"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 18 de julho de 2015

BARCO À DERIVA

PMDB QUER O MICHEL FORA DA ARTICULAÇÃO POLÍTICA


Brasília - O PMDB vai puxar a escada e deixar a Dilma com a broxa na mão. O partido planeja sair da base do governo e já pressiona o vice Michel Temer para tomar uma posição antes de ser criticado publicamente por ainda tentar reorganizar um governo que parece biruta de aeroporto, como disse muito bem o senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES). Os peemedebistas acreditam que a Dilma planeja levá-los para sepultura juntos e para isso opera nos bastidores para envolver os caciques do partido na lama da operação Lava-Jato. Com essa tática, ela traz para o esgoto o seu vice, que hoje exerce um papel irrelevante na nomeação dos rebentos em órgãos públicos. Eduardo Cunha, o presidente da Câmara, iniciou o processo da dissidência ao anunciar o rompimento com o governo.

Michel já foi alertado de que pode ficar falando sozinho se não se desgarrar do Palácio do Planalto, onde se apresenta em coletivas de imprensa ao lado de Edson Silva, o Edinho, e de Aloizio Mercadante, homens de confiança da Dilma, envolvidos no escândalo da corrupção da Petrobrás. Os caciques do PMDB não querem mais carregar o fardo pesado do governo que leva o país para o caos econômico e social. E essa decisão de sair da base já chegou aos ouvidos da Dilma que, na definição de Lula, “ouve mas não escuta”.

Agora, com a decisão da Procuradoria da República do Distrito Federal, de abrir processo para apurar a influência de Lula nos empréstimos do BNDES nos países da África e da América Central, a conspiração contra a Dilma vai se intensificar. Fragilizado, o ex-presidente vai novamente apontar seus mísseis para o Palácio do Planalto, acusando a Dilma, de mais uma vez, não mover uma palha para tirá-lo das enrascada da Lava-Jato e das garras da Justiça que cerca a sua atuação no exterior a serviço da Odebrecht.

De quebra, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, ainda promete bombardear o governo quando voltar do recesso. Se isso realmente ocorrer com a abertura das CPIs do BNDES e dos Fundos de pensão não resta outra alternativa ao Michel que não seja a de sair da articulação e se juntar aos peemedebistas descontentes para encontrar uma solução constitucional de alternância do poder. Se o julgamento do TCU for desfavorável a Dilma, o presidente da Câmara estaria com a faca e o queijo nas mãos para desferir o golpe mortal na presidência: abertura do processo do impeachment.. Além disso, o TSE ainda vai julgar as contas de campanha que foram abastecidas com dinheiro roubado da Petrobrás, como acusou o presidente da UTC, Ricardo Pessoa, em delação premiada.

O burburinho político de Brasília descansa um pouco agora no recesso, mas a conspiração não para. Michel Temer deve aproveitar esse intervalo para visitar os estados mais representativos da federação e consultar as bases do partido, como fez esta semana no Rio de Janeiro quando juntou o PMDB para discutir a crise que abala o governo da Dilma, do qual ele também é partícipe. Mesmo em um estado que recebe rios de dinheiro do governo federal para o evento dos Jogos Olímpicos, o que ele ouviu de alguns correligionários sobre a presidente o deixou de orelha em pé.

Os caciques do partido temem que a permanência de Michel na articulação política o contamine com a lama do Planalto. Por isso, eles querem preservar a imagem do vice para uma eventual substituição da Dilma se realmente a opção for pelo impeachment. Michel, habilidoso, vai saber o momento certo para pular do barco à deriva, desde que alguém lhe jogue uma boia segura neste momento de incertezas.



18 de julho de 2015
Jorge Oliveira

LULA PEDE SUSPENSÃO DE INQUÉRITO ABERTO PELO MP

E TENTA DESQUALIFICAR QUEM O INVESTIGA POR TRÁFICO DE INFLUÊNCIA


DEFESA DE LULA TAMBÉM PEDE ABERTURA DE PROCEDIMENTO CONTRA PROCURADOR (FOTO: ANDRÉ DUSEK/ESTADÃO CONTEÚDO) 


A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003/2010) entrou com uma reclamação disciplinar no Conselho Nacional do Ministério Público para requerer apuração da conduta do procurador Valtan Timbó Mendes Furtado – autor do pedido de Procedimento de Investigação Criminal (PIC) contra Lula por suposto tráfico de influência em favor da empreiteira Odebrecht no exterior.

Em nota divulgada nesta sexta-feira, 17, o Instituto Lula informou que sua defesa pediu ‘nulidade de inquérito irregular à Corregedoria do Ministério Público’.

A suspeita é de que a Odebrecht teria obtido vantagens com agentes públicos de outros países por meio de influência do petista, que deixou o Palácio do Planalto no fim de 2010. Reportagem do jornal O Globo revelou recentemente que o ex-diretor de Relações Institucionais da empreiteira Alexandrino Alencar acompanhou Lula em uma viagem por Cuba, República Dominicana e Estados Unidos, em janeiro de 2013. A empresa teria custeado as despesas do voo do ex-presidente, mesmo não sendo uma viagem de trabalho para a empreiteira. No documento do voo, está registrado como “passageiro principal: voo completamente sigiloso.” A empreiteira é uma das investigadas na Operação Lava Jato.

Na nota em que informa sobre a reclamação ao Conselho Nacional do Ministério Público, o Instituto Lula faz referência a um outro procedimento, sob condução da procuradora Mirella de Carvalho Aguiar. “O Instituto Lula tem colaborado e prestado todas as informações solicitadas pela procuradora Mirella de Carvalho Aguiar. Mas, diante do espanto da abertura de um Procedimento Investigatório Criminal (PIC), sem nenhum indício de crime, e isso está nos despachos dos procuradores, e pelas diversas irregularidades na abertura do PIC, os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentaram nesta sexta-feira, 17, uma reclamação disciplinar ao Conselho Nacional do Ministério Público, para requerer apuração da conduta do procurador Valtan Timbó Mendes Furtado, autor do pedido de abertura do PIC contra o ex-presidente”, diz o texto.

A representação pede a suspensão do inquérito, abertura de sindicância e processo administrativo disciplinar referente às atitudes de Furtado. De acordo com os advogados do ex-presidente, houve ‘violação dos deveres funcionais’ por parte do procurador. Na avaliação dos advogados, ‘ao interferir na apuração preliminar conduzida pela procuradora titular Mirella de Carvalho Aguiar, (Furtado) desconsiderou prazos e instâncias do próprio Ministério Público, além de ignorar a manifestação de defesa de Lula’.

“O único fundamento apresentado pelo procurador Valtan Furtado para a prática do ato, qual seja, a iminência do esgotamento do prazo de tramitação da Notícia de Fato, note-se, é falso”, afirma a nota divulgada pelo Instituto Lula. “E, de qualquer forma, como já exposto, não havia qualquer fato novo ou urgência a justificar a mitigação do princípio do promotor natural.”

Segundo o Instituto, Furtado instaurou o PIC contra o ex-presidente em 8 de julho de 2015, um dia antes de serem protocolados junto ao Ministério Público os esclarecimentos da defesa de Lula aos questionamentos da Notícia de Fato -’portanto, desconsiderando o direito de ampla defesa garantido pela Constituição ao ex-presidente’.

“O prazo final para a entrega da defesa do ex-presidente, conforme definição da procuradora titular, era 11 de julho. Já o prazo final para o processo de apuração preliminar como um todo, que antecede a decisão de abertura do PIC, era 18 de setembro.”

O Instituto destaca que “Furtado assumiu a autoria do PIC desconsiderando que os substitutos naturais de Mirella, que está em férias, deveriam ser integrantes do 1º, 2º ou 3º Ofícios de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal”.

“O procurador não integra nenhum desses órgãos”, diz a nota.

“Em conclusão à lista de irregularidades do processo, Furtado tentou ainda promover a quebra de sigilo fiscal e de correspondência de Lula e de seu Instituto por meio de pedido de compartilhamento de informações com a Operação Lava Jato, ainda que a mesma não esteja investigando o ex-presidente ou o Instituto Lula.”

“Vê-se, com isso, que houve um verdadeiro atropelamento, desrespeito e tumulto ocasionado pelo procurador Valtan Furtado nas investigações preliminares em curso no âmbito da ‘Notícia de Fato’, o que macula inexoravelmente a sua isenção funcional e ipso facto, a própria idoneidade e higidez da investigação levada a efeito na ‘Notícia de Fato’”, destaca o texto. (AE)


LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DO INSTITUTO LULA


NOTA À IMPRENSA



Defesa de Lula pede nulidade de inquérito irregular à corregedoria do MP

São Paulo, 17 de julho de 2015,

O Instituto Lula tem colaborado e prestado todas as informações solicitadas pela procuradora Mirella de Carvalho Aguiar. Mas diante do espanto da abertura de um Procedimento Investigatório Criminal (PIC), sem nenhum indício de crime, e isso está nos despachos dos procuradores, e pelas diversas irregularidades na abertura do PIC, os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentaram nesta sexta-feira (17) uma reclamação disciplinar ao Conselho Nacional do Ministério Público, para requerer apuração da conduta do procurador Valtan Timbó Mendes Furtado, autor do pedido de abertura do PIC contra o ex-presidente.

A representação pede a suspensão do inquérito, abertura de sindicância e processo administrativo disciplinar referente às atitudes de Furtado. De acordo com os advogados, houve “violação dos deveres funcionais” por parte do procurador, que, ao interferir na apuração preliminar conduzida pela procuradora titular Mirella de Carvalho Aguiar, desconsiderou prazos e instâncias do próprio Ministério Público, além de ignorar a manifestação de defesa de Lula.

“O único fundamento apresentado pelo procurador Valtan Furtado para a prática do ato, qual seja, a iminência do esgotamento do prazo de tramitação da Notícia de Fato, note-se, é falso. E, de qualquer forma, como já exposto, não havia qualquer fato novo ou urgência a justificar a mitigação do princípio do promotor natural”, aponta a peça.

Furtado instaurou o PIC contra o ex-presidente em 8 de julho de 2015, um dia antes de serem protocolados junto ao Ministério Público os esclarecimentos da defesa de Lula aos questionamentos da Notícia de Fato -portanto, desconsiderando o direito de ampla defesa garantido pela Constituição ao ex-presidente. O prazo final para a entrega da defesa do ex-presidente, conforme definição da procuradora titular, era 11 de julho. Já o prazo final para o processo de apuração preliminar como um todo, que antecede a decisão de abertura do PIC, era 18 de setembro.

Além disso, Furtado assumiu a autoria do PIC desconsiderando que os substitutos naturais de Mirella, que está em férias, deveriam ser integrantes do 1º, 2º ou 3º Ofícios de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal. O procurador não integra nenhum desses órgãos.

Em conclusão à lista de irregularidades do processo, Furtado tentou ainda promover a quebra de sigilo fiscal e de correspondência de Lula e de seu Instituto por meio de pedido de compartilhamento de informações com a Operação Lava Jato, ainda que a mesma não esteja investigando o ex-presidente ou o Instituto Lula.

“Vê-se, com isso, que houve um verdadeiro atropelamento, desrespeito e tumulto ocasionado pelo procurador Valtan Furtado nas investigações preliminares em curso no âmbito da ‘Notícia de Fato’, o que macula inexoravelmente a sua isenção funcional e, ipso facto, a própria idoneidade e higidez da investigação levada a efeito na ‘Notícia de Fato’”, destaca o texto.



18 de julho de 2015
diário do poder

PEDIDO DE VISTA PODE COMPLICAR CEDRAZ DE VEZ

PEDIDO DE VISTA TORNA SITUAÇÃO DO PRESIDENTE DO TCU INSUSTENTÁVEL


AROLDO CEDRAZ CADA VEZ SE COMPLICA MAIS EM RAZÃO DAS ATIVIDADES DO FILHO. 


O pedido de vista do presidente do TCU, Aroldo Cedraz, de processo de interesse da empreiteira UTC, pode ter selado a sua sorte. Datado de 14 de novembro de 2012, o pedido adiou por duas semanas a decisão sobre a anulação da licitação de obras na usina nuclear de Angra 3, afinal favorável à UTC. Se o achaque de R$ 1 milhão revelado por Ricardo Pessoa, dono da UTC, foi feito entre o pedido de vista e a decisão do TCU, a situação de Aroldo Cedraz se complicará de vez.

O pedido de vista de Aroldo Cedraz pode ter-lhe possibilitado conhecer o teor do parecer do relator do caso, ministro Raimundo Carreiro.

Ricardo Pessoa disse, em delação premiada, que Tiago, filho de Aroldo Cedraz, pediu-lhe R$ 1 milhão para o relator Raimundo Carreiro.

Se antes do pedido de vista Carreiro já havia se posicionado contra a área técnica do TCU, que queria anular a licitação, isso pode isentá-lo.

Ricardo Pessoa contou também à Justiça que pagava R$ 50 mil por mês a Tiago Cedraz para receber “informações privilegiadas” do TCU.



18 de julho de 2015
diário do poder

EX-DIRETOR DA PETROBRAS, RENATO DUQUE NEGOCIA DELAÇÃO PREMIADA

EX-DIRETOR DO PT NA PETROBRAS, RENATO DUQUE PODE VIRAR DELATOR



RENATO DUQUE, EX-DIRETOR DA PETROBRAS, QUER ABRI NO O BICO NA LAVA JATO. FOTO: CASSIANO ROSÁRIO/AE 

O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque estuda firmar um acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato. Duque está preso preventivamente desde 16 de março e é apontado como elo do PT no esquema de pagamento de propinas na estatal.

O advogado Alexandre Lopes, que defende o ex-diretor, disse ontem que “não é impossível” que ele faça contribuição premiada por causa de sua situação psicológica, mas negou que ele já tenha fechado o acordo com o Ministério Público Federal.

Segundo o advogado, caso Duque decida fazer a delação, o acordo será mediado por outro escritório de advocacia. Ontem o ex-diretor da Petrobras ficou em silêncio durante a audiência na Justiça Federal em Curitiba em ação penal na qual responde por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Na mesma ação, também são réus o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e outros 25 investigados.

A defesa de Duque pediu ao juiz Sérgio Moro uma “entrevista prévia e reservada” antes da audiência marcada para a tarde de ontem.

O ex-diretor da Petrobras foi preso após a Polícia Federal sob a acusação de tentar ocultar patrimônio não declarado na Suíça por meio da transferência de 20 milhões de euros para uma conta no Principado de Mônaco. Ele teria assumido o cargo com o apoio do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu - que nega a indicação.

Vaccari

O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto também ficou em silêncio na audiência na Justiça Federal no Paraná. Ao juiz Sérgio Moro, que decretou sua prisão em 15 de abril na 12.ª etapa da Operação Lava Jato, o ex-tesoureiro não quis responder perguntas sobre a acusação do Ministério Público Federal.

Vaccari seguiu orientação de seu advogado, o criminalista Luiz Flávio Borges D’Urso. “Não existe absolutamente nada contra Vaccari, por isso ele nem depôs. Não há nada a responder porque não há nada contra Vaccari”, afirmou o advogado.

Na avaliação do criminalista, nos autos “não há nenhuma prova que corrobore o que foi dito pelos delatores” - o lobista Augusto Mendonça, o doleiro Alberto Youssef e o ex-vice-presidente da Camargo Corrêa Eduardo Leite. “O que consta da denúncia contra Vaccari é a palavra dos delatores, nada mais”, disse o criminalista.

Segundo os delatores, o ex-tesoureiro teria captado dinheiro do esquema de corrupção e desvios na Petrobras para o partido.

A defesa de Vaccari entrou com novo pedido de habeas corpus, agora no Superior Tribunal de Justiça. O pedido deverá ser analisado pelo ministro Francisco Falcão.

Lavagem

Além desta ação penal, Duque e Vaccari são réus também na Justiça Federal no Paraná em outro processo criminal. Eles foram denunciados pela força-tarefa da Lava Jato pela prática de lavagem de dinheiro no total de R$ 2,4 milhões, entre abril de 2010 e dezembro de 2013.

Segundo o Ministério Público Federal, uma parte da propina que teria sido paga para Duque foi direcionada por empresas do grupo Setal Óleo e Gás, controlado por Mendonça para a Editora Gráfica Atitude.

O pagamento foi feito a pedido de Vaccari, tesoureiro do PT de 2010 até este mês, quando foi preso pela Lava Jato. Os procuradores da força-tarefa sustentam que existem, ainda, “vários indicativos de ligação da Gráfica Atitude com o PT”. (AE)


18 de julho de 2015
diário do poder

NA PARTILHA, PT DEU A COLLOR DUAS DIRETORIAS DA BR DISTRIBUIDORA



Acredite:
Além de Ferrari, Lamborghini e Porsche, Collor ainda tem um Rolls-Royce




















Nas projeções mais otimistas, calcula-se que corruptos e corruptores envolvidos no escândalo da Petrobras tenham desviado algo perto de 19 bilhões de reais dos cofres da empresa. Na semana passada, o lobista Julio Camargo, um dos delatores do caso, tentou explicar ao juiz Sergio Moro a essência do petrolão. Na visão dele, a corrupção na Petrobras poderia ser ilustrada pela figura do fruto proibido. Os contratos eram como maçãs que os empreiteiros ansiavam saborear em sua plenitude. O que os impedia eram os partidos e os políticos da base do governo.
“É aquela história, olhar a maçã e dizer: ‘Como vou pegar essa maçã? Tem uma regra do jogo que eu preciso atender. Do contrário, não vou comer a maçã’ ”, disse Camargo.
A regra do jogo, o caminho mais curto para alcançar a árvore e apoderar-se dos frutos, como as investigações da Operação Lava-Jato já revelaram, era pagar propina. Durante os dois primeiros mandatos de Lula e ao longo de todo o primeiro mandato de Dilma Rousseff, o PT usou o pomar para governar. Distribuir as maçãs virou um método, um atalho que o partido encontrou para garantir a fidelidade dos amigos e seduzir eventuais adversários, transformando-os em cúmplices de um crime contra toda a sociedade. Na semana passada, a polícia bateu na porta de alguns convivas do banquete.
NA CASA DA DINDA
Os investigadores cumpriram 53 mandados de busca e apreensão nas residências e nos escritórios de políticos suspeitos de corrupção no escândalo da Petrobras. Entre os alvos estavam parlamentares e ex-parlamentares, incluindo dois ex-ministros do governo da presidente Dilma. No episódio mais emblemático da ação, os agentes devolveram ao noticiário político-policial a antológica Casa da Dinda, a residência do ex-presidente Fernando Collor, cenário do escândalo que, nos anos 90, levou ao primeiro impeachment de um presidente da República.
Os policiais apreenderam documentos, computadores e três carros de luxo da frota particular do atual senador: um Lamborghini Aventador top de linha (3,5 milhões de reais), uma Ferrari vermelha (1,5 milhão de reais) e um Porsche (700 000 reais). Nem o bilionário empresário Eike Batista em seus tempos de bonança exibia modelos tão exclusivos – e caros.
Collor, até onde se sabe, é um empresário de sucesso. Sua família é proprietária de emissoras de televisão e rádio em Alagoas, terrenos, apartamentos, títulos, ações, carros… A relação de bens declarados pelo senador soma 20 milhões de reais, o suficiente para garantir vida confortável a qualquer um.
CAIU EM TENTAÇÃO
Collor, apesar disso, não resistiu à tentação e adentrou o pomar petista. Em 2009, ele assumiu a presidência da Comissão de Infraestrutura do Senado. Com significativo poder para fiscalizar os destinos das obras do PAC, a vitrine de campanha da então candidata Dilma Rousseff, o senador se apresentava como um obstáculo para o governo. A maçã lhe foi oferecida. O ex-presidente Lula entregou ao senador duas diretorias da BR Distribuidora, uma subsidiária da Petrobras – a diretoria da Rede de Postos de Serviço e a de Operações e Logística. No comando desse feudo, segundo os investigadores, Fernando Collor criou o seu balcão particular de negócios dentro da maior estatal brasileira, o que lhe renderia milhões em dividendos.
Segundo depoimentos colhidos na Lava-Jato, o esquema obedecia a uma lógica simples. As empresas que tinham interesse em assinar contratos com a BR acertavam antes “a parte do senador”. Foram dezenas de contratos. A polícia já identificou dois que passaram por esse crivo. Num deles, de 300 milhões, um empresário do ramo de combustíveis pagou a Collor 3 milhões de reais em propinas para viabilizar a compra de uma rede de postos em São Paulo. A operação foi revelada pelo doleiro Alberto Youssef em acordo de delação premiada.
EMPRESA DE FACHADA
Encarregado de providenciar o suborno ao senador, Youssef fez a entrega de “comissões” em dinheiro, depósitos diretos na conta do parlamentar e transferências para uma empresa de fachada que pertence a Collor. O Lamborghini, até recentemente o único do modelo no Brasil, está em nome da tal empresa, o que fez os investigadores suspeitar que o carro foi bancado com dinheiro desviado da Petrobras.
Desde o ano passado, quando explodiu a Operação Lava-Jato e as torneiras da corrupção se fecharam, o IPVA do carro não é pago pelo ex-presidente. A dívida acumulada é de 250 000 reais. Mas não é desapego do senador. Zeloso, ele só usava o carro para passeios esporádicos a um shopping de Brasília. Quando isso acontecia, o Lamborghini permanecia sob a vigilância de dois seguranças do senador, que fixavam um perímetro de isolamento em torno do veículo para evitar a aproximação dos curiosos. A frota de luxo de Collor – revela Lauro Jardim, na seção Radar – conta com um Rolls-Royce Phantom 2006, mais exclusivo ainda do que o Lamborghini.

18 de julho de 2015
Rodrigo Rangel e Robson Bonin
Veja

O HUMOR DO ALPINO...

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18 de julho de 2015

LEWANDOWSKI, O CAVALO PARAGUAYO DO LULOPETISMO


Em Portugal Dilma e Lewandowski conspiraram para golpear as instituições brasileiras. 
Isso não é apenas motivo necessário e suficiente para o impeachment de Dilma, deve ser também para Lewandowski como presidente do STF. 
Este relato de Josias de Souza é um documento sério para fazer o juiz de porta de cadeia voltar a tinir em seus cascos bem manicurados.

18 de julho de 2015
selva brasilis

A TOCANTE ESQUALIDEZ MORAL DE DILMA ROUSSEFF

A MERITOCRACIA DOS BILTRES

MENTIRAS DA REVISTA BRASIL COMPLICAM AINDA MAIS A VIDA DE VACCARI, DO PT E DE DILMA



Ontem o coordenador geral da revista Brasil, Paulo Roberto Salvador, editada pela Editora Gráfica Atitude, que pertence ao sindicato dos Bancários e dos Metalúrgicos, mentiu em depoimento à Justiça Federal. O que ele disse? Que vendeu trinta matérias de interesse da SOG/Setal Óleo e Gás, ao valor de R$ 2,4 milhões, que foram repassados mensalmente à editora. Na verdade, o que declara Augusto Mendonça, diretor da empresa, é que foi extorquido por Vaccari e que não exigiu e nem mesmo pediu para que seu nome aparecesse em tais matérias da Revista Brasil. Leia aqui o depoimento dele à Justiça. Agora leia aqui a mentira do petista que coordena a publicação.

Trecho da petição do MPF sobre pagamentos a gráfica

Mas aqui vai o mais importante. O blog pesquisou todas as revistas durante o período em que a Revista Brasil recebeu propina da SOG/Setal. Olhou cada matéria publicada. Neste período, publicou apenas uma matéria que citava "petróleo", intitulada "Obama e o Petróleo". Clique aqui para ler. Uma matéria que abordava novas regras para exploração de petróleo na Golfo do México, sem nenhuma relação com "interesses da indústria nacional de petróleo" no Brasil.

Ao que tudo indica, o que ficou combinado foi exatamente o contrário do que mentiu à Justiça o coordenador petista da revista Brasil e exatamente o que exigiu Augusto Mendonça: não citem o nome da minha empresa! Não há como a revista provar o que declarou à Justiça. A não ser que imprimam revistas fake e que plantem matérias no site. Mas para desmontar estas farsas a Força Tarefa do MP e da PF estão mais do que preparadas.

18 de julho de 2015
in coroneLeaks

COMO SÃO HONESTOS!

Em reunião com Dilma, Lula diz que queda da popularidade não é pela corrupção, mas sim pela economia.


(Estadão) Preocupado com os efeitos da Operação Lava Jato sobre o governo, que já enfrenta grave crise política, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu ontem com a presidente Dilma Rousseff e ministros, no Palácio da Alvorada, para montar a estratégia de reação. No diagnóstico de Lula, o estrago foi grande com as buscas e apreensões realizadas em casas de políticos da base aliada, como o senador Fernando Collor (PTB-AL), e o cenário previsto é de mais dificuldades.

"Preparem-se porque as coisas vão ficar piores", afirmou o ex-presidente, segundo relatos obtidos pelo Estado. O encontro começou por volta de meio-dia, com um almoço, e terminou às 16h30. Lula estava furioso com a forma como a Polícia Federal vem agindo e disse a Dilma que ela precisa sair logo dessa agenda negativa.

"Você não tem que ficar falando de Lava Jato", esbravejou Lula, de acordo com dois participantes da reunião no Alvorada. "Você tem que governar, ir para a rua, conversar com o povo, divulgar os seus programas. Não pode ficar só nessa agenda de Lava Jato e ajuste fiscal."

Antes de se reunir com Dilma, Lula esteve com o ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Pediu a ele que insista em divulgar as medidas para a etapa seguinte ao ajuste porque, na sua avaliação, o governo deve "vender" esperança. Para o ex-presidente, a aprovação de Dilma e mesmo a dele desmoronaram muito mais por problemas na economia do que por denúncias de corrupção na Petrobrás.

Lula disse a Levy que o governo ainda erra na comunicação. "O ajuste fiscal não pode ser apresentado como um fim em si mesmo", insistiu. "O que nós temos que mostrar para as pessoas é onde queremos chegar." A conversa entre os dois foi cordial. Tanto que, no Alvorada, Lula afirmou que as divergências entre Levy e o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, sobre a redução da meta fiscal precisam ser contornadas. O ex-presidente cobrou unidade no governo e chegou a elogiar o vice Michel Temer, que comanda o PMDB e é articulador político do Planalto.

Dilma concordou com o padrinho, mas não escondeu a insatisfação com as últimas críticas feitas por ele. Afirmou, ainda, nada poder fazer em relação às investigações da PF. Nos bastidores, políticos dizem que os próximos alvos são os presidentes da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Quebrando o gelo. Lula não conversava com Dilma havia quase um mês, desde que criticou a estratégia do Planalto para sair da crise. Num encontro com religiosos, o ex-presidente disse que ele e a sucessora estavam no "volume morto". 

O receio do governo é que o novo movimento da PF provoque ainda mais tensão no relacionamento com a base, no momento em que Dilma que sofre ameaças de impeachment. Há quem avalie, porém, que, se Cunha e Renan forem denunciados, o discurso pró-saída de Dilma perde consistência no Congresso. 

Além de Lula, participaram da reunião no Alvorada os ministros Aloizio Mercadante (Casa Civil), Edinho Silva (Comunicação Social), Jaques Wagner (Defesa), Miguel Rossetto (Secretaria-Geral), o governador de Minas, Fernando Pimentel, e o presidente do PT, Rui Falcão. Pimentel é alvo de operação da PF que apura arrecadação ilegal de dinheiro em suas campanhas.

18 de julho de 2015
in coroneLeaks

O HUMOR DO DUKE...

Charge O Tempo 14/07
18 de julho de 2015

RENDIÇÃO UNILATERAL: A GRÉCIA TEVE DE ENTREGAR TUDO


Não há expressão melhor para qualificar o que a cúpula da área do euro decidiu, em Bruxelas, sobre a saída da crise da Grécia do que a que está no título acima. A Grécia teve de entregar tudo, inclusive sua soberania fiscal, para receber dinheiro novo cujo objetivo imediato é reabrir os bancos. Não haverá corte da dívida, apenas prorrogação de prazos. Ao contrário, a dívida aumentará porque a ela será incorporado o socorro de 86 bilhões de euros, a ser recebido em parcelas, se as cláusulas forem cumpridas. Nada menos que 50 bilhões de euros em ativos estatais da Grécia terão de ser leiloados sob a supervisão do grupo do euro.
As condições do pacote são mais duras do que as rejeitadas pelo plebiscito realizado apenas oito dias antes e ainda mais duras do que as aprovadas, em princípio, pelo Parlamento da Grécia, na última quarta-feira, que, por sua vez, tinham sido mais austeras do que as que foram objeto do plebiscito.
Essa consulta popular foi um evento absurdo, convocado e executado às pressas. Seus termos falavam de um plano de superação da dívida já extinto, cujos resultados (rejeição do acordo) foram ignorados tanto pelos líderes do eurogrupo quanto pelo primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras.
DE JOELHOS
A Grécia foi colocada de joelhos, à mercê da cúpula do euro. A outra opção à submissão seria a saída da área do euro, hipótese que provocaria um desastre maior na economia e na vida do povo grego.
A bola está agora com o Parlamento, que terá de aprovar ou rejeitar os termos da capitulação. Se aprovar, terá de pronunciar-se novamente contra a decisão do plebiscito. Se rejeitar, atirará a Grécia para o precipício. Nessas condições, a quebra da maioria dos seus bancos ficaria inevitável.
As sete páginas do documento, negociado no fim de semana durante 17 horas, levam as assinaturas dos chefes de Estado e de governo dos 19 membros do eurogrupo – e não apenas as de Angela Merkel, que comanda a cavalaria prussiana.
CATÁLOGO DE ATROCIDADES
O documento contêm longa lista de imposições que a revista alemã Der Spiegel chamou ironicamente de “catálogo de atrocidades”. Exigem reforma do sistema tributário com aumento de impostos, reforma do sistema judiciário, reforma do regime previdenciário, que reduzirá aposentadorias e imporá idade mínima de 67 anos, e encolhimento do setor público.
O tempo dirá até que ponto o ambíguo Tsipras e seu partido com propostas nacionalistas radicais, o Syriza, se desmoralizaram, não apenas entre seus pares da área do euro, mas também na Grécia. Para aprovar o pacote que antes considerava abominável, o primeiro-ministro depende agora da oposição e dos que votaram contra ele no plebiscito. E sabe-se lá se essa dependência não lhe vai custar a sobrevivência política.
Do ponto de vista prático, ficou claro que, em casos de crise fiscal, não há saída que não envolva austeridade e muito sacrifício. E essa não é uma lição que serve apenas para “folgados” que habitam as terras do outro lado do Atlântico. Serve especialmente para nós, brasileiros, que adoramos o consumo fácil baseado no avanço do endividamento “a perder de vista”.
(artigo enviado pelo comentarista Guilherme Almeida)

18 de julho de 2015
Celso Ming
Estadão

CHEFE DA EDITORA ENVOLVIDA TENTA TIRAR A CULPA DE VACCARI



Defender Vaccari é uma espécie de missão impossível
O coordenador-geral da Editora Gráfica Atitude, Paulo Roberto Salvador, afirmou em depoimento à Justiça Federal que os pagamentos do empresário Augusto Mendonça, delator da Operação Lava Jato, à editora não foram para veiculação de propaganda, mas para patrocinar “jornalismo pago” com a publicação de reportagens de interesse do setor do petróleo.
Segundo a delação premiada de Mendonça, os repasses de R$ 2,4 milhões de suas empresas à editora ligada ao ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foram usados para quitar o pagamento de propina à diretoria de Serviços da Petrobras, cujo operador, segundo o Ministério Público Federal, era Vaccari. Mendonça disse que procurou a editora após pedido de Vaccari.
O depoimento de Salvador foi dado em uma das ações penais contra Vaccari na Operação Lava Jato. Ele foi arrolado como testemunha de defesa do ex-tesoureiro. A editora pertence a sindicatos próximos ao PT.
SEM PRESTAÇÃO DE CONTAS
O coordenador da editora afirmou que não houve intermediação de Vaccari para os dois contratos firmados com as empresas de Mendonça. Disse, porém, que não foram veiculadas publicidades de suas empresas e que tampouco houve prestação de contas dos contratos.
Segundo Salvador, Mendonça procurou a editora para que ela fizesse matérias favoráveis ao setor do petróleo na publicação “Revista do Brasil” e no site “Rede Brasil Atual”. Por isso, segundo ele, foram feitos os contratos. “Não tinha cabimento fazer um anúncio, um quadradinho que falasse ‘conheça minha empresa'”, afirmou Salvador.
O representante da editora afirmou que conheceu Augusto Mendonça durante um evento em Brasília, que se apresentou a ele na ocasião e, posteriormente, pediu uma reunião para tratar do assunto. “Ele [Augusto] falou pra mim que [a revista] era único veículo que fazia defesa bastante clara desse segmento [do petróleo]”, afirmou o depoente para justificar os investimentos obtidos.
‘JORNALISMO PAGO’
Salvador admitiu, porém, que os contratos com Mendonça foram o único caso de “jornalismo pago” até hoje com a Editora Gráfica Atitude. “Essa foi a primeira experiência que nós tivemos. Esses dois [contratos] foram os únicos”, afirmou.
De acordo com o representante da editora, os serviços foram efetivamente prestados com a publicação de cerca de 30 matérias específicas sobre o assunto de interesse do empresário. Segundo ele, não constavam nas matérias que as reportagens eram “conteúdo patrocinado”.
Sobre a ausência de prestação de contas, afirmou que foram dispensadas por Augusto Mendonça. “No primeiro rascunho do contrato, constava uma coisa praxe de prestar contas, que era enviar, tirar fotografia e tal. Depois, quando eu informei que tudo seria publicado no portal web, o senhor Augusto mesmo falou ‘nós controlaremos pelo portal web, não precisamos de papel, de colocar pessoas pra ficar vendo’. Depois fui informado pela secretária Carla que foi pedido [por Augusto Mendonça] um conjunto de revistas e que havia sido encaminhado”, declarou Paulo Salvador.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Tudo conversa fiada. Ao contrário do que diz este “editor”, não existe “jornalismo pago”. O que existe é “matéria paga”, com centimetragem fixa, texto e títulos enviados ou aprovados pelo cliente, e a reportagem paga sai sob a rubrica “informe publicitário”. (C.N.)

18 de julho de 2015
Deu na Folha

NOTAS E OBSERVAÇÕES DE LAOVIAH RAZIEL

CAMARGO CORRÊA ENCHEU DE GRANA O INSTITUTO LULA

Sei lá se é água pela barba, ou se já estão pegando no pé de Lula. Tanto faz, não demora nada num dia desses Lula vai sair para uma palestra na Itália e não volta mais. Sua dupla cidadania conquistada por tabela com a sua Galega, aquela que entra muda e sai calada, vai garantir o gozo dos capitais a sua dupla personalidade lá na terra onde nasceu a Máfia.

De minha parte, não é tudo que mais quero, mas se Lula se mandar daqui pra sempre, com ou sem tornozeleira eletrônica nas canelas, pra mim já está pra lá de bom. Ele cá vá ser um vereador lá em Roma, ou quem sabe até um dos muitos picaretas do Parlamento italiano.

Todas essas perspectivas me acodem agora por que o laudo 1047/2015 da Polícia Federal, anexado neste dia 9, nos autos da investigação da Lava-Jato, mostra que o Instituto Lula recebeu R$ 3 milhões da empreiteira Camargo Corrêa, cabeça-de chave do cartel das licitações republicanas. 

PRA COMEÇAR TÁ BOM

A quantia é gorjeta diante do que está por vir à tona, mas o fato é que balearam o Joca. Ou Jeca. Melhor ainda, balearam o Lula. E dessa vez não foi punhalada pelas costas; foi tiro no pé. Pra começar tá bom.

Tá tão bom que não é só. O mesmo laudo da Polícia Federal revela que, além dos R$ 3 milhões para o Instituto Lula a empreiteira marchou, entre 2011 e 2013, com mais R$ 1,5 milhão para a LILS Palestras, Eventos e Publicidade, de Luiz Inácio Lula da Silva.

Micharia, micharia, essa relação de promiscuidade vale a pena porque é a primeira vez que os negócios de Lula surgem no meio do lodaçal que a Operação Lava Jato tenta limpar.

COINCIDÊNCIA

A in/feliz coincidência aparece no meio das investigações em três pagamentos de R$ 1 milhão apelidados de "Contribuições e Doações" e também como "Bônus Eleitoral" feitos para o Instituto Lula, uma lavanderia inaugurada pelo próprio Lula assim que, em 2011, ele fingiu que largou o osso da Presidência da República.

O laudo da PF é subscrito pelo perito criminal federal Ivan Roberto Ferreira Pinto que, desde já é bom que se precavenha contra previsíveis acidentes de trabalho. Sua perícia foi feita na contabilidade da Camargo Corrêa no período de 2008 a 2013, tempo em que a construtora recebeu R$ 2 bilhões por relevantes serviços prestados à Petrobras. 

O mesmo perito criminal descobriu que, nessa mesma época, a Camargo Corrêa distribuiu nada menos do que R$ 183 milhões a título de "doações de cunho político". Coincidências. Erro de notificação. Coisas da contabilidade. Só que não.

A PULGA

O que deixou os investigadores com a pulga atrás da orelha foi o registro contábil feito em 2 de julho de 2012, com a rubrica "Bônus Eleitoral". Epa! Opa! Ah, deve ter sido engano dos contadores da Camargo Corrêa, ou coisa de alguém que gosta do FHC.

Sabe-se lá por que cargas d'água, o endereço da LILS Palestras, Eventos e Publicidade é na residência de Lula, na cidade de São Bernardo dos Campos, no ABC Paulista, reduto do ousado e breve metalúrgico, homem resistente à dor de dar um dedo para entrar numa briga, mas não dá a mão para sair dela.

Pois, para a LILS de Lula, a Camargo Corrêa desaguou depósitos em conta corrente em setembro de 2001, dezembro de 2012 e em julho de 2013 que somados chegam ao tal R$ 1,5 milhão. Depois que a Lava-Jato entrou em cena, os depósitos secaram. Mas, seja lá para o que tenham sido os tais depósitos... vá uma empreiteira gostar de pagar palestra assim lá nos quintos do inferno! 

OUTRAS COISAS

Falando sobre essas coisas, Dalton Avancini e Eduardo Hermelino Leite, dois executivos da Camargo Corrêa, executaram sob a solidez inabalável de um acordo de delação premiada que foram feitas doações eleitorais ao PT, atendendo a pedidos do antigo tesoureiro do partido, João Vaccari Neto, hoje sob depressão e desencanto numa cela que lhe foi dedicada pela Operação Lava-Jato.

Também não dá para esquecer que o premiado delator Alberto Youssef entregou Dilma e Lula, em outubro de 2014, quando garantiu à Procuradoria que o Palácio do Planalto "tinha conhecimento" da corrupção que corria frouxa na Petrobras. Espremido pelos indagadores, Youssef deu nome aos bois. E não se chamavam Carambola e nem Clarabela.

AINDA NÃO

Deixem de euforia. Não soltem foguetes nem sinalizadores antes do tempo. O Cara está apenas na alça de mira da Lava-Jato. Ainda não foi atingido de verdade. Essa pegou só de raspão. Não esqueçam que um filho teu não foge à luta. Ele diz que é bom de briga. Qualquer coisa, ele chama o Exército de Stédile.

18 de julho de 2015