Este é um blog conservador. Um canal de denúncias do falso 'progressismo' e da corrupção que afronta a cidadania. Também não é um blog partidário, visto que os partidos que temos, representam interesses de grupos, e servem para encobrir o oportunismo político de bandidos. Falamos contra corruptos, estelionatários e fraudadores. Replicamos os melhores comentários e análises críticas, bem como textos divergentes, para reflexão do leitor. Além de textos mais amenos... (ou mais ou menos...) .
"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville (1805-1859)
"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville (1805-1859)
"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.
domingo, 3 de março de 2019
JORNALISMO SOB PRESSÃO
Da infinidade de virtudes imagináveis, qual será a mais desejável em um jornalista? Na era da ciberfrivolidade, uma pergunta assim é "ponto fora da curva" (permitido o lugar comum). E também por isso será válida.
A morte do jornalista Ricardo Boechat, em 11/02/19, causou grande comoção, quer pelas circunstâncias do fato, quer por ser ele muito querido e admirado por colegas e pelo grande público. Mas não é dele que se trata aqui, senão de uma fala recorrente entre seus pares, ao lamentar sua partida.
Desde militantes da Folha de S. Paulo até rapazes da equipe de esportes da Rádio Gaúcha, jornalistas articularam o discurso do vitimismo: "Ele nos deixou num momento crítico em que o jornalismo tanto precisa de alguém que denuncie o que está acontecendo", eis o que se repetiu numa abordagem cuja síntese é a afirmação de a imprensa estar vivendo dias de cerceamento, o que, no Brasil, não é verdade.
Mas uma parcela da imprensa deve estar mesmo desconfortável em razão de mudanças que, do ponto de vista da sociedade, são bem positivas: a população mais escolarizada já não engole qualquer coisa que saia nos noticiários. E uma das causas é o contraponto que as "mídias alternativas" fazem às mídias tradicionais (rádio, TV e jornal), inclusive desmascarando jornalistas favoráveis a causas revolucionárias.
Até 2013, quando atingimos o ponto de saturação e o país começou a mudar, os queixosos de agora tinham a vida mais folgada: era mais fácil engrupir o público. Quer dizer, a militância ideológica travestida de jornalismo não tinha, como hoje, o desconforto de uma enérgica e amplamente compartilhada contestação.
Mas as redes sociais ganharam corpo e a moleza acabou. Hoje, se black blocs destroem automóveis de uma loja de carros importados, se o MST põe fogo em tratores e plantações de uma fazenda altamente produtiva, se o movimento dos sem-teto cobra aluguel em um prédio invadido e tranca as portas para controlar as pessoas, não adianta a mídia tradicional se omitir nem querer dourar a pílula. Haverá sempre um abelhudo para gravar imagens nosmartphone e mandar às redes.
Em suma, especialmente a partir de 2013, o núcleo hegemônico da imprensa, cabresteado pelo Foro de S. Paulo (organização que esse núcleo finge ignorar), vem sendo desmascarado e repelido.
À parte de excessos e fake news, as redes sociais tiveram a faculdade de revelar o que todo mundo via sem ver: "o rei está nu!". Os que hoje se queixam assistiram, no passado recente, à instituição da corrupção como método de poder, ao aparelhamento do Estado e à imposição de um projeto de subversão das instituições concebido com cinismo revolucionário. Mas não denunciaram! Terá sido por ignorância ou por conveniência? Tanto faz! Merecem repúdio. E hoje o têm! E se queixam.
Mas as mídias tradicionais vão acabar? Em essência não! Pode até desaparecer a impressão em papel, por exemplo, mas não o jornalismo profissional. Haverá sempre uma busca de credibilidade, inexistente no mundo anárquico das mídias sociais. E quem tiver competência e independência de caráter é que vai granjear a confiança do público.
E assim chegamos a um esboço de resposta à pergunta inicial. Sem dúvidas, uma das virtudes mais apreciáveis num jornalista - e, de resto, em qualquer pessoa - é "honestidade intelectual", que é a materialização do irrefreável desejo de buscar a verdade, sobre si mesmo e sobre a realidade do mundo.
A morte do jornalista Ricardo Boechat, em 11/02/19, causou grande comoção, quer pelas circunstâncias do fato, quer por ser ele muito querido e admirado por colegas e pelo grande público. Mas não é dele que se trata aqui, senão de uma fala recorrente entre seus pares, ao lamentar sua partida.
Desde militantes da Folha de S. Paulo até rapazes da equipe de esportes da Rádio Gaúcha, jornalistas articularam o discurso do vitimismo: "Ele nos deixou num momento crítico em que o jornalismo tanto precisa de alguém que denuncie o que está acontecendo", eis o que se repetiu numa abordagem cuja síntese é a afirmação de a imprensa estar vivendo dias de cerceamento, o que, no Brasil, não é verdade.
Mas uma parcela da imprensa deve estar mesmo desconfortável em razão de mudanças que, do ponto de vista da sociedade, são bem positivas: a população mais escolarizada já não engole qualquer coisa que saia nos noticiários. E uma das causas é o contraponto que as "mídias alternativas" fazem às mídias tradicionais (rádio, TV e jornal), inclusive desmascarando jornalistas favoráveis a causas revolucionárias.
Até 2013, quando atingimos o ponto de saturação e o país começou a mudar, os queixosos de agora tinham a vida mais folgada: era mais fácil engrupir o público. Quer dizer, a militância ideológica travestida de jornalismo não tinha, como hoje, o desconforto de uma enérgica e amplamente compartilhada contestação.
Mas as redes sociais ganharam corpo e a moleza acabou. Hoje, se black blocs destroem automóveis de uma loja de carros importados, se o MST põe fogo em tratores e plantações de uma fazenda altamente produtiva, se o movimento dos sem-teto cobra aluguel em um prédio invadido e tranca as portas para controlar as pessoas, não adianta a mídia tradicional se omitir nem querer dourar a pílula. Haverá sempre um abelhudo para gravar imagens nosmartphone e mandar às redes.
Em suma, especialmente a partir de 2013, o núcleo hegemônico da imprensa, cabresteado pelo Foro de S. Paulo (organização que esse núcleo finge ignorar), vem sendo desmascarado e repelido.
À parte de excessos e fake news, as redes sociais tiveram a faculdade de revelar o que todo mundo via sem ver: "o rei está nu!". Os que hoje se queixam assistiram, no passado recente, à instituição da corrupção como método de poder, ao aparelhamento do Estado e à imposição de um projeto de subversão das instituições concebido com cinismo revolucionário. Mas não denunciaram! Terá sido por ignorância ou por conveniência? Tanto faz! Merecem repúdio. E hoje o têm! E se queixam.
Mas as mídias tradicionais vão acabar? Em essência não! Pode até desaparecer a impressão em papel, por exemplo, mas não o jornalismo profissional. Haverá sempre uma busca de credibilidade, inexistente no mundo anárquico das mídias sociais. E quem tiver competência e independência de caráter é que vai granjear a confiança do público.
E assim chegamos a um esboço de resposta à pergunta inicial. Sem dúvidas, uma das virtudes mais apreciáveis num jornalista - e, de resto, em qualquer pessoa - é "honestidade intelectual", que é a materialização do irrefreável desejo de buscar a verdade, sobre si mesmo e sobre a realidade do mundo.
O CARNAVAL DA MÁSCARA SOLIDÁRIA
É típico dessa casta politicamente correta, do alto do seu edifício de valores postiços, querer decidir quem pode rir de que. Vivem de apontar o dedo para os outros, de criar supostos conflitos morais para poder chamar alguém de racista, machista ou fascista – enfim, são os novos moralistas fantasiados de libertários. Eles não têm a menor graça. Coluna de Guilherme Fiuza, via Gazeta do Povo:
Fabio Assunção avisou que o texto que circula nas redes com sua assinatura, sobre seus problemas de dependência química, não é dele. O suposto desabafo de uma vítima do vício tinha sido repassado por muita gente, célebre ou não, especialmente como repúdio ao uso de uma máscara de carnaval com o rosto do ator. Essa solidariedade ao Fabio é tão autêntica quanto o desabafo que ele não fez.
O clube dos condoídos com o drama do artista sabe bem por quem sofrer. Alexandre Borges – tão talentoso quanto Fabio, ou mais – passou por problema semelhante, foi avacalhado de todas as formas e ficou à míngua. Onde estava o clube dos condoídos?
Esse mundo onde determinada pessoa pública não pode ser satirizada não existe. Especialmente para as pessoas que usam seu apelo público como poder (legítimo) sobre os outros – fazendo julgamentos, provocações, campanhas e eventualmente apologia, de cara limpa, aos ladrões mais simpáticos da nação, como foi o caso de Fabio Assunção com o PT.
Você foi invadido por toneladas de notícias do Fabio barbarizando por aí, dando defeito na rua, no trabalho, na política – e tudo bem, o cara tem um problema que todos querem que ele supere. Mas a caricatura do porralouca à solta quem criou foi ele próprio – com a ajuda dos que gostam dele e não souberam preservá-lo do derrame.
Não adianta o clube dos condoídos seletivos querer decretar que uma caricatura não existe – por mais prepotentes que esses ungidos sejam. Aliás, vale registrar que a caricatura do Fabio tem seu lado simpático (sempre há certo carisma na porralouquice) e o meme “sextou” com a foto dele de barba bíblica já é uma tradição entre os que irão botar alegremente o pé na jaca.
De boêmio para boêmio: vai pro crime? Bota a foto do Fabio. Muito maluco beleza deve até considerar isso uma homenagem. Daí a querer embargar uma máscara de carnaval alegando tratamento desumano a uma vítima, só com uma dose caprichada de hipocrisia on the rocks. Ou melhor, cowboy.
E lá foram os indignados de ocasião espalhando por aí o falso texto do Fabio para patrulhar, basicamente, todo mundo.
É um espírito bem resumido por essa nova geração de humoristas que, na era petista, se notabilizou pelo sofisticado exercício do humor a favor – haja coragem – e vive fingindo que o Brasil detesta minorias. Mas quando um Jean Wyllys (o meme ambulante) declara que “Lula está livre em mim”, esses bravos comediantes ficam sérios e batem continência. E olha que a piada já estava pronta, bastava rir.
É típico dessa casta politicamente correta, do alto do seu edifício de valores postiços, querer decidir quem pode rir de que. Vivem de apontar o dedo para os outros, de criar supostos conflitos morais para poder chamar alguém de racista, machista ou fascista – enfim, são os novos moralistas fantasiados de libertários. Eles não têm a menor graça.
Chegaram a comparar uma dessas filmagens de celular mostrando Fabio Assunção dando defeito em público aos que filmaram o acidente fatal do Boechat sem ajudar. Um disparate desses, cometido logo após a morte terrível do jornalista, não é só uma falta grave de senso de proporção. Em primeiro lugar, é um atestado de sangue de barata. Em segundo lugar, é uma prova de que o solidário de laboratório não vê nada na sua frente quando a missão maior é puxar o saco da pessoa certa.
Fabio Assunção (com a complacência dos eventuais responsáveis por ele) assumiu riscos altos na forma de lidar com seu vício. Expôs outras pessoas, agrediu, exorbitou de várias formas, transformou notoriedade em prepotência, reincidiu diversas vezes, cansou a beleza da plateia e construiu, milimetricamente, a sua própria caricatura. As obras completas são dele – sem coautor.
Amy Winehouse morreu aos 27 anos porque virou espetáculo não só de porralouquice, como de falsa solidariedade do seu meio. Não teve ninguém que gostasse dela o suficiente para dar-lhe a dura definitiva que o Fabio deve estar pedindo aos céus para levar de alguém. Infelizmente os amigos e simpatizantes virtuosos estão muito ocupados confeccionando sua máscara humanitária para o carnaval.
03 de março de 2019
in blog do orlando tambosi
MILITARIZAÇÃO ATINGE TAMBÉM O 2o. E O 3o. ESCALÕES DO GOVERNO DE BOLSONARO
O governo de Jair Bolsonaro vai ampliar a militarização na máquina pública federal, com a entrega para a Marinha de postos de comando nas superintendências de portos, no Ibama e no Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio). Após a nomeação para ministérios importantes, os militares agora são chamados a ocupar também cargos no segundo e terceiro escalões. Trata-se de uma nova fase do movimento crescente de escolha de oficiais da reserva das Forças Armadas para posições estratégicas e setores historicamente envolvidos em denúncias de corrupção.
Levantamento feito pelo Estado contabiliza pelo menos 103 militares na lista dos cargos comissionados de ministérios, bancos federais, autarquias, institutos e estatais, entre elas a Petrobrás.
DESGASTE CIVIL – Segundo analistas, fatores como o desgaste da classe política e uma estrutura partidária ainda frágil do presidente Jair Bolsonaro permitem o avanço dos militares na burocracia federal.
Na última semana, foram escolhidos os almirantes da reserva da Marinha Francisco Antônio Laranjeiras e Elis Triedler Öberg para comandarem os portos do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Norte, respectivamente. Para o cargo de diretor-presidente da Companhia Docas de São Paulo, que controla o Porto de Santos, o governo nomeou o engenheiro naval civil Casemiro Tércio Carvalho. Ele, no entanto, terá a seu lado um militar da Marinha para “sanear” o órgão e acabar com “entraves” burocráticos.
Em defesa desse movimento do governo, um oficial do Alto Comando das Forças Armadas disse que a escolha de militares para cargos de confiança tem por objetivo conferir credibilidade aos postos com base em “um modo eficiente de administrar”, com “zelo pelo dinheiro público”.
ALGUM MILITAR? – Deputados que procuram o governo para pedir cargos nos Estados relatam que recebem de ministros um pedido: “Você tem um militar para indicar?”
Estudioso da relação entre as Forças Armadas e a sociedade brasileira, o cientista político Eliézer Rizzo de Oliveira afirmou que a participação de dezenas de militares em um governo eleito democraticamente é uma situação inédita no Brasil. E é resultado, segundo ele, da combinação entre a descrença que abateu a classe política e a inexperiência administrativa do novo presidente.
“É natural que ele queira se apoiar em pessoas da área dele e que respondam a essa espécie de ‘regime civil com governo verde-oliva’ que se instaurou no poder e tomou conta da máquina pública”, afirmou.
SEM APARELHAMENTO – Ainda assim, para Oliveira, o movimento atual não pode ser comparado a um aparelhamento da máquina pública, a exemplo do que ocorreu nos governos do PT. A intenção agora, diz, não seria a preservação do poder sindical ou partidário, mas a gestão do governo. “O risco, neste caso, é o desprestígio das Forças Armadas em caso de insucesso.”
“Falar em aparelhamento me parece prematuro. O partido do presidente não possui uma estrutura orgânica e coesa. Há escassez de quadros. E, como o presidente não quer nomear gente apadrinhada pelo sistema político, é legitimo, nesse contexto, se servir de profissionais oriundos das Forças Armadas”, afirmou o cientista político Hussein Kalout, que atuou no governo de Michel Temer.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Na verdade, a militarização do governo é para ser louvada, porque os civis fracassaram como gestores e se curvaram à corrupção, esta é a realidade do país. Como diz o general Santos Cruz, que é um dos destaques do Planalto, “a sociedade quer um governo limpo e transparente”. Apenas isso. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Na verdade, a militarização do governo é para ser louvada, porque os civis fracassaram como gestores e se curvaram à corrupção, esta é a realidade do país. Como diz o general Santos Cruz, que é um dos destaques do Planalto, “a sociedade quer um governo limpo e transparente”. Apenas isso. (C.N.)
03 de março de 2019
Tânia Monteiro, Adriana Ferraz, Carla Bridi, Matheus Lara e Tulio KruseEstadão
HÁ PROCURADORES NA LISTA DA RECEITA FEDERAL, QUE JÁ DESCARTARAM 79 INVESTIGADOS
Além de ministros de Cortes Superiores, o grupo da Receita Federal que investigou agentes públicos incluiu em sua lista uma procuradora do Ministério Público do Distrito Federal (MP-DF), um assessor do Tribunal de Contas da União (TCU) e um procurador do governo do DF. O Estado teve acesso aos nomes investigados pela Equipe Especial de Programação de Combate a Fraudes Tributárias (EEP Fraude) relacionados à 1.ª região fiscal, que engloba Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, além do DF.
O secretário especial da Receita, Marcos Cintra, esteve nesta sexta-feira, 1.º, com o presidente Jair Bolsonaro. Após o encontro, ele criticou a divulgação das investigações. “Se houver novos vazamentos, também serão objeto de inquérito da PF”, disse.
79 DESCARTADOS – No documento, estão Helena Cristina Mendonça Mafra, do Ministério Público do DF e Territórios, o assessor Marcus Braga de Albuquerque, do TCU, e Elenauro Batista dos Santos, da Procuradoria-Geral do governo do Distrito Federal. Ao todo, 134 contribuintes passaram por essa análise preliminar do Fisco. Destes, 79 casos já foram descartados e não resultaram em investigação formal.
Um dos citados, o assessor do TCU Marcus Braga está lotado no gabinete do ministro Walton Alencar Rodrigues, marido da ministra Isabel Gallotti, do Superior Tribunal de Justiça (STJ) – que também apareceu na lista preliminar de agentes públicos citados pela Receita. O caso da ministra, segundo apurou o Estado, foi um dos descartados após a análise preliminar.
FORMA DE ATUAÇÃO – A criação do grupo, em maio do ano passado, marcou uma mudança na forma de atuação do órgão. Em vez de agir por demanda de outras instituições, auditores passaram a iniciar suas próprias apurações. Caso encontrem indícios de crime fora do campo tributário, a orientação é encaminhar os dados para o Ministério Público e a Polícia Federal.
Braga afirmou que não foi notificado pela Receita e que ficou surpreso com a menção do seu nome na lista da Receita. Segundo ele, todas as suas declarações foram aprovadas pelo Fisco. “Não recebi nenhuma notificação daquele órgão”, disse o assessor do TCU.
PROCURADORA – Diretora da 11.ª Procuradoria Cível do DF, a procuradora Helena Mafra também aparece na lista de alvos do grupo. Por meio da assessoria do órgão, ela disse que não foi notificada e que vai aguardar o Fisco notificá-la sobre o caso. O procurador do DF Elenauro dos Santos, que também integra a lista, não respondeu aos contatos da reportagem.
A atuação da EPP Fraude está no centro de uma crise entre o Fisco e a cúpula do Judiciário, após vazamento de que o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, a mulher do ministro Dias Toffoli e Isabel Gallotti eram alvo do grupo. A crise resultou em ordem de inspeção no Fisco pelo Tribunal de Contas da União e um inquérito da PF.
O3 de março de 2019
Fabio Serapião e Adriana FernandesEstadão
APÓS CONDENAÇÃO, PAULO PRETO VIRA RÉU DE NOVO, ACUSADO DE CORRUPÇÃO EM OUTRAS OBRAS
O ex-diretor da Dersa (estatal rodoviária paulista) Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, tornou-se réu no processo em que é acusado de corrupção e lavagem de dinheiro desviado de obras do Rodoanel Sul (anel viário que contorna a cidade de São Paulo), do Sistema Viário Metropolitano de São Paulo e da Estrada Parque Várzea do Tietê.
Esta é a terceira vez que o engenheiro que foi diretor da Dersa vira réu em um processo relacionado à Operação Lava Jato. O juiz Diego Paes Moreira, da 6 Vara Criminal Federal de São Paulo, recebeu a denúncia feita pela força-tarefa do Ministério Público Federal paulista nesta sexta-feira (1) e no mesmo dia decidiu aceitá-la.
PROPINAS – Segundo a acusação, Paulo Preto chefiou um esquema na Dersa que cobrava de 0,75% a 5% de propina das empreiteiras que trabalhavam nas obras.
Os procuradores da Lava Jato calcularam que o ex-diretor da Dersa desviou R$ 27 milhões para contas de uma offshore que ele mantinha na Suíça. No total as contas acumulavam R$ 126 milhões.
Paulo Preto é acusado de participar de oito episódios de corrupção envolvendo obras viárias em São Paulo. Cinco casos no trecho sul do Rodoanel, dois no Sistema Viário e um na Estrada Parque. Se condenado, a pena poderá somar de 8 a 64 anos de prisão, segundo o Ministério Público.
LAVAR O DINHEIRO – Ele também é acusado de fazer treze operações para lavar o dinheiro vindo de desvios das obras viárias da Dersa. Os procuradores pediram que cada operação de lavagem de ativos seja considerada um fato criminoso e que as penas sejam somadas. Se condenado pelos 13 fatos, o ex-diretor da Dersa poderá receber uma pena de 39 a 130 anos de prisão. Caso seja condenado por todos os fatos de corrupção e lavagem de dinheiro que lhe foram imputados, o acusado poderá receber uma pena total de 194 anos de prisão.
Foi uma semana de derrotas importantes para Paulo Preto no Judiciário. Na quinta-feira ele foi condenado a 27 anos de prisão – os primeiros sete em regime fechado – acusado de fraude em licitação e formação de cartel também em obras do trecho sul do Rodoanel e do Sistema Viário. Estes casos, porém, não são os mesmos da denúncia que o tornou réu nesta sexta-feira.
NO SUPREMO – Ainda nesta sexta, o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, decidiu destrancar a ação, também da Lava Jato paulista, em que o engenheiro é acusado de peculato por desviar R$ 7,7 milhões de verbas de desapropriações relacionadas a obras do Rodoanel Sul.
Em 14 de fevereiro o ministro atendeu um pedido de liminar da defesa de Paulo Preto anulando a fase final do processo e reabrindo a possibilidade de produção de provas por parte dos réus do caso. Gilmar reconsiderou o caso nesta sexta e agora o processo está pronto para ser julgado.
Paulo Preto está preso desde o último dia 19 de fevereiro por ordem da juíza Gabriela Hardt, substituta de Sergio Moro na Lava Jato paranaense. Ela atendeu a um pedido feito pelos procuradores de Curitiba, que acusam o ex-diretor da Dersa de operar com o departamento de propinas da Odebrecht.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Por pouco, muito pouco, Paulo Preto não conseguiu escapar incólume. A condenação ocorreu na chamada undécima hora, quando o crime está quase prescrevendo. Agora, pode pegar 64 anos e ficar na cadeia até o fim dos seus dias. Detalhe curioso: ao contrário de Eike Batista, Paulo Preto está preso mas esqueceram de tirar a peruca dele. (C.N.)
NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Por pouco, muito pouco, Paulo Preto não conseguiu escapar incólume. A condenação ocorreu na chamada undécima hora, quando o crime está quase prescrevendo. Agora, pode pegar 64 anos e ficar na cadeia até o fim dos seus dias. Detalhe curioso: ao contrário de Eike Batista, Paulo Preto está preso mas esqueceram de tirar a peruca dele. (C.N.)
03 de março de 2019
Wálter NunesFolha
O TERROR VERMELHO. (MEMÓRIA DA HISTÓRIA)
O terror vermelho
O primeiro Estado policial bolchevique se entregou às orgias de estuprar, torturar e matar.
Em agosto de 1918, uma mulher atirou e quase matou o então líder soviético, Vladimir Lênin, enquanto ele visitava uma fábrica em Moscou. O assassino era Fanya Kaplan, uma socialista descontente cujo partido político havia sido banido no início desse ano pelos comunistas bolchevistas de Lênin.
Antes de sua execução, vários dias depois do ataque a Lênin, Kaplan disse que agia sozinha, porém haviam muitos que compartilhavam suas queixas. Um ano antes, os bolcheviques rapidamente estabeleceram a ditadura do proletariado com a Revolução de outubro de 1917. Eles cederam vastos territórios à Alemanha em troca da paz e dissolveram o primeiro experimento democrático que sucedeu a queda do Império russo e a abdicação do imperador Nicolau II.
Muitos comunistas e revolucionários de esquerda que fizeram parte das revoltas do início de 1917 que culminaram na queda do czar russo e, que ajudaram na ascensão de Lênin ao poder, estavam descontentes com o comportamento do líder bolchevique.
Com o estabelecimento da ditadura marxista, os revolucionários não-bolchevistas haviam perdido sua utilidade. Após várias revoltas por uma série de grupos socialistas, e pouco antes de ser baleado por Kaplan, Lênin havia declarado que um “terror em massa” era necessário para limpar o movimento.
E o terror chegaria, não apenas sob o domínio de Lênin, mas décadas depois de sua morte na União Soviética, Europa Oriental, China, Coréia do Norte, Vietnã, Camboja, Cuba e a todos os países onde se estabeleceu o controle por um partido comunista.
Construindo o Estado policial soviético
Antes dos comunistas, os governos russos já possuíam suas próprias polícias secretas, como a temida Oprichnina do czar Ivan “o Terrível” (1530-1584), que suspeitava da aristocracia de conspirar para derrubá-lo.
E, nos dias de Lênin, salvaguardar a revolução soviética e cimentar sua ideologia violenta, caminharam de mãos dadas com o terror de Estado. Poucas semanas após a Revolução de outubro de 1917, o Partido bolchevique estabeleceu o Comitê de Emergência, mais conhecido como Cheka – a polícia secreta bolchevique.
O líder desse comitê era um ex-nobre polonês, Felix Dzerzhinsky, um homem magro e fanático que se converteu ao socialismo e depois ao comunismo em sua juventude. Com apenas algumas centenas de membros em 1917, o Cheka se expandiu rapidamente quando os bolcheviques intensificaram a guerra contra o Exército Branco — também conhecido como a Guarda Branca ou os Brancos, uma confederação dispersa de forças anticomunistas -, e encontraram crescente e violenta dissidência entre as fileiras comunistas. Dentro de dois anos, a polícia secreta bolchevique tinha cerca de 200 mil funcionários.
Quando Felix criou o Cheka, ele próprio era um bolchevique novo, pois acabará de desertar de outra facção vermelha, entretanto sua criação se tornaria uma arma permanente e infalível do regime soviético até seu colapso em O Terror Vermelho
A tentativa de assassinato a Lênin em agosto de 1918 foi um catalisador para as centenas de milhares de execuções que o Cheka realizou até o início da década de 1920.
“Defendemos o terror organizado – isso deve ser francamente admitido”, disse Felix, em julho de 1918. “O terror é uma necessidade absoluta em tempos de revolução. … Nós julgamos rapidamente. Na maioria dos casos, apenas um dia se passa entre a apreensão do criminoso e sua sentença”.
Vestidos em uniformes com casacos de couro, os agentes do Cheka seguiam os exércitos bolcheviques, agrupando os suspeitos que haviam sido capturados, incluindo os proprietários de terras, a nobreza, os empresários e até aqueles que simplesmente se encontravam vagando após o toque de recolher. Esta rotina era seguida por execuções em massa.
Já em 1924, o historiador russo, Sergei Melgunov – que escapou dos bolcheviques -, revelou em seu livro “Terror Vermelho na Rússia” (Red Terror in Russia) a matança sistemática, fornecendo documentos e fotografias. A própria Cheka divulgou relatórios anunciando orgulhosamente números parciais dos mortos. Em muitas regiões, todo crime – real ou falso – carregava uma sentença de morte.
Sobre os assassinatos, Melgunov diz: “o número de nomes publicados foi uma pequena fração da realidade. Além disso, quando os bolcheviques estavam prestes a levantar vôo em seu avião desgovernado [a revolução], eles disseram aos trabalhadores que, se eles (os trabalhadores) não se juntassem a eles, eles (os bolcheviques), ao retornar, enforcariam todos os trabalhadores que ficaram para trás em um poste de telégrafo”.
As ações da Cheka seguiam a filosofia comunista da luta de classes, o abandono da moral e da dignidade humana. Qualquer coisa que se opunha a essas ideias era contra-revolucionária. As vítimas ou os membros da família das vítimas foram muitas vezes obrigados a se despir antes de serem baleados. Outros prisioneiros foram forçados a subir em barcaças e levados para o mar, se afogando após os bolcheviques afundarem o navio.
Melgunov observa: “Em Kiev, era prática fazer os condenados prostarem-se sobre o sangue coagulado no chão antes de serem atingidos na parte de trás da cabeça ou cérebro”.
Além da execução sumária, os membros do Cheka também apreciavam tortura e estupros. Um artigo do período diz: “Torturas nesses distritos [Ekaterinodar e Kuban] são físicas e mentais. Ekaterinodar tem um método particular de sua aplicação, como segue. A vítima é colocada de costas no chão de sua cela, enquanto dois membros corpulentos do Cheka puxam sua cabeça e outros dois seus ombros, até que os músculos de seu pescoço estejam absolutamente esticados e tensionados. Então um quinto homem começa a bater no pescoço da vítima com um instrumento cego – geralmente o cano de um revólver – até que, com o pescoço inchado, o sangue comece a jorra da boca e das narinas, sofrendo uma espantosa agonia.”
As mulheres prisioneiras atraentes aos olhos dos policiais secretos eram estupradas antes de serem mortas, as mulheres dos homens condenados tentavam resgatá-los através da servidão sexual. Normalmente, os prisioneiros eram mortos de qualquer maneira.
Em algumas áreas do sul da Rússia, oficiais locais do Cheka mantinham orgias com as presas, usando eufemismos como “comunização das mulheres” ou “dias de amor livre“.
Melgunov lembra: “Uma testemunha que já citei em conexão com eventos na Criméia disse ao Tribunal de Lausanne que cada um dos marinheiros ativos naquela região possuía quatro ou cinco amantes e que, na maioria dos casos, essas pobre mulheres eram esposas de oficiais massacrados ou fugidos, uma vez que a rejeição das propostas dos marinheiros significava execução, e apenas algumas senhoras de mentalidade mais forte conseguiam reunir coragem para resolver o problema pelo suicídio”.
Um “padrão comunista de pensar e reagir”
Ao longo do tempo, a intensidade e a crueldade dos assassinatos no Terror Vermelho afetaram os carrascos do Cheka.
Melgunov escreve: “Sobre tudo, é incontestável dizer que por um tempo os hospitais psiquiátricos da Rússia registraram um grande número de casos de uma doença que se tornou conhecida como “demência do executor”, devido à sua tendência de levar os pacientes a um remorso intenso pelas vítimas (reais ou imaginárias) do derramamento de sangue, causando alucinações angustiantes”.
Mas para o regime comunista, matar tornou-se uma ferramenta valiosa para manter a população na linha. Depois que Lênin morreu em 1924, o Cheka foi renomeado várias vezes, mas servindo a mesma função. Joseph Stalin, que substituiu Lênin e continuou a ditadura comunista, saudou Felix como “um cavaleiro devoto do proletariado” com a morte deste último em 1926.
A repressão política na União Soviética alcançaria seu auge sob Stalin e a série de purgas conhecida como o “Grande Terror”. Centenas de milhares de vítimas seriam os compatriotas poloneses de Felix.
Em 1919, Lênin teria feito uma visita secreta a Ivan Pavlov, um psicólogo famoso por seus experimentos com treinamento de estímulos condicionados em cães. Segundo o historiador britânico Orlando Figes, o líder soviético disse: “Quero que as massas da Rússia sigam um padrão comunista de pensar e reagir”.
“Quer dizer que você gostaria de padronizar a população da Rússia? Fazendo com que todos se comportem do mesmo jeito?”, perguntou Pavlov surpreso.
“Exatamente”, disse Lenin. “O homem pode ser corrigido. O homem pode se tornar o que queremos que ele seja”.
Estima-se que o comunismo tenha matado mais de 100 milhões de pessoas, mas seus crimes não foram totalmente compilados e sua ideologia ainda persiste.
03 de março de 2019
blog do mario fortes
*Graça dgferraz [resistencia-democratica] |
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