"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 5 de março de 2016

BICUDO: FATOS NOTÓRIOS CONFIRMAM RAZÃO DE IMPEACHMENT

PARA O JURISTA HÉLIO BICUDO, DELAÇÃO DE DELCÍDIO CONFIRMA TUDO

PARA JURISTA, DELAÇÃO DE DELCÍDIO REAFIRMA FUNDAMENTOS DO IMPEACHMENT. FOTO: AE


O jurista Hélio Bicudo afirmou neste sábado que a suposta delação premiada de Delcídio do Amaral (PT-MS) reafirma os fundamentos do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, feito no ano passado. Bicudo disse que o depoimento de Delcídio não traz nenhum fato novo. Os fatos relatados em reportagem e negados pela presidente são todos fatos "notórios", segundo o jurista, e que confirmam os motivos para um impeachment.

Sobre o debate acerca de exageros na condução coercitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ontem, na Operação Lava Jato, Bicudo afirmou que é uma problematização "idiota". "O (juiz Sérgio) Moro não é nenhum novato e já demonstrou que age com cautela. Se determinou a condução coercitiva, ele tinha motivos", afirmou. "O discurso do Lula é novamente de se colocar na posição de vítima", disse.

O jurista criticou o discurso do ex-presidente ontem, após prestar depoimento. Usando uma expressão de Lula no fim de seu discurso, Bicudo afirmou que "jararaca é bicho peçonhento, de quem é preciso ficar longe".

No final da coletiva dada nesta sexta-feira, Lula afirmou que "se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo. A jararaca tá viva, como sempre esteve."

Bicudo voltou a defender que a Câmara dos Deputados tenha liberdade para atuar na apreciação do processo que pede o afastamento da presidente Dilma Rousseff. Na avaliação do jurista, o Supremo Tribunal Federal (STF) está impedindo o fluxo normal da discussão do tema na Câmara sem ter a competência para realizar interferências. "O STF não deveria assumir posição política, apenas jurídica. Dessa forma, está agindo ao largo da lei", afirmou jurista.

Bicudo, que estava almoçando junto com um grupo de amigos advogados em um restaurante na Zona Sul de São Paulo, disse que vai participar das manifestações no dia 13 de março, na capital paulista. O prato do almoço foi lula.



05 de março de 2016
diário do poder

CORRUPÇÃO É IMPOSTO PAGO PRINCIPALMENTE PELOS MAIS POBRES



Ugaz, da Transparência Internacional, elogia a Lava Jato











A corrupção é a base da desigualdade social no Brasil e são os pobres os mais afetados pelo fenômeno. As declarações são de José Ugaz, presidente da Transparência Internacional, organização com sede em Berlim e presente em mais de cem países. Em entrevista ao Estado, Ugaz elogiou a força-tarefa da Operação Lava Jato, mas reconheceu que, por causa do caso de desvios na Petrobrás, “a percepção da corrupção no Brasil se deteriorou significativamente”. Ugaz, de 56 anos, ficou conhecido como procurador do caso Fujimori, ex-presidente peruano que atualmente cumpre pena de prisão por corrupção e crimes contra os direitos humanos.
Por que o Brasil sofreu uma queda tão acentuada no ranking da Transparência Internacional?
Sem dúvida, o megaescândalo da Petrobrás e suas ramificações afetaram a percepção dos entrevistados sobre os níveis de corrupção no Brasil. É importante ressaltar, no entanto, que o ranking não é uma pesquisa de opinião pública, com entrevistas de rua e uma seleção aleatória de respondentes. O índice é uma compilação de pesquisas com públicos especializados; em geral, líderes empresariais e especialistas sobre sua percepção da corrupção no setor público de um país. Por refletir a opinião de um grupo qualificado, o ranking normalmente não se deixa afetar de maneira significativa por escândalos e outros eventos isolados, justamente porque ele captura a percepção de um público que acompanha a questão de um ponto de vista mais sistêmico. No entanto, o escândalo da Petrobrás e a Operação Lava Jato foram tão impactantes que, mesmo com esta característica “amortecedora” do índice, a percepção da corrupção no Brasil se deteriorou significativamente.
Como o sr. avalia a situação da corrupção no Brasil hoje?
Da mesma forma que os valores exorbitantes de dinheiro e o número de criminosos de alto nível envolvidos no escândalo Petrobrás causou espanto mundial, a Operação Lava Jato, investigando empresários e políticos poderosos, também está mandando uma mensagem ao mundo de que algo extraordinário está ocorrendo na luta contra a corrupção no Brasil. Não há muitos exemplos de países que se aprofundam na investigação e sanção da grande corrupção, especialmente quando ela envolve a cumplicidade entre as elites econômica e política. Isto é o resultado do comprometimento público de um grupo extraordinário de delegados, procuradores e juízes que decidiram romper com a impunidade. Quando um país começa a confrontar o mal da corrupção de maneira mais incisiva, ela se torna mais visível, mais debatida, mais “percebida”.
A Lava Jato é suficiente para acabar com a corrupção no País?
Certamente não. Nenhum país foi bem-sucedido na luta contra a corrupção com medidas isoladas – é sempre uma combinação de reformas e esforços persistentes. No entanto, a Lava Jato é extremamente importante e deve ser defendida. Existem várias pessoas, e pessoas poderosas, querendo ver a operação enfraquecida, a nulidade dos processos e a impunidade como resultado final. Claro, se equívocos e abusos foram cometidos nos procedimentos da operação, eles devem ser corrigidos. Entretanto, como dizem os procuradores da força-tarefa, não se deve demolir um prédio inteiro porque se encontrou um vazamento na tubulação. A corrupção no Brasil parece ser sistêmica e a investigação e sanção de um caso não mudará as estruturas da sociedade brasileira.
Quais outras medidas são necessárias?
Em primeiro lugar, a sociedade brasileira deve assegurar os avanços já alcançados. Há tentativas frequentes de alterar e abrandar as importantes leis anticorrupção aprovadas nos últimos anos. Também é importante promover reformas sistêmicas, tais como as propostas na campanha “10 Medidas contra a Corrupção” liderada pelo Ministério Público. Há necessidade, ainda, de uma mudança cultural. Os cidadãos precisam entender que é possível viver sem o desrespeito às leis para benefício pessoal.
Qual o impacto da corrupção para o brasileiro comum?
A corrupção afeta mais agudamente os brasileiros mais pobres. Quando o corrupto rouba dinheiro para benefício próprio, saúde, educação, alimentação, saneamento e outros direitos humanos básicos são negados aos setores mais vulneráveis da sociedade. A corrupção é um imposto pago pelos mais pobres de nossos países.
05 de março de 2016
Jamil ChadeEstadão

LULA FEZ COMÍCIO EM VEZ DE DAR EXPLICAÇÕES

Lula é conduzido coercitivamente a depor na Polícia Federal em São Paulo para esclarecer uma mínima parte de suas atribulações com a Justiça brasileira — mas já fez comício, em vez de dar explicações


PF LULA DEPOIS DA PF - Muita retórica, auto-louvação, jogo para a plateia e nenhuma explicação (André Penner/AP)

Lula ama suas plateias. As plateias de Lula o amam. Mas isso não é suficiente para apagar as evidências de prática de crimes que levaram a Polícia Federal a escoltá-lo para depor, na sexta-­feira passada, em uma delegação do órgão instalada no Aeroporto de Congonhas. 

Como todo populista, Lula é um defensor do igualitarismo, desde que ele seja sempre mais igual do que os outros. 
Um suspeito da autoria de crimes pelos quais ele é investigado, em especial o delito de ter enriquecido com repasses de dinheiro desviado de uma estatal que pertence ao povo brasileiro, é levado por policiais a depor coercitivamente. 
Basta que as autoridades decidam assim. Ponto. 
Mas Lula se acha acima da lei. Ele se sentiu no direito de debochar da Justiça e dos agentes policiais. Fez um pronunciamento depois de depor durante três horas à Polícia Federal sobre as razões pelas quais recebeu 30 milhões de reais de empreiteiras pegas na Operação Lava-­Jato por usufruírem um esquema de corrupção na Petrobras.

Lula nada explicou. Nada disse que ajudasse os brasileiros a entender por que recebeu milhões de reais de empresas condenadas por esquemas de propina na Petrobras e de lobistas traficantes de medidas provisórias no seu governo. 

Fez-se de vítima e encenou o número de sempre diante de sua plateia. Enalteceu as próprias qualidades e magnificou seus feitos nos oito anos em que presidiu o Brasil. 

Feitos, aliás, que ninguém discute. Lula foi um governante de imensa sorte, presidindo um país cuja economia recebeu mais de 200 bilhões de dólares de recursos extras produzidos por exportações de minerais e grãos que tiveram preços recordes no período. 

Se no lugar de Lula tivesse sido eleito um "poste", essa massa espetacular de recursos teria sido injetada na economia brasileira da mesma maneira. 
Mas ter sorte não é um elemento desprezível na vida privada nem na pública. O problema para Lula é que, no âmbito da Justiça e nas encrencas que claramente ele tem com a polícia, a sorte não conta muito.

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Foi louvável a tentativa de Lula de politizar os eventos de sexta-feira passada. Politizar é o instinto básico do ex-­presidente. 
Mas, como a sorte, esse atributo não ajuda muito Lula em suas atuais atribulações. 
Carlos Fernando Lima, um dos procuradores da Lava-­Jato, explicou o objetivo e a abrangência da Operação Aletheia (verdade, em uma tradução livre do grego). 
Disse ele: "Não temos nenhuma motivação política. A única consideração do Ministério Público é o legal versus o ilegal. Esta é apenas mais uma etapa da Operação Lava-Jato". 

O procurador esclareceu que, ao levar Lula coercitivamente para depor - em vez de marcar uma hora para recebê-­lo na delegacia -, o MP quis evitar manifestações públicas de parte a parte. "Sabemos da polarização que existe no país e, para evitar maiores manifestações, procuramos fazer da maneira mais silenciosa possível."

Com Policarpo Junior, Rodrigo Rangel, Daniel Pereira, Robson Bonin e Hugo Marques


05 de março de 2016
Eurípedes Alcântara
Veja

SOBRE LULA, O SEU DISCURSO E AS TRANQUEIRAS QUE RECEBEU...

Link para uma matéria muito interessante. Um bate-papo entre Carlos Graieb, Vera Magalhães e Augusto Nunes.

http://veja.abril.com.br/multimidia/video/nada-do-que-lula-fala-faz-sentido

05 de março de 2016

DIRCEU DECIDE FALAR NA LAVA JATO: "O ZÉ ESTÁ PRONTO PARA RESPONDER TUDO".

Preso há mais de cinco meses em Curitiba, ex-ministro deve falar sobre sua relação com lobistas e a escolha de Renato Duque para a diretoria da Petrobras

Reincidência e maus antecedentes podem aumentar a pena de Dirceu, caso o ex-ministro seja condenado na Lava Jato(Vagner Rosário/VEJA.com)


Preso há 175 dias por suspeitas de embolsar milhões de reais em propina no esquema do petrolão, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu decidiu falar. 

Segundo o criminalista Odel Antun, defensor de Dirceu, o petista vai apresentar ao juiz Sergio Moro na sexta-feira sua versão sobre as acusações de que recebeu dinheiro sujo de empreiteiros da Lava Jato e de que lavou os recursos em viagens de jatinho, imóveis e consultorias fictícias. 

Entre os pontos que o próprio Dirceu deve mencionar em seu depoimento estão a tese de que o lobista Milton Pascowitch teria utilizado indevidamente seu nome para comprar um jatinho do também lobista Julio Camargo e a argumentação de que a escolha do ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque não passou por suas mãos. 
"O Zé está pronto para responder tudo", disse Antun.

Segundo o Ministério Público, as suspeitas são de que Dirceu, réu pelos crimes de corrupção, crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa, atuava em um dos núcleos do esquema de corrupção na Petrobras para arrecadar propina de empreiteiras por meio de contratos simulados de consultoria com a empresa dele, a JD Consultoria e Assessoria. 
Os indícios nas investigações apontam que o petista recebeu 11,8 milhões de reais em dinheiro sujo, tendo lavado parte dos recursos não só em serviços fictícios de consultoria, mas também na compra e reforma de imóveis para familiares e na simulação de aluguéis de jatinhos.

De acordo com as investigações, o esquema do ex-chefe da Casa Civil na Lava Jato movimentou cerca de 60 milhões de reais em corrupção e 64 milhões de reais em lavagem de dinheiro. 
Ao todo, o MP calcula que houve 129 atos de corrupção ativa e 31 atos de corrupção passiva entre 2004 e 2011, além de 684 atos de lavagem de dinheiro entre 2005 e 2014.

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O nome de José Dirceu foi frequentemente citado por delatores da Lava Jato como o destinatário de propina do esquema criminoso. O lobista Julio Camargo, delator da Operação Lava Jato, voltou a afirmar na sexta-feira que repassou 4 milhões de reais em propina ao ex-ministro da Casa Civil. O dinheiro sujo foi recolhido, segundo Camargo, a mando do ex-gerente de Serviços da Petrobras Renato Duque e pago de forma parcelada: foram 2 milhões de reais entre abril de 2008 e abril de 2009, 1 milhão de reais entre julho e agosto de 2010 e o restante foi pago a partir de uma conta de afretamento de jatinhos que o petista utilizava.

A avaliação dos procuradores que atuam na Operação Lava Jato é a de que Dirceu é um criminoso reincidente, porque praticou crimes depois de o processo do mensalão já ter sido concluído. 
É possível que a Justiça imponha ao petista também o agravante de maus antecedentes, já que, segundo o procurador da República Roberson Pozzobon, ele praticou crimes de corrupção e lavagem de dinheiro pelo menos desde 2006, quando passou a receber dinheiro sujo de empreiteiras. 
A reincidência e os maus antecedentes são fatores considerados pela Justiça para aumentar a pena do suspeito em caso de condenação.

05 de março de 2016

Laryssa Borges de Brasília, VEJA

CARDOZO SAIU PORQUE SABIA DA DELAÇÃO DE DELCÍDIO E DA OPERAÇÃO ALETHEIA



José Eduardo Cardozo decidiu deixar o Ministério da Justiça porque já sabia o que estava por vir, com a delação premiada de Delcídio do Amaral e a operação realizada para colher evidências contra o ex-presidente Lula.
No fim de semana antes de consumar a saída, Cardozo confidenciou a pelo menos duas pessoas que as coisas iriam se agravar e que “alguém grande” estava colaborando com a Justiça.
Cardozo sabia que seria “execrado” pelo PT se ainda estivesse à frente da Justiça quando Lula fosse alvo direto da Lava-Jato. Além disso, se preocupava com o fato de Delcídio ter ido com muita  frequência ao Ministério da Justiça.
Tanto que fez uma “vacina” para o caso de o senador citá-lo, ao dizer em tom jocoso, em entrevista, que brincava com o senador que mandaria criar uma sala para ele na pasta.

A permanência na AGU também foi premeditada: o petista garante assim o foro no STF. (Radar On-line)
05 de março de 2016
in coroneLeaks

EIS O APEDEUTA NU E CRU...

             A soberba de Jandira e o cu da jararaca

Este é apenas para ficar nos anais do blog, uma vez que meia internet já assistiu. Toda prosa, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) postou em suas redes sociais um vídeo de apoio ao Lula. Colocou-se, toda vaidosa,  em primeiro plano para falar da "tranquilidade" de Lula - que, no momento, segundo a deputada, estava ao telefone com Dilma.
O problema é que, antes mesmo que Jandira fale qualquer coisa, pode-se ver e ouvir Lula mandando um "eles que enfiem no cu todo este processo".
De nossa parte, estamos apostando que o processo será enfiado em um cu, sim. No cu da jararaca.
Assistam o vídeo abaixo.


05 DE MARÇO DE 2016
in coroneLeaks

ACIMA DA LEI E FORA DA LEI. EIS O VERDADEIRO LULA



Percival Puggina diz que, apesar de tudo, o lulopetismo ainda não caiu em si:

Enquanto um punhado de militantes petistas protestava contra a ação da Polícia Federal que conduzira Lula ao aeroporto de Congonhas, veio-me à mente imagem com a qual me deparei ontem no Google. Retrata um evento da campanha eleitoral de 2002. Lula, Genoíno, Mercadante, Berzoini e Alencar formam um abre-alas e marcham portando faixa, devidamente estrelada, com os dizeres "Quero um Brasil decente". Fácil compreender a decepção de quantos creram que a faixa expressasse um sentimento real.


Os fundadores do PT viam-se como agentes de um processo revolucionário. Frei Betto, em artigo de 2007, assim descreve os anseios dos vitoriosos de 2002: "A lua seria o nosso troféu. Haveríamos de escalar suas montanhas e, lá em cima, desfraldar as bandeiras da socialização compulsória". O nome disso é revolução. E nenhuma causa revolucionária consegue ser compatível com o Estado de Direito. A revolução por dentro do regime democrático, sem sangue, como sonhou o PT, é uma lavoura que, entre outros requisitos, precisa ser irrigada com dinheiro. Dinheiro para as campanhas eleitorais, para a militância e para os movimentos sociais controlados pelo partido, para manter operante um exército de jornalistas e formadores de opinião. É preciso ter e manter multidão de agentes que começam no sanduíche de mortadela, mas miram o topo da cadeia alimentar revolucionária, onde estão a lagosta ao thermidor e o Romanée-Conti. O sanduíche é meio e não fim de toda jornada socialista. Não conheço um só revolucionário que queira o comunismo para continuar batendo cartão e operando a mesma máquina.


Numa democracia, o poder é buscado dentro da regra do jogo, dentro da lei. No entanto, se o objetivo é revolucionário, pertence à própria natureza do processo que seus agentes se considerem acima da lei. A causa vem antes e lhe é superior. A lei que não convém à causa é iníqua e não merece respeito. Na primeira etapa, então, se instala esse sentimento de superioridade em relação à ordem jurídica. Face bem visível do que descrevo pode ser observada nos assim chamados "movimentos sociais". Quem se opõe às suas ações é acusado de criminalizá-los. Por quê? Porque quem está acima da lei não comete crimes.


É aí que se começa a explicar o incomparável desastre moral que acometeu o PT. A mentira vira argumento. Calúnia, difamação e injúria ganham utilidade política. Fatos são substituídos por versões. A verdade perde interesse e utilidade. E por aí vai a decência para o brejo.


As reações que surgem nestas horas às ações da PF, do MPF e do juiz Sérgio Moro são motivadas pelo mesmo fenômeno. Ou seja, o petismo ainda não caiu em si. Na fala do presidente Rui Falcão, na gritaria dos militantes no aeroporto de Guarulhos, no posterior discurso de Lula à claque petista, percebe-se a mesma convicção: todos supõem ser devida a seus líderes e ao partido uma reverência que os tornaria inatingíveis pela Justiça. E à sombra dessa reverência deveriam ficar resguardadas as condutas mais suspeitas e a vertiginosa prosperidade pessoal e familiar de tantos. A infinita sucessão de escândalos não é entendida como conduta fora da lei, mas situação normal para quem está acima dela.



05 de março de 2016
in blog do orlando tambosi

VALENTINA DE BOTAS: O XEQUE-MATE DA JUSTIÇA E A AULA MAGNA DE CINISMO


Lindo dia este em que o país indignado assistiu eufórico à aula prática de civilidade a que o rei da era da canalhice foi submetido. Num xeque-mate, o juiz Sergio Moro aplicou uma lição simples: a de que ninguém está acima da lei. O jeca e respectivos devotos, refratários a essa luz civilizatória mínima para qualquer país se viabilizar, reagiram como sempre: reafirmando a mentira como um modo de estar no mundo e, para ser escuridão em manhã plena de luz, Lula responde ao xeque-mate da Justiça ministrando uma aula magna de cinismo.
Insistindo em deformar a realidade, o jeca amputou a verdade mediante o vitimismo de drama de circo; a clivagem já ineficaz entre “nós” e “eles”, excetuado o bando devoto; a tentativa inútil de fazer o juiz Sergio Moro, a pessoa mais admirada no país atualmente, parecer detestável. Um metalúrgico não pode ter um sítio? Claro que sim: ao milionário Lula, assim como a qualquer cidadão, basta adquiri-lo honestamente e declarar o bem. Onde guardar 11 contêineres da mudança? Um bazar beneficente com os presentes cedidos pelo amigão dos pobres teria sido uma boa maneira de aliviar essa carga. Necessária a condução coercitiva? Pergunte-se ao procurador Cássio Conserino que não pôde colher o depoimento do casal fujão que debocha da lei.
A fala expelida das profundezas da pilantragem profissional germina naquilo em que é mestre: falsidade, truculência e arrogância que têm, no coração do caudilho, ninho indevassável. Do que mais precisa para triunfar um homem primitivo com esse talento insuperável para a farsa? Gerado no peleguismo sindical, amamentado no colo da ditadura, amadurecido nos braços das esquerdas na redemocratização, a Lula só faltava a chave do cofre e, de lambuja, um ambiente semicivilizado, inóspito à dissidência, ao cumprimento das leis e ao confronto político.
Dono da chave do cofre eleito presidente, tratou de degradar ainda mais o ambiente, o que o eternizaria na posse da chave, uma coisa garantindo a outra. Muito simples: cooptação de capitalistas selvagens, colonização ideológica, demagogia, sabotagem da democracia, compra de consciências. Até a manhã luzidia desta sexta-feira a que a Lava Jato e a conduta serena e segura de Sergio Moro nos trouxeram, acelerando o desmanche da farsa iniciado há algum tempo com a nação exangue que tenta se reerguer como pode, apoiada nas instituições falhas e tardias, no jornalismo independente que resiste e abandonada pela oposição.
Depois do depoimento, a fala de Lula traduziu um líder – para os devotos incuráveis – que, atingido, se fortalece e se apresenta para liderar, precisamente, os devotos incuráveis. Mas também mostra que, cego pela luz da manhã radiosa, não vê que ela vai raiar ainda outras vezes em desdobramentos saneadores do primitivismo que a súcia quis eternizar e que esse xeque-mate é apenas parte disso. O jeca que se vê como herói de dramas falsos ignora a verdadeira tragédia pessoal da farsa que se crê mito: como disse Isaac Asimov, na vida, ao contrário do xadrez, o jogo continua após o xeque-mate.

05 de março de 2016
Valentina de Botas, VEJA

O CERCO ESTÁ SE FECHANDO

Toda semana aparecem fatos novos mostrando indícios de corrupção envolvendo Lula, Dilma, Eduardo Cunha e muitos outros políticos de peso. Através de delação premiada, executivos da empreiteira Andrade Gutierrez afirmaram que pagaram, de forma ilegal, R$ 5 milhões para a agência Pepper, que trabalhou para a campanha de Dilma em 2010. Emilio Odebrecht, pai do presidente da empreiteira Odebrecht, já ameaçou falar o que sabe e disse que no caso do seu filho ser preso e condenado, devem abrir outras celas: “uma para mim, outra para o Lula e outra para a Dilma”.

Vamos aguardar, pois seu filho Marcelo já foi preso. Ao mesmo tempo, Lula se coloca acima da lei e se recusa a depor sobre o caso de algumas propriedades supostamente em seu nome e não declaradas. Na mesma semana, o marqueteiro do PT, João Santana, e sua mulher, Mônica Moura, articuladores das campanhas de Dilma, foram presos pela Polícia Federal, em uma nova fase da Lava Jato.

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal apuram se contratos de publicidade serviram para ocultar propina. O cerco está se fechando em volta da cúpula do PT e, numa clara manobra para tentar parar as investigações, Dilma troca o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que sai alegando não aguentar mais as pressões dos políticos ligados a Lula, e entra Wellington César Lima e Silva, indicado pelo Ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, ligado a Lula.

O ex-presidente já está se distanciando de Dilma e pensando em sua própria salvação. Dilma, cada vez mais isolada, perde força dentro do seu próprio partido e não tem mais condições de governar o país. Enquanto isso, a economia do Brasil está à deriva, a inflação e o desemprego aumentando a cada dia e todos esperam por uma mudança política séria, que seria o início de uma salvação nacional.

Vamos aguardar mais algumas semanas para ver o que vai acontecer. Enquanto esperamos, vamos nos distrair com uma notícia curiosa. Existe uma nova religião criada em 2005, nos Estados Unidos, chamada Pastafarianismo, que conseguiu o direito de celebrar casamentos na Nova Zelândia, pois ela cumpre todos os requisitos legais para fazer celebrações.

Seus membros dizem que o criador do homem é um ser chamado Monstro do Espaguete Voador, formado por tentáculos de espaguete com duas almôndegas como olhos, parecido com uma lula gigante. Existe um Evangelho que inclui a criação do mito, um conjunto de mandamentos e um guia para evangelização. Seus fiéis usam um escorredor de macarrão na cabeça e seu criador diz que a Igreja do Monstro do Espaguete Voador oferece aos seus adeptos as mesmas oportunidades das outras religiões.


05 de março de 2016
Célio Pezza é colunista, escritor e autor de diversos livros

INSTITUTO AMANHECE COM PICHAÇÕES "LULADRÃO" E "SUA HORA CHEGOU, CORRUPTO"

PROTESTO CONTRA PETISTA AMANHECEU NA PORTA DO INSTITUTO LULA

AS PICHAÇÕES DEVEM TER SIDO FEITAS DURANTE A MADRUGADA. (FOTO: MARCELO GONÇALVES/ESTADÃO CONTEÚDO)


Uma pichação que amanheceu no portão do Instituto Lula, em São Paulo, neste sábado (5), está entre as manifestações de apoio ao juiz federal Sergio Moro, por ordenar a 24ª fase da Operação Lava Jato, que conduziu coercitivamente o ex-presidente Lula para depor, nesta sexta-feira (4). Podem ser lidas claramente as expressões “Luladrão”, "basta de corrupção" e “sua hora chegou corrupto”.

Ainda não se sabe se câmeras de segurança do prédio registraram os autores da pichação.

O ex-presidente foi o principal alvo da 24ª fase da Operação Lava Jato. A Polícia Federal (PF) fez buscas e apreensões em endereços ligados a ele e a seus filhos, todos investigados por corrupção, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e outros crimes.

O juiz Sergio Moro também determinou a quebra de sigilos bancários e fiscal de Lula, do Instituto Lula e da LILS, sua empresa de palestras.



05 de março de 2016
diário do poder

ESTÁ INAUGURADA A DEMOCRACIA BRASILEIRA

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Corria o ano da graça de 1605 e a força do Poder Judiciário inglês onde todo julgamento continuava sendo baseado na forma tradicional como cada queixa ou cada crime sempre fora tratado, estava encurralada pelo rei James, o primeiro da dinastia Stuart. Ele queria para si os mesmos poderes absolutos que os reis da Europa Continental tinham conseguido amealhar justamente acabando com esse modo de fazer justiça que fora comum a toda a Europa, Portugal inclusive.
Por volta de 1300 abre-se esse desvio a partir da Universidade de Bolonha onde foi costurado, sob o disfarce de “um renascimento do direito romano”, o esquema que poria os tribunais a serviço do rei, garantido seus poderes absolutos.
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A Inglaterra, protegida pela sua condição de ilha, foi exceção. Por essa mesma altura – 1300 – resolveu sistematizar o seu método tradicional. Desde essa época todo julgamento na Inglaterra é minuciosamente documentado em duas versões, um relato dos fatos em discussão e outro, igualmete minucioso, do cumprimento dos ritos que, aos poucos, foram sendo estabelecidos para o processo. Foi constituido um juri de “iguais” das partes em litígio e neutros em relação à queixa? Convocadas testemunhas dos acontecimentos para restabelecer a verdade dos fatos? Elas foram interrogadas pela acusação e pela defesa? As duas versões são aquivadas e, para se requerer do Poder Judiciário uma satisfação, passa a ser obrigatório encontrar o “precedente” do seu caso para reivindicar do sistema "a mesma satisfação que sempre foi dada a casos semelhantes". É o juri quem diz, ouvidas as testemunhas e reconstuida a verdade dos fatos, "sim", ou "não", o caso é exatamente semelhante ao anterior, cabendo então ao juiz passar sentença obrigatoriamente idêntica à do caso precedente. Nenhum espaço para arbítrio. Nenhuma brecha para a corrupção ou a negociação de sentenças diferentes para casos iguais.
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Com o acumulo desses relatos ao longo dos séculos, torna-se necessário criar um índice de resumos tecnicamente perfeitos de acesso a eles, para que os queixosos encontrem, na montanha de precedentes, qual o parecido com o seu, já que esta deve ser a exata formulação de qualquer queixa a ser julgada. A importância dessa função e a precisão exigida desses índices de “writs” é o pilar fundamental do sistema. Por isso só dois autores dos ultimos tres séculos, naquele alvorecer dos anos 1600, são reconhecidos como portas autorizadas de entrada nos tribunais.
Mas então surge a prensa de Guttemberg e o mundo do conhecimento sofre um choque muito parecido com o que a internet está provocando hoje, guardadas as proporções. Passa a ser muito mais fácil e barato editar e publicar livros que ate então, tinham de ser copiados a mão. Na Inglaterra, uma das áreas afetadas por essa “disrrupção” é a desses índices de “writs”. Começam a surgir “vulgatas” acessiveis em qualquer canto nas quais não ha nenhuma garantia de precisão num sistema que ainda não sabia se defender dessa ameaça. A confusão é tanta que a certeza jurídica fica abalada...
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James I aproveita a brecha. Institui a Corte da Chancelaria, “tribunal eclesiástico” apoiado pela Igreja que fornece os “juizes” que nela operam, e esta começa a dar sentenças não mais com base nos fatos ou na tradição mas segundo a parte que o rei quer agradar.
O Judiciário verdadeiro resiste. Tem à frente o juiz supremo Edward Coke. Ele cassa as sentenças das cortes do rei, anula seus decretos na velha Corte de Queixas Comuns(Common Pleas) que toda a Ingaterra aprendera a respeitar. Resiste. Luta. Mas o rei tem, sim, poderes extremos sobre a pessoa de seus suditos. "Traição" é uma acusação que leva diretamente à morte. O jogo é pesado. James espreme, ameaça, persegue. Mas Coke é, ele mesmo, uma instituição. Não é fácil tocá-lo impunemente.
O confronto final é inevitável. O rei chama à sala do trono todos os juízes. O ambiente é de quase pânico. Todos cabisbaixos, a capitulação é iminente. Menos Coke...
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É ele mesmo quem relata:
“…o rei disse que acreditava que a lei estava fundada na razão e que tanto ele quanto outros eram possuidores de razão, assim como os juízes. Ao que eu respondi que sim, Deus tinha concedido a sua majestade excelente ciência e grandes dotes naturais; mas sua majestade não é versado nas leis deste reino da Inglaterra e nas causas concernentes à vida, à herança, aos bens e à fortuna de seus súditos; que essas coisas não devem ser decididas pela razão natural mas pela razão artificial e pelo julgamento da lei cujo conhecimento requer longo estudo e experiência; e que a lei é a ferramenta de ouro e a medida para julgar as causas envolvendo os súditos e para manter sua majestade em paz e segurança.
Com o que o rei se mostrou muito ofendido e disse que era traição um homem afirmar que ele devesse estar submetido à lei. Ao que eu retruquei que sim, o rei não está submetido a homem nenhum, mas está submetido a Deus e à lei”.
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...under god and under the law”, significando, esse “under god”, que nem mesmo sua majestade podia reescrever ou negar os fatos ao seu bel prazer; eles, mais a lei, é que tinham de prevalecer para orientar o oferecimento de justiça ou não poderia haver paz nem segurança jamais.
Estava nascendo a democracia moderna!
Nos tribunais, como prisioneiro na Torre, no Parlamento depois que fecharam-lhe as portas do Judiciário, Edward Coke segue com sua luta para desmontar os poderes arbitrários do rei. Sua obra vai ser coroada pela Petition of Right, elemento basilar do moderno Estado de Direito, aprovada pelo Parlamento em maio de 1628, dando aos representantes do povo inglês e às leis por ele aprovadas os mesmos poderes soberanos que têm até hoje.
411 anos depois ver esta mesma cena se repetir no Brasil ainda me emociona. É longo, muito longo o caminho pela frente, mas foi finalmente plantada a pedra fundamental da democracia brasileira.
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05 de março de 2016
vespeiro, Artigo para o Estado de S. Paulo de 5/3/2016

OUVIDO NUM BAR: "O BRASIL É UMA ILHA CERCADA POR POLÍTICOS VAGABUNDOS". RETRATO DA CONFIANÇA DO BRASILEIRO NOS PARTIDOS E NOS POLÍTICOS

PRESIDENTE DA CÂMARA...
JANOT DETALHA DESPESAS DE CUNHA COM CARTÃO DE CRÉDITO, DE ROTINA LUXUOSA
PRESIDENTE DA CÂMARA GASTOU US$ 1,3 MIL EM RESTAURANTE, US$ 15,8 MIL EM HOTEL EM PARIS


EDUARDO CUNHA, PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS. FOTO: DIDA SAMPAIO/ESTADÃO


Em apenas nove dias, no final de dezembro de 2012 e início de 2013, o deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ) gastou no cartão de crédito US$ 42,2 mil em restaurantes, hotel e lojas de grife em Miami Beach, valor equivalente a R$ 169,5 mil numa época em que ele ganhava na Câmara R$ 17,7 mil.

Já eleito presidente da Casa, em fevereiro de 2015, o peemedebista foi dar um passeio em Paris, onde consumiu bem – em cinco dias, de 14 a 18, US$ 1,3 mil no restaurante Gu Savoy, US$ 8,1 mil na loja de roupas masculinas Textiles Astrum France, US$ 965,69 no restaurante Les Tablettes, US$ 1.177 no Le Grand Vefour, US$ 15,8 mil no Hotel Plaza Athnee.

Os dados sobre a vida de luxos e prazeres do deputado alvo da Operação Lava Jato constam da nova denúncia que o procurador-geral da República Rodrigo Janot apresentou ao Supremo Tribunal Federal nesta sexta-feira, 4, contra Eduardo Cunha, desta vez por suposto recebimento na Suíça de mais de US$ 5 milhões em propinas ‘por viabilizar a aquisição de um campo de petróleo em Benin, na África, pela Petrobrás’.

Em 104 páginas, Janot acusa o parlamentar pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e falsidade eleitoral. 

A acusação indica contas secretas de Eduardo Cunha na Suíça.

Janot mostra passo a passo como o deputado gastava bem em suas viagens ao exterior. 
“Tais despesas, incompatíveis com o patrimônio lícito e declarado do denunciado e pagas com dinheiro proveniente de desvios da Petrobrás continuaram mesmo após a eleição de Eduardo Cunha para a presidente da Câmara dos deputados ocorrida em fevereiro de 2015″, assinala o procurador.

Em fevereiro de 2015, já ocupando o topo da hierarquia do Legislativo e depois de passar alguns dias em Paris, Eduardo Cunha se deslocou até Portugal, onde voltou a usar sem parcimônia o cartão de crédito – o rastreamento da Procuradoria-Geral da República aponta US$ 1469, 49 deixados no restaurante Os Arcos, em Paço D’Arcos e US$ 2.924,60 no Grande Real Villa Hotel, em Cascais.

A quebra do sigilo do cartão de crédito do deputado deixou impressionado o procurador. 
“Referidos extratos demonstram despesas completamente incompatíveis com os rendimentos lícitos declarados do denunciado (Eduardo Cunha) e seus familiraes.”

À página 34 da denúncia, Janot destaca a longa sequência de gastos realizados pelo presidente da Câmara. 
No dia 28 de fevereiro de 2012, US$ 1.041 em um jantar no Nobu Restaurant em Miami Beach; no mesmo dia deixou US$ 824 no restaurante italiano Quattro. No dia 29, US$ 2.327, 25 na loja de roupas de grife Saks Fifth Avenue e mais US$ 3.803,85 em outra loja, a Salvatore Ferragamo, e mais US$ 576 no restaurante Carpaccio Bal Harbor…

A denúncia pede a devolução dos valores apreendidos nas contas secretas de Eduardo Cunha e a reparação dos danos materiais e morais no valor de duas vezes a propina cobrada, além da perda da função pública e do mandato.

“A atuação de Eduardo Cunha foi para garantir a manutenção do esquema ilícito no âmbito da Petrobras, mais especificamente na Diretoria Internacional, ao mesmo tempo que para facilitar e não colocar obstáculos na aquisição do Bloco de Benin. 
O bloco foi adquirido da companhia Compagnie Béninoise des Hydrocarbures Sarl (CBH), pelo valor de US$ 34,5 milhões, correspondentes a R$ 138,34 milhões. Como era um dos responsáveis do PMDB pela indicação e manutenção do então diretor da Área Internacional no cargo, Jorge Zelada, Cunha recebia um porcentual dos negócios.”

Segundo Janot, foi apurado que o presidente da Câmara recebeu, em 2010 até maio e junho de 2011, ‘a título de propina, o valor de US$ 1,318 milhão, a partir da conta Z203217, no Banco BSI, da offshore Acona International Investments.

Com o objetivo de dissimular e ocultar esse recebimento, entre 31 de maio de 2011 até 11 de abril de 2014, o dinheiro foi mantido na conta 4548.1602 do trust Orion SP, com sede em Edimburgo, no Reino Unido (conta no Banco Julius Bär – anteriormente Banco Merrill Lynch, em Genebra, na Suíça).

Rodrigo Janot assinala que em julho de 2009 e em julho de 2013, ao fazer o registro de suas candidaturas a deputado federal, o peemedebista omitiu as contas, ‘com o intuito de ocultar os valores e o patrimônio incompatível que possuía no exterior’.

Em julho de 2009, omitiu a quantia correspondente a R$ 15,38 milhões (US$ 3,83 milhões), que possuía nas contas Orion SP e Triumph SP. O rastreamento mostra, ainda, que em julho de 2013 Eduardo Cunha omitiu a quantia correspondente a R$ 12,34 milhões (US$ 3.077 milhão), que possuía nas contas. 
“Nenhum dos depósitos foi declarado ao Banco Central nem à Receita Federal.”


05 de março de 2016
diário do poder

http://lorotaspoliticaseverdades.blogspot.com/2016/03/ouvido-num-bar-o-brasil-e-uma-ilha.html

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Simplesmente estarrecedora a denúncia do Procurador Geral da República envolvendo o nada mais nada menos Presidente da Câmara Deputado Eduardo Cunha. No topo da hierarquia parlamentar (ou pralamentar) um ladrão!
Um ladrão que se oculta no alto cargo da República, para saquear o dinheiro do contribuinte - como disse a dama de ferro: "não há dinheiro público, há dinheiro do contribuinte".
Uma vergonha que fere um país inteiro. 
Que impulso leva o homem a praticar crimes hediondos, acumulando fortunas que não gastará ainda que tivesse 2 ou 3 vidas??
Ganância, apenas? Não creio. Penso que se trata do mais autêntico caráter criminoso...
m.americo

BAIXARIA SE REPETE. LULA SOBRE A AÇÃO DA JUSTIÇA: "ELES QUE ENFIEM NO CU TODO O PROCESSO!"

ELE XINGA A AÇÃO DA JUSTIÇA AO CONVERSAR COM DILMA AO TELEFONE

QUANDO A DEPUTADA COMEÇAVA A GRAVAR O VÍDEO, OUVE-SE A EXPRESSÃO OFENSIVA DE LULA AO FUNDO.


O ex-presidente Lula usou um palavrão, em geral impublicável, ao manifestar sua raiva contra a ordem judicial que fez a Polícia Federal cinduzi-lo coercitivamente para depor. 


Lula conversava com a presidente Dilma ao telefone quando exclamou: "Eles que enfiem no cu todo o processo!"
O flagrante foi realizado involuntariamente pela deputada Jandira Feghalli (PCdoB-RJ), na sede do PT, em São Paulo, nesta sexta-feira (4), quando ela gravava um vídeo.

A expressão pode ser ouvida perfeitamente nessa espécie de vídeo-selfie de Jandira Feghalli. 

Falando para a câmera do póprio celular, ela mostra o ex-presidente Lula ao fundo, no telefone, momentos antes de começar a entrevista coletiva que se transformaria em discurso.

No vídeo, a deputada explica que naquele momento Lula falava com "a presidente Dilma". 

O xingamento do ex-presidente é audível logo no começo do vídeo, e se refere à 24ª fase da Operação Lava Jato, quando o juiz federal Sergio Moro expediu 44 mandados de condução coercitiva, inclusive contra Lula, e mandados de busca e apreensão. 

Luiz, filhos e sócios são investigados por vários crimes, como corrupção, lavagem de dinheiro, ocultação de bens etc.

OUÇAM O VÍDEO:

Lula manda Dilma "enfiar a Lava-Jato no cu" - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=vbxcPorIF54
4 horas atrás - Vídeo enviado por Helder Caldeira
A deputada comunista Jandira Feghali queria gravar um vídeo para exibir ao Povo Brasileiro sua ..


05 de março de 2016
diário do poder


http://lorotaspoliticaseverdades.blogspot.com/2016/03/baixaria-se-repete-lula-sobre-acao-da.html

IMPEACHMENT VIROU QUESTÃO DE SANEAMENTO BÁSICO



Charge do Zappa, reprodução da Veja












Gostemos ou não, o tema persiste, com justificativas cada vez mais sólidas. O governo padece de rejeição generalizada e irreversível, suficiente para aconselhar respeitosa renúncia. Seria um glorioso, histórico e democrático “Dia do Não Fico”. Fosse o governo atento à soberania popular, à voz das ruas e ao som das panelas, não insistiria em permanecer sabendo-se reprovado, há 12 meses, por imensa maioria dos eleitores. Quanto ao impeachment, as opiniões se dividem sobre os motivos e a conveniência. O que segue é uma resenha do que considero principal sobre o tema.
Há os que desejam o impeachment por motivos ligados ao mau desempenho do governo, que acumula inédita galeria de fracassos éticos e técnicos. Até seus feitos foram malfeitos. “Subtraída em tenebrosas transações”, a nação descobre que perdeu 13 anos em 13. Muitos indicadores regridem aos anos 1990. Todos os setores de atividade naturalmente afetos ou usurpados pelo Estado brasileiro estão em visível decadência. Há um grupo governante responsável por tudo isso. Perante seus descomunais escândalos e desacertos, são insustentáveis as teses dos companheiros. Para eles, o governo é bom. Ruins seriam os fatos da vida, as agências de risco, os ianques, as forças da direita, o neoliberalismo, sem os quais o Brasil estaria bombando.
Há os que querem o impeachment em virtude do caos social. Ser brasileiro tornou-se cansativo e perigoso. O governo perdeu feio todas as guerras que pretendeu travar. Perdeu para o crime, para as drogas, para as epidemias. A queda do PIB, a recessão, a inflação, o desemprego, tendem a compor um ambiente favorável ao agravamento do caos social. Arrecadando 36% de tudo o que a nação produz, o Estado brasileiro cobra passagem de primeira classe e embarca seus passageiros em carro de boi.
E OS IDEOLÓGICOS?
Há os que querem o impeachment por motivos ideológicos. Nossos governantes abraçaram uma ideologia que nunca deu certo. O ufanismo de Lula com o Foro de São Paulo e seus parceiros da esquerda bananeira travou na garganta. O neocomunismo bolivariano foi mais um Muro de Berlim que caiu em desgraça. Além disso, o petismo transformou as diferenças existentes na sociedade brasileira em tema de casa, para serem aprofundadas e convertidas em conflito.
Há, finalmente, os que não querem o impeachment por considerar preferível que o governo carregue sozinho os próprios fardos e culpas até 2018.
Concordo com todos esses fundamentos e posições. Mas acrescento: quero o impeachment por imposição moral. Como questão de saneamento básico. É vergonhoso ser cidadão de um país que tolere, bovinamente, saber o que sabemos, ver o que vemos, passar pelo que passamos.
05 de março de 2016
Percival Puggina