"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

MARX, O VIL FILÓSOFO DOS SEM MEMÓRIA

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          Artigos - Movimento Revolucionário 
 Por que a bandeira marxista não é tratada da mesma forma que a suástica nazista?
Na filosofia marxista não há lugar para o amor de Deus e para o amor ao próximo.

Karl Marx é o maior filósofo de todos os tempos. Ao menos foi o que muitos ouvintes da rádio BBC afirmaram a responder a pergunta “Qual maior filósofo de nossos tempos?”.

Para a surpresa de alguns, Marx liderou a pesquisa (27,93% dos entrevistados), batendo – por ampla margem de diferença – pensadores como Aristóteles (4,52%) e Kant (5,21%).

Marx escreveu muitas coisas, até mesmo palavras admiráveis sobre o capitalismo, o qual via como um avanço explícito nos arranjos econômicos anteriores.
O resultado da BBC, no entanto, ressalta uma estranha cegueira nas sociedades ocidentais que persiste em relação a Marx.

De certa forma, nada disso é novidade. Em 1930, ocidentais intrépidos viajaram para a União Soviética e retornaram dizendo que tinham visto o futuro. De algum modo, eles conseguiram não ver o expurgo, a coletivização, e os gulags que acabaram por aprisionar e matar milhões de pessoas.
Dizem, muitas vezes, que o comunismo é um sistema sem Deus. Isso não é bem verdade. O comunismo foi sem Deus na medida em que se baseou numa visão atéia do homem. Mesmo assim, o comunismo teve seus deuses divindades para quem todos e qualquer um poderiam ser sacrificados.

Uma resposta comum é dizer que a filosofia de Marx foi distorcida por Lênin e Stalin. O próprio Marx, como muitas vezes ouvimos, foi um humanista que queria libertar os povos de seus grilhões. Outros apologistas insistem que podemos fazer distinções entre o jovem e o velho Marx: o jovem filósofo, mais humanista, e o grisalho e insensível revolucionário.

Mesmo numa rápida passada de olhos, os escritos de Marx rapidamente nos revelam a superficialidade de tais defesas. Uma consistente visão desumanizante aparece em todo o pensamento de Marx.
Para esse autor, o homem é um ser cuja origem é irrelevante, o futuro é a extinção e o presente é submissão ao controle. Mesmo que as pessoas vivessem na sociedade comunista de Marx, elas não teriam a possibilidade de uma existência com significado. Certa vez Marx descreveu a sociedade comunista como aquela em que seria possível “fazer uma coisa hoje e outra amanhã”; “caçar pela manhã, pescar à tarde, criar gado à noite e criticar depois do jantar, se me aprouver”.

Isso parece idílico até percebermos que, da perspectiva marxista, nenhuma dessas atividades pode ter qualquer valor para os seres humanos. Para os verdadeiros materialistas, não há diferença qualitativa entre ler e pescar, trabalhar ou dormir, viver ou morrer. Tudo tem o mesmo valor e, portanto, nenhum valor. Nesse mundo não há diferença entre o trabalho de Madre Teresa de Calcutá e o de um guarda do campo de concentração. Eles partilham da mesma parcela de irrelevância geral de tudo e de todos.

Isso nos diz que o marxismo não pode estar interessado na justiça ou na liberdade. Ele insiste no fato de sermos como uma jangada, navegando nas ondas da história. Em tal mundo, nossas vidas não são importantes e nossas mortes, irrelevantes. Tentamos salvar somente a satisfação animal que tiramos da vida, antes que o nada em essência que somos termine na nossa aniquilação final como seres vivos.

Tanto se pode dizer do humanismo de Marx - e este é um dos problemas mais sérios da filosofia marxista -, é que ela é a legitimação da criminalidade. Por “criminoso” não quero dizer simplesmente a pessoa que ocasionalmente desrespeita a lei. Em vez disso, pretendo descrever toda a situação em que a pessoa decide estar acima da lei, não estar sujeita à lei e onde a lei age meramente como outra ferramenta do poder. Pois, se o marxismo estiver correto e o materialismo for verdadeiro, então a violência sistemática à lei para alcançar objetivos políticos é aceitável.
 
Ironicamente, enquanto milhões de pessoas nos dias de hoje conhecem os impronunciáveis crimes nazistas, muito poucos, ao contrário, sabem das atrocidades cometidas por Lênin, Stalin, Fidel Castro, Pol Pot e outros marxistas. É como se houvesse um acordo silencioso para que esses crimes não sejam mencionados. Essa ignorância estudada manifesta-se quando observamos bandeiras vermelhas com foices e martelos estampados em passeatas. Será que as pessoas que as empunham sabem dos muitos que foram escravizados e mortos pelos regimes marxistas? Por que a bandeira marxista não é tratada da mesma forma que a suástica nazista?
 
É claro que Marx morreu muitos anos antes de seus seguidores chegarem ao poder. Mas podemos suspeitar de que Marx teria aplaudido o uso da violência pelos comunistas. O próprio Marx advogou o enforcamento dos capitalistas nos postes mais próximos. “Quando chegar a nossa vez”, advertiu a seus oponentes, “não disfarçaremos o nosso terrorismo”.
 
Muitas ações violentas têm sido cometidas em nome de filosofias e religiões, e nisso incluímos o cristianismo. Mas a diferença é que o cristianismo possui um critério moral, segundo o qual podemos julgar e condenar tais atividades cometidas por parte dos cristãos. O marxismo nunca teve nem terá tais padrões, pois na filosofia marxista não há lugar para o amor de Deus e para o amor ao próximo. Talvez isso, acima de tudo, torne Marx tão indigno da admiração de nossos contemporâneos.

06 de janeiro de 2014
Samuel Gregg
é diretor de pesquisas do Acton Institute.

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