"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

STJ protela divulgação de gastos secretos de Rosemary com cartão corporativo em viagens com Lula



Além de ser alvo, oficialmente, de um Procedimento de Investigação Criminal para apurar se praticou crime de "tráfico de influência internacional", Luiz Inácio tem outra preocupação imediata com Judiciário que lhe afeta diretamente. Os Superior Tribunal de Justiça vem postergando a execução de um acórdão para tornar públicos os gastos secretos com cartões corporativos de Rosemary Noronha - amigona do ex-presidente, alvo de processos que correm em estranho segredo judicial a partir da Operação Porto Seguro, da Polícia Federal.

Assim que os dados foram tornados públicos, o MPF pode requisitar justificativas do governo para despesas registradas como secretas nos cartões corporativos da Presidência – uma das maiores caixas pretas das despesas públicas. Os dados podem mostrar gastos acima do padrão salarial de uma mera servidora pública que ocupava o cargo de confiança de Secretária da Presidência da República em São Paulo. A “Doutora Rose”, como era mais conhecida, recebia salário de de R$ 11.179,36.

O ministro Napoleão Nunes Maia Filho, do STF, fará, a qualquer momento, que cumpra o que foi pedido no Mandado de Segurança 20895, impetrado pelo repórter Thiago Herdy e pelo jornal O GloboDesde 27 de março, a 1ª Seção do STJ já tinha chegado a um acórdão que autorizou o acesso aos dados do cartão corporativo do governo federal usado pela ex-chefe da representação da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Nóvoa de Noronha. As demoras e segredinhos no Caso Rose causam estranheza generalizada (sem trocadinho).

O Governo Federal está obrigado, judicialmente, a acesso aos gastos, com as discriminações de tipo, data, valor das transações e CNPJ/razão social. O ministro Napoleão Nunes Maia Filho considerou que a recusa de fornecer os documentos e as informações a respeito dos gastos efetuados com o cartão corporativo, com o detalhamento solicitado, constitui violação ilegal do direito líquido e certo da empresa e do jornalista de terem acesso à informação de interesse coletivo, assegurado pela Constituição e regulamentado pela Lei 12.527/11 (Lei de Acesso à Informação): 

“Inexiste justificativa para manter em sigilo as informações solicitadas, pois não se evidencia que a publicidade de tais questões atente contra a segurança do presidente e vice-presidente da República ou de suas famílias, e nem isso ficou evidenciado nas informações da Secretaria de Comunicação”. O magistrado foi além: “A divulgação dessas informações seguramente contribui para evitar episódios lesivos e prejudicantes; também nessa matéria tem aplicação a parêmia consagrada pela secular sabedoria do povo, segundo a qual é melhor prevenir do que remediar”.


Clamor popular

Do jurista Antônio Ribas Paiva, especialista em assuntos de Segurança Nacional sobre o silêncio obsequioso das forças armadas em sobre o impasse institucional brasileiro:

"Nada impede que o crime seja defenestrado do poder. Talvez só dependa de uma postura firme do Exército, que precisa escolher, urgentemente, se está com o Brasil e a Nação ou com a classe política e suas traições e crimes".


Fustigando o PMDB


A intenção de eleger, primeiro, a Andrade Gutierrez como alvo processual soa, nos bastidores políticos, como mais um sinal de retaliação contra o PMDB...

Na M...

Do médico Humberto de Luna Freire Filho, uma curta e grossa sobre a Presidenta:

"Não costumo usar nem comentar termos chulos. Mas com vivo em um país governado por gente de baixo nível, não posso agir de maneira diferente sob pena de não ser entendido. A nossa PRESIDENTA declarou recentemente que não vai pagar pela "merda" dos outros. Ora!!! dona Dilma, nem eu, e mais, como cidadão brasileiro não sou obrigado a sentir o mau cheiro de seu governo. Concorda comigo PRESIDENTA?"

Nas zonas

Do leitor Mario A. Dente, um comentário preciso sobre as zonas em que vivemos:

"Há dois paises em situação pré falimentar, porque são mal governados por governos incompetentes: Grecia, na zona do euro e Brasil na zona do  mercosul. A Grecia está muito velha e tem muitos deuses; o Brasil apesar de ser novo, tem muito mais deuses em Brasília. Eos contribuintes são impostos  a ser crentes e pagar altissimos dízimos para manter essses deuses, que só pensam em des$$viar".

Proposta indecente




20 de julho de 2015
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

COMÉRCIO MACABRO

A Planned Parenthood, maior rede de clínicas de aborto e serviços de contracepção dos Estados Unidos, está na mira do Congresso norte-americano e de pelo menos dois estados depois da divulgação, na semana passada, de um vídeo no qual uma das diretoras da organização fala sobre a venda de partes e órgãos de bebês abortados
“O Congresso deve – e vai – investigar e colocar um fim nessas práticas bárbaras”, afirmou o deputado Chris Smith, no que foi seguido por vários colegas, incluindo o presidente da Casa, John Boehner. 
Os governadores do Texas e da Louisiana anunciaram ações semelhantes.

O vídeo é obra do Center for Medical Progress, um grupo de jornalistas investigativos dedicado a questões ligadas à bioética, e foi gravado durante um almoço em que estavam Deborah Nucatola, diretora de Pesquisa Médica da Planned Parenthood, e membros do grupo, fingindo ser representantes de uma indústria de pesquisa biomédica. Com a maior naturalidade, enquanto come salada e toma vinho, Nucatola descreve como os médicos que realizam abortos preservam intactos órgãos vitais e membros do corpo das crianças. “Nós somos bons para conseguir coração, pulmões, fígado, porque nós sabemos, então eu não vou pressionar essa parte, eu basicamente vou pressionar abaixo, ou acima, para ver se consigo manter tudo intacto”, diz Nucatola em determinado momento.

As declarações da diretora dão a entender que se trata de fetos perfeitamente viáveis, com órgãos perfeitamente formados. A maneira de realizar os abortos para preservar os órgãos intactos, afirma o Center for Medical Progress, é muito semelhante ao chamado “aborto de nascimento parcial”, realizado em estágios finais da gestação, em que o bebê é retirado do útero sendo puxado pelas pernas; antes que apareça a cabeça, o médico faz uma incisão na base do crânio e usa um catéter de sucção para reduzir seu volume, facilitando a passagem da criança já morta. 
Uma lei nacional proíbe o aborto de nascimento parcial nos Estados Unidos desde 2005. A Planned Parenthood e outras organizações levaram o caso à Suprema Corte, que manteve a proibição em 2007. Isso não impede Nucatola de dizer, no vídeo, que “leis são sujeitas a interpretações”. 

O comércio de órgãos e partes do corpo humano, inclusive de bebês abortados, também é proibido nos Estados Unidos. A Planned Parenthood – que conta, entre seus financiadores, com o governo norte-americano – alega que apenas doa tecidos humanos, retirados dos fetos com o consentimento das gestantes, o que seria legal, embora o próprio vídeo desminta as alegações.

O que Nucatola diz com tanta naturalidade é chocante, mas é a consequência lógica da mentalidade que desrespeita o direito à vida dos mais inocentes e indefesos seres humanos, aqueles ainda por nascer. Quando se nega o consenso científico sobre a humanidade do embrião e do feto, tratando-os como “amontoados de células”; quando se usa de conceitos arbitrários como aquele segundo o qual o feto até pode ser humano, mas não é uma “pessoa”, e por isso pode ser eliminado; quando se alega a “autonomia da mulher sobre seu corpo”, ignorando que a mãe carrega dentro de si um outro ser humano, o passo seguinte é tratar este ser humano como mero objeto, inclusive passível de compra e venda.

Sem recorrer a imagens do procedimento em si, os jornalistas do Center for Medical Progress conseguiram mostrar ao mundo o horror da mentalidade abortista apenas com as palavras de um de seus defensores. Elas revelam, de uma forma macabra, o quanto é importante salvaguardar o direito à vida humana desde a concepção até a morte natural. Proteger aqueles que, como dissemos, são os mais indefesos e inocentes, sem deixar de amparar também aquelas mães que muitas vezes julgam não ter outra saída a não ser o aborto, é um poderoso sinal de que uma sociedade está no caminho certo.



20 de julho de 2015
Gazeta dop Povo, PR

MY NAME IS CUNHA

Você conhece. Você confia. Please allow me to introduce myself. My name is Cunha, mas pode me chamar de Cramunhão, de Sete-Pele, Coisa-Ruim, Cão-Tinhoso, Cabrunco, Gota-Serena, Caralho-de-Asa, Sinteco Gelado. Escrevo porque tem uma garotada por aí que está achando que eu vou cair. Mua-ha-há (difícil digitar risada malévola). Meninada, vamos ter uma a aula de história? Eba. Vamos!

Sou muito, mas muito mais antigo do que vocês pensam. Cheguei aqui há uns 500 anos, na primeira chacina de índios batizada de descobrimento. Lembra dos navios negreiros? My bad. Guerra do Paraguai? Sorry about that. Tiradentes? Eu que esquartejei aquele comuna safado. Cabanagem, Sabinada, Balaiada, Canudos, eu que abafei a badernagem toda. Mua-ha-há.

Aí você me pergunta: "Como saber que você é você, príncipe das trevas?". Dica: não procurem por um rabo pontudo, chifres, pele vermelha. Esse look é muito século 12. Dica: 
adoro um terno cinzão. Com uma gravata azul-bebê.

Também não tenho partido, muito menos ideologia. Cuidava da polícia política do Vargas ao mesmo tempo em que tocava fogo na favela em nome do Lacerda. 1964? Check. Benário, Herzog, Paiva, Angel, Chico Mendes, Amarildo? Check, check, check. Carandiru? My fucking idea. Candelária? Me, good old me. Meu nome é Legião. Mas não adianta procurar legião no Face. No momento, atendo por outro nome.

Cansado de ser Sarney, saí do Maranhão com a sensação de dever cumprido. Vim para o Rio porque tenho muitos correligionários (PMDB rules, hehe). Assumi o nome de Cunha –abreviação de Cramunhão, quem pegar pegou– e não planejo sair deste corpo tão cedo. Amo um implante malfeito e uma boca babada.

Uma dica: estou só começando neste corpo. Falta fazer muita coisa. Falta reduzir a maioridade penal para oito anos, falta intervenção militar, falta poder para as igrejas (sim, sou neopentecostal, óbvio).

Acho fo-fo quem acha que vou cair. O homem que me nomeou presidente da Telerj, meu muso Fernando Collor, caiu . E eu, nada. Meu compadre PC Farias, que me trouxe para a política, caiu. Tomou teco. E eu, nada.

Filhão, é como diz o outro: "Mil cairão ao meu lado, 10 mil à minha direita, mas eu não serei atingido".

Já protagonizei 20 escândalos de corrupção e não caí. Se vocês acham mesmo que é uma miserinha de US$ 5 milhões que vai me derrubar... Vocês definitivamente não me conhecem.


20 e julho de 2015
Gregorio Duvivier

FALTA NOVIDADE NA NOTÍCIA

Vamos combinar que faltam novidades. Não que seja época de pouca noticia. Pelo contrario. Tem mais noticia de sobra. Mas, a noticia não é novidade. Talvez não sejam nem mesmo novas. Tem gosto de pão dormindo. Parece filme repetido. Ou mesmo disco arranhado.

Faz tempo que a gente não acompanha historia com enredo original, trama inteligente, ou pelo mesmo interessante. É tudo a mesma coisa. Os mesmos temas. Os mesmos problemas. E, mais preocupante de tudo, os mesmos personagens.

Duas décadas e meia após conquistarmos o direito de eleger o presidente da republica, a gente nossa historia continua as voltas com os mesmos personagens. O enredo, simples farsa que nem mesmo se traveste de tragédia, não se renova. Os mesmos personagens praticando atos previsíveis em cenas lamentáveis agridem os ouvidos, ferem o olfato, e saltam aos olhos.

Por preguiça ou pura falta de criatividade, até mesmo os argumentos são os mesmos. E na mesma ordem. Começam com a negação dos fatos. Transformam-se em ignorância. Passam pela ausência autoproclamada de responsabilidade. E, atropelados pela realidade gritante, degeneram em acusações e ameaças.

Tudo usando as mesmas palavras. Vem com uma historia de golpismo. Ameaçam com a falta de governabilidade. E, aparentemente a ameaça preferida, levantam o fantasma ou fantoche da crise institucional. É muita falta de inspiração. Ou de criatividade. Ou de tudo junto.

Mas, diante da normalidade e da obviedade dos fatos, a única coisa que salta aos olhos mesmo é a falta de novidades. As instituições, em perfeito funcionamento, jogam luz na triste realidade de que a grande crise é a falta de renovação.

Os personagens deste enredo lamentável estão envelhecidos, fora do seu tempo, obsoletos. Sem que, no entanto, existam novos rostos que inspirem um mínimo de confiança, carisma ou fé em sua competência.

A crise é a completa ausência de cabeças capazes de produzirem ideias viáveis. É deserto de homens e ideias que a gente, cedendo de esperança, não consegue atravessar. Em aridez que mata tudo. Sem oferecer nem mesmo o alivio enganoso da miragem.



20 de julho de 2015
Elton Simões

ABAIXO O POVO BRASILEIRO

Nas discussões públicas, com milhões de assuntos entrecruzados e novos fatos sucedendo-se a cada instante, o número de indivíduos com capacidade e tempo para averiguar pessoalmente a veracidade ou falsidade últimas do que se diz é ínfimo ou nulo. 
Para a massa dos observadores, a noção de “verdade” está indissoluvelmente fundida com a de “confiabilidade”, portanto com a de “autoridade”: o argumentum auctoritatis – o mais fraco dos argumentos, segundo Sto. Tomás de Aquino – acaba sendo não apenas o mais usado, mas o único pelo qual a população se deixa guiar.

Portanto, para saber quais idéias serão aceitas pela população, basta averiguar o que dizem as “autoridades”. Em geral, as fontes de autoridade são duas e apenas duas:

(1)O Estado.
(2)O beautiful people: As pessoas famosas e a mídia que lhes dá a fama. Inclui-se aí a classe acadêmica.

Uma certa margem para a discussão objetiva só aparece quando essas duas fontes entram em conflito. Quando elas estão de acordo, a opinião divergente, por mais fundamentada que seja, desaparece no oceano da indiferença ou é francamente estigmatizada como sintoma de doença mental.

No Brasil, onde a mídia e a classe acadêmica dependem quase que inteiramente do Estado, este se torna a fonte única da autoridade, sua palavra o fundamento inabalável de todas as crenças. Quando a opinião pública se volta contra o governo existente, é porque este, por inabilidade ou por qualquer outra razão, relaxou o controle sobre a fonte secundária. Isso aconteceu no regime militar, na gestão Collor de Mello e agora neste final melancólico do império comunopetista.

Mesmo na vigência do conflito, no entanto, a mídia, o show business e a classe acadêmica sabem que, a longo prazo, continuam dependentes do Estado. Por isso, quando se opõem a um governo, lutam apenas por mudanças superficiais que preservam intactas as estruturas fundamentais do poder. A classe governante absorve todos os impactos e sempre encontra um modo de revertê-los em seu benefício.

Por isso é que, mesmo não sendo tão grande em termos absolutos – imaginem, somente, uma comparação com a burocracia chinesa ou cubana --, o Estado brasileiro tem um poder avassalador face à sociedade civil inerme, incapaz de organizar-se, a qual, mesmo sabendo-se roubada, ludibriada e humilhada só consegue mobilizar-se quando chamada a isso pelo beautiful people, que invariavelmente tira vantagem da situação e acaba recompondo suas boas relações com o Estado na primeira oportunidade.

Com toda a evidência, o problema do Brasil não é o tamanho do Estado, mas a fraqueza da sociedade civil, isto é, da massa que trabalha e produz. 
Querem maior prova disso do que o fenômeno escandaloso de um partido governante que, rejeitado e abominado por noventa e dois por cento da população, continua inabalável no seu posto e ainda se permite falar em tom ameaçador e arrogante?

É uma triste ironia que, nessa hora, mesmo os que odeiam esse partido com todas as suas forças tomem a precaução de não combatê-lo senão “pelas vias institucionais e normais”, como se as instituições, uma vez consagradas no papel, tivessem o direito de revogar a vontade popular que um dia as criou e legitimou e agora se vê esmagada sob a máquina infernal da cleptoburocracia.

O cúmulo da demência aparece quando o grito de “respeitar as instituições” vem das mesmas bocas que acabam de dizer: “As instituições estão todas aparelhadas”. 
É um lindo raciocínio: As instituições não são confiáveis, portanto confiemos nelas.

Fortalecer e organizar a sociedade, apelar à desobediência civil, incentivar a iniciativa extra-oficial, “ignorar o Estado” como recomendava Herbert Spencer, são ideias ante as quais essas pessoas recuam horrorizadas, preferindo antes suportar o descalabro petista por mais não sei quantas décadas do que admitir que a autoridade legítima não está em Brasília, e sim nas ruas e nas praças de todo o país.

O sistema comunolarápio não ruirá enquanto o beautiful people – no qual nós, jornalistas, nos incluímos -- não aceitar que, acima dele e acima do Estado, existe uma terceira e mais legítima fonte de autoridade: a opinião de todos, a vox populi.
Enquanto isso não acontece, o povo continua sendo sacrificado no altar do oficialismo, onde sacerdotes da infâmia repetem dia e noite o mantra sinistro: 
“Viva a normalidade institucional! Abaixo o povo brasileiro!”


20 de julho de 2015
Olavo de Carvalho

AS MENINAS ENTRAM EM CENA

Você poderia chamá-las de petroputas ou prostipetro, mas não seria preciso. As meninas aparecem em quase todo grande escândalo em Brasília. Não são especializadas. Finalmente, deram as caras no escândalo do Petrolão. Documentos da PF indicam que houve gastos com garotas de programa, mencionadas em rubricas como Jô 132 e 3 Monik nas planilhas de Alberto Youssef, um dos grandes nomes do caso.

Lembro-me de que uma das grandes cafetinas de Brasília uma vez me perguntou no aeroporto o que pensava das garotas de programa nesses escândalos. Disse que não as incriminava. Os políticos e empresários gostam de Rolex, compram sapatos Labutin para suas mulheres. Não se podem culpar as marcas, muito menos os vendedores que não costumam perguntar sobre a origem do dinheiro.

Mas a presença das meninas dá um tom global ao escândalo. O ex-dirigente do FMI Dominique Strauss-Kahn foi preso em Nova York por assédio. Mas na França, onde a prostituição é criminalizada, teve de responder a processo. O mesmo se passa com Silvio Berlusconi, com suas famosas bunga-bungas. Também foi processado.

Num contexto de prostituição legalizada, as coisas seriam mais fáceis. Aos documentos da Lava-Jato seriam incorporados recibos de prestação de serviços. Papai e mamãe, blow jobs e o caríssimo beijo na boca seriam especificados.

A Lava-Jato já tem inúmeros componentes cinematográficos. Mas a entrada das meninas nas festas dos poderosos assaltantes da Petrobras era uma espécie de elo que faltava. Gurus, políticos e empresários costumam revelar nesses episódios o desejo de uma satisfação sexual ilimitada. É uma espécie de calcanhar de Aquiles.

Leio que as garotas de programa já apareceram em revistas e talvez por isso cobrem mais caro. São contratadas como os ricos compram quadros, não pelas formas, mas pela fama do pintor.
Outro dia, um grupo de São Paulo me convidou para contribuir com o roteiro de um filme sobre Brasília. Respondi com uma ideia tão maluca que nunca mais voltaram ao assunto.

Era uma nave de outra galáxia que se aproximava de Brasília com a missão de ocupar alguns prédios habitados por duas tribos de cabelos pintados: os Acaju e os Graúna. Na medida em que eles se aproximavam, acompanhavam pela tela da nave o comportamento da sociedade que ainda não conheciam em detalhes.

Agora vejo que caberia nesse argumento cinematográfico uma garota de programa infiltrada que mandaria mensagens constantes para o big data; crescimento dos implantes de pênis, baixa da tesão nos dias em que o Banco Central anuncia a taxa de juros.

Sempre me interessei pela economia libidinal de Brasília. No passado, escrevi sobre as prostitutas que faziam um cordão em torno do setor de hotéis. Cheguei a propor uma cartilha para os prefeitos do interior distinguirem uma travesti de uma garota de programa.

Um equívoco. Creio hoje que para todos é melhor uma dose de ambiguidade. Uma travesti que conheço, talentosa técnica administrativa, me contou que ao descobrirem o que se trata, alguns políticos fingem que não viram.

Talvez no futuro vejamos um livro do tipo “Memórias de uma cafetina em Brasília”. Espero também que não tenha nomes. Apenas elementos que nos ajudem a descortinar o universo libidinal do poder. Se não servir para a história, no sentido mais amplo, servirá para os roteiristas que buscam histórias de gente de carne e osso.

As meninas custaram a aparecer no Petrolão. Parecia um escândalo baseado em fortunas, compra de apartamentos, obras de arte. Elas apelam não só para um sentido universal, o sexo, mas também para o fugaz reencontro com o doce pássaro da juventude.

Com a entrada da Polícia Federal na casa de Fernando Collor, constatei que, além de seu carro oficial, ele tem três carros de luxo na garagem que devem valer juntos R$ 6 milhões. São apenas três de sua coleção de 14.

Qual o sentido disso, exceto garantir a Collor que ele tem carros de luxo na garagem, que é o bambambã?

Com a grana da corrupção, compram um sopro de juventude, transando com as meninas: com a coleção carros compra-se uma infância de brinquedos de luxo.
A nave se aproxima horrorizada.


20 de julho de 2015
Fernando Gabeira

REPORTAGEM-BOMBA DE "VEJA" REVELA SEM RODEIOS O ESTADO DE PODRIDÃO EM QUE O PT DEIXOU O BRASIL.

IMPEACHMENT É POUCO. O PT TEM DE SER BANIDO DA VIDA NACIONAL



A reportagem-bomba da revista Veja que chega às bancas neste sábado desbanca todo o resto, ou melhor, o restolho da grande mídia, expondo de forma nua e crua aquilo que boa parte dos brasileiros intuía para explicar o estranho pacto diabólico entre empresários banqueiros e empreiteiros e o PT, tendo à frente o indefectível 'Brahma', aliás, Lula, aliás "Barba" dos tempos em que era alcagueta do DOPS. 
A melhor definição da personalidade do pretenso demiurgo de Garanhuns foi declinada pelo próprio: "sou uma metamorfose ambulante", disparou certa vez, parafraseando o saudoso Raul Seixas.

Metamorfoses à parte, o fato é que esse contubérnio criminoso entre empresários poderosos e o PT, esquema que tem mantido no poder por mais de uma década esse governo mentiroso e ladravaz, tem custado algo em torno de R$ 19 bilhões, segundo a reportagem-bomba de Veja. 
Essa estimativa com base nos números do inquérito da Operação Lava Jato refere-se apenas ao que foi roubado da Petrobras. 
Resta saber o que rola no BNDES, Eletrobras e por aí vai.

Em resumo, Veja revela que para amealhar o poder absoluto como de fato amealhou, o PT sob a chefia geral e irrestrita de Lula, institucionalizou a propina. Depois que Lula pisou no Palácio do Planalto nada mais se fez neste país sem que as instituições da República não fossem vilipendiadas em todos os níveis. Nenhuma obra seria jamais edificada sem passar pela contabilidade sombria dos "pixulecos", termo com o qual o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, nomeava de forma sarcástica e debochada o dinheiro sujo que fluia para os cofres do partido.

O nível da corrupção institucionalizada conferiu ao PT o privilégio de governar praticamente sem qualquer oposição, contando com o beneplácito da totalidade das duas Casas do Congresso Nacional. Os "pixulecos"  acalmavam imediatamente qualquer reação que ameaçasse a tal "hegemonia" do PT. 

Nesta reportagem de Veja, os leitores vão entender por que os supostos inimigos do PT se tornaram seus amigos íntimos. O suposto prestígio do PT - concluirão imediatamente os leitores - foi construído a custa da desgraça de boa parte dos brasileiros, justamente aquela parcela da população mais carente, enfeitiçada pelas migalhas da bolsa família, sem saúde, sem educação e sem futuro. 

A dinheirama que financia a coleção de carros de luxo de Fernando Collor de Melo, por exemplo, tem origem nesse nauseabundo, nefasto e criminoso conluio entre os ricaços e a nomenklatura petista. Eles querem dinheiro, muito dinheiro, seja lá de onde vier. 

Portanto, esta edição de Veja que já está disponível para os assinantes digitais e que segue para ser desovada nesta madrugada nas bancas de todo o país merece ser guardada. 
Principalmente para ser compulsada na véspera na próxima eleição e de todas as subsequentes. Se até lá não for cassado o registro do PT, casse-o você mesmo leitor negando peremptoriamente o voto a qualquer candidato do PT. 
Convém lembrar que devem ser proscritos e negado o voto a todos os demais partidos de viés comunista, socialista, trabalhista e similares. 
Todos eles são iguais. Os comunistas sempre fizeram e fazem o que o PT tem feito até aqui, roubando, mentindo, enganando, ameaçando, fingindo, perseguindo opositores e deixando atrás de si um rastro de destruição econômica e de devassidão moral e ética.

Transcrevo a seguir um aperitivo da reportagem-bomba de Veja. Segure-se firme na cadeira e leia:

O estranho e carinhoso contubérnio entre Collor, Lula e Dilma está explicado nos textos deste post. E também a milionária coleção de automóveis de luxo do falastrão de Alagoas. Não deixe de ler tudo.
COMO COLLOR E DEMAIS MEGA EMPRESÁRIOS FORAM ACEITOS NO POMAR MÁGICO DOS PETISTAS

Nas projeções mais otimistas, calcula-se que corruptos e corruptores envolvidos no escândalo da Petrobras tenham desviado algo perto de 19 bilhões de reais dos cofres da empresa. 
A estatal era o paraíso, o nirvana para gente desonesta, incluindo os empreiteiros, os servidores públicos e os políticos já identificados como parceiros da partilha do dinheiro roubado. 
Na semana passada, o lobista Julio Camargo, um dos delatores do caso, tentou explicar ao juiz Sergio Moro a essência do petrolão. Na visão dele, a corrupção na Petrobras poderia ser ilustrada pela figura do fruto proibido. 
Os contratos eram como maçãs que os empreiteiros ansiavam saborear em sua plenitude. 
O que os impedia eram os partidos e os políticos da base do governo. "É aquela história, olhar a maçã e dizer: 'Como vou pegar essa maçã? Tem uma regra do jogo que eu preciso atender. 
Do contrário, não vou comer a maçã' ", disse Camargo. A "regra do jogo", o caminho mais curto para alcançar a árvore e apoderar-se dos frutos, como as investigações da Operação Lava-Jato já revelaram, era pagar propina. 
Durante os dois primeiros mandatos de Lula e ao longo de todo o primeiro mandato de Dilma Rousseff, o PT usou o pomar para governar. 
Distribuir as maçãs virou um método, um atalho que o partido encontrou para garantir a fidelidade dos amigos e seduzir eventuais adversários, transformando-os em cúmplices de um crime contra toda a sociedade. Na semana passada, a polícia bateu na porta de alguns convivas do banquete.

Os investigadores cumpriram 53 man­dados de busca e apreensão nas residências e nos escritórios de políticos suspeitos de corrupção no escândalo da Petrobras. Entre os alvos estavam parlamentares e ex-parlamentares, incluindo dois ex-ministros do governo da presidente Dilma. 
No episódio mais emblemático da ação, os agentes devolveram ao noticiário político-policial a antológica Casa da Dinda, a residência do ex-presidente Fernando Collor, cenário do escândalo que, nos anos 90, levou ao primeiro impeachment de um presidente da República. 
Os policiais apreenderam documentos, computadores e três carros de luxo da frota particular do atual senador: um Lamborghini Aventador top de linha (3,5 milhões de reais), uma Ferrari vermelha (1,5 milhão de reais) e um Porsche (700 000 reais). Nem o bilionário empresário Eike Batista em seus tempos de bonança exibia modelos tão exclusivos - e caros.
Collor, até onde se sabe, é um empresário de sucesso. Sua família é proprietária de emissoras de televisão e rádio em Alagoas, terrenos, apartamentos, títulos, ações, carros... A relação de bens declarados pelo senador soma 20 milhões de reais, o suficiente para garantir vida confortável a qualquer um.

Collor, apesar disso, não resistiu à tentação e adentrou o pomar petista. Em 2009, ele assumiu a presidência da Comissão de Infraestrutura do Senado. 
Com significativo poder para fiscalizar os destinos das obras do PAC, a vitrine de campanha da então candidata Dilma Rousseff, o senador se apresentava como um obstáculo para o governo. A maçã lhe foi oferecida. 
O ex-presidente Lula entregou ao senador duas diretorias da BR Distribuidora, uma subsidiária da Petrobras - a diretoria da Rede de Postos de Serviço e a de Operações e Logística. 
No comando desse feudo, segundo os investigadores, Fernando Collor criou o seu balcão particular de negócios dentro da maior estatal brasileira, o que lhe renderia milhões em dividendos.

Segundo depoimentos colhidos na Lava-Jato, o esquema obedecia a uma lógica simples. As empresas que tinham interesse em assinar contratos com a BR acertavam antes "a parte do senador". Foram dezenas de contratos. 
A polícia já identificou dois que passaram por esse crivo. Num deles, de 300 milhões, um empresário do ramo de combustíveis pagou a Collor 3 milhões de reais em propinas para viabilizar a compra de uma rede de postos em São Paulo. 
A operação foi revelada pelo doleiro Alberto Youssef em acordo de delação premiada. Encarregado de providenciar o suborno ao senador, Youssef fez a entrega de "comissões" em dinheiro, depósitos diretos na conta do parlamentar e transferências para uma empresa de fachada que pertence a Collor. 

O Lamborghini, até recentemente o único do modelo no Brasil, está em nome da tal empresa, o que fez os investigadores suspeitar que o carro foi bancado com dinheiro desviado da Petrobras. Desde o ano passado, quando explodiu a Operação Lava-Jato e as torneiras da corrupção se fecharam, o IPVA do carro não é pago pelo ex-presidente. 
A dívida acumulada é de 250 000 reais. Mas não é desapego do senador. Zeloso, ele só usava o carro para passeios esporádicos a um shopping de Brasília. 

Quando isso acontecia, o Lamborghini permanecia sob a vigilância de dois seguranças do senador, que fixavam um perímetro de isolamento em torno do veículo para evitar a aproximação dos curiosos. A frota de luxo de Collor - revela Lauro Jardim, na seção Radar - conta com um Rolls-Royce Phantom 2006, mais exclusivo ainda do que o Lamborghini. 

20 de julho de 2015
in aluizio amorim

INFORMAÇÃO IMPORTANTE: CADASTRO ÚNICO

O Governo Federal criou o CU (Cadastro Único). Assim você não precisa mais carregar todos os documentos RG,CPF, CNH, etc.
Será somente o CU. Por exemplo, quando você for abrir uma conta no banco é só dar o CU pro gerente. Quando a polícia te abordar, basta mostrar o CU para eles. Mais atenção muito cuidado! Se voce não pagar suas contas em dia poderá ficar com o CU sujo.
Então, mantenha seu CU sempre limpo e disponível.

20 de julho de 2015
(Recebido por email)


http://lorotaspoliticaseverdades.blogspot.com/2015/07/informacao-importante-cadastro-unico.html

LAVA JATO: JUIZ APONTA "GRUPO CRIMINOSO ESTRUTURADO E SOFISTICADO"

Grupo criminoso não é 'Cosa Nostra ou PCC', mas é 'sofisticado'
                

João Auler (presidente do Conselho de Administração), Eduardo Leite (ex-vice presidente) e Dalton Avancini (ex-presidente), todos executivos da Camargo Corrêa. Fotos: ABr

Ao condenar os executivos da empreiteira Camargo Corrêa também por organização criminosa - além de corrupção e lavagem de dinheiro -, o juiz federal Sérgio Moro afastou taxativamente a tese de vários defensores de acusados da Lava Jato de que a Lei 12.850/2013 não poderia ser aplicada para este caso.

A Lei 12.850/13, do governo Dilma Rousseff (PT), define as sanções aos integrantes de organização criminosa. Foi publicada em 2 de agosto de 2013 e entrou em vigor 45 dias depois.

"Portanto, (a lei) entrou em vigor apenas após a prática da maior parte dos crimes que compõem o objeto desta ação penal", assinalou Moro, na sentença em que impôs penas superiores a 15 anos de reclusão a dois ex-executivos da Camargo Corrêa - Dalton Avancini e Eduardo Leite - e 9 anos e seis meses a João Ricardo Auler, da mesma empreiteira.

O juiz da Lava Jato assinalou que 'ao contrário do que se pode imaginar, o tipo penal em questão não abrange somente organizações do tipo mafiosas ou os grupos criminosos que, no Brasil, se organizaram em torno da vida carcerária'.

"Evidente que não se trata de um grupo criminoso organizado como a Cosa Nostra italiana ou o Primeiro Comando da Capital, mas um grupo criminoso envolvido habitual, profissionalmente e com certa sofisticação na prática de crimes contra a Petrobras e de lavagem de dinheiro", alerta Sérgio Moro. "Isso é suficiente para o enquadramento legal.

Não entendo que o crime previsto na Lei 12.850/2013 deva ter sua abrangência reduzida por alguma espécie de interpretação teleológica ou sociológica. As distinções em relação a grupos maiores ou menores ou mesmo do nível de envolvimento de cada integrante devem refletir somente na dosimetria da pena."

Moro observa que pela definição prevista no parágrafo 1.º do artigo 1º da Lei 12.850/2013, "considera-se organização criminosa a associação de 4 ou mais pessoas estruturalmente ordenada e caracterizada pela divisão de tarefas, ainda que informalmente, com objetivo de obter, direta ou indiretamente, vantagem de qualquer natureza, mediante a prática de infrações penais cujas penas máximas sejam superiores a 4 anos, ou que sejam de caráter transnacional".

Ele destacou que 'devido a abrangência da definição legal, deve ser empregada em casos nos quais se constate a existência de grupos criminais estruturados e dedicados habitual e profissionalmente à prática de crimes graves'.

"No caso presente, o grupo criminoso dedicava-se à prática, habitual, reiterada e profissional, de crimes contra a Petrobras especificamente dos crimes de cartel e de frustração, por ajuste, de licitações, de corrupção de dirigentes da Petrobrás e de lavagem de dinheiro decorrente, todos com penas máximas superiores a quatro anos", escreveu Sérgio Moro.

Segundo o juiz, "o grupo praticou os crimes por longos períodos, desde 2008". "Havia estruturação e divisão de tarefas dentro do grupo criminoso."

"Ainda que talvez não na mesma intensidade de outrora, há provas de que o grupo criminoso encontrava-se ativo depois de 19 de setembro de 2013, assim permanecendo nessa condição pelo menos até 17 de março de 2014, quando cumpridos os primeiros mandados de prisão", observou o juiz.

Moro anotou: "O crime associativo não se confunde com os crimes concretamente praticados pelo grupo criminoso. Importa saber se as atividades do grupo persistiam após 19 de setembro de 2013. Há provas nesse sentido."

Moro destaca que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa - réu e delator da Lava Jato - "persistiu recebendo propinas mesmo após deixar seu cargo na petrolífera, o que é ilustrado pelos contratos de consultoria por ele firmados com diversas empreiteiras".

Depois que deixou a estatal, Costa criou empresas de assessoria pelas quais recebeu valores ilícitos de empreiteiros, segundo aponta a força-tarefa da Lava Jato. No caso específico da Camargo Correa, segundo o juiz Moro em sentença de 150 páginas desta segunda-feira, 20, "há prova de que (a empreiteira) efetuou o pagamento de propinas pendentes a Paulo Roberto Costa, mediante simulação de contratos de consultoria, durante todo o ano de 2013, inclusive com R$ 2,2 milhões pagos em dezembro de 2013, quando também foram produzidos novos documentos fraudulentos para acobertar o fato."

"Se o crime fim da associação, encontrava-se ainda em execução depois de setembro de 2013, não se pode afirmar que o vínculo associativo e programa delitivo dele decorrente havia se encerrado antes da Lei 12.850/2013", destaca o juiz da Lava Jato.

"Não tem tanta relevância, como alega a defesa de João Auler, que este acusado não tenha executado diretamente este ato de dezembro de 2013, já que o crime em questão é associativo e era o programa delitivo, do qual ele participou na elaboração, que estava em execução ainda depois de setembro de 2013."

O juiz observou que 'o subgrupo dirigido por Alberto Youssef (doleiro da Lava Jato) encontrava-se em atividade, sendo ela interrompida apenas com a prisão cautelar dele em 17 de março de 2014. (AE)

20 de julho de 2015
diário do poder

POPULARIDADE EM ALTA

SÉRGIO MORO É APLAUDIDO DE PÉ EM RESTAURANTE DE CURITIBA
TRABALHO CONTRA CORRUPÇÃO DO JUIZ NA LAVA JATO É RECONHECIDO PELO POVO

NÃO É A PRIMEIRA VEZ QUE O MAGISTRADO É OVACIONADO EM LOCAIS PÚBLICOS (FOTO: REPRODUÇÃO)


O juiz Sergio Moro, responsável pelos inquéritos decorrentes da Operação Lava Jato, foi recebido com aplausos neste fim de semana em um restaurante de Curitiba.

Não é a primeira vez que o magistrado é ovacionado em locais públicos. Há cerca de dois meses, Moro foi aplaudido em um shopping center, em São Paulo, durante lançamento de um livro.

O sucesso de Sérgio Moro se contrapõe ao que temos presenciado com representantes do governo do PT, como é o caso do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega. Ele já foi vaiado em um restaurante e na lanchonete de um hospital, em São Paulo. Assim como ele, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha também foi hostilizado em uma churrascaria na capital paulista.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT) também passou pelo mesmo constrangimento recentemente.
Assista ao vídeo de Sérgio Moro:

Diário do Poder

Assista ao vídeo de Guido Mantega:


Joseph McCarthy

02 de julho de 2015
diário do poder

PF INDICIA MARCELO ODEBRECHT POR CORRUPÇÃO, LAVAGEM E FRAUDE A LICITAÇÃO


MARCELO ODEBRECHT É INVESTIGADO POR CORRUPÇÃO, FRAUDE A LICITAÇÕES, ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, LAVAGEM DE DINHEIRO E FORMAÇÃO DE CARTEL (FOTO: CASSIANO ROSÁRIO/ESTADÃO CONTEÚDO)


A Polícia Federal indiciou o empresário Marcelo Bahia Odebrecht, presidente da maior empreiteira do País, por corrupção, lavagem de ativos, fraude a licitações e crime contra a ordem econômica, supostamente praticados em contratos da Petrobras. Em relatório de 64 páginas, o delegado Eduardo Mauat da Silva atribui os mesmos crimes a outros dirigentes da companhia Rogério Santos de Araújo, Alexandrino de Salles de Alencar, Márcio Faria da Silva, Cesar Ramos Rocha, afastados após serem presos. O agente público da Petrobras Celso Araripe de Oliveira e os executivos Eduardo de Oliveira Freitas Filho e João Antonio Bernardi Filho também foram indiciados.

Odebrecht e outros investigados foram presos no dia 19 de junho, quando deflagrada a Operação Erga Omnes, 14.ª etapa da Operação Lava Jato. O inquérito contra a cúpula da empreiteira foi aberto dia 27 de outubro de 2014, após a deflagração da Juízo Final, fase da Lava Jato que pegou o cartel instalado na Petrobras.

O relatório será agora submetido ao Ministério Público Federal para eventual oferecimento de denúncia contra Odebrecht e os outros indiciados. O delegado representou, "com base nos elementos existentes neste caderno investigatório e sumariamente trazidos nesta oportunidade, pela manutenção da prisão preventiva dos investigados Rogério Santos de Araujo, Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, Marcio Faria da Silva, Cesar Ramos Rocha, Marcelo Bahia Odebrecht, nos termos dos artigos 311,312 e 313, I do Código Penal, face a necessária garantia da ordem pública e por conveniência da instrução criminal tanto em face a potencial continuidade delitiva como pela influência negativa que soltos poderiam promover quanto as apurações ainda em curso".

Segundo a PF, "quanto a Marcelo Bahia Odebrecht, além do caso específico das sondas, o material trazido aos autos aponta para o seu conhecimento e participação direta nas condutas atribuídas aos demais investigados, tendo buscado, segundo se depreende, obstaculizar as investigações'.

A PF atribui ao empresário preso 'doações e pagamentos diretos'. e 'influência junto a instituições inclusive o Judiciário'.

"Cabe ainda examinar qual teria sido a postura de Marcelo Odebrecht acerca do que envolve a participação da empresa nos ilícitos investigados na Operação Lava Jato. E esse panorama pode ser depreendido com certa segurança a partir das notações feitas pelo próprio em seu telefone e que constam do Relatório 417/2015. Ali podemos constatar referências a nomes de autoridades públicas, doações e 'pagamentos diretos', influência junto a instituições (inclusive o Judiciário) sendo tais assuntos tratados em meio aos interesses comerciais do grupo empresarial."

O indiciamento considera como principais apontamentos desvios em obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), em que a Odebrecht participou em consórcios formados com outras empreiteiras do cartel denunciado pela Lava Jato.

O relatório final da PF com indiciamento do presidente da Odebrecht e seus executivos, apesar de não tratar sobre o episódio de apreensão de um bilhete entregue pelo alvo para seus advogados, após sua prisão, com os dizeres "destrua e-mail sondas", cita o caso.

"Em que pese o caso esteja sendo tratado em outro apuratório, observamos que a destruição de e-mails relativos as sondas poderia ser aplicada a caixa de e-mails do mesmo titular, Roberto Prisco Ramos, e cujos arquivos ainda não haviam sido entregues na data em que Marcelo teria dado a ordem aos seus advogados", informa a PF.

A polícia aponta ainda indícios de que os dirigentes da Odebrecht não só sabiam dos supostos esquemas de irregularidades como queriam confrontar as investigações. "Verifica-se ainda as ideias do dirigente acerca da Operação Lava Jato, o que demonstra que o mesmo não apenas tinha pleno conhecimento das irregularidades que envolviam o Grupo Odebrecht como pretendia adotar uma postura de confronto em face à apuração".

"Marcelo Bahia Odebrecht além do caso específico das sondas, o material trazido aos autos aponta para o seu conhecimento e participação direta nas condutas atribuídas aos demais investigados, tendo buscado, segundo se depreende, obstaculizar as investigações", sustenta o delegado. (AE)

20 de julho de 2015
diário do poder

O HUMOR DO DUKE...

Charge O Tempo 18/07
20 de julho de 2015

DÍVIDAS DOS PAÍSES PRECISAM SER AUDITADAS ANTES DOS ACORDOS



A especialista brasileira Maria Lucia Fattorelli, ex- auditora da Receita Federal e fundadora do movimento “Auditoria Cidadã da Dívida” no Brasil, foi convidada pelo Syriza, partido grego de esquerda que venceu as últimas eleições, para auxiliar na questão da dívida da Grécia. Ela participou da comissão que investigou acordos, esquemas e fraudes na dívida pública que levaram a Grécia, segundo o Syriza, à crise econômica e social.
Esta não é a primeira vez que a auditora é acionada para esse tipo de missão. Em 2007, Fattorelli foi convidada pelo presidente do Equador, Rafael Correa, para ajudar na identificação e comprovação de diversas ilegalidades na dívida do país. O trabalho reduziu em 70% o estoque da dívida pública equatoriana. Em entrevista a CartaCapital, direto da Grécia, Fattorelli falou sobre como o “esquema”, controlado por bancos e grandes empresas, também se repete no pagamento dos juros da dívida brasileira e provoca a necessidade de ajuste. Leia os principais trechos da entrevista:
Carta Capital: O que é a dívida pública?
Maria Lucia Fattorelli: A dívida pública, de forma técnica, como aprendemos nos livros de Economia, é uma forma de complementar o financiamento do Estado. Em princípio, não há nada errado no fato de um país, de um estado ou de um município se endividar, porque o que está acima de tudo é o atendimento do interesse público. Se o Estado não arrecada o suficiente, em princípio, ele poderia se endividar para o ingresso de recursos para financiar todo o conjunto de obrigações que o Estado tem. Teoricamente, a dívida é isso. É para complementar os recursos necessários para o Estado cumprir com as suas obrigações. Isso em principio.
CC: E onde começa o problema?
MLF: O problema começa quando nós começamos a auditar a dívida e não encontramos contrapartida real. Que dívida é essa que não para de crescer e que leva quase a metade do Orçamento? Qual é a contrapartida dessa dívida? Onde é aplicado esse dinheiro? E esse é o problema. Depois de várias investigações, no Brasil, tanto em âmbito federal, como estadual e municipal, em vários países latino-americanos e agora em países europeus, nós determinamos que existe um sistema da dívida. O que é isso? É a utilização desse instrumento, que deveria ser para complementar os recursos em benefício de todos, como o veículo para desviar recursos públicos em direção ao sistema financeiro. Esse é o esquema que identificamos onde quer que a gente investigue.
CC: E quem, normalmente, são os beneficiados por esse esquema? Em 2014, por exemplo, os juros da dívida subiram de 251,1 bilhões de reais para 334,6 bilhões de reais no Brasil. Para onde está indo esse dinheiro de fato?
MLF: Nós sabemos quem compra esses títulos da dívida porque essa compra direta é feita por meio dos leilões. O processo é o seguinte: o Tesouro Nacional lança os títulos da dívida pública e o Banco Central vende. Como o Banco Central vende? Ele anuncia um leilão e só podem participar desse leilão 12 instituições credenciadas. São os chamados dealers. A lista dos dealers nós temos. São os maiores bancos do mundo. De seis em seis meses, às vezes, essa lista muda. Mas sempre os maiores estão lá: Citibank, Itaú, HSBC…é por isso que a gente fala que, hoje em dia, falar em dívida externa e interna não faz nem mais sentido. Os bancos estrangeiros estão aí comprando diretamente da boca do caixa. Nós sabemos quem compra e, muito provavelmente, eles são os credores porque não tem nenhuma aplicação do mundo que pague mais do que os títulos da dívida brasileira. É a aplicação mais rentável do mundo. E só eles compram diretamente. Então, muito provavelmente, eles são os credores.
CC: Por quê provavelmente?
MLF: Por que nem mesmo na CPI da Dívida Pública, entre 2009 e 2010, e olha que a CPI tem poder de intimação judicial, o Banco Central informou quem são os detentores da dívida brasileira. Eles chegaram a responder que não sabiam porque esses títulos são vendidos nos leilões. O que a gente sabe que é mentira. Porque, se eles não sabem quem são os detentores dos títulos, para quem eles estão pagando os juros? Claro que eles sabem. Se você tem uma dívida e não sabe quem é o credor, para quem você vai pagar? Em outro momento chegaram a falar que essa informação era sigilosa. Seria uma questão de sigilo bancário. O que é uma mentira também. A dívida é pública, a sociedade é que está pagando. O salário do servidor público não está na internet? Por que os detentores da dívida não estão? Nós temos que criar uma campanha nacional para saber quem é que está levando vantagem em cima do Brasil e provocando tudo isso.
CC: Qual é a relação entre os juros da dívida pública e o ajuste fiscal, em curso hoje no Brasil?
MLF: Todo mundo fala no corte, no ajuste, na austeridade e tal. Desde o Plano Real, o Brasil produz superávit primário todo ano. Tem ano que produz mais alto, tem ano que produz mais baixo. Mas todo ano tem superávit primário. O que quer dizer isso, superávit primário? Que os gastos primários estão abaixo das receitas primárias. Gasto primários são todos os gastos, com exceção da dívida. É o que o Brasil gasta: saúde, educação…exceto juros. Tudo isso são gastos primários. Se você olhar a receita, o que alimenta o orçamento? Basicamente a receita de tributos. Então superávit primário significa que o que nós estamos arrecadando com tributos está acima do que estamos gastando, estão está sobrando uma parte.
CC: E esse dinheiro que sobra é para pagar os juros dívida pública?
MLF: Isso, e essa parte do superávit paga uma pequena parte dos juros porque, no Brasil, nós estamos emitindo nova dívida para pagar grande parte dos juros. Isso é escândalo, é inconstitucional. Nossa Constituição proíbe o que se chama de anatocismo. Quando você contrata dívida para pagar juros, o que você está fazendo? Você está transformando juros em uma nova divida sobre a qual vai incidir juros. É o tal de juros sobre juros. Isso cria uma bola de neve que gera uma despesa em uma escala exponencial, sem contrapartida, e o Estado não pode fazer isso. Quando nós investigamos qual é a contrapartida da dívida interna, percebemos que é uma dívida de juros sobre juros. A divida brasileira assumiu um ciclo automático. Ela tem vida própria e se retroalimenta. Quando isso acontece, aquele juros vai virar capital. E, sobre aquele capital, vai incidir novos juros. E os juros seguintes, de novo vão se transformados em capital. É, por isso, que quando você olha a curva da dívida pública, a reta resultante é exponencial. Está crescendo e está quase na vertical. O problema é que vai explodir a qualquer momento.
CC: Explodir por quê?
MLF: Por que o mercado – quando eu falo em mercado, estou me referindo aos dealers – está aceitando novos títulos da dívida como pagamento em vez de receber dinheiro moeda? Eles não querem receber dinheiro moeda, eles querem novos títulos, por dois motivos. Por um lado, o mercado sabe que o juros vão virar novo título e ele vai ter um volume cada vez maior de dívidas para receber. Segundo: dívida elevada tem justificado um continuo processo de privatização. Como tem sido esse processo? Entrega de patrimônio cada vez mais estratégico, cada vez mais lucrativo. Nós vimos há pouco tempo a privatização de aeroportos. Não é pouca coisa os aeroportos de Brasília, de São Paulo e do Rio de Janeiro estarem em mãos privadas. O que no fundo esse poder econômico mundial deseja é patrimônio e controle. A estratégia do sistema da dívida é a seguinte: você cria uma dívida e essa dívida torna o pais submisso. O país vai entregar patrimônio atrás de patrimônio. Assim nós já perdemos as telefônicas, as empresas de energia elétrica, as hidrelétricas, as siderúrgicas. Tudo isso passou para propriedade desse grande poder econômico mundial. E como é que eles [dealers] conseguem esse poder todo? Aí entra o financiamento privado de campanha. É só você entrar no site do TSE [Tribunal Superior Eleitoral] e dar uma olhada em quem financiou a campanha desses caras. Ou foi grande empresa ou foi banco. O nosso ataque em relação à dívida é porque a dívida é o ponto central, é a espinha dorsal do esquema.(entrevista enviada por Luiz Cordioli)

20 de julho de 2015
Deu na Carta Capital