"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

QUANDO SETEMBRO CHEGAR

 

Dois meses depois, o que ficou das manifestações maciças de junho? Haverá consequências permanentes dos protestos? Algo mudou na prática? Quem ganhou e quem perdeu? Este é um balanço, parcial e inacabado, do que as ruas trouxeram e levaram.

Dilma Rousseff (PT) foi o para-raios das manifestações. Perdeu popularidade mais rapidamente do que qualquer outro presidente brasileiro pós-ditadura, mas logo que encontrou o fundo do poço começou a escalá-lo, lentamente. Ainda tem a recuperar dois terços do que perdeu, mas sua trajetória é ascendente. Não se pode falar o mesmo de outros políticos.

Sergio Cabral (PMDB) é, até agora, a principal vítima das manifestações. A aprovação do governador do Rio desmilinguiu-se tão completamente que mesmo seu legado na área de segurança - a dita pacificação das favelas - sofre contestações como nunca antes. De força eleitoral na própria sucessão, tornou-se contagioso. Só o papa ainda escreve ao governador.

Geraldo Alckmin (PSDB), se houvesse a opção, teria hibernado em maio para acordar na primavera, quando só houvesse flores. Mas seu inverno não acaba.
O governador paulista esteve no centro das manifestações: foi sua PM que deu o tiro de largada para os protestos em massa ao disparar balas de borracha contra os filhos da classe média. Agora, corre risco de descarrilar.

Em quase 20 anos de mandarinato tucano em São Paulo, nunca a oposição teve tanta munição contra o Bandeirantes. Os petistas acham que é sua chance. Mas o perfil e o histórico eleitoral paulista sugerem que alternativas podem vir pelo outro lado. Filhotes do malufismo têm motivos para excitação.

Outros governadores já perceberam que andar na rua sem sobressaltos é coisa pré-manifestações.
Os precavidos, como o governador cearense Cid Gomes (PSB), compraram helicópteros. Outros têm que se contentar com o destino pedestre de seus candidatos em 2014. Na Bahia, nenhum dos aliados de Jaques Wagner (PT) está conseguindo chegar a dois dígitos no Ibope.

O PMDB usou os protestos para manifestar suas demandas junto ao governo. Aproveitou a fragilidade parlamentar da presidente para aprovar o que mais lhe convém. Mesmo sendo lembrados pouco carinhosamente pelos manifestantes, os caciques peemedebistas federais estão entre os que mais ganharam com os protestos.

Mais importante, o PMDB não deixou passar nada da reforma política que pudesse colocar em xeque o seu poder em Brasília. Aliás, a reforma política é uma expressão desprovida de significado para dois em cada três brasileiros, como mostrou o Ibope. Só 7% se dizem bem informados sobre ela. Essa é a maior garantia de que nada venha a "desempoderar" os peemedebistas.

Marina Silva cresceu nas pesquisas de intenção de voto no pós-protesto, mas custa a viabilizar seu partido. Sem legenda própria, dependerá dos caprichos de um ou outro cacique partidário e terá mais dificuldade para manter a imagem de candidata "outsider" da política tradicional.

Para Marina e os demais presidenciáveis, setembro de 2013 é a chave de 2014. É quando se saberá quem poderá ou não ser candidato por qual legenda. Se José Serra vai continuar empatando a candidatura de Aécio Neves no PSDB, ou se vai empatá-lo no PPS, por exemplo.

Para Dilma, o Sete de Setembro também é o teste que dirá se sua tentativa de resposta às manifestações de junho está surtindo efeito. Se passar na prova das ruas - e a economia deixar -, a presidente pode escalar o poço com mais segurança. Se tropeçar, está arriscada a voltar ao patamar para onde havia despencado.

Fora isso, as ruas trouxeram um novo vocabulário para a política: horizontalidade, mídia ninja, black bloc, spray de pimenta. Vamos ver o que sobra depois que setembro passar.

27 de agosto de 2013
José Roberto de Toledo - O Estado de S.Paulo

A INVESTIDORES, CAMPOS CRITICA ARTICULAÇÃO DO GOVERNO DILMA

Base dança em vários ritmos, diz em evento

 
Em franco descolamento da base governista de Dilma Rousseff, o presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, fez ontem críticas ao relacionamento do Planalto com os partidos aliados e afirmou que falta sintonia entre as legendas no Congresso.
 
O pernambucano --que é potencial candidato à sucessão de Dilma em 2014-- falou ontem a políticos e empresários em São Paulo, em evento fechado à imprensa.
 
Segundo relatos de participantes, disse que o governo enfrenta dificuldades por ter uma base ampla em que o "ritmo é frevo", mas uns dançam samba e outros, pagode.
 
Criticou também o excesso de ministérios no governo petista --hoje são 39. Afirmou ter feito a sugestão de redução de pastas, inclusive, a integrantes do Planalto.
 
Ainda segundo participantes, Campos criticou a falta de liderança política e estratégica do governo Dilma, como já havia feito em palestra a empresários do setor de habitação na semana passada, também em São Paulo.
 
Questionado no evento, não confirmou nem negou que pretenda se candidatar no ano que vem. Sobre assuntos econômicos, chegou a pedir que "deixassem isso para 2015", primeiro ano do próximo mandato presidencial.
 
A palestra foi organizada pela Raps, instituição presidida por Guilherme Leal --candidato a vice de Marina Silva em 2010-- e foi vista também por investidores de uma consultoria financeira.

27 de agosto de 2013
FOLHA DE SÃO PAULO

COMENTÁRIO DE RACHEL SHERAZADE SOBRE POSTURA DE DILMA PERANTE SENADOR BOLIVIANO

Jornal do SBT




27 de agosto de 2013

PROPOSTAS DE REFORMA POLÍTICA DO PT VIRAM QUESTÕES EM PROVA DO CONCURSO DA RECEITA.

Quem não concordou, errou nas respostas. Chegamos ao fundo do poço?
O concurso para o Ministério da Fazenda realizado no último domingo está na mira da oposição.Uma pergunta sobre a reforma política, que exigia que o candidato conhecesse a proposta do PT para o tema, levantou a polêmica. Organizada pela Escola Superior de Administração Fazendária, órgão do próprio Ministério da Fazenda, a pergunta da prova citava que a reforma política “ganha destaque no complexo cenário surgido das manifestações de rua que explodiram pelo Brasil” e indagava qual era a opção correta em relação à proposta de mudança no sistema eleitoral.
 
Entre cinco opções, a resposta correta era “O Partido dos Trabalhadores (PT), atualmente no comando do Executivo Federal e com forte bancada na Câmara dos Deputados, defende o financiamento das campanhas eleitorais com recursos públicos”. Tratava-se da única alternativa da prova citando um partido específico e, por ser a alternativa correta, quem soubesse da informação sequer precisaria ler as demais opções. O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) entrará nos próximos dias com uma representação no Ministério Público para que seja movida uma ação de improbidade contra o responsável.
 
— Isso é uma vergonha. Estão se utilizando da máquina pública para a orientação de servidores. É assim na Fazenda e foi assim no Itamaraty durante o governo Lula. É um aparelhamento da máquina do Estado pelo partido. Isso merece uma análise detida do Ministério Público — afirmou Maia.
 
A prova foi aplicada para todos os 24.292 candidatos aos cargos de analista técnico-administrativo, arquiteto, contador, engenheiro e pedagogo do Ministério da Fazenda. Com 347 vagas em 16 estados, o concurso oferecia vencimentos iniciais variando de R$ 3.977,42 a R$ 5.081,18, e teve em média 70 candidatos por vaga. Em alguns estados, no entanto, essa relação chegou a 167 pessoas por vaga. Procurada nesta segunda-feira à tarde, a Escola Superior de Administração Fazendária não se pronunciou sobre o caso.
 
Uma outra pergunta da prova desagradou à oposição. A questão seguinte à do sistema eleitoral tratou da “realização de um eventual plebiscito acerca de reforma política que se pretende implementar”. A ideia de realização de um plebiscito foi lançada pela presidente Dilma Rousseff como resposta às manifestações das ruas, e sofreu forte reação do Congresso Nacional. Até mesmo aliados do governo consideraram a ideia de Dilma uma invasão à competência do Poder Legislativo e criticaram publicamente a presidente.
 
A presidente Dilma e o PT, no entanto, mesmo sabendo da inviabilidade da proposta, decidiram manter o tema em pauta diante da boa recepção demonstrada nas pesquisas de opinião pública. A questão do concurso deste domingo indagava quais eram os empecilhos apresentados pelo Tribunal Superior Eleitoral para a realização do mesmo. A resposta correta era “obediência à data de um ano antes da eleição para alterar as regras do jogo e a impossibilidade de alterações constitucionais serem alvo de consulta popular”.
 
— É o partido ocupando o Estado. As propostas encampadas pela presidente e pelo seu partido são as direcionadas na prova. Quem não estiver alinhado com eles sai com prejuízo num processo desses. As próprias pessoas que participaram do concurso e que não têm viés ideológico certamente foram prejudicadas, porque são perguntas que não dizem nada para essas pessoas, elas dizem respeito ao partido e à presidente. Agora, o ministro foi nomeado por ela. Se tiver improbidade administrativa, é dela também, porque ela é a beneficiária — defendeu Maia.
 
( O Globo)
 
27 de agosto de 2013
in coroneLeaks

JOVENS IMPORTAM BURACOS

Você já ouviu falar dos buracos santos? Sabia que todos seus buracos são santos? Você sabia que é cheio de buracos? Só na cabeça, são sete. E que a vida não seria nada divertida se não fossem os buracos?

Sabia ainda que um buraco só pode existir quando há algo em sua volta? Pois se não houvesse, o buraco não seria buraco, seria nada. E você sabia que você é um buraco, em torno do qual existe Deus? Pois se Deus não existisse, você, buraco, seria nada.

Você sabia que o amor é um buraco que necessita ser enchido? E também de alguma coisa com que enchê-lo? Sabia ainda que existem buracos quadrados e buracos redondos e todos os tipos de buracos e eles são precisos e são necessários todos os tipos de peças para enchê-los?

Por isso, qualquer que seja o tipo de peça que você for. existem alguns buracos nos quais você encaixa — e não importa que tipo de buraco você é, Deus lhe tem encaixado!

Sabia ainda que Deus gosta de buracos — e gosta de enchê-los todos? E que Deus quer lhe encher com algo e fazer de você um buraco muito louco cheio de qualquer coisa com a qual Deus quer lhe encher?

E se você já encheu e acha que estou fazendo piada, está muito enganado. Os santos buracos constituem um caso seríssimo. Pois estão enchendo a cabeça oca de milhares de jovens em vários países. Se a cabeça de muitos jovens — que já é um buraco — for preenchida com outros buracos, ainda que santos, teremos uma geração com buracos ao quadrado em ar da cabeça.

O leitor já deve ter sido abordado, nas ruas de Porto Alegre, por moças e rapazes muito amáveis e simpáticos, os meninos de Deus. Pois os meninos — embora muitos sejam barbados - andam distribuindo uma série de panfletos, entre eles a história dos buracos. Que vem assinada por um misterioso Moisés David, com endereços de Londres e Dallas, Texas. Como é que Moisés David chegou a preocupar-se tão a fundo com buracos? Ele mesmo explica:

— Quando eu estava no exército eles me faziam cavar buracos e enchê-los de novo para me manter ocupado e me mostrar quão importante são os buracos.

Nada tenho a ver com o fato de que Moisés David tenha começado a preocupar-se com buracos, no exército. Cada um com sua mania. Que continue abrindo e tapando buracos, mas lá em Dallas, por favor, onde os texanos não apreciam presidentes com sete buracos no rosto e são extremamente peitos em abrir mais um ou dois. O que me preocupa é o fato de que moças e rapazes — alguns dos quais conheço pessoalmente — se unam em torno das maluquices do tal de Moisés David e se dediquem integralmente a um apostolado ridículo.

Conversei com alguns dos meninos. Não souberam me dizer a que se propunham. Só sabiam que me amavam e estudavam a Bíblia. Mas que Bíblia? Também não sabem. Ficam surpresos com a pergunta, imaginavam que existisse apenas uma Bíblia. Assistimos há pouco, os debates em tomo da TFP. Jovens fanatizados em torno do culto à Maria saíam pelas ruas com estandartes medievais, defendendo a tradição, a família e a propriedade. Quando Maria, a coitada, como nos relatam os evangelhos, era mãe solteira e não tinha apego algum a posses. E pouco ligava à tradição, pois seu filho reformulou o Antigo Testamento.

Há alguns meses, desfilaram em Porto Alegre, os “monges" de uma seita, Hare Khishna ou coisa parecida. Saltitaram um bocado na Rua da Praia, à tarde, em agressiva concorrência aos travestis que saltitam à noite. Depois sumiram, estarão agora saltitando nalguma outra cidade.

Quando jovens aderem de corpo e alma a seitas ridículas, com finalidades — pois finalidades elas têm — desconhecidas, é chegada a hora de autoridades e educadores se preocuparem seriamente com buracos. As gerações mais novas, mergulhadas em tóxicos e sons, sem o hábito da leitura, estão vivendo em um vácuo de idéias e ideais. Quando a cabeça é um buraco, é fácil a qualquer vigarista hábil enchê-la, até mesmo com buracos.


27 de agosto de 2013
janer cristaldo

O HUMOR DO DUKE

 
27 de agosto de 2013


QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

 
27 de agosto de 2013



 

VAI TER MAU HÁLITO ASSIM EM TERESINA!

Governador do Piauí gasta R$ 16,6 mil em chicletes e pastilhas de hortelã
 
Faltou óleo de peroba nessas fuças
O governo do Piauí publicou um edital de licitação este mês em que se propõe a pagar, com dinheiro público, até R$ 6.398.337,96 a empresas que forneçam à residência oficial do governador Wilson Nunes Martins (PSB) produtos como carnes, frios, bolos e salgados, frutas e verduras, bebidas, além de produtos de higiene, cosméticos e material de limpeza.
Entre os itens relacionados, estão produtos pessoais como reparador de pontas de cabelo, hidratante para o corpo, gel esfoliante para o rosto, aparelho de barbear e filtro solar, entre outros.
Já na lista de alimentos constam camarões, lagosta, picanha e até macarrão instantâneo, chicletes e rapadura.
 
A licitação, para o fornecimento desses produtos durante um ano, seria realizada nesta segunda-feira.
Mas, após ser procurado pelo Globo, o governador Wilson Martins informou, por meio da Secretaria de Comunicação, que cancelou o processo e que um novo edital será lançado em breve, sem alguns itens.
Terceiro estado com pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) em 2010, atrás apenas de Maranhão e Alagoas, o Piauí estava disposto a pagar R$ 101,2 mil pelo fornecimento anual de quatro tipos de camarão, R$ 65,5 mil pela picanha e R$ 16,6 mil pela aquisição de chicletes e pastilhas de hortelã para o ano todo.
Na parte de higiene pessoal, o governo pagaria até R$ 85,41 por 500ml de shampoo e R$ 143,92 por 500 ml de máscara para cabelo, ambos da marca L’Oreal. Para o reparador de pontas, o valor estimado era de R$ 113,87 por unidade. Pelo fornecimento desses três produtos durante um ano, a administração estadual pagaria com dinheiro público até R$ 32,9 mil. A Secretaria de Comunicação do Piauí alegou ter havido um “equívoco” e uma lista de três anos atrás foi repetida nesta licitação.
“Diante das frequentes reuniões e eventos promovidos na residência oficial do governador do estado do Piauí, bem como o abastecimento da mesma, não se esquecendo, obviamente, das atividades corriqueiras no Palácio de Karnak (sede oficial do governo) decorrentes do cumprimento de agenda oficial do excelentíssimo senhor governador do estado do Piauí, é imprescindível, portanto, o adequado fornecimento do aludido objeto para fazer frente às necessidades de consumo desses materiais”, informa a parte do texto da licitação em que o governo justifica por que estava fazendo as aquisições.
O texto pontua ainda que a supervisão sobre o cumprimento do futuro contrato ficaria a cargo da Diretoria da Unidade de Serviço do Gabinete Militar, responsável pela licitação. A concorrência seria feita em sete lotes e, para cada um deles, o governo piauiense estimou o preço pelo fornecimento anual dos produtos. O mais caro era o lote de gêneros alimentícios (o que inclui chicletes, temperos, biscoitos etc.), no valor de R$ 1.721.529,24. O mais barato era o de bolos e salgados (R$ 177.410,64).
Este mês, o governador do Ceará, Cid Gomes — que, assim como Wilson Martins, é do PSB —, também se viu no centro de uma polêmica semelhante.
O governo do Ceará publicou no Diário Oficial do estado a contratação de um buffet, no valor de R$ 3,4 milhões, para abastecer a cozinha da residência oficial e o gabinete de Cid Gomes com iguarias como caviar, ostras, salmão e camarão. Mesmo reclamando de demagogia na denúncia, feita por um parlamentar de oposição, o governador afirmou que retiraria todos os itens com nome estrangeiro do cardápio.
 
27 de agosto de 2013
Deu no Globo

O HUMOR DO DUKE



 
27 de agosto de 2013


O SUPLICY DO STF

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Ricardo Lewandowski é o Eduardo Supliciy do Supremo Tribunal Federal.
Quando ele começa com aquele interminavel nhém-nhém-nhém o ministro Joaquim Barbosa reage com a mesma impaciência exasperada com que Bernardo Cabral reagia na CPI do Collor aos intermináveis nhém-nhém-nhéns do senador.
Os dois são fiéis soldados do PT e o que naquele tempo era pedra hoje é vidraça. Mas o resto não mudou: saco tem o mesmo limite de elasticidade hoje que tinha em 1992

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27 de agosto de 2913
vespeiro

ARMAS QUÍMICAS E HIPOCRISIA

 

Os principais líderes mundiais mantiveram-se apenas especulando sobre a guerra na Síria até ontem, quando, parece que ficou mais ou menos provado o uso de armas químicas. Quantos mortos até então? Dezenas de milhares ou mais, talvez. Mas bastou aventarem a possibilidade do uso de gases que todos foram aos púlpitos com ameaças de intervenção. A Inglaterra já mandou até aviões de guerra para sua base no Chipre, a 250 quilômetros da Síria.
 
Quer dizer que pedra, porrete, faca, faca, revólver, espingarda, metralhadora, bazuca, canhão, e bomba (desde que não seja atômica), tudo isso pode ser usado para matar milhões de pessoas em uma guerra, mas arma química não pode?
 
Peço desculpas pela ignorância, mas até que me deem uma razão lógica para essa exceção, já que eu também não vejo como é que se pode estabelecer regras para uma guerra, um absurdo em si mesma, eu sou contra qualquer tipo de limitação desse tipo. Ou inventem um meio de acabar com o conflito ou deixem os sírios se matar em paz.
 
Em um mundo onde o “politicamente correto” cada vez mais avança com seu besteirol, nada mais hipócrita que essa reação estúpida das grandes potências. Se aquilo é um paiol de pólvora, por que não intervieram antes, não no sentido de impor regras a uma guerra e sim de evitá-la?
 
27 de agosto de 2013

SURFANDO COM O INIMIGO EM CUBA


Para terem ideia do absurdo que é o Estado cubano, ao qual o governo brasileiro suporta transferindo milhões de reais, saibam que lá nadar no mar é ato proibido e fiscalizado pela autoridade militar. Isso não é mentira! Com toda a bela costa marítima, Cuba não tem grandes destaques nas modalidades esportivas aquáticas no mundo. Não é estranho? Pois entendam isso vendo o depoimento de um Ministro da Ditadura Cubana, extraído do ótimo documentário “Surfing with the Enemy”. Podem pular para 1 minuto e 05s, onde é dito:
 
“Às vezes há uma contradição com as possibilidades de livre acesso ilimitado, de uma maneira desordenada, a qualquer lugar da costa do país. Isso pode ser feito, mas tem que ter respeito às autoridades cubanas para que o desenvolvimento dos esportes náuticos não abra nenhuma fissura na Segurança Nacional. A isso (Segurança Nacional) daremos sempre nossa prioridade.”
 
Extraído de Reaçonaria. org.


 
 
27 de agosto de 2013
 

BOTAFOGO VENDE VITINHO E NOS LEMBRA UMA CRÔNICA ETERNA DE NELSON RODRIGUES



 
Acabam de noticiar que Vitinho, jovem revelação do campeonato, que mal completou 19 anos, acaba de ser vendido por 10 milhões de euros. Na semana passada empresas especializadas divulgavam que, mantendo a média de suas apresentações, o jovem valeria cerca de 70 milhões de reais em 2014. O Botafogo não conseguiu manter o jogador, provavelmente não receberá o dinheiro devido as penhoras e vê a chance de títulos cada vez mais remota.
Encontro esta crônica dos anos 60 de Nelson Rodrigues e me pergunto: o que mudou na mentalidade cartola, de lá para hoje?
 
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A CAVEIRA NO ESPELHO
Nelson Rodrigues

Amigos, sou um admirador profundo do cinema italiano. Bem me lembro dos meus tempos de menino. Sempre que havia uma fita de Francesca Bertini, lá estava eu, com meus seis, sete anos salubérrimos.
E a Bertini deslumbrava a minha infância. Santa e, como diria Augusto dos Anjos, abominabilíssima senhora! No momento mais dramático dos filmes, ela saía pelas portas, aos urros e às patadas.
E se alguém a beijava, eis a vamp antediluviana querendo subir pelas paredes como uma lagartixa profissional.
 
Assim era no tempo da cena muda. Mas, com a passagem dos anos, o cinema foi mudando. Menos o italiano, que continuou fiel ao próprio povo.
A Bertini passou. Mas outras a substituíram, e seguindo uma linha parecida. E o cinema atual da Itália está cada vez mais feroz e cada vez mais esbravejante.
Pode-se dizer que ele repôs o urro no centro do drama humano. Suas atrizes, ainda as mais sóbrias, são desgrenhadas viúvas sicilianas. Francesca Bertini está mais viva, mais atual, mais obsessiva do que nunca.

Faço toda esta volta pelo cinema italiano para chegar ao Botafogo. É, com efeito, o clube mais passional, mais siciliano, mais calabrês do futebol brasileiro.
Um tricolor pode torcer em surdina, pode cochichar, pode suspirar. O botafoguense, porém, é de uma extroversão ululante como nos velórios da Sicília. Lembro-me de uma vizinha que torcia pelo Botafogo.
Por uma funesta coincidência, casara-se com um rubro-negro. E o casal discutia muito sobre futebol. Uma vez, houve um Flamengo x Botafogo. E não sei se ganhou o Flamengo, ou se ganhou o Botafogo.

Só sei que, na volta do jogo, os dois vinham brigando. Foi lindo quando desembarcaram do táxi.
A doce vizinha berrava: — “Te bebo o sangue!”. Tiveram de chamar a radiopatrulha ou do contrário ela descascaria a carótida do marido para chupá-la como laranja.
Nessa implacabilidade está o charme da torcida botafoguense. Esse tom, essa efusão, essa agressividade, essa ira, ou estertor de ópera, de filme italiano, é que dá o tom justo aos homens de General Severiano.

E, além disso, como o italiano da anedota, o alvinegro autêntico paga para sofrer. O alvinegro autêntico, repito, prefere a catástrofe. E, quando o time perde, ele se realiza. Pode clamar, espernear, arrancar os cabelos, amaldiçoar e soltar os cães de sua ira. É a vocação da calamidade que torna inconfundível o botafoguense irreversível.

Na Sicília, quando um moribundo escapa de morrer, a quase viúva cai em frustração. Ela se sente espoliada do seu defunto e respectivo velório. É a mesma tristeza do alvinegro que não tem nenhum pretexto para soluçar as suas mágoas clubísticas. Felizmente, este ano o Botafogo perdeu o tricampeonato. E seus fanáticos podem descarregar, em todas as direções, o seu potencial de ira.

Cabe então a pergunta: — e por que o Botafogo perdeu o tricampeonato? Ora, eu não sou botafoguense e posso me dar ao luxo de um mínimo de isenção e de objetividade. A meu ver, o Botafogo começou a perder o tricampeonato quando negociou Didi.
Há uma verdade eterna, em futebol, que é a seguinte: — todo clube precisa ter uns tantos bens inegociáveis. E não há preço que pague um bicampeão mundial. Didi teria que envelhecer em General Severiano até se converter numa múmia gagá.

O Botafogo continuou a perder o tricampeonato quando pensou, simplesmente pensou, em vender Garrincha. Um clube que admite, mesmo como hipótese, a venda de um Mané tem mesmo a tal vocação da catástrofe.
O Botafogo perdeu de vez o tricampeonato quando vendeu Amarildo. Negociando o “Possesso”, que marcou os dois gols contra a Espanha, o alvinegro estava querendo ver, no espelho, a própria caveira. Há também a ausência de Garrincha. Mas o joelho do Mané não é um problema cirúrgico, e repito: — o joelho é apenas um castigo.

Agora a conclusão: — se o Botafogo quis vender o Mané, e se negociou Amarildo, e se entregou Didi — é porque queria se dilacerar no arrependimento e na expiação.

O PATRIMÔNIO BRASILEIRO ESTÁ SENDO VENDIDO POR 30 DINHEIROS. VEJAM O EXEMPLO DO PRÉ-SAL

               

Prezados amigas e amigos, em confiança de seu patriotismo e de sua indignação, peço um minuta de sua atenção.

 O governo Dilma está comprometendo o futuro de nossa nação, de nossos filhos, netos e dos que virão.
Estão vendendo nosso futuro através do leilão do Pré-sal, Campo Libra:

Concedem US$ 1,5 TRILHÃO (um trilhão e quinhentos bilhões de dólares), em petróleo, por apenas R$ 15 BILHÕES (15 bilhões de reais).
Ainda trarão para nossas águas territoriais os maiores predadores e promotores de guerras de todos os tempos. Um ato de má-fé, talvez um crime de lesa-pátria. Quem deve construir nosso futuro somos nós mesmos, AGORA!
Informe-se através das entidades abaixo, sobre o Pré-sal e o leilão:
 
Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobrás): www.aepet.org.br
 
Sindipetro (Sindicato dos Petroleiros): www.sindipetro.org.br
Sustar a  alienação do patrimônio nacional é salvaguardar nosso futuro e nossa soberania.
Arnaldo Mourthé

O HUMOR DO DUKE


Charge Super 27/08

27 de agosto de 2013

CRISE NO JUDICIÁRIO É DE ÂMBITO MUNDIAL



Na maioria dos países a justiça também não anda bem. A Comissão Europeia para a Eficiência da Justiça não atingiu os seus objetivos, devido às dificuldades dos estados-membros de adotar suas recomendações.

A Comissão foi criada em 2002 para promover padrões de qualidade e de eficiência no ambiente judicial europeu.

A maior dificuldade, é que a União Europeia possui 47 estados-membros, com culturas e realidades diferentes, com isso as mudanças em legislação nacional distorcem as estatísticas
 
Para melhorar a eficiência do Judiciário Europeu, os governos criaram estruturas de avaliação. Em 2002, 40% dos estados europeus tinham grande atraso nos processos judiciais, obrigando os países a buscar celeridade aos processos.

O estudo revelou ainda que o custo por sentença e a produtividade aumentaram em alguns países da região e caíram em outros, mas a credibilidade não melhorou. Para os europeus:
“A estatística da Justiça em todo o mundo deixa muito a desejar”. “Por muito tempo, o Judiciário ignorou a necessidade de dados.”
 
SEM DADOS CONFIÁVEIS
 
Hoje, a América Latina e União Europeia estão na mesma situação: não há dados confiáveis. Mais próximo da atualidade, outro estudo da Associação Comercial de Lisboa (ACL) em parceria com a Fundação Francisco Manuel dos Santos, revela que a Justiça é lenta, desajustada e sem qualidade.

O trabalho de pesquisa foi realizado por uma equipa formada por juristas, economistas e sociólogos, o estudo “Justiça Económica em Portugal” conclui que “o mau funcionamento da Justiça, especialmente no que respeita à sua lentidão”, constitui “um dos principais obstáculos à prossecução da atividade” das empresas.
 
Mais do que “a complexidade das taxas e impostos, os empresários admitem que a lentidão da Justiça gera preocupação, apenas superada pela crise econômica. Por isso, o estudo refere que os “gestores políticos” devem encarar a Justiça econômica em Portugal com “prioridade”, uma vez que “o modelo processual português encontra-se obsoleto, desajustado das práticas de trabalho das empresas e dos cidadãos, sendo gerador de morosidade e complexidade desnecessárias”.

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE


 
27 de agosto de 2013

ABDICAR DE PENSAR



Está em cartaz, em alguns cinemas do Brasil, o filme “Hannah Arendt”, direção de Margarethe Von Trotta. Por ser uma obra de arte que faz pensar, não atrai muitos espectadores. A maioria prefere os enlatados de entretenimento que entopem a programação televisiva.

Hannah Arendt (1906-1975) era uma filósofa alemã, judia, aluna e amante de Heidegger, um dos mais importantes filósofos do século XX, que cometeu o grave deslize de filiar-se ao Partido Nazista e aceitar que Hitler o nomeasse reitor da Universidade de Freiburg. O que não tira o valor de sua obra, que exerceu grande influência sobre Sartre. Hannah Arendt refugiou-se do nazismo nos EUA.
O filme de Von Trotta retrata a filósofa no julgamento de Adolf Eichmann, em 1961, em Jerusalém, enviada pela revista “The New Yorker”. Cenas reais do julgamento foram enxertadas no filme.

De volta a Nova York, Hannah escreveu uma série de cinco ensaios, hoje reunidos no livro “Eichmann em Jerusalém – um relato sobre a banalidade do mal” (Companhia das Letras, 1999). Sua ótica sobre o réu nazista chocou muitos leitores, em especial da comunidade judaica.
Hannah escreveu que esperava encontrar um homem monstruoso, responsável por crimes monstruosos: o embarque de vítimas do nazismo em trens rumo à morte nos campos de concentração.

 No entanto, ela se deparou com um ser humano medíocre, mero burocrata da máquina genocida comandada por Hitler. A grande culpa de Eichmann, segundo ela, foi demitir-se do direito de pensar.
Hannah pôs o dedo na ferida.
Muitos de nós julgamos que são pessoas sem coração, frias, incapazes de um gesto de generosidade os corruptos que embolsam recursos públicos, os carcereiros que torturam presos em delegacias e presídios, os policiais que primeiro espancam e depois perguntam, os médicos que deixam morrer um paciente sem dinheiro para custear o tratamento. É o que mostram os filmes cujos personagens são “do mal”.

Na realidade, o mal é também cometido por pessoas que não fariam feio se convidadas para jantar com a rainha Elizabeth II, como Raskólnikov, personagem de Dostoievski em “Crime e castigo”. Gente que, no exercício de suas funções, se demite do direito de pensar, como fez Eichmann.

Elas não vestem apenas a camisa do serviço público, da empresa, da corporação (Igreja, clube, associação etc.) no qual trabalham ou frequentam. Vestem também a pele. São incapazes de juízo crítico frente a seus superiores, de discernimento nas ordens que recebem, de dizer “não” a quem estão hierarquicamente submetidas.

Lembro de “Pudim”, um dos mais notórios torturadores do DEOPS de São Paulo, vinculado ao Esquadrão da Morte chefiado pelo delegado Fleury. Ele foi incumbido de transportar o principal assessor de Dom Helder Câmara, monsenhor Marcelo Carvalheira (que mais tarde viria a ser arcebispo de João Pessoa), do cárcere de São Paulo ao DOPS de Porto Alegre, onde seria solto.

Antes de pegar a estrada, a viatura parou à porta de uma casa de classe média baixa, em um bairro da capital paulista. Marcelo temeu por sua vida, julgou funcionar ali um centro clandestino de tortura e extermínio. Surpreendeu-se ao se deparar com uma cena bizarra: a mulher e os filhos pequenos de “Pudim” em torno da mesa preparada para o lanche. O preso ficou estarrecido ao ver o torturador como afetuoso pai e esposo…

POLÍTICA

Uma das áreas em que as pessoas mais se demitem do direito de pensar é a política. Em nome da ambição de galgar os degraus do poder, de manter uma função pública, de usufruir da amizade de poderosos, muitos abdicam do pensamento crítico, engolem a seco abusos de seus superiores, fazem vista grossa à corrupção, se abrem em sorrisos para quem, no íntimo, desprezam.

Essa a banalidade do mal. Muitas vezes ele resulta da omissão, não da transgressão. Quem cala consente. Ou do rigoroso cumprimento de ordens que, em última instância, violam a ética e os direitos humanos.

Assim, o mal viceja graças ao caráter invertebrado de subalternos que, como Eichmann, julgam que não podem ser punidos pelo genocídio de 6 milhões de pessoas, pois apenas cuidavam de embarcá-las nos trens, sem que elas tivessem noção de que seriam levadas como gado ao matadouro das câmaras de gás.

Dois exemplos da grandiosidade do bem temos, hoje, em Edward Snowden, o jovem estadunidense de 29 anos que ousou denunciar a assombrosa máquina de espionagem do governo dos EUA, capaz de violar a privacidade de qualquer usuário da internet, e no soldado Bradley Manning, de 25, que divulgou para o WikiLeaks 700 mil documentos sigilosos sobre a atuação criminosa da Casa Branca nas guerras do Iraque e do Afeganistão.

27 de agosto de 2013
Frei Betto

MENSALÃO PETISTA RETRIBUI MENSALÃO CUBANO


          Artigos - Governo do PT 
Antes de tudo, os médicos cubanos são agentes de Fidel Castro, espiões a serviço do PT, para implantação do socialismo no Brasil, que é o objetivo final do Foro de São Paulo, criado por Lula e Fidel em 1990.

Médicos cubanos fugiram da Venezuela e estão processando Cuba, Venezuela e a estatal PDVSA, por impor trabalho escravo. O mesmo poderá ocorrer com o Brasil.

O mensalão cubano teve início em 1961, com o ingresso de cubanos no Brasil, quando havia farto dinheiro soviético para a compra de armamento e inúmeras fazendas, que seriam transformadas em campos de treinamento de guerrilha. No dia 27/11/1962, na queda de um Boeing 707 da Varig, quando se preparava para pousar em Lima, Peru, estava entre os passageiros o presidente do Banco Central de Cuba, em cujo poder foram encontrados relatórios de Carlos Franklin Paixão de Araújo, filho do advogado comunista Afrânio Araújo, o responsável pela compra de armas para as Ligas Camponesas.

Os relatórios detalhavam os atrasos dos preparativos para a luta no campo, acusava Francisco Julião e Clodomir Morais de corrupção e malversação de recursos recebidos. O presidente João Goulart ocultou e repassou secretamente a Fidel Castro essas provas da intervenção armada de Cuba no Brasil. Para conhecer a ingerência de Cuba no Brasil, antes de 1964, clique em Guerrilha Comunista no Brasil e O apoio de Cuba à luta armada no Brasil.

Após o movimento militar de 1964, o mensalão cubano se ampliou. Um político guasca carbonário, Leonel Brizola, era o líder idealizado por Fidel Castro para promover a revolução comunista no Brasil. Por intermédio de Lélio Telmo de Carvalho, Brizola recebeu cerca de 1 milhão de dólares, para treinamento de guerrilha.

O primeiro pombo-correio que levou dinheiro de Cuba para Brizola, exilado no Uruguai, foi o santo de pau oco Herbert José de Souza, o "Betinho", seguido de Neiva Moreira e do ex-coronel do Exército Dagoberto Rodrigues. Para justificar os recursos financeiros, Brizola criou  o Movimento Nacionalista Revolucionário (MNR), em 1966, que articulou a Guerrilha de Caparaó na região do Pico da Bandeira, em MG.
Todos seus integrantes foram presos em 1967 após denúncia de abate de reses. Brizola não contratou advogados para os presos, nem prestou contas a Fidel, sendo chamado por este de el ratón. Segundo Betinho, o desvio foi de 200 mil dólares (Jornal do Brasil, 17/07/1996). As estripulias de Brizola podem ser constatadas em Os Incríveis Exércitos de Brizoleone.

Em 1967, houve a Conferência da Organización Latinoamericana de Solidariedad (OLAS), em Havana, para difusão de movimentos guerrilheiros e grupos terroristas em toda a América Latina, onde Fidel Castro pretendia criar vários Vietnãs. Os principais países que sofreram a subversão comunista foram Chile, Peru, Colômbia, Bolívia, Brasil, Argentina, Uruguai e Venezuela.

No Chile, toneladas de armas vindas de Cuba foram encontradas pelo governo de Augusto Pinochet após o contragolpe desferido contra Salvador Allende. No Brasil, a história macabra da esquerda radical está contada no livro ORVIL, disponível na internet para download. Atualmente, a esquerda cinicamente demoniza a Operação Condor, que foi criada pelas nações violadas da América Latina justamente para combater os terroristas comunistas.

Outro mensalão cubano ocorreu com a criação do Movimento de Libertação Popular (Molipo), organizado em Cuba pelo chefe do serviço secreto Manoel Piñeiro Losada, o Barbaroja, e comandado por José Dirceu e Antonio Benetazzo. José Dirceu (então um “argentino” com nariz adunco, feito por um cirurgião plástico chinês em Cuba, e sobrenome Hoffmann) e seu bando receberam farto dinheiro de Cuba, para criar focos de guerrilha urbana (São Paulo e Rio) e rural (Norte de Goiás, hoje Tocantins, e Bahia) - o objetivo inicial era tomar o controle da Ação Libertadora Nacional (ALN), após a morte de Carlos Marighella, em 1969.


Em 19 de janeiro de 1972, Dirceu esteve envolvido indiretamente na morte de um policial: “Segundo o depoimento do fiscal de obras Lazaro Finelli, dois homens tentaram roubar o Fusca do policial Thomas Paulino de Almeida, que reagiu, dando um soco no rosto de um deles [José Dirceu]. O outro rapaz, então, atirou na cabeça do PM, que morreria no local” (CABRAL, 2013: 88-89).
O Molipo comprou armas no Nordeste e levou para São Paulo, onde assaltou uma agência do Ministério do Trabalho e uma patrulha da PM, levando 1 revólver e 1 metralhadora, baleando o soldado Norival Siciliano; jogou bomba na loja Mappin; explodiu carro de polícia; incendiou ônibus na Vila Brasilândia, ocasião em que um PM foi morto a tiros quando tentou apagar o incêndio; promoveu atentados na loja Sears e no jornal Gazeta Mercantil - cfr. CABRAL, 2013: 91.

Um mensalão especial cubano foi criado para ajudar a campanha presidencial de Lula, em 2002, como denunciou a revista Veja. A mesma Veja denunciou recentemente as atividades chapa-branca dos mascarados dos Black Blocs, com apoio da famigerada Mídia Ninja. Em resposta, vândalos tentaram depredar as instalações da Editora Abril - confira as fotos.

Nos últimos anos, a esquerda brasileira passou a retribuir o mensalão cubano, que por tantos anos distribuiu farto dinheiro, armas e terroristas, não só para o Brasil, mas também para toda a América Latina e parte da África, notadamente Angola. Durante o governo de FHCannabis, que hoje prega a liberação da maconha, vultosas remessas de bens e utensílios foram destinadas a Cuba. Basta consultar o Diário Oficial da União da época.

No entanto, quando o PT assumiu o poder central, o mensalão petista para Cuba se ampliou exponencialmente, seja com Lula, seja com Dilma Rousseff. Era hora de pagar com muito amor o desprendido amor cubano pelo Brasil. Obras bilionárias são feitas por construtoras brasileiras em Cuba, com dinheiro do BNDES, ou seja, com nosso dinheiro, a exemplo do complexo portuário de Mariel, belo balneário a 40 km de Havana. Foi nesse local que se tornaram famosos os marielitos, fugitivos em massa do inferno cubano, em abril de 1980, quando

“as autoridades permitiram que 125 mil pessoas abandonassem o país embarcando no porto de Mariel. Castro aproveitou o ensejo para ‘libertar’ os doentes mentais e os pequenos delinquentes” (COURTOIS, 2000: 786). “Os diversos êxodos fazem com que Cuba tenha atualmente 20% dos seus cidadãos no exílio. Numa população global de 11 milhões de habitantes, perto de 2 milhões de cubanos vivem fora da ilha” (idem, pg. 787).

O mais recente mensalão petista destinado a Cuba acaba de ser feito com a contratação de 4.000 médicos cubanos que virão ao Brasil nos próximos meses, dentro do programa Mais Médicos, que, além de ser um projeto eleitoreiro para reeleger Dilma Rousseff, tem como finalidade ajudar financeiramente a ditadura castrista e infiltrar milhares de espiões no Brasil. Agredindo violentamente a lei, o governo petista dispensou esses médicos, de Cuba e de outros países, de realizar a prova do
revalida, necessária para exercer a profissão no País.

Já chamados de "escravos de jaleco", os médicos cubanos não podem trazer suas famílias, que ficam como reféns na macabra Ilha, e não podem pedir asilo político no Brasil, como afirmou o advogado-geral de Fidel Castro, Luís Inácio Adams. Médicos cubanos fugiram da Venezuela e estão processando
Cuba, Venezuela e a estatal PDVSA, por impor trabalho escravo.

O mesmo poderá ocorrer com o Brasil. Os escravos caribenhos receberão apenas uma parte do salário mensal, já que o grosso da soma ficará em posse da ditadura cubana. Fala-se que os cubanos receberão apenas 10% ou 7% dos salários de R$ 10.000,00, repassados pelo Brasil a Cuba via Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). No entanto, o valor destinado ao governo cubano é bem maior, segundo informa a coluna de Luiz Carlos Azedo:

O ex-prefeito carioca Cesar Maia (DEM) fez as contas de quanto custa cada médico cubano: o governo gastará R$ 511 milhões para 4 mil médicos cubanos por seis meses, de setembro de 2013 a fevereiro de 2014, segundo o Ministério da Saúde. Então, serão R$ 21.291,66 mensais, e não R$ 10 mil, como foi anunciado”.
Nunca este País presenciou uma revoada tão grande de cubanos em seu território, configurando um colossal cavalo de Tróia, por decisão de uma simples Medida Provisória, que poderá ser aprovada ou não pelo Congresso Nacional. Antes de tudo, os médicos cubanos são agentes de Fidel Castro, espiões a serviço do PT, para implantação do socialismo no Brasil, que é o objetivo final do Foro de São Paulo, criado por Lula e Fidel em 1990.

Para culminar a patifaria petista, os cubanos (e médicos de outros países) estão sendo instalados em quartéis do Exército, como o Batalhão da Guarda Presidencial (BGP) e o 1º Regimento de Cavalaria de Guardas (1º RCG), em Brasília - os homens no BGP e as mulheres no 1º RCG -, para um rápido cursinho, antes de seguirem a destino, para as periferias das grandes cidades ou para o interior.

Vale lembrar que essas unidades militares participam da instrução básica para os aspirantes-a-oficial do Estágio de Adaptação e Serviço (EAS), feita para militares temporários do Exército que já tenham diplomas da área de Saúde: médicos, dentistas, farmacêuticos e veterinários.

Por falar em soldado: os pelegos pagos pelos partidos radicais de esquerda recepcionaram com festas a primeira leva de cubanos em Recife, no último domingo, Dia do Soldado:
"Te cuida imperialista, a América Latina vai ser toda socialista". O mesmo proselitismo socialista também foi visto em Fortaleza.

Quem garante que uma parte do dinheiro cubano não voltará para o PT, para ser usado na campanha presidencial para reeleger Dilma Rousseff em 2014? Olha aí de volta o mensalão cubano!

Está tudo dominado!

27 de agosto de 2013

Félix Maier


Notas:


AUGUSTO, Agnaldo Del Nero; MACIEL, Licio; NASCIMENTO, José Conegundes do (Organizadores). ORVIL - Tentativas de Tomada do Poder, Schoba Editora, São Paulo, 2012.

CABRAL, Otávio. DIRCEU A BIOGRAFIA – Do movimento estudantil a Cuba. Da guerrilha à clandestinidade. Do PT ao poder. Do Palácio ao Mensalão. Record, Rio, 2013.

COURTOIS, Stéphane; WERTH, Nicolas; PANNÉE, Jean-Louis; PACZKOWSKI, Andrzej; BARTOSEK, Karel; e MARGOLIN, Jean-Louis. O livro negro do comunismo - Crimes, terror e repressão. Bibliex e Bertrand Brasil, Rio, 2000. Com a colaboração de Rémi Kauffer, Pierre Rigoulot, Pascal Fontaine, Yves Santamaria e Sylvain Boulouque (Tradução de Caio Meira).

PSICOPATIA POLÍTICA E ECONÔMICA

           
          Artigos - Cultura 
Embora exista mérito em se preocupar com os psicopatas corporativos, há muito mais mérito em se preocupar com os psicopatas políticos, mesmo porque, o que são os políticos modernos senão charmosos manipuladores com uma mente calculista?

Em novembro de 2010, o periódico The Economist publicou um artigo sobre psicopatia. Nele, está sugerido indiretamente que, se existem psicopatas amontoados aos montes nas prisões, pode ser que eles também estejam aos montes nas salas de reuniões corporativas. Isso quer dizer, no final das contas, que os psicopatas presos são os psicopatas estúpidos.

Os espertos, que por sua vez são muito mais perigosos, galgam os degraus do mundo corporativo. Segundo o artigo, “a combinação de uma conduta propensa a correr riscos aliada à falta de sentimento de culpa e vergonha (as duas principais características da psicopatia) pode levar, de acordo com as circunstâncias, ou a uma carreira criminosa ou a uma carreira corporativa”.

Em um breve paper escrito por Clive R. Boddy intitulado As implicações dos psicopatas corporativos nos negócios e na sociedade, o psicopata corporativo é definido como “aquele sujeito que trabalha nas corporações e é interesseiro, oportunista, egocêntrico, cruel e desavergonhado, mas que também pode ser charmoso, manipulador e ambicioso”. Boddy afirma que os psicopatas “podem, teoricamente, estar presentes nas organizações nos altos cargos gerenciais em número muito maior que a média de 1% – que é a quantidade estimada deles na sociedade”.

Nesse paper também é dito que “os psicopatas corporativos são atraídos às corporações por elas serem fonte de poder, prestígio e dinheiro”.
Contudo, esses sujeitos são “uma ameaça ao desempenho e à longevidade dos negócios, visto que eles colocam seus próprios interesses à frente dos interesses da firma”.
Em outras palavras, os psicopatas procuram situações onde seus respectivos comportamentos tirânicos e suas habilidades exploratórias serão toleradas ou até mesmo admiradas sem que de fato haja uma preocupação acerca do sucesso ou fracasso dessas atitudes perante uma negociação.

Em um livro intitulado Working with monsters (NT.: Trabalhando com monstros), o psicólogo e acadêmico australiano John Clarke mostra que os psicopatas destrutivos estão também no mercado de trabalho.
Eles se apresentam como pessoas charmosas e eficientes, quando na realidade eles são irresponsáveis e interesseiros. Sempre em busca de uma vítima para escravizar, o psicopata prefere destruir em vez de construir, para que assim jamais seja dada autoridade aos outros.
No entanto, mais frequentemente do que estamos dispostos a admitir, essas pessoas adquirem posições de poder e exercem suas mesquinhas tiranias sobre os outros. Como escreveu Boddy em seu paper, “cruzar o caminho (dos psicopatas) nas empresas pode levar o funcionário a situações de assédio e humilhação”.

Em época de perdas financeiras colossais – de esquemas Ponzi nos níveis corporativo e federal – deve haver lá pelos altos cargos mais do que alguns psicopatas. O dano causado por tais pessoas pode ser incalculável. Pense na Crise da Poupança e dos Empréstimos no final da década de 1980 e começo da década de 1990. De 3234 empresas de empréstimo e poupança, 747 faliram, causando um prejuízo estimado de 370 bilhões de dólares.
Indivíduos cruéis sem senso de responsabilidade são altamente perigosos quando ocupam cargos de gerência em organizações de importância crucial como bancos, firmas de investimentos ou cargos governamentais.
Quanto a isso, as más notícias são piores do que as que gostaríamos de ouvir. O psicólogo organizacional Paul Babiak, autor de Snakes in Suits (NT.: Cobras de Terno), afirma que os psicopatas tendem a ascender rapidamente no mundo dos negócios graças ao charme e a facilidade em manipular os outros.
Por parecer perfeitamente normal na aparência, o psicopata pode parecer ser um líder ideal, mas na verdade ele fará de vítima de todos aqueles que se apoiarem nele.

De acordo com Boddy, os psicopatas corporativos podem parecer “seres racionais quase perfeitos, com a importante ressalva de que ao tomarem decisões racionais eles colocarão seus próprios interesses à frente da corporação a qual eles trabalham”. Ele cita o paper de 1989 de Hansen & Wernerfelt intitulado Determinants of Firm Performance: The Relative Importance of Economic and Organizational Factors (NT.:Determinantes da performance em uma empresa: A importância relativa dos fatores organizacionais e econômicos) para dizer que “a questão crucial no sucesso de uma firma é a construção de uma organização humana efetiva; a presença de um psicopata corporativo afetaria diretamente o desenvolvimento organizacional, pois eles tendem a ser prejudiciais àqueles em seu entorno, especialmente aos colegas mais novos da empresa”.

No uso original do termo, psicopata referia-se a qualquer um com um problema mental.
O termo podia ser aplicado a todos os indivíduos perturbados ou desordenados psicologicamente. Mais recentemente, o termo adquiriu um significado mais preciso; no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – DSM) ele é descrito como alguém que tem Transtorno de Personalidade Antissocial.
Robert Hare’s Psychopathy Checklist, Revised (PCL-R) é uma ferramenta frequentemente usada para diagnósticos psicopáticos nos dias de hoje. O canadense que dá nome à lista é pesquisador na área de psicologia criminal. Ele ofereceu a seguinte lista de características:

(1) Interpessoal / afetivo - (a) eloquência / charme superficial, (b) senso grandioso de autoestima, (c) mentiroso patológico, (d) astuto / manipulador, (e) inexistência de remorso ou culpa, (f) afetividade superficial, (g) insensibilidade, falta de empatia, (h) falha em tomar a responsabilidade pelas próprias ações;

(2) Estilo de vida / Antissocial - (a) necessidade de estímulo / tendência ao tédio, (b) modo de vida parasitário, (c) carência de objetivos de longo prazo, (d) impulsividade, (e) irresponsabilidade, (f) delinquência juvenil, (g) problemas comportamentais desde cedo, (h) revogação da liberdade condicional e (i) versatilidade criminal.


Na edição do dia 26 de outubro do Chronicle Review, Kevin Dutton perguntou a Robert Hare se a sociedade moderna “está se tornando mais psicopata”. Hare afirmou que sim, dizendo que “há coisas acontecendo hoje em dia que não teríamos visto há 20 ou até mesmo 10 anos atrás”. Para reforçar o que disse, Hare referiu-se ao “recente crescimento da criminalidade feminina” e à situação de Wall Street.
Como disse Dutton sucintamente, “o novo milênio inaugurou uma nova onda de criminalidade corporativa como nunca antes se viu. Investimentos fraudulentos, conflitos de interesse, lapsos de julgamento e o bom e velho truque da fraude e desvio de fundos levado a cabo pela classe empresarial...”

Entretanto, os psicopatas corporativos podem não ser o maior dos perigos do nosso tempo. Indiscutivelmente, os psicopatas mais perigosos estão fora do mundo dos negócios e estão determinados a destruir o capitalismo a partir de posições que ocupam no governo e na mídia.
Na palestra intitulada America’s Persecuted Minority: Big Business (NT.: A minoria perseguida da América: O grande negócio) Ayn Rand alertou que as falas em tom negativo sobre os empresários devem ser vistas com suspeita nos dias atuais. “Todo movimento que pretende escravizar um país”, diz Rand, “toda ditadura ou potencial ditadura, precisa de algum grupo minoritário como bode expiatório para colocá-los como causa dos problemas do país e usar isso como justificativa para que sejam atendidas suas demandas de poder ditatorial.
Na União Soviética o bode expiatório era a burguesia; na Alemanha nazista eram os judeus; na América são os empresários”.

Embora exista mérito em se preocupar com os psicopatas corporativos, há muito mais mérito em se preocupar com os psicopatas políticos, mesmo porque, o que são os políticos modernos senão charmosos manipuladores com uma mente calculista? O que pode ser feito da falta de responsabilidade que encontramos nos políticos de hoje ou da maneira simplista em que eles se desviam de perguntas e críticas? O que oferece com mais plenitude o poder que a política? Se um psicopata busca poder nos negócios ele ainda pode ser impedido pela contabilidade necessária a toda empresa. Se entrar na política, ele precisa apenas repetir a grande mentira enquanto direciona seu carisma à mídia.

Com efeito, os psicopatas políticos fizeram mais vítimas que os psicopatas corporativos. E enquanto lermos sobre a ganância corporativa ou o desvio de fundos no noticiário, fiquemos tranquilos, pois o gulag soviético, os campos de trabalho chineses e os crimes dos nazis não foram obra dos capitalistas, mas sim dos inimigos do capitalismo.

27 de agosto de 2013
Jeffrey Nyquist

Publicado no Financial Sense.
Tradução: Leonildo Trombela Júnior

COLÔMBIA: OS SOFISMAS DO EX-PRESIDENTE

           
          Internacional - América Latina 
O que se prepara em Havana não é “a paz” na Colômbia, nem nada que se lhe pareça, senão um novo ciclo de violências na Colômbia e a partir da Colômbia.

A lógica coxeia do lado do ex-presidente Ernesto Samper. Decidido a ajudar o presidente Juan Manuel Santos nesta difícil conjuntura e de perda de popularidade, ele propõe aos colombianos escolher entre duas opções 
[1]: entre“a guerra de Uribe ou a paz de Santos”.
 
Nada é mais fácil do que escolher entre a “guerra” e a “paz”, na condição de saber o que é que entendemos por “guerra” e por “paz”. E esse é, precisamente, o problema da proposta de Ernesto Samper.

Se examinamos de perto sua fórmula descobrimos que Ernesto Samper trata de comparar dois objetos incomparáveis: algo que existiu com algo que não existe. E que trata de comparar duas situações diferentes, porém retirando de cada uma sua porção de realidade.

A chamada “guerra de Uribe” foi, na realidade, outra coisa. Foi o contrário do que diz Samper: foi a paz de Uribe. A “paz de Santos” é, na realidade, o contrário: é a guerra de Santos.
 
Durante os governos do ex-presidente Álvaro Uribe, os esforços das Forças Armadas e da Polícia serviram para que o país avançasse consideravelmente para a paz, pois as FARC foram combatidas, desarticuladas (lembremos que possibilitou a Operação Xeque, para mencionar só um célebre episódio dessa gesta heróica) e reduzidas à porção congruente. Cada redução das FARC, cada derrota das FARC, é uma vitória da paz e da democracia na Colômbia. Essa é a realidade, essa é a lei fundamental da vida política colombiana dos últimos 60 anos.

Ernesto Samper, entretanto, se vê forçado a rechaçar essa lei e a inventar outra. Ele inventa, na realidade, uma anti-lei, quer dizer, um sofisma. Seu sofisma é: quando as FARC aumentam suas atrocidades e o governo lhes retribui dando-lhes interlocução, deixando seus chefes escaparem, dificultando o combate da força pública contra elas, isso é “a paz”. Quando um governo reprime a violência das FARC, encarcera ou dá baixa nos terroristas, e rechaça negociar com eles, isso é “a guerra”. Tal é a inversão abjeta que Samper oferece aos leitores de Kien&Ke.
 
As vitórias contra as FARC são chamadas por Ernesto Samper “a guerra de Uribe”, dando a esta expressão uma conotação altamente negativa. Para ele, esse avanço para a desarticulação e a capitulação das FARC foi algo negativo. Em troca, o que Santos faz hoje, quer dizer, uma marcha para a articulação das FARC, é considerado por Ernesto Samper como algo muito positivo: é “a paz de Santos”.
Porém, não há a tal “paz de Santos”. Durante os três anos de Santos não houve paz, pois o que houve foi um aumento da capacidade ofensiva das FARC em todos os campos, no campo militar e no campo político-social.

Conclusão: quando Ernesto Samper propõe aos colombianos escolher entre a “guerra de Uribe” ou a “paz de Santos”, ele pede-lhes que se definam ante opções errôneas.
 
A opção real é: há que escolher entre um sistema de governo que trouxe a paz ao país, que aproximou o país de uma situação de paz e de prosperidade (o de Uribe), e outro sistema de governo que distancia o país da paz e da prosperidade (o de Santos).

Mais precisamente: o que Ernesto Samper propõe é escolher entre algo que existiu e que continua sendo um patrimônio irrenunciável dos colombianos: a recuperação da autoridade do Estado (Uribe) e algo que não existe ainda, a paz de Santos. Sob Santos não houve redução do poder mortífero das FARC, senão aumento do poder mortífero das FARC.
 
Ernesto Samper propõe que escolhamos entre algo que ajudou o país (a Segurança Democrática) e algo que está levando o país ao abismo (a “negociação de paz” de Santos).
 
Se ouvimos o que dizem as FARC - o que dizem realmente e não o que certa imprensa diz que elas dizem - as negociações de paz de Havana não desembocarão na paz: desembocarão em um regime político distinto, muito distinto ao que os colombianos viemos construindo desde 1819, onde a violência totalitária continuará seu caminho devastador (pois as FARC conservarão suas armas e uma parte de seus quadros e combatentes, os quais trabalharão sob outro disfarce e com os apoios internacionais de sempre).

A perspectiva da paz de Santos é avançar para uma paz sem democracia, em vez de ir para onde o governo anterior dirigia o país: para uma democracia em paz. Paz sem democracia é o que buscam as FARC: paz que facilite a incorporação do programa fariano às instituições. Democracia em paz é o contrário: sanção judicial e política aos chefes narco-terroristas, incorporação dos ex-combatentes das FARC, dentro de um país que preserva sua democracia e seu sistema econômico, e rechaça as idéias e o programa totalitário das FARC.

Esse regime novo que querem tirar de Havana estará submetido a uma enorme tenaz, não conhecida até hoje: as FARC legalizadas trabalhando para impor ao país um programa anti-liberal e anti-capitalista, e trabalhando em todos os cenários do espaço político, social e intelectual da Colômbia, e as FARC em armas operando, ao mesmo tempo, no terreno da violência, para a aplicação cabal desse programa totalitário e tratando de destruir as Forças Armadas e da Polícia do novo regime, quer dizer, reduzidas e desarticuladas.
 
O que se prepara em Havana não é “a paz” na Colômbia, nem nada que se lhe pareça, senão um novo ciclo de violências na Colômbia e a partir da Colômbia (pois nosso país será unicamente mais uma alavanca dos apetites hegemonistas de Cuba e seus aliados anti-ocidentais). E isso poderia durar várias décadas.

27 agosto de 2013

Eduardo Mackenzie
 
Nota do autor:
[1] Ver El país decide, la guerra de Uribe o la paz de Santos, entrevista de Edgar Artunduaga com Ernesto Samper em Kien&Ke, Bogotá, 20 de agosto de 2013.

Tradução: 
Graça Salgueiro