"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

SE MARIN FALA DA CONEXÃO LULA E JOÃO SANTANA, O MUNDO VAI SE LIQUEFAZER COMO EM MARIANA


Pouco antes de começar a Copa do Mundo, aqui no Brasil, um amigo jornalista foi visitar José Maria Marin, em seu apartamento na alameda Casa Branca, nos Jardins. Seco e grave, Marin lhe confidenciou:

– Você se considera jornalista investigativo? Se sim, tente investigar o esquema que o marqueteiro João Santana montou com Lula no exterior…não há quem consiga investigar isso e eu sei de tudo, mas fico apenas com a dica que te dou…

Marin não falou mais. Nem meu amigo o procurou novamente. Sobre o esquema? Era então inexpugnável, indevassável, porque não tínhamos ainda a Lava Jato.
Mas sobre esse esquema publiquei dois posts, em março e maio de 2015:

Pois bem: eis o que saiu em Veja:

“João Santana, condutor das últimas grandes vitórias do PT, está em via de se transformar no mais novo estorvo do partido. Ele entrou na mira da Operação La­va-Jato. A partir da análise do emaranhado de contas mantidas em paraísos fiscais, o marqueteiro da campanha da presidente Dilma está sob investigação da Polícia Federal e do Ministério Público. Informações enviadas ao Brasil pelas autoridades da Suíça, que cooperam com os investigadores brasileiros, indicam que Santana recebeu secretamente dinheiro do esquema por meio de contas mantidas no exterior. 

Há indícios de que dinheiro do petrolão foi usado para pagar, lá fora, despesas de campanhas do PT. VEJA confirmou com três envolvidos na investigação que o marqueteiro do PT é figura central de um novo polo de apuração de ilícitos. Nas palavras de um investigador, “nunca antes a Lava-Jato chegou tão perto do Palácio do Planalto”.

A inclusão de João Santana na lista de suspeitos tem potencial devastador. Foi no auge do escândalo do mensalão que Duda Mendonça, o mago das campanhas petistas, admitiu à CPI dos Correios que recebera no exterior o pagamento pelos serviços prestados durante a eleição de Lula. Agora, no auge do petrolão, João Santana, o sucessor de Duda, aparece como investigado pelas mesmas razões. 

Santana comandou as campanhas vitoriosas de Dilma Rousseff em 2010 e 2014, destacando-se na última por teatralizar uma série de mentiras sobre a realidade brasileira. “São especulações tão irrealistas e genéricas que não tenho nem o que comentar”, disse Santana a VEJA na sexta-feira. Os dados enviados pelas autoridades suíças estão no Departamento de Recuperação de Ativos (DRCI) do Ministério da Justiça”.

Tudo o que Marin confidenciou (e não foi muito) se fez verdade.
Marin fez delação premiada sobre a Fifa. Se fala o que sabe sobre a conexão João Santana-Lula, o mundo vai se liquefazer como em Mariana…

09 de novembro de 2015
Claudio Tognolli

A ELEIÇÃO DO IMPREVISÍVEL

Ninguém duvida de que Lula e Aécio estão na disputa, apesar de pequenos condicionantes: o senador, se não for atropelado por Geraldo Alckmin ou José Serra, hipóteses remotas, mas possíveis. E o ex-presidente, se chegar a 2018 às voltas com processos sobre tráfico de influência e enriquecimento ilícito. Nesse caso, como figuração, que nome o PT apresentaria? Quem quiser que arrisque, mas apenas como exercício de imaginação. Fica difícil imaginar os companheiros com outro candidato senão o Lula, e os tucanos sem Aécio.

Estaria a sucessão presidencial limitada aos dois pretendentes? Nem pensar. Em condições de normalidade institucional, política e econômica, talvez. Jamais do jeito que as coisas vão, com o país em crise e exposto a todo tipo de surpresas.

Sendo assim, haverá que abrir o leque. Dentro da ortodoxia partidária, surgem outros nomes. Para começar, Michel Temer, já que o PMDB não pode ser afastado, maior até do que o PT e o PSDB. Mas na legenda disposta a concorrer com nome próprio, por que não Roberto Requião, alternativa para contrabalançar a timidez do atual vice-presidente? Outra possibilidade será o empresário e presidente da FIESP, Paulo Skaff, trabalhando em silêncio.

Correndo por fora, ainda dentro das cogitações partidárias, surgem Marina Silva, da Rede, e Ciro Gomes, do PDT. Ambos com densidade eleitoral e anterior presença na corrida pelo palácio do Planalto. Aprenderam com as derrotas passadas.

Só isso? Claro que não. Abrem-se, nas especulações dessa futura sucessão misteriosa, opções à margem dos raciocínios lineares. O eleitorado encontra-se e mais se encontrará disposto a manifestar-se fora das rotineiras previsões. Caso surgisse a candidatura de Joaquim Barbosa, mesmo por um partido frágil, empolgaria. Ainda mais se trouxesse Sergio Moro como vice.

Sempre haverá que considerar o aparecimento de alguém até agora desconhecido. Certamente nenhum dos governadores estaduais, todos na baixa, mas daqui a três anos, quem sabe? Fala-se no prefeito do Rio, Eduardo Paes, caso consiga tornar-se figura nacional. Marta Suplicy sonha eleger-se para a prefeitura de São Paulo e dali armar o trampolim para Brasília.

Nem precisam ser referidos os aventureiros de todas as eleições, aqueles em busca de quinze minutos de exposição, que certamente se apresentarão. Em suma, o imprevisível parece bater à porta, numa eleição capaz de prender as atenções gerais mais do que qualquer outra recente.



09 de novembro de 2015
Carlos Chagas

ALERTAR É PRECISO!


“A farda não abafa o cidadão no peito do soldado!”, General Osório
Vem sendo veiculada com frequência pela mídia a afirmação de que “as instituições de nosso país estão consolidadas e funcionando corretamente”. E está sempre presente em debates de TV, artigos e reportagens porque é dita ou escrita num contexto de temas sobre o grave e vergonhoso momento por que passa o País. 
Trata-se de verdadeiro paradoxo, pois, se consolidadas e funcionando corretamente, a Nação não estaria convivendo com o que tem sido considerado o pior período da História nacional, em que se nota visível e crescente decadência moral e ética no campo interno e preocupante descrença externa quanto ao futuro do Brasil.
Talvez a afirmativa seja uma advertência para possíveis atitudes extremas e aventureiras, como golpes e intervenções de qualquer natureza. 
Entretanto, o estudo das instituições quanto ao seu funcionamento e à sua consolidação carece de uma análise de respostas. Para quem e para que funcionam? Estão realmente consolidadas?
No campo militar – razão maior deste artigo –, os chefes militares vêm sendo questionados por líderes políticos, empresariais, religiosos, sociais e outros segmentos da sociedade civil. Querem saber qual a posição das Forças Armadas caso ocorra uma grave crise institucional e que soluções teriam para impedir que ela instale o caos no País. Não são “vivandeiras de quartel”, mas, sim, personalidades que consideram as Forças Armadas um verdadeiro esteio do regime democrático a ser preservado no Brasil.
Sem exceção, os chefes militares insistem que a solução deve vir das lideranças civis e estar consoante com os princípios constitucionais. 
Tal atitude vem sendo adotada desde o início dos governos da Nova República. Nestas mais de três décadas, elas acompanharam a vida política do País sem nenhuma interferência no processo institucional. Cumpriram e cumprem ainda um papel imprescindível.
Em todos estes anos as Forças Armadas ouviram em silêncio críticas, ofensas e inverdades de toda ordem. Ainda hoje, atribuir ao regime militar todos os males que afligem o povo brasileiro é praxe constante. Foi essa atitude crônica e repetitiva das esquerdas brasileiras que contribuiu para que contraíssem uma doença mental diagnosticada como esquerdopatia.
Recentemente os costumeiros esquerdopatas voltaram a se manifestar. Um general de quatro estrelas, integrante do Alto-Comando do Exército, altamente conceituado na Força, de moral e integridade inatacáveis, enumerou e analisou possíveis cenários que poderiam concretizar-se em curto prazo no País. 
Um estudo de Estado-Maior, oportuno e de veracidade inquestionável, apresentado a jovens militares em ambiente reservado. Com sua análise o general cumpriu um dos maiores deveres que o chefe militar tem obrigação de cumprir: o de manter seus comandados bem informados, principalmente nestas horas de total escuridão, desacertos, mentiras e degeneração política e moral do País. 
Em nenhum momento de seu estudo e de sua apresentação foi observada qualquer proposta concreta ou uma simples sugestão com o objetivo de intervenção nos Poderes constituídos.
No último cenário apresentado, o general, com muita propriedade, alertou que o agravamento de uma crise institucional poderia conduzir o País a uma caótica conjuntura; nesse caso as Forças Armadas teriam de ser empenhadas e, por isso, deveriam estar adestradas.
Foi o bastante para que esquerdopatas de plantão, a maioria conhecida por seu ranço ideológico e aversão aos militares, considerassem sua análise como uma real proposta de golpe militar. Deveriam, sim, ler com mais atenção os artigos 136, 137 e 142 da Carta Magna, pois neles estão previstas as atribuições de diversos órgãos públicos caso uma grave instabilidade institucional ocorra.
Não serão nossas frágeis e desacreditadas instituições que atuarão, mas, indubitavelmente, as Forças Armadas, que para tal missão devem estar preparadas. É bom lembrar palavras de Barack Obama em saudação a militares dos EUA: “O que mantém o nosso sistema democrático são as nossas Forças Armadas”. No Brasil, uma declaração desse teor é impossível. Os esquerdopatas considerariam um incentivo à intervenção militar.
O general foi exonerado do comando, por orientação ministerial, por ter feito críticas à incompetência, má gestão e corrupção do Poder Executivo. O ministro da Defesa, de formação comunista e no presente um “democrata”, bem que poderia, com essa evolução de princípios políticos, orientar os integrantes de seu partido (PCdoB). 
Este, sim, um partido que apoia e defende organizações e falsos movimentos sociais que ainda pregam a derrubada de regimes democráticos “adolescentes”, até se necessário com o uso da força. 
Tal qual o PT, também segue a cartilha do Foro de São Paulo. Seus intelectuais gramscistas e ideólogos esquerdopatas sabem que as Forças Armadas brasileiras são a instituição que precisa ser denegrida ou cooptada para a instalação de um regime espúrio e bolivariano no País. 
Este silêncio agora imposto aos militares da ativa se enquadra nesse propósito. Segundo o Foro, os militares são seres amorfos, sem personalidade, desprovidos de inteligência, alienados e cidadãos de segunda classe, que não poderão manifestar suas inconformidades com o atual estado de calamidade política, econômica e social do País.
Felizmente, existe a esperança de que os estudos de Estado-Maior sobre a realidade brasileira, idênticos ao do general agora exonerado, continuem a ser realizados, como uma sólida armadura contra os que desejam regimes espúrios e esdrúxulos para o Brasil. 
Que sejam um alerta à sociedade brasileira quanto ao crítico estado de iminente ingovernabilidade do País.
Por outro lado, vê-se com imensa decepção e tristeza a incapacidade de nossas lideranças políticas de gerir os destinos e interesses da brava Nação brasileira. Para elas, os seus interesses – individuais e de seus grupos – são prioritários e estão acima dos anseios do povo. Por isso, alertar é preciso!

09 de novembro de 2015
Rômulo Bini Pereira

POR QUE O EI EXECUTOU 200 CRIANÇAS DE UMA SÓ VEZ?

O grupo terrorista islâmico está perdendo a batalha da propaganda


Crianças sírias são executadas pelo EI

A mais recente atrocidade do Estado Islâmico, o grupo terrorista que ocupa vastas áreas da Síria e do Iraque e que tem filiais espalhadas pelo mundo, foi cometida no ano passado mas só revelada hoje, em um vídeo repugnante. 

Nele, cerca de 200 crianças deitadas de bruços são executadas a tiros de fuzil por homens em roupas camufladas
Uma versão amenizada da filmagem, em que os corpos das vítimas são apagados digitalmente, pode ser vista aqui.

O vídeo difere de outros divulgados pelo grupo, porque não tem a mesma qualidade técnica nem os cuidados de edição que visavam a conferir às suas atrocidades uma estética de filme de ação. 
O massacre dos meninos parece ter sido gravado por uma câmera simples, provavelmente de um celular. O fato de ter sido gravado em 2014 sugere que a intenção nunca foi divulgá-lo, ou pelo menos não para o grande público. 
Essa hipótese é reforçada pelo que se sabe sobre o caminho que a filmagem percorreu até chegar às redes sociais: o primeiro a postá-la foi um ativista anti-EI do Iêmen, provavelmente com o intuito de denunciar a barbárie do grupo.

A estratégia de propaganda do EI consiste em tentar controlar a divulgação das informações sobre seus atos, não apenas no conteúdo, mas principalmente na maneira como isso acontece. 
Para isso, o EI começou a produzir suas próprias “notícias” e a difundi-las diretamente, por meio das redes sociais. Jornalistas, nesse contexto, são absolutamente dispensáveis e indesejados (tanto que os terroristas tratam de sequestrar e/ou matar todos os profissionais de imprensa que cruzam o seu caminho). 
Nos vídeos do EI, as vítimas sempre aparecem de maneira desumanizada, como se estivessem conformadas com seu destino.

Mas o grupo está perdendo a guerra de propaganda, porque cada vez mais estão vindo à tona imagens profissionais, verdadeiramente jornalísticas, do resultado de suas atrocidades. 
A foto do menino Aylan morto em uma praia turca, para onde foi levado pelas ondas depois de uma fracassada tentativa de sua família de fugir da guerra na Síria rumo à Europa, é apenas uma delas.

Imagens sem o contexto correto, como as que são produzidas, manipuladas e distorcidas pelo EI, são desprovidas de significado político e não levam a nada positivo. Servem apenas ao propósito propagandístico do grupo. (Neste artigo para New Republic, Susie Linfield argumenta que as imagens de Aylan provocaram uma reação maior do que outras, similares, porque foi feita na Turquia, às portas da Europa, e portanto ao alcance da ajuda humanitária.)

Um contraponto valioso às peças de propaganda do EI é o trabalho do fotógrafo grego Aris Messinis, que registra a chegada dos refugiados sírios à ilha de Lesbos. O mesmo vale para a foto que Susie Linfield escolheu para ilustrar seu artigo, registrada por Abd Doumany em um hospital na Síria. A maioria das pessoas retratadas por Messinis e Doumany estão numa situação limite e o sofrimento domina as feições de seus rostos. Mas elas são retratadas de maneira digna, sem serem despojadas de sua humanidade. É tudo o que o EI não quer.

O objetivo dos vídeos macabros do EI é espalhar o pânico nas fileiras inimigas e atrair novos psicopatas ou sociopatas voluntários. A matança de crianças pelo grupo já foi bem documentada em relatos de sobreviventes, mas não há muitos registros feitos pelos próprios terroristas desse tipo de maldade. O novo vídeo é uma exceção, e possivelmente tenha sido divulgado à revelia do comando de Relações Públicas, que produz coisas meigas como isto aqui (terroristas distribuindo balas — as de comer, não as de matar — em comemoração à queda do avião russo da MetroJet com 224 civis a bordo, no Sinai).

Talvez os terroristas não mostrem seu lado infanticida com tanto empenho porque a covardia de matar seres humanos menores e mais fracos não ajude muito a vender a imagem de jihadistas corajosos.

Quanto mais relatos e registros feitos por jornalistas como Messinis e Doumany puderem ser feitos sobre o que acontece na guerra da Síria e em suas franjas, mais derrotas o EI sofrerá em seu esforço de propaganda.



09 de novembro de 2015
Diogo Schelp, Veja.com

ZERO VEZES ZERO

Tem alguém aí? Os brasileiros bem que gostariam de estar fazendo essa pergunta, no momento, a tudo o que pode ser descrito como “governo” e a todos cuja ocupação conhecida, fixada em lei e paga em tarifa cheia pela população, é governar a República Federativa do Brasil. Está mais do que na hora de perguntar, pois, olhando para o que acontece, em vez de olhar para o que se fala, daria para jurar que não — não há ninguém no local de trabalho, realmente, ou se há é como se não houvesse, pois com toda a certeza ninguém está fazendo absolutamente nada que preste, ou que sirva a algum propósito útil.

O que existe o tempo todo, e é só isso que existe praticamente desde que a presidente Dilma Rousseff começou esse seu desventurado segundo mandato, é uma coisa chamada “impeachment”. Dilma fica ou vai embora? Não se cuida de nenhuma outra questão na vida pública de hoje — o país foi levado por ela, por seu partido e pelo que mais existe em torno de ambos à situação inédita de ter um governo cuja única ação visível é brigar para continuar sendo governo, ou seja, para não ser deposto. Enquanto isso, não governa coisa nenhuma. Esquisito, não é? Governos existem para governar, com os seus programas, objetivos e interesses; se não fazem nada disso, são apenas uma conta de zero vezes zero. O que temos, então? Um processo de impeachment contra um governo que não existe — o que, pensando bem, talvez fosse mais um excelente motivo para lhe apresentar sua carta de demissão.

Não é preciso nenhum diploma de ciência política para verificar a quantidade e o volume das aberrações que o abandono da obrigação de governar, por parte da presidente e seu enxame de ministros e quase ministros, vem causando nos últimos dez meses. Basta prestar um pouco de atenção aos fatos que entram e saem quietamente do noticiário, e que no Brasil de hoje não conseguem nem o seu modesto 1 minuto de fama — no país do impeachment, nada parece capaz de impressionar os que mandam e os que obedecem na vida pública, e qualquer disparate acaba sendo recebido como a coisa mais normal do mundo. O ministro dos Transportes, por exemplo, revelou algum tempo atrás que não tem um tostão furado para tapar buracos nas estradas em 2015. Não é que o governo deixará de fazer novas rodovias de primeira classe, ou mesmo de segunda ou terceira, como o país necessita com a máxima das urgências: está sem dinheiro para fazer o mínimo indispensável. Vai arrecadar até o fim do ano mais de 1,3 trilhão em impostos federais, mas já avisou que não sobrou nada nessa pilha de dinheiro para tapar um único e miserável buraco nos 8,5 milhões de quilômetros quadrados do território nacional. Ficamos assim, então: ao longo deste ano de 2015 inteirinho, o Ministério dos Transportes não terá servido rigorosamente para coisa alguma. No Ministério da Saúde, o ponto alto da atuação do último ministro foi dizer, em sua derradeira entrevista, antes de ser posto na rua por telefone, que a saúde brasileira está “em colapso”. Segundo ele próprio, é “a pior situação em 25 anos de SUS”. Isso mesmo: após treze anos de governo Lula/Dilma/PT, sua ex-Excelência nos informa que a saúde brasileira está “em colapso”. Algum problema? O contribuinte foi também avisado de que uma troca de radares nos aeroportos está suspensa, porque o governo não paga ao fornecedor. E o dinheiro que o cidadão já lhe pagou para saldar essa despesa? Vai saber — e talvez nem fosse necessário, em primeiro lugar, trocar radar algum.

Para qualquer lado que se olhe, é por aí que vai essa procissão. Diante da própria falência, o governo prometeu cortar despesas “na carne”. Após nove meses de cálculos sem pé nem cabeça, ficaram de cortar 200 milhões de reais, ou 100 vezes menos do que uma empresa privada como a Volkswagen faturou em 2014; com sorte, daria para pagar 24 horas de juros da dívida pública. Mas nem isso o governo conseguiu — continua com tolerância zero para qualquer redução no seu desperdício. Dos 25 000 empregos que pode eliminar a qualquer momento, anunciou que cortaria 1 000; não cortou nem um. Permanece imóvel como uma catedral, também, perante os piores números da inflação nos últimos treze anos, ou a maré de desemprego que está causando sete demissões por minuto. A presidente da República diz que o governo não governa a Petrobras, a maior empresa estatal brasileira, cada vez mais enterrada num abismo sem precedentes de roubalheira; acha que não existe “nenhuma denúncia de corrupção” contra o seu governo. Que governo?

Não tem ninguém lá.



09 de novembro de 2015
J.R.Guzzo

GROTÃO LULISTA: INFLAÇÃO, GASTANÇA, PILHAGEM E DESAJUSTE




Inflação, como peçonha de cobra, pode ser solução, se usada na hora certa e em doses muito controladas – algo muito diferente dos quase 10% de alta de preços ao consumidor, no Brasil, nos últimos 12 meses. Em janeiro de 1926, há quase 90 anos, John Maynard Keynes aconselhou o governo francês a provocar um aumento dos preços internos – defasados em relação aos internacionais – para consertar as finanças públicas. Seria uma saída mais fácil e mais defensável do que aumentar os impostos ou cortar, de forma arbitrária, os juros da dívida. Isso seria um calote, só recomendável em último caso. Para normalizar a economia, estimular a demanda e alguma inflação têm sido parte da política, nos últimos anos, em países administrados seriamente. Bancos centrais dos Estados Unidos, da Europa e do Japão afrouxaram as políticas monetárias. A inflação continua muito baixa. Apesar disso, a economia dos Estados Unidos, segundo novas estimativas, deve crescer 2,6% este ano e 2,8% no próximo. Na União Europeia, onde os efeitos da crise financeira se dissipam mais lentamente, as taxas projetadas são 1,9% em 2015 e 2% em 2016. Para o Japão, os cálculos indicam 0,7% e 1,1%, de acordo com tabela divulgada na quinta-feira pela Comissão Europeia.

Podem parecer números modestos, mas são muito melhores que os estimados para o Brasil, onde a inflação disparada se combina com recessão, contas públicas esfrangalhadas e nenhuma perspectiva de arrumação fiscal no próximos 12 ou 24 meses. A menos de dois meses do fim do ano, há poucas certezas sobre 2016 e são todas, ou quase todas, muito ruins. Os preços continuarão subindo velozmente, apesar do desemprego alto e do baixo nível de atividade, a recessão se prolongará e as finanças do governo permanecerão desarranjadas. As últimas projeções indicam para este ano uma contração econômica de 3% ou pouco mais e um novo número negativo em 2016. As novas estimativas têm variado entre -1,2% e -3%.

Quase no fim do ano, os ministros econômicos se mostram incapazes de prever com razoável aproximação o saldo fiscal de 2015. Parece mais seguro apostar num déficit igual ou superior a R$ 110 bilhões nas contas primárias, isto é, sem os juros, mas a única certeza é um amplo resultado negativo. As projeções para 2016 continuam muito vagas, principalmente porque ninguém sabe direito de onde virá a receita.

Oficialmente o governo ainda espera a recriação do imposto do cheque, a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). Pelas contas do governo, isso deveria render mais de R$ 30 bilhões, porém a aprovação do projeto continua incerta. Mas R$ 39 bilhões adicionais poderão resultar da venda de ativos da União, segundo o senador Acir Gurgacz (PDT-RO), relator da parte da receita da proposta orçamentária. A previsão inclui a venda de imóveis e a licitação de hidrelétricas, portos e aeroportos.

Ninguém deveria, no entanto, confundir a liquidação de bens e direitos com o indispensável ajuste das contas públicas. Dinheiro coletado dessa forma pode servir para fechar as contas do ano, ou até de alguns anos, mas consertar as finanças do governo é outra história. Vender a prataria da casa ou a própria casa pode ser a saída numa emergência, e nada além disso. Ordenar e disciplinar o orçamento da família envolvem outras medidas. É também o caso das contas públicas.

A incerteza fiscal, disse na quinta-feira o diretor de Política Econômica do Banco Central, Altamir Lopes, aumenta a insegurança quanto à evolução dos preços. Esse foi um fator importante, segundo ele, para a decisão de adiar de 2016 para 2017 o compromisso de atingir a meta oficial de 4,5%.

Mas a insegurança fiscal envolve, de fato, muito mais que as contas de 2016. Para cuidar seriamente do problema será preciso racionalizar a despesa, escolhendo bem as prioridades e tornando o dispêndio mais eficiente. Será necessário eliminar as vinculações para diminuir a rigidez orçamentária. Isso envolverá mudanças na Constituição. Ainda assim, deve ser possível gastar melhor mesmo enquanto as vinculações permanecem.
A reforma da Previdência deve ser parte da racionalização. Corrigir os benefícios com base na inflação, em vez de amarrá-los ao salário mínimo, foi uma sugestão apresentada há poucos dias pelo secretário-geral da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Angel Gurría.

Também será importante mexer na máquina de governo. Nada justifica manter 23 mil cargos de confiança, sujeitos à indicação política. A presidente prometeu cortar 3 mil, número insignificante, mas acabou recuando. Pode-se discutir o alcance da redução, mas convém observar grandes economias, como a britânica e a americana, com menor número de cargos desse tipo e administrações mais profissionalizadas.

Mas será preciso ir mais longe na reforma, definindo carreiras, fixando padrões de qualidade e de produtividade e reduzindo a influência partidária – e até do governo – na conformação e na operação da burocracia. Agências reguladoras independentes e um BC autônomo, condições sempre recusadas pela presidente Dilma Rousseff e por seu partido, podem melhorar muito a gestão federal, a definição e a execução de políticas e o funcionamento de serviços de utilidade pública. Seria tolice acreditar no fim da corrupção, mas uma administração menos sujeita a loteamento e agências conduzidas com padrões mais profissionais tornariam mais difícil o assalto ao Estado e mais produtivo o setor público.

O saque da Petrobras – e de outras estatais – foi amplamente facilitado pela apropriação partidária da administração federal e pela distribuição de cargos a companheiros e aliados. A Operação Lava Jato, o evento mais animador da política brasileira em muitos anos, é um complemento precioso de qualquer curso sério de administração. Estudos recentes sobre o compadrio e sobre as políticas de financiamento são igualmente instrutivos. Inépcia, favorecimento, gastança, corrupção, crise fiscal e inflação elevada e persistente podem ser aspectos da mesma história – e são, com certeza, no caso brasileiro. O verdadeiro ajuste vai muito além da correção de algumas contas.



09 de novembro de 2015
Artigo de Rolf Kuntz, no Estadão, faz uma radiografia do governo petista:
in orlando tambosi

UM CARDÁPIO DIFERENTE... PATRUS ANANIAS É HOSTILIZADO EM RESTAURANTE

Ministro Patrus é hostilizado em restaurante e chamado de ...

uirauna.net/ministro-patrus-e-hostilizado-em-restaurante-e-chamado-de-l...
16 horas atrás - Ministro Patrus é hostilizado em restaurante e chamado de 'ladrão safado ... O ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, foi hostilizadoneste ... restaurante em São Paulo, conforme vídeos publicados no Youtube ..


09 de novembro de 2015m.americo

OS BRICS DE MERDA: O JABÁ É SEMPRE IDIOTA E BURRO


O SB gargalha. Sempre disse que o conceito dos BRICS mostrava estupidez e profundo desconhecimento de economia. Nos anos pós-crise quando Lula foi elevado a categoria de pensador universal, chegaram a dizer que os países de merda dos BRICS substituiriam os EUA na liderança econômica do mundo... Quanta asneira… até os bancos de porta de cadeia hoje reconhecem o ridículo que passaram: Goldman Sachs decreta "fim" dos BRICS.
09 de novembro de 2015
in selva brasilis

NOTAS POLÍTICAS (IMPLICANTE)

DOUTRINAÇÃO DESCARADA E VERGONHOSA
Por Gravz

A agenda esquerdista é uma constante deste governo que fracassa em todas as frentes – seja econômica, política ou mesmo ética; e toda e qualquer brecha é aproveitada para emplacar a ideologia do partido (sim, até nisso não sabem diferenciar governo e militância). Os casos são inúmeros e incluem postagens nas redes sociais, discursos, projetos de lei, provas do ensino médio, questões do ENEMetc.

Agora, talvez já rasgando a fantasia de vez (ou o que dela tenha sobrado), o Ministério da Educação propõe uma mudança radical no ensino oficial de história no país. Em suma, como analisam Demétrio Magnoli e Elaine Senise Barbosa, as crianças brasileiras deixarão de aprender os fatos relevantes da história ocidental europeia para focar nas tradições indígenas e história da África.



A ELIMINAÇÃO da história europeia (que, afinal, nos formou e está a nos formar) não é uma medida com base didática ou coisa que o valha. É a mais pura e deplorável doutrinação atingindo os bancos escolares agora em caráter oficial – talvez já não esteja funcionando bem colocar apenas aquele professor que impõe militância na cabeça da gurizada.

Para se ter ideia da gravidade da coisa (e sobretudo do quanto exageraram no descaramento), são contrários a isso Aloizio Mercadante (é sério…) e até mesmo Renato Janine Ribeiro, que foi demitido do MEC por Dilma pelo telefone, para que a gerenta colocasse mais peemedebistas em seu ministério.

De todo modo, ainda creio que a contrariedade dos petistas tem menos a ver com a ideologização e seja mais uma divergência tática diante da total falta de tato nessa implantação. Seja o que for, temos de pressionar governo e parlamentares para que vetem integralmente esse tipo de coisa. Quanto ao mais, segue a recomendação fundamental a todos: APOIEM A ESCOLA SEM PARTIDO! Antes que seja mesmo tarde demais…


Lulinha e O Globo

O jornal O Globo desculpou-se por um erro grave: ao contrário do que fora publicado, não houve comprovação de doação/ajuda à esposa de Lulinha em delação constante da Operação Lava Jato. Uma “nora” é citada, mas não há mais sobre o caso. Ok, claro, um erro feio, que mereceu “errata” logo na capa. Mas aí – CLARO – a rapaziadinha trezefonfirma já tentou fazer a bola na trave virar gol contra.



Não faltou gente misturando alhos e bugalhos, supondo ser possível jogar fumaça também sobre o outro filho de Lula, este citado na Operação Zelotes.

Claro que esse caso é outro. E a investigação continua.


FHC, Lula e Odebrecht

Circula nas redes sociais uma “análise de linguagem”, obviamente feita por um militante de vocês-sabem-qual-partido, dizendo que a imprensa protege FHC. O motivo? Duas matérias, numa mesma página, tratando de doações da Odebrecht, uma ao Instituto Lula e outra ao de FHC. Segundo a premissa, tratam um “mesmo fato” de forma diferente.

Bobagem, claro. E, nesse caso, nem dá para alegar burrice. É má-fé pura e simples (ok, muita gente espalhou sim por burrice, mas a essência da elaboração ali não é coisa de gente burra, bem ao contário).



Mas vale explicar a quem não pegou o básico da coisa: não são doações iguais. Quanto a Lula, a acusação é de lobby; ou seja, atuaria em favor da Odebrecht para que a empresa conseguisse contratos – também beneficiados por verbas ou empréstimos do governo – e em seguida ele próprio receberia doações e contratos polpudos da construtora.

O problema, portanto, não é receber doação ou ser contratado pela Odebrecht, mas sim a CONTRAPRESTAÇÃO que pode ou poderia ter havido. Colocar uma lista de institutos ou afins que recebem/receberam da construtora é, antes de tudo, um jeito de gerar aquela ladainha do “viu? todo mundo recebe” – centralizando o “erro” em receber, não no FAVOR que teria sido prestado.

Desse modo, toda aquela análise sobre a teoria da comunicação, com direito a observações de semiótica, já nasce errada. Em suma: pouco importa quem recebeu patrocínio ou coisa que o valha, o problema é quem fez isso em troca de favor prestado pelo governo. Essa é a chave de tudo – ignorada por quase todos que compartilharam a tal análise (alguns, de fato, mais por burrice que por má-fé).

O país onde mais matam…
Isso é algo cíclico: de quando em vez, surge algum estudo estatístico segmentando o número de homicídios no país entre determinada faixa da população. Aí chega-se à conclusão de que é no Brasil onde mais matam X, Y ou Z – e então alegam que o problema central seria a morte de X, Y e Z, não o altíssimo número de homicídios gerais.

Com 64 mil assassinatos ao ano, nosso país tem o vergonhoso recorde de ter o MAIOR NÚMERO DE HOMICÍDIOS por país do mundo. É onde mais se matam pessoas de qualquer gênero, cor da pele, religião etc.

O problema maior, portanto, não é o ímpeto de matar apenas pessoas de determinado grupo, mas sim a quase total impunidade. De cada 100 homicídios, apenas 8 são solucionados. Querem resolver o problema de todos (e, portanto, também de cada grupo)? Combatamos a impunidade.



Sim, punir resolve. Prova disso é que o país com mais mortes do mundo seja também aquele em que os assassinos raramente são punidos. Ao contrário do que prega a esquerda, o problema não será resolvido apenas com textão ideológico em rede social e “campanha de conscientização”.

É preciso fazer algo que ainda não testamos, mas vem dando certo em muitos outros lugares do mundo: investigar, julgar e mandar assassinos para a cadeia. Que tal arriscar esse método para ver o que acontece? Suspeito que atenuaria um bocado a atual calamidade.


09 de novembro de 2015
implicante

COMO ESTÁ É QUE NÃO PODE CONTINUAR

Terminou a eleição presidencial de 2014 e logo o país mergulhou na mais grave crise econômica de sua história.

A história oficial pintava no despontar de 2015, um quadro otimista, enquanto na vida real tudo caminhava (e caminha) para muito próximo do caos.

É sempre bom cultivar o otimismo. Entretanto, os números do dia a dia conspiram contra esse sentimento.

O IPCA - considerado o índice oficial de inflação do país – degringolou para 0,82 por cento em outubro, o maior nível para o mês desde 2002.

O “tombo” na produção industrial do terceiro trimestre foi de 9,5%, em relação ao terceiro trimestre de 2014. Para 2015, a perspectiva é uma queda de 3%

Somente na indústria automobilística estão afastados da linha de produção cerca de 45 mil trabalhadores, o que significa mais de um terço da mão de obra das empresas.

Infelizmente, há quem vaticine que 2016 poderá ser tão ruim, ou até pior, do que 2015.

Já diz o refrão popular que “em casa que não tem pão, todos gritam e ninguém tem razão”.

Enquanto isso observa-se a classe política, órgãos de classe (empregados e empregadores) e até partidos políticos, caminhando na contramão do óbvio ululante.

Todos esquecem de que o quadro econômico recessivo não será alterado com bazófia, discursos sem conteúdo, à base de slogans e corporativismos alimentados indiretamente pelas tetas do governo.

A questão não é fortalecer, ou enfraquecer o governo federal.

O que não se justifica é ser contra o Brasil, unicamente pelas busca de objetivos políticos pessoais, ou de grupos.

Pergunta-se nos quatro cantos do país: Joaquim Levy e a equipe econômica fracassaram, como alardeiam alguns?

Em absoluto.

A área econômica diz o que qualquer um que venha a sucedê-la dirá, mesmo que seja com outras palavras.

Sem a aprovação das medidas necessárias ao ajuste, não haverá solução.

Aí entra o grande culpado por omissão, que é o Congresso Nacional, quando atrasa votações e fomenta a incerteza.

Acuado, amedrontado e às vésperas do recesso, as suas lideranças nada fazem de definitivo para reverter o déficit nas contas públicas.

Diante disso, não se pode exigir da equipe econômica que faça o milagre da multiplicação dos pães.

Há verdades que precisam ser ditas, por mais impopulares que sejam.

Ninguém defende aumento de impostos. Porém, sem o aumento da receita pública, nada será viável em termos de recuperação da economia, em curto prazo.

Para amenizar, o Congresso poderia implantar leis “temporárias”, a exemplo do que países desenvolvidos já fizeram, como forma de adoção de algumas mudanças necessárias, transformadas em legislação “com prazo fixo de vigência”, inclusive com a previsão de avaliações periódicas, para medir se a medida funcionou ou não.

Para evitar que o temporário se transforme em permanente (como já aconteceu no passado), o legislador criaria no texto legislado as garantias necessárias.

Independente de ser favorável ou contra a permanência de Dilma no poder, alguns pontos do ajuste fiscal têm que ser enfrentados urgentemente, por mais reações que ocorram.

O ex-ministro e deputado, Delphim Netto, com quem tive a honra de conviver na Câmara Federal, demonstrando a sua experiência e inegável competência, sugeriu recentemente uma pauta para o Congresso Nacional abrir a discussão e votar com a pressa possível.

São cinco pontos fundamentais sugeridos: ninguém se aposenta antes de completar 65 anos; liberem-se as negociações entre os trabalhadores e os empresários; fim das vinculações; acabar com as indexações – por exemplo, a do salário mínimo; aprovar a reforma do ICMS.

Se o Congresso tem medo de decidir sobre as soluções que o Brasil necessita, a alternativa será o povo pressionar para a convocação de eleições parlamentares e instalação de uma Constituinte.

Como está é quem não pode continuar!



09 de novembro de 2015
Ney Lopes – ex-deputado federal (sem partido); procurador federal, ex-presidente do Parlamento Latino-Americano, jornalista e professor de Direito Constitucional.

NO PAÍS DE CUNHA BRASILEIROS HONRADOS NÃO T}EM VISTO DE ENTRADA

São Paulo - O país do Eduardo Cunha não é o meu, não é o seu, nem o nosso. O dele, é o país da malandragem, do ilusionismo e dos fora da lei. É o país da soberba, do autoritarismo e dos grupelhos que se locupletam do dinheiro público. Que enganam os brasileiros, que lesam a pátria e surrupiam o dinheiro do trabalhador e da merenda escolar. Que desviam os recursos da saúde e da educação. É o país dos que fazem trapaça eleitoral. O país do Eduardo Cunha é o da Dilma, do Zé Dirceu, do Lula, do Vaccari, do Delúbio, do Palocci; dos diretores e lobistas da Petrobrás; da Odebrecht, da Mendes Junior, da Andrade Gutierrez, da Camargo Corrêa, da Engevix, dos mensaleiros e dos políticos corruptos, seus aliados no parlamento.

O país dos brasileiros honrados é outro. É o da honestidade, do trabalho, do otimismo, do futuro e da solidariedade. Para esses não existe

visto de entrada no país de Cunha. Por isso, todos nós ficamos estupefatos com as mentiras deslavadas desses homens públicos negando o que todo mundo já sabe: o suborno, as propinas e a corrupção de que são acusados pela Justiça. Que coisa mais feia e deprimente é saber que a defesa de Cunha vai defendê-lo alegando que o dinheiro depositado nos bancos suíços é fruto das vendas de carne enlatada para o Zaire e o Congo, dois países africanos, na década de 1980. Meu Deus!, quanta lorota. Como não bastasse a segregação social e econômica contra os povos da África, agora Cunha quer transformá-los também em cúmplices da sua bandalheira, em receptadores de mercadorias que nunca chegaram lá.

Não consta em nenhum perfil político de Cunha que um dia ele teria se envolvido com o negócio de carne nesses países da África. Seus advogados tentam enganar os brasileiros com versões estapafúrdias e fantasiosas para justificar os milhões de dólares roubados da Petrobrás e depositados nas contas do presidente da Câmara e da sua família no exterior. Impressiona como esses causídicos acham que o brasileiro é trouxa, idiota ou um bando de débeis mentais para acreditar nesse conto da carochinha. Parece até aquela tese do advogado que alegou legítima defesa para o filho que matou a mãe.

As teses mais esdrúxulas desses defensores vão aparecendo na mídia para desviar a atenção da população sobre o dinheiro roubado da Petrobrás que foi parar nas contas de Eduardo Cunha & companhia, como apurou a Polícia Federal. Cunha agora diz que realmente tem grana lá fora, o que negou quando depôs na CPI. Usa de sofisma quando alega que essa conta é de suas empresas no exterior, como se ele fosse um fantasma em toda essa história e não o dono da fortuna. Diz que um defunto, o ex-deputado Fernando Diniz, depositou l,5 milhão de francos suíços em uma de suas contas para honrar um empréstimo que ele fez quando o parlamentar estava vivo e endividado. Que sujeito caridoso, esse Cunha, hein? É até comovente essa solidariedade entre ele e o finado.

Cunha tenta, de todas as formas, permanecer no país dos homens de bem. Jura que é honesto e que o dinheiro é fruto do seu trabalho como empresário (?), mas o diabo é que ninguém acredita e nem ele apresenta provas convincentes. Faz um esforço danado para tentar sair do país dos malfeitores mas é impossível diante do batom na cueca. Tenta acordo com a Dilma e com o Lula mas não consegue encontrar uma saída honrosa.

O país que o Cunha escolheu para morar no futuro é o mesmo que recebeu de braços abertos outro presidente da Câmara. Não faz muito tempo João Paulo Cunha mudou-se para lá apenas com a bagagem de mão. E este país não é imaginário. Ele está a pouco mais de 40 minutos da Câmara dos Deputados. Chama-se Papuda, para onde muitos petistas e empreiteiros também já pediram visto de entrada.


09 de novembro de 2015
Jorge Oliveira

BC APONTA QUEDA MAIOR DO PIB E INFLAÇÃO 2015 EM 9.99%

IBGE JÁ CONFIRMOU QUEDA DE 2,6% NO PIB DO SEGUNDO TRIMESTRE

PREVISÃO DE RETRAÇÃO PASSOU DE -2,97% PARA -3,1% EM MENOS DE UM MÊS. FOTO: ANDRÉ DUSEK/ESTADÃO CONTEÚDO


O Relatório de Mercado Focus trouxe nova rodada de deterioração para o Produto Interno Bruto (PIB) deste e do próximo ano. De acordo com o documento divulgado na manhã desta segunda-feira, 9, pelo Banco Central, a perspectiva de retração da economia este ano passou de 3,05% para 3,10% - um mês antes estava em queda de 2,97%. Para 2016, a mediana das previsões saiu de -1,51% para -1,90%. Quatro semanas atrás estava negativa em 1,20%.

Segundo o IBGE, o PIB brasileiro caiu 2,6% no segundo trimestre deste ano na comparação com o primeiro e 1,9% ante o mesmo período de 2014. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, o BC revisou de -1,1% para -2,7% sua estimativa para a retração econômica deste ano.

No caso da produção industrial, a mediana das expectativas para 2015 saiu de baixa de 7,00% para -7,40% agora - um mês antes estava em -7,00%. Para 2016, continuou em -2,00%. Há quatro semanas, estava em -1,00%.

Já na relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB, a projeção dos analistas foi mantida em 35,80% para 2015 - quatro edições antes estava em 35,90%. Para 2016, a taxa subiu de 39,30% para 39,60% - um mês antes estava em 39,50%.

Inflação

As previsões para a inflação de 2015 bateram na trave dos dois dígitos no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira, 9, pelo Banco Central. A mediana avançou de 9,91% para 9,99%. Esta é a oitava semana consecutiva em que há alta das estimativas para esta variável.

Há quatro edições do documento, a mediana estava em 9,70%. No caso do Top 5 de 2015, o ponto central da pesquisa já havia atingido dois dígitos na semana passada e agora avançou mais, passando de 10,03% para 10,16%. Há quatro semanas, essa mediana estava em 9,61%.

Para 2016, a mediana das previsões também disparou: passou de 6,29% para 6,47% na 14ª vez seguida de elevação. Há quatro edições, o ponto central da pesquisa era de 6,05%. No caso da elite dos economistas que mais acertam as previsões para a inflação no médio prazo, denominada Top 5, houve queda, de 7,33% para 6,98%. Esta é a primeira vez que o novo grupo apontado pelo BC apresenta suas estimativas depois da divulgação do IPCA de outubro. Quatro edições atrás estava em 6,72%. A meta de inflação de 2015 e 2016 é de 4,5% com margem de tolerância de dois pontos porcentuais para baixo ou para cima.

No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, o BC havia apresentado estimativa de 9,5% para este ano tanto no cenário de referência quanto no de mercado. Pelos cálculos da instituição revelados no RTI, o IPCA para 2016 subiu de 4,8% para 5,3% no cenário de referência e passou de 5,1% para 5,4% no de mercado. Na ata do Copom mais recente, o BC informou que suas projeções subiram ainda mais tanto no cenário de mercado quanto no de referência.

Para a inflação de curto prazo, a estimativa para novembro subiu de 0,60% para 0,62% de uma semana para outra ante taxa de 0,57% verificada há um mês. No caso de dezembro, que aparece pela primeira vez na Focus, a taxa passou de 0,70% para 0,71%. Quatro semanas atrás estava em 0,67%.

Depois de terem caído na semana passada, as expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente também voltaram a ultrapassar o teto da meta, saindo de 6,47% para 6,70% - quatro edições atrás estavam em 6,24%.

Preços administrados

Apontados pelo Banco Central como principais responsáveis pela extensão da busca da meta de inflação apenas em 2017, os preços administrados voltaram a subir. Segundo o relatório, a mediana das previsões para esse conjunto de itens no ano que vem saltou de 6,75% para 6,95%. Há quatro semanas, estava em 6,27%.

Para 2015, as estimativas do mercado financeiro para os preços administrados saiu de 16,50% para 17,00% de uma semana para outra - um mês atrás, a mediana das estimativas era de 16,00%. (AE)



09 de novembro de 2015
diário do poder

EDINHO FAZ POUCO CASO DE CAMINHONEIROS QUE EXIGEM RENÚNCIA DE DILMA

ELE JURA QUE NEM FOI TEMA DA REUNIÃO DE COORDENAÇÃO POLÍTICA

DESDÉM É TANTO QUE TEMA NÃO FOI PAUTA DA REUNIÃO DE COORDENAÇÃO POLÍTICA. FOTO: MARCELO CAMARGO/ABR


O ministro da Secretaria da Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva, resolveu polemizar e criticou a greve deflagrada por caminhoneiros em todo o País. De acordo com ele, o Planalto encara a mobilização como um movimento "pontual", que tem o "objetivo único" de "gerar desgaste político ao governo". O ministro disse que o tema não foi discutido na reunião de coordenação política desta segunda.

"No nosso entender, essa greve é pontual, que atinge pontualmente algumas regiões do País, e infelizmente é uma greve que tem se caracterizado com uma aspiração única de desgaste político do governo", afirmou em entrevista coletiva após a reunião. Segundo Edinho, até o momento, nenhuma entidade representativa dos caminhoneiros apresentou qualquer pauta de reivindicação ao Executivo. "Mas o governo está aberto ao diálogo sempre", ponderou.

O Comando Nacional do Transporte vem afirmando que, entre as reivindicações da greve dos caminhoneiros, está o impeachment da presidente Dilma Rousseff.

"Você não pode apresentar uma pauta onde o centro é o desgaste do governo. Uma greve geralmente vem com questões econômica, questões sociais. Geralmente é propositiva, mesmo quando trata de questões políticas. Nunca vi uma greve onde único objetivo é gerar desgaste ao governo", acrescentou o ministro, evitando classificar a mobilização como um movimento "partidário".



09 de novembro de 2015
diário do poder

TOP-TOP GARCIA É CITADO 50 VEZES NA INVESTIGAÇÃO DE LULA

GARCIA É PERSONAGEM NO CASO DE TRÁFICO DE INFLUÊNCIA DE LULA

MARCO AURÉLIO GARCIA ASSESSOU LULA E AGORA ASSESSORA DILMA EM QUESTÕES INTERNACIONAIS. (FOTO: MARCELO CAMARGO/ABR)


O aspone para assuntos internacionais aleatórios da Presidência, Marco Aurélio Garcia, aquele do “top-top”, é citado ao menos cinquenta vezes no inquérito que investiga o ex-presidente Lula pela prática do crime de tráfico internacional de influência para beneficiar a empreiteira Odebrecht, com financiamentos do BNDES para obras no exterior. O caso vem sendo investigado pelo Ministério Público do DF e Territórios.

O protagonismo de Marco Aurélio Garcia no caso Odebrecht poderá levar o assessor presidencial a depor na CPI do BNDES.

A investigação do Ministério Público apura a acusação de tráfico de influência internacional do ex-presidente Lula durante seu governo.

E-mails obtidos pelo Ministério Público, comprovam que era Top-top Garcia quem “garantia” a autoridades os financiamentos do BNDES.

O pânico no governo com a possível convocação de Top-top fez com que fosse criada “tropa de choque” para sepultar a CPI do BNDES.



09 de novembro de 2015
diário do poder

CAMINHONEIROS JÁ BLOQUEIAM VIAS DE OITO ESTADOS POR RENÚNCIA DE DILMA

NOVE ESTADOS E O DF TÊM BLOQUEIO; HÁ RISCO DE DESABASTECIMENTO

A GREVE JÁ PARALISA PONTOS ESTRATÉGICOS DO PAÍS, E IMPEDE O ACESSO A REFINARIAS. (FOTO: UARLEN VALÉRIO/ESTADÃO CONTEÚDO)


Uma greve de camioneiros se propõe a parar totalmente vinte estados, e seu objetivo é bem definido: a renúncia da presidente Dilma Rousseff. O bloqueio de rodovias, convocado pelas redes sociais, já atinge o acesso a refinarias. O objetivo é impedir que os postos de gasolina recebam combustível, até que a presidente renuncie. de acordo com a Polícia Rodoviária Federal, os manifestantes atingiram metade do objetivo, pois fizeram bloqueios em nove estados (RN, RJ, RS, SP, MG, PR, TO, SC e ES) e no Distrito Federal.

A mobilização para a greve tem sido feita pelo Comando Nacional do Transporte (CNT), entidade que não existe oficialmente, liderada pelo camioneiro Ivar Schmidt, de Mossoró (RN). A paralisação foi organizada principalmente por meio de grupos de WhattsApp.

Schmidt disse que a greve será por tempo indeterminado, até que Dilma renuncie ao seu mandato. Oficialmente, o governo desdenha do movimento, mas o Palácio do Planalto já criou até um "gabinete de crise" para monitorar a situação.



09 de novembro de 2015
diário do poder

EX-MINISTRO AFIRMA QUE COLLOR FEZ EMPRÉSTIMO JUNTO A ALBERTO YOUSSEF

DIRETOR DAS EMPRESAS DO SENADOR FOI QUEM FEZ OS ENTENDIMENTOS

DINHEIRO TERIA SIDO REPASSADO AO SENADOR POR DIRETOR DAS ORGANIZAÇÕES ARNON DE MELLO. FOTO: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO CONTEÚDO


O ex-ministro de Assuntos Estratégicos do governo Fernando Collor (PTB-AL) entre 1990 e 1992, Pedro Paulo Leoni Ramos, o PP, afirmou à Polícia Federal que o diretor-executivo das Organizações Arnon de Mello, Luis Amorim, recebeu R$ 1 milhão do doleiro Alberto Youssef para repassar ao senador. A quantia seria referente a "empréstimo" acertado em 2011. O relato de PP à PF ocorreu no dia 25 de junho e se tornou público após inserção nos autos da Lava Jato.

"A operação para o resgate desses valores foi realizada entre Luís Amorim e Alberto Youssef; que apresentou Luís Amorim, presidente [diretor-executivo] das Organizações Arnon de Mello, 'homem de confiança' do ex-presidente Collor, para Alberto Youssef, sendo que após não mais se envolveu nas operações de repasse de valores entre ambos", disse Pedro Paulo.

Collor, Amorim e Pedro Paulo foram denunciados em agosto deste ano ao Supremo Tribunal Federal acusados de montar esquema de corrupção e lavagem de dinheiro que teria remetido R$ 26 milhões em propinas para o ex-presidente. O ex-ministro de Collor atua como empresário do setor de saneamento e é acusado de ser cúmplice do senador na cobrança de propinas na BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras.


09 de novembro de 2015
diário do poder

GREVE JÁ ATINGE 11 REFINARIAS E 58 UNIDADES MARÍTIMAS

AFETA TAMBÉM 58 PLATAFORMAS E PRODUÇÃO CAI A 500 MIL BARRIS-DIA

PRODUÇÃO DIMINUIU EM CERCA DE 500 MIL BARRIS DE PETRÓLEO POR DIA

A greve dos petroleiros já afeta 11 refinarias e 58 plataformas e unidades de serviços em todo o Pais, segundo balanço divulgado nesta segunda-feira, 9, pela Federação Única dos Petroleiros (FUP). A entidade, que coordena 13 sindicatos no País, avalia que a produção foi reduzida em 400 mil barris de petróleo por dia somente na Bacia de Campos, mas estima impactos também nos campos terrestres na Bahia, onde a metade da produção estaria comprometida. Representantes da federação se reuniram na manhã desta segunda com a Petrobras, mas decidiram continuar o movimento.

Segundo a FUP, a mobilização afeta a produção em 49 unidades marítimas da Bacia de Campos, seis plataformas no Ceará, três unidades no Espírito Santo, além dos campos terrestres da Bahia, Rio Grande do Norte e Espírito Santo. Entre as refinarias, estão sem troca de turno desde o início do movimento 11 unidades, entre elas a Reduc (Duque de Caxias, RJ) e a Replan (Paulínia, SP), as principais.

Segundo o Sindicato dos Petroleiros de Caxias (Sindpetro), somente na Reduc houve uma queda de 30 mil barris de petróleo refinado por dia. Também foram afetadas as unidades Reman (AM), Clara Camarão (RN), Lubnor (CE), Abreu e Lima (PE), Rlam (BA), Regap (MG), Recap (SP), Repar (PR) e Refap (RS).

Os sindicalistas têm promovido bloqueios no acesso às unidades, o que dificulta o fornecimento de matéria prima às unidades, principalmente o coque, subproduto utilizado no ciclo de produção de derivados de petróleo. A estratégia visa a reduzir a produção de combustíveis, como gasolina e diesel. Até o momento, a Petrobras descarta risco de desabastecimento. A estatal teria estoque de combustíveis entre 15 e 30 dias, segundo fontes internas.

A preocupação da companhia quanto a este ponto é com outra paralisação, a dos caminhoneiros, que pode dificultar a distribuição dos produtos. A manifestação dos caminhoneiros já atinge nove Estados, segundo o Comando Nacional do Transporte. No Rio, chegou ao município de Barra Mansa, região sul fluminense. No km 273 da Rodovia Presidente Dutra, os motoristas interditaram uma faixa da pista sentido Rio e o acostamento, informou a Polícia Rodoviária Federal. O protesto é contra a alta de impostos e a elevação nos preços de combustíveis.

Produção

Ainda de acordo com a FUP, a mobilização dos petroleiros também atinge as Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) do Paraná e da Bahia, unidades de tratamento e processamento de gás natural (UPGN) no Espírito Santo, Rio Grande do Norte e Ceará.

Há paralisação também em termoelétricas no Rio, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e Rio Grande do Norte. Na subsidiária Transpetro, a greve atinge terminais no Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Espírito Santo, Amazonas, Ceará, Pernambuco, Campos Elíseos e Cabiúnas (RJ), e Guararema, Barueri, Guarulhos e São Caetano do Sul (SP)

Após se reunir com a Petrobras na manhã desta segunda, os sindicalistas ligados à FUP decidiram prosseguir com o movimento Segundo o coordenador da FUP, José Maria Rangel, a empresa não fez qualquer proposta ao movimento. A posição da Petrobras foi apenas de ouvir as reivindicações dos sindicalistas.

A pauta da Federação inclui a revisão do plano de venda de ativos da estatal e a retomada dos investimentos. A entidade não reivindica reajustes salariais ou benefícios trabalhistas. Segundo Rangel, a federação segue aguardando que a empresa apresente alternativas aos pedidos.

No balanço divulgado na manhã desta segunda, a federação indica que a produção na Bacia de Campos foi reduzida em 400 mil barris de petróleo por dia, em média. Na Bahia, a estimativa é que metade da produção do estado está paralisada. Já no Rio Grande do Norte, 13 plataformas aderiram à greve e também reduziram a produção, assim como no Ceará. No Espírito Santo, a produção das plataformas P-58 e P-57 também foi reduzida.



09 de novembro de 2015
in diário do poder

NÃO COMPREM GATO POR LEBRE


Lula, Dilma e o PT estão, na verdade, muito satisfeitos com o papel de José Eduardo Cardozo, o ministro da Justiça. A falsa insatisfação é blindagem. 
O que querem e terão dele é a defesa mais desabrida e sem limites do mandato de Dilma e das investigações sobre Lula. 
Hoje ele pinta de bonzinho. É pura maquiagem. Esperem a hora do pega para capar, quando os petistas dirão. Ele é independente! Não protegeu nem o filho do presidente!

(Folha) Acusado por petistas de não controlar a Polícia Federal, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirma que essas críticas são injustas. Ele conta também que, já no ano passado, sugeriu à presidente Dilma Rousseff que o tirasse do cargo. 

Cardozo assume ter perdido amigos e ganhado inimigos à frente da pasta. Ele até admite que o ex-presidente Lula possa não gostar dele. "Se você quer, na vida política, se comportar dentro dos princípios do Estado de Direito, se prepare para ter inimigos e perder amigos". 

Folha - O PT tem feito severas críticas à atuação da Polícia Federal nas operações Zelotes e Lava Jato e, internamente, responsabiliza o sr.
José Eduardo Cardozo - o ministro da Justiça sempre será acusado em investigações que atingem a área política. Os investigados reagem porque se sentem injustiçados ou em busca de um discurso de defesa. Isso acaba se revestindo de um ataque a quem também é do mundo da política. O ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos dizia que esse cargo é dos mais difíceis da República, porque se é culpado pelo que se fez e pelo que não se fez. Há má compreensão do que seja o estado de direito e do papel do agente público no cumprimento da lei. Não esperem jamais que eu peça uma perseguição a um adversário ou um aliviar a um aliado. 

Então, o ex-presidente Lula tem uma expectativa equivocada em relação ao senhor?
Nunca recebi críticas diretamente do [ex] presidente Lula. O que posso dizer é que tenho a consciência tranquila e que respeito a lei. Jamais irei interferir no mérito de uma investigação, só quando houver comprovados indícios de ilegalidade e de um comportamento indevido. 

No caso do empresário Luis Cláudio Lula da Silva, filho de Lula, houve excessos?
Assim que soube de uma diligência feita às 23h, pedi esclarecimentos. A PF está ouvindo as chefias e o agente policial para que esclareçam por que foi feito nesse horário e qual é a regra aplicada para que se possa avaliar se houve algum desmando. Isso será submetido a mim através de um informação oficial. E isso não será feito porque é o filho do [ex] presidente. Tenho feito isso em qualquer caso que em tese poderia ser irregular. 

O que acha da avaliação de setores do PT de que a PF persegue o ex-presidente?
Representem e noticiem o fato que mando apurar. O que não posso fazer é, diante de uma situação genérica, tomar providências quando os fatos não me são apresentados. Sempre que houve suspeitas de ilegalidade, mandei apurar, como no caso de suspeitas de vazamento ilegal. 

Há petistas que atribuem a atuação da PF a uma solicitação da presidente Dilma Rousseff para que liberem todas as investigações, desde que ela seja blindada.
A presidente jamais me pediu que obstasse uma investigação. O que ela sempre me pergunta é: "Há algum abuso? Alguma ilegalidade?". E apresento os relatos. Ela me pedir que a blindasse é absolutamente irrazoável. Alguém que pensa assim tem um mau conhecimento da estrutura institucional brasileira e uma má compreensão do papel do ministro da Justiça. 

O sr. fez inimigos e perdeu amigos no PT?
No PT e fora do partido. Se você não quer ter inimigos, não seja ministro da Justiça. E se você quer, na vida política, se comportar dentro dos princípios do estado de direito, se prepare para ter inimigos e perder amigos. É impossível que se cumpra no Brasil a lei e aja de acordo com a sua consciência sem perder amigos e fazer inimigos. 

Aliados dizem que o sr. acertou com Dilma sua saída para depois da Olimpíada do Rio.
Nunca discuti prazo com a presidente. Sempre tenho afirmado que o cargo de ministro da Justiça tem uma fadiga de material. Sou o ministro que está há mais tempo no cargo em período democrático. Estou há bastante tempo em um cargo que gera inevitável e inexorável fadiga. Mas aqui permaneço enquanto a presidente quiser e enquanto eu achar que posso contribuir com o projeto. 

O sr. já entregou o cargo?
Nunca entreguei o cargo para a presidente. Apenas fiz avaliações a ela sobre as circunstâncias que muitas vezes levam um ministro da Justiça a ter uma fadiga de material e que, portanto, cabe a ela refletir o momento em que deve haver um novo ministro. Até o momento, ela não teve essa avaliação e eu respeito. Mas mesmo antes do final do governo passado, eu falei [a Dilma] que era um ministério que tinha uma situação de fadiga de material. 

O Ciro Gomes disse publicamente que o ex-presidente Lula não gosta do sr.
Tenho profunda admiração pelo [ex] presidente Lula. Desconheço que ele não goste de mim. Se não gosta, deve ter suas razões e a pergunta deve ser dirigida a ele. 

Dizem que o problema vem da época de uma CPI.
Não é uma CPI. É uma investigação partidária. Foi designada pela direção do PT da qual participamos eu, Paul Singer e o Hélio Bicudo. Chegamos a uma conclusão. Disseram que o [ex] presidente não gostou da conclusão. Nunca me falou. Apenas soube e até hoje se especula que ele teria críticas a mim. 

Mas o sr. acha injusto esse tipo de crítica?
Ele nunca fez essa crítica direta. Vejo muitas especulações. Mas Lula tem todo o direito de não gostar de mim. Só não posso dizer quais são razões. Aliás, soube através de amigos que quando ele era presidente e eu deputado ele elogiou minhas ações. 

Fossem essas críticas, se alguém criticar o sr. pela atuação na comissão ou no Ministério da Justiça, acha que ela é válida ou injusta?
Para que possa fazer uma autocrítica, tenho que saber de que me acusam. É muito comum dizer "não gostei porque você não controla a PF". Se a crítica é que não controlo a PF, desculpe, ela é injusta. O que é controlar a PF? Seria impedir que ela fizesse as investigações com liberdade, seria orientar investigações? Isso não faço mesmo e não acho um defeito. É uma virtude, um dever. Não controlar é não punir abusos? Qualquer abuso que me chegou, tomei as medidas corretas. Não me parece que tem qualquer procedência essa crítica. 

O sr. acha que serve de anteparo para não baterem na Dilma?
Não somos anteparos. Respondo pelo que faço. Claro que presto contas à presidente. Posso até errar. Mas atuo estritamente dentro dos princípios que sempre defendi inclusive como petista. Como petista, sempre defendi o Estado de Direito. Como petista, sempre defendi a ética na política. Como petista, sempre defendi que investigações não devam ser jamais orientadas pelos governos. Acho que concorro estritamente dentro do que acredito e defendi como militante petista. 

O ex-ministro Tarso Genro defende a refundação do partido.
Desde 2005, a minha corrente, Mensagem ao Partido, defende a refundação. Fui candidato a presidente do PT duas vezes defendendo essa tese. Hoje, deixei de atuar dentro das instâncias partidárias porque não posso na condição de ministro. Quando deixar o Ministério darei minha contribuição de militante. Temos problemas que devem ser objeto de correção. 

Há petistas que, para sustentar críticas ao sr., alegam que Thomaz Bastos soube controlar melhor a PF. O sr. vê alguma diferença nisso?
Não vejo diferença de comportamento. Sim, de conjuntura. Até porque ele foi um dos grandes responsáveis pela PF autônoma. Lula sempre incentivou isso. Houve um momento em que o irmão de Lula teve uma busca e apreensão em sua casa. E Lula fez uma declaração de grande estadista: que como presidente respeitava a PF.

09 de novembro de 2015
in coroneLeaks