O rompimento oficial do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), com o Palácio do Planalto, anunciado sexta-feira (17), conforme havia antecipado a coluna Expresso de ÉPOCA, marca uma fase belicosa da política nacional. É a analise do consultor político independente Leonardo Barreto, doutor pela Universidade de Brasília (UNB).
Por trás do anúncio de Cunha, segundo o especialista, há uma estratégia arriscada de transformar a sua crise pessoal em um problema institucional. “Ao apontar que o Executivo, em conluio com a Procuradoria da República, seria o responsável pelas acusações que pesam contra ele, Cunha se apresenta como uma vítima política”, afirma Barreto. “Tenta se personificar como o representante perseguido de um parlamento independente”.
VAI RADICALIZAR
Cunha já fazia oposição ao Planalto, diz o analista político, desde que venceu a eleição para presidente da Câmara contra o candidato petista, Arlindo Chinaglia – apoiado pelo governo. Sequestrou a pauta política e aplicou derrotas a Dilma. Agora, radicalizará ainda mais. Deve acionar a “bomba relógio do impeachment”.
“Se o governo federal realmente não articulou contra ele, vai ter de começar pela sua própria sobrevivência”, afirma. Um caminho é incentivar que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, peça o afastamento de Cunha do cargo. “Cunha e Dilma medirão forças. O problema do presidente da Câmara é que se ficar fragilizado perderá o apoio também dos parlamentares que controla”, diz.
20 de julho de 2015
Pedro Marcondes De Moura
Época
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