Como dizia o grande humorista Paulo Silvino, “perguntar não ofende”. Então, o povo quer saber se o criativo ministro Dias Tofolli, inventor da tese da plausibilidade da inocência de José Dirceu, vai ou não vai explicar por que recebe uma mesada de R$ 100 mil mensais de sua mulher, a advogada Roberta Maria Rangel.
A edição desta semana da revista digital Crusoé denuncia que os repasses de R$ 100 mil ao ministro do Supremo Tribunal Federal saem de uma conta de Roberta no banco Itaú, com destino a outra mantida em nome do casal no banco Mercantil do Brasil.
Os repasses, de acordo com a publicação, foram realizados ao menos desde 2015 e somam R$ 4,5 milhões. Dos R$ 100 mil mensais depositados pela mulher de Toffoli, diz a revista, metade (R$ 50 mil) é transferida para a ex-mulher do ministro, Mônica Ortega, e o restante é utilizado para custear suas despesas pessoais. Ainda segundo a reportagem, a conta é operada por um funcionário do gabinete de Toffoli.
IMPEACHMENT – No linguajar policial, a existência desta conta é tipo “batom na cueca”, não existe possibilidade de defesa. Por isso, a mesada pode motivar um pedido de impeachment do ministro, que jamais deveria ter sido nomeado para o Supremo, pois não tinha notório saber e agora não tem reputação ilibada.
Não é o primeiro ato pouco republicano de Toffoli, que há alguns anos aceitou a reforma de sua casa pela empreiteira OAS, segundo revelou o ex-presidente da empresa, Léo Pinheiro.
Na reportagem, a revista digital Crusoé revelou que, em 2015, a área técnica do Mercantil encontrou indícios de lavagem de dinheiro nas transações efetuadas na conta do ministro, mas a diretoria do banco ordenou que as informações não fossem encaminhadas para o Coaf, órgão de inteligência financeira do Brasil. Todos os bancos são obrigados a comunicar ao Coaf transações suspeitas de lavagem de dinheiro, mas como se tratava de um ministro do Supremo, deixaram para lá…
30 de julho de 2018
Carlos Newton