"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

ODEBRECHT FINANCIOU CAMPANHA DO TIRANO HUGO CHÁVEZ NA VENEZUELA, REVELA MULHER DO MARQUETEIRO DO PT


A mulher e sócia do marqueteiro petista João Santana, Mônica Moura, afirmou à Polícia Federal que a empreiteira Odebrecht pagou, por caixa dois, despesas da campanha à reeleição do ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez, em 2011. Conforme a versão apresentada por Mônica, o custo de propaganda da campanha do presidente-ditador naquele ano foi de 35 milhões de dólares e "grande parte do valor foi recebido de maneira não contabilizada".
Segundo ela, "em razão das dificuldades de pagamento", na época procurou o então executivo da Odebrecht Fernando Miggliaccio, já que ele "colaboraria no custeio de parte da campanha". Ao longo de três anos e até 2014, os dois mantiveram "diversos contatos", inclusive encontros na sede da Odebrecht, disse Mônica à polícia.
Ela ainda estimou em "3 a 4 milhões de reais" os valores pagos pela Odebrecht no exterior, embora os investigadores da Operação Lava Jato atribuam à empreiteira repasses de pelo menos 3 milhões de dólares do grupo do herdeiro Marcelo Odebrecht por meio da empresa offshore Klienfeld. E apresentou uma versão quase vitimista sobre os milhões de dólares recebidos no exterior: "Em todas as suas campanhas, se não fosse por imposição dos contratantes, preferia que fosse tudo contabilizado".
As investigações da Operação Lava Jato encontraram uma mensagem manuscrita por Mônica Moura que evidencia a desenvoltura com que ela trata com um operador de propinas os métodos para receber recursos em contas secretas fora do Brasil. Em um bilhete endereçado ao operador Zwi Skornicki e ao filho dele, Bruno, ela envia cópia de um contrato que firmou com outra empresa para receber recursos no exterior, mas reclama ser "muito burocrático". Decide, então, recorrer a uma versão mais simples e - claro - "por motivos óbvios", nas palavras dela, sem identificação da empresa. Leia MAIS

MEU COMENTÁRIO: Esta é estatura moral e ética dos mega empresários brasileiros. E não é apenas o Odebrecht. São todos eles. Inclui-se os vagabundos que ficam caladinhos e rendem salamaleques para Lula e seus sequazes.

Vejam só. Empresários brasileiros financiando uma ditadura comunista, promovendo campanha eleitoral para manter o chavismo ao poder. 

Enquanto isso, lá está o líder oposicionista Leopoldo Lopez venezuelano na cadeia. 

Esse João Santana só elegeu ditaduras comunistas. Aquele vagabundo de Angola está há mais de 30 anos no poder.

Esse João Santana é um cínico!


25 de fevereiro de 2016
in aluizio amorim

A REPÚBLICA COMUNISTA DO BRASIL. OU: A VERDADE QUE TODOS FINGEM NÃO VER

André e seu pai Jorge Gerdau
No momento em que a Polícia Federal deflagra a sexta fase da Operação Zelotes e intima o presidente do Grupo Gerdau, André Gerdau a prestar depoimento tendo em vista que a empresa é suspeita de sonegar até R$ 1,5 bilhão mediante propina no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), não deixa de ser intrigante, como sempre foi, a presença do pai de André, o empresário Jorge Gerdau em contatos dentro do Palácio do Planalto, tanto com Lula, Dilma e seus ministros. 
Tanto é que abundam na internet centenas de fotos mostrando a proximidade de Jorge Gerdau com os governos do PT. 
Mas não é só Jorge Gerdau. São praticamente todos os gigantes do setor produtivo, bem como banqueiros e donos dos maiores maiores veículos da grande mídia que mantêm estreita ligação com o governo petista. 
Tanto é que já referi a este fato inúmeras vezes aqui no blog, assinalando que a permanência do PT no poder há 13 anos se deve ao apoio daquilo que denomino "núcleo duro da economia", constituído pelos mega empresários, banqueiros e donos da grande mídia. 
A isso se conhece como "patrimonialismo", que, trocando em miúdos trata-se da confusão entre as esferas pública e privada.  
Nessas fotos se vê o empresário Jorge Gerdau sempre sorridente ao lado de Dilma, Lula e seus sequazes.
Isto existe ao longo de toda a história política brasileira. Mas nunca antes como agora sob os governos do PT se registra em alto grau essa deletéria conjugação de interesses escusos envolvendo os entes público e privado. 
A conjugação de interesses privados com governos totalitários têm exempos sobrando. Os mais expressivos são o comunismo soviético, o nazismo e o fascisco italiano. O caso brasileiro está mais perto do fascismo de Mussolini que teve a adesão de sindicatos dos trabalhadores e organismos empresariais. Quanto ao nazismo é bom lembrar que os mega empresários alemães aderiram de corpo e alma. Um empresa química faturou adoidado na fabricação do gás que matou milhares de judeus nos campos de concentração. 
Tratarei, a seguir, de forma mais sucinta possível, de discorrer sobre os fatos que levaram o Brasil a esse estado de degradação ética e moral.
PUXANDO O FIO DA MEADA
Um dos cuidados da grande mídia é desligar todos esses eventos do plano político-ideológico. 
Todavia é este o ponto principal. O PT é o dirigente máximo do Foro de São Paulo, uma organização comunista transnacional fundado por Lula e Fidel Castro em 1990, com o objetivo de comunizar todo o continente latino-americano, o Caribe e a América Central. 
Entretanto, de lá para cá o movimento comunista internacional que, ao contrário do que muitos pensam nunca desapareceu, mudou sua estratégia passando a atuar no nível cultural seguindo os ditames dos ideológos da Escola de Frankfurt e as lições do comunista italiano Antonio Gramsci. Tanto é que a palavra "comunismo" foi banida do vocabulário da grande mídia, embora existam diversos partidos políticos no Brasil e em toda a América Latina em cujas siglas está a qualificação de "comunista" e/ou "socialista", que dá no mesmo.
Esse novo tipo de comunismo largou a violência física para alcançar o poder, embora em alguns casos possa lançar mão dela, como é o caso da Venezuela. 
Passou a usar a lavagem cerebral por meio da mídia, das escolas e universidades e de toda a área dita "cultural", bem como o aparelhamento de todas as instâncias estatais. 
No lugar da velha luta cruenta esse dito neo-comunismo passou a utilizar as instituições democráticas para permanecer indefinidamente no poder. 
No caso do Brasil, uma geração já foi formada, isto é, doutrinada dentro dos cânones desse neo-comunismo, de sorte que mecanismos truculentos como a censura oficial aos meios de comunicação deixam de ser necessários porque boa parte dos profissionais do jornalismo já estão de cabeça feita, como de resto a maioria da população entorpecida principalmente pela televisão. 
APARELHAMENTO E LAVAGEM CEREBRAL
A rigor se tem no Brasil neste momento uma ditadura comunista do século XXI. E tanto isso é verdade que apesar de tudo o que está acontecendo a partir da Operação Lava Jato o governo petista continua intocável embora se saiba que fosse o Brasil um país realmente democrático os governos do PT já teriam sido alijados do poder a partir do mensalão. E, mais do que isso, o PT já teria sido proscrito bem como seus satélites.

Esta situação de aparelhamento geral e irrestrito do Estado promovido pelo PT foi obtido por meio da divisão do butim graças à existência de uma miríade de empresas estatais. Fosse o Brasil um país verdadeiramente capitalista sem empresas estatais para financiar propinas o mensalão e o petrolão sequer seriam cogitados. 

Da mesma forma grupos empresariais tradicionais como Odebrecht, OAS dentre muitos outros e, agora, o Gerdau, não estariam encalacrados por conta das operações policiais que desmantelam a maior teia e corrupção e roubalheiras da história do Brasil.

Acrescente-se que tudo isso está vindo à luz por um acaso. 

O início da Operação Lava Jato circunscreveu-se a uma investigação sobre lavagem de dinheiro de supostos criminosos comuns. Mas aí apareceu o elo que fazia a conexão com a Petrobras. Não fosse um grupo de procuradores federais sérios e decididos e um juiz federal como Sergio Moro, é provável que o petrolão jamais seria descoberto, a indicar que o aparelhamento de praticamente todas as instâncias estatais, dentre as quais a Polícia Federal, Ministério Público e o Judiciário como um todo ainda não estavam totalmente sob o domínio do Foro de São Paulo e do PT.

Aliás, convém notar que fatos análogos, guardadas as devidas proporções, acabam de ocorrer na Argentina e agora na Bolívia. Sem falar da Venezuela, onde o tiranete Nicolás Maduro está por um fio. 

Já é um começo. Mas a redemocratização do Brasil - oxalá aconteça - mudará o panorama político de toda a América Latina.

25 de fevereito de 2016
in aluizio amorim

ODEBRECHT DIZ QUE FEZ A OBRA NO SÍTIO E BUMLAI PAGOU TUDO



Bumlai é acusado pela Odebrecht



















A empreiteira Odebrecht admitiu sua ligação com as obras no sítio em Atibaia (SP) frequentado pela família do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A reforma foi realizada no fim de 2010, quando Lula ainda exercia seu segundo mandato. Em nota divulgada nesta quarta-feira (23), a construtora disse que fez uma apuração interna e que confirmou que seu engenheiro Frederico Barbosa atuou na propriedade rural em atendimento a um pedido de um superior hierárquico da empresa.
Segundo a empreiteira, Barbosa “realizou acompanhamento técnico de obras” e “apoiou a mobilização de pessoas envolvidas na execução dos serviços, que foram remuneradas pelo responsável pela obra”.
Procurada pela reportagem, a Odebrecht não informou o nome do responsável pela obra nem quem teria feito o pedido a Barbosa. De acordo com a companhia, Barbosa trabalhou na obra da segunda quinzena de dezembro de 2010 a meados de janeiro de 2011.
O engenheiro ficou conhecido nacionalmente após coordenar a construção do estádio de futebol do Corinthians em Itaquera, na zona leste da capital.
NOVA “VERSÃO”
Com a manifestação desta quarta, a construtora mudou sua versão sobre o sítio. No fim de janeiro, a Odebrecht havia afirmado à Folha não ter identificado “relação da empresa com a obra”.
Em depoimento prestado a procuradores da Lava Jato na segunda-feira (21), Barbosa também mudou versão dada à reportagem de que havia trabalhado nas férias, gratuitamente, para ajudar a um amigo. No testemunho do início da semana, ele admitiu ter atuado a pedido de um chefe da Odebrecht.
A empreiteira ressalvou, porém, que não “custeou de qualquer modo insumos ou materiais utilizados” e nem foi remunerada pelos serviços prestados no imóvel.
Esse posicionamento diverge das afirmações feitas à Folha por Patrícia Fabiana Melo Nunes, ex-dona da loja de materiais de construção de Atibaia que forneceu produtos para as obras no sítio.
Segundo Nunes, a Odebrecht bancou parte das obras, que consumiram cerca de R$ 500 mil só em materiais. Os produtos foram pagos com dinheiro em espécie por um homem que carregava os valores em envelopes dentro de uma mala, de acordo com Nunes.
Após a publicação das entrevistas no fim de janeiro, a força-tarefa da operação Lava Jato passou a investigar a ligação da Odebrecht com os trabalhos no sítio.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Lembrando Noel Rosa e Vadico, podemos perguntar: “Pra que mentir?”. O pior é que as mentiras da Odebrecht parecem continuar. Quer dizer que ela mandou o consagrado engenheiro fazer a obra, mas não pagou material nem os operários? A prestimosa empresa, porém, confessa que “apoiou a mobilização de pessoas envolvidas na execução dos serviços”, um eufemismo para admitir que, além do engenheiro, forneceu também mestre de obra e os operários. E diz que tudo isso foi pago pelo “responsável pelas obras”, cujo nome, todos sabem, é José Carlos Bumlai. Você acredita nessa história? É claro que a força-tarefa vai conferir com o Bumlai. (C.N.)

25 de fevereiro de 2016
Flávio Ferreira e Bela Megale
Folha

OPERAÇÃO LAVA JATO ENFIM COMEÇA A CHEGAR EM SÉRGIO GABRIELLI



 Sérgio Gabrielli chefiava o esquema de corrupção

















A Operação Acarajé, da Polícia Federal, mira em Armando Trípodi – emblemático personagem da Lava Jato citado no capítulo que envolveu o então presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (morto em 2014) em suposta chantagem de R$ 10 milhões para engavetar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobrás, em 2009. Esse dinheiro, segundo revelou o delator Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da estatal petrolífera, teria sido usado para abastecer a campanha tucana de 2010.
Trípodi teria dado sinal verde para Paulo Roberto levantar recursos desviados da estatal e fazer o repasse a Guerra. Na época, ele exercia a função de chefe de gabinete do presidente da Petrobrás, José Sergio Gabrielli. Na segunda-feira passada, 22, a PF deflagrou a Acarajé e a Petrobrás demitiu Trípodi da função de gerente executivo de Responsabilidade Social.
O documento da PF aponta ‘indícios do oferecimento e efetivo pagamento de vantagem indevida (por parte de Zwi Skornicki) em favor de Armando Trípodi’. O relatório assinala expressamente que o ex-chefe de Gabinete de Gabrielli recebeu propina ‘consubstanciada no pagamento da execução de serviços na residência do funcionário público por empresa especializada, sem aparente causa lícita e justificável’.
CUSTO DOS SERVIÇOS
Os investigadores da Acarajé descobriram anotações pelas quais ‘constata-se que o custo total dos serviços – que envolviam a instalação de aparelhos áudio-visuais, de iluminação e de automação –, com o preço dos equipamentos, totalizaria R$ 90 mil (R$74 mil + R$ 16 mil)’.
“Chama a atenção a anotação de que a nota fiscal da execução do projeto deveria ser emitida em nome do “Sr. Armando”, isto é, em nome de Armando Trípodi, muito embora Zwi Skornicki tivesse arcado com parte das despesas sem justificativa lícita e razoável.”
O relatório relembra a primeira citação a Trípodi, na delação premiada de Paulo Roberto Costa. Em agosto de 2014, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobrás relatou que em 2009 foi procurado pelo então presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra, que teria exigido R$ 10 milhões para abafar a Comissão Parlamentar de Inquérito que havia sido instalada para apurar irregularidades nas obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A obra era um dos sete alvos suspeitos na Petrobrás que justificaram a abertura da comissão, em julho daquele ano.
Foi a primeira vez que um nome do PSDB apareceu no escândalo de corrupção na Petrobrás. Sérgio Guerra teria sugerido a Paulo Roberto que ‘tivesse uma conversa’ com Armando Trípodi.
CAMPANHA DO PSDB
O delator Costa afirmou que o tucano relatou a ele que o dinheiro abasteceria as campanhas do PSDB em 2010. Naquele ano, o presidente do partido foi o coordenador oficial da campanha presidencial do candidato José Serra. Integrantes da campanha informaram que o ex-senador não fez parte do comitê financeiro.
“Não se pode deixar de destacar que a própria Petrobrás, em auditoria interna, apontou o nome de Armando Trípodi como um dos funcionários com indícios de cometimento de irregularidades no âmbito da estatal”, assinalou o delegado da PF Filipe Hille Pace.
A defesa de Trípodi não foi localizada para falar sobre a Operação Acarajé. Quando seu nome foi citado no episódio sobre o suposto repasse de R$ 10 milhões para a campanha do PSDB, ele divulgou nota na qual repudiou ‘com indignação e veemência quaisquer insinuações ou afirmações caluniosas que procurem vincular meu nome a práticas criminosas’.
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Chegando no chefe de gabinete, por óbvio, chega-se também no ex-presidente Sérgio Gabrielli, que discretamente chefiava o esquema da corrupção institucionalizada na Petrobras. Como diz o juiz Sérgio Moro, é só seguir o caminho do dinheiro. (C.N)

25 de fevereiro de 2016
Ricardo Brandt e Fausto Macedo
Estadão

OAB DIZ QUE A VOLTA DE DELCÍDIO É UM DEBOCHE AOS CIDADÃOS



Charge do Éder, reprodução do Correio do Estado















A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) decidiu encaminhar ao Senado requerimento pelo afastamento imediato do senador Delcídio Amaral (PT/MS) enquanto ele está sob investigação do Conselho de Ética da Casa. Delcídio ficou preso 85 dias na Polícia Federal e em um quartel da Polícia Militar em Brasília, por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ele é acusado de tentar barrar a Operação Lava Jato. O ex-líder do Governo no Senado teria tramado uma tentativa de fuga de Nestor Cerveró, com medo da delação premiada do ex-diretor da Petrobrás (Internacional).
Na sexta-feira, 19, o ministro Teori Zavascki mandou expedir alvará de soltura em favor de Delcídio, impondo ao senador algumas condições, como recolhimento domiciliar no período noturno.
Delcídio anunciou que vai retomar suas atividades no Senado depois de passar por exames médicos.
POR UNANIMIDADE
Nesta quarta-feira, 24, o Conselho Pleno da OAB, por unanimidade, decidiu requerer ao Senado o afastamento do petista de seu mandato enquanto passa pela investigação do Conselho de Ética. “A OAB não faz juízo de valor quanto à culpabilidade do senador Delcídio do Amaral à medida que o processo que o investiga não está concluído, mas temos como obrigação instituída pela Constituição de zelar pelas instituições republicanas”, diz o presidente da Ordem, Claudio Lamachia.
Para o líder dos advogados, “ao se manter no cargo o senador debocha dos cidadãos, inclusive com poder para interferir no andamento do processo”.
Lamachia destacou que a OAB tomou a mesma iniciativa em relação ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ), também alvo da Lava Jato e já denunciado pela Procuradoria-Geral da República por corrupção e lavagem de dinheiro.
OFÍCIO AO SENADO
O ofício ao Senado em que é requerido o afastamento de Delcídio de seu mandato será entregue ao presidente da Casa, senador Renan Calheiros (PMDB/AL), ao presidente do Conselho de Ética e a todos os líderes partidários.
O documento será encaminhado ainda ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal.
Para o secretário-geral adjunto Ibaneis Rocha, o fato de o senador Delcídio poder exercer seu mandato nessas condições “configura uma situação que deixa de joelhos toda a sociedade brasileira perante o Parlamento”.
Para o relator do processo no âmbito da OAB, conselheiro André Godinho, “é um escárnio com a sociedade Delcídio do Amaral permanecer no cargo”.
Segundo o relator, tanto a Constituição quanto o Código de Processo Penal dão guarida ao pedido da Ordem dos Advogados do Brasil. “A Carta Magna, no seu artigo 55, prevê que perderá o cargo o deputado ou senador cujo procedimento for declarado incompatível com o decoro parlamentar. Já o artigo 319 lista as medidas cautelares diversas da prisão, sendo uma delas ‘a suspensão do exercício de função pública quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais.”

25 de fevereiro de 2016
Fausto Macedo e Fernanda Yoneya
Estadão

A MALDIÇÃO DO MARQUETEIRO E O CAIXA 3 DO PT



Em 2005, Alencar chora ao saber da corrupção no PT

















As lágrimas rolaram no carpete da Câmara. Na tarde de 11 de agosto de 2005, deputados da esquerda do PT choraram copiosamente no plenário. Eles estavam abalados com revelações de Duda Mendonça, marqueteiro da campanha que levou Lula à Presidência. Naquele dia, o publicitário admitiu à CPI dos Correios ter recebido R$ 11,9 milhões do partido no exterior. “Esse dinheiro era claramente de Caixa 2”, afirmou. O relato chocou petistas que ainda empunhavam a bandeira da ética na política.
“Nós nos sentimos apunhalados”, disse o deputado Chico Alencar. “Entramos em parafuso”, reforçou Ivan Valente. Desiludidos com o mensalão, os dois deixaram o PT. Onze anos depois, a maldição do marqueteiro volta a assombrar o partido.
A ordem de prisão de João Santana é mais um duro golpe no petismo. O publicitário foi responsável pelas últimas três campanhas presidenciais da sigla. Em 2014, ajudou a reeleger Dilma Rousseff com um bombardeio impiedoso aos adversários Marina Silva e Aécio Neves. Até ontem, continuava entre os únicos conselheiros ouvidos pela presidente.
NUMA OFFSHORE…
A Lava Jato rastreou depósitos de US$ 7,5 milhões (cerca de R$ 30 milhões) numa offshore atribuída ao marqueteiro. O dinheiro foi repassado pela Odebrecht e por um lobista acusado de desvios no petrolão.
Em nota, João Santana disse que as acusações são “infundadas” e que o país vive um “clima de perseguição”. O juiz Sergio Moro viu “fundada suspeita” de que os pagamentos eram para “remunerar, com produto de acertos de propina em contratos da Petrobrás, serviços prestados ao Partido dos Trabalhadores”.
Ainda não está claro se o caso atingirá a campanha de Dilma, mas já é possível apontar ao menos uma diferença entre os escândalos com marqueteiros do PT. Há 11 anos, muitos políticos do partido tinham motivos sinceros para se chocar. Agora, ninguém pode mais derramar lágrimas de surpresa.

25 de fevereiro de 2016
Bernardo Mello Franco
Folha

JOÃO SANTANA CONFESSA TER RECEBIDO EM CONTA SECRETA NO EXTERIOR



Charge de Sérgio Gomes (sergiobgomes.wordpress.com)


















O marqueteiro João Santana, preso há dois dias alvo da 23ª fase da Operação Lava Jato, afirmou à Polícia Federal, na manhã desta quinta-feira, 25, que é dono da offshore Shellbill Finance SA, na Suíça, e que os valores recebidos em suas contas foram por serviços prestados a campanhas eleitorais no exterior, entre elas a de Angola e do Panamá. Confirmou ainda recebimentos da Odebrecht e do operador de propinas Zwi Skornicki, lobista do estaleiro Keppel Fels.
“O mais importante de tudo é que eles admitiram erros”, afirmou o criminalista Fábio Tofic Simantob, que defende Santana e a mulher, Mônica Moura, na saída da Superintendência da PF, em Curitiba. “Admitiram ter recebido recursos no exterior de conta não declarada.”
Ouvido cerca de três horas, Santana disse que abriu a conta ShellBill “em 1998 para receber recursos de uma campanha na Argentina e foi a forma como ele tinha para receber”. “Na época achava que não tinha problema, porque era recurso recebido em outros países. Ele achava que não tinha problema em ser conta não declarada”, explicou Tofic.
A Lava Jato aponta o recebimento de US$ 7,5 milhões, entre 2012 e 2014, nessa conta de dois investigados por corrupção na Petrobrás, o Grupo Odebrecht e o operador de propinas do estaleiro Keppel Fels, Zwi Skornicki – também preso na Operação Acarajé.
CONTA SECRETA
Tofic explicou que foi em uma auditoria que Santana foi informado que “havia essa irregularidade” no uso da conta secreta e “estava pensando já em como regularizar esses recursos”. “(Santana) se sente inclusive aliviado, ele disse que essa conta para ele é um tormento”.
“Porque quem recebe dinheiro de trabalho honesto quer receber de forma transparente, de forma regular, e não desta forma. Infelizmente esse é um vício que ainda permanece em alguns países, no Brasil não, e vitimiza profissionais que trabalham com marketing eleitoral como eles”, disse o defensor do casal.
Tofic disse que os clientes detalharam à PF que os US$ 4,5 milhõres repassados para a conta da Shellbill Finance, por meio de sua offshore do lobista Zwi Skornicki, a Deep Sea Oil, foi uma “doação a um partido Angolano”.
MÔNICA CUIDA DO DINHEIRO
Foi Mônica, ouvida ontem, 24, que deu os detalhes sobre os valores. Tofic explicou que Santana cuidava mais da criação das campanhas e a mulher tinha mais conhecimento da parte financeira. “Ela não sabe dizer qual é a relação que esse cidadão (Zwi) teria com o partido angolano, provavelmente algum interesse que ele teria naquele país, e que era uma divida antiga”.
“Nessa área de marketing eleitoral você demora muito a receber alguns valores. Ela (Mônica) diz que havia esse valor pendente, ela cobrava insistentemente, ate que eles disseram que procurasse esse rapaz que ele saldaria a divida”, afirmou o criminalista.
João Santana afirmou nunca ter visto Zwi, que o conheceu pela primeira vez na carceragem da PF, em Curitiba. “Não tinha a menor ideia de que era operador do estaleiro.”
MAIS US$ 3 MILHÕES
Outros US$ 3 milhões foram pagos à conta Shellbill Finance por offshores que seria controladas pela Odebrecht, aponta a Lava Jato. Segundo a defesa de Santana, Mônica “confirmou que houve de fato pagamentos feitos” pela empreiteira, “em relação a uma campanha no exterior”.
“O João não sabe disso. O João é um criador, não trabalha com a questão financeira, com questão bancária. Ele tinha pouco conhecimento de como eram feitos os pagamentos.”
Tofic afirmou que ela citou a campanha do Panamá. “Mas esses esclarecimentos são detalhes que vão ser esclarecidos através de documentos, contratos.”
Para o advogado, “provavelmente a Odebrecht tinha interesses econômicos nesse país”. “A Mônica não nega que parte desses recursos acabou sendo saldada pela Odebrecht em campanha estrangeira”, disse Tofic. Mas nega que exista recursos ilegais.
CAMPANHA DILMA
“Em relação ao PT está tudo declarado ao TRE, não há nada a esconder”, disse o advogado do marqueteiro do PT. O advogado disse que Santana explicou que Santana explicou que o dinheiro recebido no exterior não tem relação com os recebimentos por campanhas eleitorais no Brasil. O marqueteiro fez as últimas três campanhas presidenciais do PT, Dilma Rousseff (2010 e 2014) e Luiz Inácio Lula da Silva (2006), e a do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (2012).
Segundo o criminalista, os clientes deixaram claro que nunca suspeitaram e” continuam acreditando, que nenhum desses recursos tem relação com crimes cometidos no Brasil ou fora do Brasil”. “A PF fez uma suposição grave de que isso se trata de dinheiro de propina no Brasil, de que eles saberiam que se trata de propina. Eles não tem como saber de onde vem o dinheiro que os paga lá fora.”
“Se eles soubessem, certamente se recusariam a receber”, disse Tofic.
PRISÃO TEMPORÁRIA
O criminalista diz acreditar agora que as prisões temporárias do marqueteiro do PT e sua mulher sejam revistas. “O que sobrou são suposições. Você tem dois empresários honestos presos na sede da PF. Estão presos há dois dias com base em mera suposição. O que se espera agora é que, feitos os esclarecimentos, sejam revogadas as prisões”.
O advogado afirmou que após os dois depoimentos, “ficou claro que eles não têm nada a esconder”. “Pediram que seja aberto todo e qualquer sigilo financeiro e bancário através da polícia, para que acelere a investigação.”
“Admitiram ter recebido recursos no exterior de conta não declarada. Ele abriu essa conta em 1998 para receber recursos de uma campanha na Argentina e foi a forma como ele tinha que receber e na época achava que não tinha problema, porque era recurso recebido em outros países, ele achava que não tinha problema em ser conta não declarada.”
###
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Com um advogado desse tipo, que fala pelos cotovelos, Santana está liquidado e cumprirá longa pena. Depois eu explico. (C.N.)

25 de fevereiro de 2016
Ricardo Brandt
Estadão