Reeleito com 55% dos votos, o governador paranaense Beto Richa (PSDB) vai se dividir nas próximas semanas entre tarefas à frente do Palácio Iguaçu, a campanha declarada pelo presidenciável Aécio Neves no segundo turno das eleições e uma questão pessoal: paparicar o primeiro neto, nascido no dia em que venceu a eleição.
Quais serão seus passos neste segundo turno?
Estamos, desde sempre, empenhados na eleição do candidato já aprovado pelo Brasil, Aécio Neves.
Acredita no apoio de Marina no segundo turno?
Parece-me que o apoio de Marina é quase natural, até pelos ataques que o PT usou para minar a sua candidatura. E também porque os programas da Marina e do Aécio têm muito mais convergências do que divergências. Mas essas são tratativas a cargo diretamente de Aécio e Marina.
O senhor se licenciou no primeiro turno para se dedicar à campanha. Pretende fazer o mesmo no apoio ao candidato presidenciável do partido?
Vou mergulhar de cabeça na campanha do Aécio. Se for necessário, me licencio novamente.
A que o senhor atribui a sua vitória no primeiro turno no Paraná?
São vários fatores: uma gestão que colocou em primeiro plano o diálogo e o respeito, em todos os 399 municípios do estado, administrando de forma apartidária, sem rancores, e em todas as nossas relações, no país ou fora dele; os resultados expressivos verificados na gestão pública, fazendo mais com menos, governando com metas determinadas, com reflexos na economia do estado (crescemos, em média, o dobro do PIB nacional) e em todos os setores: Educação, Saúde, Segurança, Infraestrutura etc; o excelente relacionamento que tivemos com a classe política do Paraná e de outros estados; o entendimento de que a democracia não admite adjetivos, é substantiva. Ou existe ou não existe. Foi uma vitória da verdade.
Em seu segundo mandato à frente do governo paranaense, o que deve continuar, e quais mudanças os eleitores podem esperar em sua segunda gestão?
Nosso primeiro mandato criou bases sólidas para o desenvolvimento sustentável do estado, com atração de R$ 35 bilhões em novos investimentos, por meio do programa Paraná Competitivo, e geração de 367 mil empregos. Na próxima gestão, queremos atrair o mesmo volume de investimentos e gerar outros 400 mil empregos com carteira assinada. O crescimento em todos os setores foi significativo. Continuaremos também a dar prioridade absoluta aos setores de Educação, Saúde, Segurança, Infraestrutura, Habitação, sem descuidar de nenhum outro. Tenho certeza que o melhor está por vir, inclusive pela própria experiência acumulada na primeira gestão.
A sua vitória neste pleito foi o terceiro caso de reeleição consecutivo no Paraná. O senhor acredita que haja uma tendência do eleitor paranaense de votar sempre pela continuidade de seus governadores?
Não posso avaliar as outras situações. Penso que são exemplos diferentes. Mas, em nosso caso, os resultados verificados na primeira gestão e a projeção de um futuro que os paranaenses esperam levaram o eleitor paranaense a escolher a continuidade da nossa administração em detrimento da gestão do passado, pleno de desrespeito e truculência, e da representação petista, extremamente fragilizada pelas denúncias, tanto em nível nacional como local, e pela má gestão, em termos de governo federal.
Além de ganhar as eleições, o dia 5 de outubro trouxe também ao senhor a confirmação de ser avô. Como foi receber esta notícia exatamente no mesmo dia de sua reeleição?
Uma emoção indescritível. Para mim e toda a minha família. Estava saindo da cabine de votação, e a Fernanda, minha esposa, passou o telefone dizendo que meu filho André tinha uma notícia para me dar. Foi uma alegria muito grande.
(O Globo)
09 de outubro de 2014
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