"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 19 de junho de 2018

CONEXÃO REPÓRTER: O SENHOR DO TRÁFICO (COMPLETO)



Conexão Repórter (28/08/16) - O Senhor do Tráfico - Completo


19 de junho de 2018

FERNANDO HOLIDAY REBATE OFENSA RACISTA DE CIRO GOMES: "VAI TER DE RESPONDER NA JUSTIÇA".

MARCELO MADUREIRA: CIRO E A PLATÉIA ERRARAM NESSE EPISÓDIO

RECADO URGENTE AOS BRASILEIROS DO CORONEL AZIM! A ORDEM FOI DADA!

CIRO GOMES DÁ PITI E SAI VAIADO PELA PLATÉIA

OLAVO DE CARVALHO; QUEM É LUIZ INÁCIO LULA? O GOVERNO DO PT FOI BOM?



Olavo de Carvalho - Quem é Luiz Inácio Lula? O governo do PT foi bom?


19 de junho de 2018

LULA: ARROGANTE E PRECONCEITUOSO!


Lula: arrogante e preconceituoso!


19 de junho de 2018

LULA ANTES E DEPOIS DO PODER



Lula - Antes e depois do poder


19 de junho de 2018

O QUE O BRIZOLA PENSAVA DO LULA E O PT



O QUE O BRIZOLA PENSAVA DO LULA E O PT.flv


19 de junho de 2018

LULA APRESENTA SUA VERDADEIRA FACE



LULA APRESENTA SUA VERDADEIRA FACE !@!


19 de junho de 2018

13 FALAS DE LULA QUE REVELAM SEU VERDADEIRO CARÁTER



13 falas de Lula que revelam seu verdadeiro caráter


19 de junho de 2018

LULA VIRA PIADA EM CURITIBA E SE OBRIGA A OUVIR TUDO DE SUA "CELA"



LULA vira piada em Curitiba e se obriga a ouvir tudo de sua "cela"


19 de junho de 2018

MICÃO! TOTALMENTE ALOPRADO, CIRO É ESCULACHADO, VAIADO E FOGE DO EVENTO

O LIVRE COMÉRCIO NÃO DESTRÓI EMPREGOS, QUEM DESTRÓI EMPREGOS SÃO OS CONSUMIDORES

Ao mudarem suas preferências, consumidores determinam quem se mantém no mercado e quem tem de sair


"Se abrirmos o país para o comércio exterior, nossas indústrias irão sumir!", grita o protecionista inveterado.

O mesmo protecionista, ao ver que determinadas indústrias estão demitindo, grita: "Os chineses são os culpados!"

O que é realmente interessante é que nenhum protecionista tem a coragem de falar as coisas como elas realmente são: quem determina que uma indústria específica se tornou obsoleta não são os estrangeiros; são os consumidores.

São os consumidores que, ao mudarem suas preferências de consumo e suas exigências de qualidade, determinaram que aquela indústria que não mais os satisfaz tem de ser ou fechada ou inteiramente remodelada e reestruturada.

Quando empresários reclamam da concorrência dos produtos estrangeiros, eles na verdade estão reclamando de um fenômeno bastante específico: a mudança nas preferências dos consumidores. Os consumidores não mais estão comprando seus produtos, e isso os incomoda.

Mas como eles não podem dizer isso abertamente — eles sabem que seria um tanto ridículo virem a público reclamar que os consumidores voluntariamente pararam de comprar seus produtos —, eles simplesmente recorrem a um bode expiatório de fácil apelo: os estrangeiros.

A guerra contra o livre comércio é, na realidade, apenas uma distração para ocultar a verdadeira guerra: a guerra contra a soberania do consumidor.

O livre comércio e "os estrangeiros" são apenas um bode expiatório escolhido para que os verdadeiros "culpados" — os consumidores — não tenham de ser apontados. Isso não seria politicamente aceitável.

Quando você visita uma determinada região da sua cidade que outrora era repleta de indústrias e que hoje está deserta, você tem de entender o que realmente aconteceu: os consumidores alteraram suas preferências, de modo que eles simplesmente deixaram de querer consumir os produtos fabricados por aquelas indústrias.

Sim, é verdade que, em vários casos, as indústrias foram sufocadas por regulações governamentais, por sindicatos poderosos e por uma alta carga tributária, o que tornou suas operações extremamente caras, ineficientes e incapazes de concorrer com os produtos estrangeiros. Mas, ainda assim, a realidade não se altera: ao se tornarem ineficientes — ainda que por fatores exógenos e fora de seu controle —, essas indústrias perderam seu apelo perante os consumidores, os quais prontamente alteraram suas preferências e passaram a consumir de outras indústrias (estrangeiras ou não).

Em última "instância", os culpados por toda e qualquer dificuldade vivenciada por um setor industrial ou por qualquer área da economia sempre são os mesmos: os consumidores e suas preferências.

Por isso, quando economistas ou empresários defendem tarifas de importação ou qualquer tipo de restrição às importações, eles não estão protegendo as indústrias nacionais contra a "invasão" dos produtos estrangeiros. Eles estão protegendo as indústrias nacionais contra as preferências dos consumidores.

Produtos estrangeiros não "invadem" um país do nada e ficam ali à espera de serem consumidos; produtos estrangeiros chegam a um país porque foram voluntariamente adquiridos por consumidores nacionais, que voluntariamente demonstraram sua preferência por esses produtos.

O protecionismo, quando despido de todas as suas justificativas teóricas, é apenas isso: uma guerra violenta contra as preferências dos consumidores, e uma tentativa de suprimir essa preferência voluntariamente demonstrada.

Difícil haver totalitarismo maior do que esse. E é por isso que o protecionismo — ou seja, o governo regular e restringir as preferências dos consumidores — nada mais é do que uma forma de planejamento central.

Levando a lógica ao extremo

Não aceitar o definhamento de determinadas indústrias ou determinados setores da economia é não aceitar que as pessoas mudam suas preferências de consumo.

Não aceitar essa realidade econômica é querer que alterações nas preferências dos consumidores sejam violentamente reprimidas pelo governo, o qual deve então obrigar as pessoas a, contra a sua vontade, manter suas preferências de consumo eternamente inalteradas apenas para garantir a rentabilidade de determinados setores já obsoletos da economia.

Com efeito, quais seriam as consequências dessa mentalidade? Dado que as preferências dos consumidores devem ser mantidas inalteradas para que determinadas indústrias e setores da economia durem para sempre, como estaria o mundo hoje caso tal ideia fosse realmente levada a sério?

Dado que os protecionistas consideram "injusto" os consumidores alterarem suas preferências de consumo, eis algumas perguntas a serem respondidas por eles, começando pela mais básica:

1) Você quer que o governo gerencie cada alteração na maneira como os consumidores gastam seu dinheiro, ou você acredita que os consumidores devem ser livres para gastar seu dinheiro de qualquer maneira pacífica que eles venham a escolher, sem ter de solicitar a aprovação do governo ou pagar uma penalidade caso gastem seu dinheiro de uma maneira que desagrade aos burocratas e a determinados setores da economia?

Agora, passemos às mais específicas:

2) Caso um empreendedor desenvolva um motor mais eficiente e que consome menos combustível, poderia ele livremente colocar este motor à venda no mercado? Poderiam as pessoas livremente adquiri-lo? Isso irá causar desemprego em vários outros setores da indústria automotiva, principalmente naqueles ligados à fabricação de motores tradicionais.

3) Deveria ser permitido que um novo restaurante fosse aberto na esquina da sua rua? Esse novo restaurante certamente vai afetar as receitas dos restaurantes já estabelecidos, podendo até mesmo gerar desemprego.

4) Deveriam as pessoas ser livres para escolher suas próprias profissões? Caso o façam, pode haver uma enxurrada de novos entrantes em determinadas profissões, como engenharia mecânica ou enfermagem. E essa maior oferta de mão-de-obra derrubaria os salários dessas profissões.

5) Deveriam os consumidores ser livres para mudar sua dieta? Tal mudança irá gerar queda de receitas em várias empresas tradicionais do setor alimentício, podendo gerar demissões.

6) Deveriam os consumidores de um estado ser livres para comprar produtos fabricados em outro estado? Tamanha liberdade poderá gerar desemprego no primeiro estado.

7) Você é a favor de as mulheres terem liberdade para trabalhar? Isso não apenas eliminou alguns empregos para homens e adolescentes, como também pressionou os salários para baixo em decorrência da maior oferta de mão-de-obra.

8) O livre trânsito de pessoas dentro das fronteiras de um país deve ser permitido? Quando pessoas migram em massa de uma região para outra, ou mesmo do campo para a cidade, isso gera grandes distorções econômicas em ambas as regiões.

9) Deveriam os consumidores ser livres para comprar carros usados? Deveriam eles ser livres para permanecer com um mesmo carro pelo tempo que quiserem? Ao fazerem isso, eles estão reduzindo a demanda por carros novos domesticamente produzidos. Isso pode gerar queda nas receitas e desemprego na indústria automotiva.

10) Deveriam os consumidores ser livres para comprar roupas de varejistas especializados em vender vestuário de segunda mão? Tamanha liberdade significará menor demanda tanto para a indústria de vestuários novos quanto para todo o setor varejista que vende apenas roupas novas.

11) Deveriam as pessoas ser livres para comprar máquinas de lavar roupa, ferros elétricos, aspiradores de pó e lava-louças? Esses produtos acabaram com os empregos de várias empregadas domésticas.

12) Deveriam as pessoas ser livres para comprar e-books? Isso afeta o mercado de impressoras e de editoras, além de reduzir o número de balconistas de livrarias.

13) Deveriam as pessoas ser livres para consultar aplicativos (gratuitos!) de meteorologia em seus smartphones? Esses aplicativos estão reduzindo enormemente a demanda por meteorologistas humanos no rádio e na televisão.

Por fim, por que deveríamos permitir qualquer uma dessas liberdades de consumo e tolerar tamanha concorrência econômica sem antes mensurar empiricamente os ganhos e perdas gerados por essa liberdade e por essa concorrência?

Deveríamos permitir tamanha liberdade e concorrência apenas caso seja comprovado empiricamente que seus efeitos "distributivos" serão do nosso agrado?

Conclusão

Pense em qualquer mudança ocorrida em qualquer atividade econômica e eu lhe apontarei várias pessoas que ficaram desempregadas em decorrência dessa mudança.

Mas quem, em última instância, fez essas mudanças? Os consumidores e suas preferências.

A pergunta então é: o fato de que mudanças nas preferências dos consumidores geram desemprego seria um argumento contra a soberania do consumidor e a livre concorrência?

Se você acredita que sim, então a única solução é colocar o governo para, antecipadamente, aprovar ou proibir toda e qualquer alteração na maneira como os consumidores gastam o seu dinheiro.

O que nos leva a outra pergunta: você honestamente acredita que tal política irá — ou mesmo poderá — gerar um maior padrão de vida para a população?

A defesa do livre comércio é simplesmente uma parte de um argumento maior: a defesa da soberania do consumidor e da livre concorrência. Alterações nos padrões do comércio internacional não possuem nada, absolutamente nada, de diferente ou de especial em relação a quaisquer outras alterações nos padrões de qualquer outra atividade econômica.

Portanto, se você realmente defende o protecionismo e a restrição do livre comércio, você tem de fazer uma dessas duas coisas:

(a) identificar corretamente alguma diferença essencial e economicamente relevante que mostre que o desejo dos consumidores de comprar bens e serviços vendidos por pessoas que estão em outra jurisdição representa uma categoria a parte, algo completamente diferente de qualquer outra das várias maneiras como esses mesmos consumidores alteram suas preferências e padrões de consumo; ouconcorrência, querendo apenas preservar um mercado artificial que seja do seu gosto pessoal (seja

(b) admitir que você não possui nenhum argumento econômico contra a soberania do consumidor e a livre  porque você está empregado nele, seja porque você é um empresário que aufere seus rendimentos nele).

Quem determina todo o arranjo de uma economia são as preferências dos consumidores. Você pode autoritariamente tentar impedir que haja mudanças nessas preferências, mas não conseguirá fazer isso para sempre. Impedir à força mudanças nas preferências dos consumidores é algo que não apenas trará desarranjos e ineficiências econômicas, como também servirá apenas para manter artificialmente os ganhos de alguns setores da economia à custa de todo o resto.



19 de junho de 2018
Donald Boudreaux

QUEM REALMENTE GANHA COM A OBSTRUÇÃO DO LIVRE COMÉRCIO?

Tarifas de importação beneficiam apenas uma minoria de poderosos, e prejudicam todo o resto do povo


Cansado da baixa qualidade dos carros nacionais, Roberto recorreu a uma importadora e comprou um BMW, produzido na Alemanha e trazido diretamente de lá. Dado que o país era governado por pessoas racionais, Roberto não teve de pagar tarifas de importação (ou pagou uma tarifa extremamente baixa, tipo 1%).
Eis a pergunta: essa transação voluntária entre Roberto e um vendedor alemão — intermediada por uma importadora, que está ali para agilizar e facilitar a transação — foi justa ou injusta? Alguém foi prejudicado por ela? Alguém ficou em pior situação por causa dela?
Repare: Roberto tinha total liberdade para escolher entre manter seu dinheiro ou comprar um carro nacional ou estrangeiro. Ele optou pelo estrangeiro. O vendedor alemão, por sua vez, tinha total liberdade de escolha entre manter seu carro ou vendê-lo para Roberto. A transação só ocorreu porque tanto Roberto quanto o vendedor alemão acreditaram que melhorariam sua situação após a transação. Ninguém foi coagido a nada. Ninguém agiu contra sua vontade. Ninguém foi violentado.
Qual seria o argumento contra essa transação pacífica e totalmente voluntária efetuada por dois indivíduos, que não violentaram ninguém ao fazer essa transação?
E, caso você não ligue muito para automóveis, troque "BMW" no exemplo acima por "sapatos" ou "smartphones", e "Alemanha" por "China".
Muda alguma coisa? Se sim, qual o seu argumento contrário?
(Sempre lembrando que o salário médio da indústria da China já supera o do Brasil e do México, o que significa que o argumento de que os chineses praticam "trabalho escravo" não mais se sustenta).
Ainda estamos no aguardo de um único mercantilista tentar explicar por que essa transação pacífica e voluntária realizada por dois indivíduos representa um tipo de comércio injusto e que deve ser restringido. O fato é que, quando se entende que uma transação comercial é realizada por indivíduos, os mercantilistas ficam sem qualquer tipo de argumento contrário e racional, que não recorra à defesa da coerção e da violência.
Mas os mercantilistas são espertos e gostam de jogar com emoções. Por isso, em vez de reconhecer que o comércio sempre ocorre entre indivíduos, eles gostam de dizer que o comércio ocorre entre nações. Para eles, não foi Roberto comprando de um alemão ou de um chinês, mas sim "o Brasil tendo um déficit comercial com a Alemanha ou com a China", algo supostamente "muito ruim" e que tem de ser impedido por políticos e burocratas. Essa deturpação da linguagem é eficiente porque apela ao nacionalismo e incita os mais incautos.
O fato incontornável, no entanto, é que o comércio internacional ocorre entre um indivíduo de um país com um indivíduo de outro país. Qual o argumento para dizer que isso é injusto e deve ser impedido?
Mais ainda: quem realmente pode ser contra esse arranjo? Se você responder: "as montadoras nacionais e seus sindicatos", parabéns. Você é o aluno mais brilhante da classe.
Observe que nunca são os consumidores nacionais que reclamam da oferta de bens a preços baixos. Sempre são apenas alguns produtores nacionais e seus sindicatos que fazem isso. Algo a se pensar.
Os ganhadores
Quando o governo impõe uma sobretaxa aos produtos importados, o consumidor é o maior perdedor. Esse encarecimento artificial dos produtos importados significa que os produtores nacionais estarão agora livres e despreocupados para elevar seus preços e reduzir a qualidade de seus produtos. Como não há mais concorrência estrangeira a quem os consumidores nacionais recorrerem, estes agora são obrigados a pagar mais caro por bens nacionais de qualidade mais baixa.
Quem realmente perde mais com isso? Os mais pobres.
O protecionismo, na prática, transforma a população em um gado preso em um curral: o povo, principalmente o mais pobre, fica praticamente proibido de comprar produtos estrangeiros baratos e é obrigado a comprar apenas os produtos nacionais mais caros produzidos por empresários e sindicatos protegidos e privilegiados.
Com o protecionismo, o intuito do governo é proteger as empresas nacionais e blindá-las contra os desejos dos consumidores — principalmente dos mais pobres, que ficam sem poder aquisitivo para comprar produtos bons e baratos feitos no exterior.
Para o governo, as indústrias nacionais não devem ser submetidas à liberdade de escolha dos consumidores nacionais. Os consumidores não devem ter o direito de escolher produtos estrangeiros. Eles devem ser obrigados a comprar apenas os produtos nacionais mais caros.
E com um agravante: quando a população é obrigada a comprar produtos nacionais artificialmente mais caros, sobra menos dinheiro para investir ou gastar em outros setores da economia, como lazer, alimentação, educação, vestuário, o que acaba reduzindo o emprego e a renda nestas áreas.
A restrição às importações e a reserva de mercado criada por ela fazem com que a capacidade de consumo e de investimento da população seja artificialmente reduzida. E sempre que a capacidade de consumo e de investimento da população é artificialmente reduzida, lucros e empregos diminuem por toda a economia. 
Portanto, proteger empregos em um setor por meio de tarifas de importação gera queda da renda e desemprego em vários outros setores da economia.
Mas os empresários corporativistas que enchem os bolsos com o dinheiro extraído dos consumidores por meio dessa violência imposta pelo estado jamais mencionam isso. Eles querem que o público extorquido acredite que a tarifa é, na verdade, um benefício para os trabalhadores. Sim, há algum benefício marginal para os trabalhadores que trabalham especificamente nas indústrias protegidas. Mas se o objetivo é falar de quem realmente lucra com as tarifas, então o enfoque não tem de estar nos trabalhadores. O enfoque tem de estar nos empregadores de um ínfimo punhado de trabalhadores que são beneficiados pelas tarifas.
Com o protecionismo, você consegue ver os empregos protegidos e os salários artificialmente elevados naquelas indústrias protegidas. Mas você não vê os empregos perdidos e a queda de salários naqueles outros setores da economia que tiveram sua demanda reduzida porque os consumidores tiveram de gastar mais dinheiro para adquirir os produtos daquelas indústrias protegidas.
Por isso, sempre que você ouvir um político dizendo que quer proteger empregos impondo tarifas de importação sobre determinados bens estrangeiros, mantenha sua mão em sua carteira e suas costas firmemente contra a parede. Você está prestes a ser assaltado. Só que o político não irá tomar o seu dinheiro em nome dos lucros das grandes empresas protegidas pela tarifa de importação; ele não terá a hombridade de falar isso. Ele irá tomar o seu dinheiro em nome de estar protegendo empregos que deixarão de existir caso ele não confisque o seu dinheiro.
Eles acreditam que conseguirão o seu apoio caso coloquem as coisas dessa maneira. Em outras palavras, eles acreditam que você é um otário.
Não é nada surpreendente que empresários corporativistas queiram impor tarifas em seus concorrentes estrangeiros. Todos gostam de receber ajuda do governo federal.
A questão está em os consumidores aceitarem isso. Se eles realmente quisessem subsidiar os empresários nacionais, não haveria necessidade de o governo impor tarifas de importação. Os próprios consumidores, voluntariamente, comprariam apenas os produtos nacionais. Mas o fato de eles não fazerem isso voluntariamente, e terem de ser obrigados pelo governo a pagar dinheiro extra para esses empresários nacionais, mostra bem a realidade: no que depender das preferências voluntárias dos consumidores, esses empresários ficariam sem dinheiro.
Só que as coisas nunca são colocadas dessa maneira clara e direta. O governo sempre recorre ao protecionismo em nome de estar "protegendo empregos". Mas não são os trabalhadores os principais beneficiários das tarifas. As tarifas fornecem fartos lucros para os grandes empresários.
"As tarifas protegem os trabalhadores!"
Eis uma lição que jamais deve ser esquecida: sempre que o governo intervém na economia, há ganhadores e perdedores. Para saber quem são, apenas siga o dinheiro.
Um slogan popular em prol das tarifas de importação é este: "As tarifas protegem os empregos!". De certa forma, é um slogan correto. A pergunta é: "quais empregos são protegidos?". Outra pergunta é: "Quem arca com tudo?".
No mundo real, é impossível conseguir algo em troca de nada. Se alguns empregos são artificialmenteprotegidos pelo governo — isto é, se o governo impede que os consumidores demonstrem livremente sua preferência de consumo —, então, inevitavelmente, há pessoas tendo coercivamente de pagar para garantir essa proteção.
Quem são os ganhadores? Quem são os perdedores?
Os ganhadores são uma porcentagem relativamente pequena de trabalhadores (empresários inclusos) que produzem bens a preços mais altos e com menor qualidade do que os bens importados oferecidos aos consumidores. O único motivo de esses trabalhadores precisarem de proteção é porque eles não são eficientes.
E quem julga a eficiência deles? Os consumidores. O cerne de uma economia de livre mercado é este: os consumidores têm a autoridade suprema. Já o cerne de uma economia intervencionista é este: o governo está ali para suprimir a autoridade suprema dos consumidores.
Consequentemente, e por uma questão de lógica, qualquer tentativa do governo de interferir na economia para ajudar determinados grupos de interesse (grandes empresários e sindicatos) sempre ocorrerá à custa daqueles consumidores que teriam comprado os bens que os concorrentes estavam oferecendo, mas que não puderam fazer isso por causa das regulamentações impostas pelo governo.
Agora, você pode argumentar que há sim muitas indústrias nacionais eficientes, mas que, por causa dos altos impostos, das leis trabalhistas e da burocracia do governo, se tornam ineficientes perante os estrangeiros. Logo, tarifas de importação seriam um "mal necessário" para remediar esse efeito deletério criado pelo próprio governo.
Obviamente, tal argumento é irracional. O fato de essas empresas estarem sendo atrapalhadas pelo governo não justifica que o governo tenha de atrapalhar outras pessoas para compensar o estorvo que ele gera sobre essas empresas. Se o governo afeta a eficiência dessas empresas, então o lógico e racional é que ele deixe de afetá-las, e não que ele passe a igualmente afetar os consumidores.
Quem defende tarifas de importação sob esse argumento está, na prática, dizendo que a maneira correta de corrigir uma coerção do governo é colocando o governo para coagir igualmente outras pessoas.
Não seja um seguidor dessa lógica.
Ademais, e igualmente importante, mesmo que empresas eficientes tenham se tornado ineficientes por causa dos impostos, da burocracia e das leis trabalhistas impostas pelo governo, isso em nada muda o fato de que são os consumidores que, em última instância, estão rejeitando os produtos dessa empresa. Sim, é lamentável que a causa do declínio de uma indústria específica esteja nas intervenções do governo e que a empresa seja realmente uma vítima; porém, isso em nada altera a realidade de que, em última instância, foi o consumidor que perdeu o interesse de consumir os produtos desta agora ineficiente (por causa do governo) empresa.
Qual seria a atitude lógica e sensata? Defender que o governo retire suas intervenções danosas sobre essa indústria. O que os protecionistas defendem: que o governo amplie suas intervenções danosas sobre todo o resto da economia.
Impor tarifas de importação para obrigar os consumidores a voltar a consumir os produtos dessa indústria simplesmente agrava a situação. E o que é pior: além de afetar toda a economia (pelos motivos descritos neste artigo), ainda concede um passe livre ao real causador de todo o desastre.
Conclusão
Exceto os grupos de interesse que realmente ganham com o protecionismo (e cuja postura, embora imoral, seja racional), só defende o protecionismo pessoas que genuinamente acreditam que o governo tem em mente apenas o bem-estar das pessoas. E que também acreditam que o governo é um protetor dos "melhores interesses da sociedade".
O fato é que tarifas de importação existem para proteger produtores ineficientes que não estão produzindo bens que atendem aos reais desejos dos consumidores. É por isso que tais pessoas recorrem ao governo federal para protegê-las. Mas não é para protegê-las dos estrangeiros, mas sim para protegê-las dos consumidores que querem voluntariamente comprar dos estrangeiros.
Você quer realmente ajudar a indústria nacional? Agite para que o governo federal pare de sobrecarregá-las com impostos, burocracia, leis trabalhistas arcaicas e regulamentações onerosas. Não agite para que o governo, com o intuito de "corrigir" essa distorção, expanda essa distorção para todo o resto da economia.
Não seja essa pessoa. 
19 de junho de 2018
Walter Williams professor honorário de economia da George Mason University e autor de sete livros. Su as colunas semanais são publicadas em mais de 140 jornais americanos.
Gary North ex-membro adjunto do Mises Institute, é o autor de vários livros sobre economia, ética e história.