Dilma Rousseff deveria renunciar ao cargo de Presidenta e à candidatura reeleitoral ao Palácio do Planalto, se o Brasil fosse um País normal, sério e com segurança jurídica. Como não é, o cinismo da corrupta e mentirosa politicagem impera nos três poderes. Por causa da sem-vergonhice institucional, as revelações criminosas dos “colaboradores premiados” da Lava Jato produzem apenas o efeito de escandalizar a opinião pública. Os verdadeiros e poderosos chefões do esquema continuam livres e soltos, apostando na impunidade ampla, geral e irrestrita.
Na defensiva, ainda aparelhando a máquina pública, o sistema de governança do crime organizado prepara mais um malabarismo para continuar mandando e se apoderando do “Condomínio” (termo usado pelos mafiosos de Brasília para definir o Brasil da corrupção, da carestia, da canalhice e do capimunismo). Partindo para a ofensiva, a organização criminosa conta com recursos infinitos e a ignorância ou fanatismo de milhões de incautos brasileiros para continuar vomitando inverdades no horário eleitoral gratuito, como se o PTitanic já não tivesse afundado moralmente. O PT perdeu todas as condições morais e políticas para continuar se apoderando do País. Passou da hora de demitir a “Síndica” e seus parceiros.
Toda a diretoria da Petrobras deveria pedir demissão junto com a Dilma (mas, claro, isto não acontecerá). Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef (uma espécie de banco central paralelo no mercado de câmbio), junto com outros “colaboradores premiados” nos processos da Operação lava Jato denunciaram como funcionam as relações de negócio impostas pela politicagem às “empresas estatais” e aos empresários que negociam com elas. Agora vieram à tona, para destronar os petralhas, declarações e provas concretas de crimes bilionários contra o patrimônio público. Os mais inocentes sonham com punição aos culpados. No entanto, a tendência é que o resultado final do escândalo seja atenuado e abafado, punindo apenas alguns bodes expiatórios, como aconteceu com o Mensalão e outros escândalos mais ou menos votados.
Curioso é recordar que Paulo Roberto Costa teria dito, meses atrás, que, se abrisse a boca e contasse tudo, não haveria eleição... Pois ele fez muito mais que abrir a boca: delatou políticos poderosos – muitos já eleitos domingo passado ou sob risco de manter o emprego dado pelo eleitor neste segundo turno. Por enquanto, só foram poupados aqueles que têm direito a foro privilegiado - que serão analisados pelo Supremo Tribunal Federal. Assim, a chance de pizza é gigantesca...
O eleitor ainda foi ontem barbaramente torturado pela voz de Dilma Rousseff, nos 10 minutinhos de propaganda no rádio e televisão, se vendendo, em repetidas e insistentes frases de efeito, como “combatente da corrupção”. A propaganda política foi transformada em um show sem graça de cinismo, depois do noticiário que reproduziu, em áudio providencial e politicamente vazado, as confissões bombásticas do Paulinho (como Luiz Inácio da Silva se referia ao “companheiro” Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras).
Uma manobra midiática arrasou com o desgoverno petralha. Dilma perdeu ontem a última condição de governabilidade que lhe restava. Se tivesse um mínimo de vergonha, renunciaria ao mandato e à candidatura. Claro, não fará nada disto. Sabe, perfeitamente, que já perdeu a reeleição para Aécio Neves. A prioridade dos petistas, a partir de agora, é minimizar os estragos causados pelos escândalos da Lava Jato, Petrobras, Porto Seguro, Mensalão e, como se não bastasse, o recente uso eleitoreiro dos Correios, junto com a acintosa compra de votos que ajudou a base aliada a se manter no poder.
A tática urgente consiste em negociar a impunidade programada. Mal ou bem comparando, será o mesmo que amputar um dedo para preservar a mão grande (como já aconteceu, no passado, com alguns notáveis falsários que conseguiram aposentadoria por invalidez, depois de ficar apenas com nove dedos). Resta aguardar para saber se o provável próximo Presidente da República, o conciliador Aécio Neves, cometerá a insanidade de confundir tolerância com conivência, em nome dos “interesses da nação e da governabilidade”, impedindo uma punição rigorosa contra os poderosos chefões da organização politicamente criminosa que rouba e esculhamba o Brasil.
Será que teremos uma repetição do rigor seletivo que fingiu punir apenas alguns gatos pingados (a maioria já soltos) do Mensalão? Será que o judiciário, por conveniência política, novamente, deixará de fazer Justiça no País sem Segurança do Direito? É altíssima a probabilidade de que tal “jeitinho” ocorra. O brasileiro, além de memória curtíssima, parece ter reduzida vergonha na cara. É só examinar, superficialmente, a cara de pau ou a ignorância imperdoável dos milhões de eleitores do nazicomunopetralhismo. Idiotas ou canalhas, embora não sejam maioria, praticamente têm papel hegemônico no cenário eleitoral. E nada custa recordar: sob fraude, Dilma ainda pode se reeleger...
A “sorte” é que se confirma aquilo que o Alerta Total vem chamando atenção desde 16 de dezembro do ano passado. A Oligarquia Financeira Transnacional resolveu que Dilma Rousseff deve perder o cargo de “síndica do condomínio”. Na hora certa, o poder econômico paralelo financiou o “milagre” jurídico e midiático de vazar, para o grande público bestificado, todas as revelações feitas em sigilo judicial pelos delatores premiados da Lava Jato. Tal fenômeno não acontece por acaso e, muito menos, natural ou gratuitamente...
A petralhada está PT da vida e aloprada. O PTitanic afundou. No entanto, sua orquestra continua tocando, a pleno vapor, no submundo. Os bilhões por eles roubados da máquina pública continuam com eles. Quem tem o poder econômico paralelo tem muitas chances de assegurar muito poder político, na hora em que as coisas ficarem muito pretas (ou ainda mais nigérrimas do que já estão). A bomba será jogada no colo de Aécio Neves. Tomara que neto de Tancredo tenha sabedoria para desarmá-la, apoiando ações efetivas para punir os bandidos.
Tal esperança, quase um sonho inocente, esbarra nas incestuosas relações políticas e econômicas no Brasil. Sempre que a safadeza é ampla, envolvendo quem tem poder e muita grana, a tendência é pela “acomodação” (que os sociólogos chamam, por aqui, de “conciliação”). É mais fácil Aécio “conciliar” com o PT do que produzir uma política de terra arrasada contra os “primos”. A esgotosfera política funciona deste jeito no Brasil. Só um meteoro caindo aqui, para o País ser reinventado, é que pode mudar tal tendência.
Agora, a prioridade máxima definida pelos controladores do Brasil é tirar o PT do poder, e PT saudações. No entanto, isto não basta. O perigo ainda maior é, se Aécio vencer e não for bem no governo, o PT retornar daqui a quatro anos (como já defendeu o radical presidente do PT, Rui Falcão, já lançando a prematura candidatura presidencial do mítico Luiz Inácio Lula da Silva para o distante ano de 2018).
Todo mundo concorda que o Brasil precisa mudar, mas os poderosos de plantão só querem que ele mude para ficar a mesma coisa... Dificilmente tal sina será alterada – a não ser por um milagre (coisa nada fácil de acontecer). Vamos às ilusões da dedada obrigatória nas urnas eletrônicas que não permitem conferência e nem recontagem dos votos por impressão... O Aécio deve vencer... Resta aguardar o que vai sobrar para ele... A petralhada, que aparelhou a máquina estatal, só vai largar o osso depois de muita briga e sabotagem...
Para nós vai sobrar o de sempre, a partir de 26 de outubro: inflação, carestia, reajuste violento de tarifas, desemprego, provável aumento de impostos e juros – no mesmo ambiente de violência e insegurança, sem reformas políticas concretas no front... Quem sobreviver verá...
Taxas atraentes
Se a petralhada reclamar que existe uma campanha orquestrada contra eles é melhor acreditar neles, pela primeira vez...
Sem pânico?
Relaxa e goza
O PT assassinou a própria reputação... O que falta mais?
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!
10 de outubro de 2014
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.