"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 29 de agosto de 2015

O ATENTADO AO PIXULECO

Lula Inflado: Crise Histérica, Crise de Consciência ou Ameaça? Uma análise sociológica do atentado sofrido pelo boneco pixuleco


Lula Inflado foi covardemente esfaqueado por uma militante petista, fosse no Rio de Janeiro ela estaria presa, afinal lá portar faca na rua é crime. Em São Paulo parece que sairá impune. Esse texto analisa três hipóteses motivacionais desse crime.

Hipótese 1: Crise Histérica. Histérico é, por definição, quem nega a realidade. O histérico sente o que pensa, se a realidade vai contra seus pensamentos então pior para a realidade. Por anos foi criado no imaginário popular a figura do bom selvagem, aquele ente místico analfabeto, puro, e sem contato prévio com a civilização, que traria lições importantes para a sociedade. No Brasil, tal personagem assumiu a figura de Lula. Quando a militante petista viu seu “bom selvagem” vestido como um criminoso comum toda uma sorte de dispositivos psíquicos foi ativada, e ela agiu. Não importam os escândalos, não importa o enriquecimento meteórico da família Lula, não importam as provas e evidências, o histérico já decidiu que em seu mundo não há espaço para um selvagem fora da lei, e se acaso ocorrer isso é melhor acabar com essa evidência. Se essa hipótese for verdadeira Lula deveria ficar preocupado, quem mata um boneco pode perfeitamente matar o titular. Pessoas histéricas são perigosas de contrariar.

Hipótese 2: Crise de Consciência. Uma pessoa que por anos, talvez décadas, professa a inocência e pureza de seu ídolo, que aceita as mais esfarrapadas desculpas no caso do mensalão, que dá dinheiro para a “vaquinha” do Zé Dirceu... bom, talvez um dia essa pessoa acorde. E quando acordar poderá ter uma crise de consciência, afinal não deve ser fácil para uma pessoa honesta apoiar a mentira. Ao ver o boneco de Lula Inflado vestido a caráter em sua frente, talvez essa petista tenha tido um impulso de se libertar de seu passado, e de maneira figurada matar um dos responsáveis por seu erro. Nesse caso, me parece que Lula pode ficar tranquilo. A pessoa já descarregou sua raiva no boneco.

Hipótese 3: Ameaça. Talvez o atentado a Lula Inflado tenha sido uma ameaça. Uma ameaça aos que ousam exigir justiça, uma ameaça aos que acreditam que ninguém está acima da lei. Nesse caso, nós devemos ficar preocupados. Mas talvez a ameaça seja a Lula. Talvez o que o subconsciente dessa petista esteja dizendo é que prefere ver Lula morto a vê-lo preso. Nesse caso é Lula quem deveria ficar preocupado. Convenhamos, não seria a primeira vez que a esquerda mata de seus próprios quadros para evitar vexames maiores ou criar mártires.

Vendo o ataque covarde desferido a um boneco, confesso que fico preocupado com Lula. Acho que está na hora dele começar a andar com seguranças, os esquerdistas são perigosos e vingativos, e tal como na hipótese três podem preferir vê-lo morto a vê-lo preso. Eu sou um legalista, defendo a lei. Quero ver Lula respondendo na justiça pelo petrolão e pelos demais absurdos de corrupção que seu partido perpetrou. Infelizmente para Lula seus companheiros de partido não são tão civilizados assim. Fica aqui a lição básica: não se cria um monstro pensando que pode-se controlá-lo. O PT criou vários monstros, o custo disso para nossa sociedade será alto.

Como esquerdistas insistem em não saber ler, repito: hoje o maior risco a integridade física do ex-presidente Lula vem de sua própria militância. O exemplo do boneco pixuleco é esclarecedor. Nós brasileiros honestos ansiamos por ver Lula respondendo por seus crimes frente a justiça do homem, nós o queremos vivo e bem de saúde.

Por fim, ressalto um problema crônico que costuma assolar líderes de esquerda: sua incapacidade de rir de si mesmo, sua incapacidade quase que patológica de não se levar tão a sério. Fosse o boneco de Maluf e eu aposto com vocês que o próprio Maluf já tinha aparecido lá pra tirar fotos com o boneco.

29 de agosto de 2015
Adolfo Sachsida

PLANALTO EMPREGA VINTE VEZES MAIS QUE A CASA BRANCA

PLANALTO EMPREGA 18 MIL FUNCIONÁRIOS; NA CASA BRANCA SÃO 456

ALÉM DAS BOQUINHAS EM BRASÍLIA, PRESIDÊNCIA TEM 6 MIL FORA DO DF. FOTO: RICARDO PENNA


A presidente Dilma tem sob seu comando mais de 18,2 mil funcionários na Presidência da República, segundo o último boletim de pessoal do Ministério do Planejamento. Antes de anunciar que quer cortar só 3% de cargos, ela levou para a barra da calça, com todas as boquinhas, a Agência Nacional de Aviação Civil, em 2012, e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários, em 2013, além de ABIN, AGU, CGU, IPEA ... A Casa Branca, sede da Presidência dos EUA, tem 456 funcionários.

ANAC, ANTAQ, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e a Agência Brasileira de Inteligência somam 2,4 mil cargos à estrutura inchada.

A Controladoria-Geral da União e a Advocacia-Geral da União têm o grosso dos cargos com 2.464 e 9.199 funcionários, respectivamente.

Impressiona o fato de a Presidência manter mais de 6 mil funcionários “trabalhando” fora do Distrito Federal. Cerca de 1,1 mil no RJ e em SP.

Desde que chegou à Presidência, Dilma criou mais de 14 mil cargos comissionados e está prestes a atingir a marca de 100 mil boquinhas.



29 de agosto de 2015
diário do poder

A INÚTIL AGRESSÃO A UMA IMAGEM JÁ BORRADA PELA CORRUPÇÃO

PETISTAS RASGAM O BONECO 171 DE LULA NO CENTRO DE SÃO PAULO




Delegado queria prender o Boneco e soltar os agressores















Apoiadores e opositores do governo Dilma se envolveram em confusão nesta sexta-feira (26) depois que um boneco inflável do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vestido de presidiário foi rasgado no viaduto do Chá, na frente da Prefeitura de São Paulo.
Apelidado de “Pixuleko”, o boneco que ganhou fama instantânea durante as manifestações pró-impeachment de Dilma Rousseff do dia 16, iniciou um tour pelo país. Nesta manhã, foi exibido na zona sul de São Paulo.
A confusão envolvendo o boneco começou depois que um homem que passava pelo local tentou danificar o equipamento usado para inflá-lo.
O homem foi contido pela Guarda Civil Metropolitana. Em seguida, foi hostilizado pelos manifestantes, que tentaram agredi-lo e interromperam o trânsito no viaduto por alguns minutos.
“Eu não sou obrigado a ver isso aí. Fosse um boneco de 5 cm do Alckmin, alguém dava um tiro em dois segundos”, afirmou o rapaz, que não quis se identificar.
OFENSAS
Nesse momento, simpatizantes do governo que foram atraídos pela movimentação começaram a trocar ofensas com o primeiro grupo de manifestantes e gritar em apoio à presidente Dilma Rousseff e a Lula.
Na confusão, alguém fez um rasgo no boneco, aparentemente com uma faca. A Guarda Civil então deteve a estudante de direito Emmanuelle Thomazielo, 21, apontada pelas lideranças da manifestação como responsável pelo rasgo, e levou-a para uma delegacia próxima. Segundo os guardas, o objetivo era protegê-la dos manifestantes.
Enquanto Thomazielo entrava no carro da Guarda, manifestantes tentavam agredi-la e gritavam “vai perder sua teta”.
Por telefone, ela negou que tenha furado o boneco. “Estava no meio da confusão e me pegaram”, afirmou à Folha.
Depois do incidente, o boneco foi desinflado pela empresa contratada pelos movimentos pró-impeachment. Os líderes dos movimentos foram embora em seguida, mas opositores e simpatizantes do governo continuaram discutindo, observados pela Guarda Civil e pela Polícia Militar.
O incidente foi lamentado por Ricardo Honorato, integrante do Movimento Brasil e responsável por ter levado o boneco ao protesto de 16 de agosto em Brasília.
Segundo ele, “Pixuleko” passará por novo “check-up” e não interromperá seu tour por outras cidades brasileiras. “Não é isso que vai nos impedir de ele viajar por todo o país, mesmo que a cada aparição ele tenha de ser consertado”, disse.
O delegado do 3º DP pediu a retenção do boneco para perícia, mas os donos disseram que ele está a caminho de Maceió, onde será consertado. “Querem prender o ‘Pixuleko’ e deixar o Lula solto? Puta sacanagem” reclamou Marcello Reis, líder do Revoltados On Line.
Com pedidos de visitas em todo o país, o Movimento Brasil ainda não decidiu se “Pixuleko” deve continuar no próximo mês na Região Sudeste, em Estados como Minas Gerais e Espírito Santo, ou trilhar caminhos mais longo, viajando à Região Nordeste.
O nome do boneco de plástico é uma referência ao termo que teria sido usado pelo ex-tesoureiro do PT http://tribunadainternet.com.br/wp-admin/post-new.phpJoão Vaccari Neto para se referir a propina, segundo o empreiteiro Ricardo Pessoa, delator da Operação Lava Jato.
‘DESTRUIÇÃO’
O presidente do PT, Rui Falcão, disse nesta sexta que a exibição do boneco como se Lula fosse um ladrão comum faz parte de uma campanha de destruição da imagem do PT.
Citando uma expressão usada num artigo do ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM), ele disse que há uma tentativa de desconstrução da imagem de Lula.
“Estão tentando derreter o Lula para destruir o PT. Eles sabem qual é a liderança, qual é a força politica que tem o PT. Isso já vinha antes de a gente ter a Presidência. Tem uma série de episódios de tentar destruir o PT e destruir o Lula. São os mitos: casa do Morumbi, fortuna do Lula, conta no exterior, uma série de ataques”.
Segundo Falcão, o PT também é alvo de ataques. “Era da bagunça, da greve, os barbudos. Isso faz parte da campanha de tentativa de destruição”, disse.
29 de agosto de 2015
Bruno Fávero e Cátia SeabraFolha

INFANTICÍDIO INDÍGENA É CRIME



Nem só de Operação Lava Jato viveu a semana hoje concluída. Temas de mais significado do que a roubalheira foram debatidos no Congresso, como o direito à vida. Senadores discutiram o limite à cultura dos povos indígenas que praticam o infanticídio. Em muitas tribos, quando a mãe morre por conta de complicações no parto, o bebê é deixado ao léu, abandonado e condenado sem que ninguém se ofereça para cuidar dele. Nem parentes, nem vizinhos, nem o cacique nem o pajé. A agonia pode levar dias e a comunidade dá de ombros, sob o pretexto de a natureza seguir o seu curso. Não raro até a Funai se omite, alegando proteção aos valores culturais dos habitantes de determinada aldeia.
Deve a civilização fechar os olhos? Assim se manifestaram o PT, o PC do B e o PSOL, ficando a questão ainda inconclusa, à espera de mais debates. Cabe ao Estado politicamente organizado cruzar os braços? Ou precisa interferir para salvar vidas inocentes? Antropólogos e sociólogos se dividem, mas em grande maioria os políticos, dessa vez, parece que cumprem seu dever. Estão os senadores a um passo de estabelecer mecanismos para tentar evitar o infanticídio, que é crime. A autoridade pública tem a obrigação de agir, sempre que um desses casos for detectado. Não parece fácil, mas impossível não será recolher os bebês abandonados e entregá-los a instituições ou famílias capazes de ampará-los.
NOVA DERROTA?
Prepara-se o governo para colher nova derrota no Congresso. Não há hipótese de deputados e senadores aprovarem o retorno da CPMF, como será proposto nos próximos dias pelo palácio do Planalto. A infeliz ideia deve-se ao ministro da Fazenda, Joaquim Levy, esperando arrecadar 84 bilhões desse novo imposto sobre o cheque. Sofrerão pobres e ricos, apesar do chamariz alardeado pelo governo, de que parte desses recursos serão destinados a Estados e Municípios. O antigo imposto era para recuperar a saúde pública, mas foi usado para todo tipo de desvios e trambiques. Agora, perderam a vergonha, admitindo que o novo atenderá reclamos de governadores e prefeitos. Felizmente, deverá malograr mais esse esbulho.
BARRADA NA PRÓPRIA CASA
Teria sido cômico se não fosse trágico o episódio de quinta-feira, no palácio do Planalto, quando um funcionário barrou a entrada da presidente Dilma num dos salões onde se reuniam atletas olímpicos. À maneira de um guarda de trânsito, com os braços estendidos, o embaixador Fernando Igreja, interino na chefia do Cerimonial, impediu Madame de seguir adiante, recebendo depois ampla reprimenda e alguns elogios da oposição: “fez o que   gostaríamos de ter feito…”
E SE ACHAREM?
Declarou o vice Michel Temer que o Tribunal Superior Eleitoral não achará nada de errado nas contas de campanha presidencial do ano passado, praticado pela então candidata Dilma e ele. O diabo é se acharem…
29 de agosto de 2015
Carlos Chagas

O HUMOR DO ALPINO...

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29 de agosto de 2015

CONHEÇA A EMPREGADA DOMÉSTICA QUE VAI DESTRUIR DILMA ROUSSEFF



 Ângela teria ganho R$ 1,6 milhão na campanha de Dilma
Não adianta o presidente do PT, Rui Falcão, alegar que a exibição do boneco de Lula como se fosse um ladrão comum faz parte de uma campanha de destruição da imagem do PT. O que existe é que o Partido dos Trabalhadores está completamente desmoralizado e já caiu no ridículo, que é o último estágio da derrocada política.
Esfaquear o boneco inflado de Lula, para tentar destruí-lo, como acontece ontem em São Paulo, é uma ação patética e improdutiva, que não consegue enfraquecer o movimento contra o PT e acaba por fortalecê-lo. Agora, é provável que o boneco se multiplique e apareça também em bottons, camisetas, bandeiras e adesivos, como se fosse uma griffe da moda.
SENTINDO PENA…
É triste quando a gente diz que está sentindo pena de alguém. Mas às vezes este sentimento é inevitável. Hoje, o ex-presidente Lula, que chegou a ser um dos políticos mais importantes do mundo, passou a ser digno de pena. Ao invés de seguir o exemplo de Nelson Mandela e se tornar um ídolo mundial, a ser eternamente cultuado, travestiu-se em novo-rico vulgar, serviçal das elites e traidor das causas populares. Com seus ternos Armani e vinhos de R$ 300 a garrafa, Lula é hoje uma caricatura dele próprio. Vendeu-se por 30 dinheiros e já está totalmente desacreditado, como um pobre menino rico do tipo mafioso.
DILMA, A SUCESSORA
O mesmo fenômeno ocorreu com Dilma Rousseff, a sucessora escolhida a dedo, eleita e reeleita pelo esforço único e exclusivo de Lula, nos bons tempos, quando as pessoas ainda acreditavam nele. Era a primeira mulher a ocupar a Presidência de um país importante como o Brasil, quinto maior do mundo, com a sexta população e a oitava economia, uma potência de fato emergente. E ainda tinha o charme de um passado de lutas libertárias contra a ditadura militar.
Mas Dilma o que fez? Começou fraudando a própria biografia, dizendo-se “doutorada” pela Universidade de Campinas, sem jamais ter feito mestrado. Para quê isso? Depois, a arrogância, o desprezo pelos auxiliares. Alguns dos 39 ministros jamais foram chamados a audiência por ela, que se recusou repetidas vezes a receber até mesmo Eduardo Suplicy, uma figura lendária do PT.
O pior foi que a falsa doutorada decidiu comandar pessoalmente a economia, humilhando o então ministro Guido Mantega, um carreirista que a tudo se submeteu, sem lhe passar pela cabeça a hombridade de pedir demissão. O resultado aí está, um país à deriva, naufragando como um Titanic sem iceberg.
DIGNA DE PENA
Hoje, Dilma Vana Rousseff também é digna de pena. Cercada de áulicos e falsos amigos, vive no eixo Alvorada/Planalto uma realidade própria, criada por ela. É um caso patológico, a ser estudado futuramente, para identificar se ela realmente percebe o mal que está fazendo aos brasileiros. Enquanto tudo desaba a ser redor, ela vive delirante como Alice no País das Maravilhas.
Ditadora, fixa regras para o ministro Joaquim Levy, que não é nenhuma sumidade, longe disso, mas pelo menos conhece os conceitos básicos de economia. Humilha publicamente o embaixador-chefe do cerimonial do palácio, apenas porque as vitoriosas atletas cadeirantes precisavam se posicionar antes da entrada triunfal da vaidosa presidente, que, ao contrário delas, só coleciona fracassos, tudo o que faz dá errado.
Em seus delírios de grandeza, realimentados pela operação plástica do final do ano e pela dieta impiedosa a que se submete, ela pensa que ficará até o final de 2018. Sonhar ainda não é proibido. Mas a realidade se mostra muito mais criativa.
O CASEIRO E A DOMÉSTICA
O todo-poderoso ministro Antonio Palocci, preferido das elites e que seria candidato no lugar de José Dirceu em 2010, foi destruído pelo caseiro Francenildo, que até hoje não recebeu sua justa indenização.
Dilma Rousseff, que teve a sorte de assumir o lugar de Dirceu e Palocci, vai ser demolida por uma empregada doméstica chamada Angela Maria do Nascimento, cujo nome foi usado para receber R$ 1,6 milhão na campanha da candidata petista à Presidência da República.
Aí você pergunta: “Que país é este?”. E o trio Francelino Pereira, Renato Russo e Renato Duque responde: “É um país surpreendente”.

29 de agosto de 2015
Carlos Newton

DEVASSANDO O LOBBYSMO PETRALHA

CPIS TENTAM DEVASSAR RELAÇÕES ÍNTIMAS DE LULA COM EMPREITEIROS


Lula e Odebrecht, tudo a ver
As três CPIs bancadas por Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na Câmara tentam chegar ao envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com empreiteiros. Numa das frentes, as comissões aprovaram requerimentos para ouvir executivos presos pela Operação Lava Jato, ex-presidentes do Banco Nacional de Desenvolvimento e Social (BNDES) e o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil de Lula). Em outra, interpelaram petistas próximos à cúpula da sigla.
Logo após ter anunciado seu rompimento com a gestão Dilma, Cunha deu prosseguimento à criação de duas CPIs contrárias aos interesses do governo e do PT: BNDES e Fundos de Pensão. Elas se somaram à da Petrobras, ativa desde o 1.º semestre.
Esta semana. na CPI da Petrobras, além de Dirceu, foi convocado o ex-diretor da Odebrecht Alexandrino Alencar. Em relatório da 14 ª fase da Lava Jato, a PF informou ao juiz Sérgio Moro que Lula conversou com Alexandrino em 15 de junho, quatro dias antes de o executivo e Marcelo Odebrecht, presidente da empreiteira, serem presos. Segundo o relatório, Lula estaria preocupado com “assuntos do BNDES”. A PF não grampeou Lula. Os investigadores monitoravam Alexandrino.
OUTROS CONVOCADOS
Foram aprovadas ainda as convocações de César Rocha e Márcio Faria, executivos da Odebrecht; Jorge Zelada, ex-diretor de Internacional da Petrobras; Celso Araripe de Oliveira, ex-gerente da Petrobras; Fernando de Moura, considerado elo do PT e de Dirceu na Petrobras; e Elton Negrão, executivo da Andrade Gutierrez. Anteriormente, já havia sido convocado Marcelo Odebrecht. Dirceu será ouvido segunda-feira em Curitiba, onde está preso desde julho.
Lula e a cúpula do PT avaliam que o risco de Dilma ter o mandato abreviado diminuiu nos últimos dias após ela ter se aproximado do empresariado. O alvo dos adversários agora é impedir que Lula e o PT cheguem em boas condições de disputa às eleições de 2018
Segundo um interlocutor de Lula, o ex-presidente está convencido de que os objetivos dos adversários agora são enfraquecer a imagem dele próprio e “aniquilar” o PT até a eleição de 2018. A principal arma da oposição seria a Operação Lava Jato.
NA CPI DO BNDES
A CPI do BNDES ouviu quinta-feira o presidente do banco, Luciano Coutinho. Nos questionamentos, o alvo prioritário foi Lula. Antes mesmo de Coutinho começar a falar, foi aprovada a convocação de todos os presidentes do banco de 2003 a 2015 – período que engloba os governos Lula e Dilma.
Dentre eles, o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega, que comandou a instituição de novembro de 2004 a março de 2006. Na lista estão ainda Eleazar de Carvalho Filho (nomeado pelo tucano Fernando Henrique Cardoso), Carlos Lessa e Demian Fiocca.
Em cerca de seis horas de depoimento, Coutinho teve de responder por mais de uma vez se Lula interferia no BNDES. Isso porque os parlamentares levantaram coincidências entre os países que receberam financiamentos do banco e aqueles que são alvo das ações do Instituto Lula na América Latina e na África.
FUNDOS DE PENSÃO
A CPI dos Fundos de Pensão interrogou o diretor-presidente da Funcef, Carlos Alberto Caser. Os questionamentos abordaram desde o fato de ser filiado ao PT e defender o partido em sua página no Facebook até a influência de sua preferência partidária nos investimentos do fundo. A Sete Brasil, empresa alvo da Lava Jato e na qual o fundo mantém investimentos, foi citada.

29 de agosto de 2015
Deu no Estadão

O QUE MAIS É PRECISO PARA SE FAZER JUSTIÇA?

“ÉPOCA” CONFIRMA QUE LULA FAZIA LOBBY PARA A ODEBRECHT NO EXTERIOR



CRIATIVOS Lula em visita a Raúl Castro, em 2014. De uma reunião de Lula com a Odebrecht, saíram ideias para obter novos financiamentos (Foto:  Instituto Lula)
No dia 31 de maio de 2011, meses após deixar o Palácio do Planalto, o petista Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Cuba pela primeira vez como ex-presidente, ao lado de José Dirceu. O presidente Raúl Castro, autoridade máxima da ditadura cubana desde que seu irmão Fidel vergara-se à velhice, recebeu Lula efusivamente. O ex-presidente estava entre companheiros.
Em seus dois mandatos, Lula, com ajuda de Dirceu, fizera de tudo para aproximar o Brasil de Cuba – um esforço diplomático e, sobretudo, comercial. Com dinheiro público do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, o Brasil passara a investir centenas de milhões de dólares nas obras do Porto de Mariel, tocadas pela Odebrecht.
Um mês antes da visita, Lula começara a receber dinheiro da empreiteira para dar palestras – e apenas palestras, segundo mantém até hoje.
INTERMEDIÁRIO
Naquele dia, porém, Lula pousava em Havana não somente como ex-presidente. Pousava como lobista informal da Odebrecht. Pousava como o único homem que detinha aquilo que a empreiteira brasileira mais precisava naquele momento: acesso privilegiado tanto ao governo de sua sucessora, a presidente Dilma Rousseff, quanto no governo dos irmãos Castro. Somente o uso desse acesso poderia assegurar os lucrativos negócios da Odebrecht em Cuba. Para que o dinheiro do BNDES continuasse irrigando as obras da empreiteira, era preciso mover as canetas certas no Brasil e em Cuba.
A visita de Lula aos irmãos Castro, naquele dia 31 de maio de 2011, é de conhecimento público. O que eles conversaram, não – e, se dependesse do governo de Dilma Rousseff, permaneceria em sigilo até 2029.
TELEGRAMAS SECRETOS
Nas últimas semanas, contudo, Época investigou os bastidores da atuação de Lula como lobista da Odebrecht em Havana, o país em que a empreiteira faturou US$ 898 milhões, o correspondente a 98% dos financiamentos do BNDES em Cuba.
A reportagem obteve telegramas secretos do Itamaraty, cujos diplomatas acompanhavam boa parte das conversas reservadas do ex-presidente em Havana, e documentos confidenciais do governo brasileiro, em que burocratas descrevem as condições camaradas dos empréstimos do BNDES às obras da Odebrecht em Cuba.
A papelada, e entrevistas reservadas com fontes envolvidas, confirma que, sim, Lula intermediou negócios para a Odebrecht em Cuba. E demonstra, em detalhes, como Lula fez isso: usava até o nome da presidente Dilma. Chegava a discutir, em reuniões com executivos da Odebrecht e Raúl Castro, minúcias dos projetos da empreiteira em Cuba, como os tipos de garantia que poderiam ser aceitas pelo BNDES para investir nas obras.
TUDO ERA SECRETO
Parte expressiva dos documentos obtidos com exclusividade por Época foi classificada como secreta pelo governo Dilma. Isso significa que só viriam a público em 15 anos. A maioria deles, porém, foi entregue ao Ministério Público Federal, em inquéritos em que se apuram irregularidades nos financiamentos do BNDES às obras em Mariel. Num outro inquérito, revelado por Época em abril,
Lula é investigado pelos procuradores pela suspeita de ter praticado o crime de tráfico de influência internacional (Artigos 332 e 337 do Código Penal), ao usar seu prestígio para unir BNDES, governos amigos na América Latina e na África e projetos de interesse da Odebrecht. Sempre que Lula se encontrava com um presidente amigo, a Odebrecht obtinha mais dinheiro do BNDES para obras contratadas pelo governo visitado pelo petista.
COINCIDÊNCIA?
O MPF investiga se a sincronia de pagamentos é coincidência – ou obra da influência de Lula.
Na ocasião, por meio do presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, o ex-presidente negou que suas viagens fossem lobby em favor da Odebrecht e que prestasse consultoria à empresa. Segundo Lula, suas palestras tinham como objetivo “cooperar para o desenvolvimento da África e apoiar a integração latino-americana”.

29 de agosto de 2015
Thiago BronzattoÉpoca