Já podemos proclamar que sobrevivemos na “União das Repúblicas Sindicalistas do Brazil”. Viva a Presidenta Dilma Rousseff, que num só golpe de canetada, baixou o Decreto 8243. Nossa “tovarich” instituiu a “Política Nacional de Participação Social” e o “Sistema Nacional de Participação Social”. A PNPS e a SNPS são a base soviética do Capimunismo de Estado Tupiniquim. Quem controla os movimentos sociais vai comandar o País.
O que vem por aí, se tal sistema for implantado do jeitinho que a petralhada autoritária concebeu, é a disputa pela hegemonia na tal de “sociedade civil organizada”. Quem não for aliado, será tratado como adversário e, muito provavelmente, como inimigo – de preferência, a ser eliminado ou neutralizado pela via da legislação casuisticamente aprovada pelos poderosos grupelhos de plantão e sacramentada por um judiciário submisso, ineficiente e injusto.
Se houver reação, o Brasil tende a mergulhar em uma inédita guerra civil. As pré-condições para o conflito social já estão bem configuradas. Basta constatar o crescente poderio econômico e bélico das organizações criminosas. Tudo viabilizado pela combinação cínica e delituosa entre a ação política, sua ideologia mentirosa, e governança organizada do crime. A corrupção, a violência, o terror e a ignorância da maioria dominam o País da Impunidade.
Nessa conjuntura, só prosperam organizações comparsas do capimunismo em vigor. A própria gestão macroeconômica fica submetida à delinquência sistêmica. Lucra quem especula, corrompe, rouba, abusa da usura e sonega impostos (escorchantes, aliás). Lidera o processo quem usa informações privilegiadas obtidas junto aos podres poderes estatais. A hegemonia é da minoria de gangsters mafiosos que exportam a grana que roubam aqui e, na hora certa, fazem o dinheiro voltar no formato de supostos “investimentos estrangeiros diretos”. Por isso, existem tantas dinastias políticas muito ricas – algumas bilionárias.
Não existe crise para esses privilegiados neorricaços da politicagem com o crime organizado. Mas o bicho já começa a pegar para o resto dos brasileiros, de todas as classes, que dependem de trabalhar, produzir de verdade, gerar empregos, pagar impostos e cumprir com seus deveres cívicos. A vida fica complicada para quem depende de crédito novo. Pior é a situação de quem está encalacrado para pagar as dívidas atuais. É o terror dos juros altíssimos e taxas abusivas cobradas pelos bancos que lucram emprestando o dinheiro dos outros (e não o deles). Os banqueiros tupiniquins ostentam lucros recordes graças ao modelo de usura.
A situação brasileira é surreal na comparação com o resto do primeiro mundo. “Está cada vez mais difícil para os bancos americanos gerarem lucro”. Banqueiro brasileiro deve morrer de rir do título dessa reportagem assinada por Robin Sidel e Andrew Johnson, do prestigiado The Wall Street Journal. A mesma publicação traz outra reportagem, escrita por Monica Houston-Waesch e Paul Hannon, informando o aperto bancário na Europa: “Escassez de crédito continua arrastando economias da Zona do Euro”.
Nos EUA, as instituições financeiras estão encontrando dificuldades para conseguir lucros tanto no varejo como no mercado financeiro. Uma forte queda nos empréstimos imobiliários e uma desaceleração no mercado de negociação de ativos levaram a uma retração de 7,6% no lucro líquido no primeiro trimestre em relação a igual período do ano passado nos 6.730 bancos comerciais e instituições de poupança. Os dados alarmantes são do FDIC, a agência norte-americana garantidora dos depósitos bancários. Na terra do Tio Sam, os juros baixos são insuficientes para estimular novos financiamentos imobiliários. O FDCI lista 411 instituições financeiras na “lista de problemas”.
Já no Brasil dos juros estratosféricos, os bancos não sabem o que fazer com tanto lucro recorde a cada resultado trimestral. Por aqui, onde sobra dinheiro, os banqueiros financiam incorporações e construções imobiliárias. O movimento eleva os preços dos imóveis. Também faz os aluguéis dispararem. Inquilinos e comerciantes sofrem pressões espúrias na hora de renovarem seus contratos. As imobiliárias, que operam como cartéis mafiosos, impõem sua vontade. Quem precisa morar ou sediar seu negócio fica sem alternativa. Uns quebram, outros tentam fugir para as periferias – onde os aluguéis também estão absurdos.
O crédito imobiliário também não anda fácil no Brasil – pelo menos para a classe média, que precisa comprovar renda alta para conseguir financiamentos para comprar imóveis com preços claramente especulativos, fora da realidade. Curiosamente, principalmente nas áreas nobres dos grandes centros, como Rio de Janeiro e São Paulo quem aparece como compradores dos imóveis cada vez mais caros?
A resposta inocente de corretores imobiliários: “investidores estrangeiros”. Na verdade, a maioria dos supostos “gringos” são “laranjas” dos bandidos políticos brasileiros – que mandam dinheiro para fora e fazem o famoso “draw-back” (retorno da grana, que a compra de imóveis e investimentos em ações ajudam a “lavar”). Se a Super Receita Federal – que tem uma área de inteligência com profissionais sérios e brilhantes – fizer uma devassa no patrimônio de políticos, nos parentes deles ou em seus parceiros de negócios, vai descobrir uma surpreendente evolução patrimonial, em renda e imóveis, totalmente incompatível com os ganhos normais das figuras com a atividade de “político profissional” (um dos absurdos institucionais tupiniquins). A Operação Lava Jato deu uma pequena demonstração de como toca tal banda de sacanagem.
O cenário é dos mais esquisitos. A “Copa do Jegue”, que a propaganda governamental promete ser a “copa das copas”, já nos deixa o legado de promessas descumpridas, com obras superfaturadas, incompletas e inacabadas, junto com aumentos especulativos de preços (dos aluguéis, vestuário, transportes, comunicação e comida). Se a Seleção Brasileira vencer, a maioria dos problemas tende a ser escondido debaixo dos tapetes – como de costume. Mas se os canarinhos não decolarem, muitas vacas vão para o brejo, junto com as bestas, os jegues, os burros e outros animais nojentos da politicagem tupiniquim.
O cenário político também é tétrico e apavorante. Tanto que o PT resolveu antecipar seu pacotinho de maldades com o Decreto 8243 – para consolidar o aparelhamento da máquina estatal, nos moldes que fazem inveja aos velhos camaradas soviéticos. O PT tem tudo para perder a eleição presidencial. O problema é que, até agora, a “oposição” – com Eduardo Campos e Aécio Neves - ainda não mostrou o que pretende fazer de diferente dos petistas. Nessa inércia, os eternos governistas do PMDB só aguardam a hora de escolher em que Titanic vão embarcar para a próxima gestão...
O Alerta Total insiste na tese clara e objetiva. Não existe previsão de mudança do modelo político e econômico brasileiro, no curto e médio prazos. Com tudo mudando de mentirinha, para ficar a mesma coisa na verdade, o Brasil não cresce o suficiente. Não permite a evolução da mentalidade cultural produtiva, realmente geradora de emprego e renda, superando a especulação financeira ou o clientelismo das “bolsas-assistencialistas”.
O que pode acontecer, com a derrota eleitoral do PT, é um processo violento de conflitos na máquina estatal – infestada pelos parasitas do partido trambiqueiro e dominada pela governança do crime organizado. Quem vencer terá toda sorte de dificuldades para desalojar a petralhada do sistema de poder. O próximo ocupante (menos chance para uma ocupanta) do Palácio do Planalto terá sua governabilidade bastante prejudicada. Desenha-se um cenário de “guerra civil” no horizonte perdido do Brasil. Depois dela, pode ocorrer uma onda de separatismos...
Se a taça do mundo será nossa, ainda não dá para ter certeza. Mas que, em 2015, não há quem possa com os baderneiros, é uma hipótese a ser levada a sério. O risco institucional nunca foi tão alto. Quem apostar que vai se dar bem a partir do caos instaurado corre o alto risco de se dar mal no final das contas.
A incompetência petista, em parceria com a governança do crime, estuprou a Nação. O Brasil precisa, urgentemente, de um modelo político, econômico e social diferente do atual. O novo paradigma precisa ser focado na gestão eficiente, na honestidade, na produção, no trabalho, no ensino de qualidade, e no desenvolvimento científico e tecnológico, incluindo a recuperação do poder de dissuasão militar. Enfim, temos de implantar um Capitalismo de verdade por aqui.
Se o Brasil, mesmo tirando o PT no poder, continuar no mesmo caminho do passado, com o “Capimunismo de sempre”, nosso futuro próximo será uma mera continuidade da corrupção, roubo, usura e violência que agora domina a “URSB”. Nem o mais FDP dos brasileiros merece um regime tão desqualificado.
Por enquanto, a seleção da máfia vence a Copa do Jegue, de goleada. O consolo é que, no juízo final da competição, os mafiosos não poderão levar o que roubaram para seus túmulos. Então, que a terra lhes seja leve – como diria o velho Machado de Assis.
Vamos ter amor, fé e esperança que seremos capazes de mudar o Brasil para melhor. Já passou da hora de agir. Quem se omitir pagará caro no juízo final – cada vez mais próximo. Não merecemos acabar no saco de lixo da História!
Por isso, “avante, brasileiros, sempre avante” – como está escrito naquela primeira estrofe do Hino Nacional Brasileiro, propositalmente omitida da canção tradicional. Avante!
Todos na Torcida
Releia o artigo de sábado: “Oposição”, juristas e militares (ainda não corrompidos) reagirão ao golpe do Decreto 8243? Quando?
Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.
03 de junho de 2014
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.