"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

O BRASIL PODE DAR CERTO?

A Europa desenvolvida tornou realidade, na metade do século XX, direitos sociais relevantes. Ninguém precisa perder o patrimônio para ser tratado de uma doença séria, ou gastar boa parte de sua renda para se locomover. É isso o que chamo um país "dar certo". Os efeitos não são só materiais. Também explicam por que as pessoas não furam fila nem invadem o acostamento: sabem que há lugar para todos, que a demanda atende à oferta. Não temos isso no Brasil.

Uma discussão do tema, no Facebook, sugeriu que a centro-direita (ou os liberais, como preferem ser chamados) parece mais consciente, do que a centro-esquerda, da premência deste nosso desastre social. Reconhecer um problema é um passo para resolvê-lo. Só que a centro-direita propõe soluções que não levam em conta, ou só levam em conta enquanto obstáculo, não como oportunidade, a complexidade política de implantá-las.

Parte-se da crença de que a economia brasileira está em séria crise. As políticas distributivistas do PT teriam estancado o espírito de iniciativa empresarial. Seria preciso devolver - ou criar - condições para uma forte expansão econômica. As medidas sugeridas reduzem o papel do Estado, aumentam a concorrência, favorecem a contratação de empregados (isto é, favorecem sua demissão: o diagnóstico é que não se contrata por receio da burocracia que cerca o desligamento do funcionário).

Essas análises estão certas, estão erradas? Não discutirei aqui. Mentes brilhantes as endossam. Mas trazem problemas políticos.

O primeiro está no próprio enunciado da questão que coloquei - do que o Brasil precisa para "dar certo". Os liberais acreditam saber o que falta para o País atender à demanda da rua por transporte, educação, saúde e seguranças decentes - mas suas propostas não vão além de fórmulas teóricas. Na política a teoria é necessária, mas insuficiente: o fundamental é construir, politicamente, as medidas que levem numa determinada direção. Explico.

Em 1994, o País estava travado, tanto pela inflação quanto pela indefinição de quem investiria, o Estado ou a iniciativa privada. Tendo domado a inflação graças ao Plano Real, FHC também venceu as resistências à privatização. Poderia ela não ser a melhor solução, certamente não era a única, mas foi a que ganhou apoio político. Já em 2002, o descontentamento com a desigualdade social permitiu que Lula mudasse o rumo de nossa política. Nos dois casos, houve demanda e liderança políticas. Mas hoje, quando nossos liberais propõem reformas econômicas para resolver sérios problemas sociais, não as traduzem em linguagem política. Ficam na teoria. Daí que lhes seja fácil responder a uma pergunta como a minha, às vezes até ironizando sua suposta ingenuidade, mas que não consigam fazer a teoria deles passar à prática. O problema é que, na política, a melhor teoria vale pouco, se não trouxer resultados.

O segundo problema é que a pasta dental não volta para dentro do tubo. Desregulamentar o mercado de trabalho para fazê-lo crescer causa desconfiança. Como convencer as pessoas de que terão mais e melhores empregos, se não tiverem garantia nenhuma deles? A inclusão social dos últimos anos, embora tenha se dado mais pelo consumo do que pela educação ou cultura, trouxe exigências irreversíveis. Pelo menos enquanto estiver no horizonte o consumo dos bens de consumo necessários (o iogurte de FHC, a geladeira de Lula etc.), não há condições políticas de sustá-lo. Haja China para nos exportar tudo isso, a preço que os ex-miseráveis possam pagar... Mas dificilmente alguém ganhará uma eleição sem aumentar o consumo, o que significa ampliar o crédito ao consumidor, o que implica ir na contramão do que os liberais pregam. Não interessa aqui se eles têm razão ou não; o ponto é que seu discurso não terá apoio político.

Política não é ter razão. Aliás, hoje a centro-direita acredita estar certa e se irrita porque os eleitores não votam nela; só que, vinte anos atrás, era o PT que se sentia assim. Recordar é viver.

Mais um problema. As demandas que hoje prevalecem são sociais, mas as propostas das oposições são essencialmente econômicas. O que é lógico, se elas consideram que a economia está em frangalhos e não sustentará nem o que existe, quanto mais uma expansão do gasto (ou investimento) social. Mas a economia é, quando muito, um meio, enquanto construir uma sociedade justa é um fim, o mais importante dos fins que nos podemos propor. Em especial, não se percebe que, como o cobrador do conto homônimo de Rubens Fonseca, estamos cansados de esperar, e os mais pobres mais que todos nós. Se alguém disser que, para se chegar à elementar justiça social, será preciso dar uma longa volta - seja pelo estatismo, seja pelo neoliberalismo - dificilmente ganhará a confiança do eleitorado. Estamos fartos de desvios que acabaram se eternizando.

Talvez por isso as pesquisas, que mostram a maior parte da população sequiosa de grandes mudanças, não beneficiem a oposição. (O governo é o favorito, não só pelo balanço de uma inclusão social que se realizou sem custos para as classes abonadas, como por ter oposições menos atentas do que deveriam à realidade social). Mas pode ser que em 2014 algum candidato a governador inove, propondo em termos concretos e confiáveis uma agenda que contemple transporte, saúde, educação e segurança públicos. Ou em 2016, alguns candidatos a prefeito despertem para as reivindicações populares. Penso que serão excepcionais: isto é, poucos em quantidade e altos em qualidade. Mas poderão renovar o panorama político brasileiro.
06 de janeiro de 2014
Renato Janine Ribeiro, Valor Econômico

POR ORA, REFÉM DE MARINA

"Ele não tem o traquejo para isso" 
Fernando Henrique, sobre a hipótese de Joaquim Barbosa ser candidato a presidente
No final do ano passado, em conversa com um amigo a bordo de um avião que os conduzia ao Rio de Janeiro, Eduardo Campos, governador de Pernambuco e aspirante a candidato à Presidência da República pelo PSB, desabafou num momento de irritação: "Não aguento mais ouvir dos meus interlocutores: 'A Marina está de acordo?' Há momentos em que eu, simplesmente, não entendo o que ela fala. Não entendo mesmo"

A TÃO LOUVADA habilidade política de Eduardo será testada nos próximos meses pelo gênio difícil da ex ministra do Meio Ambiente Marina Silva. Salvo uma inesperada ou uma repentina e incontornável desavença entre os dois, Marina fará parte da chapa de Eduardo na condição de vice. Mas a que preço? 

MAL ANUNCIOU sua filiação ao PSB, enquanto não registra seu partido, a REDE, Marina se opôs a um acordo quase firmado por Eduardo com setores da área rural do Centro-Oeste, o que traria para seu lado uma parcela do DEM representada por Ronaldo Caiado (GO), líder do partido na Câmara dos Deputados.

Bateu duro nos ruralistas, acusando-os de conservadores e de adversários do meio ambiente.

SUGERIU QUE eles não poderiam ter nenhuma afinidade com uma nova via política que se oferece como alternativa ao PT e ao PSDB. Ameaçou saltar fora do barco de Eduardo. Foi um corre, corre. Caiado enfureceu-se. Eduardo engoliu a seco. Em seguida, Marina levantou a questão das candidaturas aos governos estaduais. Na negociação com Eduardo tentou impor nomes da REDE que a acompanharam na adesão ao PSB.

A QUESTÃO NÃO foi resolvida. No Paraná, por exemplo, o PSB caminha para apoiar a reeleição do governador Beto Richa (PSDB). Marina é contra. Empenha- se para que o PSB apoie um nome inexpressivo, mas próximo da REDE. No geral, Marina se comporta como se fosse uma agente do PT infiltrada no PSB, dificultando o mais que pode qualquer aproximação entre o partido e o PSDB. Foi o que fez no caso de São Paulo - e ali ganhou a parada.

O PSB PAULISTA faz parte do governo Geraldo Alckmin, assim como fez dos governos do PSDB que o antecederam. E por sua maioria quer apoiar a reeleição de Alckmin. Em troca, poderá emplacar um dos seus nomes como candidato a vice-governador.

Eduardo parecia de acordo. Sonhava em dividir o palanque de Alckmin com Aécio. Aí, Marina disse não sob o argumento de que o PSB tem de se diferenciar do PSDB. Não pode enfrentá-lo na disputa pela Presidência da República conciliando com ele logo no principal estado do país. No primeiro turno, cada partido deve mostrar seu DNA. No segundo, predomina o embate puramente eleitoral, imagina Marina. Se dependesse dela, o candidato do PSB ao governo de São Paulo seria a deputada Luiza Erundina (PSB). Eduardo aceita a indicação. Foi ele que lançou Erundina como candidata a prefeita de São Paulo na última eleição. Erundina quer se eleger mais uma vez deputada federal.

O PT ESTÁ GRATO a Marina. É forte a chance de o partido eleger os governadores de Minas Gerais (Fernando Pimentel) e do Rio de Janeiro (Lindbergh Farias).

O eventual enfraquecimento de Alckmin fortalece a chance de o PT eleger Alexandre Padilha governador de São Paulo. Eduardo garante que num segundo turno, o PSB apoiará Alckmin. A se ver.

TUDO VALE A pena se a recompensa não for pequena, acha Eduardo. Até suportar Marina - desde que ela o recompense com parte dos votos que atraiu em 2010 quando candidata a presidente.
Marina foi a maior de suas conquistas até aqui.

06 de janeiro de 2014
Ricardo Noblat

NOVOS RUMOS PARA A EDUCAÇÃO

Em 2013 não foi diferente. A divulgação dos resultados da Avaliação Internacional de Alunos (Pisa, na sigla em inglês) 2012 colocou, mais uma vez, a educação brasileira na berlinda e reacendeu a antiga discussão sobre como pôr no rumo certo esse poderoso fundamento da cidadania e do desenvolvimento. Os argumentos contra e a favor se entrecruzaram. Ocupar a 58.ª posição num ranking de 65 países não é fato a ser aplaudido, nem dá para dormir tranquilo em berço esplêndido. Mas, olhando para trás, são de comemorar os avanços conseguidos, ainda que sejam menos brilhantes do que seria desejável para um país que partiu de patamares muito baixos de qualidade do ensino. Portanto, parece ser um daqueles casos em que todos têm um pouco de razão.

Começando pelos aspectos positivos: é relevante a evolução de desempenho registrada nas provas de 2012, que avaliaram alunos de 15 anos, frequentando do sétimo ao nono ano do ensino fundamental ou qualquer série do ensino médio. O relatório destaca o avanço de 4,1 pontos por ano no período 2003-2012. Ênfase para a proficiência em Matemática, com um salto de 356 para 391 pontos, numa escala que vai de zero a mil, e o aumento do número de jovens inseridos em salas de aulas. Aspectos negativos: a má pontuação em Português e Ciências e apenas 0,8% dos estudantes tendo atingido notas compatíveis com os níveis 5 e 6, que indicam aptidão para resolver questões mais complexas, enquanto 70% não ultrapassaram o nível 1 em Matemática, sendo incapazes de ler um simples gráfico de barra.

Justificativas e críticas à parte, está claro que o nó da educação brasileira saiu da esfera da inclusão educacional e até mesmo do volume de investimentos. Também parece claro que a hora é de planejar o futuro bem próximo, para que o País não perca, mais uma vez, o bonde da História e, portanto, aproveite ao máximo o momento propício que se avizinha na área educacional para dar o esperado salto de qualidade no ensino. No início da década de 2020 - ou seja, daqui a seis ou sete anos - o Brasil terá 5 milhões a menos de alunos em idade escolar, como apontam as estatísticas demográficas do IBGE. E, o que é melhor, terá R$ 120 bilhões a mais para investir no ensino se o projeto do pré-sal sair como o governo federal anuncia.

Chegou a hora de deixar de lado corporativismos, visões essencialmente ideologizadas, debates estéreis, que não levam a nada, e buscar lições produtivas em experiências que deram certo, tanto aqui como no exterior. Na China (que, aliás, acaba de atingir o topo do Pisa), o aluno de 10 anos tem o mesmo desempenho de seu colega brasileiro de 15, e o mesmo acontece com o coreano de 11 anos, o americano de 12 e o tailandês de 14. No Brasil, cresce o número de escolas públicas que, mesmo sem mais verbas, apresentam enormes ganhos de qualidade na aprendizagem, comprovando que a boa gestão escolar permite avançar em qualidade, mesmo nas condições atuais.

Em comum todos os casos têm como base a adoção de planejamento, metas, meritocracia, acompanhamento e avaliações rigorosas (estas não para reprovar o aluno, mas para detectar e corrigir as causas dos maus resultados). Os nós da educação brasileira já estão devidamente identificados. A política pública da educação precisa, por exemplo, revalorizar a figura do professor - tanto com programas de capacitação para aprimorar o desempenho daqueles que integram o quadro atual de docentes quanto adotando planos de cargos e salários compatíveis com a realidade do mercado de trabalho para atrair melhores talentos para o magistério. Hoje essa carreira, com salário médio nacional de R$ 1,4 mil, está em último lugar na preferência dos jovens, que preferem tornar-se mecânicos, secretários ou trabalhadores da construção civil.

Esse é apenas um dos gargalos do ensino básico, que se alinha à necessidade de oferecer aprendizado em período integral e com infraestrutura (laboratórios de ciências, computadores, bibliotecas). Ou seja, é preciso oferecer aos alunos condições de utilizar o tempo adicional com outras opções além das atividades culturais que, hoje, são realizadas como único complemento às aulas das disciplinas regulares, nas poucas escolas que funcionam em tempo integral. Outro ponto importante é a revisão dos currículos, visando a estabelecer um padrão nacional, como forma de reduzir as gritantes desigualdades regionais de aprendizado registradas em todas as avaliações que abrangem o alunado de todo o País. Essa redução, aliás, passaria também pelo investimento em educação infantil, com sensibilização das famílias de menor renda para que ofereçam em casa o estímulo correto aos filhos. E por aí vai.

A prioridade à qualidade da educação trará ganhos para os jovens que estão prestes a ingressar no mercado de trabalho, ao melhorar as suas condições para disputarem empregos mais bem remunerados. O desenvolvimento do País sofrerá forte impacto, pois cada ano adicional de escolaridade equivale também a 10% de aumento de produtividade. Não é à toa que a China cresceu dez vezes mais que o Brasil nos últimos dez anos (134% ante 13%).

A tarefa não é fácil, pois envolve problemas que se acumulam desde o Brasil colônia. Ao contrário, é uma verdadeira revolução, que demanda forte vontade política para vencer obstáculos e pôr a educação no rumo correto, num processo que atingirá sua maturação plena em várias gerações. Mas, na essência, talvez seja o maior legado que as lideranças atuais devem às novas gerações. E, quanto mais cedo o desafio for aceito, mais cedo o Brasil começará a colher os frutos da mais benéfica das revoluções que pode empreender.

 
06 de janeiro de 2014
RUY MARTINS ALTENFELDER SILVA, O Estado de S.Paulo

A ALMA REPTILIANA EM 2014

A verdade do homem não está no que ele diz, mas no que ele faz em nome do que ele diz

Por que, depois de tantas provas de que muitas religiões são uma farsa e alguns de seus ministros são uns picaretas, elas ainda dominam a vida da maioria dos seres humanos? Uma resposta possível está na Pré-História e em nossa "alma reptiliana".

Sou daquele tipo de pessoa que não acredita que mudamos muito nos últimos tempos; para dizer a verdade, acho que, quando pensamos na humanidade, a Pré-História deveria ser mais levada a sério do que surtos como a Revolução Francesa ou coisas passageiras como eleições democráticas.

Ou melhor, a Revolução Francesa deveria ser lida como mais um surto da violência natural que caracteriza toda manifestação de multidões desde o Paleolítico. Gostamos de matar e pronto. E a ideia de "um mundo melhor" é tão metafisica quanto os milenarismos medievais ou o monte Olimpo de Zeus.

Voltemos às religiões. Fenômeno mais essencial do que a política (aliás, só quando vira religião a política reúne multidões, como os fanáticos que creem na política como salvação), e, mais determinante, a religião deita raízes, como tudo mais de humano, na força que de fato nos forma, o desejo, que em nós é atávico como nosso cérebro réptil. E o réptil em nós goza no desejo.

Em nós, o desejo é metafísico, isto é, desejamos um mundo imaterial e eterno, no qual a força dos deuses é nossa, e nela não somos os miseráveis que somos. E para ter esse mundo nos fazemos ainda mais miseráveis, porque nosso pensamento e nossas ideias servem a esse desejo, e não o contrário. Por isso, seguimos picaretas de todos os tipos, que dizem representar os deuses, os santos, os espíritos que controlariam nossos destinos, fracassos e sucessos. No fundo, querem dinheiro, sempre dinheiro.

Não somos seres de razão, somos seres de desejo. É na Pré-História que encontramos a melhor compreensão de nossa "natureza", e não em teorias escritas em gabinetes sofisticados. Em cada um de nós vive um Australopithecus pronto a romper seu exílio em nossas maneiras afetadas de civilizados.

A religião, em grande parte, "organiza os delírios" de nossa mente animal e irracional. Em nós, a razão é superficial como espuma. Mas, diga-se, uma espuma que deve ser cultivada a todo custo.

Para além da chamada "escolha racional" (teoria muito comum hoje em estudos das religiões), teoria esta baseada no utilitarismo inglês que afirma que os seres humanos escolhem racionalmente buscando a redução do mal-estar e a otimização do bem-estar (por isso a religião, na sua hegemonia, seria um modo de escolha que diminui nosso mal-estar), a "inconsciência religiosa" se mantém, em grande parte, graças à estrutura mental pré-histórica.

É fácil imaginar nossos ancestrais apavorados sob o domínio de figuras xamânicas que cuspiam fogo enquanto afirmavam que pragas, doenças e guerras assolariam a vida do bando --o óbvio e ululante, claro. Ou, no caso de desejarem combater essas maldições, eles deveriam matar bichos, matar pessoas, comer comidas sagradas, entoar sons repetitivos, dançar ritmos extáticos, fazer sexo com o sacerdote. Enfim, há um risco de reptilização da fé.

Quando passo diante de um desses templos nos quais as pessoas erguem as mãos e gritam pelo Espírito Santo ou qualquer outra entidade suposta, ouço nossa ancestralidade berrando em plena luz do dia. Pensar que há algo de diferente entre o pré-histórico e nós nisso é confundir o cenário com a dramaturgia que na realidade define os personagens e sua ação.

Claro, hoje, afetados de todos os tipos se dizem contra sacrifícios animais e contra guerras, mas, em dois minutos, pulariam na jugular de quem fosse contra suas pautas de santidade. A verdade do homem não está no que ele diz, mas no que ele faz em nome do que ele diz.

As religiões evoluíram, como tudo mais em nós. Produziram grandes e belos sistemas teológicos e morais. Não nego. Mas o número de pessoas que se submetem a reptilização da fé é enorme, pouco importa o quão inteligentes sejam em outras áreas, ainda creem, em 2014, na capacidade de interpretação desses picaretas do mundo dos espíritos.

O LOBO DE SCORSESE

Shame on you! (que vergonha!), gritou um roteirista quando o diretor Martin Scorsese saiu do elevador ao lado de Leonardo DiCaprio para encontrar o público de membros da Academia de Hollywood na sessão de O Lobo de Wall Street, baseado no livro de memórias homônimo de Jordan Belfort.

No ano de 12 Anos de Escravidão, o mais poderoso filme sobre a maior ferida da história dos Estados Unidos, os americanos estão consumidos por um escroque do mercado financeiro cuja história foi levada ao cinema com o abandono operático conhecido do diretor de Raging Bull (Touro Indomável).

Pouco mais de cinco anos depois do crash, que causou a pior recessão desde a Grande Depressão, o filme sobre a vida do ex-corretor Jordan Belfort está chocando público e críticos, gente que não se queixou quando A Hora Mais Escura mostrou cenas bárbaras de tortura sancionada pelo governo.

Belfort fundou a corretora Stratton Oakmont, nos anos 90. Em 1998, foi indiciado por fraude e lavagem de dinheiro e dedurou colegas para obter sua sentença de 4 anos, da qual só cumpriu 22 meses. Ele era agressivo na perseguição aos clientes e provocou perdas de pelo menos US$ 110 milhões para 1.500 pessoas. Hoje, Belfort ganha a vida como palestrante motivacional, a atividade inventada neste país onde deveria haver um Oscar amador para embusteiros.

Leonardo DiCaprio obteve os direitos sobre a vida de Belfort numa disputa acirrada com o ator e produtor Brad Pitt, em 2007. DiCaprio descreve seu personagem com um "Calígula contemporâneo", o que pode explicar os vários cortes feitos por Scorsese em cima da estreia para o filme não receber a temida classificação NC-17, que não permite a entrada de menores de 17 anos. Ainda assim, O Lobo é resumido por detratores como 3 horas de sexo, drogas e misantropia. Entre as variadas predileções do protagonista representadas no filme, uma delas é cheirar cocaína depositada num orifício corporal de uma prostituta.

Ficamos sabendo que a plateia numa sessão em Wall Street aplaudiu "nos momentos errados", fato que foi usado para acusar Scorsese de cumplicidade com os personagens. É mais fácil caminhar sobre o gelo que cobriu Manhattan esta semana do que tentar plantar os pés numa discussão sobre a promissória moral de um artista.

"É brutal", admitiu um defensivo Scorsese surpreso com a reação passional ao filme, de um público familiar com a sua obra que é farta na exploração da violência.

Um ruidoso grupo de críticos é formado pelas vítimas de Jordan Belfort, entre eles, gente que teve a saúde ou os meios de sustento arruinados pelo pilantra. Suas histórias não fazem parte do filme. DiCaprio conseguiu produzir O Lobo com financiamento independente e é provável que um grande estúdio exigisse alguma forma de redenção na narrativa. Scorsese é um mestre em nos servir vilões, como ele mesmo diz, sem açucarar. Ele quer que o público goste de seus personagens, ainda que despreze suas ações.

Mas, desta vez, Scorsese parece ter tocado num nervo. Um respeitado crítico como David Denby, da New Yorker, se disse anestesiado pela orgia de excessos, pelo espetáculo burlesco que, de tão barulhento, elimina qualquer possibilidade de indignação com a escória humana que habita a tela. "O Lobo de Wall Street é nojento e obsceno como cinema", disparou.

Seu colega de revista Richard Brody se viu compelido a escrever uma segunda resenha para exaltar as qualidades do Lobo de Scorsese. A cena final, em que o próprio Jordan Belfort faz uma ponta, é uma aterradora combinação olímpica de compaixão, desprezo e angústia, argumenta Brody. Ele acredita que o filme não é sobre falcatruas de Wall Street e sim sobre os desejos, a autoindulgência, os jogos de poder e o calculismo da vida num mundo decadente.

Não tenho resposta para o debate sobre O Lobo de Wall Street e confesso minha resistência limitada à violência prolongada na tela, venha ela de um mafioso fazendo justiça com sangue ou de um corretor promovendo um concurso de atirar anões para o ar num escritório. Não tenho pressa de decidir se o filme vai ficar comigo como ficou Goodfellas (Os Bons Companheiros), lançado há 24 anos. Mas tenho uma suspeita: a intensidade da reação pode estar ligada ao momento que o país atravessa.
O público americano hoje é muito mais cínico e descrente do que o público de 1990. A evaporação de milhões de empregos, e expectativa da velhice empobrecida, a proteção aos responsáveis pelo crash de 2008 - nenhum deles foi para a prisão, o colapso da responsabilidade política em Washington e a certeza de que as instituições criadas para todos funcionam para uma minoria ínfima podem estar por trás da frustração com o triunfalismo que desfila na tela. No escuro do cinema, o espectador encontra no personagem repugnante e real a impunidade que transformou sua própria vida. E que vai continuar, quando acender a luz.
 
06 de janeiro de 2014
Lúcia Guimarães, Estado de S. Paulo

BRASILEIRO, UM CIDADÃO TUNGADO PELO FISCO

Faz sucesso na internet o cálculo do desconto do Imposto de Renda, feito pelo Sindifisco  

Está circulando na internet, com grande repercussão, o cálculo feito pelo Sindifisco (Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal) sobre os prejuízos dos contribuintes com a fixação do desconto do Imposto de Renda em valores irreais. Confira o cálculo.

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DENÚNCIA DOS AUDITORES-FISCAIS DA RECEITA

Todos sabemos que o PT (Lula e Dilma) no poder aumentou desmedidamente o número de funcionários públicos federais empregando, sem concurso público, filiados ao PT.  É claro que as despesas de CUSTEIO desse APARELHAMENTO do Estado aumentaram a tal ponto que tirou a capacidade do governo federal de investir, em benefício da população, em educação,  saúde, transporte público, infraestrutura, etc…

Veja como VOCÊ, pessoa física, cidadão e cidadã contribuintes, sustenta (paga) a farra do PT.
A Tabela do Imposto de Renda, segundo o Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco), está defasada cerca de 66%.

DESCONTO IRREAL

Com base nessa defasagem de 66% podemos inferir quanto representa o “desconto” supostamente magnânimo concedido pelo governo federal.

Tomando por base uma receita (renda) de R$ 4.463,82  - limite inferior da maior alíquota tributada -  temos na Tabela o “desconto” de R$ 826,15.   Esse “desconto”, considerando a defasagem de 66%, representa apenas 34% do desconto que o contribuinte deveria ter, sem a malandragem contábil do governo.  Como R$ 826,15 representa 34%, é lógico que R$ 24,9853 representa 1% (826,15 : 34) =  24,9853) e que R$ 2.498,53 representa 100%  (24,9853 x 100  =  R$ 2.498,53). 

Pelos dados do Sindifisco esse valor de  R$ 2.498,53 é deveria ser o desconto da Tabela do Imposto de Renda, e não o “desconto” de R$ 826,15 – como foi lançado nas ventas e costas do contribuinte.

Repetindo, considerando a receita (renda) de R$ 4.463,82  o cidadão e a cidadã contribuintes têm, pela Tabela, um “desconto” de R$ 826,15 quando, se a Tabela fosse corrigida, teriam um desconto de R$ 2.498,53. 

Neste caso, a diferença é de R$ R$ 1.270,98  –  que é quanto o governo federal confisca (tunga) do cidadão e da cidadã contribuintes.  E por aí seguem, alegremente, a caravana… e os variados casos de confisco.

06 de janeiro de 2014
Celso Serra

JUSTIÇA DETERMINA QUE GENOÍNO PAGUE MULTA DE R$ 468 MIL DO PROCESSO DO MENSALÃO

 



Brasília – A Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal determinou hoje (6) que o ex-deputado José Genoino, condenado a quatro anos e oito meses de prisão na Ação Penal 470, o processo do mensalão, pague a multa que ele recebeu pela condenação por corrupção. Conforme decisão da VEP, Genoino tem dez dias para pagar cerca de R$ 468 mil.

De acordo com despacho da Vara de Execuções Penais, se Genoino não fizer o pagamento no prazo estipulado, o débito será inscrito na Dívida Ativa da União. “Juiz da Vara de Execuções Penais determinou a intimação do sentenciado para o pagamento da pena de multa imposta nos autos da Ação Penal 470, proveniente do Supremo Tribunal Federal, no prazo de dez dias, sob pena de inscrição do débito em Dívida Ativa da União, nos termos do Artigo 51 do Código Penal”, decidiu a VEP.

Genoino cumpre prisão domiciliar temporária até 19 de fevereiro, por decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa. No entanto, Barbosa rejeitou pedido de transferência para São Paulo, e o ex-deputado permanecerá em Brasília até nova avaliação médica. Após a data, uma perícia será feita para decidir se o condenado permanecerá em casa ou voltará para Penitenciária da Papuda, no Distrito Federal.

Conforme relatório obtido pela Agência Brasil, em dezembro, o ex-deputado apresenta boa aparência e quadro geral de saúde estável. No dia 26 de dezembro, Genoino recebeu a visita de uma assistente social e de uma psicóloga, responsáveis pela avaliação periódica de detentos que cumprem prisão domiciliar provisória.

06 de janeiro de 2014
André Richter
Agência Brasil

O HUMOR DO DUKE

Charge O Tempo 06/01

06 de janeiro de 2014

AS GESTÕES PETISTAS SE CARACTERIZAM PELAS CONTRADIÇÕES




Há uma administração voltada para o povo inculto e incauto e, outra, a verdadeira, com objetivos partidários e de deixar políticos e aliados do PT muito bem de vida.
Divulgar propaganda a respeito de preocupação com o social e permitir que os presídios chegassem ao nível em que se encontram é crime, desconsideração pelo ser humano, descaso absoluto, enaltecendo as casas de detenção como escolas sofisticadas para ilícitos de qualquer natureza.

Desta forma, os petistas não entendem ainda as razões pelas quais o povo desejou tanto que os bandidos do PT envolvidos no mensalão fossem presos! Ora, muita gente atrás das grades cometeu deslizes infinitamente mais leves que os mensaleiros, e estão presos há tempo. Os petistas roubaram o País, fraudaram as leis, desviaram recursos do Fundo Partidário para dividir entre aliados, lotearam a administração pública como presente para quem se dispusesse a fazer parte da “base aliada” e, no entanto, estão soltos!

INJUSTIÇA

Assim, a prisão desses mensaleiros atendeu ao anseio popular, o apelo de gente honesta, o desejo do cidadão de bem, que constata estar nos presídios a injustiça em seu maior grau, haja vista a Defensoria Pública não se interessar como deve pelos detentos e nem defendê-los a contento quando acusados de crimes relativamente graves. E os governadores e a presidente são omissos e negligentes quanto à construção de novas casas de detenção.

Diferentemente dos traficantes que podem pagar por advogados de renome (o PT, para defender seus partidários no mensalão, contratou os melhores existentes no País), a maioria dos condenados sequer possui condições de sobrevivência, e são estes os que são presos e trancafiados em ambientes deploráveis e absolutamente injustificáveis mesmo para criminosos da pior espécie.

Enquanto assistimos ministros, secretários, parlamentares cometerem atrocidades, e não sentam na cadeira dos réus, o pobre vai para a cadeia pelo semblante apenas, e pelo físico deteriorado pela fome e doenças.

Neste particular, o PT comete o seu maior pecado contra o ser humano, que explica a escolha de uma ministra dos Direitos Humanos que não consegue entender a injustiça cometida e o crime praticado contra o cidadão brasileiro quando o detém nesses depósitos de gente sem qualquer condição física (espaço), moral (a quantidade de pessoas por cela) e salubre (uma privada para dezenas de pessoas).

É natural que, quando alguns são soltos, seu desejo é de vingança, de compensação, de fazer justiças pelas próprias mãos, atingindo principalmente um inocente, o povo trabalhador, que morre em assaltos, chacinas ou balas perdidas.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOGDe acordo com o 7º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, entre 2011 e 2012 os homicídios cresceram 7,8% e os estupros, 18,17%. Divulgado em novembro de 2013, o relatório mostra também um quadro de desconfiança da população na polícia. No primeiro semestre de 2012, 61,75% dos entrevistados em uma pesquisa feita pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública disseram não confiar no aparato de segurança interna do Estado. Ao final do primeiro semestre de 2013, esse percentual tinha subido para 70,1%. (C.N.)

06 de janeiro de 2014
Francisco Bendl

ESTOURO DA BOIADA

Economistas preveem que a desafiadora e resistente inflação deve encerrar 2014 perto de 6%

inflacao_22Os integrantes do desgoverno comandado por Dilma Vana Rousseff tentam mostrar à sociedade que o Brasil é a versão tropical do país de Alice, aquele das maravilhas, mas os números impedem que a onda de mitomania avance.

O mais implacável dos números é o da inflação, que medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve fechar este ano em 5,97%, muito distante da meta estabelecida pelo governo, que é de 4,5%, e pouco abaixo do teto de 6,5%.

Cabe ao Banco Central a tarefa de atuar para fazer com que a inflação se aproxime do centro da meta, mas a missão torna-se impossível quando o governo central simplesmente dá de ombros para o controle de gastos e usa de artifícios para maquiar as contas públicas. Não bastassem os gastos para manter a paquidérmica e aparelhada máquina federal, o governo tem uma enorme dificuldade para investir, o que reduz sobremaneira a possibilidade de movimentação da economia.

Uma das ferramentas usadas pelo BC nos últimos anos para combater a inflação foi a alta da taxa básica de juro, a Selic, que serve como referência para, por exemplo, calcular o custo do dinheiro usado no crédito ao consumidor. Nos últimos doze meses, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic em 2,75 pontos percentuais, o que fez com que a taxa encerrasse 2013 na casa de 10% ao ano.

A situação econômica do Brasil é preocupante, mas os palacianos insistem em dizer que este ano será excepcional, como aconteceu anteriormente. Ciente de que a realidade é muito distinta, o ainda ministro Guido Mantega (Fazenda) não mais arrisca seus palpites estapafúrdios, pois bastam as muitas anedotas do mercado financeiro que colocaram o petista na proa.

A incompetência do governo na condução da economia é tamanha, que o Banco Central terá sérias dificuldades em 2014 para conter a inflação, que em números reais já gravita na órbita de 20% ao ano, índice absurdo para um país que fixa o salário mínimo em míseros R$ 724. Há quem diga que poucos são os brasileiros que recebem o piso salário nacional, o que é uma inverdade, mas não se deve esquecer que o IBGE apurou que dois terços da população recebem menos de dois salários mínimos mensais.

Para piorar o quadro atual há fatores que causam preocupação no âmbito da inflação. O primeiro deles é o conjunto de preços administrados, como o da energia elétrica, que é subsidiado pelo Tesouro Nacional, elevando ainda mais os gastos de um governo incompetente. O segundo fator que merece consideração é a proximidade da Copa do Mundo, que levará às alturas os preços de produtos e serviços. Em suma, domar a inflação em 2014 será tarefa das mais hercúleas.

06 de janeiro de 2014
ucho.info

JUSTA HOMENAGEM

Milhares de torcedores comparecem ao Estádio da Luz para a última volta olímpica de Eusébio

eusebio_01Mais de 10 mil pessoas comparecerem ao Estádio da Luz, em Lisboa, para prestar a última homenagem a Eusébio, o Pantera Negra, um dos maiores jogadores de futebol de todos os tempos.

Os torcedores protagonizaram uma salva de palmas ainda antes de o corpo do ídolo do futebol português adentrar ao gramado para cumprir o seu desejo.

O de dar uma volta olímpica no estádio que ele costumava chamar de “minha casa”.
A antiga estrela do Benfica morreu na madrugada de domingo (5) em decorrência de parada cardiorrespiratória. Eusébio já apresentava problemas de saúde desde quando foi internado, em junho de 2012, no Hospital da Luz, na sequência de acidente vascular cerebral (AVC) que sofreu na Polônia, onde acompanhava a seleção portuguesa no Campeonato da Europa de futebol.

O governo português decretou luto oficial de três dias pela morte do ex-jogador Eusébio, informou à agência Lusa um integrante do gabinete do primeiro-ministro. Além das muitas homenagens que recebeu no Estádio da Luz, Eusébio foi reverenciado por muitas personalidades da política portuguesa, pois o ex-jogador do Benfica levou a imagem de Portugal a todos os cantos do planeta, atuando como verdadeiro embaixador da Terra de Camões.
O felino da bola
Eusébio da Silva Ferreira nasceu em Lourenço Marques (atual Maputo), Moçambique, a 25 de janeiro de 1942, mas foi em Lisboa que se tornou uma das maiores estrelas do futebol mundial, sempre vestindo a camisa do melhor Benfica de todos os tempos, dentro e fora das fronteiras lusas.

Em 313 jogos defendendo p Benfica, Eusébio marcou 319 gols, aos quais se juntam outros 97 na Taça de Portugal. Pelo Benfica, o “Pantera Negra” foi campeão europeu em 1961/62 e representou a seleção portuguesa em 64 ocasiões, tendo balançado a rede adversária em 41 ocasiões.

Eusébio foi eleito o melhor jogador da Europa em 1965 (Bola de Ouro), “coroando-se” um ano depois como melhor marcador do Mundial de 1966, com nove gols marcados. Ao “Pantera Negra” só faltou conduzir Portugal ao título de campeão mundial nesse ano, ficando para a posterioridade as suas lágrimas no jogo em que a Inglaterra derrotou os portugueses, que acabaram por ficar classificados no terceiro lugar.

A alcunha de ‘Pantera Negra’, que lhe foi atribuída pelo jornalista inglês Desmond Hackett, simbolizava bem o seu estilo felino de jogar. O futebol começou a ser uma arte nos pés de Eusébio quando ele tinha 15 anos e ainda jogava no “Brasileiros Futebol Clube”, em Moçambique.

06 de janeiro de 2014
ucho.info
(Com informações do Correio da Manhã)

HOUVE UM TEMPO...

 

percival_puggina_01Verdade que era um Brasil ainda muito rural. Metade da população vivia no campo. A elite nacional tinha menos “celebridades”, menores quadros e cultura superior.
Havia apenas quatro brasileiros para cada dez de hoje. As capitais estaduais compunham razoáveis espaços de convivência. A tevê recém surgia e o processo de formação da cultura e das opiniões passava principalmente pela Educação, pela transmissão oral e pela leitura.
 
O mundo acadêmico era de acesso mais restrito e assim, com menos gente, a qualidade ganhava densidade. O país ainda não fora infestado pelas pragas do relativismo moral e das drogas, e os pais zelavam pela formação do caráter dos filhos. Os religiosos tinham plena consciência de sua função no mundo. Tudo isso é verdade. Era um tempo em que não se metia a mão nos recursos públicos para uso e fins privados com a facilidade proporcionada nestes nossos dias.
 
Leio escandalizado as notícias que chegam da Corte ao cair a primeira chuva de 2014. O destaque é dado ao uso e abuso na utilização dos jatinhos da FAB pelos ministros da nossa desatenta e estabanada “gerentona”. Nos últimos seis meses de 2013, um pequeno grupo de 40 pessoas, com cargo ou hierarquia equivalente à de ministros de Estado, realizaram mais de 1,4 mil voos nessas custosas aeronaves supostamente adquiridas para atender demandas da segurança nacional. Todos os voos, informam os requisitantes, são realizados a serviço de suas pastas.
Arre gente com serviço externo, que não esquenta cadeira no ministério! José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, por exemplo, realizou 80 dessas viagens em 180 dias e entra para o Guiness Book. Solicita avião a jato com a mesma sem cerimônia que a gente acena para a lotação ou chama o taxi. Imagino o desagrado com que oficiais da FAB assumem o papel de mordomos das regalias aeronáuticas brasilienses.
 
Por outro lado, a revoada dos ministros de Dilma evidencia um admirável amor ao torrão natal. Seus ministros parecem ter muito a fazer em casa e pouco em Brasília e no resto do país. Voam tais quais pássaros, sem pagar passagem nem combustível, mas reconheça-se, são generosos. Fornecem carona como se fossem caminhoneiros da Força Aérea, transportando amigos e companheiros. Bem sei o quanto são desconfortáveis nossos aeroportos e aeronaves. Mas as coisas andariam melhores também nisso, se os figurões da República enfrentassem como o populacho a dura realidade dos voos domésticos brasileiros.
 
Então, como eu dizia, houve um tempo em que as coisas não eram assim. Ministros e secretários de Estado viajavam em estradas de pó e barro, nas “carroças” definidas como tais por Collor de Mello. Hospedavam-se em casas de amigos. A verba era curta para todos e as diárias não cobriam as despesas.
O governador Peracchi Barcellos, que usava um velho Aero Willys quando já circulavam nas ruas os veículos mais luxuosos da época, os cobiçados Ford Galaxie, demitiu um membro do governo que lhe pediu autorização para adquirir um deles. Era diferente a mentalidade dos governantes daquele tempo, como demonstra a conhecida recusa do presidente João Figueiredo quando outro João, o Havelange, lhe propôs realizar uma Copa do Mundo no Brasil: “Você conhece uma favela do Rio? Você já viu a seca do Nordeste? Você acha que eu vou gastar dinheiro em estádio de futebol?”
 
O país mudou. E em vários sentidos não mudou para melhor. O povo até gosta dessas ostentações (quem muito gasta, supostamente muito pode dar). Mas a revoada de jatinhos da FAB levando ministros para lá e para cá bem que podia, ao menos, se expressar em qualidade de gestão, em rigorosa fiscalização dos demais gastos, em menos corrupção e menor uso de recursos públicos com finalidade estritamente pessoal, política e eleitoral. Ganhar eleição assim, não tem graça. Nem mérito.

06 de janeiro de 2014
Percival Puggina (68) é arquiteto, empresário, escritor,

ODE AO FIASCO

Roseana Sarney não tem coragem para demitir secretário de Segurança Pública

roseana_sarney_31Medrosa de ocasião – A crise que se instalou no sistema penitenciário maranhense mostra não apenas a incapacidade da governadora Roseana Sarney (PMDB) de lidar com o problema, mas a inoperância escandalosa de um desgoverno que tem levado o Maranhão ao noticiário nacional pela via crucis. Integrante do grupo político que em cinco décadas arruinou o Maranhão, transformando-o no mais miserável estado brasileiro, Roseana é uma verdadeira ode à incompetência.

Governando o estado como se fosse uma espécie de fantoche do pai, o caudilho José Sarney, Roseana não teve coragem suficiente, até então, para demitir o secretário estadual de Segurança Pública, Aluísio Mendes, algo que qualquer governante minimamente sério já teria feito sem pensar duas vezes.

Apesar do caos que se instalou no Maranhão, principalmente na capital São Luís, a “famiglia” Sarney tem uma dívida impagável com o atual secretário de Segurança Pública, que não consegue vencer o poderio do crime organizado que domina os presídios locais. Coube a Aluísio Mendes, de posse de informações privilegiadas, informar ao empresário Fernando Sarney sobre as entranhas da Operação Boi Barrica (rebatizada como Faktor), evitando que o filho do senador José Sarney fosse preso sob a acusação de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, entre outros crimes.

Para que o leitor avalie a forma como o Maranhão vem sendo governado nas últimas décadas, Aluísio Mendes, apesar do fiasco de sua gestão na Secretaria de Segurança Pública, é o candidato da “famiglia” Sarney à Câmara dos Deputados. Ou seja, não bastam os incompetentes que frequentam o Congresso Nacional como mandato parlamentar debaixo para adular José Sarney, agora a governadora quer colocar mais um incompetente amestrado para representar o Maranhão no Legislativo federal.

O clã transformou o Maranhão em uma espécie de capitania hereditária, mas os integrantes do grupo, que vivem como nababos em meio a um oceano de miséria, tratam o assunto com deboche, o que mostra que José Sarney conseguiu instalar no estado uma versão nacional do Apartheid, regime segregacionista que fez história, infelizmente, na África do Sul.

Escandalosamente vilipendiado em todos os seus direitos, até mesmo nos mais básicos, o sofrido povo maranhense precisa dar um basta a essa ditadura camuflada e silenciosa que perdura desde que o também caudilho Vitorino Freire saiu de cena. Somente quem conhece a realidade do Maranhão consegue avaliar a extensão do caos que toma conta de um estado que jamais poderia ter status tão vexatório, como o de mais miserável da federação, até porque há muitas riquezas na região a serem exploradas. O que não acontece porque Roseana Sarney é a “fulanização” da incompetência.

06 de janeiro de 2014
ucho.info

MOLEZA OFICIAL

CNJ precisa vasculhar o presídio da Papuda e acabar com a bolha de mordomias dos mensaleiros

mensalao_11Ao longo de 2013, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) promoveu uma série de mutirões carcerários, operação que constatou as reais condições em que vivem os sentenciados e possibilitou a reconquista da liberdade a muitos presos que já tinham condições para tal, por cumprimento da pena ou progressão de regime.

Com mais de 500 mil presos em todo o território nacional, o sistema penitenciário brasileiro carece de inspeções regulares por parte das autoridades da Justiça, sob pena de existirem um oceano de ilegalidades ponteado por arquipélagos de privilégios.

Um dos complexos penitenciários que necessita uma urgente inspeção por parte do CNJ é o da Papuda, em Brasília, para onde foram levados os condenados pelo Supremo Tribunal Federal na Ação Penal 470, que tratou do Mensalão do PT, o maior escândalo de corrupção da história nacional.

No presídio da Papuda estão alguns integrantes da cúpula do partido dos Trabalhadores, como José Dirceu e Delúbio Soares. Por lá também passou José Genoino Neto, que agora cumpre prisão domiciliar temporária, em Brasília, mas que pode ser revogada dentro de algumas semanas, obrigando o petista a retomar o convívio com os companheiros de partido e de cela.

A ala em que se encontram os mensaleiros condenados está sob a responsabilidade do gabinete do governador do Distrito Federal, o petista Agnelo Queiroz. Muito estranhamente, essa área exclusiva dos mensaleiros é de difícil acesso, à qual chegam advogados, familiares, correligionários e pessoas devidamente autorizadas.
Não se trata de uma área destinada aos presos que cumprem pena em regime semiaberto, de um luxuoso flat atrás das grades, onde os mensaleiros condenados à prisão gozam de algumas regalias, como telefone celular, serviço de internet, televisão de plasma e outros absurdos proibidos pela Lei de Execuções Penais.
A notícia de que José Dirceu estaria fazendo um curso de especialização em Direito por correspondência já pode ser considerada a maior galhofa, apesar de ainda estarmos nos primeiros dias de janeiro.

É importante que o CNJ promova uma devassa no Complexo Penitenciário da Papuda, pois não foi por acaso que alguns juízes da Vara de Execuções do Distrito Federal, a quem compete decidir sobre o cumprimento das penas dos mensaleiros, ameaçaram deixar o cargo sob a alegação de que uma rebelião estaria prestes a acontecer. Isso se deveu ao fato de que as mordomias concedidas aos mensaleiros condenados irritaram os presos, que ameaçaram com uma revolta intramuros caso os benefícios fosse não fossem estendido a todos os do semiaberto internos ou cessados imediatamente.

Nem um coisa e nem outra ocorreu, mas é preciso estancar essa onda criminosa de privilégios, que carrega a estrela vermelha do PT, antes que a Papuda se transforme em um barril de pólvora com pavio aceso.

Não custa lembrar que o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo, que reconheceu a existência do Mensalão do PT, disse, há meses, que preferia morrer a cumprir pena de prisão em qualquer unidade prisional do País. José Dirceu não é menos elitista do que Cardozo, o que confirma as informações apuradas pelo ucho.info sobre a bolha de mordomia criada pelo PT dentro da penitenciária da Papuda.

06 de janeiro de 2014
ucho.info

TRÊS CRÔNICAS BEM HUMORADAS SOBRE SAÚDE, MEDICAMENTOS E HÁBITOS SAUDÁVEIS

Mais um sobrevivente da ditadura dos índices médicos
Esqueci de mencionar o que ocorreu há uns oito anos com um amigo, então com 73.

Após o segundo stent coronariano feito em Huston - pago, porque o cara não tem plano de saúde: é só rico, riquíssimo - o médico de Otto resolveu que, apesar dos seus níveis de colesterol e de triglicerídeos estarem nos trinques, abaixo desses máximos que nos condenam à morte, ele deveria tomar as tais estatinas para baixá-los ou, sei lá, para mantê-los.

Lembro muito bem que conversamos muito a respeito, eu dizendo que não havia a menor necessidade dessa medicação e ele, embora concordasse, argumentava que ele tinha que fazer o que o médico mandava sob pena de perder a “garantia” do stent (esqueci de dizer que além de rico é pão-duro...).

Dizia eu: “dane-se a garantia, pombas, tudo que você toma de medicamento sem necessidade acaba fazendo mas mal que bem!”.

Ô boca! Seis meses depois do stent, Otto foi internado com uma pancreatite medicamentosa, devido às estatinas desnecessárias,  que quase o matou. E acabou passando um ano em uma dieta radical, principalmente sem linguiça e cerveja (e sem quase tudo), suas preferências, não fosse ele filho de alemães.

Hoje, com 81 e mais sadio que nunca, Otto, cagando e andando para as estatinas, retomou, faz tempo, seus hábitos alimentares, que incluem feijão cozido com paio e linguiça às duas da manhã, gelados e com muito alho cru e azeite. Gastronomicamente falando somos almas gêmeas...
 
06 de janeiro de 2014

Os medicamentos e a sua (in)eficácia

Ao comentar com a Theresa que sou meio avesso a medicamentos, lembrei de duas matérias sobre o assunto que eu tinha escaneado da Veja - eram quadros explicativos - há uns quatro anos e resolvi passá-las para texto. A primeira fala sobre a impressionante ineficácia de vários tipos de medicamentos largamente usados para combater diversos tipos de males e a segunda é sobre a variação dos índices de glicose, colesterol e pressão arterial hoje exigidos pelos médicos, aos quais eu acrescento, no final, os de triglicerídeos, meu grande problema durante muito tempo (divido em dois posts já que ficou muito grande).

Os medicamentos e a sua eficácia

O custo-benefício de um medicamento é determinado pela relação entre o número de pacientes que o tomam e o efeito real que esse remédio produz. Esse índice tem o nome de NNT, sigla em inglês para Number Needed to Treat.

Quando se usa antibiótico para tratar uma otite média, o NNT é 7. Isso significa que de cada 7 pessoas medicadas 1 se cura da infecção graças ao remédio.

Quando se usam estatinas para reduzir o colesterol ruim (LDL) ao patamar de 100, o NNT é 28. Isso significa que de cada 28 pacientes medicados 1 não morre ou não infarta graças ao remédio.

Quando se usam estatinas para reduzir o colesterol ruim (LDL) ao patamar de 80, o NNT é 71. Isso significa que de cada 71 pacientes medicados 1 não morre ou não infarta graças ao remédio.

Quando se usa anti-hipertensivo para controlar a pressão em idosos, o NNT é 18. Isso significa que de cada 18 pacientes medicados 1 não sofre infarto ou derrame graças ao remédio.

Quando se suplementa a alimentação com cálcio e vitamina D para prevenir fraturas em mulheres com osteoporose, o NNT é 20. Isso significa que de cada 20 mulheres tratadas 1 não sofre fratura graças aos suplementos.

Quando se ministra vacina contra a gripe, o NNT é 23. Isso significa que de cada 23 pessoas vacinadas 1 não fica gripada graças à vacina.

P.S.: A pedidos do Argento, os textos escaneados:




06 de janeiro de 2014

A ditadura dos índices médicos

Pressão Arterial
Quando o coração se contrai, bombeia sangue para o resto do organismo. O fluxo sanguíneo exerce um impacto sobre a parede das artérias. Esse impacto é a pressão arterial. Dentro da normalidade, a pressão arterial faz com que o sangue flua pelas artérias sem agredi-las, garantindo o aporte de oxigênio e nutrientes para todo o organismo.

A pressão alta danifica as paredes dos vasos sanguíneos e obriga o coração a trabalhar num ritmo mais acelerado. A hipertensão está relacionada a 40% das mortes por infarto.

Até 1994, a pressão ideal chegava a 16 por 9.
Em 1998 o índice de normalidade passou a ser de 14 por 9
Em 2002 foi criado o patamar de pressão ótima, aquela que fica em 12 por 8.
Em 2003 as autoridades médicas americanas passaram a classificar os pacientes com pressão entre 12 por 8 e 14 por 9 de “pré-hipertensos” e aqueles com pressão abaixo de 12 por 8 de “normais”. Esses parâmetros não são levados em conta no Brasil nem nos países europeus

Níveis tão baixos de pressão não são fáceis de ser alcançados. Para atingir essa meta, em geral, deve-se recorrer a remédios que podem causar efeitos colaterais muito desagradáveis. Em cardiopatas, a pressão abaixo de 12 por 8 pode levar à morte.

Colesterol
Um tipo de gordura circulante no organismo. Há dois tipos de colesterol - HDL, o bom, e LDL, o ruim. O colesterol, tanto o bom quanto o ruim, é essencial para a fabricação de hormônios e vitamina D e para a formação das membranas celulares.

Em excesso, o LDL contribui para a formação das placas de gordura que entopem as artérias. O colesterol alto está relacionado a 40% das mortes por infarto e derrame.

Até 1960 considerava-se normal o colesterol total de até 300 miligramas por decilitro de sangue
Na década de 80, descobriu-se que o colesterol total não é útil como marcador de risco cardiovascular. Passou-se a levar em conta separadamente as taxas de HDL e LDL O HDL deveria ficar acima de 35 e o LDL entre 130 e 160
Nos anos 90, o LDL ideal baixou para 100.
Hoje, para pacientes de altíssimo risco cardiovascular, os níveis considerados ideais de LDL são os abaixo de 70, o que só se consegue com muito remédio.

Uma redução drástica do colesterol, que só se obtém por meio de uma quantidade enorme de estatinas, pode levar a depressão e câncer.

Glicose
É o açúcar circulante no sangue. Obtida principalmente a partir da alimentação, a glicose é a principal fonte de energia do organismo.

Na década de 70, considerava-se normal a glicemia de até 140 miligramas de glicose por decilitro de sangue.
No início dos anos 80, a glicemia ideal era 126.
No fim da década de 80, a glicose no sangue não poderia exceder 110.
Em 2006 a Associação Americana de Diabetes passou a defender a tese de que a glicemia ideal deveria ser inferior a 100.

Apenas 3% deles atingem essa meta com dieta e ginástica. Índices glicêmicos muito reduzidos elevam a taxa de mortalidade por infarto.

Triglicerídeos
Primeiro, um adendo. O terrorismo que médicos e laboratórios fazem com esses índices é impressionante! Você vai procurar uma definição sobre qualquer substância, dessas mais “em moda”, e em vez disso é obrigado a ler primeiro um calhamaço sobre o perigo que elas representam para a saúde, até achar - se achar - uma frase, que seja, definindo a sua função no organismo. Dá até a impressão que o colesterol, a glicose e os triglicerídeos são elementos indesejáveis que só servem para fazer o mal. E vender remédios e consultas, é claro.

Os triglicerídeos são as principais gorduras do nosso organismo e compõem a maior parte das gorduras de origem vegetal e animal, sendo usados ​​para fornecer energia para o organismo.

Os triglicerídeos presentes no nosso corpo podem ser adquiridos através da alimentação ou produzidos pelo nosso próprio organismo pelo fígado.  São importantes, pois servem como reserva energética para os momentos de jejum prolongado ou alimentação insuficiente.

Os triglicerídeos estão presentes em vários alimentos comuns da nossa dieta, mas a maior parte costuma ser produzida pelo nosso fígado. Quando comemos carboidratos em excesso (doces, massas, pães, etc.), o fígado pega esses açúcares a mais e os transforma em triglicerídeos, para que eles possam ser estocados nos tecidos adiposos, servindo como reserva energética.

Os triglicerídeos viajam pela corrente sanguínea acoplados a uma proteína chamada VLDL, uma lipoproteína semelhante ao HDL e LDL que transportam o colesterol pelo sangue.

Em 1983, quando começaram meus problemas com os triglicerídeos ou, melhor dizendo, com os médicos e laboratórios, meu índice foi de 730 mg/dl, o que fez até um funcionário do laboratório, irresponsavelmente, me ligar, avisando que, por causa disso, eu deveria consultar meu médico com urgência, o que me deixou em pânico.

E assim o fiz, e meu médico me tranquilizou - óbvio - dizendo que se eu não estivesse sentindo nada, não haveria problemas imediatos, mas que o tratamento e a dieta para baixar os triglicerídeos teriam que ser iniciados imediatamente. E me tascou um remédio.

À época o nível máximo tolerado era de 260 mg/dl.

Peito de frango grelhado e salada durante seis meses enchem o saco de qualquer um e, como, apesar da dieta e do remédio, os meus níveis de triglicerídeos continuassem altos e oscilando muito, resolvi abandonar tudo, inclusive o médico.

Nos eventuais exames de sangue que fiz a seguir, os diabos dos triglicerídeos foram a 1230 mg/dl em 1993, 741 mg/dl em 1998 e a 1063 mg/dl em 2002. Para a medicina eu era um morto que não queria ser enterrado, embora não sentisse nada.

Enquanto isso, o nível máximo tolerado caiu para 200 mg/dl.

No ano seguinte, 2003, pressionado pela família a fazer um checkup em homenagem aos meus então 51 anos,    fui à luta e veio o resultado, entre os quais os famigerados triglicerídeos, que acusavam 164 mg/dl, apenas 4 mg/dl acima do ideal, então já na casa dos 160 mg/dl.

Como explicar uma queda de 85% em um ano se eu não fiz nada de diferente e nem remédios tomei?

Há um ano, fiz meu mais recente exame de sangue e meus agora comportadíssimos triglicerídeos atingiram a 132 mg/dl, bem abaixo da mais nova taxa de mercado, 150 mg/dl.

Confesso que sou um enigma médico, tudo bem, mas como explicar eu não sentir nada quando as taxas dos triglicerídeos oscilavam acima de mil durante tanto tempo, já que níveis muito altos de triglicerídeos podem causar pancreatite e hepatoesplenomegalia (aumento de fígado e baço), depósitos de gordura na pele chamados xantomas e alto riscos de doenças do coração?
 
06 de janeiro de 2014

LÁ DAS BANDAS DO SANATÓRIO...

ZOÓN POLITIKON - O ANIMAL SOCIAL Eu tinha um escorpião que se chamava Zé Ribamar. Um dia ele me disse que gostaria de ir para o Maranhão. Eu o dispensei quando ele me pediu que atravessasse o Brasil com ele nas costas. O jacaré que o transportou, morreu em São Luiz.

NOS HANGARES
Ei, alguém viu por aí a agenda dos voos da FAB nesses feriadões de Natal e Ano Novo? As aeronaves ficaram plantadas nos hangares, ou foram os deputados e senadores que não viajaram até suas bases terrestres na fronteira dos seus currais eleitorais. Pode ser também que tenham viajado sim e só a agenda da FAB é que não decolou no site informativo da Força Aérea Brasileira.

SABIDO
Zé Genoíno é, disparado, o presidiário mais debochado e folgado do Brasil da Silva. O mensaleiro cardiopata acaba de deixar a casa do sogro da filha dele, no Lago Sul, em Brasília. Assim que o Supremo negou autorização para que cumprisse pena em São Paulo, Genoíno se mudou com malas e bagagens. Não deu o endereço para ninguém, salvo horrorosas exceções. Para o respeitável público, o aloprado e sabido Genoíno está em lugar incerto e não sabido. Genoíno continua sendo politicamente incorreto.

MORRE EUSÉBIO
Morreu Eusébio, o maior craque da história do futebol português. Tinha 71 anos, dois a menos do que Pelé, a quem superou como craque na Copa de 66, da qual foi artilheiro. Foi melhor do que Pelé naquela Copa, pelo menos para os analistas especializados em futebol, jornalistas craques em serem mais craques do que qualquer craque. Eusébio jogou muita bola.

BOLETIM MÉDICO
Do hospital israelense: Ariel Sharon está em perigo iminente de morte. Ah bom,. Está deixando de estar em perigo iminente de vida.

FÉ DE MAIS
Anthony Garotinho, o pastor convicto, cadastra eleitores evangélicos e distribui kits. Esse é o tipo de candidato que bota fé nele mesmo. Fé de mais, pro meu gosto.

ÁLCOOL FORA DOS PARQUES
Vereadores de São Paulo querem proibir consumo de álcool nos parques da capital paulista. Tudo bem, tudo certo. Vem aí a campanha "Se beber não corra no Ibirapuera. E quem vai proibir o consumo de diárias dos vereadores?

MODO DE DIZER
Manchete do jornal O Globo: "Dilma toma banho na Bahia". Dito assim, parece até que ela não toma banho nunca, né não?!?


OLHA QUE COISA MAIS LINDA!
Dilma na praia da Viração.




Essa praia da Viração, na Ilha dos Frades, em Salvador, é mesmo linda. Maravilha da natureza.
 
06 de janeiro de 2014
sanatório da notícia

DESAMPARO, DESCASO, ABANDONO... REFERÊNCIAS DAS POLÍTICAS DE SAÚDE NO BRASIL

Assista: Garoto de 13 anos tem braço amputado em hospital

O garoto José Demerson de Souza de Carvalho, de 13 anos, natural de Chaval sofreu uma queda durante o período de férias e foi encaminhado para o HEDA, em Parnaíba para procedimento cirúrgico para a correção de uma fratura. As informações são da TvCostaNorte Parnaíba.

Após liberado pelo hospital, José voltou para casa, mas de acordo com a mãe, não foram feitos novos curativos, além da atadura estar muito apertada no braço do garoto. A senhora Maria Cecília disse que ao retornar ao Hospital Dirceu, prometeram que fariam o possível para ajudar o garoto. Porém, após segundo procedimento, José teve o braço amputado.
 
Parnaíba é um município brasileiro do estado do Piauí. Possuindo uma população de mais de 150 mil habitantes, é dessa forma o segundo mais populoso do Estado, perdendo apenas para a capital Teresina.
 
Contribua para o debate, comente abaixo sobre o assunto colocado!


06 de janeiro de 2014
in movcc