"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 17 de março de 2015

A PROPÓSITO DE UM TEXTO. SEMPRE A PROPÓSITO...

"O jornal “O Estado de S.Paulo” publicou editorial para condenar o processo de impeachment contra a presidente da República que pode ser desejado pela nação e lastrear-se em tentadora medida saneadora e de restauração da confiança nacional."
(...)
"tranquilidade é tudo o que os brasileiros precisam para amainar a crise política em que nos mergulharam e para debelar os descaminhos da desagregadora tempestade econômica em que nos meteram. "

Então tá... Como diz o articulista, devemos  estar tranquilos, para resolver a crise política do descaminho em que um bando de petralhas criminosamente organizados nos enfiaram...
Tranquilos, mesmo que um desmiolado apedeuta, aventureiro que valendo-se da penúria de desvalidos eleitores galgou inexplicavelmente o poder maior da República, para fazer uma das maiores desordens que Pindorama já assistiu em toda a sua história.
E olha que a história de Pindorama está cheia, entupida de grandes e memoráveis desordens, porém longe de qualquer tentativa de comparação com o que já assistimos e continuamos a assistir nestes tempos petistas...
Enquanto o imbecil e castrador projeto de poder dessa "elite" de falsos profetas, com suas visionárias promessas  de bem-estar social para um povo que sequer consegue enxergar o próprio umbigo, trama o poder absoluto, valendo-se da própria democracia que não respeitam, mas a usam com maestria, atribuindo-se o direito de dizer, agir  e acusar os que tentam contrariar  esse poder, que se coloca acima de qualquer  pensamento dissonante.
E ameaçar com "imaginários exércitos" numa tentativa de calar e sufocar qualquer  manifestação que contrarie o projeto maior do partido, cujo sonho totalitário  almeja ser único.
Não. Chegamos com o "15 do impeachment" a um locus irreversível. O que aconteceu, diante dos olhos do país, foi surpreendente e mostrou a cara de uma nação que já não acredita mais que possa sair alguma solução do poder constituído que aí está.
Não adianta vir com "mais-mais-mais" que a manifestação é inegociável. É impeachment! É basta de corrupção! Basta de descaso com a cidadania e seus direitos! Basta de demolir o patrimônio nacional! 
Com tranquilidade, sim, mas sem cadeira de balanço, olhando o tempo e esperando  que a horda alcance o que pretende. A manifestação quer interromper a caminhada para o "absolutismo", para o monólogo.
Já sabemos, diante dos pronunciamentos pós-protesto, que o poder se faz de surdo e cego, e apesar de terem entendido direitinho o que foi exigido, pintado em faixas e cartazes, tergiversam, arriscam ensaboar razões para ganhar tempo, mentindo com discurseiras, mesmo que os panelaços os ensurdeçam.
Mas não se trata de um espetáculo político, é manifestação, é protesto, é saco cheio de tanta sacanagem, de tanta esbórnia, de tanta desfaçatez.
Outras manifestações virão, com certeza! 
E o 'Princípio do Malandro', que a petralhada instituiu como regra ("E moralmente errado permitir aos otários ficarem com o próprio dinheiro"), chegou ao fim, pelas maõs do MP e da PF. E "nunca antes nesse país" se viu tanta gente "importante", tanta "celebridade" padecendo de cleptomania.
Enfim, deixamos de ser otários... 
m.americo

MONITORAMENTO NAS REDES SOCIAIS NÃO DEIXA DÚVIDAS: O QUE OS USUÁRIOS QUEREM É IMPEACHMENT

sbt
Segundo o Teleguiado, ao decidir por priorizar a cobertura dos protestos, o SBT de terceiro para primeiro ligar na audiência da tarde do último domingo, com direito a 3 pontos de vantagem sobre a Globo no seu pico. Esse protagonismo no interesse do espectador também se observou na internet. É o que informa a a análise de Gustavo Ramos, diretor de inteligência da Esentia, empresa especializada em monitoramento de marcas com 14 anos no mercado.
“Outro fato que chama atenção é que pela primeira vez, desde que medimos a expressão de massa na internet, o assunto ‘política’ superou em número os assuntos mais comuns na internet brasileira, como programas de televisão, celebridades, etc”
(Gustavo Ramos)
Foram monitoradas 823.614 citações de 8 palavras-chave ligadas ao evento em 7 redes sociais: Twitter, Facebook, Instagram, YouTube, WordPress, Blogger e Tumblr. Segundo agência, ao se descartar as mensagens exclusivamente em texto, a amostra conteve 57% do conteúdo em vídeo, 28% em fotos, 12% em imagens editadas como memes e 3% em formato áudio. Essa cobertura findou atingindo 241 cidades de 24 estados brasileiros, além de outros 14 países.
Ao se categorizar os assuntos mais comentados, não resta qualquer dúvida sobre o tema central de todo o debate gerado. Assim como, a importância (ou desimportância) de pautas mais polêmicas, como uma “intervenção militar”.
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CLIQUE PARA AUMENTAR
Para cada 61 menções ao impeachment de Dilma, apenas uma se dava ao trabalho de comentar o que parte da imprensa insistia em destacar em sua cobertura: o risco de uma intervenção militar. Cai por terra também o mito de que o impedimento da presidente seria um sub-tópico de uma pauta geral contra a corrupção: é justamente o contrário. Há se destacar também a preocupação com a qualidade dos serviços públicos e da economia como um todo, merecendo a atenção de uma em cada 10 citações cada. Mas Gustavo Ramos diagnostica: “Os números mostram que, antes de corrupção e serviços públicos de qualidade, a amostra parece querer, primeiro, trocar de presidente”.
Ivani Rossi, diretora da tendências da Esentia, acredita que todo este movimento cobra uma atualização da forma de se entender o brasileiro. “Não há como controlar o sentimento de injustiça que se manifesta em diferentes momentos. Não há como esconder assuntos antes ‘proibidos’ embaixo do tapete e o cidadão, mais bem informado, concordar com isso.” E aposta que os partidos que se negarem a este movimento perderão o bonde da história: “A internet pode, sim, ser a grande responsável pelas instantânea identificação popular que vai servidor, sem dúvidas, como principal forma de pressão das reformas mais urgentes. E, quem sabe, a partir dessas manifestações e desse caldeirão cultural e social cada vez mais politizado, a criação de partidos políticos efetivamente representativos.
Até 23 de março, a Esentia deve voltar a se manifestar trazendo um balanço do que ocorrer na semana seguinte à dessas manifestações. Para ler o relatório por completo sobre especificamente o “Dia 15″, basta clicar aqui.

17 de março de 2015
implicante

17 de março de 201

DOS "20 DO MASP" AO "MILHÃO DA PAULISTA", A SAGA DE UM BRASIL QUE NÃO SE ENTREGOU





Era também uma tarde de um domingo de verão. Por volta de 1.800 pessoas confirmaram presença no protesto via redes sociais. Mas apenas 20 apareceram no vão do MASP para exigir que o envolvimento do ex-presidente Lula junto ao Mensalão fosse apurado. A imprensa, já com o petismo escorrendo pelo poros, reportou cinicamente o que presenciou naquele 13 de janeiro de 2013. As duas dezenas de manifestantes viraram motivo de piada na internet. Mas aquilo que se pretendia aniquilá-los de vez apenas serviu para unir o grupo – que passou a atender pela alcunha de “Os 20 do MASP“.



Dois anos de uma agenda de protestos depois, a imprensa teve que se render. O G1 fechou as contas da PM em 2,3 milhões de pessoas nas ruas de ao menos 160 cidades de todos os estados do país exigindo o fim da corrupção e o impeachment de Dilma Rousseff. Na primeira tentativa de resposta do governo ao 15 de março de 2015, um novo panelaço se ouviu na noite das maiores cidades da nação. A cereja do bolo ocorreu já na manhã desta segunda. Renato Duque, o homem que contou com esforços pessoais de Lula para sair da cadeia, foi novamente preso, dessa vez na décima etapa da operação Lava Jato. Internamente, o PT teme que ele não tenha força para esconder o que sabe, como no passado tivera Delúbio Soares, entendido pelo partido como um herói por topar ir à prisão sem denunciar o ex-presidente.
O jogo virou

Fui destacado pelo Implicante para, em campo, registrar a história do dia de ontem sem intermediários. E ela começa, num tempo em que tanto se falou de seca, com chuva. Nada de outro mundo, mas o suficiente para já amarrar em casa alguns amigos que não estavam com a saúde em dia e temiam uma piora. Chegamos ao metrô num grupo bem menor que o acertado por Whatsapp. Mesmo assim, nos vimos obrigados a dispensar o primeiro trem rumo à Paulista pois já se encontrava lotado meia hora antes do combinado.






Harry Potter não é trouxa.

O grande temor era o fiasco, era a constatação de que os 100 mil previstos pelas redes sociais se dissolveriam na garoa fraca de um fim de semana abafado. Mas a descida na Consolação já dava o tom do que viria: gritos e “apitaços” animavam um mar de gente vestido em verde, amarelo, azul e branco. Era nítido, no entanto, que se tratava de um grupo desacostumado a eventos do tipo. Os gritos eram desencontrados, assim como a dinâmica. Enquanto uns iam, outros já voltavam. Contudo, o que poderia refletir desorganização entregava algo cada vez mais raro em manifestações do tipo (vide o que ocorrera dois dias antes): espontaneidade. Tanto que o primeiro canto a ser largamente entoado partiu de uma senhorinha ao nosso lado que lembrava a todos que estava lá a serviço de ninguém: “Eu vim de graça!”

Ao final do primeiro terço da Paulista, finalmente encontramos um caminhão com microfones e discursos. A estrutura era pequena, atingia apenas a fração de pessoas mais próximas ao veículo, de fato é impossível acreditar que alguém graúdo estaria por trás daquilo. Opta-se por cantar o hino da Independência em vez do hino Nacional. Um sindicalista tenta falar e logo é vaiado. Assim como alguém que tenta apresentar um discurso em tom religioso. Os aplausos pareciam estar guardados para “Ronaldo Fenômeno”, que recebe o microfone, pede mudanças, mostra a camisa em que assume ter votado em Aécio e sai de lá ovacionado.

Mais próximo ao MASP, uma cena curiosa funciona como retrato deste momento político: enquanto Lucas Salles, novo repórter do CQC, tenta fazer sua graça em uma reportagem e é constantemente vaiado por quem não esqueceu as pautas petistas que o programa levou ao ar durante a campanha; Léo Lins, repórter do The Noite, programa do ex-CQC Danilo Gentili, quejamais se furtou de qualquer crítica ao PT, é abraçado e dá autógrafos.




Enquanto repórter do CQC é hostilizado…




…repórter do The Noite dá autógrafos e faz selfies.
Humans of Protesto




Quem é John Galt?

Um homem vestido de espartano questionava a representatividade de Dilma. Um garoto fantasiado de Harry Potter dizia não ser “trouxa” (um trocadilho com a forma como os humanos são tratados perante os bruxos da série). Uma faixa dizia não aceitar mais socialismo. Outra lembra que Toffoli, ministro do STF, é suspeito (por ter trabalhado como advogado do PT em ao menos 3 campanhas). Uma placa estampa os dizeres “Je Suis Caminhoneiro”, em referência não só ao massacre do Charlie Hebdo, mas também à primeira grande greve do segundo mandato de Dilma. Eram cartazes bem humorados, mas que denotavam algum nível de consciência do noticiário. Eu mesmo precisei assumir minha ignorância e perguntar aos meus pares quem era o John Galt questionado por uma manifestante. E a resposta rendeu uma interessante busca no Google.

Num breve exercício sem qualquer valor científico, interpelei os primeiros dez cartazes que cruzaram meu caminho. A intenção era entender um pouco o perfil de quem estava ali exigindo pautas do governo.
Wilson, 61 anos, um ferramenteiro,
pedia impeachment não só de Lula, mas também de Haddad, assim como um enfraquecimento geral do PT.
Bárbara, 11 anos, estudante,
nos ombros de seu pai, lembrava que a corrupção prejudica a educação brasileira.
Antonio, 20 anos, também estudante,
lembra que Dilma não o representava.
Carlos, 64 anos, autônomo,
queria a volta da independência entre os 3 poderes.
Leonardo, 19 anos, ajudante geral,
se dizia contra ladrões e a favor do Brasil.
André Luís, 30 anos, corretor de seguros,
se dispunha a pagar a passagem de Dilma para a Indonésia.
Fabio, 33 anos, professor de inglês,
chamava Dilma de mentirosa.
David, 24 anos, enfermeiro,
lembrava que estava lá sem qualquer financiamento, pois a honestidade dele não tem preço.
Joaquim, 62 anos, advogado,
definia golpe como a sabotagem que o PT vem fazendo do nosso regime democrático.
Rodrigo, 49 anos, produtor rural,
reclamava da prioridade que o PT vem dando à manutenção do próprio poder.




Duas horas de caminhada depois, finalmente encontramos uma esvaziada referência a intervenção militar.

Apenas após duas horas de caminhada, encontrei um primeiro cartaz – na verdade, um caminhão com uma faixa – defendendo intervenção militar. Estranhamente, num clarão em frente ao MASP, onde deveria ser o ponto de maior concentração. Era evidente o incômodo de quem passava à sua frente e logo buscava sair dali. Um grupo de mais ou menos 150 pessoas, alguns vestindo o “verde oliva”, defendiam que, por o sistema estar completamente contaminado de corrupção, só uma drástica quebra com ele colocará o Brasil no rumo. Usando uma interpretação própria da Constituição de 88, acreditam estar fazendo algo legal. De minha parte, acho natural que, em um grupo que chegue ao milhão de indivíduos, uma pequena parcela deles se entreguem a ideais mais radicais. Acho estranho, no entanto, que justo naquele ponto a imprensa se concentrasse. Em um segundo caminhão, do outro lado da rua, algumas dúzias de repórteres cinematográficos buscavam gerar ali um recorte do evento. Na ponta dele, o repórter do CQC xingado minutos antes gravava mais um depoimento para o programa que, acredito, irá ao ar mais tarde.
A batalha contra os “jornais”




Os protestos envolviam também o poder judiciário

Parece apenas um apelido carinhoso para com os jornalistas, mas é como parte da internet vem apelidando o profissional de comunicação que não faz seu trabalho de forma exemplar, se permitindo, mesmo que disfarçadamente, um viés governista. Na volta para casa, já com acesso completo a TV e internet, buscamos entender melhor o que testemunhamos lá do meio. Um estranho ruído de motor que ouvimos ao longe? Uma centena de motociclistas que cruzaram a Paulista se somando ao protesto. Um helicóptero que cortava o céu a todo instante? Era a polícia militar fotografando a manifestação para chegar ao número apresentado ao final. O engarramento na saída do “palco da festa”? A talvez mais simbólica cena de toda a tarde: caminhoneiros que partiram de Santos com suas famílias para se somarem à multidão.

No entanto, parte da imprensa parece não querer aprender a lição dada pelos “20 do MASP” e insistem em praticar a pauta proposta pelo PT. Na TV, uma repórter da Rede Record levanta bolas para Cardozo cortar, reclamando da desproporção do evento de São Paulo com as demais cidades do país (e ignorando que essa desproporção já começa pelo tamanho da população). Na internet, o Datafolha retira da gaveta o polêmico método utilizado para contar multidões em manifestações. Por que não o usaram para medir as manifestações de junho de 2013?, pergunto-me sem chegar a uma resposta. No site do PT, com o auxílio de alguns eufemismos, o partido da presidente da república acusa a rede Globo detramar um golpe, mesmo a emissora evitando ao máximo pronunciar a palavra “impeachment” em sua cobertura.




Je Suis Caminhoneiros

Só às 21 horas temos contato com um trabalho jornalístico digno de aplausos. Por 27 minutos, o Fantástico viaja pelo país para mostrar que a manifestação atingiu todo o Brasil, mesmo que mais concentrada na região sudeste. Identifica os pontos negativos, mas reforça que foram ofuscados pelos positivos. Se há algo que se pode questionar é a postura crítica à ideia de impeachment, mas finalmente o canal se permitiu entrar no debate. Como ele está apenas começando, há tempo para essa postura ser revista.

Na semana passada, juntamente com a Reaçonaria, convidamos o Movimento Brasil Livre e a Turma do Chapéu a assinar um manifesto em defesa de uma cobertura limpa no Dia 15. Por mais ingênua que a iniciativa soasse, ela chegou a 13 mil curtidas apenas neste site. A ideia era alertar a imprensa da responsabilidade que tinha para com o dia de ontem. Mas, igualmente, denunciar à população da malícia de algumas reportagens, como a que inesperadamente deu vida aos 20 do MASP, também signatários do texto.

Não se esperava com isso revolucionar a imprensa brasileira em uma semana, mas fechar um pouco mais o cerco ao mau profissional de comunicação. Sempre que um grande acontecimento vem a público, há toda uma batalha de informação travada na mídia. A internet vem sendo o campo onde cidadãos livres conseguem fazer a fiscalização que parte do jornalismo se nega.Who watches the watchmen? Aqui na web essa missão vem cabendo aos usuários das redes sociais. Ela não vem sendo cumprida exclusivamente com acertos, mas é certo que a verdade possui bem mais sustenção que a mentira, o que nos faz crer que, ao final, o bem prevalecerá.

Quando virá este final? Antes para uns, depois para outros. Que este 15 de março represente o fim da primeira batalha de uma grande guerra que apenas se inicia. Um batalha que colocou um país em debate; uma guerra que pretende colocar o país no rumo. Ontem, um em cada 10 paulistanos tomou chuva e sol para passar a tarde em pé exigindo decência do governo. Ontem, um em cada 100 brasileiros foi às ruas pedir a queda de Dilma, de Lula e do PT. Mas jamais esqueceremos que isso começou com apenas 20 pessoas no vão do MASP. E que a imprensa nacional fez pouco caso do fato.


17 de março de 2015
 Marlos Ápyus
implicante

CRIANDO LIMITES

Facebook atualiza regras para posts a fim de evitar abusos e extremismos

facebook_12Nesta segunda-feira (16), a rede social Facebook atualizou e esclareceu aos usuários as novas regras sobre o que é conveniente postar e como tratar assuntos sensíveis como violência, incitação ao ódio e apologia do terrorismo.
Em primeiro lugar, Facebook comunicou que não autoriza mais em sua plataforma a presença de grupos que fazem a apologia “de atividades terroristas, organizações criminosas ou que estimulem o ódio”.
Segundo as novas diretrizes colocadas on line no blog oficial da rede, serão retiradas as imagens de compartilhamento de temas ligados ao sadismo ou glorificação da violência.
Monika Bickert, conselheira adjunta do grupo, declarou que essas normas foram concebidas para a criação de um espaço onde as pessoas possam se sentir motivadas e encorajadas a tratar os outros com empatia e respeito. “Enquanto a nossa política e nossas regras não mudaram, sentimos a demanda dos usuários por mais clareza e exemplos, e é o que estamos fazendo com a atualização de hoje”.
Basta à nudez
Uma grande novidade nesta busca de mais ética é a proibição da nudez no Facebook, exceto se as imagens forem ligadas ao aleitamento, à arte ou a estudos médicos.
Os usuários também deverão usar o seu nome verdadeiro, uma exigência polêmica que certamente vai desagradar aos que utilizam apelidos na rede.
Numa tentativa de criar normas que correspondam às exigências de uma comunidade internacional e diversificada, Facebook se reserva o direito de apagar conteúdos e fechar as conta consideradas “uma ameaça física ou um risco direto para a segurança pública”.
Todas essas medidas também têm certa flexibilidade, pois algo que possa parecer desagradável para alguns não é, necessariamente, contra a ética do grupo.
Difícil equilíbrio entre liberdade e radicalismo
O esclarecimento da política editorial do Facebook ocorre em um contexto onde as redes sociais tentam equilibrar a liberdade de expressão e a luta contra os discursos radicais, especialmente os que fazem a apologia dos jihadistas como o grupo Estado Islâmico, por exemplo.
Facebook também publicou seu relatório sobre os pedidos dos governos referentes aos dados dos seus usuários no segundo semestre de 2014; houve uma alta em matéria de pedidos de dados de cidadãos vindos da Índia, e uma baixa relativa aos usuários dos Estados Unidos e Alemanha.
O número de conteúdos bloqueados por infringir a lei americana aumentou 11%, passando de 8.774 casos a 9.707. (Com RFI)

17 de março de 2015
ucho.info

NÃO É HORA DE COGITAR IMPEACHMENT

O jornal “O Estado de S.Paulo” publicou editorial para condenar o processo de impeachment contra a presidente da República que pode ser desejado pela nação e lastrear-se em tentadora medida saneadora e de restauração da confiança nacional.

Entretanto, a medida é inoportuna pela provável confusão que a hora atual e os procedimentos adotados iriam provocar, sobretudo porque, como afirma o título do texto publicado, “confusão é tudo o que Lula quer”; ao revés, tranquilidade é tudo o que os brasileiros precisam para amainar a crise política em que nos mergulharam e para debelar os descaminhos da desagregadora tempestade econômica em que nos meteram. 
É mais um período de expiação para o país, que tanto tem sofrido com os péssimos governos que têm saído das urnas ultimamente; mas não há alternativa senão a espera vigilante, até o governo cair pela própria incompetência.
Nada de colaborar com a fogueira que Lula quer acender, já que não há instituições suficientemente fortes e sadias para enfrentar a violência dos exércitos de militantes petistas, lideranças sindicais, do MST e outros, que o próprio ex-presidente está a recrutar: “Quero paz e democracia, mas eles não querem. E nós sabemos brigar também, sobretudo quando o Stédile colocar o exército dele nas ruas,” incitou, com a habitual irresponsabilidade. No limite, tudo isso pode desembocar em insana guerra civil. O recado é claro e não deixa dúvidas a respeito da disposição de empregar violência.
POSIÇÃO DOS MILITARES
Na hipótese, é de especular a respeito da posição dos militares diante da Constituição para deter a aventura que atinge o próprio cerne do Estado de direito, envolvendo a existência da República, da Federação e do regime democrático. Se tudo pode acontecer, nada pode ser subestimado. 
Em primeiro lugar, há de se cuidar do vácuo deixado pelas Forças Armadas, aparentemente alheias a movimentos políticos deletérios. Retiradas do poder político, por meio de solução de compromisso, parecem assistir ao desenrolar desajuizado dos acontecimentos apenas na condição de mudas testemunhas históricas de fatos instigantes de ocorrências insurrecionais.
Oficiais da reserva são apenas militares de pijamas; assim, é de indagar como reagiriam os da ativa, a quem a nação confiou o uso da força das armas. Defenderiam o regime constitucional como, na inspiração e origem, agiram em 1964, traídos mais tarde por militares ambiciosos, civis e políticos descomprometidos, ou, com os seus verdadeiros líderes, terão em mente promover, em breve e oportuno tempo, reformas institucionais mais ou menos semelhantes às que se fizeram na França, sob o comando do grande estadista e general De Gaulle, em 1958? A seguir, buscariam indispensável aprovação popular e a conquistariam para angariar a plena concordância dos titulares da soberania?
Já não temos um bruxo como o notável jurista Francisco Campos (o Chico Ciência), e isso é boa garantia contra atos institucionais. “Non passarán” (Dolores Ibárruri)! Entre nós, não passarão. Teremos, contudo, estadistas para entregar-lhes o poder?

17 de março de 2015
Márcio Garcia Vilela
O Tempo

SEM ALTERNATIVA

Petrolão: PPS espera decisão rápida do STF sobre pedido para investigar a petista Dilma Rousseff

dilma_rousseff_499Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) espera que o Supremo Tribunal Federal (STF) decida com celeridade sobre o pedido do partido para que a presidenteDilma Vana Rousseff (PT) seja alvo de investigação da Operação Lava-Jato. Na segunda-feira (16), o Ministério Público Federal revelou detalhes de um novo esquema que abasteceu o caixa do PT com dinheiro de propinas, pagas a partir do esquema de corrupção que funcionou durante uma década na Petrobras.
O agravo regimental questiona a decisão do ministro Teori Zavascki de que Dilma não pode ser investigada. A reforma desse posicionamento é o ponto central do pedido do PPS, protocolado na última sexta-feira (13) pelo deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE). De acordo com o partido, a jurisprudência do próprio STF permite a apuração do envolvimento de Dilma.
“As novas revelações sobre o repasse de propinas para o PT e para a campanha presidencial de 2010 reforçam o nosso pedido. Antes, tínhamos o depoimento do ex-gerente Pedro Barusco que falava de um repasse de R$ 2 milhões para Vaccari em 2010. Agora, temos a denúncia do MPF apontando o envio de mais de R$ 4 milhões desviados da Petrobras para quatro diretórios do PT. Além disso, o vice-presidente da Camargo Corrêa confessou que o tesoureiro petista lhe pediu uma doação de R$ 10 milhões ao PT a título de propinas atrasadas. Fica claro que Dilma foi uma das beneficiárias diretas do esquema e por isso precisa ser investigada”, defendeu Rubens Bueno.
Jungmann também reforça a necessidade de investigação da presidente. “Investigar pode, o que não pode é processar. E é dever do Ministério Público investigar a presidente da República nesse caso de repercussão nacional. Dilma é citada dezenas de vezes na Operação Lava- Jato e é preciso que se apure isso. Até porque as denúncias remetem para o abastecimento de sua campanha com dinheiro desviado da Petrobras”, afirmou.
Novas revelações
O ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque, e o tesoureiro nacional do PT, João Vaccari Neto, denunciados por corrupção e lavagem de dinheiro, ajudaram a desviar, segundo os procuradores federais, R$ 135 milhões das refinarias de Presidente Getúlio Vargas (Repar), no Paraná, de Paulínia (Replan) e dos gasodutos Pilar-Ipojuca (Alagoas-Pernambuco) e Urucu-Coari (Amazonas).
A força-tarefa da Lava-Jato já identificou que pelo pelos R$ 4,26 milhões foram parar nas contas de quatro diretórios do PT, entre 2008 e 2012. O dinheiro aterrissou nos caixas do Diretório Nacional do partido, do Diretório da Bahia, do Diretório Municipal de Porto Alegre e do Diretório Municipal de São Paulo.
Além disso, o vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Hermelino Leite, conhecido na quadrilha como “Leitoso”, afirmou em depoimento que João Vaccari Neto exigiu doação de mais de R$ 10 milhões ao PT a título de propinas atrasadas da Diretoria de Serviços da Petrobras. Os recursos também teriam abastecido a campanha da presidente Dilma em 2010.
17 de março de 2015
ucho.info

BRADESCO DO MINISTRO LEVY PEGA MELHOR FATIA PARA PRIVATIZAR PEDAÇO DA PETROBRAS


A Petrobras já deu o pontapé inicial no plano para vender parte do seu patrimônio, com a definição do que será oferecido ao mercado e a contratação dos primeiros bancos encarregados de procurar compradores no Brasil e no exterior. O pacote inclui usinas termelétricas, participações em distribuidoras de gás e em campos de petróleo, postos de gasolina no exterior e uma fatia da Petrobras Distribuidora, dona da marca BR, a maior rede de postos do país. 

Acuada pela Operação Lava Jato e diante da desconfiança provocada por sua situação financeira, a Petrobras precisa de dinheiro para reduzir sua dívida e preservar o caixa. A estatal já comunicou ao mercado que espera conseguir US$ 13,7 bilhões com a venda de ativos. O momento, no entanto, não é o ideal: com a queda no preço do petróleo, caiu o valor de ativos de óleo e gás. 

A oferta de parte da Petrobras Distribuidora, rede com cerca de 7.500 postos no país, é considerada a mais interessante do bloco e foi entregue ao Bradesco BBI. O tamanho da fatia não foi definido. A ideia inicial era abrir o capital da empresa na Bolsa, mas o plano foi alterado por causa do momento de crise. Agora, a intenção da nova diretoria da Petrobras é trazer um sócio minoritário, com poderes para limpar a administração da empresa, que sofre influência política. Segundo investigações da Lava Jato, o senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) teria recebido propina para intermediar negócios na empresa. Ele nega. 

Um dos objetivos da Petrobras com a venda de ativos é focar sua atuação na exploração de petróleo, reduzindo a necessidade de investimentos em outras áreas. Por causa disso, a estatal vai reduzir ou até sair de dois segmentos: geração de energia em usinas termelétricas e distribuição de gás. A Petrobras é dona ou sócia de distribuidoras de gás em quase todos os Estados do país. Em boa parte, as parcerias são com governos estaduais, mas há sócios privados, como a japonesa Mitsui. 

A estatal contratou o Itaú BBA para ajudá-la a definir como vender essa operação, em bloco ou fatiada, o que poderia atrair mais interessados. No ano passado, a empresa vendeu sua participação na Gasmig, em Minas Gerais, por R$ 600 milhões. 

No segmento de geração de energia, a Petrobras é dona de 21 termelétricas que foram adquiridas a partir do primeiro governo Lula. O mandato de venda também ficou com o Bradesco BBI. A maior parte dessas usinas foi construída no governo Fernando Henrique, para fazer frente ao apagão de 2001, e quase quebrou depois que a situação se normalizou. Hoje, as termelétricas são um bom negócio porque a seca em boa parte do país provocou uma explosão no preço da energia elétrica. No entanto, podem render menos quando a produção das hidrelétricas for restaurada. 

A oferta de algumas centenas de postos de gasolina na Argentina, no Paraguai, no Uruguai e na Colômbia será feita pelo Itaú BBA. A estatal também procura sócios para alguns blocos de petróleo, o que reduziria sua necessidade de investimento. Está negociando o mandato de venda com bancos estrangeiros, como o Bank of America Merrill Lynch. A direção da Petrobras informou que não comenta assuntos estratégicos. Os bancos citados não quiseram se pronunciar.

17 de março de 2015
in coroneLeaks

OPOSIÇÃO QUER DIÁLOGO COM AS RUAS, NÃO COM DILMA


(Estadão) Embalada pelas manifestações contra a presidente Dilma Rousseff no domingo, a oposição rechaçou a tentativa do governo de abrir um diálogo para fazer com que as promessas de promover a reforma política, aprovar o pacote anticorrupção e realizar o ajuste fiscal saiam do papel.

Uma análise de conjuntura pós-manifestação produzida pelo Instituto Teotônio Vilela, ligado ao PSDB, afirma que a “pauta da cidadania” das ruas inclui a defesa “intransigente” dos direitos dos trabalhadores “impedindo que o arrocho proposto pela presidente avance no Congresso”. O texto diz, ainda, que não será cortando benefícios e aumentando impostos que o País sairá da crise. 

O diálogo é rechaçado pelos principais líderes da oposição. “Não há clima para dialogar com o governo, especialmente do discurso da presidente em cadeia nacional. Eles estão no mundo da lua”, disse o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), candidato à vice-presidente na chapa de Aécio Neves em 2014.

“Seria ir na contramão das manifestações”, reforçou o senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Para o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, o governo não merece “a mínima confiança”. “Esse discurso (de diálogo) é surrado. Se a presidente quer ajuda, ela precisa dar sinais, como a redução de ministérios e cargos comissionados”, diz. 

Para o presidente nacional do DEM, senador José Agripino (RN), a proposta do governo foi motivada “pelo grito das multidões”. “Fazem isso para dizer que, de repente, viraram conciliadores. A reforma não depende de entendimento com a oposição. Ela vai acontecer naturalmente”, diz o senador.

“Vale a declaração chamando ao diálogo, ou a de guerra, atribuindo as manifestações aos eleitores de Aécio”, completa o deputado Mendonça Filho (PE), líder do DEM.

Dilema.Apesar da multidão que tomou as ruas no domingo, a oposição se dividiu sobre sua participação nos próximos atos. Enquanto parte dos dirigentes partidários e parlamentares defende uma aproximação “lenta e gradual” com os organizadores, outros advogam a tese de que não há necessidade de colocar os políticos em cima do palanque. Pelo contrário: isso poderia gerar antipatia dos manifestantes. 

“Na manifestação (de domingo) os organizadores estavam receosos com a participação de políticos nos carros de som. Poderia parecer oportunismo. Mas acho que, se o movimento continuar com essa força, será inevitável a nossa presença”, diz o senador Álvaro Dias.

O próximo ato contra Dilma está marcado para o dia 12, em São Paulo. Mas não há consenso entre os grupos. O maior deles, o Vem pra Rua, resiste a aceitar a data, marcada pelos grupos Revoltados On Line e Movimento Brasil Livre. “Não queremos proximidade com partidos. O PSDB não é oposição, é ocasião”, diz Marcello Reis, líder do Revoltados On Line.

17 de março de 2015
in coroneLeaks

PALAVRAS...

"ZAGUEIRO", O QUE MARCHA NA RETAGUARDA DA 

TROPA

thiago silva psg“Uma guerra sem tiros.” A definição que o escritor inglês George Orwell deu para as competições esportivas, em artigo de dezembro de 1945, estava longe de ser uma exaltação, embora tivesse a desculpa de trazer bem fresca a memória da maior de todas as guerras reais. 
Também não se referia exclusivamente ao futebol, mas é em tal contexto – e frequentemente em tom positivo – que costuma ser lembrada.
Faz sentido. Não é à toa que o vocabulário bélico perpassa o do futebol, como se vê de maneira óbvia no “artilheiro” e, de forma menos evidente, no “zagueiro”. 
Esta é a curiosidade etimológica de hoje, inspirada pela façanha dos brasileiros David Luiz e, principalmente, Thiago Silva (foto), do francês Paris Saint-German, no empate fora de casa que eliminou a equipe inglesa do Chelsea da Liga dos Campeões, na última quarta-feira, dia 11 (leia mais aqui).
Fomos buscar “zagueiro” no espanhol zaguero, o que torna a palavra uma exceção num universo de termos que em sua maioria foram importados, como o próprio futebol, da Inglaterra. Foi, aliás, o anglicismo “beque” – de back, “parte de trás” – que o espanholismo terminou por substituir na preferência nacional.
Segundo o filólogo catalão Joan Corominas, zaga é um termo oriundo, ainda no século XII, do árabe sáqa (“retaguarda de um exército ou um rebanho”). Tinha, a princípio, duas acepções no idioma de Lionel Messi: parte traseira de qualquer coisa e, na linguagem militar, o pelotão mais recuado de uma tropa.
Evidentemente, foi tomando esta última acepção como metáfora que o jargão esportivo do século XX nomeou a zaga e o zagueiro.
17 de março de 2015
Veja, online

ALELUIA: "PRISÃO DE DUQUE DEVE LEVAR A LULA, O CHEFE DA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA"




“O ex-presidente Lula é o chefe do malfeito. Atualmente a presidente Dilma Rousseff é a representante dele nesta organização criminosa que implantou a corrupção sistêmica na Petrobras a partir de 2003, como revelou o ex-gerente da petroleira, Pedro Barusco. Não tem cabimento os achacados estarem presos e o achacador ficar solto”, afirmou o deputado federal José Carlos Aleluia, presidente estadual do Democratas, em entrevista à rádio CBN Salvador, na manhã desta segunda (16).

A expectativa de Aleluia é que a prisão nesta segunda do ex-diretor da Petrobras, Renato Duque, finalmente traga à cena o chefe da organização criminosa: o ex-presidente Lula. Para o democrata, as manifestações de protesto que reuniram milhões de brasileiros espontaneamente, sem a liderança de nenhuma organização partidária, em todo o país, no último domingo, dia 15 de março, deram o recado: “Basta de corrupção. A população não quer pano quente para segurar a onda. Nada de apaziguamento entre a oposição e o governo. Tolerância zero com a corrupção que se banalizou nos governos de Lula e Dilma”.

O governo petista, de acordo com Aleluia, errou ao escalar dois ministros, um mais equilibrado e outro raivoso, para dar satisfações ao povo brasileiro. “Dilma é a chefe de governo e do estado. Era ela quem deveria ter vindo a público. Mas não deve ter dado tempo para seu marqueteiro-ventríloquo preparar alguma nova desculpa esfarrapada, que a desgastasse ainda mais. Se é que ainda há espaço para mais desgaste”.

O deputado federal disse que a crise moral da era petista dói no coração, e a crise econômica dói no bolso. “A simultaneidade desses problemas causam a crise política atual”. O líder democrata destacou que, se o sistema fosse parlamentarista, o governo Dilma já teria caído. “Não é. Mas, no presidencialismo, o presidente Collor sofreu o impeachment, por causa de um Elba, um carrinho. Era caso para um juizado de pequenas causas diante do roubo de bilhões da Petrobras e tanto dinheiro extraviado para a Suíça”. Aqui


17 de março de 2015
movcc

"NÃO PRECISAMOS TER 39 MINISTROS, EU NEM SEI O NOME DE TODOS ELES, DUVIDO QUE ALGUÉM SAIBA" - DIZ EDUARDO CUNHA

PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS É SABATINADO SOBRE CORRUPÇÃO, UMA NOVA APROXIMAÇÃO COM O PT, O IMPEACHMENT E O EX-PRESIDENTE LULA

RODA VIVA

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, abre a roda comentando os protestos que ocorreram em todo país no domingo (15). “O FHC também passou por problemas parecidos em seu segundo mandato, assim como a Dilma”, compara.

Para Cunha, os protestos não eram só de um partido contra o outro, mas “juntou as pessoas que não apoiaram a Dilma nas eleições, aqueles que a apoiaram e se irritaram com o processo de corrupção envolvendo a Petrobras e ainda aqueles que votaram nela, mas não estão satisfeitos com o atual governo”, completa.

Sabatinado sobre o enfraquecimento do governo Dilma pela bancada de entrevistadores, Cunha diz o que pensa ser uma tensão política. “A crise é política, todas as outras crises são consequências da política.

Você começa o governo, diferente da campanha, depois vem o caso da Petrobras e a necessidade de um fiscalização maior. Estamos vivendo uma constituição parlamentarista em um regime presidencialista”, diz.

Após essa afirmação, Cunha é acusado de estar atacando a presidente. “Eu não estou escolhendo o PT como adversário, e é claro que também não estou escolhendo a Dilma como adversária. Não quis atacar a presidente, só quis dizer que não é um problema do Congresso e, sim, algo maior”, defende-se.

Corrupção

O presidente da Câmara tenta explicar uma afirmação, em entrevista recente, na qual disse que “não há corrupção no Congresso”. “Se, eventualmente, alguém se beneficiou com apoio político no caso da Petrobras eles vão pagar, mas essa corrução não existiria se não houvesse corrução no poder Executivo”, justifica.

Para o deputado, além de a corrupção estar instalada no poder Executivo, “o governo não teve gestão, não conseguiu arrancar a raiz do problema, e ele ainda está lá”.

Ao ser questionado se sairia do cargo que ocupa na Câmara, caso ocorressem manifestações contra sua gestão, Cunha diz que não existe essa possibilidade. “Não me afastaria. Eu fui escolhido, e não tenho nenhuma razão de me sentir culpado. Já respondi a dois inquéritos, e os dois foram arquivados”, defende-se.

Impedimento

Um dos assuntos mais comentados da segunda-feira (16), o pedido de impeachment da Dilma por parte da população também é questionado na roda. “Não podemos transformar a discussão sobre o impedimento em uma manobra política. Eu não posso achar que isso vai resolver, não concordamos com essa forma, é preciso ter responsabilidade”, afirma.

Cunha prossegue, dizendo o que pode acontecer com a presidente, se algo ilícito for provado contra ela. “Se a Dilma tiver praticado algo ilegal, ela será punida a partir do término deste segundo mandado, e terá que responder. Segundo a Constituição, ela terá imunidade até o final desse mandato. Tem que haver cautela, pois isso não é um processo fácil”, explica.

A melhor forma de proteger o Estado, na visão do deputado, é mudar a forma de governar o país. “Sou a favor do parlamentarismo. Nossa Constituição foi feita para o parlamentarismo, e ele nos protegeria de uma crise como essa. No futuro, em um debate político seria interessante colocar essa semente na cabeça das pessoas”, pondera.

Para Cunha, uma das formas de melhorar o ambiente político é um trabalho mais próximo e em conjunto. “O PSDB está surfando nessa onda de oposição. No mínimo, 40% dos peemedebistas votaram no PSDB. Porém, para resolver a situação do governo, é preciso que ela [Dilma] retome a agenda do país, e busque uma coalizão com quem está do seu lado, inclusive o PMDB”, diz.

Ao falar sobre um trabalho mais próximo do governo, Cunha critica a forma como os interesses do PMDB são tratados pela presidência. “Coalizão, trabalhar em conjunto mesmo, não só ficar dando cargo, e sim governar compartilhando as decisões. Não precisamos ter 39 ministros, eu nem sei o nome de todos eles, duvido que alguém saiba o de todos”, afirma.

Lula
Na visão do presidente da Câmara, uma possibilidade de tirar o governo desta crise é a volta do ex-presidente Luiz Inácio à cena política. “O Lula é um animal político, com uma visão extraordinária. Acho que ele poderia evitar muitos problemas que acontecem com esse governo, participando, dando conselhos”, sugere.

Para Cunha, a participação do ex-presidente ajudaria, ainda, a blindar a aliança que começou em 2007, entre PT e PMDB. “Trazer o Lula pra tentar salvar o processo de governabilidade é uma opção.

Mas não há um processo em que ambos os lados tenham voz, inclusive os membros do PMDB. Ninguém quer cargo pra nada, queremos fazer uma coalizão pra ajudar a defender nosso próprios ideais”, conclui.

O presidente da Câmara aproveita a sabatina para criticar o PT, por ter-se vendido ao sistema corrupto contra o qual sempre foi contra. “Eles fazem tudo aquilo que eles pensavam que a gente [PMDB] fazia.

O PT deixou de ser um partido para buscar sua base ideológica, e passou a competir da mesma forma que os outros competiam, usou todas as praticas que ele condenou”, arremata.

Participam da bancada desta edição os jornalistas Luiz Antônio Novaes, chefe da sucursal do jornal O Globo em São Paulo; Maria Cristina Fernandes, colunista do Valor Econômico; José Alberto Bombig, editor de política da revista Época; e Vera Magalhães, editora da coluna Painel, da Folha de S. Paulo. 

O Roda Viva conta, ainda, com a presença fixa do cartunista Paulo Caruso. Aqui


17 de março de 2015
movcc

A ENTREVISTA DE AÉCIO QUE PAUTOU DILMA



Abaixo, a dura entrevista dada por Aécio Neves a Rádio Gaúcha ontem pela manhã, que pautou o "humilde" pronunciamento dado à tarde por Dilma Rousseff.

(O Globo) Em entrevista de 20 minutos à rádio Gaúcha de Porto Alegre, na manhã desta segunda-feira, o senador Aécio Neves (PSDB) lamentou que a presidente Dilma Rousseff (PT) não tenha se dignado a “vir olhar nos olhos dos brasileiros” depois das manifestações anti-governo realizadas em todo o país no domingo. Segundo Aécio, os ministros José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Miguel Rossetto, da Secretaria-Geral da Presidência da República, escalados para fazer a defesa do governo neste domingo, “não entenderam absolutamente nada”. Ele classificou o pronunciamento da noite de domingo como “patético”.

O senador tucano disse ainda que não torce pelo impeachment da presidente, mas que as condições de ordem política para que isso ocorra “não estão longe”. O senador reconheceu, entretanto, que o componente jurídico para um eventual afastamento da presidente “não está colocado”. Mas ressalvou que o impeachment é uma previsão constitucional e que falar no assunto “não é golpe”.

- A reação do governo (aos protestos) me chamou muito a atenção. Em primeiro lugar, depois de uma manifestação com essas dimensões, a presidente não se dignou a vir olhar nos olhos dos brasileiros, tentar entender minimamente o que está acontecendo. Escala dois ministros que parece não estavam no Brasil, não estavam sequer no planeta Terra nesse último dia (domingo), que não entenderam absolutamente nada. O ministro (Miguel) Rossetto chegou a dizer que quem estava na rua eram aqueles que não votaram na presidente. Eu me sinto até homenageado por essa afirmação de que todos que foram para as ruas eram meus eleitores. Se fosse assim, certamente eu teria vencido as eleições, e o Brasil não assistiria a um depoimento tão patético como esse, acompanhado de um grande panelaço - afirmou o senador.

Na entrevista, Aécio disse que o PT “tentou carimbar” as manifestações de domingo como se fossem uma tentativa de realizar um terceiro turno no país depois das eleições de outubro de 2014. Segundo ele, “foi mais um enorme equívoco” do governo.

- A manifestação vem mostrar um sentimento de indignação da sociedade brasileira com várias questões, como a corrupção deslavada, como a baixíssima qualidade dos serviços públicos e, em especial, com a mentira que foi a condutora da campanha de reeleição da presidente - disse. Aécio minimizou a “minoria inaceitável” que defende uma ruptura institucional, referindo-se aos cartazes pedindo intervenção militar para solucionar a crise, e pediu uma mea-culpa a Dilma Rousseff pela “baixa qualidade do ministério” e pela “interferência absurda” em setores estratégicos da economia, como da energia elétrica.

- Temos um governo nas cordas, que não consegue reagir minimamente a essas manifestações. Quanto mais distante desse sentimento, mais difícil será governar daqui por diante. A presidente precisa fazer um mea-culpa, pois todos nós estamos sujeitos a erros. E esse sentimento das pessoas, de que foram lesadas e enganadas pelo discurso da candidata, ajuda a alimentar esse caldo. Em qualquer situação, reconhecer os equívocos é o primeiro ponto para mostrar sinceridade na mudança de rumo - opinou.

O senador também refutou a tese de que a estratégia da oposição é ver a presidente “sangrar” em público até o final do seu mandato, como declarou o senador tucano Aloysio Nunes Ferreira (SP). “Queremos que o governo acorde. Que mude sua comunicação e sua forma de agir”, resumiu.

Ele afirmou que incentivou as manifestações, mas que preferiu não participar diretamente dos atos por entender que era o momento do povo ir às ruas e mostrar sua força. Aécio também respondeu que, caso tivesse sido eleito, enfrentaria “enormes dificuldades”, mas teria como vantagem o seu discurso de campanha:

- Dissemos a verdade durante a campanha. Seríamos o governo da previsibilidade. Esse governo vive uma crise de desconfiança que nós não viveríamos. O atual governo é ineficiente e corrupto - avaliou.

17 de março de 2015
in coroneLeaks

DILMA MENTIU SOBRE O FIES. DE NOVO!




No vídeo acima, Dilma comemora junto com Mercadante a marca de 1 milhão de contratos firmados pelo FIES.
declaração da presidente Dilma Rousseff sobre as mudanças no Fies (Fundo de Financiamento Estudantil) foi contestada pelo diretor executivo da ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior), Sólon Caldas. O executivo critica a ideia de que o governo "passou" a responsabilidade pelas matrículas do Fies ao setor privado, como declarou a presidente. "Quem analisa os pedidos de financiamento e libera os recursos é o governo", disse o executivo. Mais cedo, Dilma afirmou que "o governo cometeu um erro e passou para o setor privado o controle dos cursos (do Fies)". "É um erro que cometemos. Detectamos, voltamos atrás e estamos ajustando o programa", completou.

Em abril de 2014, o então ministro da Educação, Henrique Paim, foi a uma audiência pública na Comissão de Educação do Senado, onde colocou o Novo Fies como a redenção do ensino superior e a  grande alavanca para o crescimento das matrículas no país. Vejam, abaixo, lâmina apresentada por ele:


Obviamente, o descontrole ocorreu no governo, em mais uma iniciativa eleitoreira em busca da reeleição. A culpa é de Dilma. Vejam que o número de financiamentos saltou de 230 mil para 1,5 milhão durante o seu primeiro mandato. Quem libera o dinheiro é o FNDE, Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.A instituição de ensino apenas faz a triagem, encaminha a documentação e monitora o processo.

O FIES é mais uma promessa que Dilma fez para se eleger e agora está descumprindo. E o pior. Jogando a culpa em cima das instituições privadas de ensino superior, as grandes responsáveis pelo aumento de matrículas nos últimos anos no país.

17 de março de 2015
in coroneLeaks