"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 23 de setembro de 2017

GENERAL DETONA!







GENERAL DETONA!

23 de setembro de 2017

STF LIBERA DENÚNCIA CONTRA RENAN CALHEIROS PARA JULGAMENTO

RENAN É ACUSADO DE CORRUPÇÃO, LAVAGEM E OCULTAÇÃO DE BENS
SENADOR RENAN CALHEIROS É ACUSADO DE CORRUPÇÃO PASSIVA, LAVAGEM DE DINHEIRO E OCULTAÇÃO DE BENS. FOTO: EDILSON RODRIGUES/AGÊNCIA SENADO

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin liberou para julgamento a denúncia contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). 
O parlamentar é acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro ou ocultação de bens, direitos ou valores.

A assessoria de imprensa do STF informou que a denúncia da Procuradoria-Geral da República vai ser analisada pela Segunda Turma do Supremo, responsável pela Lava Jato.

Além do senador, o deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE) também virou réu. A denúncia foi enviada pela PGR ao STF em dezembro do ano passado e o relator iniciou a ação penal contra Rena Calheiros. 
A nova denúncia será a segunda ação penal contra o senador a tramitar na Corte, caso os ministros recebam.

23 de setembro de 2017
diário do poder

DENÚNCIA DE JANOT CONTRA TEMER PODE TER DOCUMENTOS FALSOS



Caso a falsidade dos documentos seja comprovada, o ex-procurador Rodrigo Janot entrará para a história definitivamente como Enganot (expressão de Guilherme Fiuza):

Na segunda denúncia contra Michel Temer, Rodrigo Janot cita inquéritos que o ex-advogado da Odebrecht, Rodrigo Duran, afirma terem provas falsas fornecidas pela empreiteira ao MP. Duran questiona os extratos de uma conta no Meinl Bank, em Antígua.

Entre os problemas, datas em português num documento em inglês e a movimentação da conta depois de encerrada. Na denúncia, Janot utiliza extratos do mesmo banco, com as mesmas inconsistências, para acusar Temer, Eduardo Cunha e Henrique Alves.

O extrato abaixo, por exemplo, indica intervalo de dois anos entre duas movimentações, uma em 6 de outubro de 2010 e a seguinte em 26 de setembro de 2012. Outro extrato da mesma conta mostra, entretanto, que foram feitas transações neste período.






Além disso, o extrato foi feito no dia 14 de outubro de 2016. Na data, o sistema do banco estava sob bloqueio de autoridades suíças, inviabilizando a operação.

O saldo também é alvo de suspeitas. Um extrato aponta para cerca de 1,3 milhões de dólares. Em outro, da mesma conta e data, o montante está negativo em 178 mil dólares.

Já no documento abaixo, oito transferências bancárias (book transfer) foram inseridas de forma manual, e consideradas fraude. Elas estão sublinhadas. (Veja.com).




23 de setembro de 2017
orlando tambosi

PASMEM... EM ÁUDIO, RODRIGO JANOT REVELA COMO TEMER DEIXOU O MP DE MÃOS ATADAS

DILMA ROUSSEFF E O PT TAMBÉM JÁ AMEAÇARAM EXECUTAR UMA INTERVENÇÃO DAS FFAA NO BRASIL

VILLAS BOAS AFIRMA QUE SE TEMER INSISTIR EM ABAFAR A LAVA JATO HAVERÁ UMA INTERVENÇÃO MILITAR SEVERA



Villas-Bôas afirma que seTemer insistir em abafar a Lava Jato haverá uma intervenção militar severa

Canal do Conservador
23 de setembro de 2017

CONGRESSO PREPARA GOLPE MILITAR JUNTO COM CHEFE DO EXÉRCITO A QUALQUER MOMENTO

CHEFE DE GABINETE DE JANOT SE COLOCA À DISPOSIÇÃO PARA DAR ESCLARECIMENTOS


Pelella é um nome respeitado na Procuradoria
O procurador regional da República Eduardo Pelella se colocou à disposição da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, para “qualquer esclarecimento”. Chefe de gabinete do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot, Pelella foi citado em uma conversa entre o procurador regional da República Sidney Madruga, que integrava a equipe de Dodge, e a advogada Fernanda Tórtima, que defende a JBS. No diálogo, flagrado pelo jornal Folha de S. Paulo em um restaurante de Brasília, Madruga diz a Fernanda que a “tendência” na PGR é investigar Eduardo Pelella.
Na mensagem a Raquel, Pelella afirma que, “a exemplo do que ocorreu durante todo o período de transição, estou à disposição para qualquer esclarecimento que se entenda necessário”. A investigação a que Sidney Madruga se referia provavelmente se daria sobre a atuação de membros do gabinete de Janot nas tratativas para a delação premiada de executivos da JBS. O acordo de colaboração foi rescindido após o ex-procurador-geral entender que os delatores Joesley Batista e Ricardo Saud omitiram “fatos ilícitos que deveriam ter sido apresentados por ocasião da assinatura dos acordos”.
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NOTA DA JBS
 – O mais incrível nisso tudo é a desenvoltura com que a advogada Fernanda Tórtima trafega entre os procuradores da República. Já foi noticiado que ela se encontrou também com outros membros do Ministério Público Federal, além de Madruga, que já foi dispensado da equipe de Raquel Dodge, por falar demais e sem base real, porque o procurador Pelella não é suspeito de nada(C.N.)


23 de setembro de 2017
Deu na Veja

CUNHA E FUNARO REVELAM QUEM É O HOMEM DA MALA QUE PODE COMPROMETER TEMER

Altair Alves Pinto, ex-assessor do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (Foto:  Juliana Castro/O Globo)
Este é o homem da mala Altair Pinto, que está sumido
Um dos personagens centrais da delação premiada do operador Lúcio Funaro é Altair Alves Pinto, ex-assessor do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha. Em um dos trechos da delação, Funaro afirma saber que o presidente Michel Temer recebia propina porque “o Altair comentava que tinha de entregar para o Michel”.
Altair é tão importante que os advogados de Cunha vão propor à procuradora-geral da República, Raquel Dodge, incluí-lo como colaborador ao lado do peemedebista. Cunha cita Altair como testemunha para as entregas em dinheiro vivo para operadores de Temer.
MAIS DENÚNCIAS – O delator Lúcio Bolonha Funaro afirmou em sua delação premiada que o presidente Michel Temer, a pedido do ex-deputado Eduardo Cunha, articulou audiência de Ivo Lodo e José Augusto Ferreira dos Santos, acionistas do banco BVA, com o então presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. O episódio ocorreu quando Temer era vice-presidente e a instituição financeira estava prestes a entrar em liquidação, ato consumado em junho de 2013. O ex-presidente do BC não respondeu aos questionamentos da coluna Expresso sobre o pedido de Temer para receber os representantes do BVA.
Em nota, o Banco Central informou que “o BVA sofreu, conforme ato expedido pelo então presidente do BC, intervenção em outubro de 2012 e foi liquidado em 19 de junho de 2013, em razão do comprometimento de sua situação econômico-financeira e grave violação das normas que disciplinam sua atividade, atestando a existência de passivo a descoberto e inviabilidade de normalização dos negócios da empresa. Seus ex-administradores foram punidos com multas e inabilitação pelo Banco Central”.

23 de setembro de 2017
Murilo Ramos
Época

FALA DO GENERAL FOI UM AVISO QUE MOSTROU INDIGNAÇÃO E REVOLTA COM A IMPUNIDADE

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Charge do Nani (nanihumor.com)
A posição de um general de Exército – 4 estrelas – equivale-se a de um integrante do Supremo Tribunal Federal. Se o ministro precisa ter, em tese, notáveis conhecimentos jurídicos, o militar precisa ter om profundos conhecimentos sobre o Exército que comanda: Infantaria, Artilharia, Blindados, Intendência, Engenharia … haja vista a variedade das Armas que um Exército contém e seus milhares de homens que o completam.
Portanto, o general Hamilton Mourão, ao criticar nosso sistema jurídico com respeito à impunidade que gozam os ladrões parlamentares, presidente da República e ministros, todos corruptos, indistintamente, livres, leves e soltos, tomou esta atitude com relação à sua autoridade nacional, que não mais suporta os desmandos e descalabros de que temos sido alvos permanentemente.
REAÇÕES NEGATIVAS – Surpreendem-me as reações negativas de alguns jornalistas e até comentaristas deste blog, com respeito às declarações do general, enquanto somos roubados, explorados e desprezados pelos Três Poderes!
Feriu a hierarquia? De quem? De poderes que perderam a sua ética e moral? De um presidente da República que já deveria ter sido apeado do cargo pela quantidade de crimes que cometeu contra o povo e país?
Ora, o chefe militar agiu como se espera de um cidadão brasileiro, antes de ser o que é profissionalmente, demonstrando a sua indignação e revolta com os acontecimentos que levam a sua Pátria – e nossa também – para uma situação tão caótica, que não há como reerguer mais esta nação através de eleições, diga-se de passagem, fraudulentas!
CORRUPÇÃO – Afinal das contas, faz 32 anos que as eleições pioram a cada período a situação do povo e país, a ponto que atingimos este patamar não só inédito na história como incomparável no que tange à corrupção, desonestidade, desprezo pelo cidadão e total anarquia governamental.
E corrobora este caos sem precedentes o comportamento do STF, que dá guarida aos crimes praticados pelos parlamentares quando alega não ter como julgar os processos contra os ladrões por “acúmulo“ de ações sob a sua responsabilidade, enaltecendo a impunidade, e ao liberar os ladrões presos pela Polícia Federal porque “amigos” de ministros da Alta Corte – ou preciso trazer à lembrança a decisão condenável e tendenciosa de Tofolli, quando mandou soltar o ladrão do Paulo Bernardo, aquele petista que roubava dinheiro através dos empréstimos consignados?! Ou o comportamento no mínimo preocupante de Gilmar Mendes, na sua defesa intransigente de Temer contra o procurador-geral da República?!
É UM AVISO – O general Mourão tem plena razão quando protesta e avisa que este procedimento do STF precisa ter um fim. Ou a Justiça age como deve ou esses ladrões deverão ser presos de outra forma, mesmo que seja pela atuação do Exército!
Quanto às comparações entre 1964 e 2017, absolutamente improcedentes. Se na década de 60 a ameaça era o comunismo, a ditadura do proletariado, o avanço cubano na América Latina, então questões de fora para dentro do Brasil, desta vez a ameaça de rompimento dos elos que unem o povo brasileiro parte do próprio país, de suas entranhas, corroendo a nação de dentro para fora, consequentemente muito mais grave o momento atual do que há 50 anos. Logo, nada mais correto e adequado que as FFAA se manifestem, que alertem ao povo que estão atentas à situação, e que se perdurar esta maldita impunidade elas vão intervir!
A lamentar que as vozes que se levantaram contra as palavras do general Mourão, diminuem diante da forma como somos governados, dando a entender que preferem estar à mercê de ladrões e traidores, do que aceitarem a bendita intervenção militar para dar um basta aos roubos e explorações contra o povo e país, e colocar na cadeia esses criminosos, que ainda são chamados de “Excelência”!

23 de setembro de 2017
Francisco Bendl

COMISSÃO VAI DECIDIR SE A DENÚNCIA CONTRA TEMER, PADILHA E MOREIRA SERÁ FATIADA

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Animação dos três mosqueteiros é contagiante…
Líderes de partidos do Centrão querem que a Câmara dos Deputados desmembre em pelo menos dois processos a análise da nova denúncia contra o presidente Michel Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência), apresentada pela Procuradoria-Geral da República. Já líderes governistas defendem que a análise seja feita de forma conjunta na Casa para acelerar o trâmite e evitar que os ministros fiquem vulneráveis em uma votação separada.
Nesta sexta-feira, dia 22, a Secretaria-Geral da Mesa Diretora decidiu não fatiar a denúncia, que será encaminhada à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Caberá ao colegiado definir.
MAIS CARGOS – Parlamentares governistas avaliam que o Centrão defende o julgamento separado para pressionar o Planalto por mais cargos e liberação de emendas, em troca do voto para barrar o prosseguimento da denúncia. “Não há razão para fatiamento do parecer”, defendeu o deputado Marcos Rogério (DEM-RO), um dos cotados para relatar a segunda denúncia. Além do parlamentar de Rondônia, é cotado para assumir a função o deputado Evandro Gussi (PV-SP).
A nova acusação formal contra Temer chegou nesta quinta-feira, 21, à Câmara, mas só será encaminhada à comissão na segunda-feira, dia 25, após ser lida no plenário e Temer, notificado. Na manhã desta sexta-feira, houve uma tentativa de leitura, mas a sessão não foi aberta por falta de quórum.
CRIMES CONEXOS – A decisão da Mesa Diretora de recusar o desmembramento segue interpretação do Supremo Tribunal Federal (STF) de 1990. A jurisprudência da Corte prevê que, se os ministros são acusados da prática de crime conexo ao do presidente da República no exercício do mandato, eles também precisariam de autorização da Câmara para serem processados. Diferentemente da primeira denúncia, que acusava apenas o presidente por crime de corrupção passiva, o segundo pedido incluiu os dois principais auxiliares de Temer no Palácio do Planalto na acusação de obstrução da Justiça e organização criminosa.
Líderes do Centrão argumentam que a denúncia contra o presidente deveria ser separada dos ministros porque a eventual aceitação da acusação contra Temer neste momento teria um impacto negativo na economia. Já contra os ministros, que são da área política, não haveria esse tipo de consequência.
“Uma coisa é o presidente da República, outra coisa são os ministros. A consistência do impacto que a aceitação da denúncia pode causar, até do ponto de vista econômico, é diferente”, disse o líder do PSD na Câmara, deputado Marcos Montes (MG), que comanda a quinta maior bancada da Casa, com 39 parlamentares.
RISCO À ECONOMIA – Segundo Montes, na análise da primeira denúncia contra Temer, o principal argumento usado pelos parlamentares da base para barrar o prosseguimento da acusação era que um eventual afastamento do presidente prejudicaria a economia.“Será que os ministros também causam (impacto na economia)? Acho que não”, disse. “Não estamos aqui para proteger ninguém.”
À frente da sexta maior bancada da Câmara, com 38 deputados, o líder do PR na Casa, José Rocha (BA), também defende que os ministros Padilha e Moreira sejam julgados separadamente. “Cada personagem é um personagem diferente. Tem que ver a participação de cada um na denúncia.”
Também integrantes do Centrão, PTB, Solidariedade e PSC seguem a mesma linha. “Entendo que tem que ser separado. Não pode juntar o caso específico do presidente, até porque os ministros não atrapalhariam economicamente o País”, disse o líder do Solidariedade, deputado Aureo Ribeiro (RJ).
TRÊS PARECERES – Para o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), a CCJ deve elaborar três pareceres diferentes: um para Temer e um para cada ministro. ”Tem que separar, até porque são CPFs diferentes”, afirmou. “Não estou disposto a olhar lado de ministro. Não é problema nosso. Temos que fazer dentro da legalidade.”
O líder do PSC, deputado Professor Victório Galli (MT), defende dois relatores, um para Temer e outro para os dois ministros. “A situação do presidente é de foro bem mais privilegiado.”
“Não tem cabimento julgar separado. Tem que ser junto. Se são acusados do mesmo crime (organização criminosa), não há por que julgar separado”, reagiu o vice-líder do governo na Câmara e integrante da tropa de choque de Temer, deputado Beto Mansur (PRB-SP). Ele admitiu que o julgamento separado pode deixar os ministros mais vulneráveis.
CABE À COMISSÃO? – Ao enviar a denúncia à Câmara desta vez, o Supremo não estabeleceu de que forma deve ser feita a análise dela em relação aos ministros. Técnicos parlamentares passaram a manhã de sexta-feira reunidos e decidiram não questionar formalmente a Corte sobre como a Casa deve proceder em relação aos ministros.
Em análise preliminar, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Rodrigo Pacheco (PMDB-MG), avalia que, se a PGR enviou uma única peça, não há motivo para a Câmara desmembrá-la. Técnicos da CCJ também vão estudar o tema, já que o novo pedido tem aspectos diferentes.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– Como tudo é novidade, nunca houve nada disso antes, ninguém sabe como proceder. A idéia de fatiar a denúncia seria interessante, porque abre possibilidade de Temer ser liberado para continuar governando até 31 de dezembro de 2018, mas Eliseu Padilha e Moreira Franco seriam afastados e processados pelo Supremo. De toda forma, isso significa anos e anos de tramitação, quando forem condenados já estarão tão velhos que não fará diferença ficarem deitados assistindo televisão em casa ou na cadeia. (C.N.)


23 de setembro de 2017
Deu em O Tempo
(Agência Estado)

GOVERNO TEMER BOICOTA INVESTIGAÇÕES DE CONTAS NO EXTERIOR, DENUNCIA JANOT

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Serra pediu demissão quando ia ser investigado
No início deste ano, quando ainda chefiava o Ministério Público, o então procurador-geral da República Rodrigo Janot se reuniu com o presidente Michel Temer a fim de pedir autorização do governo para uma investigação internacional que envolveria o então ministro das Relações Exteriores José Serra. Passados pouco mais de sete meses (período no qual Serra deixou o governo, Rodrigo Janot apresentou duas denúncias contra Temer e teve o mandato encerrado como procurador-geral), a autorização para início das apurações, por meio da formação de uma força-tarefa com investigadores da Espanha, ainda não saiu.
O episódio, desconhecido até então, foi narrado em tom de indignação pelo próprio Janot no mês passado, durante uma reunião de trabalho com procuradores-gerais sul-americanos em Brasília.
DESABAFO – Na ocasião, Janot desabafou sobre como o governo brasileiro, segundo ele, vinha dificultando a liberação de equipes conjuntas de investigação.
Essas equipes consistem, basicamente, de forças-tarefa compostas por investigadores brasileiros e estrangeiros, para atuar no Brasil e em países que buscam ajuda para apurar suspeitas envolvendo brasileiros em seus territórios.
Como envolvem dois países, a liberação das equipes passa pelo Executivo, que representa o Estado brasileiro em âmbito internacional.
EMBARAÇOS – Na reunião de trabalho, em 23 de agosto, na sede da Procuradoria Geral da República, Janot desabafou com colegas de países vizinhos sobre “embaraços” do governo brasileiro às investigações. Deu como exemplo um pedido da Espanha, feito no ano passado, envolvendo Serra. A fala foi gravada e obtida com exclusividade pelo G1.
“Houve a criação, no âmbito do Ministério da Justiça, de órgão chamado DRCI [Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Internacional], que originalmente não tinha essa vocação, que depois absorveu a matéria de formação de equipes conjuntas. Depois, ao longo do tempo, se viu que o objetivo foi exatamente esse: de criar embaraços na formação dessas equipes conjuntas, de um lado, e, de outro, ter acesso às provas sigilosas que muitas vezes envolvem pessoas do próprio Executivo”, disse Janot .
O CASO SERRA – O agora ex-procurador-geral contou que a Espanha havia identificado uma empresa que transferia dinheiro para campanhas de políticos brasileiros e recebia suborno quando contratada no Brasil. Segundo Janot, os espanhóis já haviam, inclusive, identificado o caminho do dinheiro e o pagamento do suborno.
O problema, disse à época, era que a tramitação do assunto no governo passaria por um dos suspeitos: o próprio Serra, então ministro das Relações Exteriores. Segundo Janot, caberia a ele, como chanceler, produzir o texto que formalizaria a equipe de investigação conjunta.
“Eu, naquela época, eu ainda não tinha uma ação penal contra o presidente nem investigação. Fui ao presidente da República e disse: ‘Presidente, como é que nós vamos montar uma equipe conjunta cujo objeto é investigar o chanceler se esse ato deve ser feito pelo chanceler?’ Depois que o DRCI libera a parte técnica, ele é feito pelo chanceler’”, contou Janot, narrando sua conversa com Temer.
TEMER ENGAVETOU – Segundo Janot, Temer teria respondido que o texto seria tratado, então, pela Casa Civil e pelo Ministério da Justiça. “Isso tem uns seis meses. Não houve um ato de instrução sequer no pedido de investigação de equipe conjunta com a Espanha”, desabafou Janot com os procuradores sul-americanos, no mês passado.
A agenda oficial da Presidência registra uma reunião entre Janot e Temer no dia 15 de fevereiro, às 17h30. Uma semana depois, em 22 de fevereiro, Serra pediu demissão do cargo de ministro, alegando problemas de saúde.
Procurados pelo G1 por meio de suas respectivas assessorias, o Palácio do Planalto e o senador José Serra não quiseram comentar o episódio e as suspeitas. Janot também não quis se manifestar sobre suas declarações.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Como a explosiva reportagem de Renam Ramalho é muito extensa, dividimos o texto por assunto. Nesta primeira parte, que se refere a Serra, comprova-se que o Brasil é o país da piada pronta, porque Janot tinha de pedir ao então chanceler Serra que autorizasse investigações sobre contas do próprio Serra. É a Piada no Ano em nível internacional. (C.N.)


23 de setembro de 2017
Renan Ramalho
G1, Brasília