"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

SANDRO ROCHA FALA SOBRE POLÊMICA ENVOLVENDO A EMPRESA DE SABÃO OMO




Sandro Rocha fala sobre polêmica envolvendo a empresa de sabão OMO

Canal da Net
12 de outubro de 2017

BOLSONARO ENLOUQUECE COM PREÇOS DE CARROS NOS ESTADOS UNIDOS




Bolsonaro enlouquece com preços de carros nos Estados Unidos
Central Bolsonaro


12 de outubro de 2017

O QUE VOCÊ VAI ESCUTAR AGORA É ASSUSTADOR!!!




O que você vai escutar agora é assustador!!

Marra Rejane
12 de outubro de 2017

DIRCEU MANDA RECADO ASSUSTADOR PARA LULA




DIRCEU MANDA RECADO ASSUSTADOR PARA LULA
Enildo Cavalcanti
12 de outubro de 2017

NOS ESTADOS UNIDOS, O 'ESTABLISHMENT' ABRE AS PORTAS PARA JAIR BOLSONARO


Em Londres, o “Financial Times” garantiu cobertura
O “Financial Times” (acima) publicou texto de Paulo Sotero, diretor do Brazil Institute, do Wilson Center, de Washington, que chama a atenção para o fato de outros “think tanks” americanos terem aberto as portas para o pré-candidato Jair Bolsonaro, nesta semana. Em Nova York, ele vai falar à Americas Society/Council of the Americas (AS/COA) e à Brazilian-American Chamber of Commerce. Na capital, deve ser recebido na Universidade George Washington, “a cinco quadras da Casa Branca”.
A AS/COA se justificou: “Temos uma longa tradição de receber candidatos a presidente de todas as linhas, incluindo pessoas com as quais nossos membros possam discordar fortemente”.
APOIO À TORTURA – Sotero lembra que “Mr. Bolsonaro dedicou seu voto pelo impedimento da então presidente Dilma Roussef a um ex-coronel do Exército que chamou de ‘herói nacional’, por seu papel como comandante de uma unidade em São Paulo onde centenas de presos políticos foram torturados, inclusive Ms. Rousseff. Cinquenta deles morreram”. E acrescenta:
“O objetivo da turnê é normalizá-lo como um adepto da economia liberal”.
“ANÚNCIOS RUSSOS” –  Na série de reportagens sobre os “anúncios russos”, o “New York Times” publicou um “exame” do Facebook, com o título “Como a Rússia colheu a raiva americana para remodelar a política dos EUA”, usando posts de americanos.
Para Tom Gara, editor de Opinião do “BuzzFeed”, essa conclusão é “bizarra”. “Os americanos remodelaram eles mesmos a América”, afirma.
Lucas Shaw, da Bloomberg, vai além: “Alguém realmente acredita que US$ 200 mil em anúncios comprados no Facebook e no Google tiveram algum efeito numa das eleições mais caras da história?”

12 de outubro de 2017
Nélson de Sá
Folha

TCU CONFIRMA O BLOQUEIO DOS BENS DE DILMA E DE EX-CONSELHEIROS DA PETROBRAS

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Charge do Sponholz (sponholz.arq.br)
O plenário do Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu nesta quarta-feira (11) bloquear os bens de ex-membros do Conselho de Administração da Petrobras, entre eles a ex-presidente Dilma Rousseff, para ressarcir a estatal por prejuízo de US$ 580 milhões causado pela compra da Refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Além de Dilma, foram bloqueados os bens do ex-ministro Antônio Palocci; Claudio Luis da Silva Haddad; Fábio Colletti Barbosa; Gleuber Vieira; e do ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli.
Todos podem recorrer da decisão, tanto no TCU quanto na Justiça. A decisão do bloqueio tem efeito imediato mas, para que ocorra efetivamente, é preciso que o TCU receba a relação de bens.
INDISPONÍVEIS – O valor do bloqueio é solidário, o que significa que bens de todos ficam indisponíveis até que chegue ao valor de US$ 580 milhões. A área técnica da corte de contas explicou que o bloqueio vale até que o mérito do processo seja julgado, ou seja, até que o TCU condene ou absolva os citados.
A defesa do ex-ministro Antônio Palocci afirmou que só se manifestará depois de ter acesso à decisão do TCU.
Em nota, a assessoria de Dilma informou que a ex-presidente vai recorrer da decisão do TCU “para comprovar que não houve qualquer ato ilegal ou irregular que o Conselho à época tivesse conhecimento.” De acordo com nota, o conselho soube apenas dois anos depois que as informações que recebeu sobre Pasadena “eram parciais e incorretas”.
O G1 entrou em contato com as assessorias de Fábio Barbosa e de José Sérgio Gabrielli e aguardava resposta até a última atualização desta reportagem.
Também até a última atualização, o G1 ainda não havia conseguiu contato com Gleuber Vieira e Claudio Haddad.
DECISÃO DO CONSELHO – A compra ocorreu em 2006 e todos eles eram membros do Conselho de Administração da Petrobras quando foi aprovada a aquisição de 50% da refinaria de Pasadena, em 2006. Na época, Dilma Rousseff era ministra da Casa Civil no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e presidia o Conselho de Administração da estatal.
A aquisição de 50% da refinaria, por US$ 360 milhões, foi aprovada pelo conselho da estatal em fevereiro de 2006. O valor foi muito superior que os US$ 42,5 milhões pagos um ano antes pela belga Astra Oil pela refinaria inteira.
Depois, em 2012, a Petrobras foi obrigada a comprar 100% da unidade, antes compartilhada com a empresa belga. Ao final, aponta o TCU, o negócio custou à Petrobras US$ 1,2 bilhão.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Parece que os tempos estão mesmo mudando. É salutar ver o TCU trabalhando em defesa dos interesses nacionais, algo que jamais acontecia com frequência, o tribunal sempre foi uma obra de ficção. Vamos acompanhar o seguimento, para ver se não é só fogo de palha, como se diz no interior. (C.N.)


12 de outubro de 2017
Laís Lis
G1 Brasília

CARMEN LÚCIA AMARELOU E PERMITIU QUE O SUPREMO SE AJOELHE DIANTE DO CONGRESSO

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Charge da Pryscila (Arquivo Google)
Está ficando cada vez mais clara a divisão do Supremo Tribunal Federal em duas facções que parecem reprisar o glauberiano “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro”. Os julgamentos de caráter político transcorrem como se os réus estivessem numa roleta de dez números. Dependendo do ministro a ser escolhido como relator no “sorteio eletrônico”, praticamente já se sabe com antecedência o resultado da liminar, do mandato de segurança e do habeas corpus, nas chamadas decisões monocráticas.
Em 2016, por exemplo, houve 102.900 decisões monocráticas, tomadas por ministro-relator, ante apenas 3.373 julgamentos nas duas turmas de cinco ministros ou no plenário completo de até onze integrantes (quando nenhum deles está viajando a serviço, claro).
DOIS PARTIDOS – Na verdade, é como se existissem dois partidos políticos no Supremo – a favor e contra a Lava Jato. Um deles é formado por Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Dias Tofolli, Marco Aurélio Mello e Alexandre de Moraes, que votam invariavelmente a favor dos réus da Lava Jato. O outro partido é integrado por Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Luiz Fux, que tentam levar adiante a punição dos corruptos.
São facções antagônicas, que dominam as duas Turmas em que se divide o Supremo. A Primeira Turma tem maioria da ala de Barroso, Fachin e Fux; e a Segunda Turma é dominada por Gilmar, Lewandowski e Toffolli.
A roleta funciona assim – quando a ação cai com relator de uma Turma ou de outra, já se sabe antecipadamente como será a votação.
NO PLENÁRIO – A situação muda de figura no plenário e são imprevisíveis os votos de Rosa Weber e Celso de Mello, que oscilam no apoio às duas facções, enquanto Carmen Lúcia geralmente votava a favor da Lava Jato, a formação da maioria sempre depende deles.
No importantíssimo julgamento desta quarta-feira, que entrou pela noite, ficou mais do que patente a existência dessas duas facções. Celso de Mello e Rosa Weber oscilaram para a ala que apoia a Lava Jato, empatando a votação, mas Cármen Lúcia roeu a corda, como se dizia antigamente, e fraquejou.
Se não estivesse na presidência do Supremo, Cármen Lúcia teria votado a favor da ala que apoia a Lava Jato. Mas ficou com medo do confronto com o Senado e amarelou, mostrando que não tem estatura para presidir o Judiciário. Com isso, o Supremo se curvou perante a bancada da corrupção, que é amplamente majoritária no Congresso Nacional. A decisão foi vergonhosa, sem a menor dúvida.

12 de outubro de 2017
Carlos Newton 

NA TENTATIVA DE SALVAR TEMER, O RELATOR TRANSFORMA OS ACUSADORES EM "CULPADOS"

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Charge do Nani (nanihumor.com)
Foi manchete nos três principais jornais do país, O Globo, Folha de São Paulo e Estado de São Paulo. O deputado Bonifácio de Andrada, relator da denúncia contra presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha e Moreira Franco, culpou a Procuradoria Geral da República, a Polícia Federal e até o Supremo pelo processo aberto contra o chefe do Executivo e integrantes do governo. Foi demais, nunca se viu nada igual, o relator deve ter batido recorde da incoerência e estabelecido novo limite lógico para o absurdo.
Os acusadores, para o parlamentar mineiro, são culpados. E os culpados, de fato, transformam-se em vestais da administração pública. O relatório foi um desastre. Ficará na história do Brasil como raro exemplo de desacerto e de comprometimento atingindo a verdade.
TRAIU A FAMÍLIA – No Globo, a reportagem foi de Carolina Alencastro e Cristiane Jungblut; em O Estado de S. Paulo, o texto foi de Daiane Cardoso e Igor Gadelha. As duas reportagens sintetizam e destacam largamente o absurdo cometido pelo relator.  Afinal de contas, ele teve a coragem de atribuir a condição de culpados a quem não tem culpa alguma e só atuou no processo pela força da transparência dos fatos.
Bonifácio de Andrada não foi fiel à tradição secular de sua família, que desde a independência em 1822 está presente no Parlamento do país. Não seguiu a tradição envolta no seu nome e sobrenome, pois a História do Brasil reserva a José Bonifácio de Andrada a condição eterna de verdadeiro autor da independência, ao conduzir D. Pedro I ao grito do Ipiranga.
Hoje, quase 200 anos depois, ecoa nos ouvidos do povo brasileiro a subversão total da verdade e do raciocínio inspirado na ciência do Direito e da Lógica.
TESE FALSA – Bonifácio de Andrada, versão 2017, chegou ao ápice de sustentar falsamente sua tese com base numa conspiração maquiavélica que uniria, no mesmo plano, a Procuradoria Geral da República, a Polícia Federal e o ministro Edson Fachcin, do STF. A argumentação não podia ser pior: absolveu liminarmente os investigados e, da mesma forma opaca, condenou os encarregados de apurar as acusações.
Não quis sequer debater o assunto em foco. Transferiu as imagens, por exemplo, de Rocha Loures, da Odebrecht, de Geddel Vieira Lima para dentro do projetor, como se os filmes e gravações de Joesley Batista fossem peças forjadas e concebidas numa criação policial ficcionista.
Ele, Bonifácio de Andrada, é o autor da transformação da verdade em mentira e ainda por cima produz uma farsa no teatro político brasileiro. Não só no teatro político brasileiro, mas também na literatura policial.
RÉU DA LÓGICA – Os culpados, em vez dos mordomos são os defensores da lei. E os acusados assumem o caráter de mártires de uma investigação que mobilizou o país e sensibilizou a opinião pública. Bonifácio de Andrada, com suas ações e palavras, tornou-se réu da lógica, da percepção, da coerência.
A conspiração a que ele se refere não existe. Ao contrário, há uma forte reação contra a corrupção, isso sim, englobando corruptos, corruptores e intermediários da noite paulista e do apartamento de Salvador, cenário de depósitos seguidos eque totalizaram 51 milhões de reais, em cenas protagonizadas por Rocha Loures, que era assessor do Palácio do Planalto, e Gedel Vieira Lima, ministro do núcleo duro do governo Michel Temer.
Bonifácio de Andrada tentou ignorar por completo o palco do apartamento de Salvador. Sequer tocou no assunto. Foi omisso e, com sua omissão, projetou-se num abismo da falsidade.
O abismo começou com sua desvinculação do PSDB no episódio da Comissão de Constituição e Justiça. Isso numa das margens. Na outra a legenda do Partido Socialista Cristão.
METAMORFOSE – Foi um episódio incrível. Tal metamorfose deveria ter sido objeto de contestação junto ao STF. Pois se as direções partidárias têm o direito de substituir seus representantes na CCJ, um partido estranho à legenda de um deputado não deveria poder alçá-lo ao posto de relator de matéria tão profunda.
Com Bonifácio de Andrada, também mergulham no abismo e nos mares da falsidade os que negociam seus votos e posições com o Planalto. Não são deputados. São mercadorias.

12 de outubro de 2017
Pedro do Coutto

BOMBA! STF DEIXA ESTAMPADA A PODRIDÃO POLÍTICA COM BASE NA CF

CONTADOR DE LULA FOI AO SÍRIO-LIBANES LEVAR OS RECIBOS PARA COSTAMARQUES ASSINAR

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Controle de visitas do Sírio-Libanês comprova que o contador foi de manhã e voltou à ta

























O Hospital Sírio-Libanês informou ao juiz federal Sérgio Moro, nesta quarta-feira (11), que o contador João Muniz Leite fez duas visitas ao empresário Glaucos da Costamarques, quando ele estava internado no local. O hospital também diz que não havia registros de visitas do advogado de Lula, Roberto Teixeira, durante o período de internação no hospital. As informações foram anexadas a pedido do magistrado, para apurar as versões a respeito de recibos de pagamentos de alugueis anexados pela defesa do ex-presidente Lula a um dos processos que responde na Operação Lava Jato.
Leite é contador do ex-presidente. De acordo com a defesa de Costamarques, ele foi ao hospital para levar uma série de recibos de alugueis, referentes ao apartamento vizinho ao que a família de Lula mora, em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Esse imóvel faz parte da denúncia do Ministério Público Federal (MPF), contra o ex-presidente.
CONTRADIÇÕES – O MPF afirma que Costamarques comprou o imóvel com dinheiro da Odebrecht, para favorecer Lula. Em depoimento, o empresário disse ao juiz Sérgio Moro que, embora tenha firmado o contrato de locação em 2011, só começou a receber valores da família do petista em 2015.
Para contrapor a versão, a defesa de Lula anexou ao processo cópias de 26 recibos, com datas entre 2011 e 2015. O objetivo era comprovar a quitação dos aluguéis no prazo em que Costamarques disse que não havia recebido.
A defesa de Costamarques, então, anexou um outro documento ao processo, afirmando que parte dos recibos apresentados por Lula tinham sido assinados durante a internação do cliente, no Hospital Sírio-Libanês.
PEDIDO DE TEIXEIRA – Os advogados disseram que, antes da visita de Costamarques, o advogado de Lula, Roberto Teixeira, teria ido ao hospital e solicitado as assinaturas. No documento enviado a Moro, o Sírio Libanês disse que não encontrou registros da entrada do advogado.
Quando prestou depoimento a Moro, Teixeira negou o suposto encontro no hospital. Ele disse que se encontrou por acaso no Sírio-Libanês com Glaucos, meses depois da assinatura dos recibos.
As versões divergentes fizeram o MPF abrir uma nova investigação, para apurar a autenticidade dos documentos. Os procuradores afirmam que eles contém indícios de falsidade ideológica e pediram uma perícia nos documentos. Alguns dos recibos tinham datas inexistentes no calendário e erros de grafia, que se repetiam em vários documentos.
RECIBOS ORIGINAIS – Moro, então, fez o pedido ao hospital, para que mandasse o registro de visitas. Ele também determinou que a defesa de Lula apresentasse os recibos originais à Justiça. O magistrado não solicitou a execução de perícia.
Nesta quinta-feira (11), a defesa de Lula informou ao juiz que possui os originais dos 26 recibos já apresentados e disse que encontrou outros seis, também assinados por Costamarques. De acordo com a defesa do ex-presidente, o contador João Leite trabalhava também para o empresário. Eles ainda pediram uma audiência formal com Moro, para apresentarem os documentos na presença de um perito.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Como dizia Erasmo Carlos, pega na mentira, pisa em cima, bate nela… É um grande festival de mentiras, que vai justificar a condenação de todos eles – Lula, Marcelo Odebrecht, Roberto Teixeira e Costamarques, porque cúmplice sempre é sentenciado junto com a autor do crime. A diferença é que geralmente pega a pena mínima. (C.N.)


12 de outubro de 2017
Deu no G1 Curitiba

INSEGURANÇA DE CÁRMEN LÚCIA FEZ SEU VOTO SER SUBMETIDO À TRADUÇÃO SIMULTÂNEA


Cármen Lúcia deu um voto dúbio e desastroso
A tentativa da presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, de contemplar aspectos divergentes em seu voto foi alvo de críticas generalizadas. Foi por buscar solução ambígua, disseram integrantes do tribunal, que ela acabou intensamente pressionada a explicitar que ala, de fato, sairia vencedora. O fato de a ministra ter delegado ao colega Celso de Mello a proclamação do voto e de ter feito reparos à própria fala foram apontados como indícios de seu desconforto. No Supremo, os mais incisivos disseram que ela abdicou da condução da sessão.
O resultado do julgamento do Supremo sobre o afastamento de parlamentares não aplacou por completo o temor do Congresso. Ainda que a maioria da corte tenha decidido, após amplo e exaltado debate, encaminhar ao Legislativo sanções que interfiram no exercício do mandato, há no Senado a tese de que a questão precisa ser esmiuçada por meio de uma emenda à Constituição. A nova lei garantiria ao Parlamento a última palavra a respeito do que, no entender dele, cerceia o legislador.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Cármen Lúcia foi uma esperança de dias melhores no Supremo, mas deu tudo errado. A insegurança e os engasgos, a falta de pulso e a personalidade oscilante – tudo isso ficou demonstrado em seu voto no longo entediante, frustrante e revoltante julgamento desta quarta-feira, quando a presidente tinha a responsabilidade de dar o voto de Minerva, mas amarelou, ninguém entendeu se estava de um lado ou de outro, no final ela teve de pedir que o ministro Celso de Mello fizesse a tradução simultânea do voto presidencial, vejam a que ponto chegamos. E foi assim que a Operação Abafa, destinada a inviabilizar a Lava Jato, saiu vitoriosa neste julgamento e escreveu uma página degradante na história do Supremo. Depois voltaremos ao assunto.(C.N.)

12 de outubro de 2017
Daniela Lima
Folha (Painel)

O AINDA SENADOR AÉCIO NEVES FOI A PRESENÇA MAIS AUSENTE NO JULGAMENTO

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Charge do Duke (dukechargista.com.br)
O Supremo Tribunal Federal (STF) dizia que estava julgando os limites entre o Legislativo e o próprio Supremo. Não estava. Estava era julgando o destino do senador Aécio Neves (PSDB-MG) e outros congressistas. Conforme o Supremo em Números, da FGV Direito Rio, cerca de 33 senadores e 152 deputados eleitos em 2014 responderam ou respondem a inquérito no Supremo.
Quem identificou essa armadilha foi o ministro Celso de Mello. Perguntou simplesmente de onde surgiu, por que foi criado o próprio Supremo? Do nada, nada surge, disse Shakespeare em Rei Lear. As instituições também não surgem do nada. Têm uma razão de ser.
LIMITAR O PODER – A razão de ser do Supremo foi justamente limitar o poder então absoluto do parlamento. No Império, os legisladores eram legisladores e juízes de si mesmos. Na República, não mais.
O instrumento para limitar o Congresso é o controle de constitucionalidade de atos e leis, feito pelo Supremo Tribunal Federal. Esse controle deve ser feito em abstrato. Para que não seja maculado por interesses menores.
Em nome de julgar a competência do Congresso, só se pensava no futuro dos congressistas de alguma forma envolvidos com casos de corrupção, lavagem de dinheiro e tanto mais. O Supremo fazia um controle abstrato concreto. O que não existe, mas existiu.
COM OS PÉS NA TERRA – O ministro Sepúlveda Pertence uma vez disse que o Supremo não julgava com os pés na lua. Os pés na terra do Supremo de ontem, encharcados da realidade brasileira, visível pela liberdade de imprensa, pelas mídias sociais, e pela evidência dos fatos, seriam enfrentar essas práticas.
A presença do destino do senador Aécio Neves ficou clara na confusão da formulação do voto da presidente Cármen Lúcia. O senador Aécio Neves foi a presença mais ausente no julgamento feito ontem.
O Supremo não pode pautar um controle abstrato de constitucionalidade, quando, na realidade, está julgando casos concretos. Confunde e cria mais instabilidade jurídica.

12 de outubro de 2017
Joaquim Falcão
O Globo