"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 5 de março de 2016

SENADO CONFIRMA VIAGEM DE DELCÍDIO RELATADA NA DELAÇÃO



Lula mandou Delcídio comprar o silêncio de Cerveró

















O registro de gastos com passagem aérea do Senado revela que o senador Delcídio Amaral (PT-MS) esteve em São Paulo no dia 22 de maio de 2015, mesma data em que ele afirmou no depoimento de delação premiada ter se reunido com Maurício Bumlai, filho do pecuarista José Carlos Bumlai, preso pela Operação Lava Jato acusado de corrupção e lavagem de dinheiro no esquema na Petrobrás. O documento localizado pelo Estado é um primeiro indicativo de que procede a informação do petista de que esteve em São Paulo nesta data.
Aos procuradores da República que atuam na Lava Jato, Delcídio afirmou que se encontrou com Maurício Bumlai na churrascaria Rodeio do Iguatemi, localizada no shopping Iguatemi de São Paulo. O local é próximo ao aeroporto de Congonhas, onde Delcídio desembarcou no vôo Gol 1407, e costuma ser um ponto de encontro na capital paulista pela localização. O vôo custou aos cofres públicos R$ 710,82.
No restaurante, o filho de Bumlai repassou a Delcídio R$ 50 mil para que ele entregasse ao advogado Edson Ribeiro, na época responsável pela defesa do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró. O destino final do dinheiro era a família de Cerveró. O executivo está preso acusado de receber propina de empresas contratadas pela petroleira. A informação sobre o almoço consta da delação premiada de Delcídio revelada pela revista IstoÉ ontem e que ainda não foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
SILÊNCIO DE CERVERÓ…
O dinheiro serviria para comprar o silêncio de Cerveró que ameaçava fazer delação premiada e poderia implicar Bumlai. No depoimento aos procuradores da Lava Jato, Delcídio afirmou que a ordem para esse pagamento partiu do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que queria preservar Bumlai, seu amigo pessoal, das investigações. Delcídio foi preso em novembro do ano passado acusado de tentar justamente comprar do silêncio de Cerveró. O filho do ex-executivo gravou o senador oferecendo ajuda financeira e lobby no Supremo Tribunal Federal (STF), além de um plano de fuga.

05 de março de 2016
Andreza Matais
Estadão

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