"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

PAR OU ÍMPAR

Eventual acordo da Petrobras com a Bolsa de Nova York pode colocar Lula e Dilma na linha de tiro

petrobras_17Com a decisão de adiar a divulgação o balanço trimestral e a alegação de que os escândalos de corrupção teriam afetado os resultados da empresa, a Petrobras potencializou sua difícil situação na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE), onde as ações da petrolífera verde-loura já frequentaram o palco do vedetismo do mercado acionário internacional, mas atualmente são vendidas abaixo de US$ 11 por lote.

Com base nas regras do mercado local, a Securities and Exchange Comission (SEC) – equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) – decidiu investigar a Petrobras e seus dirigentes por causa da enxurrada de corrupção que colocou a estatal brasileira na vala do descrédito.
Já há nos Estados Unidos um movimento silencioso de investidores para responsabilizar os executivos da Petrobras pelos prejuízos milionários, o que pode exigir que a empresa, para continuar comercializando seus papeis na NYSE, opte por um Termo de Ajustamento de Conduta com a SEC.

No contraponto, a legislação norte-americana, no âmbito da Foreign Corrupt Practice Act (FCPA), pune com pena de prisão os cidadãos que corrompem autoridades no exterior. A FCPA foi ampliada e passou a contemplar também as empresas estrangeiras que operam nas Bolsas de Valores dos Estados Unidos e que por ventura se envolvam em casos de corrupção em seus países de origem ou fora deles. Para quem imagina que os EUA não combatem a corrupção, uma empresa que instalou cabos de fibra ótica na cidade de São Paulo teve alguns de seus dirigentes pesos por subornarem integrantes da prefeitura paulistana.

Caso a única saída da Petrobras para continuar operando na Bolsa de Nova York seja o Termo de Ajustamento de Conduta, é importante destacar que toda a diretoria da estatal brasileira estará na mira da FCPA, começando pelo Conselho de Administração da petrolífera, que à época do escândalo de corrupção tinha a petista Dilma Rousseff como presidente do colegiado. Isso significa que ao pé da lei norte-americana Dilma poderá ser condenada juntamente com seus parceiros de Conselho.

Entre o que determina a lei dos Estados Unidos de combate à corrupção e o que poderá acontecer com Dilma Rousseff em termos efetivos há uma enorme distância. Afinal, a Casa Branca certamente entrará em cena para impedir que algo mais grave aconteça com a presidente brasileira.
Não fosse a questão diplomática, a Justiça dos Estados Unidos deveria aplicar com o devido rigor e sem excepcionalidades a FCPA, punindo, em território norte-americano, todos os responsáveis pelo maior escândalo de corrupção da história brasileira, que saqueou os cofres da Petrobras e arruinou a credibilidade da estatal.

A Petrobras precisa decidir o que de fato fará em relação à Bolsa de Nova York, pois aceitar o TAC significa reconhecer que houve um enorme escândalo de corrupção na empresa, com a anuência do governo federal e do Conselho de Administração. Em outras palavras, se a Petrobras quiser salvar a própria pele terá de colocar Luiz Inácio da Silva e Dilma Rousseff no patíbulo da forca.

A presidente da República não está preocupada com o antecessor, por isso adotou o discurso de que no seu governo a Petrobras teve uma administração menos turbulenta. Ou seja, Dilma começa a disparar contra Lula, que há muito trabalha nos bastidores contra sua pupila.
Dilma também tenta passar à opinião pública a ideia de que foi sob o seu comando que diretores da Petrobras, envolvidos no escândalo, foram demitidos. A presidente tem o direito de sonhar, mas não pode acreditar piamente que os brasileiros de bem cairão nessa esparrela oficial.

17 de novembro de 2014
 

BOCA FECHADA

Acusado de sumir com R$ 30 milhões destinados ao PMDB, Edison Lobão ainda não falou sobre o Petrolão

edison_lobao_13Desde que embarcou para a Austrália, onde participou da cúpula do G20, a presidente Dilma Rousseff foi constantemente informada sobre a decisão de muitos dos 39 ministros de colocarem os respectivos cargos à disposição.

Essa onda de desprendimento resultou de uma ação do ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, que agiu a mando da própria presidente da República.

Dilma aproveitou sua ausência para pressionar os assessores, como forma de ter mais liberdade de escolher a próxima equipe ministerial.
Mentira das grandes, pois o que a presidente quis com essa atitude foi mostrar ao antecessor, Luiz Inácio da Silva, quem manda no governo.

Os ministros têm colocado os cargos à disposição de forma escalonada, mas no meio dessa barafunda oficial chama a atenção o sumiço de Edison Lobão, ainda ministro de Minas e Energia, que desapareceu da cena política antes o primeiro turno das eleições.

Senador do PMDB maranhense, Lobão foi jogado no olho de um escândalo sem precedentes, envolvendo dinheiro grosso e ilegal.

Um alto executivo de empreiteira, que está encalacrada na Operação Lava-Jato, da Polícia Federal, destinou ao PMDB a bagatela de R$ 30 milhões para ajudar nas principais campanhas eleitorais da legenda, sendo que o dinheiro teria sido entregue ao ministro Lobão.
Por questão de segurança e para manter boas relações com a cúpula do partido, o doador da dinheirama decidiu telefonar para alguns dos destinatários com o intuito de saber se tinham recebido a parte que lhes cabia.

Como sabem os leitores do UCHO.INFO, o dinheiro sumiu e, segundo informações de bastidores, teria sido despejado na conta de campanha de Edison Lobão Filho, suplente de senador e derrotado na disputa pelo Palácio dos Leões, sede do Executivo maranhense. Os parlamentares que se sentiram lesados foram reclamar para o também senador José Sarney (PMDB-AP), que para a sorte do Brasil deixa o Parlamento ao final de janeiro do próximo ano.

Como se nada tivesse acontecido e sem dar explicações públicas sobre o que pode ser mais um escândalo na esteira do Petrolão, o ministro de Minas e Energia adotou um silêncio obsequioso.
Não se tem notícia de que o imbróglio tenha sido solucionado nos bastidores da cúpula peemedebista, mas é certo que no vácuo da Operação Juízo Final – sétima fase da Lava-Jato – que mandou para a cadeia alguns dos principais executivos das grandes empreiteiras do País, o assunto há de ressuscitar.

Palco do maior escândalo de corrupção da história nacional, a Petrobras está no guarda-chuva do Ministério de Minas e Energia, sem que Edison Lobão, que não sabe a diferença entre gasolina e etanol, tenha voz ativa na empresa loteada a mando do Palácio do Planalto.
Com medo de ser arrastado para o olho do furacão, Lobão covardemente desapareceu.
Não se dignou até agora, depois da grave acusação, a fazer qualquer comentário sobre o Petrolão.
Possivelmente porque sabe que em algum momento poderá ser flagrado com a mão na cumbuca.

17 de novembro de 2014
ucho.info

CASO DE POLÍCIA

Oposição quer explicações sobre o novo escândalo que envolve o fundo de pensão dos Correios

corrupcao_19Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) apresentará nesta semana requerimento de informação questionando o Ministério das Comunicações sobre a aquisição feita pelo fundo Postalis de um terreno em Cajamar (SP) pertencente à empresa Latam Real Estate New Zeland, conforme publicado pela revista Época.

O parlamentar considerou o negócio suspeito e afirmou que o mesmo precisa ser analisado pelas autoridades competentes. De acordo com Bueno, existem muitas dúvidas sobre os negócios realizados pelo Postalis e destacou o temor dos beneficiários pela gestão temerária praticada por dirigentes do Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos (Postalis).

No documento, Rubens Bueno questionará, entre outros pontos, os motivos de o terreno não ter sido adquirido diretamente pelos Correios e de as obras para receber o novo centro da empresa não terem sido concluídas. O parlamentar ressaltou que, além da aquisição poder representar um grande prejuízo ao fundo de pensão, o lote não utilizado também traz problemas para a saúde financeira do Postalis.

“Essa compra chama a atenção. Primeiro seria feita com uma pessoa. Quando o negócio estava para ser concluído, o proprietário desiste e vende por R$ 40 milhões a menos para uma empresa situada no mesmo prédio da embaixada brasileira na Nova Zelândia, que tem como sócio o advogado do primeiro proprietário e que depois vende para o Postalis por R$ 194 milhões. Um milhão a mais do que seria pago no início. Junte a isso envolvimento de políticos e gestores do grupo. Temos que analisar e o primeiro caminho será cobrando explicações do ministério que é responsável pelos Correios”, disse.

O parlamentar ressaltou que o fundo tem como dever realizar investimentos que possam trazer rentabilidade e não sucessivos prejuízos. Ele destacou que as associações que representam os funcionários dos Correios, os maiores interessados pelo fundo, já demonstraram publicamente descontentamento com a administração do Postalis.

“O Plano de Benefícios do Postalis já apresenta um déficit de R$ 1,85 bilhão e as entidades que representam os funcionários temem que os recursos garantidores não cubram integralmente os compromissos projetados a longo prazo. Já alertamos o governo para que deem atenção especial à situação financeira do segundo maior fundo de pensão do Brasil. O governo federal tem o dever de garantir uma administração competente para evitar que milhares de brasileiros sejam prejudicados”, cobrou.

Ao subir a rampa do Palácio do Planalto juntamente com o ex-metalúrgico Luiz Inácio, agora lobista de empreiteira, o partido dos Trabalhadores deflagrou um plano para se apoderar do Estado brasileiro em todas as suas instâncias, operação que se deu a sombra da delinquência política. Essa ação criminosa mereceu destaque do UCHO.INFO nos anos de 2004 e 2005, ou seja, ainda no primeiro governo Lula, quando o editor do site identificou a conexão dos muitos escândalos de corrupção que chacoalharam e ainda chacoalham o Brasil.

O Mensalão do PT, esquema criminoso operado pelo Palácio do Planalto para comprar, por meio de polpudas mesadas, a base aliada, veio à tona a partir de uma negociação espúria em uma das diretorias dos Correios.
A partir de então, o Brasil não mais conseguiu ter um dia sequer sem um escândalo, seja novo ou desdobramento.
Empresa pública que durante décadas foi sinônimo de confiança e credibilidade, os Correios foram alvo de um criminoso aparelhamento por parte do PT, sendo que internamente conta com profissionais competentes e de carreira.
No momento em que a bandalheira política chega ao fundo de pensão dos funcionários da empresa está na hora de chamar a polícia.

17 de novembro de 2014
ucho.info

EXCERTO PERTINENTE DA ENTREVISTA COM JOÃO DIONISIO AMOÊDO SOBRE O POLÊMICO PROGRAMA BOLSA FAMÍLIA


"Do ponto de vista custo-benefício, esse é o melhor programa do Estado. O custo é baixo, de 25 bilhões de reais, menor que o do seguro-desemprego, que deve consumir 35 bilhões de reais este ano.
O maior mérito do Bolsa Família é fornecer o dinheiro às pessoas, que  podem usá-lo da maneira que elas acharem mais adequado. Podem comprar comida no supermercado, ou a roupa de que precisam, onde quiserem, na rede privada.
Não foi preciso que o governo construísse supermercados e comprasse alimentos.
O modelo é parecido com o que  gostaríamos  de fazer na saúde e na educação, em que os mais pobres receberiam uma ajuda  financeira, um "voucher" e poderiam escolher a escola que desejassem para seus filhos, o hospital que melhor os atendesse. Não há necessidade de o governo construir colégios, clínicas,  contratar educadores, médicos, nem adquirir equipamentos.
O único 'porém' do Bolsa Família é não ter um objetivo definido. Afinal, ele existe para perpetuar as pessoas na pobreza, ou para tirá-las de lá?
No meu entender, a medida do seu êxito deveria ser a redução do número de usuários.
Minha impressão é que querem manter a população na pobreza. Digo isso porque o governo parece festejar sempre que o número de usuários cresce."

17 de novembro de 2014
(João Dionisio Amoedo, Presidente do Partido Novo, Revista Veja)

OS LIMITES DO MALABARISMO


"As leis econômicas podem  ser desrespeitadas por algum tempo sem sanções drásticas imediatas, mas seu abuso constante e prolongado traz consequências desastrosas. E o que procura mostrar a  reportagem de Veja que analisa a tentativa da presidente Dilma Rousseff de alterar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O objetivo da presidente é conseguir a aprovação no Congresso de um projeto que apague da coluna de gastos os investimentos e as desonerações tributárias.
Simplificando, isso equivale a um pai exigir do gerente do banco que não subtraia de sua conta os valores dos cheques que ele passou para pagar a escola dos filhos e o seguro-saúde - pois essas despesas resultaram em benefícios para a família.
É essa mesmo a justificativa de Dilma ao pedir a mudança na LDO. Os investimentos do PAC e as desonerações do IPI são, inegavelmente úteis ao país e, portanto, não deveriam ser computados como gastos.
Faz sentido?
(...) Ser legal não torna um gasto invisível. Para efeito contábil, os cheques dados para pagar a escola ou o seguro-saúde não diferem daqueles passados nos bares e lojas de artigos de luxo.
Da mesma forma, os gastos do governo, sejam de boa ou má qualidade, devem ser computados na coluna de débitos.
(...) O que um governo não pode fazer impunemente, mesmo aquele que age com a melhor das intenções, é esperar leniência das leis econômicas. Cedo ou tarde vai chegar a conta por gastar mais do que arrecada. Ela virá na forma de perda de credibilidade, que eleva exigências dos credores internos e externos do Brasil, levando ao aumentos dos juros e este ao resfriamento ainda mais profundo da economia com queda no nível de emprego.
Não há emenda na LDO capaz de impedir esse desfecho. Por isso, o melhor caminho sempre é o da transparência."

17 de novembro de 2014
Revista Veja, Carta ao Leitor

É BOM SABER... QUE NÃO SÃO FRASES DE EFEITO.

"A SITUAÇÃO É MUITO PIOR DO QUE SE PODERIA ESPERAR, COM O CAMARADA (O EX-DIRETOR DA PETROBRAS, PAULO ROBERTO COSTA) CONFESSANDO QUE RECEBIA PROPINA".     José Jorge, que na semana passada deixou o TCU, no Valor Econômico.


"O CAPITALISMO PODE SER PROBLEMÁTICO, MAS TODOS CRESCEM, QUANDO ADOTAM REGRAS CORRETAS. NENHUM PAÍS COMUNISTA FUNCIONOU. É UMA UTOPIA DESNECESSÁRIA".    Lech Walesa, ex-presidente da Polônia e um dos fundadores da organização sindical Solidariedade, um dos símbolos da resistência à extinta União Soviética, em entrevista a O Estado de São Paulo, na esteira das comemorações dos 25 anos da queda do Muro de Berlim.


"O MUNDO ESTÁ A BEIRA DE UMA NOVA GUERRA FRIA. ALGUNS ESTÃO ATÉ DIZENDO QUE ELA JÁ COMEÇOU".      Mikhail Gorbachev, ex-líder soviético, ao participar das comemorações do 25o. aniversário da queda do Muro.


"POR QUE NO SETOR PRIVADO A GOVERNANÇA TENDE A FUNCIONAR E NO SETOR PÚBLICO NÃO?  (PORQUE) NÃO HÁ TEMOR DE MORTE NO GOVERNO. DEUS CRIOU A DOR E A MORTE, DOIS FATORES DECISIVOS. ISSO VALE VIDUALMENTE E PARA AS  INSTITUIÇÕES".       Jorge Gerdau, empresário em um encontro realizado na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan)


17 de janeiro de 2014
Revista Veja

NA MEMÓRIA DE DRUMMOND, UM CASO DE AMOR PERDIDO

 



O bacharel em Farmácia, funcionário público, escritor e poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), um dos mestres da poesia brasileira, no poema “Memória”, relembra o amor perdido.

MEMÓRIA

Carlos Drummond de Andrade


Amar o perdido
deixa confundido
este coração.


Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.


As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão.


Mas as coisas findas,
muito mais que lindas,
essas ficarão.


17 de novembro de 2014

        (Paulo Peres – site Poemas & Canções)

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

Dilma já era! Será sem nunca ter sido...


Os jornalões, como o Estadão, já escancaram na primeira página e em editoriais a tese sabida pela maioria dos brasileiros com um mínimo de bom senso. É impossível que o Presidente Lula da Silva e a Presidenta Dilma Rousseff não tenham sabido dos escândalos na Petrobras. Duas razões simples justificam a tese: nada se decide naquela empresa sem o aval do controlador majoritário, a União Federal, comandada pelo titular do Palácio do Planalto (ou controlada pela governança do crime organizado?). Assim, Lula e Dilma ficam na inevitabilidade de serem denunciados por responsabilidade.
 
A situação de Dilma é ainda mais grave. Ela foi "presidente" do Conselho de Administração da Petrobras, durante a gestão presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva, o eterno Presidentro. Se insistir na tese inacreditável de que não sabia de nada, assina o atestado de que pecou por incompetência gerencial e tem responsabilidade solidária, com a diretoria da empresa, pelos desmandos de corrupção. Só por milagre Dilma escapará de processos movidos nos Estados Unidos. Uma chefe de Estado acionada civil e criminalmente não tem condições morais de permanecer no cargo. Seu impeachment é inevitável pelo Petrolão.
 
Se não cair pelas maracutaias na Petrobras, Dilma tem enormes chances de sofrer impedimento ao ser denunciada por crime de responsabilidade (na verdade, irresponsabilidade) por descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal. A base governista terá imensa dificuldade, mesmo sendo maioria no Congresso, para aprovar uma ilegal mudança das regras do jogo na Lei de Diretrizes Orçamentárias. Será temerário autorizar o governo a usar sua "contabilidade criativa" para esconder um rombo nas despesas federais. Se isto ocorrer, o Congresso terá cometido um GOLPE - no pior estilo do socialismo bolivariano.
 
 
Os mesmos parlamentares que podem dar o golpe estão apertadinhos. Uns 70 deles temem que seus nada santos nomes apareçam nas delações premiadas e acordos de leniência da Operação Lava Jato. Os executivos de empreiteiras presos pelo juiz Sérgio Fernando Moro, o Homem de Gelo da 13a Vara Federal, vão dedurar seus colaboradores políticos na corrupção bilionária. Exatamente diante do risco de o parlamento ter de passar por uma faxina imediata é que Dilma Rousseff pode aproveitar o momento de tensão e medo para propor aos "companheiros do Congresso" uma salvação golpista, no melhor estilo bolivariana. Eles salvam ela de cair por irresponsabilidade fiscal e o governo (não se sabe como) fará de tudo para salvá-los de futuras punições judiciais.
 
Nesse cenário absolutamente imoral, Dilma perdeu completamente as condições mínimas de governabilidade. A incapacidade de lidar com a crise econômica que seu desgoverno criou será  a tampa do caixão. Dilma já era! Seu segundo mandato já acaba antes mesmo de começar. A ingovernabilidade é um fato objetivo. Só um golpe em estilo bolivariano pode salvar a cúpula da República Sindicalista de acabar sem direitos políticos ou, na pior hipótese para a nazicomunopetralhada, até na cadeia.
 
Dilma entrará para a História como a Presidenta Porcina. Aquela que foi sem nunca ter sido.
 
Prato indigesto do momento
 
 
Mas tem a turma da AJA querendo comer o fígado de molusco...
 
Frozen Dilma
 
Dilma indo...
 
 
                           
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus. Nekan Adonai!

17 de novembro de 2014
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.
 

ENVELHECER SEM ENVILECER

 
 
"A Instituição será maculada, violentada e conspurcada diante da leniência de todos  aqueles que não pensam, não questionam, não se importam, não se manifestam” (MAFS)
 
A invasão do Hospital Central do Exército por elementos do  Ministério Público Federal, ditos da “Justiça de Transição”, caracterizados pela repetição como manipulam a lei vigente, tem como fito a busca, ilegal, da condenação de militares, pois, já anistiados. São eles, reconhecida e comprovadamente, guiados por viés ideológico e revanchista. A agravar que a invasão se dá sob o beneplácito do Ministério da Defesa, subordinado a um governo, cumpridor das diretrizes do malsinado “Foro de São Paulo”, que se torna, a cada dia, menos legitimado, sob acusações e investigações de corrupção, sem paralelo na História do País.
 
Sem dúvida, tal fato é mais uma afronta ao Exército, inaceitável para todos os militares, do passado e do presente, que são conscios do que representa a Instituição no desenrolar da História Pátria e do que projeta sua imagem, através dos tempos, perante a Nação, como fator exponencial de união nacional, de manutenção da lei e da ordem e de defesa das liberdades individual e coletiva. A derrota da subversão armada comunista, em 35 e em 64, são exemplos históricos, ainda recentes, da ação patriótica da Instituição e de seus chefes de então, os quais, apoiados pela expressiva maioria da população, atuaram contra a tentativa de rompimento da ordem constitucional (em 64, liderada por um presidente ilegítimo), o que não pode cair no esquecimento, dando lugar a uma nova estória, criada pela corja comunista e corrupta que se apossou do governo do País.
 
A aceitação silente e subserviente de tais afrontas, pois, já são numerosas, ordenada pela máfia petista, não se justifica, principalmente, tendo em vista a grave situação em que se encontra o País, instável sociopolitica e econômicamente, e em face das obrigações constitucionais das FFAA, estas de natureza política e que fazem da Instituição Armada um ator político de peso, quer queiram ou não os seus chefes e a desmoralizada classe política.
 
Há que mostrar, ainda, retaliação que ocorre com a mudança de nome da Brigada 31 de Março, agora, simplesmente designada como Brigada de Monhanha, apagando parte gloriosa de sua História.
 
Mas, se esquecem que estão, também, querendo apagar a MINHA HISTÓRIA e a de tantos outros militares que integraram o Destacamento Tiradentes, dando início à revolução, em 31 de março de 64. Estão querendo apagar juramento sagrado, convicções arraigadas, valores perenes, o crédito e o respeito por antigos comandantes, autênticos líderes, e o orgulho do que fizemos em prol do Brasil e pela manutenção da liberdade da Nação brasileira. COVARDIA INACEITÁVEL!

Há que  ENVELHECER SEM ENVILECER!

17 de novembro de 2014
Marco Antonio Felício da Silva é General na reserva.

PT ITANIC VAI A PIQUE


 
Vou contar uma "historinha", mas que é para adultos e terá duas conotações; uma no Brasil e outra no primeiro mundo.
 
No Brasil, ladrões de alto escalão, digo ladrões executivos, da iniciativa privada ou ladrões e corruptos do próprio governo. 
 
Para quem não sabe, no Brasil, esse cargo existe. Quando tem a prisão preventiva decretada, dirigem-se às delegacias em jatinhos particulares; outros procuram um hotel cinco estrelas nas proximidades do local da intimação e chegam com um batalhão de advogados.
 
Para nós cidadãos resta ver o circo, lamentar, chorar e pagarmos a conta.
 
No primeiro mundo, essa mesma historinha faz parte do anedotário em bares e pubs gerando sorrisos e divertimentos.
 
Gente, vamos mudar para o primeiro mundo?
 
17 de novembro de 2014
Humberto de Luna Freire Filho é Médico.

PAÍS SEM RUMO


15 de novembro de 2014! Um país dividido, o povo brasileiro absolutamente polarizado entre “comunopetistas” e oposição. Uma situação periclitante muito bem conduzida/forjada pelo método “gramscista” de tomada do poder. Há que se considerar a coesão destes dois blocos antagônicos.
 
O de esquerda muito mais organizado, aglutinado, tiranicamente determinado no seu projeto de permanência no poder, com liderança incontestável e militância numerosa, capaz de sustentar uma guerra civil de longa duração, no mais extremo significado da expressão.
 
O “anticomunopetista”, desarticulado entre partidários de uma intervenção militar de curto prazo, para colocar a casa em ordem, e outra temerosa/avessa a este recurso, acreditando, quem sabe, numa possibilidade de “impeachment” a ser motivada pela esbórnia em que o País está se chafurdando faz 12 anos.
 
Realmente, está difícil de se encontrar o “caminho entre as pedras”. Essa conversa para boi dormir de que o governo está determinado a apurar o megaescândalo da PETROBRÁS, parece que todos os brasileiros já ouviram ladainha semelhante, é repetição “ipsi líteris” da embromação protagonizada pelos governantes petistas quando do, agora rebaixado, miniescândalo do “mensalão”.
 
Preclaro cidadão brasileiro! Atenção! Quantos mensaleiros ainda estão no xadrez? Mas a estratégia “gramscista” não para, ela continua solerte e rasteira, minando as vontades, corrompendo consciências, convencendo os incautos e, o que é pior, diminuindo cada vez mais as possibilidades de uma reação, curta e grossa pelas FFAA, com possibilidade de sucesso.
 
Que não se duvide, nossas FFAA nunca mais irão prolongar um período de intervenção, entretanto, acredito, generais são promovidos para salvar a Pátria em momentos de crise, e as crises serão uma constante, até o final deste governo desgovernado, com manifestação em todos os campos do poder!
 
Mas que também não tenhamos a crença de que esta situação se resolva da noite para o dia. O tal “tranco forte” já perdeu a sua oportunidade há muito tempo. A escalada da corrupto/subversão é avassaladoramente mais grave do que em 1964. Os comunopetistas não vão se entregar facilmente, nem por mal nem por bem. MST, separatismo indígena, quilombolas, racismo cotista, crime organizado, brigada cubana de (6000) paramédicos, acordo MST/BOLIVARIANOS, militantes (600.000) petistas de carteirinha, a grande realidade é que o alto comando das FFAA está vendo a banda passar de há muito, não tendo mais hoje capacidade para se contrapor, em tempo útil, de forma a evitar uma guerra civil.
 
Eu não tenho dúvidas que esta liderança militar vai aparecer de um momento para outro. Todavia, a carga de vicissitudes que este oficial-general, da ativa e com “quatro estrelas”, vai ter que enfrentar só está aumentando a cada dia que passa. O inimigo está dispondo de todo o tempo do mundo para se preparar/adestrar, de forma a tornar a tarefa redentora dos militares mais difícil.
 
Princípios de guerra mais comezinhos estão sendo olvidados por quem estudou na AMAN, na Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais e na própria Escola de Comando e Estado-Maior do Exército. “Eles”, os comunopetistas” à paisana, sabem em quem vão atirar, os soldados não! Não precisa muito, só as missões no “complexo do alemão” e na “favela da maré” contra o crime organizado, eminentemente de contraguerrilha urbana, estão aí para comprovar.
 
A chamada “reserva raivosa” (quanta injustiça!) está cansada de fazer estes “alertas”, mas não vai desistir. O tempo está passando e temos filhos e netos nas fileiras. A reserva está absolutamente ciente que a intervenção vai provocar a morte de alguns dos nossos, mas, não duvida também que, quanto mais tarde, a sangueira será cada vez pior. Gostaria de estar enganado, porém, com esta disparada de “carro de fogo” pela banguela, vislumbro dias sombrios para as nossas FFAA.
 
De qualquer forma, vamos estar juntos nas trincheiras!
 
17 de novembro de 2014
Paulo Ricardo da Rocha Paiva é Coronel de Infantaria e Estado-Maior, na reserva.

OS COMPANHEIROS PRIVATIZARAM A VERDADE


Teste de história para o 3" ano do ensino médio, numa escola particular do Rio de Janeiro bem colocada no ranking acadêmico:
 
"O presidente eleito (FHC) governou o Brasil por dois mandatos, iniciando a consolidação da política neoliberal no país, principiada pelos presidentes Collor e Itamar Franco. Sobre os dois mandatos (1995-2002), pode-se afirmar que se caracterizam:
 
e) pelo limitado crescimento econômico; privatização das empresas estatais; diminuição do tamanho do Estado; e apagão energético, que levou ao racionamento e ao aumento do custo da energia.
 
A alternativa "e", acima, é a resposta correta, segundo o professor que aplicou o teste. As quatro alternativas erradas são recheadas de bondades sociais, naturalmente identificadas pelos isentos elaboradores do teste com os governos do PT - muito distantes das maldades neoliberais de FHC. É muito grave o que acontece no Brasil. Um arrastão que mistura má-fé e credulidade empreende uma lavagem cerebral no país.
 
Vamos repetir o termo, para destacá-lo da frase anterior, que ficou um pouco longa: lavagem cerebral.
 
O exemplo acima é um retrato triste, vergonhoso, do que se passa nas bases da civilização brasileira. A transmissão do conhecimento no Brasil está empesteada pelo vírus ideológico - aquele que sabota a cultura e prostitui a verdade. Nada, absolutamente nada, pode ser mais grave para uma civilização. A quebra da confiança no saber destrói uma sociedade. Quando os monstros nazistas e comunistas foram pegos na mentira, o flagelo social já estava consumado - com a complacência da coletividade.
 
O PT caminha para 16 anos no poder. Engana-se quem vê inflação e recessão como os piores produtos de uma gestão desonesta. O pior produto é o envenenamento das instituições - gradual, sorrateiro, letal. O brasileiro, esse ser dócil, acha que o julgamento do mensalão foi um filme de época. Recusa-se a perceber que aquele golpe (submeter o patrimônio público a interesses partidários) se aprofunda há 12 anos. O PT montou uma diretoria na Petrobras para a sucção bilionária do dinheiro do contribuinte. Qual é o grande escudo para mais esse assalto?
 
É a lavagem cerebral. O Brasil engole o assalto petista porque está embriagado dos clichês de bondade, associados aos heróis da vagabundagem. Eles são administrativamente desastrosos e contam com grande elenco de pilantras condenados, mas pelo menos não são "neoliberais de direita". É esse o truque tosco do teste escolar aqui citado.
 
O que é uma "política neoliberal", prezados mestres da panfletagem? Por acaso vocês se referem à abertura econômica do país, com o avanço de prosperidade dela advindo? Claro que não.Vocês citaram "neoliberal" como um palavrão, cuspido pelo filho do Brasil num desses palanques em que ele mora. Vocês não têm nem uma pontinha de vergonha de resumir os anos FHC a um "limitado crescimento econômico" - tendo sido esse o governo que deu ao Brasil uma moeda de verdade?
 
Não, Ok. Vocês não têm vergonha de nada. Nem de escrever que, nesse período, se deu "a privatização das empresas estatais". Como assim? Todas? Acrescentem ao menos: com exceção de empresas como Petrobras, Correios e Banco do Brasil, que permaneceram públicas para que os companheiros pudessem fazer nelas seus negócios privados. Vocês também poderiam, prezados mestres da educação brasileira, escrever que FHC privatizou a telefonia agonizante e, assim, melhorou a vida dos pobres. Não, desculpem: os pobres pertencem a vocês, e a seus patrões petistas. "Privatização das empresas estatais" - mais um palavrão ideológico, cuspido nos ouvidos de estudantes adolescentes. Prezados professores: vocês são uns covardes.
Nem merece retificação a referência ao "apagão" - que só aconteceu nas suas mentes obscuras. O que vocês devem admirar é a mentira progressista das tarifas de energia e gasolina, que finge dar ao consumidor o que rouba do contribuinte. Ou os truques da contabilidade criativa e do adestramento de dados no Ipea e no IBGE.
O país é hoje comido por dentro. Só passará no vestibular se responder a uma questão, antes de qualquer outra: Dilma sabia ou não sabia do petrolão? Tapem os ouvidos, prezados lavadores de cérebros.

17 de novembro de 2014
Guilherme Fiúza é Jornalista. Originalmente publicado na revista Época.

DGI - DIRETÓRIO GERAL DE INFORMAÇÕES


 
O Diretório Geral de Informações (DGI) é o serviço cubano de Inteligência externa. Está sob a jurisdição do Ministério do Interior (MININT), sendo que o seu diretor durante mais de 30 anos, foi Manuel Piñero Losada (falecido em 1998, em Havana, em um estranho acidente de automóvel), que era também Vice-Ministro do Interior, envolvido em atividades de Inteligência desde 1959. Entre os três vice-ministros do Interior, Piñero Losada era o primeiro em precedência.
O DGI passou a existir quando a “Seção M” da Diretoria de Segurança do Estado (DSE), que até então era a responsável pela segurança externa, tornou-se o núcleo do novo serviço de Inteligência. Seu Quartel-General, em Havana, é conhecido como o Centro Principal e suas divisões maiores são denominadas Seções que, por sua vez, compõem-se de Birôs.
As Seções Operativas são: II-1 (América Latina), II-2 (Europa Oriental), III (Escritórios na Rússia, República Checa, República Eslovaca, Alemanha, Canadá, México e Nações Unidas), III-1 (Atividades Ilegais), V (África).
As Seções de Apoio são: II-2 (Contatos), IV (Pessoal), N-1 (Serviços Técnicos), Centro de Documentação e Logística.
A Seção II-1 (América Latina) tem 6 ramificações: Colômbia, Venezuela e Equador; Brasil e Uruguai; Argentina, Chile e Peru; República Dominicana e Haiti; América Central; Bolívia. O DGI mantém escritórios ou Centros no exterior (apenas em países com os quais Cuba mantém relações diplomáticas).
 
Poucos detalhes são conhecidos sobre as operações que a Seção II-1 desenvolve nos países em que tem seus interesses. Alguns de seus agentes são orientados pelo Centro, em Paris, responsável pelo apoio que era ministrado aos movimentos de libertação nacional na América do Sul nas décadas de 60 e 70.
 
O Centro, de Paris, implantou e dirige endereços postais, naquela cidade, para utilização pelos movimentos revolucionários que atuam nos países sob a jurisdição da Seção II-1, para comunicar-se com Havana.
 
A Seção II-2 (Europa Ocidental) compõe-se de 7 Birôs: Áustria, Itália, Portugal, Reino Unido, Suíça, França e Bélgica. Cada um desses Birôs é responsável pelo apoio ao Centro correspondente, no estrangeiro. Os Centros da Seção II-2 estão localizados nas representações diplomáticas de Cuba em Viena, Roma, Lisboa, Madri, Londres, Genebra, Paris e, possivelmente, Estocolmo, cobrindo os países escandinavos. Na Grécia e Chipre, por não representarem interesse algum para o DGI, não existem Centros.
 
A Seção III divide-se em 9 ramificações: CIA, Contra-Revolução, ONU, México, Canadá, Rússia, Checoslováquia (agora dividida em 2 países), a então Alemanha Oriental e um Grupo de Apoio, para a fabricação de documentos, conhecido como o “Pessoal do Diosdado”.
 
É conhecida, também, a existência de um escritório unificado de Contra-Revolução que tem como finalidade operacional penetrar na comunidade de exilados cubanos em Miami, a fim de detectar quaisquer planos de ação hostis a Cuba, especialmente através de infiltrações na Ilha. Sobre este tema, recorde-se que foram presos e condenados nos EUA, sob a acusação de espionagem, cinco cubanos (Antonio Guerrero Rodriguez, Fernando Gonzalez Llort, Gerardo Hernandez Nordelo, Ramón Labañino Balazar e René Gonzalez Sehwerert), membros desse Escritório de Contra-Revolução. Todavia, em 9 de agosto de 2005, a Corte de Apelações de Atlanta revogou as sentenças e ordenou um novo julgamento.
 
O Birô das Nações Unidas dá apoio às atividades da delegação cubana naquele organismo internacional.
 
O “Pessoal do Diosdado”, pequeno em sua estrutura, providencia documentação de toda e qualquer natureza: passaportes, vistos, carteiras de identidade, certidões de nascimento e óbito; obtém os timbres e os selos das diversas embaixadas; material de expediente de todos os países e amostras dos diferentes tipos de papel fabricados em cada país; responsabiliza-se pela aquisição de mapas, fotos de aeroportos, horários de ônibus, trens e aviões. Em geral, fornece todo o tipo de informações necessárias a uma viagem, inclusive e principalmente no que diz respeito à travessia ilegal de fronteiras. Muitos terroristas treinados em Cuba regressaram a seus países clandestinamente devidamente instruídos pelo “Pessoal do Diosdado”.
 
O Centro da cidade do México é, provavelmente, o responsável pelo apoio às operações clandestinas nos países da América Latina e EUA. Quanto ao Centro da DGI, em Praga (antes da divisão da Checoslováquia em dois países) tinha a atribuição de prover as necessidades de transporte, hospedagem e documentação dos revolucionários dos movimentos de libertação nacional, a caminho de Havana, para treinamento ou consultas. “Che Guevara, quando saiu do Congo, em 1965, ficou algum tempo hospedado em um apartamento, em Praga, antes de dirigir-se à Bolívia” (entrevista de Ulisses Estrada Lescaille, companheiro de Che, no siteRebelión, em 16 de agosto de 2005).
 
A Seção II-1 (Atividades Ilegais), originariamente integrante da Seção III, da qual se desligou em 1968, é ativa em recrutamento, instrução e infiltração. A ela cabiam determinadas atividades no antigo bloco comunista.
 
Quanto à Seção III-2 (Contatos), ela foi criada com a missão de prover as diversas Seções do DGI, e seus Centros no exterior, de domicílios de conveniência, pontos de coleta de informes, abrigos e locais de reunião. É também responsável pelas ligações oficiais com outras organizações do governo cubano.
 
A Seção IV (Pessoal) tem a missão de recrutar e treinar todo o pessoal do DGI, bem como selecionar o pessoal para serviço no Corpo Diplomático. Posteriormente, foram-lhe atribuídas outras tarefas.
 
A Seção V (África) era a responsável pelas ligações com o comando dos militares em operações na África, dirigindo e controlando todas as atividades de guerrilha naquele Continente. Segundo indícios, essa Seção incluía também o Oriente Médio.
 
A Seção N-1 (Serviços Técnicos) supre os oficiais e agentes do DGI com sistemas clandestinos de comunicações e presta todo o auxílio técnico necessário às operações das demais Seções. Esse apoio técnico compreende uma unidade fotográfica, uma unidade de codificação e cifragem, uma unidade de despistamento e uma unidade áudio.
 
Pouco se conhece sobre o Centro de Documentação, além do fato de que nele estava alocado um “conselheiro” soviético. Possivelmente esse Centro seja o Arquivo Geral do DGI.
 
A Seção de Logística encarrega-se da alimentação, do vestuário e do alojamento dos agentes chamados a Havana, assim como das necessidades administrativas e logísticas das diversas Seções do Centro Principal.
 
Com o fim dos chamados movimentos de libertação nacional, na década de 80, a queda do Muro de Berlim em Nov 89, o fim da Alemanha Oriental e do bloco socialista em 1990, bem como o fim da União Soviética em 1991, todo esse planejamento de funcionamento do Diretório Geral de Informações teria sido, evidentemente, reformulado.
 
Uma referência deve ser feita ao Departamento de Operações Especiais, órgão a cargo das Tropas Especiais, unidade paramilitar vinculada ao Ministério do Interior, através da qual militantes dos movimentos de libertação nacional, escolhidos pelo Departamento América, recebem treinamento militar em Cuba. Recorde-se que, quando da deposição de Salvador Allende, no Chile, um grupo de Tropas Especiais estava no país, comandado por um Oficial-General cubano.
 
Sabe-se que oficiais desse Departamento mantêm contatos diretos com membros do aparato militar de determinados movimentos de libertação e de alguns partidos de esquerda que não se libertaram da tática suicida da luta armada. A supervisão geral de tais contatos é, no entanto, do Departamento América.
 
17 de novembro de 2014
Carlos I. S. Azambuja é Historiador.

A CORRUPÇÃO SISTÊMICA


O escândalo da Petrobras está produzindo reações curiosas no governo, alguns até mesmo engraçados, se o momento não fosse trágico. Anuncia-se que o PT pretende questionar no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a escolha, por sorteio, do ministro Gilmar Mendes para relator das contas da campanha presidencial do partido em 2014. Por sorteio, ressalte-se, e a mando do presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, o mais próximo ao PT de todos os integrantes do Supremo Tribunal Federal. Nunca vi tamanha confissão de culpa.
 
Também o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo deitou falação sobre a politização das investigações, insinuando que a oposição está querendo ter um terceiro turno da eleição que perdeu. Logo quem, o mesmo que acabara de dizer que a presidente Dilma havia determinado que as investigações prosseguissem, doam a quem doer. Como se a presidente tivesse o poder de mandar parar as investigações se quisesse. Além do mais, Cardozo abriu uma investigação para punir delegados envolvidos na Operação Lava-Jato por terem expressado opiniões pessoais de crítica ao governo e apoio à candidatura oposicionista em uma página do Facebook fechada ao público.
 
Com isso, os petistas mais afoitos querem identificar razões partidárias para os vazamentos de partes dos depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Yousseff. Tanto os membros do Ministério Público quanto o juiz Sérgio Moro, responsável pelas investigações, saíram em defesa dos delegados da Polícia Federal, e não fariam isso se vissem no comportamento de algum deles desvios que pudessem prejudicar as investigações.
 
O importante é que o sistema que está sendo revelado mostra que toda sustentação política dos governos petistas é montada na base da corrupção, os partidos indicando diretores de órgãos estatais simplesmente para deles retirar dinheiro para financiar suas campanhas, e claro que os benefícios pessoais se impõem. Então dividem os órgãos estatais e os ministérios por partidos, e cada um que é nomeado sabe exatamente por que está sendo nomeado, para que e o que tem que fazer. E a investigação já mostrou que o mesmo esquema existe em outras áreas do governo, que ainda serão investigadas.
 
É evidente que essa maneira de fazer política, que foi aprofundada absurdamente nos anos petistas, tem que parar, não há país que aguente uma situação dessas por tanto tempo. Esse sistema de distribuição de ministérios para partidos, de divisão de diretorias de empresas públicas para partidos para montagem de governo está falido.
 
Não apenas isso, prejudica a imagem do país no exterior e afugenta os investidores sérios, prejudica a economia do país e prejudica sobretudo os mais pobres pois monta-se um governo disfuncional.  É preciso mudar, e a crueza dos fatos vai se encarregar dessa mudança. Provavelmente no próximo mês, ou no máximo no início do próximo ano vamos ter uma relação de 70 a 100 políticos desfilando diante da opinião pública como implicados nesses desvios de dinheiro da Petrobras.
 
Serão governadores, senadores, deputados, ex-governadores, ex-senadores, ex-deputados, a maior parte será indiciada e julgada pelos tribunais superiores. Estamos na verdade passando por um processo que está em curso desde o mensalão. Um processo que está sendo construído, depurado, e a consequência dessa depuração deve ser a mudança de nosso sistema político-eleitoral.
 
É muito difícil fazer uma reforma dessa profundidade com o Congresso, pois em tempos normais os deputados e senadores querem manter o sistema que os elegeu. Mas numa crise como a que estamos passando, e ainda vai piorar, é o momento da oportunidade para mudar. O PT não inventou a corrupção, mas inventou um método sistêmico de corrupção que perpassa todo o organismo governamental. Isso nunca houve.
 
Havia esquemas de corrupção localizados, pessoas corruptas atuando, mas nunca houve um esquema desse porte organizado pelo governo. A ideia de que é tudo igual ajuda a quem está envolvido com essas denúncias. Não é todo mundo igual, nunca houve um partido que tenha chegado ao poder e que tenha montado um esquema dessa amplitude.
 
Além do mais, esse esquema de corrupção que o PT montou nesses 12 anos faz com que o país não tenha condições de se desenvolver. Uma estrutura de 40 ministérios para financiar sua base eleitoral inviabiliza qualquer governo, perdemos competitividade, perdemos produtividade. Além de todas as decisões de cunho econômico equivocadas, temos um governo disfuncional.

17 de novembro de 2014
Merval Pereira é Jornalista e membro das Academias Brasileira de Letras e de Ciência. Originalmente publicado em O Globo em 16 de novembro de 2014.

O QUE PENSAM OS COMENTARISTAS SOBRE O PETROLÃO? E VOCË? O QUE PENSA DO PETROLÁO?

SABOTAGEM NA CPMI DO PETROLÃO... COMO ACREDITAR NO FUTURO DAS INVESTIGAÇÕES?!

LAVA JATO: PF SUSPEITA QUE A ROUBALHEIRA PETISTA TAMBÉM ACONTECE NAS HIDRELÉTRICAS


Em 2010, Lula visitou Jirau e declarou:  “Não podemos mais fazer hidrelétricas como na década de 50, que se prometia um monte de coisa e não se cumpria, tanto o governo quanto os empresários”. Agora dá para entender. Ele estava falando com o sócio do PT na obra.
 
A Polícia Federal investiga se o esquema operado pelo doleiro Alberto Youssef alcança também negócios no setor elétrico. Nas investigações da Operação Lava-Jato, os agentes encontraram na mesa de João Procópio de Almeida Prado, acusado de ser o braço-direito do doleiro, uma planilha identificada como “Demonstrativo de Resultado - Obra Jirau”, com a contabilidade da Camargo Corrêa na obra da hidrelétrica construída no Rio Madeira, em Rondônia, com financiamento de R$ 7,2 bilhões do BNDES.

A empreiteira foi uma das sócias do consórcio que arrematou a concessão até 2012, quando vendeu sua participação. Segundo o Ministério Público Federal, Prado era o elo do esquema de Youssef com a Camargo Corrêa. Ele é concunhado de João Ricardo Auler, presidente do conselho de administração da Construções e Comércio Camargo Corrêa, um dos presos na Lava-Jato.

Youssef disse à Justiça que Auler foi seu principal contato na construtora antes de Eduardo Hermelino Leite, atual vice-presidente da empresa, preso preventivamente. Leite é o único executivo de empreiteira, até agora, acusado pelo doleiro de ficar com parte do dinheiro da propina a ser dividido com os políticos. Procurada, a Camargo Corrêa informou que o Prado “jamais prestou serviços” para a construtora e que desconhece a planilha citada.

Segundo o MPF, Prado era de extrema confiança do doleiro. Operava as contas no exterior, controlava depósitos e pagamentos fora do Brasil, e era também encarregado da abertura de empresas offshore, em nome dele ou de terceiros. Entre os dias 3 e 13 de março passado, Prado, Youssef e Leonardo Meirelles movimentaram € 1,06 milhão de uma conta da Elba Services, na Suíça, para a DGX Import, em Hong Kong.

Youssef afirmou que o primeiro contato que teve com a Camargo Corrêa foi acompanhando o ex-deputado federal José Janene, do PP, um dos flagrados no mensalão e que faleceu em 2010. A reunião foi com João Auler.
A Camargo Corrêa participou de duas grandes obras da Petrobras investigadas na Lava-Jato: a modernização da Repar, refinaria que fica no Paraná, com sobrepreço apontado pelo TCU de R$ 633 milhões e da Unidade de Coqueamento da Refinaria Abreu e Lima, com danos ao erário já identificados de R$ 613,2 milhões. A Camargo Corrêa também fez repasses de R$ 2,875 milhões para a Costa Global, empresa de consultoria do ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa. Os depósitos foram feitos cinco meses após a saída de Costa da estatal, mas ele disse à Justiça que os pagamentos eram propinas.

EMPRESAS PAGAM ADVOGADOS

Para o MPF, é estreita a ligação de alguns dos principais executivos de empreiteiras com Youssef. Os mais próximos do doleiro seriam Leite, da Camargo, Ricardo Pessoa, da UTC/Constram, e Mateus Coutinho, da OAS.

Um dos exemplos está no depoimento da contadora do doleiro, Meire Poza. À Justiça, ela disse que em março, quando foi deflagrada a primeira fase da Lava-Jato, ela e Prado ficaram responsáveis por buscar dinheiro na Camargo Corrêa e na UTC para pagar os advogados dos presos ligados ao doleiro. Meire visitou a UTC, que teria se comprometido a dar R$ 500 mil para pagar os advogados de Enivaldo Quadrado e Carlos Alberto da Costa, ligados ao doleiro.

Depois, Meire disse ter se desentendido com os interlocutores. Um dos presos na última sexta-feira, o advogado Carlos Alberto Costa e Silva, segundo ela, acabou sendo acionado para fazer o “meio de campo” com as empreiteiras.

A UTC se tornou sócia de Youssef em empreendimentos na Bahia. A empresa se associou em 2010 à GFD, de Youssef, no hotel Web Salvador Iguatemi e na compra de terreno em Lauro de Freitas, por R$ 5,3 milhões. Para que a sociedade se concretizasse, foi aberta Sociedade em Cota de Participação, tendo a UTC como sócia ostensiva e a GFD como sócia participante. A UTC é uma das contratadas para obras na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), no Rio Grande do Sul. No total, os negócios da empresa com a Petrobras superam R$ 8 bilhões. 

Ao GLOBO, a UTC informou que é sócia da GFD num empreendimento específico, o Dual Medical&Business, em Lauro de Freitas, e que a Sociedade em Cota de Participação é um instrumento temporário, usado no setor imobiliário, a ser encerrado ao fim do empreendimento (início de 2016). Confirmou que os custos foram divididos e ressaltou que não há nenhum tipo de sociedade entre as duas empresas. De acordo com a nota, UTC e GFD são cotistas no Web Hotel de Salvador ao lado de outros investidores. A empresa informou que detém 30% das cotas e que a GFD tem 37% e que as documentações foram encaminhadas ao MPF. Sobre o pagamento de advogados, confirmou que foi procurada por Meire Poza, mas que a ajuda foi negada.
 
(O Globo)

17 de novembro de 2014
in coroneLeaks