretes, a mensagem é universal. E o efeito de ambas é instantâneo.
 
Na vaia a expressão facial do alvo tende a se petrificar, enquanto os ouvidos flamejam e a duração do retumbo nunca parece menor do que uma eternidade. Na ovação espontânea, cada vez mais rara na esfera política de hoje, convém saber dosar a ufania e os agradecimentos — sobretudo se a ovação tiver ocorrido de surpresa, diante de pares que morrerão de inveja.
 
Tudo isso, e algo mais, pôde ser observado na cerimônia que reuniu mais de 60 chefes de Estado ou de governo no estádio Soccer City de Johannesburgo para o memorial a Nelson Mandela no início da semana.
 
A estrondosa vaia que desaguou sobre a figura do presidente sul-africano Jacob Zuma das arquibancadas e que pareceu constranger vários dignitários presentes, por ter ofendido o espírito de harmoniosa unanimidade do evento, pode muito bem ser vista sob ótica inversa. A possibilidade de o povo sul-africano vaiar em público e sem medo a autoridade máxima do país, tida como corrupta, representou uma homenagem a Mandela mais significativa do que a que ocorria no palanque oficial. Seria impensável cidadãos sul-africanos da era pré-Mandela acharem que poderiam levantar a voz impunemente contra o presidente da nação — nem mesmo se fossem brancos.
 
Quanto à animada ovação que a mesma arquibancada reservou para Barack Obama, e somente para ele, seu antecessor na Casa Branca talvez se sentisse merecedor de pelo menos um aplauso. Nem que fosse um só, camuflado. George W. Bush, também presente ao estádio, tinha motivos para rememorar uma iniciativa sua de 2008 que sempre o orgulhou.
 
Poucos no Soccer Stadium deviam saber que o nome de Nelson Mandela só foi retirado da lista de terroristas elaborada pelos serviços de segurança americanos em julho de 2008, poucas semanas antes de ele completar 90 anos. Até então, a cada vez que quisesse viajar aos Estados Unidos ou participar de reuniões na ONU, era obrigado a solicitar uma declaração específica de Washington atestando o contrário. O mesmo se aplicava a outros membros do partido African National Congress (ANC).
 
A emissão dos atestados era tarefa pessoal e intransferível do titular da pasta de Relações Exteriores — na época, Condoleezza Rice, secretária de Estado de George W. Bush, então no seu último ano de governo antes da eleição de Obama. “Não me sinto à vontade redigindo esse tipo de declaração para quem ocupa o mesmo cargo que eu e ainda menos para alguém do porte de Nelson Mandela”, informou Rice ao solicitar a uma comissão do Senado o levantamento das restrições a todo o ANC.
 
Três meses depois, Bush sancionou a revogação da medida e Nelson Mandela deixou de constar da lista da Homeland Security. Era tempo. Fazia 18 anos desde que saíra como homem livre de Robben Island, 15 desde que recebera o Nobel da Paz e uma década desde que deixara a Presidência do país.
 
A julgar pela leitura de suas memórias, a bronca de Mandela com o anticomunismo visceral de Ronald Reagan, responsável pela sua inclusão na fatídica lista nos anos 1980, era menor do que sua aversão pela era Margaret Thatcher. Nos Estados Unidos de Reagan, William Buckley, um dos comentaristas conservadores mais conceituados, opinava nos seguintes termos sobre a libertação do líder negro em 1990: “Ainda chegará o dia em que a soltura de Mandela será comparada à chegada de Lenin à Estação Finlândia em 1917.” Na Inglaterra de Thatcher, porém, o tom era mais direto: “Nelson Mandela deveria ser morto”, declarou um deputado do partido do governo no Parlamento. Quando Mandela declinou um encontro com Thatcher durante uma visita a Londres, outro deputado conservador deixou registrada sua indignação oficial: “Até quando a primeira-ministra vai permitir que esse terrorista preto a ofenda?”
 
Águas passadas. De retorno aos Estados Unidos a bordo do Air Force One, um presidente (Obama), dois ex-presidentes (Bush e Bill Clinton) e uma possível futura candidata a presidente (Hillary Clinton) tiveram tempo de sobra para talvez pensar em vaias ou aplausos. Ou talvez se entediar durante as 16 horas de voo. Afinal, são gente como a gente. Tanto assim que para matar o tempo Bush sacou o seu iPad e submeteu os companheiros de viagem à exibição dos quadros que anda pintando desde que deixou a Casa Branca.
 
Talvez fosse um singelo recado para Obama: o poder acaba.
 
Em tempo de chuvas e vaias

No dia seguinte à desastrosa evidência de que a obra da Via Binário fora feita sem o adequado sistema de drenagem, o prefeito do Rio extravasou sua indignação apontando para terceiros: “É uma falha inadmissível”, declarou. É. Mas a frase só faria sentido se Eduardo Paes estivesse falando na qualidade de cidadão comum, expressando a indignação dos demais cariocas diante dos descaminhos do prefeito dos Grandes Eventos — Eduardo Paes.

15 de dezembro de 2013
Dorrit Harazim, O Globo

"NEGAR QUE EXISTA DOAÇÃO ELEITORAL DE EMPRESAS NOS EUA É VIGARICE"

A Frente OAB-STF-PT e o golpe da cláusula pétrea. Ou: A marcha dos idiotas. Ou ainda: negar que exista doação de empresas nos EUA é coisa de pilantras. Ou: A República dos Cinco
 
Pois é… Como já escrevi aqui, se a essência das coisas coincidisse com a sua aparência, os idiotas seriam os cientistas, e os cientistas, os idiotas. Acompanhei atentamente o voto do ministro Luiz Fux, do STF, e não consegui achar em que ponto o doutor demonstra que o financiamento privado de campanha — a doação de empresas — viola cláusulas pétreas da Constituição. Quais cláusulas? Que direitos fundamentais ou que valores essenciais sobre os quais se assentam a Constituição e a República estariam sendo feridos de morte?
 
As cláusulas pétreas — e não adianta o leitor tentar encontrá-las em algum artigo ou parágrafo porque se trata, vamos dizer assim, de um espírito — estão virando uma espécie de caminho do golpe constitucional. Quando uma maioria do STF decide que já é hora de legislar, então basta evocar as ditas-cujas e pronto! A partir daí, tudo é possível. Se, amanhã, algum amigo do doutor Luís Roberto Barroso cismar que o direito à propriedade fere a dignidade humana, joguem-se foram todas as garantias porque ninguém mais será dono de nada. E olhem que não estou brincando, não.
 
O Artigo 5º garante o direito à propriedade no caput e no Inciso XXII, mas o XXIII diz que “a propriedade atenderá à sua função social”. Como “a função social” é, convenham, matéria um tanto controversa porque depende do que cada um entende por isso, abre-se o caminho, como se tem visto por aí, para decisões judiciais as mais exóticas. O MST e um empresário do setor rural certamente não pensam a mesma coisa a respeito. Ah, sim: a “função social da propriedade” é cláusula pétrea, tá, pessoal? Não se pode fazer uma emenda suprimindo esse inciso.
 
Pilantragem retórica

Fux e outros estão tentando meter goela abaixo do Congresso o financiamento público de campanha — que interessa principalmente ao PT — sob o argumento de que o financiamento privado agride cláusulas pétreas. Como não se pode fazer emenda suprimindo-as ou alterando-as, então os parlamentares estariam obrigados a aprovar o financiamento público. A indignação dos quatro ministros que já votaram, como se o Brasil fosse o único país a contar com financiamento privado em campanhas eleitorais, ou expõe a própria ignorância ou se aproveita da ignorância alheia — talvez as duas coisas. Como evidenciou Daniel Jelin em reportagem na VEJA.com, o financiamento privado de campanha é padrão no mundo democrático, não exceção.
 
Afirmar, como tenho lido aqui e ali, que não há dinheiro de empresas na eleição americana é coisa de vigaristas. Pra começo de conversa, as regras da disputa são muito diferentes. Não há a jequice cartorial do horário eleitoral gratuito (que nós pagamos) por lá. Os partidos compram tempo na TV. Empresas financiam think tanks que se encarregam de divulgar teses, palavras de ordem e pontos de vista identificados com este ou aquele candidatos. São os chamados PACs (Comitês Cívicos). Em 2010, a Suprema Corte do país decidiu que os Super-PACs — lobbies organizados — PODEM ARRECADAR QUANTO LHES DER NA TELHA, TAMBÉM DE EMPRESAS — para defender seus pontos de vista. Mais: o candidato pode usar o próprio dinheiro para fazer campanha — o que Fux também quer proibir por aqui.
 
Vale dizer: o sistema brasileiro — ao menos o que está na lei — É MAIS TRANSPARENTE DO QUE O AMERICANO. De fato, naquele país, uma empresa não pode doar a um partido ou a um sindicato, mas os PACs, na prática, fazem isso, só que de modo oblíquo. Ora, O DESVIO, NO BRASIL, ESTÁ NO CAIXA DOIS, NÃO NAS DOAÇÕES DEVIDAMENTE REGISTRADAS. Se acontecer o que querem Luiz Fux, Dias Toffoli, Joaquim Barbosa e Luís Roberto Barroso (por enquanto…), aí o desvio será a norma.
 
Volto ao eixo

Mas volto ao eixo deste texto. Evocar a cláusula pétrea tem sido o caminho para o Supremo legislar em lugar do Congresso. E notem: não é que 11 indivíduos possam substituir o Congresso, não! Bastam cinco! Cinco? Sim, para uma Ação Direita de Inconstitucionalidade (ADI) ser votada, é preciso que pelo menos oito ministros participem da sessão — nesse caso, bastam cinco para formar a maioria.
 
Se vocês recorreram ao arquivo, encontrarão as muitas vezes em que apontei que o STF estava indo além das suas sandálias — e as suas sandálias são a Constituição. No dia 26 de abril de 2012, escrevi aqui um post (que está no livro “O País dos Petralhas II”, página 313) em que alertava justamente para essa hipertrofia do Judiciário. Por mais que se queira dar nó no verbo, o fato é que o STF tomou decisões sobre cotas raciais, casamento gay, marcha da maconha e aborto de anencéfalos OU CONTRA A LETRA EXPLÍCITA DA CONSTITUIÇÃO OU CONTRA A LETRA EXPLÍCITA DA LEI.
 
Os tontos acharam, então, que critiquei o tribunal porque me oporia ao casamento de homossexuais. Não me oponho. Mas a Constituição existe e diz que união estável se dá entre homem e mulher. É preciso mudar a Carta, e quem faz isso é o Congresso! O Código Penal prevê as duas possibilidades para o aborto legal. Quem tem de introduzir uma terceira é… o Congresso! O código dispõe também sobre a apologia do crime — e consumir droga ilícita é crime. Para que deixe de sê-lo, é preciso votar uma lei no… Congresso! O mesmo se diga sobre as cotas. Nesse caso, então, o malabarismo retórico é espantoso. É claro que elas ferem o fundamento da igualdade perante a lei — cláusula pétrea! Mas aí os doutores consideraram que se trata de uma igualdade formal que não realiza a igualdade material. E, vejam que fabuloso!, violaram uma cláusula pétrea e as consideraram constitucionais em nome da “verdadeira igualdade”, entenderam? Assim, quando lhes dá na veneta, em nome da cláusula pétrea, eles quebram a … cláusula pétrea!
 
Escrevi textos aqui contra essas decisões todas. E deixo claro: exceção feita ao caso do aborto de anencéfalos, incomodava-me menos o mérito do que a clara violação do que está escrito; incomodava-me menos O QUE ESTAVA SENDO DECIDIDO do que o fato de o tribunal estar tomando o lugar do Parlamento. Advertia aqui, quase solitariamente, que os bem-intencionados estavam botando uma corda à volta do pescoço.
 
Eis aí… Desta feita, evocando “cláusulas pétreas”, ministros querem proibir o financiamento privado, impor o financiamento público, ajudar a bater ainda mais a carteira dos brasileiros, elevar brutalmente o caixa dois de campanha e dar uma forcinha extra ao PT.
 
Usurparam uma vez a prerrogativa do Congresso. Foram aplaudidos. Usurparam uma segunda. Foram aplaudidos. Usurparam uma terceira. Foram aplaudidos. Usurparam uma quarta. Foram aplaudidos. Ficaram viciados. Querem mais.
 
E agora concluo

E notem que os ousados estão perdendo mesmo a cerimônia. A ADI que chegou com assinatura da OAB, insisto, tem as digitais de Luís Roberto Barroso. É ele o autor intelectual da causa de que se tornou um dos juízes. Isso fere a cláusula pétrea da ética e do bom senso.
 
Se os parlamentares não reagirem, seu destino será apenas mendigar um dinheiro do Executivo e, de vez em quando, aparecer nas páginas policiais, acusados de caixa dois.
 
15 de dezembro de 2013
Reinaldo Azevedo - Veja

PÃO, CIRCO E VIOLÊNCIA

 

A historinha é conhecida. Vespasiano, o imperador, em 22 de junho de 79 d. C., pouco antes de morrer, em carta ao filho Tito, aconselhava-o a concluir a construção do Colosseum (Coliseu), que daria a ele “muitas alegrias e infinita memória”. Pois, entre um banheiro, um banco de escola ou um estádio, o povo preferia sentar nas arquibancadas deste último.

O conselho se fundamentava na ideia de que seduzir a plebe com pão e circo era a melhor receita para diminuir a insatisfação popular contra os governantes. Tito acabou inaugurando o famoso monumento, no centro de Roma, com 100 dias de festa.

Descortinava-se, ali, a era do “panis et circensis”, que consistia em proporcionar, naquela arena, espetáculos sangrentos entre gladiadores e distribuição gratuita de pão.

Implicava alto custo aos cofres do Império, com elevação de impostos e economia destroçada, mas a prática populista emprestava enorme prestígio aos imperadores romanos. É sabido que os jogos, ao longo da história da Humanidade, funcionaram como verniz para ilustrar a imagem de governantes.



Hoje, a estratégia para cooptar a simpatia das populações por meio das artes/artimanhas e do entretenimento continua recebendo atenção de administradores públicos de todos os quadrantes.

Não por acaso, nossas arenas esportivas, que se preparam para abrigar os jogos da Copa de 2014, deverão colorir o portfólio de feitos do governo. O que tem mudado na paisagem dos espaços lúdicos não é a ambição dos condutores dos Estados de alçar os píncaros da fama, mas o comportamento das plateias.

Espectadores que, outrora, fruíam a catarse dos embates esportivos, exaltando ou deplorando a performance de contendores, tornam-se eles próprios competidores, lutadores, gladiadores, disparando uns contra outros não apenas a arma das imprecações, mas armas de fogo e partindo para a violência física.

A alteração comportamental das pessoas que vão aos estádios é preocupante, principalmente em nosso território, que elege o futebol como esporte nacional, e se depara, a cada campeonato, com os novos sujeitos, as chamadas torcidas organizadas.

O fenômeno toma vulto ante o risco de o Brasil vir a ser, por excelência, o palco da violência futebolística, pela constatação de que o aparato da segurança pública tem sido ineficaz para debelar a desordem e a pancadaria nas arquibancadas, a par de medidas paliativas, como cerceamento de torcedores a estádios, majoração de ingressos, jogos com portões fechados, perda de mando de campo e multas aos clubes.

Pouco adiantará administrar as tensões e conflitos sob o escudo policial-repressivo. Como se diz no vulgo, o buraco é mais profundo e está em baixo. A mobilização de pessoas para formação de grupos e a organização de torcidas obedecem a nova ordem que impregna a dinâmica social no mundo contemporâneo.

A competição assume posicionamento singular em todos os setores, espaços, núcleos, categorias profissionais e classes sociais. As massas fragmentam-se em núcleos, cada qual envergando bandeiras, discursos, uniformes, armas e instrumentos. Os avanços civilizatórios nos campos da macroeconomia, da política e da cultura abrem comportamentos diferentes, multiplicando as pequenas organizações sociais e gerando novos pólos de poder.

Os espaços urbanos ganham novos contornos, a esfera do trabalho traz novos desafios e a busca de uma identidade passa a ser central para os indivíduos, principalmente os jovens, motivados a expressar valores como masculinidade, coragem, companheirismo, coesão, solidariedade, sentimento de pertinência a um grupo.

Fazer parte de torcidas, como a Mancha Verde, os Gaviões da Fiel, a Independente, passou a ser referência para habitantes de cidades congestionadas, carentes de serviços e de lazer.

Ao escopo semântico – onde se agrupam as agruras sociais – adiciona-se uma estética de diferenciação, caracterizada pelas cores – o verde, o vermelho e preto, o preto e branco, o azul, o amarelo canarinho – os símbolos (gavião, porco, urubu, galo, raposa, coelho, timbu, baleia, leão), a vestimenta com os dizeres da moda, o estilo de andar, de pensar, de perambular em bandos, e, fechando o circuito, a espetacularização midiática, por meio da qual os torcedores poderão ver nas telas de TV seus gestos, feições alegres ou crispadas de ódio e ouvir gritos de guerra.

Condenar as turbas com designativos de vândalos, bandidos, selvagens, adensar forças policiais em estádios, continuar a usar meios tradicionais, como punição a clubes, não conseguirão eliminar a violência das torcidas organizadas. Mais cedo ou mais tarde, os atos voltarão.

O disciplinamento e a ordem hão de levar em conta a elevação de padrões comportamentais, ancorada no esforço de educação (reeducação) de torcedores fanáticos.

Não se trata de implantar meras ações de marketing cultural – eventos festivos e associativos para alinhamento dos torcedores ao espírito do clube – mas de um amplo programa com o objetivo de compor um ideário voltado para engrandecer o espírito da democracia, com respeito aos princípios da ordem e disciplina, que não devem ser incompatíveis com o entusiasmo das torcidas.

É evidente que ante a moldura de extrema competitividade e crescente agressividade entre grupamentos sociais, um esforço nessa direção não será tarefa fácil. O que aqui se propõe é uma ação cívica dos clubes de futebol na tentativa de ajudar o Estado brasileiro a melhorar a argamassa do edifício da cidadania.

É inimaginável que torcidas se vejam como inimigas tomadas de ódio e virulência; e que o sarro tirado por um bandeirinha na direção de um grupo nas arquibancadas, o apito errado de um juiz, um ato menos educado de um policial ou um xingamento de um torcedor sejam motivo para a pancadaria. Nem Vespasiano nem Tito imaginariam que, um dia, o dístico “panis et circensis” seria acrescido de “violentia”. Fosse assim, o velho Coliseu não estaria em pé.

15 de dezembro de 2013
Gaudêncio Torquato, jornalista, professor titular da USP, consultor político e de comunicação.

MAIS EFICIENTE QUE QUALQUER MADAME ZORAIDA...

 

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15 de dezembro de 2013
Anhanguera

CRÔNICA DA FILA DO BANCO

  


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Imediatamente sai da fila dos idosos e entrei na mesma fila. Em pouco tempo ela olhou para trás, sorrindo, e disse:
- Porque o senhor não utiliza a fila dos idosos?
Você sabe para que lugar eu tive vontade de mandá-la, não é? Porém mantive a calma e usei toda minha experiência.

Puxei papo e resolvi inventar, para impressionar. Falei das minhas “experiências como comandante de navio de cruzeiro” – semana passada havia lido um livro sobre um comandante de navio de turismo. Sabia tudo a respeito.

- Uau! O senhor foi comandante de transatlântico?
- Só por vinte e dois anos – respondi expressando certa indiferença pelos anos de trabalho, mas sentindo que tinha capturado a presa, era só abater e comer.
- Nossa! E com essa sua pinta o senhor deveria, certamente, agradar muito o público feminino, nas noites de jantar com o comandante. Boquiaberto só pude responder:
- Hã? – distraído, eu estava de olho fixo no decote da jovem que exibia, exuberantemente, seus lindos seios. Ela me pegou no flagra. Eu sem graça e ela não fez por menos!


- O senhor ficou vermelho! Ficou até mais bonito. Aliás, o senhor deveria fazer um teste na televisão.
Eu estava perplexo e apavorado; depois dos sessenta, isto acontece uma só vez antes da morte. Aquele avião pronto para decolar e eu sem condições nem mesmo de efetuar o check in.

Sim, não sabia ao certo quanto teria na conta corrente…
Quanto estaria custando um Viagra?… Onde poderia arrumar duzentão, até o dia do depósito da “viúva”?… Quanto estariam cobrando um apê no motel? Será que se chamar um táxi pega bem? Comecei a suar frio.
- Eu, artista de televisão?
- Sim! o senhor lembra aquele famoso galã dos anos cinquenta, que minha avó me mostrou na revista “Rainha do Rádio”. Ela tem verdadeira paixão por essas revistas. Adorava Marlene, Emilinha Borba… Deus nos livre de alguém mexer nas suas revistas. Ela guarda a sete chaves, com o maior carinho. O senhor é saudosista também?
- Sim! Mas, você tá me gozando. Galã dos anos cinquenta?
- Verdade… não me lembro bem o nome, só sei que ele fazia filmes para o cinema, era muito famoso. Ma.. Mário, não era. Era alguma coisa como… ah sim, tinha dois zês no nome.
- Mário Gomezz (Apelei)?
- Não, não era este o nome.  Ah, lembrei… Mazzaropi? Isto, Mazzaropi! Mazzaropi era um galã, não era?


 Rapaz, nesta hora minha autoestima fez um buraco no chão e foi parar na terra do sol nascente. Pô, quando ela disse que eu parecia galã dos anos cinquenta, pensei num Paulo Gracindo, Paulo Autran, ou algum Antonio Fagundes da vida. Mas, Mazzaropi?…
PQP!  Mas, até aí tudo bem, para pegar aquele avião eu ia de Mazzaropi mesmo… O meu fabuloso programa da tarde só veio a acabar, quando ela incautamente, derrubou um livro que tinha na mão. Eu, como um verdadeiro cavalheiro, inventei de abaixar para apanhá-lo.
Só que esqueci as recomendações do meu ortopedista sobre minhas artroses e artrites, que quando eu me abaixasse, o fizesse de uma forma bem vagarosa. Enquanto o livro descia, eu mais que depressa, inventei de pegá-lo na altura dos joelhos desnudos da jovem. Só escutei a frase dela:
- “Uau! que reflexo – você parece um garotão!”.


Ouvi esta frase, e mais dois sons. Um som abafado da região da minha coluna que travou no ato, e o som estridente de um prolongado peido que, além de sinalizar a frouxidão do rabo, lembrou-me da intensa dor na coluna.
E quem disse que eu conseguia endireitar o corpo, nem chamando o Carvalhão. Arcado, tentava me endireitar e peidava. Tentava, e novamente peidava. Pô, o pior, que há pouco tinha almoçado num restaurante alemão. Imagina o odor? A jovem vendo que a situação não reverteria, tirou os dois dedos que apertavam suas narinas, apanhou o celular e discou para o SAMU. Fim de um provável romance…
Você tá rindo por que não foi com você.


15 de dezembro de 2013
Anhanguera

FALSO DRAMA

                   

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Bélgica. Uma praça pública. Tudo preparado, e as pessoas que estavam na praça não sabiam o que estava acontecendo.
Era apenas a dose diária de drama produzida pela TNT. Muito louca…


Cliquem no link para ver.

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GOVERNO DILMA VAI TORRAR R$ 14,4 MILHÕES NA CONSTRUÇÃO DO "MUSEU DO LULA" EM SÃO BERNARDO, SÃO PAULO


Aqui o projeto arquitetônico do Museu do Lula, que está sendo erguido no centro de São Bernardo, em São Paulo, e que registrará com peças e painéis fotográficos a saga do histriônico retirante nordestino que se tornou Presidente depois de ter liderado revoltas operárias nos tempos em que se desdobrava nas funções de líder sindical e informante do DOPS, segundo o livro-bomba do delegado Romeu Tuma Junior. Nos meios policiais, segundo Tuma Junior, Lula era conhecido pelo codinome "Barba".
Com investimento direto de R$ 14,4 milhões por parte do Ministério da Cultura, o Museu do Trabalho e dos Trabalhadores, em São Bernardo do Campo (SP), foi autorizado a captar até R$ 17 milhões via Lei Rouanet para seu projeto museológico e acervo permanente.
 
Até o momento, o projeto conseguiu captar R$ 1,5 milhão. A empresa apoiadora foi a mineradora Vale.
 
A estrutura de concreto dos dois blocos de aproximadamente 5.000 m², que abrigarão a história da evolução do trabalho na cidade e no país, está em fase final de construção. Segundo a Secretaria de Cultura da cidade, essa etapa será concluída ainda em dezembro deste ano.
 
A inauguração foi inicialmente prevista para 2013. Mas, atualmente, trabalha-se com a meta de abrir as portas do museu só em agosto do ano que vem --mês das festividades do aniversário da cidade paulista--, diz o secretário de Cultura da cidade, Osvaldo Neto.
 
LUTAS SINDICAIS
 
As obras do museu foram inauguradas na gestão de Luiz Marinho (PT), ex-ministro do Trabalho e da Previdência e amigo do ex-presidente Lula.
A obra fica no centro de São Bernardo do Campo, cidade que viu nascer o Partido dos Trabalhadores.
 
O acervo do museu estará disposto já em seu vão-livre. O uso da tecnologia e de exposições interativas será bastante explorado, segundo o secretário.
A história dos movimentos sindicais nascidos no ABC será alojada em um dos blocos.
 
As referências ao ex-presidente e antigo líder sindicalista Lula não darão o tom do museu, afirma Neto.
 
"Aqui nós citamos momentos da luta da qual ele fez parte", diz. "Não queremos que haja identificação com um lado político. Isso vai ficar por conta do visitante."
 
 
MEU COMENTÁRIO: Num país cujas cidades - inclusive São Bernardo -, não possuem nenhum sistema de esgoto sanitário, com pessoas morrendo de dengue e febre amarela, com os hospitais caindo aos pedaços e há mais de uma década sem qualquer investimento importante em infraestrutura, o Governo Federal vai torrar alguns milhões nesse já denominado "Museu do Lula".
 
Coincidentemente, o museu será inaugurado em agosto de 2014, a três meses da eleição presidencial.
 
É por isso que quando vejo os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) debatendo - o quê mesmo? - o fim das doações para campanhas eleitorais, com a finalidade de moralizar a política brasileira, sou tomado por aqueles instintos, como diria, "primitivos".
 
Já estou vendo o ato inaugural desse "Museu do Lula", devidamente planejado nos detalhes pelo ministro sem pasta da Dilma e do Lula, o marketeiro baiano João Santana, mais conhecido como o Goebbels botocudo.
E não preciso acrescentar mais nada.