INVESTIGAR VALDIR RAUPP NA LAVA JATO
NOVA INVESTIGAÇÃO SE BASEIA NA DELAÇÃO DE FERNANDO BAIANOBAIANO APONTOU RAUPP COMO OPERADOR DO PMDB NO ESQUEMA DE CORRUPÇÃO DA PETROBRAS (FOTO: WALDEMIR BARRETO/ AG SENADO) |
O ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a abertura de mais um inquérito contra o senador Valdir Raupp (PMDB-RO). O processo tem como objetivo apurar as denúncias de que o peemedebista teria cometido crimes de corrupção passiva, tráfico de influência e lavagem de dinheiro. Este é o quarto pedido de investigação solicitado à Corte pela Procuradoria Geral da República (PGR).
O novo pedido da PGR se baseia na delação premiada do lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras. Em depoimento, o lobista afirmou que a empreiteira gaúcha Brasília Guaíba teria procurado Raupp para intermediar negócios com a estatal. Em troca, o parlamentar exigiria doações de campanha.
Em nota, Raupp negou as acusações e criticou a delação premiada de Soares, que classificou de "mentirosa e grotesca". "Essa delação beira o senso do ridículo por carecer de qualquer indício de veracidade. É uma estória com enredo totalmente fantasioso e que não se sustentará por muito tempo", diz o texto.
Caberá, agora, à Procuradoria Geral da República avaliar as suspeitas e decidir se há ou não indícios para que ele responda a uma ação penal. Ao autorizar a abertura de inquérito, Teori ressaltou que a decisão sobre o que investigar é da PGR e que compete ao Supremo somente acompanhar a regularidade do processo. "Observadas essas circunstâncias, nada impede a instauração do presente inquérito, a fim de que se apure suposta prática dos crimes atribuídos aos investigados", declarou Teori.
Na semana passada, Teori determinou a abertura de um outra inquérito contra Raupp, dessa vez baseado no acordo de delação premiada de Nestor Cerveró, ex-diretor da Petrobras. Em depoimento ao Ministério Público Federal, ele acusou Raupp de receber propina em contratos da BR Distribuidora, subsidiária da estatal petroleira.
05 de outubro de 2016
diário do poder