"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

EX-CHEFE DA CASA CIVIL DE ROSEANA É PRESO EM SÃO LUIS

ELE É ACUSADO DE RECEBER R$ 3 MILHÕES DE PROPINA DE YOUSSEF

JOÃO ABREU FOI ABORDADO PELA POLÍCIA AO DESEMBARCAR NO AEROPORTO DE SÃO LUIS (FOTO: DIVULGAÇÃO)

O ex-secretário João Abreu foi preso no início da tarde desta sexta-feira (25), no Aeroporto Marechal Cunha Machado, em São Luis (MA). Ele havia acabado de chegar de São Paulo quando foi abordado. Abreu é ex-chefe da Casa Civil no governo Roseana Sarney, no Maranhão e é acusado de receber propina do megadoleiro Alberto Youssef, no valor de R$ 3 milhões. Ele foi indiciado por corrupção no fim de agosto e teve a prisão decretada ontem (24).

A propina recebida por João Abreu seria para favorecer o pagamento de precatório à empresa Constran. O ex-secretário será levado para a Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), no Bairro de Fátima, em São Luis.


Prisão



JOÃO ABREU É ACUSADO DE RECEBER R$ 3
MILHÕES DE PROPINA DE YOUSSEF (FOTO: GOVERNO DO MARANHÃO)

A Justiça do Maranhão decretou nesta quinta-feira, 24, a prisão preventiva e bloqueio de bens no valor de R$ 3 milhões de João Abreu, ex-secretário estadual da Casa Civil no governo Roseana Sarney. Segundo o delegado-geral de polícia do Maranhão, Augusto Barros, Abreu foi procurado em todos seus endereços conhecidos, mas não foi localizado. "Ele está oficialmente na condição de foragido", disse o delegado.

Abreu é suspeito de ter recebido R$ 3 milhões em propinas para garantir que o governo maranhense pagaria um precatório de R$ 134 milhões à empresa Constran-UTC. O pagamento teria sido intermediado pelo doleiro Alberto Youssef, pivô da Operação Lava Jato. As investigações do caso começaram em Curitiba, mas a defesa da ex-governadora recorreu e conseguiu que o caso fosse
encaminhado para a Justiça estadual no Maranhão.

O ex-secretário responde a inquérito ao lado de Youssef, Rafael Ângulo Lopes e Adarico Negromonte Filho, suspeitos de operar os pagamentos, e o corretor Marco Antonio Ziegert, o Marcão, suposto elo entre Youssef e o governo do Maranhão.


25 de setembro de 2015
diário do poder

GANGUES DE MENORES E ARRASTÓES

WENDERS SARAMAGO

Wenders Saramago

O HUMOR DO DUKE...

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25 de setembro de 2015

PMDB FAZ JOGO DUPLO E VAI GARANTIR APROVAÇÃO DO IMPEACHMENT





Quase todos os defensores do impeachment se desesperaram com a atitude do PMDB, que decidiu apoiar no Congresso a confirmação dos vetos da presidente Dilma a projetos de aumento de despesas, como a extinção do fator previdenciário, além de aceitar os novos ministérios e até votar a favor da CPMF. Com isso, ficou parecendo que o PMDB tinha voltado a apoiar Dilma Rousseff de forma incondicional e abandonado a possibilidade de impeachment, vendendo-se, portanto, por 30 dinheiros, no estilo de Iscariotes.
Como se sabe, as aparências costumam nos enganar. É fenômeno comum na política, a arte do cinismo, exercido à máxima potência nesta fase que o Brasil atravessa, de completa desmoralização do governo e dos partidos em geral.
Nesse clima, não deveria causar surpresa o fato de o PMDB se equilibrar na corda bamba, apoiando o governo às claras e conspirando contra ele nos bastidores, porque é exatamente isso que está acontecendo. Ao ajudar a manter os vetos de Dilma e aprovar o ajuste fiscal, o PMDB está apenas facilitando a tarefa de seu governo futuro.
Não existe um compromisso formal de o PMDB apoiar Dilma e o PT per secula seculorum, como se dizia no Latim vulgar. Na hora da verdade, quando o impeachment entrar em votação, a decisão será de cada parlamentar, individualmente, não importa o partido.
SEM DESÂNIMO
Não deve haver motívos para desânimo. O impeachment da presidente Dilma Rousseff é só uma questão de tempo, porque já existe apoio suficiente na Câmara para iniciar o processo, de acordo com a jogada do presidente Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que vai obedecer a Lula e rejeitar o pedido dos juristas Helio Bicudo e Miguel Reale Jr. Com isso, a decisão ficará para plenário, com a abertura do processo então dependendo apenas de 257 votos.
Na última contagem feita pelos líderes oposicionistas, antes de lançarem na internet o Movimento Pró-Impeachment, para colher assinatura de eleitores, já havia 286 deputados a favor e este número continua a aumentar, devido ao agravamento da crise econômica e política.
Reportagem de Daniel Carvalho no Estadão assinala que os líderes oposicionistas não divulgam mais estimativas, mas acreditam que na antiga base aliada do governo, já haja uma média de 20% de deputados anti-Dilma, sem falar no que ocorre no PMDB e no PDT, dois falsos aliados.
INDECISOS
Como o próprio Lula já percebeu, há um número enorme de indecisos, que na maioria acabarão por se posicionar a favor do impeachment, assim que o processo for aberto e voltar a haver a pressão das manifestações de rua. Por isso, há alguns dias Lula pediu pessoalmente a Cunha que não aprovasse o pedido. Mas a situação é irreversível. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come, já avisavam Ferreira Gullar e Oduvaldo Viana Filho nos idos de 1966.
A votação será nominal e aberta, transmitida ao vivo por todas as televisões, e já parece praticamente impossível manter os 260 votos capazes de salvar o mandato de Dilma Rousseff, pois a crise econômica e política só tende a se agravar. E o povo então vai sair às ruas para comemorar, desmoralizando o exército de João Pedro Stédile, que não está com essa bola toda.

25 de setembro de 2015
Carlos Newton

FHC PREGA "RENÚNCIA NEGOCIADA" COMO ALTERNATIVA AO IMPEACHMENT DE DILMA


(Folha) O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) acha que a presidente Dilma Rousseff fez um "pacto com o demônio" para tentar salvar seu governo ao oferecer novas posições no ministério ao PMDB, seu maior aliado. "Vai governar como? Não vai. Vai ser governada", diz o líder tucano. Na sua avaliação, a crise só será superada se as forças políticas encontrarem meios de conter a expansão dos gastos públicos e reformar o sistema político. 

Fernando Henrique sugere que Dilma convoque os adversários para debater um pacto em torno das reformas necessárias e ofereça sua renúncia antes do fim do mandato como garantia de que se empenhará para aprová-las. "O tempo dela está se esgotando", diz FHC. Para ele, os defensores do impeachment ainda não encontraram uma "narrativa convincente" para abrir na Câmara dos Deputados o processo que permitiria afastar Dilma do cargo.
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Folha - A cúpula do PMDB se distancia da presidente e os deputados negociam posições no ministério. O que significa?
Fernando Henrique - Em épocas de incerteza, é natural que os partidos fiquem oscilantes. O PMDB indica duas direções. Uns acham que vale a pena manter o governo. E há os que desconfiam que não dá mais. Isso vai continuar por muito tempo, até que se sinta que há mais clareza sobre o passo seguinte, seja do governo, seja dos que querem mudar o governo. 

O que falta para as principais forças políticas se definirem?
A presidente Dilma está num dilema grande. Ao nomear o [ministro da Fazenda, Joaquim] Levy, deu um sinal de que entendeu que o caminho que havia pego estava errado. Mas esse sinal não é convincente, e isso se reflete em tudo. Nosso sistema é presidencialista, mas muito dependente da capacidade do governo de formar maioria no Congresso. Ela não mostrou ainda que tem essa maioria. 

A oposição tem os votos necessários para abrir um processo de impeachment hoje?
O impeachment depende de você ter uma argumentação convincente, não só para o Congresso, mas para o povo. Os que desejam o impeachment não construíram até hoje uma narrativa convincente. Pega as pedaladas. Você pode argumentar, como juristas têm feito, que não há como caracterizar um crime. 

A lei diz que precisaria ser um atentado à Constituição.
Tudo depende de interpretação. No caso das pedaladas, para que se torne convincente, tem que fazer uma ligação direta com o uso de recursos para fins eleitorais. Aí o povo entende. Enquanto não houver uma narrativa que permita justificar politicamente o impeachment, é difícil. 

Mesmo se Dilma continuar com popularidade tão baixa?
Qual é a mágoa que a população tem da presidente? Ela ter dito uma coisa [na campanha] e fazer outra [no governo]. O que a salva em certos setores da opinião, o ajuste econômico, é o que a condena diante de outros. No sistema parlamentarista, a perda da maioria no Congresso levaria à queda do governo. No presidencialista, não tem como fazer isso, a não ser por um processo mais violento, que é o impeachment. O problema é a angústia do tempo. É tanto desacerto que surgiu uma grande inquietação. Se fosse por um ano, haveria a expectativa de uma mudança que estaria ao alcance. Como você não tem essa expectativa, a inquietação gera essas ideias para arranjar um modo de nos desvencilharmos da presidente. 

O afastamento de Dilma seria suficiente para resolver isso?
A questão não é só a presidente. Temos um sistema partidário e eleitoral que tornou inviável construir maiorias sólidas no Congresso. Você tem 30 e poucos partidos, e a maioria está aí para disputar pedaços do poder, do orçamento. Qualquer um terá esse problema para governar. 

O sr. defendeu outro dia a formação de um novo "bloco de poder" como solução para a crise política. O que falta?
Se estivesse no lugar da presidente Dilma... Eu perdi popularidade em mais de um momento, recuperei, perdi de novo, mas nunca perdi a maioria no Congresso, o respeito. É difícil imaginar, mas fui presidente, sei como é. Ela teria uma saída histórica. Apresentar-se como coordenadora de um verdadeiro pacto. Em que não estivesse pensando em vantagens para seu grupo político, só no futuro do país, e propondo que o conjunto das forças políticas se unisse para fazer algumas coisas. Modificar o sistema eleitoral. Conter a expansão do gasto público. Reformar a Previdência. E ofereceria o seguinte: aprovado esse pacto, em um ano ela renunciaria. É utópico isso, eu sei. 

Uma renúncia negociada?
Negociada em nome de objetivos políticos que não são do interesse do meu partido, de nenhum partido. Aí você segura a ânsia [das outras forças] de chegar ao governo. O tempo dela está se esgotando. Ela tem que olhar para a história. Não convém ficar marcada como a presidente que não conseguiu governar. Ou que vendeu a alma ao diabo para governar. Agora, ofereceu cinco ministérios ao PMDB. Vai governar como? Não vai. Vai ser governada. 

Em caso de renúncia, o vice Michel Temer assume o governo.
A posse do vice não resolveria. Precisa realmente ter uma nova configuração. Mas não adianta uma nova configuração com regras antigas. Dilma pode continuar a governar. Vai fazer pacto com o demônio o tempo todo. Vai ter que ceder cada vez mais. E o governo ficará mais contraditório. Na Fazenda, o que se requer é um ajuste. E isso é contraditório com os interesses dos grupos políticos que vão para o poder, porque eles querem estar lá para fazer coisas. E não vão poder fazer. Então, vai ser um governo complicado, confuso. Pode? Se tivesse um ano só... Mas são três anos. É uma longa caminhada, de incertezas. 

E a saída pelo impeachment?
Se houver alguma coisa que seja clara para a população, pode ser. Suponha que nos processos na Justiça Eleitoral se demonstre de forma inequívoca que houve dinheiro do petrolão na campanha. O que o juiz vai fazer? Aí não tem jeito, tem a lei. 

Nesse caso, Dilma e Temer seriam cassados juntos.
A chapa inteira. Seria uma solução? Uma confusão enorme também. Porque os problemas estão aí. Não resolvemos nada, nem na política, nem na parte de gerência do Estado. Se não tiver uma perspectiva de reorganização das contas públicas, e do sistema político, não tem solução. 

Como têm sido as conversas do PSDB com Michel Temer?
Quem pode dar as cartas hoje no jogo é o PMDB. Dilma pode ficar no feijão com arroz, ou fazer um gesto de grandeza. O mais provável é que continuará no feijão com arroz. O PMDB pode construir uma saída constitucional. O PSDB se confrontará com outra questão. Vai ajudar, ou não? Se houver razão concreta, narrativa convincente, votará pelo impeachment. Mas e depois? Os problemas não vão mudar porque mudou o presidente. Precisa ter um sentido, um rumo. Aí o PSDB vai ter que cobrar esse rumo.

25 de setembro de 2015
in coroneLeaks

PSDB PEDE AO SUPREMO QUE DILMA TAMBÉM SEJA INVESTIGADA PELA PF




O PSDB apresentou nesta sexta-feira (25) um pedido ao STF (Supremo Tribunal Federal) para que a Polícia Federal seja autorizada a investigar e tomar depoimento da presidente Dilma Rousseff nas investigações do esquema de corrupção da Petrobras. A solicitação será analisada pelo ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo.
O PSDB usa como base para a ação o relatório da Polícia Federal que também requereu ao Supremo o depoimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O documento, assinado pelo delegado da Polícia Federal Josélio Azevedo de Sousa, argumenta que, apesar de não haver provas do envolvimento direto de Lula, a investigação “não pode se furtar” a apurar se o ex-presidente foi ou não beneficiado pelo esquema na Petrobras.
Para o PSDB, as mesmas condições de Lula se aplicam a presidente Dilma Rousseff. No entanto, na interpretação do delegado, por força de dispositivo da Constituição – art. 86, § 4º –, Dilma não poderia ser investigada enquanto ocupar o cargo de presidente.
INTERPRETAÇÃO ERRADA
A ação do PSDB, porém, alega que a interpretação do delegado é equivocada, já que o próprio ministro Teori Zavascki, ao analisar o tema em questão, deixou claro que o fato de um presidente estar no cargo, “não inviabiliza, (…), a instauração de procedimento meramente investigatório”.
“É preciso impedir que determinados atores utilizem o tempo para se beneficiar da perda de provas. Portanto, é fundamental a autorização do STF para que a análise investigativa avance, com o objetivo de salvaguardar e preservar as provas a serem colhidas”, afirmou o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio.
“A própria condição funcional de Dilma Rousseff à época dos fatos, ou seja, Ministra de Minas e Energia, Presidente do Conselho de Administração da Petrobrás e Ministra da Casa Civil, por si só, a coloca no centro dos fatos criminosos, exigindo, no mínimo, explicações plausíveis e aceitáveis para eventual alegação de que ‘nada sabia'”, disse Sampaio.
Teori pode analisar o pedido individualmente ou enviar para a Procuradoria-Geral da República se manifestar.
LULA
O ministro já enviou para o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pedido para que Lula seja ouvido. Segundo investigadores que acompanham os desdobramentos da Lava Jato, a demanda da Polícia Federal em relação ao ex-presidente não foi recebida em um primeiro momento.
A avaliação é de que não há fatos novos que justificassem a medida, sendo que as declarações de delatores citados pela PF para embasar o pedido já eram de conhecimentos dos investigadores. O caso, no entanto, seria debatido entre a equipe, sendo que Janot fecharia questão.
O delegado cita que o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa “presumem que o ex-presidente tivesse conhecimento do esquema de corrupção”, tendo em vista “as características e a dimensão” do caso. Mas frisa que ambos não dispõem de elementos concretos que impliquem a participação direta do então presidente Lula nos fatos.

25 de setembro de 2015
Márcio FalcãoFolha

PMDB NÃO QUERIA SE ENVOLVER NA REDUÇÃO DOS MINISTÉRIOS




O vice-presidente Michel Temer e os presidentes do Senado e da Câmara Federal, Renan Calheiros e Eduardo Cunha comunicaram à presidente Dilma Rousseff que o PMDB, partido ao qual pertencem, não indicaria nomes para compor os cargos que surgirem da reforma administrativa anunciada pela Planalto. O episódio foi bem focalizado pelas reportagens de O Globo (Júnia Gama, Simone Iglésias, Cristiane Jungblut e Washington Luiz) e da Folha de São Paulo (Marina Dias, Mariana Haubert, Natuza Nery e Valdo Cruz), edições de terça-feira.
Mas deve ser interpretado não propriamente como sintoma da véspera de uma ruptura definitiva, mas sim como uma forma de escapar da responsabilidade de avalizar a diminuição do número de pastas, o que levaria inevitavelmente ao desfecho que causaria a perda de postos para a legenda. Michel Temer, Renan Calheiros e Eduardo Cunha não iriam se dispor a embarcar na aventura. Preferem posar de defensores do partido e lançar a nuvem da ameaça de um rompimento. Enquanto persistir tal atmosfera, o PMDB consegue se equilibrar entre a participação no pode e a manutenção da força eleitoral que resta à sigla.
Um lance tático, nada mais, nada menos. Jogo para a arquibancada, mas capaz de gerar efeito contrário ao governo na medida em que pode servir para enfraquecê-lo ainda mais. Dilma Rousseff, de fato, tentou transferir a responsabilidade do enxugamento ministerial à agremiação formalmente aliada. Como quem diz:  A bola, agora, está nas mãos de vocês, no caso Temer, Renan e Cunha. Eles prudentemente não aceitaram a incumbência dividida com o Planalto. A responsabilidade é do Executivo, não dos que integram parcialmente o governo.
NA ECONOMIA
A reforma administrativa, na realidade, volta-se muito mais para a área econômica do que para o plano politico, uma vez que s destina à redução de gastos públicos. parte do ajuste fiscal defendido pelo ministro Joaquim Levy. O corte das despesas é muito mais importante do que a projetada elevação dos tributos, pois depende exclusivamente de ato da presidente da República e não da aprovação pelo Congresso. Se a chefe do Executivo depende da concordância partidária para executar os atos que pode efetuar sozinha, é porque encontra-se numa situação extremamente difícil. O poder não se transfere. É um ato personalizado e intransferível. Afinal, a presidente da República é ela mesma, Dilma Rousseff.
JUROS PARA IMÓVEIS
Reportagem de Isabel Versiani, Folha de São Paulo de terça-feira, anuncia que a direção da Caixa Econômica Federal decidiu aumentar de 9,3 para 9,8%, a/a, em média, os juros para financiamentos vinculados à compra de imóveis. Faltou dizer que a elevação refere-se aos juros reais. Ou seja: índice além da inflação oficial. Como esta inflação oficial encontra-se na escala de 9,2% para o período de agosto de 2014 a agosto de 2015, o  reflexo da medida, corretamente, significa um acréscimo de aproximadamente 19%.
Preparem-se assim os mutuários para arcar com o peso da realidade. Não com o peso parcial da taxa anunciada. É só fazeR as contas. Se a inflação atinge 9% e os juros cobrados 9,8, em tal hipótese eles,os juros, seriam somente de 0,8% ao ano.
Alguém acredita nisso? É melhor, portanto, a CEF informar claramente o resultado do acréscimo e o candidato ao empréstimo calcular com exatidão as possibilidades que o seu salário oferece.

25 de setembro de 2015
Pedro do Coutto

"O ERRO É GASTAR MAIS DO QUE ARRECADA" - DIZ PRESIDENTE DO CITI



Magalhães diz que a crise vai ser longa
A crise econômica brasileira vai ser longa. Ao contrário de outros períodos da história, quando o comportamento da economia era revertido em curto prazo, agora a recessão vai esquentar lugar na vida dos brasileiros. A decisão da Standard & Poor’s de tirar do Brasil o grau de investimento (selo de país seguro para os investidores) deve ser seguida por outras agências de classificação de risco
A avaliação é do presidente do Citi no Brasil, Hélio Magalhães. “O resultado nominal das contas públicas, que foi déficit de 6,2% do PIB em 2014, este ano deve chegar a 8,7% do PIB e com a dívida crescendo de 51% para 67% do PIB do ano passado para este”, afirma o executivo.
GESTÃO FISCAL
Para Magalhães, o aspecto positivo do rebaixamento do país está no fato de despertar o governo para a necessidade de ter mais rigor na gestão fiscal (o que explica as medidas anunciadas pelo governo na semana passada).
“O Brasil tem reservas. O problema é a prática de gastar mais do que arrecada, o que deixa o país numa condição de risco maior para os investidores”, afirma o presidente do Citi no Brasil, que passou por Belo Horizonte para uma série de compromissos, no início do mês.
Em entrevista ao Estado de Minas, ele avaliou que a economia brasileira terá queda neste e no próximo ano, mas com a inflação caminhando para o centro da meta.
REBAIXAMENTO
A seu ver, o downgrade (rebaixamento da nota de crédito) do Brasil pela Standard & Poor’s não é uma atitude isolada. “Se você olhar o resultado nominal das contas do governo, incluindo os juros, no ano passado foi negativo de 6,2% do PIB e este ano deve ficar em –8,7%. Então, são três anos seguidos de déficit e as agências olham isto: como está a disciplina fiscal, como estão os gastos e a dívida como está. E a dívida do Brasil está crescendo, ela vai sair de 51% do PIB para 67% neste ano. O Brasil tem reservas, mas o problema é essa prática de gastar mais do que arrecada. Com isso, as agências veem um risco maior para os investidores.
FUGA DE CAPITAL
Os fundos de investidores estrangeiros no Brasil tinham R$ 950 bilhões no Brasil e desse valor, metade está na renda fixa (em títulos do governo) e metade na renda variável (em ações).
“Alguns não vão querer sair para não realizar um prejuízo com a venda dos ativos ao fazer a conversão de real para dólar. Então, tem fundo que não vai sair. Agora, os que forem obrigados a sair vão fazê-lo. Na renda fixa, se 20% dos investidores estrangeiros saírem estamos falando de R$ 150 bilhões a R$ 200 bilhões. Na bolsa é um pouco pior porque quando o capital estrangeiro sai a ação perde valor. Mas se considerarmos que do volume de investimento estrangeiro na bolsa 20% podem sair num movimento rápido, estamos falando de outros R$ 150 bilhões a R$ 200 bilhões. Então, estamos falando de uns R$ 400 bilhões”, assinalou.

(Reportagem enviada pelo comentarista Wilson Baptista Jr.)
25 de setembro de 2015
Marcílio de MoraesEstado de Minas

PATINANDO NA LAMA SEM ACHAR O CAMINHO





O tempo passa, as soluções não acontecem, os problemas se agravam e, a cada dia, o país está mais fraco e vulnerável.
Políticas públicas eleitoreiras, o inchamento da folha de salários com cargos produzidos por mero apadrinhamento político, a desnecessária presença da União, dos Estados e municípios em empresas condenadas à ineficiência pela incapacidade e o descompromisso quase generalizado dos gestores públicos; a corrupção amplamente denunciada pela imprensa e sob extensa apuração e julgamento do Judiciário – tudo isso faz parte do acervo de mazelas que formam o nosso patrimônio e reputação, e o conceito de que o Brasil goza na avaliação dos investidores, das instituições de fomento e de mensuração de risco das quais dependemos.
TUDO DE NOVO
Essa miséria não foi construída em dias; ela está entre nós há décadas. Já tivemos inflação de quase três dígitos, dólar beirando R$ 4,00, desemprego em níveis assustadores, corrupção, que deixou milhares de espertos milionários. Também não é de hoje que temos cargos comissionados distribuídos aos baldes, expedientes e mutretas que produzem aposentados aos 50 anos, geralmente funcionários públicos que se retiram com vencimentos e benefícios integrais. Senado e Câmara dos Deputados, assembleias estaduais, tribunais de contas e câmaras municipais, sem exceção, são fortes cabides de empregos com benefícios, muitas vezes, considerados, no mínimo, imorais.
MÁQUINA INERTE
A ineficiência da máquina pública está também presente no Poder Judiciário, onde as decisões não acontecem em processos que se arrastam, milhares, há décadas, consolidando sua espera irreparáveis prejuízos aos que demandam justiça.
Quem reclama da ineficiência do agente público, ou não tem qualquer solução de seu problema ou corre o risco de ser retaliado, ter seu processo ou requerimento ou pedido recolocado no final da fila. Ou negado, por capricho. É assim. Ponto.

Nada de novo e sei que tudo isso é o que se denuncia todos os dias.
OPOSIÇÃO DÉBIL
Falar sem nada fazer é quixotesco e, infelizmente, essa é a moldura da nossa realidade. Uma oposição política descaracterizada, débil, sem projeto, sem propostas e sem alternativas a não ser vociferar pelo impeachment da Dilma.
E o que virá, se Dilma for deposta? Assumirá Michel Temer ou teremos novas eleições? Está apenas na deposição de Dilma e sua troca pelo PMDB ou pelo PSDB a solução do Brasil? O Brasil é só o Poder Executivo e seu/sua chefe?

25 de setembro de 2015
Luiz TitoO Tempo

SUPREMA VERGONHA (QUE A HISTÓRIA IRÁ REGISTRAR PARA OS PÓSTEROS CONHECEREM OS DESVÃOS DE INTERESSES OCULTOS)

SUPREMA VERGONHA!


“Nenhum órgão jurisdicional, portanto, pode se arvorar em juízo universal de todo e qualquer crime relacionado a desvio de verbas para fins político-partidários à revelia das regras de competência. (…) E há Ministério Público, há Polícia Federal, há juiz federal em todos os Estados do Brasil. (…) Só há um juízo no Brasil? Estão todos os outros juízos demitidos de sua competência?”. (Ministro Dias Toffoli votando a favor do fatiamento da Lava-Jato).
A leitura das linhas acima, à luz da trajetória política do referido ministro, é suficiente para perceber o grau de irritação que a operação Lava Jato e, particularmente, o juiz Sérgio Moro, causam às hostes petistas.
Votava-se, na sessão de terça-feira, a fórmula que faria a operação andar no ritmo que convém ao PT e ao governo. Ritmo que serve, também, especialmente, à impunidade , esse permanente privilégio de uns poucos e intolerável ônus para todos os demais. Num país moralmente degradado é assim que as coisas acontecem.
INCOMODADOS
Imaginem, leitores, uma operação com o porte da Lava-Jato, no estágio em que ela se encontra, tendo que repartir processos, partilhar provas, multiplicar audiências em juízos singulares de diversos Estados do país! Tal irracionalidade só encontra respaldo no desconforto que a operação, as investigações e as condenações de primeiro grau vêm causando. Entre os incomodados contam-se quase todos os senhores ministros, em sua quase totalidade, apadrinhados por Lula e Dilma.
A sessão da última quarta-feira do STF serviu para esclarecer, também, episódios passados, relativos às condenações do mensalão. Naquela ação penal, em grau de recurso, por seis votos contra cinco, os ministros decidiram absolver José Dirceu e outros do crime de formação de quadrilha. Lembra-se disso, leitor? O STF puxou o ponto para “dentro da curva” e pôs um fim na questão: aquilo que atuava em tantas áreas do governo e da administração não era quadrilha. Ora, se aquilo não era quadrilha, então, senhores ministros, ela se formou depois do mensalão, depois do julgamento, depois do recurso, com os réus na cadeia, cumprindo suas breves penas. Não é mesmo, excelências? “Baita mico!”, como se diz no Rio Grande do Sul. Primeiro, amaciaram o julgamento final do mensalão. Agora, preventivamente, fatiam a Lava Jato.
VERGONHA NACIONAL
O que está para acontecer com essa operação será a suprema vergonha nacional. Ela foi claramente verbalizada pelo ministro Gilmar Mendes: “O que se quer é que os processos saiam de Curitiba e não tenham a devida sequência em outros lugares. É bom que se diga em português bem claro”, sustentou o ministro.
Quando se chega a esses extremos no mais alto escalão do Poder Judiciário, chega também a hora de o povo voltar às ruas, desta vez para ficar.
25 de setembro de 2015
Percival Puggina