"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

A MELHOR VIDA POSSÍVEL

Quanto mais converso por aí, mais percebo que é inútil acreditar em verdades absolutas e fórmulas ideais de convivência. Cada pessoa tem familiares que influenciaram suas escolhas, medos herdados e medos adquiridos, sonhos altos demais ou mesmo nenhum, e um número incalculável de perguntas sem respostas, de desejos embaraçosos, de mágoas vitalícias. Quem vai decretar para mim o que é melhor para mim? E quem vai dizer o que é melhor para você? Com que topete?

A melhor vida não é aquela que atende os mandamentos universais, as ordens celestes e os clichês eternizados, mas a que se tornou possível, a que você vem construindo a despeito de todas as suas dúvidas.

A melhor vida seria a da Gisele Bündchen, pensa a menina feia. A melhor vida seria a da Dilma, pensa a vereadora de uma cidadezinha do interior. Enquanto isso, vivem a vida possível, sem perceber o quanto deveriam ser gratas por não precisarem arcar com consequências que desconhecem.

A melhor vida para mim é bem diferente da melhor vida para você. Reúna o planeta inteiro e não se encontrará duas pessoas que planejem possuir a mesma vida, porque uns não querem ter horário para nada, outros se envaidecem de ter suas atitudes comentadas por estranhos, há os que se paralisam à primeira frustração, os que estão sempre inventando novos desafios, e a vida possível de cada um torna-se impossível para os demais, o que não deixa de ser uma piada termos que conviver intimamente uns com os outros apesar desse tabuleiro inesgotável de escolhas e destinos.

Se eu almejar uma vida ideal, terei que me basear na vida dos outros, pois o ideal é fruto de uma racionalização coletiva e consagrada, enquanto que se eu me contentar com uma vida possível, volto a assumir algum controle sobre os royalties das minhas decisões.

O que não impede que ela seja ótima, a mais adequada para o fôlego que tenho, a mais realizável dentro de minhas ambições, a menos sofrida, já que regulada pelo autoconhecimento que adquiri até aqui. Tenho como manejar uma vida possível de um jeito que jamais teria de manejar uma vida perfeita, até porque vida perfeita não é deste mundo, e o sobrenatural é matéria que não domino.

A melhor vida não é a focada em suposições, fantasias, esperas, surpresas e demais previsões que raramente se confirmam. A melhor vida não é aquela que é cumprida feito um pagamento de dívida, como um acerto de contas com nossos antigos anseios juvenis.

A melhor vida não é a que desenhamos quando criança na folha do caderno, a casinha de venezianas abertas, a fumaça saindo pela chaminé e os girassóis protegidos por uma cerquinha branca, e tudo o que isso sugere de proteção e vizinhança com os desejos comuns a todos. A melhor vida possível é aquela que você ainda vem desenhando, mesmo já com algumas pontas de lápis quebradas.

 
02 de fevereiro de 2014
Martha Medeiros, Zero Hora

O HUMOR DO DUKE

Charge O Tempo 02/02



02 de fevereiro de 2014

O BRASIL E O HAITI

 


 
Acossado pela chegada maciça de imigrantes haitianos, o governo do Acre está pedindo a adoção de medidas  pelo governo federal, incluindo o possível fechamento, temporário, da fronteira do Brasil com o Peru.

Nas últimas semanas, o número de haitianos  que atravessa, sem visto, a fronteira, subiu de 20 para uma média de 70 pessoas. Nas contas do governo acreano, desde 2010, 15.000 estrangeiros já teriam entrado no Brasil pela cidade de Assis. O secretário de Direitos Humanos do estado, Nilson Mourão, alerta para a possibilidade de uma tragédia a qualquer momento.

Falta logística, água, alimentação. Já são servidas 3.600 refeições por dia no abrigo construído no ano passado em Brasileia, onde se concentram 1.200 pessoas, o triplo da capacidade inicial.

ERRO DE AVALIAÇÃO

Com relação ao Haiti, o governo tem cometido grave erro de avaliação. Primeiro, porque permitiu que se estabelecesse uma espécie de relação especial, de culpa e dependência, entre os dois países. Como se o Haiti se tivesse transformado, para o Brasil e o resto do mundo, em uma espécie de “nosso” Vietnã. E nossa responsabilidade com aquele país fosse além do compreensível sentimento de solidariedade por uma das nações mais pobres do mundo, atingida por terrível catástrofe natural.

Nossas tropas não bombardearam nem invadiram o Haiti. Elas entraram naquele país em missão de pacificação, junto a soldados de outras nações, sob mandado e por solicitação da Organização das Nações Unidas.

E, em segundo lugar, porque o governo encarou a chegada dos haitianos ao Acre como uma questão meramente humanitária e não como o que efetivamente é: um esquema criminal de exploração e tráfico de seres humanos, composto tanto pela máfia que envia os haitianos ao Brasil – ameaçando matar seus familiares que ficam no Haiti caso não paguem as extorsivas dívidas contraídas para chegar aqui junto aos funcionários, policiais e “coyotes” que os extorquem, espancam e estupram no Peru, em um esquema que envolve milhões de dólares por ano e centenas de milhares de dólares por mês.

ESQUEMA DE COTAS

Se o governo está preocupado com a situação dos haitianos que querem vir para o Brasil, o primeiro a fazer é parar de recebê-los, das mãos de traficantes, na fronteira, e providenciar transporte direto para cá daqueles que conseguirem, dentro do esquema de cotas já estabelecido, vistos de entrada, em nossas instalações diplomáticas no Haiti.

É triste dizer isso, mas estamos apenas reproduzindo, nos abrigos de Brasileia a mesma situação vivida por essa gente em seu país, com o agravante de estarmos colocando a sua vida em risco, caso não consigam emprego e dinheiro para mandar a suas famílias para pagar as dividas contraídas para “viajar” para o Brasil.

Como mostra o quadro emergencial vivido pelo governo acreano, não resolveremos o problema haitiano enriquecendo os “coyotes” peruanos ou criando outros problemas no Brasil.

02 de fevereiro de 2014
Mauro Santayana

O CASO LUPI: QUEM SABE UM DIURÉTICO PARA ACELERAR A URINA POLÍTICA?

O caso Lupi: Quem sabe um diurético para acelerar a urina política?  

 

 



Tome um diurético, expulse de seu organismo os “malfeitos”, dê um carão na opinião pública, use e abuse da amizade de um ex-presidente da República e dê declarações a imprensa brasileira, neste caso a Folha de São Paulo no dia 1º de fevereiro transportando um recado (minhas costas estão quentes) e vire piada política.

“O Lula me falou: Lupi, esquece, isso sai na urina”. (teria dito a Lupi o ex-presidente)

A princípio não podemos tomar esta declaração como equilibrada, muito menos partindo de um ex-presidente e político como Lula, que ao que tudo indica goza de um grande prestígio no eleitorado brasileiro e que saiu da presidência da República com sua reputação em alta e gozando de um grande respeito da sociedade brasileira, tido como patriota, possuidor de uma coragem pessoal para enfrentar os turbilhões da política nacional, lutador inconteste da causa pública, da inserção social dos menos favorecidos, dos desabrigados sociais que não se inseriam na divisão das riquezas nacionais, de um homem que sequer foi citado no processo 470 que abateu alguns parlamentares e membros de seu partido e governo.

Mais, sempre agiu com conduta na averiguação dos fatos que envolviam corrupção, este mal crônico que degasta a saúde pública, a educação, a formação intelectual de milhares de crianças, em fim , o pior mal de nossos dias. Incentivou o Ministério Público e deu autonomia às ações da Polícia Federal.
E agora companheiro?  Ou o presidente nacional do PDT está ameaçando alguém e se mostra com as costas quentes, ou está vivendo um “manotaço de afogado”, e, pior, usando o nome de Lula.

As denúncias a ele atribuídas são constantes nas páginas de nossa imprensa e devem ser apuradas, verídicas ou inverídicas e outorgando ao acusado o amplo direito de defesa, mas com os resultados e clareza que a sociedade exige.

Se não, convenhamos: é só tomar um diurético para acelerar a saída da urina do esquecimento? Vamos mijar na cabeça da sociedade brasileira?  Ou vamos dizer: “È uma receita do Lula”?
Não, não podemos nem urinar na cabeça da sociedade nem tampouco colocar na boca do ex-presidente Lula essa irresponsabilidade. A sociedade exige explicações.

02 de fevereiro de 2014
João Vicente Goulart

LOBÃO ENTREVISTA DENISE ABREU

A mulher que amedronta o Planalto, solta a voz para o roqueiro

(Foto: Ella Durst)
(Foto: Ella Durst)

Caiu na rede – Quando o ucho.info afirmou que Denise Abreu, ex-diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) preocupa os palacianos próximos à presidente Dilma Rousseff, muitos pensaram ser um exagero de nossa parte, mas isso vem se confirmando a cada dia. E se fizemos tal afirmação é porque as informações recebidas dão conta que essa é de fato a situação que reina no Palácio do Planalto quando surge em alguma conversa o nome de Denise. (Clique e confira a entrevista)

Fora isso, Denise Abreu causa muita preocupação aos integrantes da cúpula do partido dos Trabalhadores. A razão é muito simples: ela sabe demais sobre as entranhas do partido e conhece em minúcias o modus operandi de governar do PT.

Pré-candidata do Partido Ecológico Nacional (PEN) à Presidência da República, Denise é, pelo menos por enquanto, a única pessoa com capacidade e preparo para enfrentar Dilma em um debate. Não apenas por tudo o que sabe, mas, sim, pela experiência acumulada ao longo dos anos.

No domingo (2), às 22 horas (horário de Brasília), Denise Abreu estará no Lobão Entrevista, na rede mundial de computadores. Ex-Procuradora do Estado de São Paulo (1986/2003), Denise teve sua reputação assassinada ao contrariar os interesses privados de integrantes do governo petista de Luiz Inácio da Silva. Essa operação covarde se deu no vácuo de um compadrio ancorado pelo lobista Lula, cujos operadores eram Roberto Teixeira (compadre do ex-presidente) Dilma Vana Rousseff, à época ministra-chefe da Casa Civil.

Na corrida presidencial, Denise Abreu promete fazer valer os valores conservadores, ou seja, não se deixará contaminar pelo populismo barato que escorre pela rampa do Palácio do Planalto, da mesma maneira que não pegará carona na bolha de virtuosismo que o PT insiste em manter no ar para não estourar.

Se eleita, Denise tem como metas a implantação da visão de Estado, não de Governo, na administração pública, valorizando a meritocracia e o resgate dos valores éticos e tradicionais da sociedade brasileira. Até porque, reparar o estrago que Lula e Dilma impingiram ao País, em apenas treze anos, exigirá dos brasileiros de bem pelo menos cinquenta anos de esforço continuado.

Em sua página no Facebook, o senador Alvaro Dias (PSDB/PR) escreveu um fato real acerca da entrevistada do roqueiro Lobão: “Denise Abreu é verdadeiro arquivo vivo de denuncias que amedrontam o governo! É corajosa e tem muito a dizer! Pretende disputar a presidência para encontrar espaço para suas denúncias!”

Para quem já conhece Denise Abreu, a entrevista a Lobão será uma ótima oportunidade para confirmar a disposição e o destemor que essa brasileira tem para, enfrentando o lado truculento dos atuais ocupantes do poder, disputar o direito de colocar o Brasil nos trilhos. Para quem não conhece Denise, eis a chance para descobrir o que ela pode fazer pelo País.

Assista ao “Lobão Entrevista” através do link http://goo.gl/XYBnJg

02 de fevereiro de 2014
ucho.info
 

A ALEGRIA DE LER CABEÇAS PENSANTES

Hoje eu estou como o diabo gosta, não preciso nem escrever: é só copiar e colar artigos de gente que pensa como eu. E é com muita alegria que o faço, por ter a certeza que alguma coisa está mudando para bem melhor, pelo menos, se não na prática, pelo menos nas cabeças, principalmente de gente turrona como Ferreira Gullar, até bem pouco tempo esquerdista e politicamente correto de quatro costados, que hoje ousa até criticar o islã, como no seu artigo na Folha, “O prazer de matar”.

Mas agora, vou reproduzir mais um, muito bom, sobre o famigerado “politicamente correto”

Astor Wartchow: Demagogia inclusiva

“Boa noite a todos e todas. Quero saudar a presença de todos e todas”. Com certeza, você já ouviu, ultimamente, essas expressões em solenidades político-partidário-governamentais ou acadêmico-universitárias. Se não ouviu, com certeza, ouvirá!

Trata-se de um modismo denominado “linguagem inclusiva”. Sua utilização massiva teria se originado de reivindicação de movimento feminino. No entender das militantes, a gramática nacional torna as mulheres “invisíveis”. Entendem que a denominação genérica “todos” consolida e mantém uma supremacia masculina do cotidiano político, social e familiar.

Essa expressão é apenas mais uma apropriação linguística entre centenas que surfam na onda do politicamente correto, uma praga que multiplicou seus fiéis. E que acreditam que a linguagem pode mudar a realidade.

Ora, ora, no máximo, conseguem influenciar a linguagem, mas não mudam a realidade. Consulte qualquer professor de português. São expressões redundantes. O português é uma língua que não tem o gênero neutro. De modo que o gênero masculino (todos!) ocupa esse papel.

E isso não tem nada a ver com machismo e exclusão social. Se pretendem de fato valorizar as mulheres devem encontrar outras soluções. Na vida real, não no campo da retórica. Aliás, é até um desrespeito tratar as pessoas assim, subestimando sua inteligência e sua percepção da realidade. E, sem dúvida, um desrespeito à gramática.

Essa onda do politicamente correto criou algumas preciosidades patéticas. Um exemplo é o tratamento verbal dispensado aos idosos. Velhice passou a ser chamada de “terceira idade”. Ou como dizem alguns mais exagerados e abusados: “melhor idade”.

Até parece que nunca conversaram com idosos sobre os inúmeros problemas e transtornos que decorrem da chegada ou do avanço da idade. São eufemismos ofensivos à realidade que as pessoas enfrentam na vida cotidiana.

Não vai demorar muito e veremos campanhas para “abolir” expressões e/ou “domar” palavras tidas como perniciosas (sic) ao convívio social. Como se a língua fosse um “animal domesticável”.

Uma coisa são campanhas de esclarecimento e conscientização educacional e política, ou políticas públicas antidiscriminatórias e de transformação social. Outra coisa é manipular palavras.

“Todos e todas” é apenas mais uma das dezenas (ou serão centenas?) de bobagens com que o populismo e a demagogia nos brindam de tempos em tempos. E continuarão brindando.

Ou já esqueceram aquela ação de um procurador do Ministério Público Federal que tentou tirar de circulação o dicionário Houaiss, ou, a edição de lei que manda nominar bacharel mulher de bacharela e, ou, a recente perseguição judicial às obras de Monteiro Lobato?
 
02 de fevereiro de 2014

DANDO NOME AOS BOIS


“Escrever bem começa pelo seguinte: dar às coisas o nome que as coisas têm. E não é só em relação a assaltantes e gatunos, não. São assustadoras as indulgências concedidas a esses políticos corruptos. Elas são mais perigosas do que aquelas dadas aos bandidos comuns. Quando vão parar nos presídios, irrompe na cena a cara de pau adicional de simular esmolas recebidas para lhes custear as multas aplicadas pela autoridade competente. Esmolas de meio milhão de reais! O Brasil acaba de criar o mendigo de elite, que é o bandido político.”

 
Leiam na íntegra Deonísio da Silva em “Supostos e suspeitos na ordem do dia”
 

O BEIJO GAY DA NOVELA E A AGENDA POLITICAMENTE CORRETA



A que ponto chegou a manipulação dos meios de comunicação sobre o povo.

 O final de um folhetim, uma obra de ficção que é resultado da criatividade de um escritor que dança conforme a música das conveniências do momento virou assunto absoluto nas redes sociais. 

 Vi gente comemorando o politicamente correto de um gay beijando outro em rede nacional de TV, como se isso fosse a cura do câncer, e todas as mazelas da sociedade brasileira simplesmente desapareceram após o tal beijo.

 A alienação chega a ponto da imbecilidade, ainda há poucos dias eu li na rede que houve um beijo gay entre duas mulheres no BBB, e o assunto não rendeu tanto. Cheguei a ver comentários de gente que hoje comemora o polêmico beijo na novela, descendo o cacete na mesma situação do BBB.  É ou não é de phoder? É que o BBB é unanimidade em mal gosto e alienação, além de estar na moda descer o cacete no péssimo programa....Então..... 

E tem uma porrada de gente que condena o BBB e não acha nada demais em viver alguns meses seguindo uma novela. Me expliquem..qual a diferença social entre o BBB e uma novela?

 Para ver gays se beijando não precisam ficar eletrocutados diante da TV, é só dar uma voltinha pela AV. Paulista, na parada gay, ou na R. Augusta que veremos beijos muito mais "calientes" entre os gays. E ninguém sai aplaudindo, comemorando ou ufanando a beleza plástica e a polêmica do neo comportamento social da sociedade imbecilizada...Simplesmente a vida continua....

 A mistura do Brasuca que se comporta como torcedor em tempo integral, a alienação promovida na marra pelos meios de comunicação, e o bovino politicamente correto de plantão estão arrasando com a sociedade.

 A velha sociedade da moral e dos bons costumes, o VERDADEIRO respeito ao próximo, da tolerância e acima de tudo... da educação, pelo visto, já era.  E eu não sou um radical conservador, apenas não entendo esse modernismo social que o é ir contra as próprias crenças para parecer legal. O inserido social.

Tem que existir limites para tudo e vozes destoantes da maioria, isso tem que ser respeitado. Tem muita gente preconceituosa, mas existem os que tem conceito formado no que acreditam. E o termo homofóbico é um neologismo que faz um "apartaide" sexual e social onde quem levar essa fama poderá ser visto como um criminoso. 

E no fundo muita gente que aplaude beijos gays na verdade só o faz para estar no grupo dos legalzinhos tolerantes e evoluídos ruminantes sociais. Aquele mundo do Feicebuqui onde todo mundo é bonito, bacana, legal, alegre, tem uma vida agitada, milhares de amigos, viaja pelo mundo toda semana, entende de tudo...O faz de conta das redes sociais.

 O legal hoje é estar inserido no pensamento bovino da maioria, tem que ser moderninho para ser aceito, ou acreditar que é aceito no mundo atual. E se pensar ao contrario, ter opinião que confronte a maioria, é reacionário e homofóbico. Uma estupidez galopante. 

 Enquanto o povo comemora e comenta um beijo gay na TV, o governo enterra pesado o país, arrasando com a sociedade tradicional criando uma cizânia comportamental, de credo, cor da pele e sexualidade transformando o povo em uma legião de zumbis telespectadores. 

Pelo que sei, nas últimas três novelas a mistura do bolo é a mesma, um Gay engraçadinho cheio de frases de efeito e comportamento bizarro, uma ou outra megera, um bando de coitadinhos sofredores e vamo que vamo, explorar o assunto para todo o sempre. Uma xaropada que tira de parte da população o habito de pensar, e quem não pensa deixa alguém pensar por ele...

 Na próxima novela, irão pegar algum assunto que mexa com o politicamente correto e explorarão à exaustão, farão que o povo debata uma nulidade e esqueça da vida real. E é assim nas novelas, no futebol na vida, e o Brasil andando para trás, com índices absurdos em rankings internacionais, educação falida, a família destroçada e o povão cheio de sabedoria sociológica debatendo uma novela. E depois virão aqui para falar mal da Globo.

 Sinceramente, todo povo tem o governo que merece.

Nada contra os gays, acredito que cada um faz o que bem entende da própria vida, só que não consigo engolir essa moda de aceitar tudo que está na agenda politicamente correta sob o risco de ser  queimado na fogueira da inquisição bovinosocial.

E quem não gostou....que vá coçar um orangotango.
 
02 de fevereiro de 2014
omascate

TEORIA DE GÊNERO: COMO SEU PRIMEIRO EXPERIMENTO FRACASSOU

                       
Brian and Bruce-BrendaNota do tradutor:

 O horrendo experimento com os gêmeos Reime realizado pelo mentor da teoria de gênero, o sexólogo neozelandês John William Money (1921-2006), tem sido solenemente ignorado pela grande mídia, ou, quando muito, ocasionalmente mencionado por um ou outro articulista, sempre com o desvelo de não se comprometer, no essencial, a validade de uma noção canônica em exótico ramo da psicologia contemporânea: o gênero em “sentido amplo” (isto é, mais “inclusivo” que o anacrônico binômio masculino-feminino) e suas derivações.

Todavia, um veículo da grande mídia internacional - o periódico francês “Le Figaro” - tem publicado uma série de artigos instigantes sobre os desdobramentos práticos da ideologia de gênero: as políticas públicas de gênero.

Em um deles, elas são descritas como “um conjunto de incitações insidiosas que visam mudar o comportamento dos jovens e substituir, aos poucos, um modelo de sociedade por outro” (1).
Traduzo aqui Theórie du genre: comment la premiére expérimentation a mal tourné [Teoria de gênero: como seu primeiro experimento fracassou] (2), publicado na edição de 31 de janeiro de 2014 do jornal citado.

Nele é descrito o caráter criminoso dos testes efetuados por Money que, como o leitor poderá facilmente constatar, em nada diferiam das técnicas do “Anjo da Morte” no campo de Auschwitz, o Dr. Joseph Mengele.

Teoria de gênero: como seu primeiro experimento fracassou


Le Figaro

david reimerNos anos 60, um médico neozelandês experimentou em dois gêmeos a “teoria de gênero”, convencendo os pais a transformarem um deles em menina. Uma experiência de consequências dramáticas.


Ainda que a polêmica sobre a teoria de gênero não cesse de crescer, a experiência trágica conduzida na metade dos anos 60 pelo seu criador, o sexólogo e psicólogo neozelandês John Money, volta à superfície, como relatou na quarta-feira o Le Point.

Uma experiência frequentemente ocultada por seus discípulos atuais nos estudos “de gênero”, pois, se o fosse (tendo sido conduzida em dois gêmeos canadenses nascidos meninos, sendo que um que deles foi educado como menina) não seria bem vista.

O especialista em hermafroditismo na universidade americana Johns Hopkins, John Money, definiu desde 1955 o “gênero” como uma conduta sexual que escolhemos adotar, a despeito de nosso sexo de nascença. Ele estudou notadamente os casos de crianças nascidas intersexuais para saber a qual sexo elas poderiam pertencer: aquele que a natureza lhes deu ou aquele no qual foram educadas.

Em 1966, os pais iriam oferecer ao controvertido médico a possibilidade de testar sobre seus próprios filhos a teoria de gênero. O casal Reimer eram pais de gêmeos de oito meses. Eles desejavam circuncidá-los, porém a operação não foi bem sucedida em um dos dois bebês, Bruce, cujo pênis foi queimado após a uma cauterização elétrica. Seu irmão, Brian, por sua vez, saiu ileso da operação.

Adolescência Difícil


moneyPara John Money (foto ao lado), era a ocasião de mostrar com base em um modelo vivo que o sexo biológico não era mais que um erro. Ele propôs então aos pais desamparados que educassem o filho como uma menina, sem jamais revelarem a ele seu sexo de nascença. Bruce, que desde então passou a se chamar Brenda, recebeu a princípio um tratamento hormonal, pois se queria retirar seus testículos depois de quatorze meses.

Doravante uma menina, “Bruce-Brenda” usa saias e brinca com bonecas. Durante sua infância, os gêmeos Brian e Brenda seguem um desenvolvimento harmonioso, fazendo da experiência de sexologia uma vitória. Ao menos foi o que John Money - que mantinha guarda sobre sua evolução - examinando-os uma vez por ano, acreditava. Ele publica então numerosos artigos sobre o assunto, mais um livro, em 1972, “Homem-mulher, garoto-garoto”, no qual afirma que é a educação e não o sexo de nascença que determina se alguém é homem ou mulher.

Mas se Brenda viveu uma infância sem choques, as coisas se complicaram na adolescência. Sua voz se tornou mais grave e ela se sente atraída por garotas. Pouco a pouco, ela rejeita seu tratamento, substituindo-o por outro, com testosterona. No fundo, ela se sente mais um garoto que uma moça. Desamparado, o casal Reimer conta a verdade a seus filhos. Desde então, Brenda se torna um homem, David, no qual é criado cirurgicamente um pênis e são retirados os seios. Este último se casará com uma mulher, com a idade de 24 anos. Mas esta experiência identitária fora dos padrões deixou desgastes irreparáveis sobre os gêmeos.

david
David Reimer

Brian se suicidou em 2002, David em maio de 2004.


Notas:

1 - http://www.lefigaro.fr/actualite-france/2014/01/30/01016-20140130ARTFIG00410-la-theorie-du-genre-entraine-l-ecole-dans-l-ingenierie-sociale.php

2 - http://www.lefigaro.fr/actualite-france/2014/01/31/01016-20140131ARTFIG00151-theorie-du-genre-comment-la-premiere-experimentation-a-mal-tourne.php


02 de fevereiro de 2014
Escrito por Le Figaro
Tradução: Creomar Baptista

A PERGUNTA CERTA

          
          Artigos - Governo do PT 
Para vencer o desequilíbrio estabelecido entre as forças do governo e as da oposição é preciso identificar e apontar ao juízo soberano dos eleitores certos abismos que as separam.
 

É tamanho o descrédito dos partidos políticos que eles desistiram de proclamar suas virtudes. Ao contrário, dedicam-se a demonstrar que os outros chafurdam em ainda maiores vícios. Nesse contexto, nesse indiscutível contexto, fica imensamente favorecida a vida de quem está no poder. Ali, as facilidades voam em jatinhos militares devidamente decorados para os prazeres da vida civil. Ali, roda a ciranda em torno do Erário, que abre portas na hora certa para alegria dos folgazões. Ali há dinheiro, empregos, poder, honrarias, favores. E tudo isso, no tempo devido, vira mercadoria ou moeda eleitoral.
 
"E a oposição?", indagará o leitor atento à relevância política deste ano de 2014. Ora, a oposição é aquele pequeno reduto onde só ficam os que não se deixaram seduzir pelo que de mais atraente existe nas tentações do poder. No Brasil destes anos constrangedores, só é oposição quem faz muita questão de sê-lo. O poder tem do bom e do melhor para todos os seus. A oposição é trincheira de poucos e mal apetrechados combatentes.
 
Quem acompanha a política nacional com interesse cívico sabe, também, que o PT muito pouco pode apresentar como resultado positivo de suas três administrações que não provenha de políticas que antes condenou e, posteriormente, adotou. Mas, convenhamos: isso não serve para estabelecer diferenças. Bem ao contrário. A estratégia oposicionista precisa ser outra. Para vencer o desequilíbrio estabelecido entre as forças do governo e as da oposição é preciso identificar e apontar ao juízo soberano dos eleitores certos abismos que as separam. A contribuição que trago nestas linhas é uma lista de pautas, de condutas e de políticas pelas quais esse rio de águas turvas chamado Partido dos Trabalhadores ganha corpo com seus afluentes pela margem esquerda e pela margem direita. Elas me levam ao que chamo de a pergunta certa: qual o partido brasileiro que se identifica com as seguintes políticas, condutas e pautas?
 
Marco regulatório da imprensa;

marco civil da internet;

PLC 122 (da "homofobia") e seus disparates;

imposição do "politicamente correto" e da novilíngua;

confabulações do Foro de São Paulo;

apoio e refúgio a terroristas (Cesar Battisti é apenas um dos casos);

captura e devolução a Fidel dos boxeadores cubanos;

apoio aos governos comunistas de Cuba, Venezuela e Bolívia;

incondicional afeição a qualquer patife adversário do Ocidente;

homenagens e nomes de ruas para líderes comunistas;

memorial para Luiz Carlos Prestes;

apoio explícito a companheiros condenados pela justiça por graves crimes;

verdadeira fobia por presídios e órgãos de segurança, resultando em gravíssima instabilidade social;

absoluta e incondicional dedicação aos direitos humanos dos bandidos;

empenho em inibir a ação armada das instituições policiais;

dedicação à causa do desarmamento dos cidadãos;

recusa à redução da maioridade penal;

criação do MST e apoio às suas truculentas invasões de propriedades rurais;

apoio a invasões no meio urbano e a políticas que restringem o direito de propriedade;

cobertura às estripulias imobiliárias dos quilombolas;

avanços do Código Florestal contra o direito de propriedade;

expansão das reservas indígenas sobre áreas de lavoura;

mudança, para pior, do Estatuto do Índio;

supressão de símbolos religiosos em locais públicos;

lei da palmada;

apoio à legalização do aborto;

políticas de gênero;

kit gay nas escolas;

apoio à parada gay, à marcha das vadias e à marcha pela maconha;

leis de cotas raciais;

uso de livros didáticos para doutrinação ideológica;

fim da lei de anistia e manipulação da História;

aparelhamento da administração pública e dos órgãos de Estado pelos partidos do governo;

e mais recentemente, defesa dos rolezinhos e suas perturbações em locais de comércio.
 

Examine bem a lista acima e depois me diga se não é urgente espantar, pela força do voto, esse mau agouro político que lança sortilégios sobre nossa sociedade e sobre a democracia brasileira.
 
02 de fevereiro de 2014
Percival Puggina

A COPA DAS COPAS DA INSENSATEZ

A Copa do Mundo vai custar R$ 30 bilhões para o Brasil. Somente em empréstimos para os estádios, o BNDES ProCopa Arenas enterrou R$ 4,4 bilhões. O governo federal diz que não é doação, é financiamento. Eu digo: é fundo perdido, porque o futebol jamais pagará está conta.
 
Os jornais de hoje estampam que o Banco Central está saindo à cata dos clubes de futebol para cobrar dividas bilionárias. É muita insensatez. O BNDES empresta bilhões para caloteiros, ao mesmo tempo em que o Banco Central sai atrás destes credores. São mais de R$ 24 bilhões, dos quais muitos R$ 4,7 bilhões são de dívidas eternas de grandes clubes.
 
Clique na tabela abaixo para ver a dívidas dos clubes.
 
 
Mas para este governo insensato, nada está tão ruim que não possa piorar. O deputado federal e vice-presidente da Federação Paulista de Futebol (FPF), Vicente Cândido (PT-SP), e com apoio da presidente Dilma Rousseff, quer aprovar o Proforte. Segundo o projeto de lei, parte do valor arrecadado com a Timemania iria diretamente para um fundo. Os clubes que aderissem precisariam quitar apenas 10% do total da dívida em impostos não recolhidos, como Imposto de Renda e INSS. O restante seria perdoado em troca da criação de um sistema de bolsas ou da destinação de instalações, equipamentos, técnicos para a formação e desenvolvimento de atletas, garimpados entre crianças e jovens carentes.
O projeto, taxado nos bastidores como anistia, ganhou desafetos de peso, como o ex-jogador e deputado federal Romário (PSB-RJ), que classifica a proposta como um “perdão das dívidas” dos clubes. “Sou 100% contra”, resumiu o ex-jogador. 
 
É este país, é este Brasil que está enterrando bilhões e bilhões numa Copa do Mundo sabendo-se que o futebol jamais estará organizado, como na Europa, para retornar este investimento. Basta olhar a receita dos clubes. E as suas dívidas. Copa das Copas? Só se for da insensatez.
 
02 de fevereiro de 2014
in coroneLeaks

MUDAR, COM PÉ NO CHÃO

As pesquisas eleitorais estão a indicar que os eleitores começam a mostrar cansaço. Fadiga de material. Há doze anos o lulo-petismo impõe um estilo de governar e de se comunicar que, se teve êxito como propaganda, demonstra agora fragilidade.


Toda a comunicação política foi centralizada, criou-se uma rede eficaz de difusão de versões e difamações oficiais pelo país afora, os assessores de comunicação e blogueiros distribuem comunicados e conteúdos a granel (pagos pelos cofres públicos e pelas empresas estatais) e se difundiu o “Brasil Maravilha”, que teria começado em 2002.

Ocorre que a realidade existe e que às vezes se produz o que os psicólogos chamam de “incongruências cognitivas”. Enquanto os efeitos das políticas de distribuição de renda (criadas pelos tucanos) eram novidade e a situação fiscal permitia aumentos salariais sem acarretar consequências negativas na economia, tudo bem. O cântico de louvor da propaganda encontrava eco na percepção da população.

Desde as manifestações de junho passado, que pegaram governo, oposição e sociedade de surpresa, deu para ver que nem tudo ia bem. A insatisfação estava nas ruas, a despeito das melhorias inegáveis do consumo popular e de alguns avanços na área social.



É que a própria dinâmica da mobilidade social e da melhoria de vida, e principalmente o aumento da informação, geram novas disposições anímicas. As pessoas têm novas aspirações e veem criticamente o que antes não percebiam. Começam a desejar melhor qualidade, mais acesso aos bens e serviços e menos desigualdade.

O estopim imediato da reação popular foram os gastos da Copa, o custo do transporte, a ineficiência, a carestia e a eventual corrupção nas obras públicas. Ao lado disso, a péssima qualidade do transporte urbano, da Saúde, da Educação, da segurança, tudo de cambulhada.

Nada é novo, nem a reação provocada por este mal-estar se orientou, de início, contra um governo específico ou contra um partido. Significou o rechaço de tudo que é autoridade. Na medida em que o governo federal reagiu propondo “pactos”, que não deslancharam, e vestiu a carapuça, a tonalidade política mudou um pouco.

Mas o rescaldo dos protestos — e não nos esqueçamos que eles têm causas — foi antes a criação de um vago sentimento mudancista do que um movimento político com consciência sobre o que se quer mudar.

Os donos do poder e da publicidade se aperceberam da situação e se aprestam para apresentarem-se com máscaras novas. Só que talvez a população queira eleger gente com maior capacidade organizacional e técnica, que conheça os nós que apertam o país e saiba como desatá-los. Esta será a batalha eleitoral do ano em curso.

O petismo, solidário com os condenados do mensalão a ponto de coletar “vaquinhas” para pagar as dívidas dos condenados, porá em marcha seus magos para dizer aos eleitores que são capazes da renovação.

E a oposição? Terá de desmascarar com firmeza, simplicidade e clareza, truque por truque do adversário e, principalmente, deverá mostrar um caminho novo e convencer os eleitores de que só ela sabe trilhá-lo.

Os erros da máquina pública, seu custo escorchante, a incompetência política e administrativa estão dando show no dia a dia. As falhas aparecem nas pequenas coisas como na confusão armada a partir de uma simples parada da comitiva presidencial em Lisboa, e nas mais graves, como o inexplicável sigilo dos gastos do Tesouro para financiar obras em “países amigos”.

Isso abriu espaço, por exemplo, para o futuro candidato do PSDB dizer, com singeleza: “uai, pena que a principal obra da presidente Dilma tenha sido feita em Cuba e não no Nordeste tão carente de infraestrutura”.

Eu sei que há razões estratégicas a motivar tais decisões. Mas na linguagem das eleições o povo quer saber “quanto do meu foi para o outro”. E disso se trata: em quem o eleitor vai confiar mais para que suas expectativas, valores e interesses sejam atendidos.

Daí que a oposição deverá se concentrar no que aborrece o povo no cotidiano, sem desconhecer os erros macroeconômicos, que não são poucos.

Quanto à insegurança causada pela violência e o banditismo, é preciso reprimi-los e está na hora de o PSDB apresentar um plano bem embasado de construção de penitenciárias modernas, inclusive algumas sob a forma de parcerias público/privado, como foi feito em Minas Gerais.

É o momento para: refazer a lei de execuções penais e incentivar os mutirões que tirem das prisões quem já cumpriu pena, como também pôr fim, como está fazendo São Paulo, às cadeias em delegacias e, ainda, incentivar os juízes à adoção de penas alternativas.

Não será possível, sem negar eventuais benefícios de mais médicos, mostrar que a desatenção às pessoas, as filas nos hospitais, a demora na assistência aos enfermos, nada mudou? E que isso se deve à incompetência e à penetração de militantes partidários na máquina pública?

Por que não mostrar que o festejado programa Minha Casa, Minha Vida tem um desempenho ruim quando se trata de moradias para a camada de trabalhadores também pobres, mas cuja renda ultrapassa a dos menos aquinhoados, teoricamente atendidos pelo programa?

Sobra uma enorme parcela da população trabalhadora sem acesso à casa própria, tendo de pagar aluguéis escorchantes.

Isso para não falar de um estilo de governo mais simples, mais honesto, que diga a verdade, mostre os problemas e não se fie no estilo “Brasil Maravilha”. De um governo mais poupador de impostos, reduzindo-os para todos e não apenas para beneficiar as empresas “campeãs” ou “estratégicas”.

As oposições precisam ser mais específicas e mostrar como reduzirão os absurdos 39 ministérios, como eliminarão o inchaço de funcionários e fortalecerão critérios profissionais para as nomeações. Também chegou a hora de uma reforma política e eleitoral. Não dá para governar com 30 partidos, dos quais boa parte não passa de legenda de aluguel.

Em suma, está na hora de mudar e quem tem a boca torta pelo cachimbo da conivência com a corrupção, o desperdício e a incompetência administrativa, por mais que faça mímica, não é capaz dessa proeza. O passado recente teve suas virtudes, mas se esgotou. Construamos um futuro de menos arrogância, com realismo e competência, que nos leve a dias melhores.

02 de fevereiro de 2014
Fernando Henrique Cardoso é ex-presidente da República.

A ATLETA QUE DISSE "NÃO" AO SISTEMA

A tenista chinesa Li Na sempre foi espirituosa, ao contrário de seus camaradas-atletas menos afeitos a entrevistas coletivas. Mas, depois de vencer o Grand Slam da Austrália no último dia 25 em Melbourne, ela se superou.

“Agradeço a meu agente Max, que me tornou rica”, disse a esportista-ícone do país de regime comunista. Li acabara de embolsar US$ 2,3 milhões pela vitória. E o prêmio vai engordar o cofrinho de US$ 40 milhões que a terceira atleta mais bem paga do mundo vem alimentando com contratos desde 2010.

Agradeceu em seguida ao marido também tenista, que namora desde a adolescência. “Meu saco de pancada, meu faz-tudo. Muito obrigada. Você é um cara muito bacana. Teve muita sorte de me encontrar.”

Agradeceu por fim à legião de fãs, que a idolatram como Grande Irmã Na. Só no Weibo, o Twitter local, Li tem 21 milhões de seguidores. Três anos atrás, quando ela disputou a primeira conquista de Grand Slam, 116 milhões de compatriotas acompanharam o jogo pela televisão — audiência maior do que a do Super Bowl do ano passado.

Mais uma vez, a ausência de qualquer referência à pátria e ao sistema chinês de incentivo ao esporte foi gritante. Já em 2011, ao se tornar a primeira e até hoje única tenista da Ásia a vencer um torneio Grand Slam, Li fizera questão de não se declarar devedora da máquina estatal de produzir atletas.
Para o regime de Beijing o caso Li Na representa um teste delicado numa seara pouco testada da evolução política do país. Há vezes em que a mídia estatal aproveita as frequentes oscilações de desempenho da tenista na quadra para intensificar seus ataques contra o que chama de individualismo nocivo da atleta. Não tem dado certo.

Após o colapso da tenista no Aberto da França no ano passado, por exemplo, um repórter da agência Xinhua instou-a a explicar “aos fãs na pátria mãe” o motivo de resultado tão decepcionante. A resposta veio cortante: “Perdi uma partida, foi isso. Devo ficar de joelhos e me prostrar?”
Em 64 anos de autoridade comunista, a China jamais ouvira um atleta responder de forma tão insolente a um meio de comunicação oficial.

Desta vez, a Xinhua preferiu se fazer de surda e bateu tambor sozinha. Em editorial comemorativo à vitória da coqueluche nacional na Austrália a agência publicou um editorial intitulado “Por que Li teve êxito?”. A resposta: “O país cuidou de Li e a cultivou. O Estado é seu patrocinador.”
Na verdade, a interessante tenista de 31 anos é uma espécie de autoalforriada do sistema que vigora no país.

Fora empurrada a se especializar em badminton aos 5 anos de idade, para compensar a carreira de atleta do pai, abortada pela Revolução Cultural. Mas a precisão dos exames biométricos da escola de esportes local detectou a inadequação dos punhos e ombros da menina para o badminton. Ficou decidido que ela deveria se especializar em tênis, modalidade que poucos chineses praticavam ou sequer conheciam à época.

A partir daí sua rotina seguiu a engrenagem que há gerações testa, treina, forma e submete levas de jovens a duros limites físicos e mentais. Dia sim, outro também. Entra ano, sai ano. Li tinha 11 anos quando se rebelou pela primeira vez. Surtada de exaustão, recusara-se a prosseguir com um treino. Como castigo permaneceu de pé, imóvel, durante três dias de treinamento, ao cabo dos quais pediu desculpas. Só então foi autorizada a se mover.

Prevaleceu o talento. Após conquistar seu primeiro título nacional juvenil, Li passou dez meses imersa num centro de treinamento do Texas a convite da Nike. Ao voltar para casa, parecia destinada a ser a atleta-modelo da máquina chinesa de produzir campeões: aos 20 anos de idade, ela se tornara a nº 1 do país e seu nome já se aproximava da lista das 100 melhores tenistas do mundo.
Segundo um exaustivo perfil da tenista publicado no “New York Times” em agosto passado, foi então que Li Na simplesmente desapareceu.

“Sem avisar nenhum dos técnicos, Li escapuliu do centro de treinamento”, apurou o jornalista Brook Larmer. Para não levantar suspeitas, ela levou consigo apenas um pequeno nécessaire. E deixou na mesa do dormitório uma carta endereçada à diretoria anunciando sua aposentadoria precoce... Poucas horas depois, estava em Wuhan, sua cidade natal, com Jiang (o tenista Jiang Shan, seu namorado desde a adolescência e hoje marido, com quem era obrigada a se encontrar às escondidas). “Recomeçaram a vida como estudantes universitários.”

Um belo dia de 2006, passado mais de um ano desde a estrepitosa fuga, Li recebeu a visita-surpresa da nova responsável pelo programa nacional de tênis. Com a China mobilizada até o pescoço para brilhar nos Jogos Olímpicos de Beijing, a ex-tenista foi convidada a voltar com promessas de um futuro menos sufocante.

Li aceitou, só que o regime mudou menos do que o prometido.
Assim, logo que o país parou de festejar a supremacia de seu sistema esportivo (conquistou 51 medalhas de ouro em 2008 contra 36 dos Estados Unidos), Li Na anunciou que queria a alforria. Já conseguira chegar ao seleto grupo das 20 melhores tenistas do mundo e precisava de maior liberdade.

Para não perder a maior e mais celebrada atleta do país, o regime criou um programa biônico chamado danfei, ou “voo solo”, do qual já fazem parte também duas outras tenistas. Por esse sistema, Li treina como e com quem quer; faz a própria agenda de competições e repassa ao Estado apenas 15% do que ganha, em invés dos 65% que o regime garfa dos demais atletas. Tem por dever cumprir apenas um calendário básico de torneios nacionais e regionais.

Locomotiva de um esporte praticamente inexistente na China uma geração atrás, o fenômeno Li Na já tornou comercialmente viável a programação de oito torneios internacionais em 2014 só na cidade de Wuhan.

Contudo, como polo de um debate mais espinhoso sobre o papel da liberdade e do patriotismo no esporte, a tenista não quer abrir mão do que acredita ser sua maior conquista: “Só consigo representar a mim mesma.”

02 de fevereiro de 2014
Dorrit Harazim,  O Globo

FRASE DO DIA

"Está na hora de mudar e quem tem a boca torta pelo cachimbo da conivência com a corrupção, o desperdício e a incompetência administrativa, por mais que faça mímica, não é capaz dessa proeza. (...) Construamos um futuro de menos arrogância, com realismo e competência, que nos leve a dias melhores."

02 de fevereiro de 2014
Fernando Henrique Cardoso

MATRIMÔNIO À BRASILEIRA

 

Casamento por conveniência não é novidade na política. Tampouco o divórcio. Um e outro sempre se multiplicam nos meses que antecedem eleições. Não raro, veem-se parceiros inimagináveis correndo atrás da bênção do eleitor para juntar gente que se odeia. Nos enlaces estaduais, então, sobram noivas chorosas com o patrono que as força a casar para garantir o arranjo no plano nacional.

Nada será diferente em 2014. No máximo, alguns divórcios antecipados, outros evitados com cargos a mais. Mas a promiscuidade continuará.

Para o PT, o maior problema nem será o Maranhão, onde em 2010 a representação regional foi forçada a apoiar Roseana Sarney e, tudo indica, terá de ir com o PMDB dela de novo. Colégios eleitorais como o de Pernambuco, onde o PSB do governador Eduardo Campos já se separara do PT na eleição para a Prefeitura do Recife, e o do Rio de Janeiro, farão falta. Embora o governador Sérgio Cabral (PMDB) jure fidelidade a Dilma Rousseff, a simples existência do candidato petista Lindbergh Farias já autoriza novos namoros.
Nesta seara ninguém é santo.

Em 2010, alianças regionais fizeram com que o PMDB se juntasse ao PSB e ao PDT e a ninguém do PT, embora o partido ocupasse a vice-presidência da vitoriosa Dilma. Neste ano, o PMDB vai repetir a aliança nacional com o PT e compor com o PSDB de Aécio Neves, possivelmente, no Ceará e na Bahia. E, além do Rio, mantém aberto o cortejo no Piauí e no Paraná.


Há de se dizer que o PMDB é expert no assunto: casa, separa, casa de novo. Às vezes até com litígio, mas sem qualquer constrangimento. Sabe valorizar o cobiçadíssimo dote de seis governadores, 21 senadores, 76 deputados e nada menos do que 1.041 prefeitos. Trabalha com tudo a seu favor: minutos a rodo na propaganda de rádio e TV e quase um quinto do poder municipal do País. Vale ouro.

O PSDB perdeu espaço na Câmara e, portanto, minutos na campanha eletrônica. Mas exibe oito governadores, incluindo os de São Paulo e Minas, maiores colégios eleitorais do País, e 718 prefeituras.

No PSB, a despeito da cansativa lida cotidiana com Marina Silva, Campos puxa parte do Nordeste, onde Dilma reinava absoluta, e namorica com todos no Sul-Sudeste.

O PT, além de dono do Planalto e majoritário no Congresso, cresceu em 2012, passando a ocupar 566 prefeituras, entre elas a de São Paulo, a mais desejada de todas. Só que o prefeito Fernando Haddad patina.

Mas nada é tão poderoso para os sucessos ou fracassos matrimoniais, com um ou múltiplos parceiros, do que a caneta de Dilma, a mesma que iniciou o novo reparte ministerial.
Nesse altar, em que a Casa Civil é mais importante do que a Educação, só a reeleição importa.

02 de fevereiro de 2014
Mary Zaidan é jornalista.

A IDADE DAS TREVAS

 

“A lei e a ordem são o primeiro pré-requisito da Civilização e em grande parte do mundo elas parecem estar evaporando”.

A observação, feita há cerca de 20 anos pelo professor Samuel P. Huntington, no clássico O Choque das Civilizações, mostra-se pertinente para uma avaliação do atual estado da Humanidade.

A ideia ganha consistência quando se puxam para o cenário as manifestações turbulentas em várias cidades do mundo, na onda de conflitos entre grupos étnicos, gangues de jovens, turbas desfraldando a bandeira de um nacionalismo xenófobo, situações que forçam a expansão de partidos de extrema-direita, principalmente na Europa.

Ressentem-se todos das instituições políticas, que não conseguem dar vazão às demandas sociais, e brandem a arma do ódio contra o outro, o estrangeiro, o não europeu, notadamente a comunidade muçulmana.

Há quem garanta, como o professor Jamie Bartlett, principal autor de um estudo sobre os grupos radicais de extrema direita na Europa, que o continente vive um impasse: deixar de ser tuba de ressonância das liberdades para se transformar em bastião do autoritarismo, ancorado nos eixos do ultra-nacionalismo, islamofobia e do antissemitismo, entre outros.

Já a grave leitura do professor de Harvard sobre o conflito entre civilizações aponta para o limiar de uma Idade de Trevas no planeta. Argumenta que o Ocidente, com a clássica imagem de predomínio avassalador, triunfante, quase total, abre flancos para deixar enxergar uma civilização em declínio, com sua parcela de poder político, econômico e militar diminuindo em relação ao de outras civilizações, particularmente a da Ásia Oriental.

A China emerge exuberante nessa paisagem. A Índia, mesmo com desníveis estupendos na sociedade, adentra o ranking de pólos de alta tecnologia. O discurso do Ocidente, com seus tradicionais sermões, já não afeta interlocutores e parceiros como no passado.

O fato é que a última crise econômica (2008) serviu para pôr mais lenha na fogueira que consome o estado de bem-estar social, locomotiva da aclamada social-democracia europeia desde o pós-Guerra. Os partidos de esquerda, ao longo de décadas, tentaram repaginar o modelo, experimentando fórmulas e resgatando novas abordagens. Com poucas exceções, não têm sido bem sucedidos.

Resultado dos conflitos: fortalecimento das correntes de extrema-direita em muitos países, a indicar a eventual conquista de boa percentagem (uns 10%) das 751 cadeiras do colegiado no Parlamento Europeu. A perplexidade se instala.

Quem poderia imaginar que os terrenos da velha democracia europeia fossem acolher novamente a poeira do deserto da restrição de direitos? Até a França, berço dos Direitos Humanos, mostra sua faceta de barbárie.

Aí, expande-se o antissemitismo, cujos propagandistas querem apagar o calvário do holocausto, considerando-o “um detalhe na História”, como proclama o fundador da Frente Nacional francesa, Jean-Marie Le Pen, sucedido no comando do partido por sua filha Marine.

A pauta discriminatória é densa: restrição aos imigrantes; limitação de direitos de estrangeiros; proibição de manifestações religiosas de muçulmanos (construção de mesquitas, banimento de burcas) etc. Os exércitos “nacionalistas- protecionistas” multiplicam-se nos partidos e agora nas redes sociais, onde um grupo chega a se auto-denominar “Adolf-adoradores Neandertais”.

Na Grécia, o partido de extrema-direita Aurora Dourada usa práticas nazistas – milícias armadas, agressão a imigrantes - e símbolos assemelhados à suástica. Propõe a reintrodução da pena de morte e a possibilidade de aplicá-la a imigrantes sentenciados por delitos.

O discurso segregacionista se adensa enquanto declina a força dos partidos que sustentam os pilares da social-democracia; as lideranças, mesmo em rodízio, não conseguem tapar os buracos abertos pela crise econômica, estampados nos formidáveis contingentes de desempregados.

E assim germina nas praças das grandes cidades o vírus de um tipo de violência diferente dos eventos tradicionais – roubos, assaltos e assassinatos deles decorrentes: a violência dos conflitos étnicos e dos choques civilizacionais, como as que colocam na arena muçulmanos e não muçulmanos, países afins (islâmicos e vizinhos).

Para as agremiações da direita radical, o Islã e os muçulmanos simbolizam o mesmo papel de “ameaça externa” que Hitler associava aos judeus. Comparação extravagante e sem sentido.

A propósito, a imagem desse truculento e fanático cabo, que se vestiu de ditador para ser o maior facínora da história contemporânea, veio a público esta semana, por ocasião do evento em memória do Holocausto, no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo.

Comovidos, ex-prisioneiros dos campos de concentração desfilavam agruras por que passaram. Um horror! Em 6 anos de guerra, foram assassinados 6 milhões de judeus, incluindo 1,5 milhão de crianças, representando um terço da comunidade judaica da época.

Foram massacrados também comunistas, ciganos, deficientes, homossexuais, testemunhas de Jeová, doentes psiquiátricos e sindicalistas. 69 anos atrás, o exército soviético abria as portas de Auschwitz, o campo de concentração com 8 mil prisioneiros.

A tétrica imagem jamais será esquecida: esqueléticos, velhos, doentes, cabeças raspadas, filas de pessoas cambaleando, famintas, nuas, torturadas, braços tatuados com o numero do registro. Na fachada de entrada, a inscrição Arbeit macht frei” – “o trabalho liberta”. A rememoração do holocausto é uma maneira de puxar o passado para o presente, fato importante para alargar as avenidas do futuro.

Imaginar que, por esse mundão afora, há fanáticos que ainda hoje aplaudem um dos maiores genocídios da história é apostar na hipótese de Samuel Huntington: nas esquinas do mundo, desenha-se o paradigma do “puro caos”.

02 de fevereiro de 2014
Gaudêncio Torquato, jornalista, professor titular da USP, consultor político e de comunicação.