"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

URGENTE! NOVO ESCÂNDALO DE TRILHÕES DE REAIS CHEGAM ATÉ LULA, PT E TODA A COMPANHIA

A PARTE "ESCONDIDA" DE DILMA ROUSSEFF

MIX - NA RUA (MAMÃEFALEI)

PORTO ALEGRE - ESQUINA "DEMOCRÁTICA" - VAMOS DEBATER POLÍTICA?

TESTANDO A MILITÂNCIA PETISTA NA MANIFESTAÇÃO PRÓ-GOVERNO DO DIA 18 DE MARÇO

A ESQUERDA REVELANDO TODA SUA INTELIGÊNCIA E CULTURA

ARTHUR DO CANAL MAMÃE FALEI, MOSTRA COMO A ESQUERDA É COVARDE E SE VITIMIZA

GRINGOS: JÁ PODEMOS INVESTIR NO BRASIL SEM PAGAR PROPINA? INTERVENÇÃO MILITAR, SÓ NOS PRESÍDIOS!

O MELHOR VÍDEO DE ARTHUR DO VAL

MELHOR VÍDEO DE ARTHUR DO VAL - TODOS DEVERIAM ASSISTIR



18 de janeiro de 2017
postado por m.americo

ABANDONADOS, "OS BURROS" SENTEM QUE SEU ESFORÇO COTIDIANO NÃO TEM VALOR

Passado o frenesi da indignação com o ocorrido nas prisões, podemos pensar um pouco sobre aquele inferno. Digo de cara que não acredito na indignação regada a queijos e vinhos.

Vamos dos argumentos mais óbvios (e nem por isso menos verdadeiros), aos menos óbvios. Chegando mesmo aos que parecem obscuros aos inteligentinhos.

Óbvios: o Estado brasileiro é canalha, irresponsável, os dirigentes mentem, não estão nem aí para a vida dos presos (nem de ninguém), prender todo mundo num cubículo de lata é querer que se matem, o crime organizado cresce em meio ao vácuo do poder público, há uma crise no sistema prisional, há corrupção, as autoridades não fazem diferença entre um ladrão de galinha e um serial killer, pobre e preto sempre vai mais preso do que branco coxinha. Tudo verdade.

Menos óbvios: esse tema dá aos foucaultianos um gozo que beira o orgasmo porque Foucault achava que soltando os presos faríamos a verdadeira revolução. Será que ele alguma vez teve que encarar algum bandido querendo mata-lo?

O PCC chega mesmo a tirar lágrimas de alguns foucaultianos com sua declaração de fundação regada a direitos humanos. Uma das razões que torna muito do que os intelectuais falam risível é o fato de que vivem uma vida muito segura em seus casulos corporativos em universidades blindadas ao conhecimento e a qualquer tipo de risco.

Para foucaultianos sofisticados, os bandidos são vítimas da ordem social repressiva e mostram em seu comportamento a doença social, por isso, os trancamos nas cadeias para "esquecermos" de nossa patologia social. Esse tom surgiu em algumas indignações, mas com um certo cuidado porque essa moçada está um pouco assustada com a "revolta dos burros".

Quase obscuros: o que vem a ser essa "revolta dos burros"? Primeiro um reparo geopolítico mais amplo. Com a vitória de Trump, a inteligência pública começou a falar de novo em populismo. O segredo do Trump é ele falar o que o povo americano "burro" pensa. Os "burros" que falam inglês. A inteligência pública há muito tempo está alienada do "povo", entrincheirada nas universidades e nas redações da mídia, falando sempre a mesma coisa: "como esse povo é burro e fala que bandido bom é bandido morto?"

A inteligência pública está de costas para o povo comum e preocupada com sua carreira e seu sucesso nas redes sociais. Avancemos um pouco mais nesses argumentos obscuros.

Pois é. Os populistas atuais crescem na mesma medida em que insistimos em pensar que vivemos uma "revolta dos burros", mesmo que não digamos dessa forma explícita. A inteligência está tão acostumada com queijos e vinhos que esquece o tal do povo.

Os populistas crescem na mesma medida em que os "burros" sentem que o sistema político profissional e os inteligentes não estão nem aí pra eles. Por isso sentem que os inteligentes "só defendem os bandidos". Um adendo: existe "burro" preto e pobre e "burro" branco e rico, ok?

Vamos "ouvir os burros" um pouco? Pelo menos imaginar que podemos ouvi-los. Quem sabe essa "revolta dos burros" pode indicar algo importante por detrás?

Eu arriscaria dizer que esses "burros" se sentem abandonados pelo Estado e pela inteligência pública de forma crassa no seu dia a dia. Esquecidos em seus impostos, acharcados por uma burocracia assassina e destruidora de qualquer iniciativa profissional que não seja apenas viver de salário e "direitos trabalhistas", em suas filas da saúde e do transporte público. Escolas são um lixo. Andam com medo nas ruas. E não dá pra convencer ninguém que de fato pode ser assaltado ou morto por um bandido de que Foucault tem razão e que quando você é assaltado, você é o bandido, e o bandido é a vítima. Risadas?

Abandonados a sua solidão de "cidadãos honestos" (atenção! Os inteligentinhos acham que ninguém é mais honesto do que um traficante de drogas), "os burros" sentem que seu esforço cotidiano para viver dentro da lei, cuidando de suas famílias (mas que coisa mais classe média, não?) não tem nenhum valor. E estão aprendendo a dizer o que pensam. Ai virá a "revolta dos burros" de carga.


18 de janeiro de 2017
Luiz Felipe Pondé, Folha de SP

O DESMONTE DA INTELIGÊNCIA

Não há explicação aceitável para desligar os equipamentos do Palácio do Planalto, o centro do poder brasileiro

Ao revelar que o sistema de monitoramento por câmeras no Palácio do Planalto está desligado desde 2009, o general Sérgio Etchegoyen, chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), deu um exemplo prosaico do desmonte do aparato de segurança do Estado durante os governos petistas, em especial na gestão de Dilma Rousseff. A título de combater o que via como resquício da ditadura, a ex-guerrilheira Dilma permitiu que esse aparato fosse subordinado não mais a uma política de Estado, mas aos interesses de seu partido político, o PT. E as câmeras desligadas, ainda no governo de Lula da Silva, são apenas um aspecto insólito desse movimento, que se prestava a fazer da sede da Presidência da República um lugar de sombras, por onde puderam transitar à vontade os desqualificados que dilapidaram o País.

Como lembrou Etchegoyen em entrevista à jornalista Eliane Cantanhêde, do Estado, qualquer condomínio residencial dispõe de câmeras para gravar imagens de pessoas que entram e saem. Por essa razão, não há explicação aceitável para desligar os equipamentos do Palácio do Planalto, o centro do poder brasileiro. Nem é preciso ser muito perspicaz para concluir, como fez o general em entrevista à revista Veja, que o desligamento das câmeras atendeu a certas conveniências. Diríamos nós que, entre elas, estava a de manter no conforto do anonimato os agentes da corrupção. “O Palácio passou anos em que, convenientemente, não se registrou nada”, disse Etchegoyen. Segundo ele, a Justiça de tempos em tempos requisita imagens de algum suspeito de corrupção, “mas não tem imagem”. E o general conclui: “Não sei se a decisão de retirar as câmeras foi para obstruir a Justiça, mas pode ter sido para evitar esses registros”.

O desmantelamento do aparato de inteligência da Presidência sob a gestão petista atingiu seu auge em 2015, quando Dilma extinguiu o Gabinete de Segurança Institucional, cuja função é fornecer informações estratégicas ao presidente da República. Oficialmente, a decisão foi motivada pela necessidade de realizar cortes orçamentários, mas a manobra tinha claros objetivos políticos. As atribuições da pasta, até então chefiada pelo general José Elito, foram absorvidas pela Secretaria de Governo da Presidência da República, órgão que na época era dirigido pelo petista e ex-sindicalista Ricardo Berzoini.

Ou seja, a propósito de tirar dos militares e entregar aos civis o comando do serviço de inteligência da Presidência – uma reivindicação do sindicato dos funcionários da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), subordinada ao GSI –, Dilma acabou por entregá-lo ao PT. Esta foi também uma decisão muito “conveniente”. Ao desestruturar o sistema de inteligência, que por princípio desempenha funções de Estado, e não do governo de turno, Dilma e os petistas transformaram a segurança institucional em questão partidária – como foi feito, aliás, com todos os demais setores da administração pública na época.

Felizmente, o governo de Michel Temer, em uma de suas primeiras decisões, restabeleceu o Gabinete de Segurança Institucional, que voltou a ter sob seu comando a Abin. A chefia do GSI foi restituída a um militar, o general Etchegoyen, num movimento que contraria o sindicato dos funcionários da Abin, e a ordem é reestruturar todo o setor de inteligência. É claro que essa decisão foi usada pelos petistas como mais uma prova de que o País está retrocedendo aos tempos da ditadura, depois do “golpe” que destituiu a presidente Dilma.

Não é sensato perder tempo com mais essa provocação petista, cujo objetivo é apenas causar confusão em matéria que, em países civilizados, é cristalina: o Estado tem o dever de manter em bom funcionamento um aparato de inteligência que forneça ao governo as informações necessárias para tomar decisões estratégicas, inclusive para conter grupos que, sob o disfarce de “movimentos sociais”, pretendem desestabilizar o País. Confundir esse trabalho com qualquer intenção ditatorial é muito mais do que ignorância acerca das funções do Estado. É má-fé.



18 de janeiro de 2017
Editorial O Estadão

PARA NÃO VIRAR COLÔMBIA

As Forças Armadas vão fazer uma operação limpeza nos presídios, utilizando toda a tecnologia mais moderna, e ao lado disso o governo federal vai financiar os estados para a aquisição de bloqueadores, raios-X e scanners. Essas varreduras serão realizadas aleatoriamente, nos 12 meses seguintes à requisição do governador.

Para cada autorização haverá um decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) que dará amparo legal à operação e transferirá totalmente a responsabilidade das ações para as Forças Armadas. As polícias Militares, a Força Nacional, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e as polícias Civis dos estados participarão das operações, mas sob a coordenação das Forças Armadas.

Os militares não lidarão com os presos diretamente, mas com as instalações. O presidente Michel Temer tomou a decisão baseado em sua experiência, quando foi secretário de Segurança em São Paulo logo depois do massacre do Carandiru. Ele relatou a seus ministros que implantou uma sistemática que deu certo: mensalmente, sem avisar, a PM fazia uma varredura minuciosa nos presídios.

Com base nessa experiência, e também achando que havia necessidade do emprego das Forças Armadas, pelo simbolismo, pela força e prestígio que representam, decidiu que era importante essa resposta porque entendia que a questão se transformou em ameaça à segurança nacional.

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, concorda com a decisão, a partir da análise da atual conjuntura. Embora o artigo 142 da Constituição, de modo geral, atribua aos estados a responsabilidade pela Segurança Pública, ficando para o governo federal uma atribuição complementar, por meio da Polícia Federal — que cuida da questão de drogas, do contrabando de armas nas fronteiras, dos crimes interestaduais de grande repercussão e dos internacionais —, os estados já não dão conta desse combate.

O crime se nacionalizou, e nenhum governador tem mais condições de fazer o enfrentamento de uma questão nacional, analisa. Problema acrescido da situação fiscal dos estados, que repercute de modo desigual sobre os diversos setores. A Segurança Pública exige despesas elevadas, um contingente numeroso, combustível, carros, equipamentos especiais, e é evidente que a crise financeira fragilizou esse sistema de Segurança, que já não era o necessário. E os bandidos sabem disso e se aproveitam da situação, explicita Jungmann.

O elo mais frágil desse esquema de Segurança muito complexo é o sistema penitenciário. Nele, a rigor, diz o ministro Jungmann, não há demanda da sociedade para investimento, existem demandas em outras áreas numa agenda que é o inverso disso. Hoje, fruto do fato de que a sociedade se sente amedrontada, atemorizada e vulnerável perante o crime, ela não vê na Segurança Pública uma defesa compatível com esse sentimento de fragilidade, e em consequência há um salto regressivo, a sociedade começa a apoiar o “olho por olho, dente por dente”, e isso se reflete nas prioridades dos políticos.

Essa situação fez com que esse processo fosse escalando e se nacionalizasse. Nas análises dos órgãos de inteligência, as gangues estruturadas no Sudeste, no Rio e em São Paulo, se nacionalizaram e até se internacionalizaram. Elas já têm o controle da distribuição das drogas e das armas, e agora buscam o controle da produção. Estão procurando, em termos econômicos, integrar e verticalizar. Hoje tem o PCC e seus associados, e o Comando Vermelho e seus associados, em todo o país, e eles começam a afrontar as instituições.

O ministro Raul Jungmann lembra o ocorrido nas eleições municipais no Maranhão e no Rio Grande do Norte — as gangues ameaçaram até mesmo a realização das eleições, queimando ônibus e escolas que seriam postos de votação. O crime, no seu crescimento, começa a transitar para uma afronta ao sistema democrático, o caminho do Cartel de Medellín.

O governo, segundo Jungmann, tomou uma decisão corajosa para cortar esse caminho “para que não cheguemos ao ponto em que a Colômbia chegou, e agora o México vive”.



18 de janeiro de 2017
Merval Pereira, O Globo

ÀS VÉSPERAS DE SAIR, OBAMA MANDA MARINES PARA REFORÇAR TROPAS NO AFEGANISTÃO


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A guerra no Afeganistão parece que não vai acabar nunca
Por decisão do presidente Obama, mais 300 marines dos Estados Unidos foram mandados para a Província de Helmand, no Afeganistão – é a primeira vez em três anos que a zona de conflito recebe soldados do exército dos Estados Unidos. Quase todo o distrito de Helmand, a não ser pela sua capital, Lashkar Gah, ou está envolvido em batalhas pesadas ou totalmente controlado pelo Talibã. A província é o principal produtor de ópio do país.
Apesar de todas as promessas de retirada, permanecem no Afeganistão 8.400 tropas que ali ficarão mesmo depois que Obama deixar o gabinete em 20 de janeiro. Caso os (norte)americanos deixem o país, dificilmente o governo afegão atual continuará no poder.
Já há 15 anos as forças (norte)americanas estão engajadas em ações de combate – de longe a mais longa guerra travada pelos Estados Unidos – e não há previsão para o fim das hostilidades.
Depois que os soldados do Talibã realizaram tentativas de invadir a capital, cerca de 200 soldados da OTAN, principalmente italianos, também foram mandados  para a instável província de Farah, a oeste do país.
Cerca de um terço do país, do país – mais território que em qualquer tempo desde 2001 – ou está sob controle dos insurgentes ou em risco de cair em breve. Em várias cidades estrategicamente importantes, as forças do Talibã estão desafiando as forças afegãs de segurança. Há dúvidas sobre a capacidade do governo em controlar o país, desde que há conflitos em 24 das 34 províncias do Afeganistão.
Em dezembro passado, o general John Nicholson, comandante em chefe dos Estados Unidos e da OTAN no Afeganistão disse que o governo afegão controla atualmente cerca de 64% da população do país, de 30 milhões de pessoas, abaixo dos 68% que controlava no início de 2016.
De acordo com Robert Grenier, que foi o oficial sênior do contraterrorismo da CIA e chefiou a base da agência em Islamabad, no Paquistão, de 1999 a 2000, parece inevitável que grandes partes do país, principalmente no Sul e no Leste, caiam nas mãos dos Talibãs, que deverão estabilizar seu controle sobre essas áreas. As forças afegãs sofreram mais de 15.000 baixas nos oito primeiros meses de 2016, entre elas mais de 5.500 mortes.
Enquanto líderes regionais e senhores da guerra ganham proeminência, o governo de Kabul perde coesão. Segundo a ONU, sete milhões de afegãos necessitam de ajuda e 2.2 milhões sofrem de desnutrição. A pobreza e o desemprego fazem que os jovens fiquem propensos a se juntar a grupos extremistas.
Depois que a infraestrutura de extração de petróleo em mãos do Estado Islâmico foi destruída na Síria pelas forças da Federação Russa, a questão do controle das rotas de heroína na Afeganistão tornou-se crucial para o grupo extremista. Os militantes do Estado Islâmico fazem US$ 1 bilhão por ano com a heroína afegã, de acordo com o Serviço de Controle de Drogas da Rússia (FSKN). A possibilidade de uma aliança entre o Talibã e o Estado Islâmico é um pesadelo cada vez mais real.
Oficiais afegãos se aproximaram da Rússia, solicitando a retomada de cooperação. Estes representantes do país acreditam que a Organização de Cooperação de Xangai (OCX) pode ajudar a administrar a crise. Oficiais da OTAN também fizeram declarações apoiando uma retomada de cooperação entre a Rússia e a OTAN no Afeganistão. Depois que a Crimeia se tornou mais uma vez parte da Federação Russa em 2014, essa cooperação foi interrompida.
Moscou permitiu que cargas não militares atravessassem seu território, oriundas de países da OTAN e de países da ISAF (International Security Assistance Forces – Forças Internacionais de Assistência para a Segurança) não pertencentes à OTAN. A OTAN se utilizou do centro de trânsito em Ulyanovski. Um programa comum de treinamento e prevenção para o comércio de drogas foi implementado pelas partes na Ásia Central.
A Rússia concordou em vender equipamento e munição para apoiar as operações da OTAN no Afeganistão. Por exemplo, em 2010 a OTAN comprou 31 helicópteros MI-17 da Rússia, para renovar o estoque do exército afegão.
Contra o pano de fundo do sensacionalismo que cresce nos Estados Unidos quanto à “ameaça” que vem de Moscou, Washington teve que levantar parcialmente as sanções contra a cooperação russa na manutenção dos helicópteros. E não foi só dessa vez. Os Estados Unidos quebraram o seu próprio regime de sanções para permitir a aquisição de tecnologia russa para seu programa espacial.
O governo afegão precisa desesperadamente de mais helicópteros russos para repelir os ataques do Talibã e do Estado Islâmico. Em 2016 pediram formalmente ao governo russo que iniciasse as entregas.
Caso a Rússia entregue seu equipamento de aviação para o Afeganistão, claro que necessitará treinar pessoal afegão. Formalmente, é exatamente o que estão fazendo a OTAN e os Estados Unidos no Afeganistão nesse exato momento – eles estariam no país em missão de aconselhamento e treinamento. Na realidade, tudo isso significará o reinício da cooperação enquanto estiverem EUA/Rússia trabalhando na mesma missão.
O presidente russo Vladimir Putin recentemente expôs sua preocupação sobre a situação do Afeganistão e pediu por esforços urgentes para resolver o problema. A instabilidade no país se espalha para a Ásia Central, representando uma ameaça direta para a segurança da Rússia. Quase 2.000 militantes que operam nas províncias ao norte do Afeganistão vieram de países do espaço pós União Soviética.
Há um crescente risco de ataques extremistas em países aliados a Moscou. Militantes com experiência de combate recebida na Síria já foram vistos no Vale de Fergana, no Uzbequistão. A infiltração do Estado Islâmico para o Afeganistão ameaça o Cáucaso Norte da Rússia e a região do Volga. Além disso, a heroína oriunda do Afeganistão mata 25.000 russos anualmente.
Apenas um esforço internacional poderá resolver a questão quentíssima do Afeganistão. Trata-se de assunto de interesse comum para a Rússia e para a OTAN. A situação do país poderia ser discutida dentro do quadro de trabalho do Conselho Rússia/OTAN. Em quatro de janeiro o Ministro russo de Relações Exteriores fez uma declaração importante, ao dizer que a Rússia está pronta para restaurar suas relações com a OTAN. O Afeganistão pode se tornar o ponto de reinício no caminho para reconstruir o relacionamento quebrado.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Traduzido por B.T.P. Silveira, o importante artigo foi enviado por Sergio Caldieri. Mostra que o democrata Obama Barack ganhou o Prêmio Nobel da Paz injustamente. A partir de sexta-feira, vamos saber como vai se comportar Donald Trump, o empresário e apresentador de TV que conseguiu se tornar o homem mais poderoso do planeta e também pode ser candidato ao Nobel, se não for considerado a Piada do Ano. Vamos aguardar. (C.N.)

18 de janeiro de 2017
Peter Korzun

NO DESESPERO, O GOVERNO AGORA ANUNCIA QUE MILITARES VÃO ATUAR NOS PRESÍDIOS


O governo federal planeja empregar cerca de mil militares nas vistorias que serão realizadas nos presídios. A informação é do ministro da Defesa, Raul Jungmann, que admitiu a possibilidade de aumentar o efetivo, caso seja necessário. Ele concedeu entrevista na manhã desta quarta-feira junto com os comandantes das Forças Armadas sobre a ação, determinada ontem pelo presidente Michel Temer. O ministério reservou um orçamento mínimo de R$ 10 milhões para a atividade.
Jungmann ressaltou que esse número pode crescer, se necessário. Segundo o ministro, as Forças Armadas estarão prontas para atuar dentro de 8 ou 10 dias. Ressaltou o fato de os militares já terem feito trabalho similar em varreduras durante os Jogos Olímpicos do Rio no ano passado.
O ministro descartou qualquer possibilidade de “contaminação” de militares pelo crime. “Alguns perguntam sobre o risco de contaminação das forças armadas pelo crime. Não há esse risco. Primeiro, não haverá contato com o crime. Segundo, porque não vão enfrentar facções, é tarefa de polícia e assim permanecerá. Terceiro, nosso pessoal atuará pontualmente e voltará dentro de um tempo que se estabeleça” — afirmou o ministro.
ESTRATÉGIA – O almirante Ademar Sobrinho, chefe do Estado Maior das Forças Armadas, destacou que já há efetivo treinado no Exército e na Marinha e que, para minimizar ainda mais o risco de contaminação, a varredura será feita, preferencialmente, por militares de outro Estado.
“Procuraremos sempre atuar com pessoas de fora da localidade, transportar de um estado para outro, porque é mais seguro” — disse o almirante.
Jungmann reiterou que não haverá contato das Forças Armadas com os presos e afirmou que as varreduras só serão realizadas se não tiver sido detectado risco de rebelião iminente. Observou ainda que caberá às forças locais lidar com qualquer eventual tumulto com os detentos que ocorrerem durante o trabalho dos militares.
O ministro ressaltou que não há expectativa de que a ação, por si só, seja capaz de resolver a questão dos presídios, mas disse que é uma medida para ajudar na busca de uma solução. “Não temos menor ilusão ou pretensão que um esforço com a maior qualidade que terá venha a debelar e resolver essa questão, mas contribui de maneira positiva” — disse Jungmann.
DECRETO AUTORIZA – O decreto que permite o uso das Forças Armadas em operações de segurança por um período de 12 meses foi publicado nesta quarta-feira no Diário Oficial da União. Segundo o texto, os militares vão trabalhar na “detecção de armas, aparelhos de telefonia móvel, drogas e outros materiais ilícitos”. O governo já havia anunciado na terça que as Forças Armadas estariam a disposição dos governos estaduais para entrar nos presídios e realizar inspeções de rotina. Caberá ao governador de cada estado solicitar as operações nos presídios pelos quais for responsável.
Outra medida – publicada no “Diário Oficial da União” pelo Ministério da Justiça nesta quarta – autoriza a Força Nacional de Segurança a empregar militares e servidores civis que estejam de licença-prêmio em seus órgãos de origem. Segundo texto da portaria, ela visa atender as “constantes demandas de apoio” da Força Nacional feitas pelos governos estaduais.
As medidas do Governo Federal ocorrem em resposta à crise do sistema penitenciário que assola o país. Mais de 130 presos foram mortos em uma série de rebeliões deflagradas desde o início deste mês. Os presídios com maior número de assassinato foram os de Manaus, Boa Vista e Natal.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Em tradução simultânea, fica claro que a única atribuição da Força Nacional é fazer varreduras nos presídios, em busca de armas, celulares e drogas (não necessariamente nesta ordem). E os governos estaduais que se virem. É o assunto mais importante do momento, mas as autoridades ainda estão longe de uma solução. Aliás, estão muito longe. E bota longe nisso. (C.N.)

18 de janeiro de 2017
Eduardo Bresciani
O Globo