"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

GOVERNO HOLANDÊS LIBERTA CAPO DO NARCOTRÁFICO.

EPISÓDIO REVELA O AVANÇO DA BRUTAL DESTRUIÇÃO SUICIDA DA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL.

O general Hugo Carvajal "el Pollo", mega narcotraficante do governo chavista, agora leve, livre e solto por decisão do governo holandês. A foto é do jornal El Nuevo Herald onde há reportagem sobre a inusitada libertação que envolveu até Valdmir Putin. 
O general venezuelano Hugo Carvajal, “el Pollo”, o frango) acusado pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, de ser o operador do cartel de drogas em conluio com as FARC e que havia sido preso na última quarta-feira em Aruba, já está solto.
O governo Holandês, determinou a soltura sem maiores explicações, a não ser o fato de que Carvajal detinha a condição de diplomata. Nicolás Maduro havia designado El Pollo, como cônsul em Aruba, território vinculado ao Reino da Holanda.
 
Todavia, o Reino holandês e os Estados Unidos têm um acordo bilateral no que se relaciona à segurança e o combate ao tráfico de drogas. Inclusive os Estados Unidos possuem em Aruba funcionários da DEA, órgão do governo americano destinado ao combate ao tráfico de drogas.
Sobre as costas de Carvajal, há uma série de processos instaurados pela Justiça americana, que o acusa de ser o “capo” do tráfico de drogas, o homem que coordena o envio da “mercadoria” para os Estados Unidos, além disso, está sintonizado com as FARC, o grupo comuno-terrorista colombiano.
 
O episódio põe a nu uma realidade cruel.
A civilização ocidental está sendo corroída sob todas as formas, mormente nos planos moral e ético. Os cartéis das drogas demonstram reunir poderes jamais imaginados. Vou tentar resumir o que de fato está acontecendo e é escamoteado pela maioria da grande mídia a partir desse inusitado caso. Sobretudo o que se relaciona ao nível político e ideológico.
 
O general Carvajal, que já se encontra na reserva, era confidente de Hugo Chávez, homem de confiança total e dirigiu por longos anos o setor de inteligência militar a mando de Chávez.
 
PODER SEM LIMITE

Como a América Latina se transformou numa plataforma gigante de exportação da droga para os Estados Unidos e Europa, quem opera o esquema são as ditaduras ditas bolivarianas, sob a orientação direta de Cuba.
Por serem governos ditatoriais com zero de transparência como todas as ditaduras, os bolivarianos montaram um sistema de poder do qual já fazem parte altas autoridades e empresários de diversos países como Estados Unidos e Holanda, por exemplo, e, particularmente, dirigentes de grandes empresas multinacionais.
 
Ao libertar o "Frango" de estimação de Nicolás Maduro, o governo holandês o expulsou avisando que se voltar será preso. E aí vem a indagação: e por que foi solto?
 
A libertação desse mega-narcotraficante venezuelano faz emergir como funciona o sistema de poder que corrói as democracias ocidentais.
A poderosa construtora de navios holandesa, Damen Shipyards Group, tem contratos de construção de embarcações com Cuba e diversos países vinculados ao Foro de São Paulo, a organização comunista fundada por Lula e Fidel Castro em 1990. Projetos de navios Damen, estão em construção em estaleiros no México, Cuba, Venezuela, Equador, Brasil e Argentina. 
 
Entretanto, com a Venezuela, esse grupo holandês tem um contrato bilionário. Construirá 12 navios-patrulha para a Marinha da Venezuela.
Além disso outra empresa que opera negócios petroliferos na Venezuela é a Shell, poderoso grupo anglo-holandês que também possui altos negócios com a Rússia.
 
O ex-embaixador venezuelano antes as Nações Unidas, Diego Arria, afirmou que a súbita decisão holandesa de libertar o general do narcotráfico poderia ser uma nova manifestação de como os intereses econômicos preponderam sobre os princípios da Justiça.
Lembra Arria, que milhões de holandeses possuem seus fundos de pensão com investimentos diretos nas ações da Shell, fato que faz dessa gigante do petróleo ser intocável.

Qualquer ameaça à sua performance torna-se um drama para os velhinhos holandeses que dependem de seus fundos de pensão. Em outras palavras, isto representa não só uma couraça de segurança à Shell, mas por outro lado beneficia ditaduras assassinas na América Latina, como da Venezuela chavista.
E pouco importa para os mega acionistas da Shell e seus diretores que a América Latina seja transformada nesse lixão marcado pela violência escandalosa que deriva totalmente da maldição do narcotráfico sob a proteção estatal.
 
Além disso, o governo da Venezuela também pediu a ajuda da Rússia para conseguir a  libertação de "El Pollo", solicitando os préstimos do “companheiro” Vladimir Putin. Lembrem-se que a Shell também possui negócios de vulto na Rússia.
 
FINANCIANDO O TERROR

O episódio dessa prisão e soltura do general narcotraficante, como afirmei no início deste texto, demonstra de forma clara e objetiva que quem segura a vagabundagem bolivariana no poder na Venezuela, Brasil, Equador, Bolívia, Argentina e Uruguay, não são os bolsas-famílias, a horda que vive de uma forma ou de outra à expensas da caridade estatal. 
São empresas gigantes como a Shell e a Damen holandesas, ou ainda a empreiteira brasileira Odebrecht que construiu o porto de Mariel em Cuba com o financiamento do BNDES e cujo montante dos recursos é desconhecido, já que o governo do PT carimbou a operação como "sigilosa"!
Estes são os financiadores desses regimes espúrios liderados pelos barões do narcotráfico, o que não deixa de ser uma coisa vergonhosa e lastimável. 
 
Já se chegou a uma situação em que as fronteiras do que é público e o que é privado não existem mais. E quando essa separação deixa de existir morrem a democracia e a liberdade; morre a civilização ocidental!
 
Lamentavelmente, é na América Latina que emergiu essa experiência sinistra do dito “socialismo do século XXI”, porquanto os países que adotam esse regime preconizado pelo Foro de São Paulo se transformaram no locus por excelência para a operação de todos os tipos de fraudes e falcatruas.
 
Ainda que tudo isso seja muito triste e lamentável, é a verdade dos fatos. E como a grande mídia nacional e internacional já faz parte desse contubérnio escandaloso, dificilmente o que acabei de narrar aqui e agora será objeto de reportagens nos grandes jornais e televisões.
Aqui no Brasil, por exemplo, estão mais preocupados com um aeródromo no interior de Minas Gerais. Mas isto, como podem notar, faz sentido.
Trata-se de manter intocável o esquema do Foro de São Paulo e os favores que concede aos seus amigos.
Que o digam "El Pollo" e seus sequazes.

28 de julho de 2014
in aluizio amorim

CONTAGEM REGRESSIVA: CHANCES DE DERROTA DE DILMA CHEGAM A 60% SEGUNDO ANALISTAS DE CONSULTORIA ESPECIALIZADA



A MCM Consultores passou a atribuir uma probabilidade de 60% de derrota de Dilma Rousseff na eleição presidencial em outubro. Desde abril, a consultoria trabalhava com um cenário de probabilidade equivalente à reeleição e à vitória da oposição. Hoje, os analistas da MCM rebaixaram as chances da presidente e agora trabalham com uma probabilidade de 60%-40% contra a reeleição.
 
“Não estamos declarando taxativamente, é bom esclarecer, que a presidente Dilma não se reelegerá. Longe disso. É muito cedo. A campanha ainda nem começou efetivamente”, escreveram os analistas da MCM na nota enviada a clientes. “Contudo, a nosso juízo, já existem elementos suficientes para atribuir mais probabilidade de vitória à oposição do que à candidatura governista.”
 
Segundo a MCM, as últimas pesquisas Datafolha e Ibope representaram um ponto de virada (“turning point”) para o novo cenário, agora desfavorável à reeleição. “Ambas mostraram continuidade na tendência de encurtamento da vantagem de Dilma frente a Aécio Neves e Eduardo Campos no segundo turno e aumento da diferença entre a rejeição à presidente e aos candidatos de oposição”, afirmaram os analistas.
 
Além das pesquisas, destacou a MCM, a mudança de cenário também levou em conta a piora do quadro econômico, “sintetizado pelo resultado decepcionante do último Caged (abertura de apenas 25 mil vagas de trabalho em junho), os sinais de forte rejeição ao PT no Sudeste – de maneira mais acentuada em São Paulo -, e a baixa competitividade das candidaturas petistas nos estados mais importantes do País, excetuando-se Minas Gerais, onde Fernando Pimentel lidera as pesquisas”.

Do site Diário do Poder

28 de julho de 2014
in aluizio amorim

COM A ECONOMIA DESCONTROLADA, PT ENTRA EM DESESPERO E PARTE PARA A CAÇA ÀS BRUXAS

Vale a pena ler este texto do Rodrigo Constantino, que transcrevo abaixo, de  sua coluna do site de Veja, principalmente pelo fato de que é economista e já exerceu a função de analista de mercado.
Refere-se a caça às bruxas levada a efeito pelo PT que se iniciou contra o Banco Santander. A própria reação do PT revela que esse partido está desesperado com a ameaça concreta de perder as eleições não só para a Presidência da República, mas em praticamente todos os níveis e em quase todos os Estados brasileiros.
 
O descontrole da economia e a volta da inflação que corrói os salários dos trabalhadores e derruba a bolsa são os principais elementos tóxicos que levam o partido de Lula ao desespero e revelar a sua verdadeira face anti-democrática e truculenta. Recomendo que acompanhem com atenção a coluna de Rodrigo Constantino.
Leiam:
 
Estimativa de crescimento do PIB para 2014. Fonte: Focus/BC/Bloomberg - Clique sobre a imagem para vê-la ampliada.
Quando a economia vai mal e o governo não tem nada de bom para mostrar em pleno ano eleitoral, o que fazer? Ora, partir para uma caça às bruxas, claro! O caso do Banco Santander já foi comentado aqui e é da maior gravidade.
 
O principal ativo de um banco é sua credibilidade. Pergunto: como confiar em um banco que, covardemente, recua diante da pressão do governo e demite o analista que simplesmente disse a coisa mais óbvia do mundo, qual seja, que as bolsas sofrem quando Dilma sobe nas pesquisas e sobem quando ela cai?
 
Agora foi a vez de o governo perseguir uma pequena casa de pesquisa independente, a Empiricus Research, cujo relatório com tom bastante pessimista sobre nosso futuro tem circulado bastante pelas redes sociais.
 
A empresa emitiu a seguinte nota de esclarecimento hoje:
Soubemos na sexta-feira que a coligação da presidenta Dilma Rousseff entrou com representação no TSE contra a coligação de Aécio Neves, a Empiricus e o Google, por nossas campanhas na internet. O argumento seria de que, supostamente, faríamos propaganda eleitoral indevida.
 
Antes do argumento em si em prol da desqualificação de propaganda eleitoral pela Empiricus, cumpre esclarecimento ético e moral. Ao entrar com representação contra Aécio Neves, Empiricus e Google, suponho que a coligação da presidenta entenda que há alguma relação entre as partes.
Posto isso, convido a coligação – e mais quem quiser – a mostrar/provar a existência de relacionamento, em qualquer instância, entre a Empiricus e Aécio Neves.
 
O que o PT quer evitar a todo custo é que circule por aí algo que qualquer pessoa do mercado financeiro já sabe, desde o mais jovem estagiário até o mais rico dos investidores: que as empresas estatais disparam nas bolsas assim que surgem boatos de que nova pesquisa eleitoral irá mostrar queda de Dilma. O PT deseja a tudo custo ocultar isso dos eleitores mais leigos.
 
Ora, trata-se apenas de um fato. Não dá para negá-lo. Mas o PT tem viés autoritário, e quer impedir pessoas e empresas de simplesmente emitir suas opiniões ou constatar certos fatos. Em vez de a presidente Dilma explicar ou entender o porquê disso, ela prefere tentar quebrar o termômetro ou impedir que o público saiba da febre. Vejam a própria estimativa para crescimento do PIB este ano dos principais analistas de mercado, ouvidos pelo Banco Central:
Reparem que está em queda livre, a cada nova rodada de pesquisa os analistas reduzem o crescimento esperado para esse ano, já em míseros 0,9%.
 
Por que as bolsas disparam sempre que Dilma cai nas pesquisas? Eis a pergunta relevante aqui. E a resposta é óbvia: porque os investidores do Brasil e do mundo sabem que mais quatro anos de Dilma no poder representam uma potencial catástrofe para o país e o valor de nossos ativos. Simples assim!
A caça às bruxas já começou. O PT joga pesado, e fará de tudo ao seu alcance para se preservar no poder e garantir as mamatas aos seus. Fará “o diabo”, como confessou a própria presidente Dilma. Espera-se que o país saiba reagir à altura, e mostrar que ainda há independência de análise e liberdade de expressão por aqui. Não passarão!
 
PS: Como já fui analista de empresas e gestor de recursos, tendo trabalhado no mercado financeiro de 1997 a 2013, vou emitir minha opinião aqui, o meu julgamento livre e totalmente independente de qualquer partido. Se Dilma ganhar a reeleição, acredito que o Ibovespa, o índice das principais ações brasileiras, pode cair até 40% nos próximos meses/anos, e o dólar poderá ultrapassar os R$ 3,00. Terrorismo eleitoral? Não! Análise independente, essa que o Banco Santander está vetado de fazer por pressão do governo.
 
 
28 de julho de 2014
in aluizio amorim

PREVISÃO DO CAOS ECONÔMICO COM A DESTRUIÇÃO DO PLANO REAL

DESTRUIÇÃO DO PLANO REAL PELOS GOVERNOS DO PT TRARÁ NO CURTO PRAZO ESCASSEZ DE ALIMENTOS E PERDA DA METADE DO PODER DE COMPRA DOS SALÁRIOS

 
Clicando aqui você poderá ler e ouvir uma palestra do diretor da consultoria Empiricus que traça um cenário sombrio para o Brasil nos próximos 12 meses, caso o  PT continue no governo.
CLIQUE SOBRE O LINK E AGUARDE ALGUNS SEGUNDOS QUE A PALESTRA COMEÇA AUTOMATICAMENTE.
Vendo e ouvindo tudo o que está ocorrendo no que se relaciona à política econômica do governo do PT, mormente depois que foi dada a guinada bolivariana, há realmente sérios motivos para que os brasileiros fiquem super preocupados.
 
A palestra é técnica, calcada em análise estritamente econômica com base nos números, fato que abstrai qualquer víés ideológico e/ou partidário. 
E não poderia ser diferente. Profissionais do mercado que orientam empresas e investidores focam suas análises em termos rigidamente técnicos baseados  exclusivamente em dados concretos.
 
As previsões que emergem da realidade da política econômica levada a efeito pelos governo do PT são dramáticas e se refletem, como não poderia deixar de ser, no âmbito da política. E não é para menos que os humores do mercado variem ao sabor de pesquisas eleitorais. Isto não é um capricho ou uma preferência política e/ou ideológica dos agentes econômicos. É a realidade dos fatos!
 
Portanto, está aí para que os leitores possam aproveitar esta palestra muito bem elaborada que faz um raio X completo da real situação econômica do Brasil, depois que os fundamentos da economia criados pelo Plano Real foram detonados pelos governos do Lula e da Dilma.
 
O palestrante está preocupado na orientação técnica no que respeita exclusivamente os interesses de empresas e investidores, mas como alertei, é impossível afastar o componente político. Isto quer dizer, em outras palavras, que votar no PT é, no mínimo, um ato suicida!
A situação econômica do Brasil é assustadora!

AÉCIO IRONIZA DILMA E DIZ QUE ELA ESTÁ TERCEIRIZANDO PARA O SANTANDER O FRACASSO DO SEU GOVERNO NA ECONOMIA


 
O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, ironizou nesta segunda-feira, 28, a postura do PT e do governo da adversária, a presidente Dilma Rousseff, sobre a carta que o Banco Santander enviou a correntistas sugerindo que a reeleição da petista levaria a uma piora da economia. "O que o Santander fez foi explicitar o cenário atual da economia brasileira. Não adianta cobrar demissões porque teriam de demitir praticamente todos os analistas de todas as instituições financeiras", afirmou.
 
Segundo o presidenciável tucano, todos os analistas financeiros hoje são céticos com relação ao cenário da economia brasileira se o atual governo petista continuar no poder. E repetiu a análise feita pelo Santander a seus clientes, dizendo que "infelizmente, para o Brasil de hoje, quanto mais provável a reeleição da presidente, os indicadores econômicos serão piores, e quanto mais houver a possibilidade de vitória da oposição, mais irão melhorar o ambiente e as expectativas de futuro". E argumentou: "A economia se move com expectativas e este governo perdeu a capacidade de gerar expectativas positivas, vejam o Caged."
Na avaliação de Aécio, a resposta adequada do governo da presidente Dilma neste caso não é questionar a nota do Santander ou "pedir que cabeças rolem". "A resposta adequada do governo seria garantir um ambiente estável, de confiança", afirmou, destacando que, se este ambiente for criado, os investimentos poderiam voltar e a inflação ficar sob controle. "Aí teríamos um crescimento da economia que não fosse pífio, como o que vivemos hoje. A verdade é que a resposta que Dilma deu foi a da terceirização de responsabilidades."
Nas críticas que fez à condução da economia pelo governo da presidente Dilma Rousseff, o tucano disse ainda que, no período do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o crescimento do País foi próximo à média do crescimento da América Latina. "Já no governo Dilma vamos crescer dois pontos a menos na média." Segundo ele, a gestão tucana de FHC deixou "uma herança bendita para o governo do PT."
"O governo Dilma será lembrado pela perda crescente de confiança dos investidores em relação ao Brasil", criticou, ironizando. "Pode sair da nota do Santander e pegar indicadores da FGV, a cada mês aumenta o nível de desconfiança com a economia brasileira."
O candidato do PSDB teve agenda hoje na capital paulista. Por volta das 14 horas, reuniu-se com os 27 coordenadores estaduais de sua campanha à Presidência da República, dentre eles representantes do DEM e do Solidariedade, como o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), e o deputado Paulo Pereira da Silva (SDD). Depois deste encontro, o presidenciável se reuniu com representantes do terceiro setor, os chamados empreendedores sociais. No encontro, foi instituído o Fórum Diálogos do Brasil, para discutir propostas de empreendedorismo social e ambiental.
 
(Estadão)

GUARDANDO O DINHEIRINHO NO PORQUINHO... O DINHEIRO É MEU E EU GUARDO ONDE QUISER!

Dilma guarda R$ 152 mil em casa. Um trabalhador que ganha salário mínimo precisaria poupar toda a sua renda de 17 anos e 5 meses para juntar este valor


 
Perguntada, na sabatina realizada criminosamente no Palácio do Alvorada, por que guardava R$ 152 mil em dinheiro, em casa, Dilma respondeu:
 
Uma parte disso a gente deposita ao longo do ano. São coisas que a gente incorpora. Sete anos da minha vida eu vivi fugida. Durante muito tempo eu dormi de sapatos. Eu dou dinheiro pra minha filha, eu gosto de guardar dinheiro em casa, eu sou assim.  Já me perguntaram isso, eu falei que eu sou desse jeito, eu sou assim. Na minha época o valor fundamental era que a gente ia transformar o brasil. Já vivi muito tempo sem dinheiro, com dinheiro, ninguém vai mudar meu jeito de ser assim, ser mineira, eu guardo dinheiro em casa mesmo.
 
Guardar tanto dinheiro em casa com uma inflação de quase 7% ao ano é burrice ou inteligência. Burrice porque perde mais de R$ 10 mil ao ano, fora o rendimento que poderia receber. Inteligência porque este dinheiro pode ser apenas uma proteção para se, durante a campanha, algum dinheiro gasto não tiver origem conhecida, a presidente poder dizer que pagou do próprio bolso. 

DILMA ACUSA ISRAEL DE "MASSACRE" EM GAZA


 
A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (28) que o conflito entre Israel e o grupo Hamas na Faixa de Gaza não pode ser chamado de "genocídio", mas, sim, de "massacre".
 
Durante sabatina realizada pela Folha, pelo portal UOL (ambos do Grupo Folha), pelo SBT e pela rádio Jovem Pan, Dilma lamentou a declaração do porta-voz israelense Yigal Palmor, para quem o Brasil é um "anão diplomático".
 
"Eu acho que o que está ocorrendo na Faixa de Gaza é uma coisa perigosa. Não acho que é genocídio, mas acho que é um massacre. Não há genocídio, mas ação desproporcional. Tem que acabar aquela história de matar os três jovens israelenses. Mas não é possível matar crianças e mulheres de jeito nenhum."
 
Na semana passada, o governo brasileiro divulgou uma nota condenando a escalada de violência em Gaza sem citar ações tomadas pelo grupo Hamas, o lado palestino. Como gesto de reprovação, o Itamaraty chamou seu embaixador em Tel Aviv, Henrique Sardinha Pinto, de volta ao Brasil para "consultas".
 
(Folha Poder)
 

GOVERNO AMEAÇA E SANTANDER AVERMELHA


                                  Clique para ampliar
 
Depois de fazer uma análise honesta sobre os perigos para a economia brasileira se Dilma for reeleita, o Santander mente em mensagem estampada na capa do seu portal, dizendo que " a economia brasileira seguirá a sua bem sucedida trajetória de desenvolvilmento". As ameaças do governo e do PT surtiram efeito. Inclusive com a demissão de funcionários exigida pelo Partido dos Trabalhadores. Lamentável!

PRESIDÊNCIA USA COMPUTADORES DO PALÁCIO DO PLANALTO PARA CALUNIAR ADVERSÁRIOS


Gabinete presidencial no Palácio do Planalto
 
Onze computadores do governo federal foram usados para alterar páginas da Wikipédia, enciclopédia on-line cujos textos podem ser editados livremente, como as do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha (PT), do Movimento Passe Livre e do ex-governador José Serra (PSDB-SP).
 
Levantamento da Folha com os endereços de IP registrados em nome do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) e da Presidência da República mostra que artigos sofreram mudanças tanto para a inclusão de elogios e a retirada de críticas como para o inverso. As edições, feitas entre 2008 e 2014, acabaram desfeitas por outros usuários, por infringirem regras de uso. IPs são como uma "impressão digital" na internet, o que permite identificar ao menos a organização responsável pelo acesso. A Wikipédia registra todos os endereços do tipo que fazem alterações.
 
O caso mais relevante de edição ocorreu em dezembro de 2013, quando uma conexão de internet da Presidência foi usada para retirar trecho sobre suspeitas de corrupção na Funasa (Fundação Nacional da Saúde) quando Alexandre Padilha era diretor do órgão, e incluir elogio ao programa Mais Médicos. "Com o sucesso do Mais Médicos Padilha se torna um dos pré-candidatos petistas à disputa pelo governo de São Paulo em 2014", dizia o texto.
 
Em 10 de junho de 2013, em meio aos protestos de rua liderados pelo MPL (Movimento Passe Livre), um IP do Serpro foi usado para alterar a página do grupo na Wikipédia. A edição dizia que o MPL "se utiliza de protestos e, não raramente, depredação e violência para alavancar" reivindicações. Também afirmava que a tarifa zero ignora que "todo aumento de gasto público implica menos orçamento" para saúde e educação.
 
Em março de 2010, ano em que o ex-governador paulista José Serra (PSDB) concorreu à Presidência contra Dilma Rousseff (PT), um computador do governo federal foi usado para incluir críticas ao político na enciclopédia. O trecho dizia que "se eleito presidente, [Serra] pretende, como uma de suas metas, acabar com todas as empresas estatais e sucatear todas as empresas públicas" --durante a campanha, o tucano negou ter esse objetivo.
 
Outras edições foram feitas em páginas como as da Lei Rouanet e do Funttel (Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações), mas não tinham informações incorretas --foram retiradas por não seguir normas de padronização.
 
OUTRO LADO
 
A reportagem forneceu endereços de IP, datas e horários de acesso ao Serpro, junto a um pedido de identificação dos locais físicos em que esses IPs estão alocados. O órgão disse que não poderia comentar o assunto por motivos legais, uma vez que a lei 5.615/70, que criou o Serpro, determina que a empresa e seus servidores "são obrigados a guardar sigilo quanto a elementos manipulados". "A própria identificação e divulgação de órgão usuário do IP implicaria quebra de sigilo contratual, já que a empresa se compromete em garantir tratamento sigiloso para os dados e informações dos contratantes", disse a companhia federal em nota.
 
Questionada sobre o caso da página de Alexandre Padilha, a Presidência afirmou que não poderia se posicionar a tempo; sugeriu que o pedido fosse feito pela Lei de Acesso à Informação.
 
(FSP)
 
28 de julho de 2014
in coroneLeaks

BEIJA-MÃO

                                       A humilhação de Dilma no Rio.

A foto é reveladora. Dilma Rousseff, uma senhora de 66 anos, Presidente da República, beija a mão do PMDB do Rio, representada pelas mãos do prefeito do Rio, o assustado e chocado Eduardo Paes. Beija literalmente. Uma cena vergonhosa, despudorada, indecorosa que ocorreu numa churrascaria de beira de estrada na Baixada Fluminense, que reuniu meia dúzia de prefeitos e alguns deputados. Ao fundo, a foto de Pezão, que esteve presente protocolarmente, mas que comanda o projeto Aezão, que tem o apoio de 60 prefeitos peemedebistas.

28 de julho de 2014
in coroneLeaks

GILBERTO CARVALHO: DILMA QUER DEMITIR, MAS LULA MANDA FICAR

 


 
A presidente Dilma Rousseff decidiu manter o ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) no governo após recomendação do ex-presidente Lula para que o aliado seguisse no cargo. Segundo a Folha apurou, Lula transmitiu, na última sexta-feira (18), ao ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) seu incômodo com a "fritura" de Carvalho por meio de críticas a ele vazadas à imprensa por integrantes do Palácio do Planalto.


Conforme interlocutores, o ex-presidente explicou que defendera a ida de Carvalho para a campanha no início do ano, mas que o Planalto preferiu esperar o término da Copa. Ocorre que, de lá para cá, o ministro da Secretaria-Geral passou a ser alvo do chamado "fogo amigo".

A própria presidente Dilma Rousseff se irritou com declarações recentes do ministro sobre as vaias dirigidas a ela na abertura da Copa. Para ele, era um erro achar que xingamentos dirigidos à chefe no evento em São Paulo partiram apenas da elite. Algumas das críticas que circularam pelos jornais contra Carvalho foram atribuídas por petistas ao próprio Mercadante. Auxiliares do chefe da Casa Civil negam a versão.


Na segunda (21), Carvalho e Mercadante tiveram uma dura discussão e o ministro da Secretaria-Geral, segundo a Folha apurou, reclamou que estavam querendo jogá-lo na campanha feito "um bagaço usado".  Alguns dias atrás, chegou ao Instituto Lula a informação de que Mercadante chegara a indicar um nome de sua confiança para a pasta.


Assessores da Casa Civil relataram que ele sondou para o cargo Laís Abramo, representante da OIT (Organização Internacional do Trabalho) e filha do sociólogo Perseu Abramo, antes mesmo de Gilberto Carvalho ser informado oficialmente sobre sua saída. Até segunda-feira, sua exoneração era dada como certa. O ministro Miguel Rossetto (Desenvolvimento Agrário) também foi sondado para a vaga de Carvalho.


Desde o começo, Carvalho não escondeu sua intenção de seguir na pasta, comprometendo-se a ajudar na corrida sucessória após o expediente sob argumento de que teria mais força e melhor acesso à candidata de dentro do Palácio do Planalto. "Minha disposição é de seguir fazendo meu trabalho no governo,", disse o ministro à Folha na semana passada. Procurada, a assessoria de Carvalho negou que tenha havido interferência de Lula no episódio e que ele tenha discutido com Mercadante.


No PT, a avaliação é de que as negociações para a substituição foram mal conduzidas pela Casa Civil. A articulação frustrou a expectativa da campanha de ter, em tempo integral, um porta-voz próximo aos movimentos sociais. Com a sua manutenção no governo, Carvalho passa a integrar o grupo de ministros que atuam como uma espécie de "agente duplo". Mercadante e o titular das Relações Institucionais, Ricardo Berzoini, também participam das articulações da campanha.

(Folha de São Paulo)

28 de julho de 2014
in coroneLeaks

PASADENA: ADVOGADO DE CERVERÓ PROMETE DESENGAVETAR DILMA.

Presidente é a maior responsável pela compra, segundo ele.
 
A presidente Dilma Rousseff será o alvo da defesa do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró em sua argumentação contra a decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de responsabilizar a antiga diretoria pela compra da refinaria de Pasadena em condições desfavoráveis à estatal.
 
Presidente do conselho de administração da empresa na época da decisão de compra da usina, Dilma foi inocentada de qualquer responsabilidade pelo Tribunal, que considerou que a presidente não teve o acesso devido às informações sobre as condições do contrato. Em contrapartida, o TCU responsabilizou, na quarta, os diretores pela aquisição e decidiu pelo bloqueio dos seus bens.

O argumento do advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, é que, pelo estatuto da empresa, o conselho de administração é o único responsável por qualquer aquisição. Ele cita trechos do estatuto que exigem do presidente do conselho tomar conhecimento dos detalhes das negociações. "O presidente do conselho pode pedir esclarecimentos sobre os contratos. O resumo executivo é meramente uma apresentação, um suplemento ao que é obrigatório", afirmou.

Dilma, em resposta à reportagem do Estado de março deste ano, disse não ter sido informada de cláusulas do contrato consideradas inapropriadas. São elas a de Put Option, que prevê que, em caso de desentendimento entre os sócios, a Petrobrás seria obrigada a adquirir a totalidade das ações da refinaria; e a Marlim, que determina que a Astra Oil, então sócia da estatal na usina, teria a garantia de retorno financeiro de 6,9% ao ano.

"O ministro relator foi induzido ao erro. Ele partiu de um pressuposto falso, que inúmeras vezes repetido, passou como se fosse verdadeiro. É falsa a declaração de Dilma de que o resumo executivo das condições de compra de Pasadena era técnica e juridicamente falho. Essa argumentação acabou responsabilizando quem não deveria ser responsabilizado, os diretores", argumentou Ribeiro.

Ele diz que a diretoria, na época, encaminhou documentação sobre as condições do contrato à secretaria-geral da Petrobrás, que tem como obrigação encaminhá-la ao conselho para apreciação. "Se a secretaria não encaminhou, os conselheiros não poderiam ter decidido pela compra", contestou.

Além de atacar o conselho de administração da estatal, o advogado de Cerveró focou também no ministro José Jorge, relator do processo no TCU. Por meio de petição apresentada nessa quarta, ele tentará invalidar a decisão do Tribunal de responsabilizar os diretores com o argumento de que o ministro não poderia ocupar a posição de relator por já ter sido membro do conselho da Petrobrás.

"Ele foi presidente do conselho de administração da Petrobrás em 2001 e 2002, tem interesses em sua decisão. Não basta o julgador ser um homem honesto e íntegro. Ele precisa parecer. Para isso, não deveria ser julgador", disse Ribeiro.

(Estadão)

28 de julho de 2014
in coroneLeaks

2015: COM OU SEM TARIFAÇO?

Socorro a elétricas terá impacto de 0,2 ponto no IPCA
A recomposição nos preços da gasolina e da energia elétrica, represados para evitar um estouro da meta de inflação em ano eleitoral, será determinante para o comportamento dos preços em 2015. Não há no governo quem ouse traçar cenários para os reajustes da gasolina. Mas já foram feitas contas do que pode custar a energia elétrica.

A equipe econômica calculou em 0,2 ponto o impacto do empréstimo de R$ 17,7 bilhões que está sendo finalizado para socorrer as distribuidoras de energia elétrica. O efeito se dará ao longo de 2015 e se repetirá no IPCA de 2016, ano em que o financiamento ainda estará sendo pago pelos consumidores. Na tarifa de energia, são cerca de oito pontos percentuais, mantidos por dois anos.

O mercado financeiro estima esse custo em 0,5 ponto no IPCA, mas estaria superestimando. O empréstimo feito às elétricas pelo consórcio de bancos se transformará num encargo nas contas de luz em fevereiro de 2015, mas o primeiro pagamento do empréstimo só ocorrerá em novembro.

O dinheiro arrecadado nesses nove meses, cerca de 7% do valor da operação, ou R$ 1,2 bilhão, funcionará como uma garantia extraordinária ao empréstimo. A partir de fevereiro de 2017, esse dinheiro pode ser abatido do saldo devedor ou devolvido ao consumidor na forma de redução nas tarifas. Por isso, um impacto menor sobre o IPCA do que o calculado pelo mercado financeiro.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também tem trabalhado no alívio financeiro das distribuidoras. Os reajustes concedidos nas tarifas em 2014 atualizaram o preço da energia comprada nos leilões realizados em 2013 e início deste ano. Assim, tarifas que embutiam uma energia comprada, por exemplo, a R$ 100 por MWh, já estão sendo projetadas com a energia a R$ 260 por MWh, preço do último leilão.

Nos reajustes já concedidos, a Aneel fixou o custo das térmicas e da parcela da energia que as distribuidoras não conseguiram cobrir com contratos de longo prazo (exposição involuntária) num valor igual à média da energia adquirida por meio de contratos de longo prazo, algo que varia entre R$ 140 por MWh e R$ 150 por MWh. Dessa forma, o custo extraordinário causado pela explosão no valor da energia no mercado de curto prazo, que hoje oscila acima de R$ 650, ficou fora da tarifa, mas será coberto pelos R$ 17,7 bilhões intermediados pelo governo, diluindo o impacto nas tarifas, na inflação e no caixa das distribuidoras.

No cenário desenhado pelo governo para a inflação da energia em 2015, os oito pontos adicionais de reajuste nas tarifas, necessários para pagar esse empréstimo, serão pelo menos parcialmente compensados com a oferta de energia mais barata para as distribuidoras.

Em janeiro e julho, vence o prazo de concessão de usinas da Cesp, Cemig e Copel, que juntas somam cerca de 5 mil MW, equivalente a cerca de 8% da demanda atual. Essa energia custará às distribuidoras cerca de R$ 40 por MWh, muito abaixo dos atuais R$ 140 por MWh dos contratos em vigor. Essa diferença equivale a uma pressão de baixa nas tarifas.

Para isso, o governo conta com uma decisão favorável do Superior Tribunal de Justiça (STJ) na disputa travada com a Cemig pela usina de Jaguara. A concessão da empresa mineira venceu em 2013, mas uma decisão judicial permite que ela não seja devolvida ao governo federal e a Cemig mantém o direito de comercializar a energia no mercado de curto prazo. Uma vitória nessa disputa, na visão do governo, significaria um desestímulo a novas ações judiciais, além de um precedente favorável, caso haja alguma nova discussão.

Um outro fator que poderia elevar os reajustes de 2015 é o repasse feito pelo Tesouro Nacional às distribuidoras em 2013 no valor de R$ 10,8 bilhões. O decreto que autorizou a operação fala num prazo de três anos para pagamento, mas as autoridades não contam com o início dessa cobrança no horizonte próximo. Ou seja, daí haverá pressão de preços.

Por último está o imponderável. As chuvas que começam em novembro vão determinar quais usinas térmicas serão acionadas, e por quanto tempo, ao longo de 2015. O resultado dessa combinação determinará a necessidade de novas operações de socorro às distribuidoras.

O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) vê o uso de termelétricas como o novo padrão do sistema. As usinas só deverão ser desligadas nos anos em que chover acima da média histórica. Em anos de hidrologia próxima à média, a tendência é que as térmicas continuem como fonte importante de geração.

As autoridades federais acreditam numa hidrologia melhor em 2015, algo na linha de que não é possível um terceiro ano de tanto azar, mas concordam que nem assim será possível o desligamento completo das termelétricas. Seria considerado muito bom um uso menos intensivo e o desligamento daquelas movidas a diesel, as mais caras do sistema.

Se isso se confirmar, o gasto com térmicas e com a compra de energia no mercado de curto prazo cairá bastante em 2015. Na conversa com os bancos que vão fazer novo empréstimo às distribuidoras, a Fazenda deixou claro que não há programação de novas operações. Ou seja, não espera pressão sobre o caixa das distribuidoras ou do Tesouro Nacional no ano que vem.

Esses argumentos sustentam o quadro oficial de que não haverá um tarifaço em 2015, pelo menos no que diz respeito à energia elétrica.

Num dos cenários pessimistas traçados pelo ONS, os reservatórios das regiões Sul e Sudeste, onde estão os principais reservatórios, chegariam a novembro com 18,5% de armazenamento, o que exigiria chuvas equivalentes a 77% da média histórica até abril para garantir o suprimento de energia em 2015. No último período úmido, as chuvas foram 57% da média histórica.

Especialistas em energia costumam dizer que não basta chover, mas é preciso chover no lugar certo. Em 2015, essa máxima parece ganhar ainda mais relevância. São Pedro terá que derramar água na cabeceira dos rios do Sudeste e Centro-Oeste. Até porque o espaço para o novo presidente fugir de um tarifaço está ficando cada vez mais apertado.

28 de julho de 2014

Leandra Peres, Valor Econômico
 

GOVERNO FECHA LOJINHA

Taxas de juros estáveis, reconhecimento de erros e fim de 'estímulos' encerram ações na política econômica

NO QUE DIZ respeito à economia, o governo Dilma Rousseff deixa transparecer que estão praticamente encerradas as suas atividades além da rotina burocrática.

Ontem, o Banco Central afirmou que não vai mais mexer na política monetária (pode até mexer, mas afirmou que não vai). A atual taxa básica de juros, com o auxílio do Pibículo e do câmbio ("dólar") mais ou menos tabelado, baixaria a inflação para perto da meta lá por meados de 2016, afirma o Banco Central.

Faz uma quinzena, o governo editou o que disse ser o último pacote de remendos destinado a evitar uma baixa crítica da rentabilidade das empresas, o que deve ajudar a evitar um surto de desemprego. Eram medidas derradeiras e cansadas de "estímulo econômico" compiladas numa medida provisória.

No mais, a atividade do governo deve se resumir aos estertores de um remendo já previsto. Ou seja, arrumar trocados a fim de evitar que as contas públicas fiquem num vermelho muito escuro.

Como se soube nesta semana, a arrecadação do governo federal praticamente não cresceu na primeira metade deste 2014 (alta de 0,28%, se descontada a inflação). A despesa cresce, mesmo que não se invente gasto novo.

Até o final do ano, a gente vai ver de novo o show de mágicas e milagres com os quais o governo vai pretender dar aparência menos lastimável ao seu balanço, o que será tão convincente quanto a realidade de, bem, um show de mágica.

O encerramento sem cerimônia da política econômica contou também com um mea culpa anônimo, um tanto espantoso e ainda não renegado, o reconhecimento de que a agitação ativista do governo foi infrutífera, pelo menos no que diz respeito aos tabelamentos ou tentativas de limitação de preços e lucros (gasolina, eletricidade, passagens de transporte público, juros, rentabilidade de privatizações).

Assim vai seguir a economia, no meio do caminho, sem crescer nem resolver os problemas que estorvam ao menos a retomada de um crescimento "normal" (3%?), triste e fatigada como no poema de Olavo Bilac, parada de súbito na estrada da vida.

Diga-se, mais uma vez, que não deve haver crise operística, frequentes até 2002, pois a economia tem gordura para queimar, reservas e melhoras acumuladas entre 1994 e 2008, por aí. Isto é, não deve haver colapso de natureza econômica, de origem doméstica, embora se possa dizer que o crescimento da renda per capita abaixo de 1% ao ano (média entre 2011 e 2014) seja algo desastroso para um país ainda algo pobre.

O mundo lá fora pode nos contaminar, não apenas devido a tumultos econômicos, vide as ondas recentes de mortícinios. A política econômica americana vai mudar, ou pelo menos os donos do dinheiro grosso podem antecipar tal mudança, talvez a partir do trimestre final deste ano, segundo o novo zum-zum-zum da praça financeira mundial. Pode não dar em nada de grave, pode haver novo surto de loucura especulativa, como se viu no ano passado e no início deste.

No mais, haverá reflexos e paniquitos da eleição muito incerta e especulação sobre o que será do novo governo, que não será fácil para ninguém.

 
28 de julho de 2014
Vinicius Torres Freire, Folha de SP

JUROS NÃO CAEM

Uma dúvida dos últimos dias já estava derrubando a curva de juros. Era a de que, diante da fraqueza da economia e da eleição, o Banco Central iria reduzir a Selic. Alguns analistas achavam que sim. Na Ata divulgada ontem, o Copom tirou do radar essa possibilidade, por enquanto. Com palavras e números, avisou que continuará trabalhando para que a inflação caminhe para a meta.

nflação e meta não se encontrarão neste governo,mas talvez haja esperança dessa convergência ocorrer em algum ponto do “horizonte relevante para a política monetária”. Nesse inespecífico futuro, o Brasil terá uma inflação de 4,5%. Na atual administração, isso não aconteceu. O importante, no entanto, é que o BC, mesmo sem a ajuda da política fiscal, não jogou a toalha.

Melhor assim, porque apesar da fraqueza do PIB, a inflação está acima do teto da meta e o déficit em conta-corrente se aproxima de 4% do PIB. Reduzir juros não estimularia a atividade, mas reduziria ainda mais a confiança na ação do Banco Central neste fim de mandato.

Logo no primeiro parágrafo, a Ata do Copom mostra um quadro difícil. Olhando para os números da inflação, o BC registra que a taxa em junho deste ano é de 6,52%, acima do teto da meta, e que em junho do ano passado ela também estava acima, em 6,72%. Ou seja, 12 meses e muitas elevações de juros depois, pouca coisa mudou e os preços continuam acima da margem de tolerância. Isso acontece mesmo com a estagnação econômica e a contenção dos preços da gasolina, energia elétrica e câmbio.

Como registrou o documento, a inflação permanece resistente. O economista Luiz Roberto Cunha é um dos que tem cenário de que o ano termina com o IPCA abaixo de 6,5%. Mesmo assim, Cunha lembra que há muita incerteza em relação às tarifas e a inflação de serviços permanece muito alta. “Reduzir juros agora seria perigoso”, disse.

O principal recado da Ata é afastar a possibilidade de um corte de juros este ano, interpretação que vinha crescendo no mercado a cada novo indicador de baixa da atividade e queda da confiança dos agentes econômicos. O problema é que, com esse nível de inflação, reduzir a Selic teria mais efeitos colaterais do que benefícios.

O impulso na economia não aconteceria com uma pequena redução dos juros, e o Banco Central perderia ainda mais o controle sobre as expectativas. A entrada de dólares no país seria menor, e isso colocaria pressão sobre a nossa moeda. Não haveria ganhos e se jogaria mais lenha na fogueira da inflação.

Em uma das tentativas de acabar com a impressão, o BC, no parágrafo 31 da Ata, registrou: “...o Comitê antecipa cenário que contempla inflação resistente nos próximos trimestres, mas, que, mantidas as condições monetárias — isto é, levando em conta estratégia que não contempla redução do instrumento de política monetária — tende a entrar em trajetória de convergência para a meta nos trimestres finais do horizonte de projeção.”

Embora fale em convergência para a meta, o Banco Central refez os seus cálculos para o IPCA e agora espera uma taxa mais alta tanto para 2014 quanto para 2015. É isso que ele diz no parágrafo 19, mas sem revelar os seus números.

A projeção de alta da energia elétrica subiu de 11% para 14%, o cálculo da correção dos preços administrados foi de 5% para 6% no ano que vem. O quanto será, de fato, depende muito da crise do setor elétrico, que está acumulando uma conta bilionária a ser repassada para as tarifas nos próximos anos.

O Banco Central está em um dilema. A inflação está caindo em relação ao mês anterior, mas vai passar alguns meses acima do teto da meta. O nível de atividade está diminuindo e as projeções são de crescimento pífio neste fim de mandato. Ao mesmo tempo, ele não recebe ajuda da política fiscal para combater a alta dos preços e tem pouco espaço para subir os juros em um cenário de desaceleração da economia.

É bom não esquecer que o quadro da economia internacional está estável. O mundo está ajudando. Mas quando os juros americanos começarem a subir ficará mais difícil segurar o preço da gasolina ou evitar a desvalorização cambial. Haverá, portanto, mais pressão inflacionária.

 
28 de julho de 2014
Miriam Leitão, O Globo

SEM RECUO

O Banco Central (BC) rechaçou ontem as pressões de dentro do governo e de setores do mercado financeiro para que derrube os juros básicos (Selic) já a partir da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de setembro.

No parágrafo 31 da Ata do Copom, ontem divulgada, o BC renunciou ao dialeto monetarês que tanto gosta de praticar. Foi suficientemente claro em português para indicar que, pelo menos até o final do ano, a Selic não cai abaixo dos 11% ao ano. Segue aberta a porta para que possa, eventualmente, até subir.

Algumas insistentes apostas na baixa dos juros apareceram nas últimas semanas por duas razões. Primeira, porque nos comunicados divulgados após as duas últimas reuniões do Copom ficou dito que os juros permaneceriam estáveis "neste momento", dando a impressão de que poderiam ser alterados sem prévio aviso. Segunda, porque se confirmou a expectativa de um avanço baixo demais do PIB, situação que foi inadequadamente associada à forte redução da inflação futura.

Como a inflação está resistente e, quando medida no período de 12 meses, deve avançar acima do teto da meta, a expressão "neste momento" poderia ser interpretada em sentido contrário, como o de que, a qualquer momento, o Banco Central poderia ser levado a puxar para cima os juros. Mas não foi a leitura que prevaleceu.

As principais razões pelas quais o BC não pretende reduzir os juros nos próximos cinco ou seis meses também ficam transparentes. Aqui vão três.

(1) Realinhamento dos preços - O parágrafo 27 chama a atenção para dois processos de ajuste (para cima) dos preços: "Realinhamento dos preços domésticos aos internacionais", e aqui continua atuando a alta do dólar no câmbio interno determinado entre abril de 2013 e janeiro de 2014, com algumas variações neste período. E "realinhamento dos preços administrados em relação aos livres", uma vez que é inevitável a correção das tarifas de energia elétrica, combustíveis e transportes urbanos, a ser intensificada após as eleições.

(2) Fator trabalho - O BC adverte que continua "a estreita margem de ociosidade no mercado de trabalho" (situação de pleno-emprego) e que, nessas condições, os "aumentos de salários incompatíveis com o crescimento da produtividade" criam inflação de custos.

(3) Demanda aquecida - Apesar de relativa moderação do consumo, a demanda continua mais forte do que a capacidade de oferta da economia, especialmente na área dos serviços. Isso significa que a febre se mantém relativamente alta e exige a aplicação constante de antitérmico.

A mensagem subjacente também é clara. O regime em vigor é de metas de inflação e não de metas de crescimento econômico. O fole dos juros tem de continuar a ser aplicado enquanto a inflação, que estourou o teto da meta, não voltar ao controle.

No momento, a ação do BC presidido por Alexandre Tombini tem o objetivo de recuperar credibilidade, e não ceder a pressões de dentro do governo para derrubar os juros de modo a facilitar o jogo neste período pré-eleitoral.

 
28 de julho de 2014
Celso Ming, O Estado de S.Paulo

BOLHA ELEITORAL

Se está cada vez mais difícil produzir, vender e obter lucro, na economia brasileira, de onde viria essa animação toda dos pregões?
O mercado de ações brasileiro ficou perigoso para amadores. Movimentos especulativos, a partir do resultado de pesquisas eleitorais, tornaram-se corriqueiros e ampliaram a volatilidade dos pregões. Há evidências de que pelo menos uma parte da “puxada” nas cotações não se sustenta em bases técnicas.

De março para cá, o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, descolou-se de seus congêneres de mercados emergentes. Nestes, no período, a alta, em dólar, foi de 15%, metade da elevação observada no Brasil. Outro indicador da evolução dos pregões, o índice MSCI (do banco de investimento global Morgan Stanley), aponta na mesma direção. Partindo de uma base idêntica em janeiro deste ano, o índice de emergentes subiu, até julho, pouco mais de 5%, ao passo que o MSCI Brasil avançou quase 15%.

Com a economia real despachando uma sucessão de números ruins, corroborando projeções de crescimento abaixo de 1% em 2014, inflação no teto da meta e corda esticada no setor externo, convenhamos que não é muito simples explicar desempenho tão positivo. Se está cada vez mais difícil produzir, vender e obter lucro, na economia brasileira, de onde viria essa animação toda dos pregões?

O UBS, outro banco de investimento global, encontrou a resposta na reação do mercado aos vaivéns das pesquisas eleitorais. Comparando as altas recentes com as tendências históricas e a evolução de mercados similares, o banco chegou à conclusão de que os ganhos do Ibovespa estão quase metade acima daquele que poderia ser considerado seu desempenho “normal”. Segundo o UBS, as razões para isso podem ser localizadas na influência política derivada da marcha das pesquisas eleitorais e do que delas é possível projetar sobre as chances de vitória da oposição — que analistas financeiros avaliam variar, no momento, entre 40% e 70%.

Estabeleceu-se, a partir da rejeição pelo mercado da política econômica de Dilma e do modo como a presidente, em busca da reeleição, conduz a economia, uma relação inversa entre seus índices eleitorais e os dos ativos. Quando Dilma sobe, as ações caem e o real desvaloriza. Quando cai, dá-se o inverso.

O fenômeno também explicaria parte das altas dos papéis da Petrobras, estatal presumivelmente mais exposta aos ruídos políticos, que chegaram a superar 50%, em dólar, desde março, mesmo com todos os atuais problemas enfrentados pela empresa. Nos cálculos do UBS, a parcela dessa alta devida à expectativa de uma oposição eleitoralmente mais competitiva responderia, dependendo do índice com o qual a comparação é feita, por algo entre 20% a 40% do excedente sobre o desempenho “normal" da ação.

Não é novidade que expectativas políticas influenciam mercados financeiros. Os ativos sempre balançam sob o impacto de tensões e conflitos, principalmente em regiões com abundância de recursos naturais estratégicos. Também no Brasil pós-redemocratização, eleições têm impactado os pregões. A lembrança recente mais forte remete ao segundo semestre de 2002, quando a presunção de que Lula, se eleito naquele ano, promoveria reformas antiliberais estressou o mercado e fez explodir a cotação do dólar.

Esse tipo de situação, não tão incomum, reflete uma anomalia, propícia à formação de bolhas e ao aumento das instabilidades já naturais dos mercados financeiros. No fim da história, ficou tão impossível prever o resultado das urnas, em outubro, quanto saber, neste momento, o que acontecerá quando a bolha eleitoral estourar.

 
28 de julho de 2014
José Paulo Kupfer, O Globo

CONSELHOS FINANCEIROS

Perguntaram-me por que não costumo dar conselhos sobre investimentos pessoais, mesmo tendo escrito dois livros sobre educação financeira. Respondi que não o faço pelas mesmas razões pelas quais um médico não escreve artigos receitando medicamentos para todas as pessoas que têm dor nas costas. A dor pode ser a mesma, mas os pacientes são diferentes. No mundo dos investimentos é a mesma coisa. Ademais, o ser humano tem a mania de se achar genial quando tem sucesso e de culpar os outros quando coisas ruins lhe ocorrem.

As finanças pessoais são... pessoais, e não dizem respeito apenas a investimentos. Elas dizem respeito a um plano para a vida, que tem a ver com a forma de ser da pessoa, sua filosofia de existência, seus objetivos e a forma como ganha, como gasta e como conserva dinheiro. Os investimentos financeiros (que são a ciência do dinheiro fazendo dinheiro) são apenas uma parte do plano para o tempo que nos é dado sobre a Terra.

Se quero planejar minhas finanças pessoais, antes devo responder a algumas perguntas. O que quero da vida? Como vejo o futuro? Como eu consumo? Admito sacrificar o consumo presente a fim de poupar para a velhice? Quero constituir família? Quero deixar patrimônio para os filhos? Qual a importância do dinheiro em minha vida? Sem responder a essas questões, posso acabar elaborando um plano de investimentos incompatível com o que sou e com meu projeto de vida.

Há pessoas que buscam atalhos, em geral perigosos, como sair pedindo conselhos e dicas de investimentos. Isso apenas as desvia da principal tarefa, que é conhecer a si e seus objetivos, e tomar decisões compatíveis com esses objetivos. Ninguém escapa de tomar decisões sobre dinheiro. A omissão é um tipo de decisão. Mesmo para quem não explicita sua filosofia de vida e como pensa passar seu tempo na Terra, essas questões estão presentes em suas ações cotidianas.

Observe os atos de um homem durante algum tempo e você poderá explicar quem ele é e como é em termos de suas finanças pessoais, pois os atos do homem refletem sua mente e seu pensamento. Na escolha da profissão, na gestão da carreira, na forma como ganha dinheiro, na maneira como gasta e investe estão presentes sua filosofia e seu pensamento. Mas as decisões financeiras são decisões de vida, e aquilo que me satisfaz e me faz feliz pode não servir para meu vizinho.

Se somos diferentes, o plano financeiro que funciona para mim pode não funcionar para você; por isso, um conselho é: busque o autoconhecimento, descubra o que você quer da vida e encontre um plano financeiro adequado a você. Conselhos financeiros específicos não gosto de dar. Sair dizendo para os outros coisas como “compre tal ação”, “aplique em tal ativo”, “invista em imóveis”, “invista nisto”, “fuja daquilo”, “faça tal plano de previdência”... isso realmente procuro não fazer.

Ninguém precisa ser economista nem tornar-se especialista em finanças. Conhecimentos técnicos e informações de mercado são fáceis de pesquisar e comprar. Porém, seja qual for o caminho escolhido, é importante interessar-se pelo assunto dinheiro e adquirir conhecimentos básicos. A pior atitude é viver atrás de dicas de amigos e parentes, pois, além de ser meio de fugir da necessidade de fazer algum esforço pessoal para melhorar sua educação financeira, pode ser receita de fracasso.

 
18 de julho de 2014
José Pio Martins, Gazeta do Povo, PR

O REAL CUSTO DO EMPREGO

O custo do emprego no Brasil não é elevado apenas por causa dos conhecidos encargos trabalhistas e previdenciários. A desoneração da folha salarial, com a substituição dos 20% pagos como contribuição previdenciária, está longe de pôr fim ao problema. Há uma série de outros custos para a empresa manter empregos que a tornem mais competitiva. As práticas trabalhistas geram dispêndios que vão muito além dos apresentados pelos encargos tradicionais. E essas ações são muito caras para a companhia, porque a legislação trabalhista é inadequada e não há incentivos fiscais para a gestão de pessoas.

No caso dessa legislação, o custo do emprego se torna muito alto por dois motivos. Um, por causa de leis que não são claras e, não raro, geram processos indevidos. Há muitos custos despendidos pelas companhias em processos trabalhistas que os empregadores têm de enfrentar mesmo tendo cumprido a lei, por causa das mudanças frequentes na legislação. Mesmo eles estando certos, precisam fazer sua defesa. E isso gasta tempo e dinheiro.

O outro motivo decorre da própria inadequação da legislação. Sobre o assunto, poderia citar dezenas de exemplos, mas me atenho aqui a sistemas de recompensas financeiras, que uma empresa, para ser competitiva, precisa ter como política de recursos humanos. Plano de carreira, cargos e salários é um exemplo. A CLT, no artigo 461, aponta a questão do tempo e do mérito para a existência da carreira e da diferenciação salarial entre profissionais no mesmo cargo e na mesma função. Ora, mérito, sim, mas ser obrigado a dar aumento salarial só por causa do tempo de trabalho na empresa contraria as mais modernas práticas de gestão de pessoas.

A questão de como a legislação trata os bônus pagos aos profissionais por metas atingidas é outro exemplo. Bonificar seus profissionais em razão do bom desempenho é lugar-comum nas empresas competitivas nos países economicamente avançados. Mas, no Brasil, as companhias ficam inseguras quanto ao momento em que o bônus deve ou não ser incorporado ao salário. Além disso, em ambas as situações, sobre o bônus recaem os encargos trabalhistas e previdenciários. Portanto, novamente se observa o custo aumentado no emprego por causa de uma legislação inadequada.

Mas uma empresa competitiva precisa, além de contratar o profissional, dar condições para que ele desempenhe bem suas funções. E aí se fazem necessários vários benefícios, alguns deles lacunas deixadas pelo Estado e que a empresa tem de cobrir, sem a existência de qualquer tipo de estímulo fiscal para a sua concessão. Cito três. A companhia cria creche e berçário para as profissionais mães que não têm com quem deixar seus filhos enquanto trabalham. Qual incentivo fiscal a empresa recebe para isso? Nenhum. Apenas mais custo no emprego.

A capacitação dos profissionais é outro exemplo. A firma, ao conceder bolsas de estudo a seus funcionários, tão necessárias para uma empresa ser competitiva, além de não obter incentivo fiscal, em vários casos ela é tributada por isso, como reza a Lei n.º 12.513, de 2011. Finalmente, o terceiro exemplo: quando a empresa concede transporte fretado a seus profissionais, para não ficarem exaustos com a ida e vinda ao trabalho no transporte público ineficiente, o único estímulo fiscal ganho é não ser tributada por essa concessão. Isso tudo são mais custos no emprego, hoje inevitáveis numa empresa que é, ou almeja ser, competitiva.

Poderia citar mais uma série de exemplos do que uma empresa competitiva faz em termos de gestão de pessoas, mas só observa dispêndios, em vez de incentivos fiscais. Portanto, enquanto o custo do emprego ficar apenas na discussão dos 20% da folha salarial pagos à previdência, o País estará andando para trás nesse quesito. O custo real do emprego vai muito além disso. O buraco é mais embaixo. Ele envolve ainda a caduca legislação trabalhista e a total ausência de estímulos fiscais. Nessas questões urge também agir. Mas quando vamos começar?

 
28 de julho de 2014
Sergio Amad Costa

LIVRAI-NOS DO MAL

O grau de civilização e democracia de um país também se mede por eleições polarizadas e acirradas, mas com campanhas propositivas

Uma das piores coisas que pode acontecer a um país é sair de uma eleição polarizada e movida a ódio e jogo sujo com um dos candidatos vencendo por diferença mínima — e os perdedores formando uma oposição vingativa, destrutiva e poderosa. O país trava, a democracia não avança e todos perdem. Todo mundo sabe disso, mas aqui eles só pensam naquilo, no poder, e nunca nas consequências do que fazem para conquistá-lo e mantê-lo.

Ó santa ingenuidade, alguém imagina que possa ser diferente ?

O grau de civilização e democracia de um país também se mede por eleições polarizadas e acirradas, mas com campanhas propositivas, que são decididas por poucos votos, mas resultam em avanço político e social, com a síntese de propostas do governo e da oposição. Não é utopia, é a realidade em vários países europeus, onde a vontade do eleitorado é respeitada e poucos votos a mais não dão mais direitos nem hegemonia a ninguém.

Quando eleições são decididas por diferença mínima, às vezes por golpes de sorte ou compra de votos, mais do que uma eventual vitória de um partido, isso significa que a sociedade está dividida e seus representantes eleitos terão o desafio de enfrentar os problemas do país dentro das regras democráticas.

Muito mais difícil se é um país com crescimento baixo e juros e inflação altos, e está em 79º lugar (ou 75%, segundo o governo, tanto faz) no Índice de Desenvolvimento Humano da ONU (baseado em renda, saúde e educação), que mede o que realmente interessa aos cidadãos na vida real. E pior, nos últimos cinco anos estamos avançando em ritmo cada vez mais lento em relação à média do mundo.

Fazer o quê? Imaginar um governo de coalizão no Brasil? Uma concertação à chilena? Um comportamento político civilizado? Um mínimo de racionalidade? São possibilidades risíveis no país primitivo do “nóis contra eles”. Platão já dizia que a desgraça de quem não gosta de politica é ser governado por quem gosta, mas certamente seu título eleitoral não era do Rio ou de São Paulo.

No Brasil atual, até jogar em casa e com torcida a favor virou desvantagem e justificativa para derrotas e vaias.

 
28 de julho de 2014
Nelson Motta, O Globo