"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

DELCÍDIO E A PATOLOGIA ÉTICA

Ninguém está acima do bem e do mal, mesmo no Brasil. O senador petista Delcídio do Amaral, líder do governo no Senado, foi preso – por ordem do Supremo Tribunal Federal (STF). Pego de calças curtas, flagrado em conversa altamente comprometedora, disse a que veio!

Há situações que, embora admitam defesa, são indefensáveis. É o caso. Segundo ministro do Tribunal, seu comportamento é ‘digno de integrante de máfia’. Basta se ouça do que gravado.

Não são só evidências de que o senador, com outros, tentava atrapalhar investigações da Operação Lava Jato, mas provas! Aqui, fala-se do que de fato o é, sem jogo de palavras.

No Brasil da era PT, a corrupção tornou-se epidêmica. Quase ninguém se salva. Onde se mexa, aparece a patologia ética, a inverter princípios e favorecer, a mais não poder, a indiscutível falta de vergonha. E o jogo de aparências começa a surgir. O horizonte próximo revela, sem meias palavras, do ‘nível’ dos implicados na grande trama da roubalheira da Nação.

“Na história recente da nossa pátria houve um momento em que a maioria de nós brasileiros acreditou no mote segundo o qual uma esperança tinha vencido o medo. Depois nos deparamos com a ação penal 470 [mensalão] e descobrimos que o cinismo tinha vencido aquela esperança. Agora parece se constatar que o escárnio venceu o cinismo. O crime não vencerá a Justiça. Aviso aos navegantes dessas águas turvas de corrupção e das iniquidades: criminosos não passarão a navalha da desfaçatez e da confusão
entre imunidade, impunidade e corrupção. Não passarão sobre os juízes. Não passarão sobre a Constituição do Brasil.” Palavras da ministra Cármen Lúcia, do STF.

Imunidade parlamentar não é impunidade, já foi dito. Tudo tem limite, até a ação predatória dos salteadores da pátria. De cima a baixo, as coisas começam a aparecer. E a tendência é de que muito mais se descubra, pois, aparentemente, até aqui, só se nos deu a conhecer da ponta do iceberg.

Por outro lado, de lege ferenda (pela lei a ser feita), passou da hora de se modificar a sistemática da parte final do parágrafo segundo do artigo 53 da Constituição Federal, que, mesmo numa situação como a aqui enfocada, diante duma prisão juridicamente irretocável, transfere ao Congresso Nacional a decisão sobre a manutenção, ou não, da determinação do STF. Cabendo-lhe a última palavra, o parlamento se torna juiz dos juízes – do que aberrante e inconcebível!

A inviolabilidade dos parlamentares, civil e penal, por opiniões, palavras e votos, não haveria de se estender a casos de prisão em flagrante de crime inafiançável, sob pena de se admitir que, apesar de todas as provas, prevaleça juízo político/corporativo que, contrapondo-se à decisão unânime daquele Tribunal e a comezinhos princípios ético/morais, mande soltar a quem haveria de se manter preso – só porque deputado ou senador.

O artigo 5º da Constituição Federal diz que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Ora, sendo missão do Judiciário decidir soberanamente dessas questões, em caráter de exclusividade, não há justificativa lógica ao juízo de admissibilidade da prisão pelo Parlamento.

E isto nada tem a ver com independência dos Poderes, mas com a só adstrição da hipótese às funções constitucionais específicas do Judiciário. Em verdade, criou-se válvula de escape altamente conveniente – e só isto! – a interesses político/pessoais – a ponto de, eventualmente, nada valer prisão conscienciosamente determinada pelo mais alto tribunal do país.

Felizmente, no caso Delcídio, até por pressão popular (do que não se tem dúvida), a determinação do STF foi ‘referendada’ – estivéssemos num Brasil mais evoluído, institucionalmente mesmo, e, decerto, esse ‘referendo’ não existiria. Basta se veja do que sucede em países mais adiantados, de que exemplo os Estados Unidos da América, a sobrepairarem as decisões de sua Suprema Corte.

Todavia, a natureza não dá saltos. Assim, enquanto o parlamentar brasileiro não progrida minimamente, salvo raras e honrosas exceções, nos depararemos com esse tipo de distorção, que, antes de democrática, se afeiçoa destoante do sistema finalístico dos Poderes da República.

Rematando, cabe se diga que treze senadores votaram contra a manutenção da prisão de Delcídio do Amaral, dos quais, nove petistas – do que sintomático! Seus nomes estão estampados na grande imprensa e seria conveniente aos homens e mulheres deste País verificassem de quem se trata.

Muda, Brasil – urgentemente!


27 de novembro de 2015
Frederico Vasconcelos

BOKO QUEM? O GRUPO TERRORISTA QUE MAIS MATA NO MUNDO

Enquanto o Estado Islâmico ganhava as manchetes com ações ostensivamente horríveis e letais no coração da Europa, o Boko Haram discretamente conquistou o "troféu" de grupo terrorista que mais mata no Global Terrorism Index 2015, recém-divulgado pelo Institute for Economics and Peace.

Atuando na Nigéria, no Chade e em Camarões, bem longe das preocupações ocidentais, os extremistas do Boko Haram mataram 6.644 pessoas em atentados terroristas em 2014.

O Estado Islâmico veio em "segundo lugar" no ranking de mortes por terrorismo –6.073 pessoas. (Os números restringem-se a civis mortos em atentados, não incluem os mortos pelo EI no front, ou seja, soldados iraquianos, curdos, sírios, que passam de 20 mil, segundo o relatório).

É completamente equivocado repreender quem lamenta os atentados de Paris "em vez de" se afligir por causa do desastre de Mariana.

Da mesma maneira, não vou dizer aqui que as vítimas africanas merecem mais compaixão do que os assassinados pelo Estado Islâmico, seja na Europa, seja na Síria, seja no Iraque, seja no Líbano.

Mas, efetivamente, é espantoso como algumas tragédias que continuam matando milhares de pessoas simplesmente desaparecem do radar.

Vocês se lembram daquelas meninas que foram sequestradas pelo Boko Haram no ano passado, em uma escola na Nigéria?

Teve até uma campanha internacional, com celebridades e tal, #bringbackourgirls. Os extremistas raptaram 276 meninas da escola; 219 continuam sob o poder do Boko Haram, sendo estupradas e escravizadas.

Mas eu não ando lendo sobre isso nos jornais.

Mas, de novo, Boko quem?

Ah, antes que a gente se esqueça. O Taleban, aquele que os EUA tinham derrotado, matou 3.477 pessoas no Afeganistão e no Paquistão em 2014.

(Aliás, é interessante lembrar como deu super certo a invasão americana no Afeganistão, agora que rufam os tambores por uma intervenção militar em larga escala na Síria.)



27 de novembro de 2015
Patrícia Campos Mello

RECORDAR É VIVER: A PARCERIA DE LULA COM DELCÍDIO

Em um sábado de junho, há exatos 10 anos, depois de tomar uns tragos a mais na Granja do Torto, uma das residências oficiais do presidente da República em Brasília, Lula falou em renunciar ao mandato.

Acabara de saber que o publicitário Marcos Valério, um dos operadores do mensalão, ameaçava envolve-lo no escândalo. A informação vazou no fim da tarde. Soube por um ministro. E a postei no meu blog.

Aquela foi a primeira vez que Marcos Valério pediu dinheiro ao governo para não contar o que sabia.

Avisado em São Paulo onde passava o fim de semana, José Dirceu, na época ministro-chefe da Casa Civil da presidência da República, voou às pressas a Brasília com a missão de apascentar Lula e de garantir o silêncio de Valério.

Conseguiu. Mais tarde, o dinheiro pedido acabou entregue.

No segundo semestre de 2006, Valério voltou a atacar. Procurou o senador Delcídio Amaral (PT-MS), então presidente da CPI dos Correios que investigava o caso do mensalão.

Queixou-se de estar quebrado. Acumulava dívidas sem poder honrá-las. Seus bens haviam sido bloqueados. Caso não fosse socorrido, daria um tiro na cabeça ou faria com a Justiça um acordo de delação premiada.

Delcídio pediu uma audiência a Lula. Recebido no gabinete presidencial do terceiro andar do Palácio do Planalto, reproduziu para o presidente o que ouvira de Valério.

Em silêncio, Lula virou-se para uma das janelas do gabinete que lhe permitia observar parte da vegetação do cerrado. O silêncio durou menos do que pareceu a Delcídio. Lula estava fisicamente abatido.

Então perguntou ao senador: "Você falou com Okamoto?" Delcídio respondeu que não. E Lula mais não disse e nem lhe foi perguntado. Seria desnecessário.

Paulo Okamoto era uma espécie de tesoureiro informal da família Lula. Hoje, é o presidente do Instituto Lula, local de despacho do ex-presidente em São Paulo. Delcídio, que nega o encontro com Lula, falou com Okamotto. E bastou.

Naquele mesmo ano, Valério gravou um vídeo com partes da história do mensalão que comprometem Lula. Fez quatro cópias. Deu três a Renilda, com quem era casado. E mandou uma para quem mais poderia se interessar por ela.

Ordenou a Renilda que entregasse as três copias aos jornais O Globo, Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo caso ele desaparecesse ou fosse morto.

Faltou alguém em Nuremberg! Faltou alguém na denúncia oferecida pela Procuradoria Geral da República ao Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a "organização criminosa" que tentou se apossar do aparelho do Estado.

Desviou-se dinheiro público. Comprou-se o apoio de partidos. Subornaram-se deputados para que votassem como o governo queria. E eles votaram.

Ao O Estado de S. Paulo, depois de ter deixado o governo, Dirceu disse que nunca fizera qualquer coisa sem que Lula soubesse.

À Playboy, afirmou que Lula jamais daria um cheque em branco a qualquer pessoa.

A mim, contou que Delúbio Soares era amigo de Lula, dele não. A um parlamentar, segundo a VEJA, desabafou: “Lula devia falar das visitas que o Valério fez à Granja do Torto”.

O STF condenou Dirceu por chefiar a quadrilha dos mensaleiros e por corrupção. Em seguida o absolveu do primeiro crime.

O processo do mensalão passará à História como o que condenou o maior número de pessoas por corrupção – 25, entre elas Marcos Valério, sujeito à pena de 37 anos, a maior.

E também como aquele onde uma organização criminosa agiu sem que ninguém a chefiasse. Está para se ver.

(Este texto foi publicado no Blog do Noblat em 1/6/2015, sob o título Il Padrino)



27 de novembro de 2015
in Blog do Noblat

PASADENA VOLTA AO NOTICIÁRIO E AGORA CERVERÓ DIZ QUE DILMA SABIA DE TUDO




Tentando se livrar das garras do juiz Sergio Moro e querendo colaborar com uma delação premiada, Cerveró, taxado como o principal culpado da negociata da Refinaria de Pasadena nos EUA, parece ter ficado COM A LÍNGUA COÇANDO, perdeu o medo contou uma estória cabeluda e, usando de um cinismo que lhe é peculiar, o corrupto delata coisas como: Dilma, na época, presidente do Conselho, o incentivou a acelerar as tratativas sobre Pasadena e sempre esteve a par de tudo que ocorreu na compra daquela refinaria e que, segundo ele, se reuniu várias vezes com Cerveró a fim de resolver todo processo fraudado. 

Diz ainda que nunca viu a Diretoria resolver a comprar algo num dia e o conselho se reuni no outro e aprovar, na integra, tudo que lhe foi apresentado. Diz também, que em 2006 a Odebrecht, acreditando que seria a escolhida para processar a reforma de Pasadena, repassou 4 mil dólares a campanha de Lula e que a negociata era conhecida e aprovada pela cúpula do governo petista, pois nos diversos encontros que teve com Dilma foi para tratar do assunto.

O certo, é que os corruptos, chefiados por um sujeito que se esconde nas sombras, somente, nesse caso, deram um prejuízo ao país de mais de um bilhão de dólares. E, segundo Cerveró, a propina correu solta e foi direto para os cofres do PT.



27 de novembro de 2015
Revista VEJA

O APOCALIPSE COMEÇA AOS 70

O triste anticlímax na biografia de um mito nacional ganhou requintes de crueldade na última hora


Lula comemorou seu aniversário de 70 anos numa festa para 30 pessoas. Essa foi sua escolha – não do que fazer na sua data, mas do que fazer de sua vida. O primeiro presidente brasileiro saído da pobreza poderia estar celebrando seus 70 anos num evento em que 30 fosse o número de garçons – com a opulência que os esganados do PT tanto prezam. Talvez 300 convidados do mundo inteiro, ou quem sabe 3 mil, numa festa popular no Ibirapuera. O triste anticlímax na biografia de um dos maiores mitos nacionais – o “filho do Brasil” – ganhou requintes de crueldade na última hora, com o avanço daOperação Zelotes: ao soprar a velinha com o neto, Lula poderia estar desejando ser eterno, mas a vida o obrigou a desejar não ser preso.

O partido de Luiz Inácio da Silva ainda governa o Brasil porque o Brasil é uma mãe. Ou, para os heróis coitados, uma teta. A batida da Polícia Federal no escritório da empresa de um dos filhos de Lula (ou de outro dos filhos de Lula) confirma, independentemente do que ficar provado, a revelação do quarto cavaleiro do Apocalipse petista – o esquema de fraudes envolvendo venda de favores na Receita Federal. Não perca a conta: o primeiro cavaleiro veio montado no mensalão; o segundo no petrolão; o terceiro veio pedalando seu cavalo sobre as contas fiscais; e o quarto cavaleiro vem comprovar que o endereço do Apocalipse é o Palácio do Planalto, já que os quatro megaescândalos têm suas nascentes na sede do governo do PT.

Aparentemente isso não basta para o Brasil entender que foi sequestrado por uma quadrilha e está há 13 anos pagando o resgate, sem ser libertado. A atual representante legal (cada um tem a legalidade que pode) do esquema é Dilma Rousseff, que parte desse Brasil maternal ainda quer acreditar ser apenas uma figura patética, uma estocadora de vento. Sem querer ofender a compaixão do gigante, cumpre assinalar que, além de vento, Dilma estoca Erenice. Que tal? A companheira número um da presidente, que chegou a ser preparada por ela para ser seu braço direito no governo, é também a investigada número um da Operação Zelotes, apontada como negociante de isenções tributárias e outros mimos do Fisco.

Na verdade, essa é Erenice 2, a missão. O filme que os brasileiros já tinham visto (e esquecido, claro) era a Erenice traficante de influência na Casa Civil, acusada de distribuir bons negócios a parentes e amigos dentro do principal ministério do governo. Ministério este onde era cria de Dilma, unha e carne com ela, inclusive nas famosas (e também esquecidas, claro) montagens de dossiês contra adversários políticos. Erenice caiu em desgraça sem tirar um fio de cabelo de Dilma do lugar. Mistérios desse Brasil brasileiro.

Também está na mira da Polícia Federal outro amigo de fé da imaculada presidenta, o governador de Minas Gerais e consultor-fantasma Fernando Pimentel. Estão sob investigação fartos indícios de venda de favores pelo camarada de Dilma à indústria automobilística, entre outras bondades revolucionárias. Pimentel também está na mira da Zelotes e teve de ser praticamente escondido pela amiga no Ministério do Desenvolvimento, quando vieram à tona suas consultorias milionárias e invisíveis a clientes industriais. Também está nessa frente de investigação da PF Gilberto Carvalho, outro ex-membro do ministério de Dilma com sala no Palácio do Planalto. Com a Receita Federal sendo esfolada por seus comandados, com a Petrobras sendo pilhada por seus prepostos, com o Tesouro sendo pedalado por seu governo, a presidenta mulher continua não sendo sequer investigada. Contando, ninguém acredita.

Os 70 anos de Lula são o retrato do Brasil. Uma festa pobre e melancólica onde poderia estar havendo um carnaval. Em sua ascensão política, o ex-presidente conheceu o caminho da mediocridade fisiológica (a busca de cargos como meio de vida), mas conheceu também a grandeza do espírito público – e em vários momentos se pautou por essa grandeza, passando por cima do parasitismo petista. Mas, no que ficou grande, Lula passou definitivamente a pensar pequeno – com medo de voltar a ser pequeno. Pôs o Brasil debaixo do braço – a bola é minha. Agora tem de jogar sozinho, e com muita malícia, para correr atrás da bola e fugir da polícia.


27 de novembro de 2015
Guilherme Fiuza

A FORÇA DA TOGA

Tenho um grande amigo, aposentado do Ministério Público do Rio de Janeiro que, na época do mensalão, ao ouvir um bate-papo entre sua mulher e eu, nos interrompeu ao ouvir as duas confessar que não confiávamos nos ministros nomeados pelo Lula e pela Dilma, tal nossa decepção com o PT:

“Isso é porque vocês não conhecem a força da toga”.

Ontem tivemos a prova concreta dessa força.

Diante da gravação já hoje célebre feita pelo filho de Nestor Cerverò, na qual se ouve a voz melíflua do senador Delcídio Amaral (PT) tramar vários crimes, da fuga de Cerverò com detalhes assombrosos (e que mostram o quanto o senador já havia estudado o assunto) aos nomes de ministros do Supremo e de outras autoridades que estariam, digamos assim, abertos a qualquer proposta, vimos o STF, o peso da toga republicana sobre seus ombros, reagir com veemência e denodo.

Por ordem do STF, pela primeira vez em nossa História, um senador da República e líder do governo, é preso no cargo.

E não podia ser diferente depois de todas as barbaridades que o filho de Cerverò, em muito boa hora, gravou e entregou na Procuradoria Geral da República.

Apesar da gravidade do assunto, um detalhe chamou minha atenção pela ironia. Deus escreve mesmo certo por linhas tortas... Num dado momento o senador e o advogado de Cerverò discutem, entre outras coisas tais como rotas de fuga, mesadas, subornos e promessas de “vida mansa que segue”, a chance de investir numa diretoria da Petrobrás e mencionam justamente a da Tecnologia da Informação (TI) porque o orçamento é de um R$ 1 bilhão e “lá ninguém enche o saco”. (Para o leitor pouco familiarizado com a TI, sugiro acessar o site InfoWester).

Esse foi outro espanto, saber que na diretoria da Tecnologia da Informação da Petrobrás passava uma verba tão expressiva sem ninguém para aborrecer quem lá se fartava...

Como se pode ver, tem toda a razão o decano do STF, Ministro Celso de Mello, ao dizer que “A ausência de bons costumes leva à corrupção”. Nosso triste Brasil está nessa situação, os bons costumes, em todas as áreas, feneceram e a corrupção transformou-se numa patologia que, infelizmente, levará muito tempo para ser debelada.

Parece que o ex-presidente Lula ficou indignado com o que chamou de burrice: Delcídio se deixar apanhar nessa gravação. São modos de ver, não é? Eu, por exemplo, acho burrice a nota do PT que desobriga o partido de qualquer solidariedade. Precisava dizer isso por escrito, quando já se sabe, por outros casos, que o PT nunca é solidário?

Peço a Deus que as palavras da ministra Carmen Lúcia, na sessão extraordinária de ontem no STF, sejam plenamente absorvidas por todos que de alguma forma têm posição de mando do Brasil: “Houve um momento em que nós, brasileiros, acreditamos no mote segundo o qual a esperança tinha vencido o medo. Depois , nos deparamos com a ação penal 470 (mensalão) e descobrimos que o cinismo tinha vencido a esperança. Agora, parece-se constatar que o escárnio venceu o cinismo. 

 O crime não vencerá a Justiça. Aviso aos navegantes destas águas turvas de corrupção e das iniquidades: criminosos não passarão a navalha da desfaçatez e da confusão entre imunidade, impunidade e corrupção. Não passarão sobre os juízes e as juízas do Brasil. Não passarão sobre novas esperanças do povo brasileiro, porque a decepção não pode estancar a vontade de acertar no espaço público. Não passarão sobre a Constituição do Brasil” ".


27 de novembro de 2015
Maria Helena RR de Sousa

EMPREITEIRO VAI DELATAR PELO MENOS DOIS SENADORES ENVOLVIDOS EM PROPINA DO PETROLÃO


Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez, disse que vai entregar nomes de "autoridades com foro privilegiado":


O empreiteiro Otávio Marques de Azevedo, presidente da Andrade Gutierrez, vai apontar os nomes de pelo menos dois senadores que teriam recebido propinas no esquema Petrobrás. A empreiteira está fechando acordo de leniência com a Procuradoria-Geral da República. Otávio Azevedo está preso desde 19 de junho, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Erga Omnes, desdobramento da Lava Jato.

O acordo, que inclui leniência (Andrade Gutierrez) e delação (Otávio Azevedo), prevê pagamento de R$ 1 bilhão, parceladamente, a título de indenização.

As negociações do empresário com a força-tarefa do Ministério Público Federal se prolongam há cerca de dois meses. Otávio Azevedo vai citar os nomes de ‘autoridades com foro privilegiado’ que teriam recebido valores ilicitos porque, de alguma forma, abriram caminho para a empreiteira fechar contratos com a Petrobrás. Entre essas autoridades estão pelo menos dois senadores.

O empreiteiro vai falar de obras da Andrade Gutierrez na usina nuclear de Angra3 e da Copa do Mundo.

Os últimos detalhes do acordo estão sendo fechados. Até o início da semana os termos estarão todos acertados.

A reportagem tentou falar com o criminalista Celso Vilardi, que defende Otávio Marques de Azevedo. O advogado disse que não poderia se manifestar.

No último dia 13 de novembro, Otávio Marques de Azevedo ficou em silêncio em audiência na Justiça Federal do Paraná, onde responde ação criminal por corrupção e lavagem de dinheiro. Na ocasião, ele limitou-se a agradecer a família diante do juiz Sérgio Moro.(Estadão).



27 de novembro de 2015
in orlando tambosi

ABRE O BICO!


27 de novembro de 2015
in blog do beto

OUÇA NA ÍNTEGRA A TRAMA DO SENADOR DELCÍDIO PARA OBSTRUIR A JUSTIÇA






27 de novembro de 2015
diário do poder

GASTOU DEMAIS

GOVERNO VAI BLOQUEAR R$ 10,7 BILHÕES E ENTRAR EM ESTADO DE "CALOTE"
SEM DINHEIRO, FISCALIZAÇÃO DA RECEITA E POLÍCIA FEDERAL VAI PARAR


ADMITIR O CAOS NAS CONTAS É ÚLTIMA CARTADA PARA EVITAR IMPEACHMENT. FOTO: ROBERTO STUCKERT FILHO

A presidente Dilma Rousseff vai editar um decreto de programação financeira com bloqueio de R$ 10,7 bilhões em gastos com despesas discricionárias como água, luz, fiscalização da Receita, da Polícia Federal, etc a partir de 1º de dezembro. A decisão segue a orientação do Tribunal de Contas da União e põe o governo em estado de "calote".

Até a viagem da presidente para Japão e Vietnã foi cancelada, apesar de o Planalto negar que tenha qualquer relação com o bloqueio que está por vir. 
A ida a Paris para participar da conferência sobre o clima, COP-21, está mantida, pois está prevista para o dia 30 de novembro. 
Admitir o caos nas contas é considerado pela equipe econômica como a última cartada para evitar o impeachment, mas sem a aprovação do ajuste fiscal, a situação de Dilma deve ficar impraticável.

A proposta do governo para o Orçamento 2016 foi enviado ao Congresso prevendo déficit de R$ 51,8 bilhões, mas caso seja obrigado a pagar o que deve em decorrência das "pedaladas fiscais", a conta sobe para cerca de R$ 120 bilhões. A apreciação, que seria esta semana, foi colocada de lado após a prisão do líder do governo Dilma no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS) na quarta (25).

Para garantir a meta, este ano, a máquina pública deve parar para economizar R$ 107 bilhões, mas isso acarretaria em "graves consequências para a sociedade", como explicado no relatório bimestral de receitas e despesas referentes aos meses de setembro e outubro. 
Com déficit primário de R$ 33 bilhões (até outubro), o governo só conseguirá atingira a meta com a interrupção da prestação de "serviços públicos", "investimentos necessários à manutenção da infraestrutura do País".


27 sw nocwmveo sw 2015
diário do poder

ROBERTO MARINHO TENTOU FAZER BRIZOLA ABORTAR O PROJETO DOS CIEPS



Brizola se enganou ao pensar que Marinho apoiaria os CIEPs














Não poderia publicar uma matéria sobre os CIEPs sem dar um depoimento pessoal, por mais que me doam algumas das lembranças hoje sopesadas na distância desses 30 anos. Tive o privilégio de ver esse programa nascer e acompanhar cada passo da sua implantação. Talvez seja o jornalista que mais colocou os pés dentro dessas escolas, em muitas delas quando ainda se encontravam na fundação.
Estive no Palácio Guanabara, como jornalista e assessor de imprensa, nos dois governos Brizola (1983-1987 e 1991-1995). Cheguei em 1984 para participar de um projeto jornalístico, cujo objetivo era criar um caderno noticioso dentro do Diário Oficial do Estado, o D.O. Notícias, como ficou conhecido, uma estratégia para tentar enfrentar o cerco da mídia contra o governo. Fui designado pelo editor, Fernando Brito, mais tarde assessor-chefe de imprensa do governador, para cobrir as áreas de educação e esportes.
Passávamos os dias como combatentes às vésperas de uma grande batalha naqueles primeiros meses. Brizola conquistara o governo fluminense superando grandes obstáculos, desde atentados à sua vida até a fraude da Proconsult, uma tentativa desesperada de impedir sua chegada ao governo fluminense.
QUEDA DA BASTILHA
Havia uma enorme expectativa em torno dele desde a posse no Palácio Guanabara, que mais pareceu a queda da Bastilha, com o povo ocupando de forma descontrolada aquele símbolo de poder. Afinal, nos estertores da ditadura, cada naco de poder reconquistado pelo povo era valioso. Vigiado de perto pelos militares, que permaneciam ainda no controle, bombardeado pela mídia conservadora e sufocado economicamente, Brizola tinha pouco espaço de manobra. Até que algo aconteceu.
“Agora esse governo começou!”, lembro bem da exultação do Brito ao voltarmos da apresentação do projeto dos CIEPs, com a presença de Brizola, Darcy Ribeiro e Oscar Niemeyer, no Salão Verde do Palácio Guanabara. Uma revolução havia sido colocada em marcha. Estava claro para todos nós.
Brizola não tinha condições políticas de retomar naquele momento, como nunca mais teve, a reforma agrária e as outras reformas de base preconizadas por ele e por Jango em 64. No entanto, cria como ninguém no poder transformador da educação. Órfão de pai, que morreu emboscado ao retornar da última revolução farroupilha, em 1922, ano do seu nascimento, Brizola e seus irmãos foram alfabetizados pela mãe em Carazinho, interior do Rio Grande do Sul. Calçou os primeiros sapatos e usou a primeira escova de dentes aos 12 anos, na casa de um reverendo metodista, cuja família o adotou. Pode, então, estudar até formar-se em engenheiro. Fora salvo pela educação.
UMA REALIDADE DIFERENTE
Quando governador do Rio Grande do Sul (1958-1962), construiu nada medos do que 6.300 escolas. “Nenhum município sem escola”, era o lema. Mas a realidade do Rio de Janeiro nos anos 80 era bem diferente. Ao retornarem do exílio, após 15 anos, Brizola e Darcy se depararam com a obra macabra da ditadura: o inchaço das grandes cidades, a favelização, a desestruturação familiar e o surgimento do crime organizado, que separavam, como bem sabemos hoje, nossos jovens de seu futuro. Aquelas escolinhas alfabetizadoras e formadoras de mão-de-obra técnica e rural do Rio Grande do Sul não resolveriam o problema do Rio de Janeiro pós-golpe.
A solução: uma escola integral em turno único, ofertando educação, cultura e cidadania; mantendo os jovens durante todo o dia longe das ruas e da sedução do crime organizado; dando alimentação, assistência médica, esportes e muito mais. Tudo isso, porém, tinha um custo e exigiria a ruptura de um velho paradigma da política brasileira – de que os recursos públicos sejam colocados à disposição das nossas elites e não do povo. A inobservância desse princípio levou o presidente Getúlio Vargas ao desespero e suicídio; o presidente João Goulart à morte no exílio e a presidente Dilma, agora, a um completo isolamento político, culpados, todos eles, por fazerem transferência direta dos recursos públicos para o povo e não para as elites.
COM ROBERTO MARINHO
Logo após o lançamento do programa dos CIEPs, Brizola ainda tentou estoicamente obter o apoio do então presidente das Organizações Globo, Roberto Marinho. Sabia o quanto ele seria capaz de influenciar, para o bem ou para o mal. Apresentou-lhe pessoalmente o projeto e nos relatou depois:
“Ele olhou, olhou, olhou e não disse uma palavra. Em uma segunda oportunidade em que nos encontramos, eu cobrei: ‘Então, doutor Roberto, o que achou do nosso projeto’. Então ele disse: ‘Olha, governador, se o senhor quer construir escolas, está muito bem. Mas não precisa disso tudo. Faça umas escolinhas… Pode até fazê-las bonitinhas, tipo uns chalezinhos…’.” Depois disso não houve mais diálogo entre eles.
Os CIEPs começaram a brotar do chão com a arquitetura inconfundível de Oscar Niemeyer. Eu fazia sobrevoos de helicóptero para fotografar as obras e, vistas do alto, indisfarçáveis, pareciam pragas que irrompiam da terra árida dos subúrbios e das cidades da Baixada Fluminense. Era a praga rogada pelo povo esquecido que, enfim, tomava sua forma visível e ameaçadora, pois apontava para uma nova ordem.
“As gerações formadas pelos CIEPs farão por este País aquilo que nós não pudemos ou não tivemos a coragem de fazer”, afirmava Brizola. Esta, e só esta, é a razão do ódio e do horror que essas escolas incutem até hoje em nossas elites.
ESTÃO AÍ, DEGRADADOS
Eles ainda estão aí. Descaracterizados, desconstruídos, desativados, degradados. Mas cada um desses 508 Cieps ainda traz consigo a semente da grande revolução sonhada por Brizola e Darcy. São quinhentas “toras guarda-fogo” feitas de concreto armado, uma imagem dos pampas gaúchos com que Brizola gostava de ilustrar o futuro do nosso povo:
“Às vezes a fogueira do gaúcho parece ter-se apagado à noite, mas existe sempre a tora guarda-fogo, que esconde aquela centelha interior. Pela manhã, basta assoprá-la para a chama ressurgir.”
(artigo enviado pelo comentarista Mário Assis Causanilhas)

27 de novembro de 2015
Luiz Augusto Erthal

VERSÕES DO FILHO DE LULA E DO LOBISTA SÃO "CONTRADITÓRIAS E VAZIAS"



As explicações de Luis Cláudio não convenceram a Polícia Federal












A Justiça Federal autorizou novas buscas e apreensões em endereços do casal de lobistas Mauro e Cristina Marcondes com o objetivo de permitir o aprofundamento das investigações sobre contratos de R$ 2,4 milhões feitos entre a Marcondes & Mautoni Consultoria e a LFT Marketing Esportivo, que tem como sócio Luís Claudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em nova fase da Operação Zelotes, deflagrada ontem, a Justiça também aceitou novo pedido de prisão dos lobistas e de um comparsa acusado de envolvimento no esquema de compra de medidas provisórias e de espionagem de um dos investigadores.
A Polícia Federal argumentou para a Justiça que a nova busca e apreensão era “fundamental” para “a coleta de mais elementos para aprofundarmos as investigações acerca da contratação da empresa LFT Marketing Esportivo e outros contratos escusos”. Em ofício, o delegado Marlon Cajado sustentou que as versões apresentadas por Luís Claudio e Marcondes para os contratos “se mostram contraditórias e vazias, ao ponto de, ao invés de elucidar os reais motivos de pagamentos da Marcondes Mautoni para a LFT, na verdade serviu para gerar mais celeuma, já que não há uma definição precisa sobre quais e quanto serviços foram de fato contratados, qual eram os reais objetos de estudos e ao que eles se destinavam e qual é a relação deles com o projeto de um centro de convenções, e a inexistência, tanto na sede da Marcondes quanto na da LFT Marketing Esportivo de documentação comprobatória que desse mínimo lastro ao serviço contratado”.
DIZ A DEFESA…
Em nota divulgada nesta segunda-feira, 23, a defesa de Luís Claudio afirmou que o depoimento dele “concentrou-se em fatos. Não em declarações contraditórias e vazias, como se quer fazer crer agora”. Disse que o próprio Luís Cláudio redigiu os projetos: “A LFT não tem corpo de funcionários no regime CLT e, para os trabalhos em questão, não houve subcontratação ou terceirização de outras empresas, o que poderia ter ocorrido, se houvesse a implementação dos projetos ofertados”.
O relatório da PF também reforça as suspeitas de compra da Medida Provisória 471/2009, que prorrogou incentivos fiscais para montadoras de veículos. O lobista Francisco Mirto Florêncio da Silva foi preso ontem acusado de envolvimento com o esquema de corrupção.
Ele também é acusado ao lado do casal Marcondes de ter contratado uma investigação clandestina para espionar o procurador José Alfredo de Paula Silva, que atua na Zelotes. Um registro encontrado pela Zelotes indica que o fato ocorreu em 2010, mesmo ano em que o procurador investigava as negociações para a compra de 36 caças para a FAB pelo governo Lula.

27 de novembro de 2015
Andreza Matais e Julia AffonsoEstadão

SÓ RESTA A DELCÍDIO UM CAMINHO: FAZER A DELAÇÃO PREMIADA

Os assessores tentam fazer de Lula um mestre, mas ele é um simples apedeuta. Jamais diria que “o senador é um político experiente, sofisticado, que não poderia ter se deixado gravar de forma simples como foi feito por Bernardo Cerveró.” É uma frase bem construída, com adjetivos incomuns, inexistentes no vocabulário do ex-presidente. Com certeza deve ter dito alguma coisa assim: “Delcídio é um imbecil, um bosta. Não sabe fazer nada direito. Caiu como um pato”. Profissionais do ramo e do nível de Lula agem dessa forma e usam este tipo de palavreado.  
Mas o espírito da frase deve estar correto. Lula não criticaria os atos, mesmo que criminosos. Afinal, ele e Delcídio são do mesmo partido, colegas de armas. O fato é que o dono do PT está cada vez mais  assustado. Afinal, o círculo está se fechando. Dois filhos enrolados, a amiga Rose pendurada no pincel, outros presos e mais alguns na fila, à espera da vez.
Do outro lado do País, já atrás da grades, Delcídio está cheio de raiva, enganado por um jovem artista, sacaneado pelo amigo Cerveró, julgado e condenado pelos colegas e jogado nos braços da força-tarefa da Lava Jato com robustas provas. Vai fazer o quê, correr para onde? Só lhe resta a cadeia, por longo tempo, além da perda do mandato e dos direitos políticos.
Se tinha amigos no Supremo, agora só tem a lei, pura e crua. O partido, pelo presidente Rui Falcão (mais para urubu), já o defenestrou. Vai tentar eliminá-lo, rapidamente. A amiga Dilma vai ajudar no quê? Totalmente desorientada, esperando um milagre, não gastará tempo para salvá-lo. Os colegas senadores? A maioria deles mal consegue trocar as cuecas.
Sobrou quem para ajudá-lo? Ora. só resta a única salvadora dos trouxas, daqueles que jogaram suas vidas nas mãos dos espertos: a santa Delação Premiada.
LEMBRANDO MARCOS VALÉRIO…
Delcídio caiu, mas não é burro. Vai lembrar e comparar o sofrimento de Marcos Valério, que pegou a pena mais alta no mensalão,  e a vida boa daqueles que, escolhendo entregar os anéis, foram com os dedos para uma vida boa em casa, mesmo usando o ornamento da “coleira eletrônica”.
O fato é que tem gente grande que, a partir de quarta-feira, está dormindo sobressaltada, tendo de ingerir mais comprimidos do que de costume.
Delcídio não tem alternativa: ou pede delação premiada ou vai se acabar na prisão. Será um sonho? Talvez. Mas é um sonho legal e que não custa sonhar. Afinal, as noites de verão estão chegando.

27 de novembro de 2015
Antônio Carlos Fallavena

CONFIRA ALGUMAS CONSEQUENCIAS DA PRISÃO DO LÍDER DO GOVERNO



Delcídio era da total confiança da presidente Dilma
Serão enormes os impactos políticos da prisão do senador petista Delcídio Amaral (MS). 
A prisão foi ordenada pelo ministro Teori Zavascki, por considerar que Delcídio estava atrapalhando as investigações da Operação Lava Jato. Zavascki é um ministro que prima por decisões técnicas. Foi levado ao Supremo pela presidente Dilma Rousseff.
Vamos ao alcance político da medida.
1 – Delcídio não é um senador qualquer. É o líder do governo da presidente Dilma Rousseff. Ou seja, é o porta-voz da presidente da República no Senado.
2 – É considerado um dos mais hábeis negociadores do Senado. Tem conseguido destravar a complicada pauta de votações de interesse do governo nos últimos meses. A prisão dele causa um grande estrago nas fileiras da base aliada do Palácio do Planalto, num momento em que o governo age como uma barata tonta.
3 – Esta é a primeira vez na História que um senador é preso no exercício do mandato. Outros que se envolveram em rolos no passado foram processados, mas não tiveram a liberdade restringida.
4 – Para tomar a decisão de mandar prender o senador, o ministro Teori Zavascki teve de estudar muito o artigo 53 da Constituição. Lá diz que um congressista só pode ser preso em flagrante. É a chamada imunidade prisional.
5 – Delcídio é muito amigo do ex-presidente Lula. É do Mato Grosso do Sul, Estado onde o empresário e fazendeiro José Carlos Bumlai tem parte de seus empreendimentos. Bumlai foi preso na segunda-feira, 24.
6 – A prisão de Delcídio Amaral é um golpe a mais nas pretensões de Lula de se candidatar a presidente em 2018. Há gravações segundo as quais Delcídio estaria participando de articulações para ajudar o ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró a fugir tão logo recebesse um habeas corpus. Cerveró é um dos presos da Lava Jato.
A área de atuação de Delcídio Amaral sempre foi a de energia. Teve influência na nomeação de antigos diretores da Petrobras, assim como na demissão de outros.

27 de novembro de 2015
João DomingosEstadão