"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

BOLSONARO ESTÁ EM ALTA, MAS TERÁ DE SUPERAR FORTES OBSTÁCULOS EM SUA CAMPANHA

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Teses preconceituosas prejudicam Bolsonaro
O que se percebe, nas ruas, é o crescimento da aceitação da candidatura de Jair Bolsonaro, devido à enorme decepção causada pela classe política. Mas na hora da verdade, quando se iniciar o horário eleitoral, surgirão muitos obstáculos à sua passagem ao segundo turno, devido às declarações verdadeiramente idiotas que vêm marcando sua longa e esvaziada carreira política, que só registra um projeto verdadeiramente importante e necessário – o voto impresso.
Bolsonaro surgiu na vida pública de forma radical, ao quebrar a hierarquia militar e publicar um artigo na Veja denunciando a baixa remuneração dos militares. Era capitão paraquedista e chegou a se envolver na preparação de um atentado a bomba contra o governo civil. Ganhou fama, colocou mulher e filhos na política, todos eleitos. Como dizia Vinicius de Moraes, que maravilha viver.
REJEIÇÃO – Com esse currículo, Bolsonaro sempre teve reeleição tranquila, os militares votavam nele, apesar das restrições feitas pelos oficiais superiores, que jamais o consideraram representante das Forças Armadas. E nem poderiam considerá-lo, porque ele costuma adotar posições radicais, que o oficialato hoje rejeita, como a defesa da tortura, a ridicularização dos gays e assemelhados, o desprezo aos negros e às mulheres etc. Chegou a afirmar, num evento no Clube Hebraica, no Rio, que só tinha filhos, mas de repente deu uma “fraquejada” e veio uma filha. Pode ter dito isso como piada, mas foi de muito mau gosto e denota preconceito.
Suas declarações formam um festival de impropriedades, e serão relembradas no horário gratuito da campanha eleitoral. Mesmo assim, o capitão/deputado é forte candidato à Presidência e suas chances não podem ser desprezadas, especialmente se o petista Lula tiver a candidatura confirmada. Neste caso, Bolsonaro deverá ser favorecido pela pulverização dos votos, devido ao grande número de concorrentes, e pode ir ao segundo turno.
COM OU SEM LULA? – Na situação atual, tudo está no ar, devido à indefinição sobre a candidatura de Lula, que depende de julgamento no Tribunal Regional Federal. São três votos. Se um deles foi a favor de Lula, abre-se a possibilidade de apresentação de Embargos Infringentes, haverá novo julgamento, a decisão vai atrasar e a candidatura de Lula já será um fato consumado, uma confusão dos diabos, já comentamos aqui na “Tribuna da Internet”. mas se Lula for condenado por unanimidade, estará fora da eleição e o quadro muda totalmente.
Sem Lula e com as candidaturas de João Doria e Luciano Huck, a divisão de votos pode levar Bolsonaro ao segundo turno, sobretudo se conseguir apoio evangélico. Mas contra quem?
Ninguém sabe. Vai depender de muitos fatores, porque o PT pode disputar com candidato próprio ou apoiar outro partido, a escolher entre o PDT, com Ciro Gomes, o PSOL, com Guilherme Boulos, ou até a Rede, com Marina Silva, porque em política tudo é possível.
OUTROS CANDIDATOS – No meio dessa confusão, é claro que não podem ser desprezados os outros candidatos, como Geraldo Alckmin (PSDB), Álvaro Dias (Pode), João Dória (DEM?), Luciano Huck (PPS?, Novo?), Ronaldo Caiado (PP) e Henrique Meirelles (PSD). Qualquer um deles pode crescer, depende da campanha.
Aliás, como dizia Ortega Y Gasset, tudo poderá ser decidido pelas circunstâncias, que não dependem dos eleitores. No caso, a bola está com o Tribunal Regional Federal que vai julgar Lula. Somente depois dessa decisão é que o jogo realmente vai começar para valer.
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P.S. –
 Já ia esquecendo. Há também, é claro, a possibilidade de Temer se lançar candidato, no desespero pela manutenção do foro privilegiado. O motivo é simples – não existe governante que não sonhe com a reeleição, especialmente quando precisa evitar ir a julgamento diante de um juiz chamado Sérgio Moro. Aliás, o marqueteiro presidencial Elisinho Mouco já tem sala e equipe no quarto andar do Palácio do Planalto, para preparar a campanha, pagos pela agência  Isobar, que tem um contrato de R$ 44 milhões com o governo desde 2015. Ou seja, o marqueteiro de Temer sua equipe são remunerados com recursos públicos(C.N.)


06 de novembro de 2017
Carlos Newton

GEDDEL, PREOCUPADO COM OS R$ 51 MILHÕES, QUER SABER QUEM INFORMOU A POLÍCIA

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Charge do Kacio (kacio.art.br)
Surpreendente o comportamento do ex-ministro Geddel Vieira Lima, atitude de alguém que confessa por ação tácita a propriedade de um  tesouro decorrente da corrupção. O Globo, em matéria publicada neste sábado, revela que Geddel, através de seus advogados, recorreu ao ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato  no STF, para saber o nome de quem informou a Polícia Federal a existência dos 51 milhões encontrados no apartamento de Salvador. Geddel Vieira Lima procura saber também através de qual telefone ele foi objeto da delação.
O Ministro Edson Fachin ainda não definiu o pedido, mas se tivesse ocorrido no passado, era um caso para ser encaminhado a Conan Doyle, Agatha Christie e Ian Fleming.  Isso porque é possível que tal pedido nunca tenha sido incluído em nenhuma obra de mistério policial. O inusitado  é que, além da solicitação, o pedido de Gedel revela sem dúvida uma confissão por ação tácita. Pelo menos uma confissão de ser ele o dono, ou um dos donos do tesouro encontrado na capital da Bahia em notas de reais, dólares e euros.
RÉU CONFESSO – Claro. A indagação do homem que foi ministro de Lula e de Temer e no governo Dilma Rousseff tornou-se vice-presidente da Caixa Econômica Federal, ao demonstrar seu interesse oficial na descoberta, revelou sua preocupação tanto com a origem da informação quanto do destino do dinheiro. Portanto, confessou sua participação.
O singular é que na literatura policial , salvo melhor juízo, não creio haver algum personagem que através de uma Corte Suprema quisesse saber o nome de quem o delatou, tampouco o número do telefone de quem transportou a delação por um fio telefônico. É tipicamente um caso no qual o investigado quer investigar a origem do processo de delação de que foi foco. Realmente algo surpreendente.
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A PORTARIA DA ESCRAVIDÃO, 129 ANOS DEPOIS
Reportagem de Joana Cunha, Folha de São Paulo, também deste sábado, revela frontalmente a existência de trabalho escravo no Brasil, 129 anos depois da Lei Áurea. A repórter, cujo texto e fotos ocupam duas páginas do jornal, percorreu o sul da Bahia e encontrou uma série de situações nas quais o trabalho escravo se inclui. São citados nomes de homens e mulheres submetidos a situações degradantes. O pior é que o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, contrariando diretamente informações da fiscalização de seu próprio Ministério, que acusam a existência da pré-abolição em diversas áreas rurais do país, mesmo assim editou a Portaria que alcançou péssima repercussão nacional e internacional
A reportagem, com base num mapa elaborado pelo quadro técnico do Ministério, revela as áreas numa série de estados da Federação, principalmente no Pará e Minas Gerais, onde a escravatura resiste até a passagem para o século XXI.
DESCONHECIMENTO? – Os técnicos do MT produziram uma lista acusando nada menos que 131 empresas rurais. Como é possível que o titular da pasta , Ronaldo Nogueira, não tenha conhecimento?
O conhecimento no caso era sua obrigação. Mas até agora ele não revogou a Portaria escravagista. O Presidente Michel Temer contemporizou para não contrariar os interesses da bancada ruralista na Câmara dos Deputados.
A Portaria foi anulada, de fato, pelo despacho da Ministra Rosa Weber, relatora do processo no Supremo Tribunal Federal. Ao que parece somente o STF livrará o Brasil de tão vergonhoso ato.

06 de novembro de 2017
Pedro do Coutto

REAÇÃO DO LINDBERG FARIAS AO SABER QUE OS AMERICANOS ESTÃO VINDO PARA O BRASIL

JEAN WYLLYS NÃO AGUENTOU ESCUTAR A VERDADE E SAIU CORRENDO DA CAMARA

BOLSONARO FOI APENAS DAR UMA VOLTA NA PRAIA E ENCONTROU IDDO

URGENTE: PATRIOTA DESMASCARA (DURVAL FERREIRA E DURVALETES)

BOLSONARO EXPÕE APELO DA REVISTA ISTOÉ PARA COLOCAREM PMDB E PSDB COMO SALVADORES DO BRASIL

POR ESSA O LULA NÃO ESPERAVA! MINISTRO LUIZ FUX REVELA QUE TSE DEVE RECUSAR CANDIDATURA DE LULA

LAVA JATO PREPARA FIM DE ANO EXPLOSIVO PARA OS CRIMINOSOS DO COLARINHO BRANCO

VÃO SE DAR MAL!

SEM PRECEDENTES!A SUPREMA CORTE VIROU PÓ!

CASO DA MINISTRA QUE DIZ "ESCRAVA" FAZ MAIA APRESSAR VOTAÇÃO DA LEI SALARIAL

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Rodrigo Maia vai colocar o projeto logo em  pauta Em viagem a Portugal, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), reforçou a necessidade de os deputados votarem com rapidez o projeto de lei do teto salarial. A declaração foi feita em resposta à polêmica com a ministra Luislinda Valois (Direitos Humanos), que havia pedido ao governo autorização para acumular o salário da pasta com os vencimentos de desembargadora aposentada, totalizando R$ 61,4 mil -e ultrapassando assim o teto constitucional de R$ R$ 33,7.
“Eles vão votar o projeto durante o mês de novembro, se Deus quiser. Vai ficar claro o que está dentro da lei e o que não está. Acho que a lei é importante”, disse.
AUXÍLIO-MORADIA – Também em Lisboa para o 4º Seminário Internacional de Direito do Trabalho, do qual foi um dos organizadores, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, aproveitou para comentar a questão do auxílio-moradia do Judiciário.
Nesta semana, uma liminar do ministro Marco Aurélio Mello garantiu o pagamento de auxílio-moradia a 218 juízes e desembargadores do Rio Grande do Norte, retroativo aos últimos seis anos.
Embora não tenha falado especificamente da decisão de Mello, Gilmar Mendes enfatizou a necessidade de o Supremo decidir de maneira mais clara sobre o tema.
LUGAR DISTANTE – “O auxílio-moradia é pensado para um juiz em lugar distante, que não tenha residência e tudo mais. Na medida em que ele tem casa e recebe esse auxílio, isso vira vencimento e não tem nada a ver com o auxílio-moradia”, diz.
Segundo o ministro, seria bom que o assunto fosse debatido no plenário da corte em breve.
“Isso é pacífico, porque a jurisprudência do Supremo não permite concessão de benefício por liminar e nem por equiparação. E aqui se está se dizendo: ‘ah, os promotores já ganham, então os juízes devem ganhar’. Este é o erro: nunca se trouxe essa matéria ao plenário”, concluiu.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Marco Aurélio Mello e Gilmar Mendes são inimigos e somente se falam nas sessões do plenário, quando não tem jeito, mesmo. Há alguns anos, Gilmar chegou a defender o impeachment de Marco Aurélio, foi um escândalo. Brigas à parte, desta vez Gilmar Mendes está com toda a razão, o auxílio-moradia foi totalmente desvirtuado. Rodrigo Maia quer aprovar logo o teto salarial que já existe e não é cumprido. Isso não vai dar certo…(C.N.)


06 de novembro de 2017
Deu no MSN

ATÉ NO ENEM, O GOVERNO TEVE MEDO DOS ESTUDANTES E QUIS SE PROTEGER, SEM ÊXITO


Charge do Nani (nanihumor.com)
O Exame Nacional do Ensino Médio de 2017 (Enem) começou hoje, domingo, 5 de Novembro. Alvo de muitas ações fraudulentas todos os anos, o governo federal ainda não percebeu (ou faz vista grossa de propósito) que é impossível a lisura num certame de tamanha magnitude e que envolve, para sua realização, um batalhão de pessoas com acesso às questões das provas antes delas serem aplicadas. É impossível exigir sigilo das dezenas, centenas, ou milhares de pessoas deste imenso país que previamente conheceram as questões. Afinal, ser aprovado no Enem vale muito dinheiro para quem, sem chance de aprovação, consegue arranjar um caminho criminoso ou camarada para ser aprovado.
Se tudo que é governamental neste país não é limpo, não é honesto, nem transparente, por que o Enem será? Não é o governo federal que comanda o Enem? E o governo federal — que tem um presidente mentiroso, denunciado duas vezes por crimes comuns na Suprema Corte, junto com seus dois principais ministros assessores-mentores — é exemplo de honestidade, isenção, moralidade, impessoalidade e tantos outros deveres que a corrupção destruiu? Portanto, o Enem é fruto da árvore contaminada.
NOTA ZERO – Mas neste ano de 2017 o governo federal antecipou que o candidato que escrever contra os Direitos Humanos na prova de redação receberia nota zero. Aí veio o Supremo Tribunal Federal e, pela voz de sua presidente, derrubou a ordem do governo e disse que a liberdade de expressão é livre. Que o candidato pode escrever o que bem entender.
A decisão de Cármen Lúcia, presidente do STF, lembrou aquele “cala boca já morreu” que a ministra soltou no plenário da Corte quando votou a favor da liberação das biografias não autorizadas pelo biografado. Curioso: e a proteção à intimidade, à vida privada, que também está na Constituição, foi para o espaço com a liberação das biografias não autorizadas?
PRESERVAR A IMAGEM – Bom, voltemos ao Enem/2017. Parece que ninguém reparou, ninguém observou, ninguém percebeu que, subjacente à proibição governamental de falar mal, atacar e se posicionar contrário aos Direitos Humanos na prova de redação, sob pena do candidato ganhar nota zero, existe a intenção proposital do governo federal de preservar sua própria imagem — se é que ainda existe algo a ser resguardado — e de seus chamados governantes e de toda a classe política.
Foi um gesto de defesa, com a vingança da nota zero.  Sim, é isso mesmo.  Porque são mais de 6 milhões de candidatos inscritos e se mostrava muito arriscado para um governo corrupto liberar, em prova-teste pública e oficial, a liberdade de expressão sem a represália do zero. Isto porque o momento seria ótimo para “baixar o sarrafo” neles. Seria uma espécie de prévia das eleições gerais de 2018.
REVOLTA GENERALIZADA – Então, ciente de que a revolta é generalizada e com 97% de reprovação, o governo quis se precaver contra uma enxurrada de ataques, palavrões e xingamentos tais como “que os corruptos morram nas cadeias”, “deputados e senadores são patifes”, “Cunha, Cabral, Geddel, Temer, Moreira, Padilha e outros mais são corruptos e deveriam sofrer pena de morte”.
Isso e muito mais, porque motivos existem e a criatividade é ilimitada. E essa gente que está no governo e à frente do Enem teve medo disso acontecer e inventaram a proibição. Covardes! É claro que haveria o vazamento das conteúdo das redações. Haveria muita nota zero e por causa disso as varas da Justiça Federal de todo o país passariam a estar mais entupidas com as ações judiciais de candidatos, inconformados com a nota zero que levaram porque, com base no Direito de Expressão, disseram verdades sobre o governo. E isso, na deturpada, covarde e infame visão deles estaria a ferir os Direitos Humanos!
NÃO AO GOVERNO – Ainda bem que a ministra presidente do STF, desta vez com mãos firmes e sem hesitação, disse um não ao governo. Ou melhor, quem levou nota zero foi o governo federal, ao ver derrubada a proibição aos candidatos de falar mal e/ou agredir os Direitos Humanos.
Foi esse o propósito desta iníqua proibição. Quem tem culpa tem medo. E quem não deve não teme.

06 de novembro de 2017
Jorge Béja