"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

VÍDEO: ONYX LORENZONI LIGA LULA À "QUADRILHA" DA PETROBRAS E PEDE CONVOCAÇÃO DO PETISTA À CPI.

"O senhor estava prestando serviço para o seu chefe", disse o deputado do DEM a Paulo Roberto Costa.


O deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) apontou as ligações de Lula com os membros da “quadrilha da Petrobras” durante a acareação entre os delatores Paulo Roberto Costa e Alberto Yousseff na CPI do Petrolão na tarde desta terça-feira.
“Na minha opinião, o senhor está protegendo alguém desde o início”, disse o democrata a Costa, referindo-se a Lula.
Lorenzoni citou o depoimento dado à CPI pelo ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE) – condenado no mensalão e preso pela Operação Lava Jato – segundo o qual Lula foi quem indicou Costa para a Diretoria de Abastecimento.
Em seguida, mencionou a intimidade de Lula com o ex-diretor a quem tratava como “Comendador” ou “Paulinho”, além da interlocução que Costa tinha com a então ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, a ponto de lhe mandar, em 29 de setembro de 2009, o e-mail revelado por VEJA em novembro de 2014.
Na ocasião, Costa passou por cima de toda a hierarquia da Petrobras para advertir o Palácio do Planalto que, por ter encontrado irregularidades pelo terceiro ano consecutivo, o Tribunal de Contas da União (TCU) havia recomendado ao Congresso a imediata paralisação de três grandes obras da estatal, entre elas a refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Assim, como quem não quer nada, mas querendo, Costa lembrou a Dilma, naquele e-mail, que em 2007 houve solução política para contornar as decisões do TCU e da Comissão Mista de Orçamento do Congresso Nacional.
Lorenzoni questionou o objetivo da mensagem:
“Para quê? Para não interromper o fluxo da roubalheira! O senhor estava prestando serviço para o seu chefe.”
O deputado do DEM pediu então a convocação de Lula à CPI para “dizer ao Brasil se é verdade que ele escolheu Paulo Roberto para deixar mais fornida a quadrilha, se é verdade que ele foi traficante de influência para a família Odebrecht e se é verdade que o diretor-presidente Ricardo Pessoa, da UTC, não tinha hora para entrar no Palácio, entrava a hora que queria, porque era o homem da copa e da cozinha”:
“Luiz Inácio Lula da Silva tem muita explicação para dar ao Brasil e é missão dessa CPI botá-lo nesta cadeira.”
A intervenção de Lorenzoni sobre Lula começa especialmente a partir dos 6 minutos do primeiro vídeo abaixo e vai até o final do segundo.
Assista. Transcrevo outras partes em seguida.



“O senhor é o homem chamado de Paulinho. Eu não conheço nenhum outro dirigente da Petrobras com quem um presidente da República tinha esse grau de intimidade. O senhor é o homem a quem Lula deu o título de Comendador, decerto pelos ótimos serviços prestados à quadrilha petista que estava lá na Petrobras.”
“Porque o senhor atendeu o PT, o senhor pagou a conta da barriga de aluguel, mas o senhor ajudou muito o PT a fazer caixa. E quando o senhor teve que escolher em ajudar alguém do partido que lhe deu a maior honra, o maior cargo que o senhor ocupou na vida, [para] quem é que o senhor tirou dinheiro do bolso para pagar? Foi para deputado do PT, foi para candidatura do PP? Não, o senhor tirou do seu bolso, da sua conta para doar para a campanha do PT de 2010 no Rio [de Janeiro].”
“O senhor é o homem que tinha a capacidade de mandar um e-mail para a ex-ministra Dilma Rousseff sugerindo que a mesma atitude política adotada em 2007 e 2008 – o senhor confessou isso!… Para evitar que o TCU interrompesse Abreu e Lima, a Renest. Para quê? Para não interromper o fluxo da roubalheira! O senhor estava prestando serviço para o seu chefe.”
“E aí o ex-líder do Partido Progressista, ex-ministro de Dilma Rousseff, no dia 29/03/2014: ‘Quem era o principal interlocutor de Paulo Roberto?’ Não é um qualquer, não é um deputado de oposição falando, era o ex-ministro Mario Negromonte, aqui textualmente: ‘Quem tinha contato direto com ele era Lula’! Isso a gente sabe.”
“Eu encontrei em 6 de maio de 2004, próximo da sua assunção ao cargo de diretor, o Pedro Corrêa, que é um boquirroto, (…) dizendo – antes da sua nomeação – que o novo diretor será Paulo Roberto Costa. Por quê? Porque ele ouviu da boca do próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva.”
26 de agosto de 2015
Felipe Moura Brasil

DESTRUINDO O OVO DA SERPENTE

Jovem deputado é aplaudido de pé ao fazer discurso contundente contra o PT e abordar bras...

JÁ NÃO É UMA GRANDE MANCHETE... TODOS CONHECEMOS A HISTÓRIA.

'Lula é a pior coisa que a política brasileira já produziu', segundo prefeito de Manaus

O DISCURSO SÓRDIDO DE LULA

O discurso sórdido de Lula

PROCURA-SE...

"Lula já era", diz Reinaldo Azevedo

É TUDO OU NADA


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Tendo passado a ser inaplicável porque, de uma maneira ou de outra, todo mundo está “fora” dela, a lei converte-se de instrumento de garantia da paz em arma de guerra.
Relatórios trocados entre as instâncias do Judiciário a que estão afetos os brasileiros “especiais” dão conta de que há pelo menos 52 políticos com mandato investigados no “petrolão”, isso sem contar a presidente da Republica que presidiu o Conselho de Administração da Petrobras ao longo de todo o período em que ela foi saqueada e o seu antecessor.
Aqui no mundo dos mortais, a Operação Lava-Jato já vai pela 18a rodada, com nomes até então tidos como poderosos sendo impiedosamente “arrastados pela Medina”. Dois anos de pressões surdas do populacho, da imprensa, da Polícia Federal e dos “lobos solitários” do Poder Judiciário não foram suficientes, porém, para que a incolumidade dos integrantes da lista dos “de cima” fosse nem de leve arranhada enquanto todos se mantiveram em silêncio sobre o que sabem uns sobre os outros.
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Mas bastaram uns poucos gestos de desafio ao governo e à hegemonia da velha guarda da banda mais podre do Congresso que lhe dá sustentação para que, em menos de duas semanas, o rebelde passasse, de “nunca mencionado” a diretamente denunciado por um delator e a réu formalmente acusado pela promotoria por corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e o mais que é habitual no pacote.
Não existe, é verdade, qualquer indício por leve que seja, de que ele esteja menos incurso nesses crimes que todos os demais membros da lista dos 52 e tantos outros que nem chegaram a entrar nela. Mas ainda assim é impossível negar, pela sequência dos acontecimentos, que esta nunca tenha sido a razão para ele abrir solitariamente a fila dos “arrastados pela Medina” da turma “de cima”.
É esta a síntese do paradoxo brasileiro: quando o Brasil honesto cogita festejar uma “vitória da justiça” o outro comemora mais uma vitória do crime ... e os dois estão certos. É o vácuo institucional absoluto.
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Dois artigos publicados nesta página na semana passada compõem o pano de fundo. Em “Corrupção como forma de poder”, Jose Arthur Giannotti retraçava o reto alinhamento do PT com a tradição leninista de conquista do poder desde o assassinato de Celso Daniel até este ponto, conquista esta que se dá, na releitura do lulismo, pelo recurso sistemático à arma da corrupção (mas não só a ela). E isto para concluir que a situação chegou a tal ponto que a ação dos “lobos solitários” que animam a Operação Lava-Jato e seus apoiadores ganhou os contornos de “um movimento político” que congrega todos quantos, dentro ou fora do âmbito do estado, por terem profissões ou modos de vida dependentes da existência de instituições democráticas, sentem que elas desaparecerão para sempre se o PT conseguir levar a cabo o seu projeto.
O que o professor esqueceu de mencionar com a devida ênfase é que a mesmíssima asserção é verdadeira para o lado contrário: a vitória final da corrupção é um imperativo de sobrevivência para os mestres de um estilo de “fazer política” e uma vasta pletora de modos de viver e “vencer na vida” aqui fora que desaparecerão para sempre ou mofarão na cadeia se caminharmos em direção ao Império da Lei sem mais exceções ou adjetivos. E não há que subestimá-los porque são estes -- os de dentro e os de fora do universo estatal -- que estão no poder.
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Não é, portanto, apenas a ameaça de enfrentar a tiros a massa dos brasileiros indignados feita pelo presidente da CUT de dentro do Palácio de Dilma Rousseff que confirma a radicalidade dessa aposta sem volta. A sequência de acontecimentos que leva até esta primeira “vitória da lei” contra um integrante da lista dos “de cima”, que não pode ser explicada senão com a mistura e a alternância nos papeis de “mocinho” e “bandido” de personagens até então tidos como “acima de qualquer suspeita”, indica que gente muito mais poderosa que esta que vocifera nas ruas vestida de vermelho sabe que está jogando tudo nesta parada.
A mesma manobra que faz justiça a Eduardo Cunha põe fora do alcance dela o famigerado Renan Calheiros, o único brasileiro com certificação de corrupto passada por uma das quatro grandes agências internacionais de auditoria. A sequência de reuniões secretas no Porto entre réus e juízes do “petrolão”; a recondução por uma presidente ameaçada de impeachment do titular do posto máximo da promomotoria pública; a súbita recuperação de memória de um delator; o “leite-de-pato” do TCU nas “pedaladas” presidenciais; a elevação de Renan Calheiros, que já tinha sido salvo uma vez em troca da desmontagem da Lei de Responsabilidade Fiscal, à função de porteiro do impeachment, agora também pelo STF; o engavetamento da impugnação das contas de campanha do PT pelo TSE; a nomeação para o STJ do apadrinhado do senador que relatará os processos do núcleo político do “petrolão” não é uma mera série estatisticamente trilionária de coincidências, é o “mapa” das forças inimigas.
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Modesto Carvalhosa, em artigo publicado também nesta página, alertou a nação para o fato de que a mesma quadrilha que seguiu impávida assaltando o país de dentro das prisões e de cima dos bancos dos réus do “mensalão” e do “petrolão”, acaba de apresentar projeto de lei na Câmara, a ser votado até o final deste mês, que altera a Lei Anticorrupção para permitir que as 29 empreiteiras e fornecedoras do “petrolão” voltem a contratar com a Petrobrás e demais entes públicos. Agora, por cima de tudo, Joaquim Levy passa a ser, oficialmente carta fora do baralho, dispensa-se a diplomacia de Michael Temer e reabre-se a distribuição de dinheiro público a quem for bonzinho com o PT no que resta da economia privada. É o “mapa” das forças auxiliares que se quer cooptar aqui fora.
Não tem mais volta. Escolha o seu lado. Reduzido às proporções que o Brasil pôde medir pelas “manifestações” de 5a feira passada e rolando nos escombros de uma crise que facilita a conflagração do país, o PT dobra a aposta na corrupção e no assalto final às defesas democráticas da nação. Agora é tudo ou nada.
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26 de agosto de 2015
vespeiro

URGENTE: DOLEIRO YOUSSEF DIZ QUE SURGIRÃO REVELAÇÕES SOBRE PALOCCI

Antonio Palocci
Alberto Youssef, doleiro delator da Operação Lava jato, revela neste instante, em acareação realizada pela CPI que investiga o caso, que há uma investigação em curso sobre o ex-ministro (de Lula e Dlma) Antonio Palocci e que há um delator que vai “esclarecer” o caso.
A pergunta, que não foi respondida por causa disso, tratava de repasses realizados. Vem bomba aí.
A sessão de acareação é transmitida neste instante pelo site da Câmara.


26 de agosto de 2015
implicante

PROVAS APREENDIDAS CONTRA GLEISI E PAULO BERNARDO VÃO PARA BRASÍLIA

As coisas continuam bem ruins para Gleisi Hoffmann, outrora toda-poderosa do governo Dilma, onde ocupou – no primeiro mandato – o papel de Ministra Chefe da Casa-Civil. Segue informação de Murilo Ramos, no Expresso da Época:
“A busca e apreensão da Polícia Federal realizada no escritório do advogado Guilherme Gonçalves foi pródiga em provas contra o casal Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann. O material será empacotado e encaminhado a Brasília em breve. Gleisi, senadora, tem foro privilegiado.”
O irônico é que neste final de semana a mesma Gleisi Hoffmann participou do lançamento de uma frente pró-Dilma (ou coisa que o valha), para até mesmo “rodar o país” em defesa da Presidente da República.
26 de agosto de 2015
implicante

MINISTRO GILMAR MENDES MANDA INVESTIGAR EMPRESA QUE ATUOU NA CAMPANHA DE DILMA



Devagar, Gilmar Mendes vai armando a cassação de Dil

















Vice-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o ministro Gilmar Mendes pediu nesta terça-feira (25) que o Ministério Público do Estado de São Paulo investigue uma empresa que recebeu R$ 1,6 milhão durante a campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição, em 2014.
Há suspeitas de “eventual ilícito” na atividade da empresa Angela Maria do Nascimento Sorocaba-ME. A decisão leva em consideração um relatório que o ministro recebeu da Secretaria de Fazenda Estadual de São Paulo com informações sobre a empresa e a Focal Confecção e Comunicação Visual, que foi a segunda maior fornecedora da campanha de Dilma, recebendo R$ 24 milhões.
A Fazenda paulista informou ao TSE que a empresa Angela Maria do Nascimento Sorocaba-ME foi aberta em agosto de 2014, a dois meses da eleição, e emitiu notas fiscais no valor de R$ 3,683 milhões entre agosto e setembro, sendo que R$ 1,651 milhão emitido em nome de “Eleição 2014 Dilma Vana Rousseff Presidente”.
NEM ENDEREÇO TEM
Gilmar Mendes afirma que a empresa “não apresentou registro de entrada de materiais, produtos ou serviços” e que não foi encontrada no endereço. Procurada em sua residência, a proprietária teria afirmado ainda que foi “orientada a abrir a empresa para funcionar no período eleitoral” e que o material vinha da empresa Embalac Indústria e Comércio.
O contador da empresa, Carlos Antunes, afirmou que abriu a empresa a pedido da Embalac para ser beneficiado com redução de pagamentos de impostos.
Na prestação de contas da campanha de Dilma, há registro de 29 notas fiscais referentes a serviços da Angela Maria – fornecimento de faixas, placas e estandartes, além de despesa de pessoal.
FALTA A FOCAL
Em relação à Focal, a Fazenda de São Paulo afirmou que o documento apresenta “conclusões preliminares, pois devido ao grande volume de documentos apresentados faz-se necessário mais tempo para o aprofundamento das investigações e elaboração de relatório final”.
Gilmar Mendes é relator da prestação de contas de Dilma, que foi aprovada com ressalvas pelo tribunal. O ministro decidiu deixar em aberto a prestação de contas para apurar eventuais irregularidades no balanço da petista. Na sexta (21), Mendes pediu que a Procuradoria Geral da República e a Polícia Federal apurem se houve crimes lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.

26 de agosto de 2015
Márcio Falcão
Folha

AMADORISMO E INCOMPETÊNCIA


Madame continua conquistando os troféus de amadorismo e de incompetência política, agora ao mandar anunciar que extinguirá dez ministérios, mas sem dizer quais, aumentando a temperatura entre os partidos incrustados no poder sem querer perdê-lo. A briga vai ser de foice entre PT e PMDB para segurar seus lugares. Acresce que a presidente deixou passar um tempo precioso desde as primeiras pressões recebidas para enxugar o governo, de início negando-se e agora voltando atrás.
O maior erro de Dilma Rousseff, porém, ainda não foi cometido, situando-se na ante sala de seu gabinete, caso não aproveite para mudar quase todos os 29 ministros que não terão extintos seus ministérios. Porque para recuperar a credibilidade e retirar o país do buraco em que se encontra, só mandando passear os fisiológicos e os parvos de sua equipe, compondo um grupo caracterizado pela eficiência. Será fatal manter o condomínio atual dos partidos no governo, sem cuidar de selecionar os melhores para cada função, de preferência escolhidos bem longe do Congresso.
Fácil não será, tendo em vista a necessidade de impedir o esfacelamento de sua base parlamentar, mas em tempos bicudos como os atuais, sempre será possível obter dos partidos um compromisso de colaboração desinteressada, capaz de evitar o pior.
PT NÃO QUER CONVERSA
A principal dificuldade para Dilma enfrentar é o PT, hoje detendo o maior número de ministérios e, em consequência, mais exposto a perder espaço. A presidente deveria ter costurado a cirurgia e promovido as substituições antes de mandar anunciá-las genericamente, muito menos estendendo até final de setembro o prazo para tomar as decisões. Parece óbvio que sofrerá pressões inusitadas, até ameaças de abandono da base governista. Com o governo enfraquecido, aumentam as possibilidades de chantagem.
Em suma, o risco é de amadorismo e incompetência continuarem frequentando os corredores do palácio do Planalto, ainda mais na ausência do vice-presidente Michel Temer, engolido pelo festival de mesquinharias encenado pelo comando petista.
TEMPOS IDOS E VIVIDOS
Houve tempo em que dava gosto viver no planeta, apesar de suas contradições e dificuldades. Pelo menos, as nações tinham em quem confiar. Nos Estados Unidos, John Kennedy empolgava. Na União Soviética, entre o Sputnik e Yuri Gagárin, quem pontificava era Nikita Kruschev. O general De Gaulle recuperava a França, Winston Churchill voltara a ser primeiro-ministro da Inglaterra e Konrad Adenauer consolidava a nova Alemanha. Na China, Mao Tse-tung assustava o mundo, menos Pandit Nehru, na India, e até no Vaticano permanecia a sombra do velhinho mais reformador da Igreja, João XXIII. Para não esquecer o Brasil, onde Jânio Quadros assumia o poder como a grande esperança, depois da confiança deixada por Juscelino Kubitschek.
Pois é. Acabou tudo. A mediocridade ocupou todos os quadrantes e nunca mais foi embora…

26 de agosto de 2015
Carlos Chagas

DEFESA DE CUNHA PROCURA FALHAS NA DENÚNCIA DE JANOT



Antes da sessão do Supremo Tribunal Federal que decidirá sobre a aceitação das denúncias oferecidas pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o senador Fernando Collor (PTB-AL), os dois acusados terão quinze dias para apresentar suas defesas prévias, por escrito. As defesas serão analisadas pelos ministros-relatores, que depois de concluírem os pareceres então colocarão em pauta as denúncias.
No caso de Eduardo Cunha, seus advogados procuram falhas nas 85 páginas da denúncia apresentada por Janot.  Eles já identificaram várias contradições, como o fato de que, em seus depoimentos originais, o doleiro Alberto Youssef e o lobista Júlio Camargo jamais terem acusado Cunha.
O nome do parlamentar do PMDB surgiu na Lava Jato em janeiro, quando o agente federal Jayme Careca, que entregava propinas encaminhadas pelo doleiro, afirmou ter levado um pacote de dinheiro à casa de Cunha, no Rio de Janeiro. Por ter sido imediatamente desmentido pelo parlamentar, o agente federal então forneceu o endereço da entrega, mas logo se descobriu que a residência apontada não era de Cunha, mas de um advogado que trabalha para o deputado estadual Jorge Picciani, presidente regional do PMDB.
YOUSSEF DEFENDEU CUNHA
Os defensores do presidente da Câmara, do escritório do ex-procurador-geral Antonio Fernando de Souza, dizem que é importante assinalar que, na época, o próprio doleiro Alberto Youssef desmentiu o agente Jayme Careca, afirmando que não conhecia Cunha e jamais havia mandado entregar propinas ao deputado. No dia 12 de janeiro, o advogado Antonio Basto Figueiredo, que defende Youssef, também declarou à imprensa que o doleiro não conhecia Cunha e nunca mandara dinheiro para ele.
Cinco meses depois, no dia 10 de maio, em depoimento à CPI da Petrobrás, Youssef voltou a dizer que não podia confirmar remessa de dinheiro para o presidente da Câmara. “Recebi da OAS para que fosse entregue o recurso nesse endereço. Não sabia quem era morador da residência”, disse Youssef aos parlamentares.
Os advogados de Cunha destacam que jamais houve depoimento do doleiro ou de qualquer outro delator dizendo ter dado dinheiro diretamente ao deputado. No caso de Youssef, por exemplo, ele disse ter sabido que o lobista Julio Camargo pedira propina que deveria ser destinada a Cunha, por um contrato de locação de sondas para a Petrobras. Mas na época afirmou nunca ter dado nenhuma propina ao deputado.
DE REPENTE, TUDO MUDOU
Os advogados de Cunha dizem que, de repente, tudo mudou, como novo depoimento de Camargo, dia 16 de julho. Embora o doleiro jamais tenha feito pagamentos ao deputado, na lista de pagamentos a Cunha entra uma empresa do próprio Youssef, a Devoshire Global Fund, que teria recebido parte das 34 operações feitas pelo lobista Júlio Camargo para pagar as propinas ao deputado. É esse tipo de contradição que a defesa do presidente da Câmara vai explorar.
Os advogados apontam também uma discrepância entre o depoimento de Camargo, que disse ter sido chantageado por Cunha em US$ 10 milhões, enquanto Janot afirmou que o deputado exigiu 15 milhões. Dizem, ainda, não haver comprovação que Cunha teria comparecido ao Edifício Leblon Empresarial, no Rio de Janeiro, em 17 de setembro de 2011, para se encontrar com Fernando Baiano e Júlio Camargo. Só há provas da entrada do carro de Baiano no estacionamento, entre 19h e 21h. Não há comprovação de que Cunha estaria com ele nem houve gravação da conversa entre eles, que tem “trechos” inteiros supostamente transcritos por Janot na denúncia de 85 páginas, como se fossem extraídos de um gravador. Além disso, segundo os advogados, o fato de Cunha estar no Rio naquele domingo é bobagem, porque ele mora aqui.
Em função dessas falhas na denúncia, o advogado Davi Machado Evangelista, que atua no escritório de Brasília que defende Cunha, diz que a acusação é “facilmente derrubável”, sobretudo por ser toda baseada no depoimento de Júlio Camargo, “um delator infiel, que mente”.
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PS – E não percam hoje o sensacional embate entre o senador Fernando Collor e o procurador-geral Rodrigo Janot. O parlamentar vai exibir documentos mostrando que Janot tem um passado nebuloso e uma folha corrida considerável. Ao final da sabatina, vai ser difícil saber quem é o pior – Janot ou o próprio Collor. Se minha avó Duquinha estivesse viva, diria: “Um pelo outro, eu não quero troca”. (C.N.)

26 de agosto de 2015
Carlos Newton

REMESSAS PARA O EXTERIOR: COMO OS LADRÕES ROUBAM O BRASIL


A Operação Lava-Jato, desenvolvida pela Polícia Federal e Procuradoria Geral da República a partir da explosão do gigantesco escândalo na Petrobrás e das prisões decretadas pelo juiz Sérgio Moro, revelou ao país, e também ao mundo, os tentáculos de uma incrível rede de corrupção, mas não somente isso: expôs também como os ladrões roubam o Brasil através de remessas ilegais de dinheiro para o exterior.
Este aspecto, ainda não totalmente iluminado em toda sua profundidade, começou a ser revelado pelo repórter Graciliano Rocha, Folha de São Paulo de segunda-feira, ao destacar vinculações de alguns bancos que operam na Suíça com depósitos decorrentes de propinas pagas por contratos superfaturados, cujos desembolsos – é claro – saíram dos cofres da maior empresa brasileira, a estatal onde se implantou a teia de roubos numa sequência que durou em torno de dez anos seguidos.
Graciliano Rocha destaca que, em 2007, Paulo Roberto Costa, então diretor da Petrobrás, abriu uma conta em Genebra, frisou, fazendo soar o alarme do HSBC Private Bank. O Banco classificou Roberto Costa como “pessoa politicamente exposta”. A classificação fala por si mesma. Entretanto, de instituições financeiras escoaram dinheiro desviado da Petrobrás. Isso de um lado.
De outro, mais de cem contas bancárias entraram no radar dos investigadores (suíços) e, até agora, já bloquearam o equivalente a 1 bilhão e 200 milhões de reais. Porém o número de contas desvendadas segue um ritmo crescente, segundo a própria Procuradoria Geral da Suíça, disse o repórter.
MUITO DINHEIRO
Por esse caminho, podemos fazer uma ideia inicial da dimensão do volume acumulado proveniente das ações de ladrões de casaca, em recursos que saíram da economia brasileira e foram acrescentados ao poderio e à influência dos bancos internacionais.
Como tais depósitos só podem ter sido feitos em dólares ou euros, onde estava a fiscalização do Banco Central? E os ladrões do petróleo não roubaram apenas o governo brasileiro e diretamente o Estado, mas também indiretamente invadiram os bolsos de toda a população brasileira. Caso nítido de evasão ilegal de divisas. Parte do Produto Interno Bruto foi transferido para poderosas economias sediadas no exterior.
Calcule-se o total de operações como essas denunciadas agora através das décadas para encontrar uma das fortes razões básicas do subdesenvolvimento nacional.
TRAIÇÃO DO PAÍS
O dinheiro produzido aqui vai veloz e sombriamente fortalecer outras sociedades. Por isso, a distribuição de renda não é condizente com as legítimas reivindicações da sociedade brasileira, iludida seguida e sordidamente por manipuladores de números e índices financeiros. Não se trata, no fundo, de um caso de roubo, mas sim de roubo vinculado à traição dos interesses brasileiros.
Graciliano Rocha acrescenta que Pedro Barusco, ex gerente da Petrobrás, afirmou que Denise Kos, que foi executiva de um grande banco, e agora atua como executiva de outro, o ajudou a levar 97 milhões de dólares originários de propinas por contratos superfaturados da Petrobrás. Assinalou Barusco que Denise Kos fez o dinheiro circular por quatro bancos diferentes (na tentativa de apagar o rastro) e também facilitou a abertura de contas em seu nome. Assim se escreve a história. Cada página é um novo capítulo. Cada episódio uma comprovação do anterior, no caso do assalto à Petrobrás.
OPERAÇÕES SECRETAS
A sequência, além do mais, proporcionou uma visão moderna dos esquemas internacionais que dão cobertura aos roubos como os praticados no Brasil. Até pouco tempo, tais operações eram tão secretas como as brasileiras, não somente na Suíça, mas também em outros países. A cortina do segredo foi levantada; os atores vão aparecer, como é inevitável. Com a Internet, a névoa do sigilo dissolve-se no ar. O que existe aparece.

26 de agosto de 2015
Pedro do Coutto