"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 8 de março de 2014

O HUMOR DO DUKE

 
08 de março de 2014


O STF TEM RAZÃO. MENSALÃO NÃO É FORMAÇÃO DE QUADRILHA


FORMAÇÃO DE QUADRILHA É ISTO AQUI!!!! 

CAMBADA!!! 

FALTAM 98 DIAS PARA A COPA DO MUNDO!!!! 
EHHHH!!!!
 VIVA O POVO BANANEIRO!!!! 
 
08 de março de 2014
omascate

PUTIN AMEAÇA CORTAR GÁS E AMPLIA CERCO À UCRANIA



Rússia usa gás para pressionar a Ucrânia
 
Moscou ameaça cortar combustível enquanto apoia referendo em região ucraniana e rejeita planos do Ocidente
Proposta de diálogo é 'digna de riso', afirma porta-voz russo; cresce contingente militar de Moscou na Crimeia

A Rússia voltou a apertar ontem o cerco sobre a Ucrânia, ao ameaçar cortar o fornecimento de gás aos vizinhos e sinalizar apoio ao referendo sobre a anexação da Crimeia à Federação Russa, no próximo dia 16.
 
A consulta, aprovada pelo Parlamento da Crimeia anteontem, recebeu o apoio do legislativo russo. O respaldo foi comemorado por cerca de 60 mil russos que faziam um ato a favor da Crimeia na praça Vermelha, em Moscou.
 
Horas depois, o presidente Vladimir Putin afirmou em comunicado que não poderia ignorar "um pedido de ajuda" vindo da Crimeia. O apoio russo acontece mesmo com as sanções dos Estados Unidos e da União Europeia aos russos.
 
A consulta é rejeitada pelo governo interino da Ucrânia e por nações ocidentais, que não desejam a divisão do país. Na véspera, o presidente americano, Barack Obama, havia dito que o referendo violava o direito internacional.
 
Para o premiê ucraniano Arseni Yatseniuk, "nenhum país civilizado reconhecerá os resultados" da consulta.
 
O Ocidente defende o diálogo entre a maioria russa do leste e o governo, do oeste. O porta-voz do governo russo, Dmitri Peskov, considera a proposta "digna de riso".
 
Para ele, a credibilidade do Ocidente acabou após o fracasso do acordo de transição assinado um dia antes da queda do presidente Viktor Yanukovich, em fevereiro.
 
O apoio político é feito enquanto militares russos sem identificação ocupam áreas da Crimeia. A Ucrânia diz que 30 mil soldados estão na região, enquanto o Pentágono fala em 20 mil.
 
Ontem, testemunhas afirmaram que os russos atacaram uma base ucraniana na Crimeia e ainda impediram o acesso da missão da Organização para a Segurança e Cooperação da Europa.
 
Ainda ontem, a Rússia aumentou a pressão econômica sobre a Ucrânia ao ameaçar cortar o fornecimento de gás natural porque o país vizinho não pagou uma dívida de US$ 1,89 bilhão (R$ 4,4 bilhões) com a russa Gazprom.
 
"Ou a Ucrânia salda a dívida, ou há o risco de voltar à situação do início de 2009", disse o presidente da empresa, Alexei Miller, em referência à crise que deixou a Europa com racionamento de gás por 20 dias no inverno.
 
Desta vez, porém, Alemanha e Hungria podem suprir o país em caso de corte no fornecimento pelos russos.
 
A União Europeia e os EUA sugeriram ações para reduzir a dependência do gás russo, como parte da ajuda à Ucrânia. O país ainda recebeu a visita de membros do FMI (Fundo Monetário Internacional).
 
Ontem, a chanceler alemã, Angela Merkel, esteve com dois presidenciáveis ucranianos, a ex-premiê Yulia Timoshenko e o ex-campeão de boxe Vitali Klitschko.
 
08 de março de 2014
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

JUSTIÇA MANTÉM LIMINAR QUE IMPEDE PREFEITURA DE SP DE DOAR TERRENO PARA O INSTITUTO LULA CANTAR AS GLÓRIAS DE... LULA!!!

 

 Leio na Folha que a Justiça manteve a liminar que impede a cidade de São Paulo de doar um terreno ao Instituto Lula para a criação de um tal museu intitulado, pomposamente, de “Memorial da Democracia”. Pra começo de conversa, o melhor da democracia pode estar no futuro. Que conversa estúpida é essa? De resto, o projeto serviria apenas para cantar as glórias de Lula e do PT, já que reuniria, entre outras coisas, o acervo que ele acumulou nos oito anos como presidente. Se eles querem privatizar a história, que o façam com os próprios recursos. O terreno está avaliado em R$ 20 milhões. Que comprem! Com algumas palestras, Lula arranca essa bufunfa do empresariado. Até sem elas! A doação foi aprovada durante a gestão Kassab.
 
Na semana passada, a Prefeitura pediu a derrubada da liminar até que se pudesse julgar o mérito. O desembargador Thomaz Borelli, da 13ª Câmara de Direito Público, não aceitou a argumentação porque, escreveu, “desde logo se entreveem situações de inconstitucionalidade”.
 
Ao conceder a liminar, afirmou o juiz Adriano Marcos Laroca: “Existe enorme risco de que o imóvel público concedido ao instituto-réu (…) seja utilizado preponderantemente para a promoção pessoal do ex-presidente Lula e de seu partido (PT), já que ele continua com sua atividade político-partidária”. Na mosca!
 
Ora, por que Lula deveria ter o direto de receber um terreno de graça? Por que o seu instituto, que é um ente privado, merece esse benefício? Escrevi a respeito no dia 15 de fevereiro de 2011. As minhas questões seguem as mesmas.
 
1: Constituição – A negativa dos petistas em participar da sessão homologatória da Constituição de 1988, uma das atitudes mais indignas tomadas até hoje por esse partido, fará parte do “Memorial da Democracia”, ou esse trecho sumirá da história?
 
2: Expulsões  A expulsão dos três deputados petistas que participaram do Colégio Eleitoral que elegeu Tancredo Neves, pondo fim à ditadura – Airton Soares, José Eudes e Bete Mendes – fará parte do “Memorial da Democracia”, ou isso também será omitido?
 
3: Governo Itamar – A expulsão de Luíza Erundina do partido porque aceitou ser ministra da Administração do governo Itamar, cuja estabilidade era fundamental para o país, entra no Memorial da Democracia, ou esse fato será eliminado?
 
4: Voto contra o Real – A mobilização do partido contra a aprovação do Plano Real integrará o acervo do Memorial da Democracia, ou os petistas farão de conta que sempre apostaram na estabilidade do país?
 
5: Guerra contra as privatizações – As guerras bucéfalas contra as privatizações — o tema anda mais atual do que nunca — e todas as indignidades ditas contra a correta e necessária entrada do capital estrangeiro em setores ditos “estratégicos” merecerá uma leitura isenta, ou o Memorial da Democracia se atreverá a reunir como virtudes todas as imposturas do partido?
 
6: Luta contra a reestruturação dos bancos – A guerra insana do petismo contra a reestruturação dos bancos públicos e privados ganhará uma área especial no Memorial da Democracia, ou os petistas farão de conta que aquilo nunca aconteceu?
 
7: Ataque à Lei de Responsabilidade Fiscal – Os petistas exporão os documentos que evidenciam que o partido recorreu à Justiça contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, tornada depois cláusula pétrea da gestão de Antônio Palocci no Ministério da Fazenda?
 
8: Mensalão  O Memorial da Democracia vai expor, enfim, a conspiração dos vigaristas que tiveram o desplante de usar dinheiro sujo para tentar criar uma espécie de Congresso paralelo, alimentado por escroques de dentro e de fora do governo?
 
9: Duda Mendonça na CPI – Haverá no Memorial da Democracia o filme do depoimento de Duda Mendonça na CPI do Mensalão, quando confessou ter recebido numa empresa no exterior o pagamento da campanha eleitoral de Lula em 2002?
 
10: Dossiê dos aloprados – O Memorial da Democracia trará a foto da montanha de dinheiro flagrada com os ditos aloprados, que tentavam fraudar as eleições em 2006?
 
11: Dossiê da Casa Civil – Esse magnífico Memorial da Democracia trará os documentos sobre o dossiê de indignidades elaborado na Casa Civil contra FHC e contra, pasmem!, Ruth Cardoso, quando a titular da pasta era ninguém menos do que Dilma Rousseff, e sua lugar-tenente, ninguém menos do que Erenice Guerra?
 
12: Censura à imprensa – o Memorial da Democracia reunirá as evidências das muitas vezes em que o PT tentou censurar a imprensa, seja por meio do Conselho Federal de Jornalismo, seja por intermédio no Plano Nacional de Direitos Humanos?
 
13: Imprensa comprada e vendida  Teremos a chance de ver os contratos de publicidade do governo e das estatais com pistoleiros disfarçados de jornalistas, que usam o dinheiro público para atacar a imprensa séria e aqueles que o governo considera adversários nos governos dos estados, no Legislativo e no Judiciário?
 
14 – Novo dossiê contra adversário – O Museu da Democracia do Instituto Lula reunirá as evidências todas das novas conspiratas do petismo contra o candidato da oposição em 2010, com a criação de bunker para fazer dossiês com acusações falsas e a quebra do sigilo fiscal de familiares do candidato e de dirigentes tucanos?
 
15 – Uso da máquina contra governos de adversários – A mobilização da máquina federal contra o governo de São Paulo em episódios como o da retomada da Cracolândia e da desocupação do Pinheirinho entrará ou não no Memorial da Democracia como ato indigno do governo federal?
 
16 – Apoio a ditaduras  O sistemático apoio que os petistas empenham a ditaduras mundo afora estará devidamente retratado no Memorial da Democracia? Veremos Lula a comparar presos de consciência em Cuba a presos comuns no Brasil? Veremos Dilma Rousseff a comparar os dissidentes da ilha a terroristas de Guantánamo?
 
Fiz acima perguntas sobre 16 temas. Poderia passar aqui a noite listando as vigarices, imposturas, falcatruas e tentativas de fraudar a democracia protagonizadas por petistas e por governos do PT. As que se leem são apenas as mais notórias e conhecidas.
 
Não! Erram aqueles que acham que quero impedir Lula — e o PT — de contar a história como lhe der na telha. Quem gosta de censura são os petistas, não eu! O Apedeuta que conte o mundo desde o fim e rivalize, se quiser, com Adão, Noé, Moisés ou o próprio Deus, para citar alguém que ele deve julgar quase à sua altura. Mas não há de ser com o nosso dinheiro.
08 de março de 2014
Reinaldo Azevedo - Veja
 

O HUMOR DO DUKE



08 de março de 2014

EXTRA! EM CADEIA NACIONAL, DILMA VAI PEDIR DESCULPAS ÀS MULHERES PELAS MENTIRAS DO PRONUNCIAMENTO DO ANO PASSADO


Assista ao pronunciamento mentiroso de 2013.

Hoje à noite, Dilma fará um pronunciamento à nação, alusivo ao Dia Internacional da Mulher. Será um pedido de desculpas às mulheres do Brasil, pelas três mentiras que ela contou ao país em 2013, nesta mesma data.

Primeiro mentira: dizer que a retirada de impostos federais da cesta básica reduziria o custo dos alimentos em 9,25%. O preço da cesta básica subiu mais de 10% nas principais capitais brasileiras.

Segunda mentira: lançar uma legislação de defesa do consumidor que daria mais transparência a tudo, especialmente às contas do Governo Federal. Ao contrário, Dilma colocou debaixo de segredo de Estado os empréstimos suspeitos do BNDES à ditadura de Cuba e a outros governos antidemocráticos. 

Terceira mentira: criar Centros de Atendimento Integral à Mulher em todos os estados brasileiros, com dois núcleos especiais, um contra a violência doméstica e o outro para incentivar o empreendedorismo feminino. Você conhece algum, minha senhora?

VOCÊ SABIA QUE LULA DECRETOU O VOTO IMPRESSO NA URNA ELETRÔNICA, MAS O STF E O SENADO REVOGARAM?


Lula Sanciona Lei
 
Na foto, vemos Luiz Inácio Lula da Silva, que deveria ser reverenciado pelos detratores da urna eletrônica, sancionando o Projeto de Lei Nº 5498/09(reprodução abaixo) que virou a Lei 12.034, posteriormente contestada no STF e revogada pelo Senado.

 
Em 19 de outubro de 2011, contrariando a vontade de Lula, o Supremo Tribunal Federal considerou o artigo 5 inconstitucional, em voto da ministra Carmem Lúcia. Clique aqui para ler os motivos. Atenção! O voto impresso foi defendido  veementemente pelo Governo Lula, por meio do Advogado Geral da União, Luiz Adams, sendo que a Ação Direta de Inconstitucionalidade 4.543 foi proposta pelo Procurador Geral da República, Roberto Gurgel. Ou seja: o governo petista queria o voto impresso, mas o Poder Judiciário não quis!

Por fim, em 9 de novembro de 2011, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado (CCJ) aprovou  projeto de lei que revogou a entrada em vigor da impressão do voto da urna eletrônica a partir das eleições de 2014. O projeto foi votado de forma terminativa (sem necessidade de ir a plenário) e foi diretamente para a Câmara dos Deputados. Para saber a composição da CCJ, à época, clique aqui. Ou seja: o governo petista queria o voto impresso, mas o Poder Legislativo não quis.

Penso que assim fica comprovado, com o que está postado acima, que não é a esquerda que impede a implantação do voto impresso, pois quer fraudar as eleições aqui e no mundo inteiro. Lula era um defensor do voto impresso que, segundo os detratores da urna eletrônica, impediria toda e qualquer fraude.

Sim, concordo que qualquer sistema pode ser fraudado, inclusive o da urna eletrônica. Sim, desde que não exista fiscalização sobre o equipamento que opera com este sistema eletrônico. Nas eleições, existe um rígido controle, exercido por quatro pessoas que operam a mesa eleitoral e pelos inúmeros fiscais de partido, que acompanham todo processo. No início, a urna imprime e zerésima. Ao final, imprime o boletim de votos que, antes de ser enviado à central, é conferido pelos fiscais, com direito à cópia. O resultado do boletim de urna é confrontado com as relações assinadas pelos eleitores, manualmente. Só depois o arquivo segue, lacrado, com cópia física, para a central de apuração. 

Se houvesse a mínima chance de fraude na contagem, haveria, a cada eleição, uma enxurrada de recursos contra os resultados. Não há. Nem de parte da esquerda, nem de parte da direita. Aí eu fico pensando: imoral como é, o que Lula pretendia levar de vantagem com o voto impresso?

Também fico pensando a quem serve atacar as urnas eletrônicas, colocando toda e qualquer eleição sob suspeita? De onde vem as maiores contestações? Fácil de responder. Do eleitor liberal ou conservador, com toda a certeza. Basta pesquisar nas redes sociais. Procure simpatizantes da esquerda contestando as urnas eletrônicas. Não há. 

A conclusão a que chego é que a esquerda não se manifesta é porque esta guerra contra as urnas eletrônicas servem a ela. Como elas não serão substituídas por qualquer outro tipo de sistema, o sentimento de insatisfação leva à abstenção. O desiludido pensa consigo mesmo: " de que adianta votar, se a eleição será fraudada na urna eletrônica? A esquerda bate palmas e aplaude de pé e tenho sérias desconfianças que uma grande milícia virtual é paga pelo PT para espalhar este tipo de campanha.

Mas não sejamos inocentes: a contestação das urnas eletrônicas também cai como uma luva para aqueles que não querem uma Democracia, mas uma ditadura tanto de esquerda quanto de direita. Um regime onde não votaríamos mais, que é o que acontece em todos os regimes ditatoriais. As urnas eletrônicas podem ser fraudadas? Podem, mas não são. Há fiscalização e controle. Há segurança cada vez maior. É muito mais fácil fraudar a verdade para atentar contra o Estado de Direito.
 
08 de março de 2014
in coroneLeaks

A VINGANÇA DE ARISTÓTELES

           
          Artigos - Cultura 
aristotelesSe você freqüentou alguma dessas curiosas instituições que no Brasil se chamam “escolas”, com certeza aprendeu que na Renascença o pensamento moderno dissipou as trevas medievais, colocando a ciência no lugar de uma névoa de superstições e crendices, como a magia, a alquimia e a astrologia.
Se chegou à universidade, então, adquiriu a certeza absoluta de que foi isso o que aconteceu.
Pois é, aprendeu tudo errado.

O assalto moderno ao pensamento escolástico predominante na Idade Média começou justamente trazendo de volta as práticas mágicas que a escolástica havia expulsado dos domínios da alta cultura.

Os pioneiros da modernidade – Tommaso Campanella, Giordano Bruno, Pietro Pomponazzi, Lucilio Vanini, entre outros -- não só eram crentes devotos das artes mágicas, mas sua revolta contra a escolástica baseou-se essencialmente no desejo de colocá-las de novo no centro e no topo da concepção do mundo.

O advento da física matematizante e mecanicista de Descartes e Mersenne, em seguida, voltou-se muito menos contra a escolástica do que contra essa primeira leva de pensadores modernos, e nesse empreendimento serviu-se amplamente de argumentos aprendidos da escolástica.

A única diferença substantiva entre o mecanicismo de Descartes-Newton e a escolástica é que esta última, seguindo Aristóteles, não apostava muito no método matemático, cujo repentino sucesso a pegou desprevenida e desarmada.

A física aristotélico-escolástica era baseada nas qualidades sensíveis dos corpos, das quais ela obtinha, por abstração, os seus conceitos gerais. A ciência moderna desinteressou-se da “natureza” dos corpos e concentrou-se no estudo das suas propriedades mensuráveis. Daí resultou a concepção mecanicista, na qual todos os processos naturais se reduziam, em última análise, a movimentos locais e obedeciam a proporções matemáticas universalmente válidas.

No mais, o mecanicismo cartesiano concordava em praticamente tudo com a escolástica, especialmente no tocante às provas da existência de Deus e da alma, bem como à liberdade humana.

Hoje sabe-se que Descartes e seu amigo Marin Mersenne não estavam interessados em destruir a escolástica, mas em salvá-la da contaminação mágico-naturalista para a qual a antiga física das “qualidades” deixava o flanco aberto.
O mundo, porém, dá voltas.

Aristóteles não levava a sério o método matemático porque não acreditava que nada na natureza se conformasse exatamente a qualquer medição ou regularidade inflexível. Para ele, o método certo para o estudo da natureza era a dialética, que não leva a conclusões lógicas perfeitas e acabadas, mas somente a probabilidades razoáveis.

O desenvolvimento da física quântica, no século XX, mostrou que as leis inflexíveis da física newtoniana só valiam para o quadro das aparências macroscópicas, mas que a matéria, na sua constituição mais íntima, admitia irregularidades e imprevistos que só podiam ser apreendidos numa ótica probabilística.

Aristóteles, portanto, não estava realmente errado. Apenas ele não tinha os instrumentos matemáticos para expressar numa linguagem quantitativa a sua noção de um universo probabilístico.
Esses instrumentos, por ironia, vieram a ser criados justamente pela ciência moderna que desbancou temporariamente a física aristotélica. Sem a arte do cálculo, descoberta por Newton e Leibniz, a física quântica seria impossível, mas desde o advento desta última o abismo que separava o probabilismo aristotélico da física matematizante foi transposto.
Um pouco mais adiante, uma releitura mais atenta da “Física” de Aristóteles mostrou nela, por baixo de erros de detalhe (por exemplo, quanto às órbitas planetárias),  uma metodologia científica geral bastante fecunda e compatível com as exigências modernas.

Na celebração dos 2400 anos do seu nascimento, em 1991, Aristóteles provou que ainda era até mais popular entre os cientistas do que entre os filósofos de ofício (V. a antologia da Unesco, Penser avec Aristote, Paris, Eres, 1991). E, no livro “O Enigma Quântico”, o físico Wolfgang Smith demonstrou que todas as chaves conceptuais para uma fundamentação filosófica da física quântica já estavam dadas com séculos de antecedência na escolástica de Sto. Tomás de Aquino. Era a vingança completa.

Não há um só historiador das ciências, hoje em dia, que ignore que foi exatamente assim que as coisas se passaram. Mas nas universidades brasileiras parece que essas novidades velhas de meio século ainda não chegaram.
***
A mídia brasileira, a mesma que escondeu por dezesseis anos a existência da mais poderosa organização política que já existiu no continente, levou mais de uma semana para admitir a realidade do massacre que estava e está ocorrendo na Venezuela, e mesmo assim o noticiou com discrição monstruosamente desproporcional com a gravidade dos acontecimentos. Acreditar que a Folha, O Globo e o Estadão pratiquem algo que mereça mesmo figuradamente o nome de “jornalismo” é apenas uma superstição residual. É a perna que continua se mexendo depois que o sapo morreu. Prefiro ouvir a www.radiovox.org.
***
Fingindo provar o que dissera, o sr. Leandro Dias, aqui refutado no meu último artigo, colocou na Carta Capital três links de textos meus, na clara expectativa de que o leitor se satisfizesse com isso e não fosse averiguá-los – pois em nenhum dos três havia a menor menção ao sr. George Soros como “marxista cultural”, que ele me atribuía. Proponho a mudança do nome da revista para Carta Capetal.

08 de março de 2014
Olavo de Carvalho
Publicado no Diário do Comércio.

CONHEÇA OS LOBOS NOTURNOS - OS HELLS ANGELS DE PUTIN


          Internacional - Rússia 
A gangue de motociclistas agressivamente patrióticos é um ponto chave do poder russo em sua forma branda dentro das antigas repúblicas soviéticas.



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Alexander Zaldostanov, apelidado de “o cirurgião”, líder de um grupo de motoqueiros russos chamado Night Wolves - Lobos Noturnos -, comparece a uma reunião de ativistas que defendem a Rússia levantando a bandeira nacional, na frente do prédio do parlamento em Simferopol, na Criméia.
 
Os Lobos Noturnos são o maior clube de motociclistas da Rússia, com mais de 5 mil membros.
Agressivamente patrióticos, eles acreditam que “onde quer que os Lobos Noturnos estejam, esse local deve ser considerado parte da Rússia”.
Nesse sábado, os Lobos Noturnos organizaram uma enorme caravana desde o nordeste da Ucrânia, através das regiões de língua russa no leste, até a Criméia.
Eles tinham como objetivo distribuir suprimentos para as forças milicianas favoráveis a Rússia nessas regiões. Um membro da célula local do grupo disse: “Não queremos que o que ocorreu em Kiev ocorra aqui. Nazistas e bandidos tomaram o poder lá. Se tivermos que lutar, vamos lutar com tudo o que conseguirmos juntar a nossa disposição.”
 
Os Lobos Noturnos surgiram durante a Perestroika, na Rússia dos anos 80, como um grupo anti-soviético que idolatrava o rock e as motocicletas. Mesmo hoje, eles alegam rejeitar todas as leis, escritas ou não, e rejeitar todos os movimentos políticos ou religiosos.
 Assim, é estranho que o presidente russo Vladmir Putin tenha conquistado uma amizade duradoura com o líder do grupo, Alexander Zaldostanov, um homem apelidado de “o cirurgião”.
 
Na verdade, as ligações do senhor Putin com o grupo são tão consideráveis que ele foi posto por engano em uma lista negra das autoridades finlandesas, banindo-o de entrar nesse país. As autoridades finlandesas acabaram por dizer que havia se tratado de um engano a inclusão de Putin nessa lista, e seu nome foi retirado. 

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Vladmir Putin, primeiro ministro russo, com Alexander Zaldostanov, líder dos Lobos Noturnos, em 2010 (AFP/GETTY).
 
O senhor Putin se encontrou com o grupo de motociclistas pela primeira vez em 2009, uma façanha que foi tratada por seus detratores como apenas uma oportunidade para suas fotos com pose de machão. Porém, suas ligações com o grupo parecem verdadeiras.
 
O senhor Putin já se atrasou 4 horas para um encontro com o ex—líder ucraniano Viktor Yanukovych por estar passeando pela Criméia com o senhor Zaldostanov. No ano passado, o senhor Putin condecorou o senhor Zaldostanov com uma ordem de honra por seu “ativo trabalho na educação patriótica da juventude”.
Em troca, o senhor Zaldostanov parabenizou o presidente por seu empenho em “recuperar a grandeza russa”. Em 2011 Putin, vestindo roupas de couro, liderou um grupo dos Lobos Noturnos adentro da cidade russa de Novorossiysk para uma exibição de motocicletas. 
 
As reuniões e os comboios do grupo se tornaram uma crescente demonstração do poder russo em sua forma branda dentro dos países do leste europeu.
 
Após a “oração punk” do grupo feminista Pussy Riot na Catedral de Moscou, os Lobos Noturnos se ofereceram para proteger as catedrais ortodoxas contra futuros”hooliganismos”. As ligações políticas do grupo também levaram a confrontos com grupos de motociclistas rivais. Um de seus membros morreu após um tiroteio com o clube conhecido como “Três Estradas”.
 
O líder desse outro grupo, Yebgeny Vorobyev, disse que o tiroteio começou devido a decisão de seu grupo de romper os laços com os Lobos Noturnos e de se associar com um grupo de origem norte americana chamado “Bandidos”. Ele ainda disse que os Lobos Noturnos se tornaram politizados demais. 
 

08 de março de 2014
Harry Alsop

Tradução: Fernando de Souza

SR. CARLOS VELASCO, UM CASO DE MEMÓRIA SELETIVA


          Notícias Faltantes - Denúncias 
Nesta semana, deparei-me com um artigo publicado num site eurasiano russo que procurava expor Olavo de Carvalho como agente provocador de uma guerra civil no Brasil. Seu autor, Carlos Velasco, é alguém que conheci pessoalmente e que recentemente começou a perseguir e detratar o filósofo brasileiro. Ao ler o artigo, vi que utilizou de correspondência minha que lhe enviei quando acreditava ser uma pessoa de confiança, no intento de mais uma de suas falhadas tentativas de expor o já mencionado professor.

O artigo em questão é confuso, tem muitas mentiras a serem desfeitas, e o Sr. Carlos Velasco já foi tão ridicularizado e desmoralizado, que vou expor do que tenho conhecimento de causa, pois ele usa de retórica para confundir o leitor e distorcer um e-mail que lhe enviei. Além disso, Carlos Velasco mente.

O Sr. Carlos Velasco refere:
“ I have a letter from a student, very close to Olavo, which blames me of treason (Olavo is more important to her than the truth or Brazil), were she says it had been more painfull to cut ties to me than to people of her own family! I’d been with her 3 times! Isn’t this a sect, or at least the upper part of a sect with an inner cicle?”
http://www.geopolitika.ru/en/article/exposing-brazilian-agent-provocateur#.UxaFLPnV9CK

Em português: "… tenho a carta de uma aluna, muito próxima ao Olavo, que me culpa de traição (Olavo é mais importante para ela do que a verdade ou o Brasil), na qual ela diz ter sido mais doloroso cortar laços comigo que com pessoas da sua própria família! Eu estive com ela 3 vezes! Não é isto uma seita ou, pelo menos, uma parte de um seita com um núcleo central?”.

Esta estudante que lhe enviou um e-mail sou eu. Em momento algum eu lhe disse que Olavo de Carvalho era mais importante do que a verdade ou que o Brasil para mim. Ele diz que vimo-nos três vezes, mas se esqueceu convenientemente de mencionar que uma delas não só foi a convite dele, como na casa dele.
Meu marido e eu (grávida, misericórdia!) pernoitamos na casa da família dele. Sentamo-nos à mesa, comemos e bebemos juntos. Conheci sua mãe, seu pai, seu irmão, sua prima e adoráveis filhas. Sua mãe me elogiou diante do meu marido e demais convivas à mesa.
Convenientemente, esqueceu de mencionar o fato de que conversava frequentemente por horas a fio com o meu marido pelo Skype e que eu ouvia essas conversas. Também muito convenientemente, o Sr. Carlos Velasco esqueceu de mencionar que me sugeriu vender as telas de um amigo dele no Brasil, ou tentar articular a venda dessas obras, sugestão essa que depois ele explicou tratar-se de uma forma de me ajudar com um sustento (tínhamos mesmo um laço muito superficial).
É conveniente esquecer de mencionar que nos havia convidado no final do ano (de 2013!) para passar outro final de semana na casa de sua família e conhecer o padre Paul Kramer. Sem falar que esqueceu convenientemente que escrevia um blog em conjunto com o meu marido: foram co-fundadores do blog Prometheo Liberto. É embaraçoso ser eu a ter de mencionar tudo isso, porque assim tenho de admitir o quanto fui enganada. E o pior é que não fui a única.

Nessa correspondência que o Sr. Velasco menciona, além de comunicar o meu afastamento da pessoa dele, a única coisa que lhe pedi foi que não revelasse o conteúdo da minha mensagem. O Sr. Carlos Velasco, muito digno, não cita o meu nome, mas foi revelar partes deste conteúdo num site russo! É um cavalheiro de confiança.

É também muito conveniente para o Sr. Carlos Velasco esquecer de mencionar que tive sérios problemas com a minha família e que ele sabia disso.
Ele soube do caso em que familiares meus me excluíram de seu círculo porque eu citei o Prof. Olavo no meu próprio perfil logo que comecei a usar o Facebook, de uma prima que foi candidata à prefeitura de Bauru pelo PSOL (partido político brasileiro, financiador do vandalismo das manifestações, vide black-bloc) e adora Fidel Castro.
E do caso em que outra prima ironizou amigos meus nos perfis deles (sem nunca antes terem trocado palavra ou terem sido apresentados por mim), e que familiares meus xingaram amigos apenas por estes terem escrito contra a manifestação das vadias quando da visita do Papa ao Brasil. Familiares meus que idolatram Che Guevara.

O Sr. Carlos Velasco era uma pessoa com quem eu acreditava partilhar valores. Valores estes nos quais quero basear a minha conduta, e que quero que as pessoas ao meu redor também o façam. E, sim, na altura me custou muitíssimo romper aquele laço, mas não por ter saído do grupo e sim porque eu acreditava ser um laço de amizade real. Mas, ele provou que não vale nada mesmo, ele está coberto de razão nisso: meus familiares esquerdistas são muito mais dignos do que ele.

O digno Sr. Velasco também diz que prefiro o professor Olavo de Carvalho à verdade. O Sr. Velasco mente, apenas prefiro, enquanto conduta, não vasculhar os podres dos outros. Diferente dele, que aliás mostrou-se péssimo ao vasculhar esses podres. As provas que ele diz ter contra Olavo são perguntas às quais não obteve resposta (valha-me Deus!), a Wikipedia, um print de uma lista com nomes de supostos maçons, totalmente duvidosa e um processo no qual o homem foi inocentado. Enfim, umas ninharias tantas que só com muito ódio e imaginação conseguem formar um enredo. Não, da fofoca e da coscuvilhice, eu quero distância. Pelos vistos, há quem não consiga discernir a verdade da perversão pura.

O cavalheiro Velasco se comprometeu – sem que eu pedisse - em não me atacar ou humilhar publicamente em nome da amizade que nutria pelo meu marido, ou que fosse pelo meu filho. Mas ele não tem palavra nenhuma. E eis que as minhas palavras, deturpadas, foram parar num site russo para tentar provar que o professor Olavo de Carvalho comanda uma seita, quando o que o esquecido Sr. Velasco prova é que além de não ter memória, tampouco tem caráter.
 
08 de março de 2014
Juliana Chainho

RUMO À CENSURA TOTAL


          Artigos - Movimento Revolucionário 
Desde a publicação do livro do delegado Romeu Tuma Jr. ninguém ignora que o assassinato de reputações, praticado com recursos do Estado e primores de sordidez que desafiam a imaginação humana, é o procedimento usual e normal da quadrilha comunopetista para lidar com aqueles que a incomodem.

Mas, no tempo em que o delegado começou a beber sua quota desse veneno, a poção só era servida a políticos, a altos funcionários ou a empresários dos quais se desejasse extorquir algum dinheiro.

Desde então a indústria da intriga progrediu muito. Sofreu ao mesmo tempo uma transformação e um upgrade, ampliando seu círculo de alvos e elevando-se a instrumento perfeito da censura total, do controle completo do fluxo de informações, uma espécie de Marco Civil avant-la-lettre.

Não existindo um partido de direita, nem qualquer força política de direita organizada, nem muito menos poderes financeiros sustentando uma militância de direita, nem, enfim, nenhuma classe ou entidade sobre a qual se possa lançar as culpas de todo o mal que o governo faz, só resta ao esquerdismo voltar suas baterias contra indivíduos, cidadãos isolados e sem qualquer respaldo político ou econômico -- jornalistas, escritores, blogueiros -- e atacá-los com a fúria e o desespero de quem defendesse a própria vida contra uma invasão imperialista ou um golpe militar.

A quantidade de pavor imaginário que esses indivíduos despertam nas hostes esquerdistas -- bem como em pequenos grupos de extrema direita empenhados em mostrar serviço --, o volume dos recursos que se mobilizam para emporcalhar suas imagens, a obstinação devota que se consagra à criação de toda sorte de invencionices, calúnias e chacotas contra eles, constituem sem dúvida um capítulo notável da história da covardia universal -- algo que não se poderia passar, talvez, em nenhum outro país, e que as gerações futuras chegarão a duvidar de que possa ter acontecido.

Mas, como toda difamação pode ser desfeita em pó e toda calúnia voltar-se contra o caluniador, logo esse bombardeio de infâmias cessou de satisfazer à sanha destrutiva que a inspirava.

De fato, chega a ser cômico usar contra um escritor táticas de “character assassination” que seriam letais se voltadas contra um político ou alto funcionário.
A fama de um escritor jamais depende de uma imagem de idoneidade impoluta, mas da sua simples habilidade de registrar seus pensamentos e emoções, quaisquer que sejam, bons ou maus, e comunicá-los ao público. Mesmo que o exército de difamadores alcançasse sucesso em me pintar nas cores de um réprobo, de um criminoso, de um monstro, isso não me privaria de um só leitor.
Ninguém jamais deixou de ler Jean Genet por causa da sua folha corrida, nem de apreciar os poemas de Rimbaud ao saber que o autor foi contrabandista de armas. Ninguém parou de ler André Gide quando ele próprio se confessou pedófilo. E nem mesmo o mais escandaloso dos rótulos – o de colaborador do nazismo – tirou leitores de Louis-Ferdinand Céline, de Martin Heidegger ou de Paul de Man. Em todos esses casos, os crimes eram verdadeiros. Quanto mais impotente não seria então a imputação de delitos e pecados imaginários?

Foi por isso que se passou de uma estéril campanha difamatória ao bloqueio dos meios de expressão.
Tão logo o deputado Marco Feliciano denunciou na Câmara a campanha de assassinato de reputação que eu vinha sofrendo (v. https://www.youtube.com/watch?v=CIFB9RXmIi0), a militância do crime, decerto mobilizada por alguma Excelência em pânico, mudou de tática e passou a tentar bloquear a minha conta no Facebook para que, diante do assalto multitudinário à minha pessoa e à minha honra, não me restasse nem mesmo este miserável e último recurso de defesa que é espernear na internet.

O ardil consiste simplesmente em entrar na minha conta desde um IP qualquer que não seja o meu, acionando automaticamente o Facebook para que bloqueie a conta e inicie um procedimento de verificação. Tentaram isso esta semana, usando um IP registrado numa cidade da Índia.

Como eu conseguisse restaurar a conta, aperfeiçoaram o sistema. Fornecem ao Facebook, usando a minha senha de que se apossaram não sei como, um número de telefone falso (desta vez foi +33 7 87 16 56 82), de modo que o código para restauração da conta é enviado a esse número e não chega jamais a mim. Assim, torna-se impossível reativar o acesso à página. Os quase cinqüenta mil leitores que ali me acompanham me escrevem, perguntando quando voltarei ao ar, e só o que posso lhes responder é: Não sei.

A coisa é de uma sordidez impensável, mas, se querem saber, não me surpreende que a militância “enragée” apele a esse recurso, ou talvez, mais tarde, a outros mais abjetos ainda. A mentalidade dessa gente faria os porcos vomitarem, se lhes fosse servida no cocho.

Porém igualmente desprezíveis são aqueles que, no intuito de isentar de culpas uma lideranca política que notoriamente estimula esses crimes e recompensa os agentes que os praticam, dizem: “Ah, isso não é nada, é só um grupo de jovens gozadores.”
Pois desde quando, pergunto eu, desde quando uma facção governante, ao praticar um crime, o assina com o carimbo da sua identidade partidária? Os Black Blocs não eram também apenas jovens gozadores até o momento em que comprovou de onde vinham as ordens e o pagamento? Os próprios mensaleiros não eram simples ladrõezinhos avulsos, que agiam pelas costas do inocente poder público?

Nada no mundo é mais repulsivo do que a afetação de inocência de um psicopata cujos trejeitos de candura mal escondem o risinho cínico que lhe sai do canto da boca.

08 de março de 2014

Olavo de Carvalho
Publicado no Diário do Comércio.

ENTREVISTA DE OLAVO DE CARVALHO A THOMAS GIULIANO

                                    
          Artigos - Cultura 
Olavo de Carvalho comenta as calúnias de Carlos Velasco e Victor Fernandes. Também explica o eurasianismo, suas origens no nacional-bolchevismo, e da vergonha que impôs ao seu ideólogo maior, Aleksandr Dugin, que, como agente russo, pretende arrebanhar adeptos no Brasil, mas, já desqualificado por Olavo, o vê como seu principal obstáculo.
Olavo também conta fatos interessantes de sua vida e trajetória intelectual.
08 de março de 2014
Olavo de Carvalho & Thomas Giulliano

O DIÁRIO FILOSÓFICO DE OLAVO DE CARVALHO: A DELINQUÊNCIA DOS VELASCOS, ALEKSANDR DUGIN E OS TRADICIONALISTAS


          Artigos - Cultura 
A democracia burguesa desespiritualizou o mundo, criando um deserto das almas onde ressoam, juntos ou separados, mas sempre poderosamente atraentes como vozes da salvação, os apelos da mentalidade revolucionária -- marxista, tradicionalista-fascista ou islâmica. Se não for possível cristianizar o capitalismo, o futuro será decidido por um desses três, ou pelos três juntos. O que é certo é que a "civilização laica" só existe para se destruir a si mesma.

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Recebi de um aluno, cujo nome não vou divulgar por enquanto, as seguintes informações:

Desde que o prof. Olavo debateu com o Alexander Dugin, uma multidão de seguidores russófilos, na ânsia de estabelecer a Rossiya-Matushka, decidiram apoiar o esquema do Dugin. Ele visitou quatro universidades (inclusive a minha), dando palestras e vendendo livros. Comprei quatro exemplares e assisti uma palestra. A multidão de alunos eurasianos era algo surreal, de cinqüenta a cem, todos organizando os mínimos detalhes para o Uvazhayemyy Uchitel'. 


Não é preciso muito para perceber que, dado a distância do lugar em que os irmãos Velasco moram, e a facilidade com que ele arrumou os documentos do processo a centenas de quilômetros, estamos lidando com um grupo organizado, perfeitamente treinado e capaz, com comunicações bem amplas e uma verba extensa. Outrora um dos irmãos Velasco, o Carlos, falara de um artigo que publicaria, para ''desmascarar'' o Olavo; apareceu, uns dias atrás, o tal artigo; e apareceu num lugar simbólico: um site de geopolítica eurasiana.

Sei que o prof. Olavo tem razões muito importantes para não publicar todas as cartas com o Martin Lings e membros da tariqa, mas esses Velasco precisam ser repreendidos. Isso é assassinato de reputação e não deve passar impune. Usaram a imagem do Tales indevidamente, sem autorização do mesmo, estão escavando algo inteiramente privado. Isso é um ultraje e deve ser combatido como tal.


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Derrotado no campo da discussão, o sr. Alexander Dugin recorre agora aos métodos usuais da KGB.

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O sr. Dugin não é um intelectual em disputa com outro: é o governo russo buscando abrir caminho para conquistar corações e mentes no Brasil e tentando destruir, por meio de agentes contratados, quem quer que atravesse o seu caminho.

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Parece ser muito difícil fazer algumas pessoas compreenderem que uma discussão sobre a escola tradicionalista de Guénon e Schuon, e mais ainda sobre as suas relações com o tradicionalismo católico, é coisa para intelectuais "high brow" e não para semiletrados de mentalidade sectária. Os irmãos Velhacos não são os primeiros, são os enésimos a entrar em campo brandindo (no caso deles por hipocrisia, mas muitos por zelo genuíno, ainda que imbecil) a ortodoxia católica contra o schuonismo, confundindo-o com o esoterismo islâmico "stricto sensu", sem conhecer (ou, no caso dos irmãozinhos, talvez fingindo desconhecer) não só o caráter multiconfessional dos ensinamentos de Schuon mas também e sobretudo a ligação mais que íntima que sempre uniu sua tariqa ao próprio catolicismo tradicionalista e anticonciliar que esses palpiteiros imaginam defender contra o "islamismo" de Schuon. Poucos livros são tão representativos do tradicionalismo católico em sua reação anticonciliar quanto "The Destruction of the Christian Tradition" de Rama P. Coomaraswamy (1972) e "La Charité Profanée" de Jean Borella (1979), ambos escritos por membros da tariqa. Coomaraswamy, autor também de importantes escritos polêmicos contra a Teologia da Libertação desde o ponto de vista da ortodoxia católica, era o braço direito de Schuon, e o porta-voz do movimento schuoniano no Brasil é ainda um notório católico tradicionalista, o sr. Matheus Soares de Azevedo. Longe de ser uma organização islâmica em qualquer sentido do termo, a tariqa de Schuon era tão nitidamente multiconfessional que atraiu por isso críticas ferozes de várias tariqas islâmicas ortodoxas que muito trabalharam para a ruína, merecida ou não, do célebre Sheikh suíço. Tanto do ponto de vista doutrinal quanto histórico, os meandros dessa história não são assunto para amadores semicultos, muito menos para satanistas travestidos de paladinos da fé católica. Se querem uma crítica séria do schuonismo desde o ponto de vista católico, vão ter de esperar até que eu a escreva.

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Algum delinqüente, decerto pago pelo governo, está invadindo a minha fan-page e, usando o meu nome com a minha fotografia, publicando mensagens em favor do PT, para confundir os meus leitores. Não sei como fazem isso, nem como me livrar desse tipo de golpe. Cada dia uma nova perfidia e cada vez menos meios de defesa. É a lepra informática.

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A hipocrisia sem fim daqueles que em nome do tradicionalismo católico levantam a voz contra mim por ter pertencido à tariqa de Frithof Schuon pode-se avaliar em toda a extensão da sua feiura quando se sabe que desde os anos 80 até hoje o principal e fidelíssimo representante e porta-voz do schuonismo no Brasil é um católico tradicionalista, o sr. Matheus Soares de Azevedo. Não por coincidência, esse sr. Azevedo foi dos que testemunharam em vão contra mim no processo de 1989. Malgrado o fato de que eu fosse absolvido, e embora o sr. Azevedo não estivesse ali nem mesmo na condição de queixoso e sim apenas de testemunha, até hoje ele é citado pelos meus detratores como uma das minhas "vítimas". Sendo conhecida, por outro lado, a hostilidade dos schuonistas contra o renegado que ousou passar pito no seu seikh e escapou ileso à tentativa de vingança judicial, a atitude desses "católicos tradicionalistas" é estranha e inconsistente demais para não suscitar a suspeita de alguma retaliação tardia da parte de tariqueiros magoados: v. http://www.sacredweb.com/online_articles/sw10_azevedo.html

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O sr. Velhaco informa, em carta ao COF, que o objetivo da sua vida é foder com a minha. Nobre causa. O problema é que ele afiou tanto a pica que ela desapareceu.

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Beleza pura: "Bright Eyes", canção do Mike Batt (o mesmo que compôs a trilha de "Caravans") cantada pelo menino Andrew Johnston:
  

http://www.youtube.com/watch?v=MlVjUYalU8M&feature=player_embedded

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O ardil do sr. Carlos Velasco é mais que difamatório. Ao caracterizar como "conversão" a minha passagem pela tariqa de F. Schuon -- o que contraria frontalmente os ensinamentos do próprio Schuon a respeito --, ele deseja me forçar ou a admitir que sou um agente muçulmano, jogando contra mim todos os cristãos em torno -- ou, ao contrário, a declarar que o era e deixei de ser, o que me coloca imediatamente na posição de traidor do Islam, condenado automaticamente à morte. Quem quer que tenha lido os livros de F. Schuon sabe perfeitamente que, no domínio esotérico que é próprio da tariqa, ele não admite conversões de maneira alguma, e encara a passagem eventual e temporária aos ritos de uma outra religião como uma "oportunidade espiritual" que não modifica em nada o estatuto religioso profundo da pessoa; exatamente como no caso de Thomas Merton, que seguiu por anos a fio a disciplina budista sem deixar de ser um monge católico. É público e notório que Schuon foi muito criticado por tariqas mais ortodoxamente islâmicas por permitir esses arranjos, dos quais me beneficiei de algum modo, tendo assim acesso a conhecimentos que não poderia obter de outra maneira. O sr. Velasco, das duas uma: ou não entende nada do assunto e se mete onde não devia, ou entende perfeitamente bem e está promovendo conscientemente o assassinato do Olavo de Carvalho. Como tudo o que é baseado na típica mistura de burrice e malícia, não vai funcionar.

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Na época em que a turma do Schuon estava fazendo todo o possível para foder com a minha vida, um Sr. Mark Khoslow veio à minha casa me convidar para entrar num front de ex-discípulos revoltados que planejavam dar cabo da reputação do Sheikh de Boomington, Nem respondi à proposta, de tão nojenta.

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O Brasil só tem duas saídas: a de longo prazo, que é a lenta praparação do ambiente cultural para possibilitar o surgimento de boas lideranças políticas em dez ou vinte anos; e a imediata, que é uma intervenção militar constitucional (sem "tomada do poder"). A primeira é aquela na qual venho trabalhando há anos. A segunda não está ao meu alcance e, se os militares, para agir, dependem de uma convocação maciça da sociedade civil, terão de esperar até que o meu trabalho se complete. Um simulacro improvisado do protesto popular de 1964 pode ser um desastre. Resta a hipótese de os próprios militares, percebendo o estado de total decomposição e inermidade da sociedade civil, se convocarem a si mesmos. É o que eu faria se fosse um deles, mas não sou. E nem sei se eles percebem o verdadeiro estado de coisas, muito pior que o de 1964.

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Vou lhes contar uma história. No Fórum da Liberdade, no Rio Grande, eu era conhecido por humilhar sadicamente os adversários. Quando anunciavam o meu nome, o pessoal já esfregava as mãos, querendo ver sangue. Mas, no dia em que me botaram frente a frente com o Leonel Brizola, ele me tratou tão bem, foi tão sedutoramente simpático, que não consegui dizer uma palavra contra ele. AQUELE era um político. Acabamos concordando numa série de pontos e juntos fizemos o maior sucesso no Fórum.


08 de março de 2014
Olavo de Carvalho
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