"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

SENTENÇAS FILOSÓFICAS DO MILLÔR




Em tempos de crise sociais os pobres perdem o pouco que têm, os competentes são afastados de seus cargos - e os inocentes vão para o paredão.

18 de novembro de 2013

O HUMOR DO AROEIRA


 
 
18 de novembro de 2013
O Dia, RJ


IMPORTAR É O QUE EXPORTA

Em todas as comparações internacionais, o Brasil se destaca como uma das economias mais fechadas do mundo. Isso significa que indivíduos e empresas têm limitadas opções de fornecedores. Para bens de consumo final, esse fato se traduz em redução no bem-estar das famílias.
 
Quando se fala de insumos intermediários e bens de capital, os efeitos negativos se manifestam na perda de competitividade da indústria doméstica.
Há 20 anos já era desvantagem competitiva ter acesso restrito a insumos intermediários. Atualmente — com a fragmentação dos processos produtivos e a ampliação de cadeias globais de valor, em que diferentes estágios da produção industrial são espalhados por diferentes países – essa desvantagem só tende a aumentar.

Não se defende que o Brasil se transforme em mera plataforma de montagem de produtos industriais para posterior exportação. Pelo contrário. Tampouco se imagina que seja possível (ou mesmo desejável) uma abertura comercial abrupta.
Entretanto, também não é razoável imaginar que possamos ser competitivos em todos os elos da cadeia produtiva. Aliás, ainda que isso fosse possível, não faria sentido tamanho fechamento da economia.

A importação de insumos — principalmente bens de capital — é um importante canal de absorção de tecnologia. A relevância desse aspecto no desenvolvimento de países retardatários e, em especial, das nações do Leste Asiático — apontadas como sucessos de política industrial — é enfatizada por vários autores.

Ademais, a imposição de barreiras à importação de bens de capital tende a aumentar o preço relativo do investimento. Definitivamente não se trata de uma boa estratégia à luz das nossas baixas taxas de poupança doméstica e investimento.

Desse modo, mais do que maximizar a participação da indústria na nossa economia, a política industrial (e comercial) brasileira deveria criar condições para que alguns segmentos industriais se tornem competitivos e capazes de concorrer em escala global.

Embora o isolamento da nossa economia seja, em parte, fruto de escolhas feitas no passado, chama atenção a recente popularização de políticas industriais que aprofundam esse modelo de desenvolvimento autárquico. Cada vez mais, a produção doméstica de insumos intermediários tem sido protegida da competição internacional.
 
A face mais visível dessa orientação são regras de conteúdo local, presentes em vários setores, margens de preferência em compras públicas para produtos nacionais e aumento expressivo dos desembolsos do BNDES (que, muitas vezes, têm como contrapartida a obrigação de compra de equipamentos e produtos nacionais).

Obviamente, o acesso a insumos intermediários e bens de capital importados não é a solução mágica para todos os problemas de competitividade da nossa indústria. Mas é parte da solução. Não há como alcançar competitividade mantendo-se isolado do fluxo internacional de comércio.
No governo militar foi criada uma máxima que dizia: exportar é o que importa. Urge invertê-la. Importar é o que exporta.

A PAIXÃO E A ENGRENAGEM


SÃO PAULO - O braço esquerdo erguido, o punho cerrado. O discurso da vítima, do líder perseguido pela elite, do preso político. Um punhado de militantes mostra solidariedade às portas do cárcere. Entoa-se o hino da Internacional Socialista. O PT publica nota de repúdio ao tribunal.

Pipocam, enfim, lances mais explícitos da política como paixão no longo, e quase fleumático, processo do mensalão. E eles não são lá grande coisa. As massas não acudiram às ruas para abraçar José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares. Estavam engarrafadas no feriadão.

A hipocrisia, dizia La Rochefoucauld, é uma homenagem que o vício presta à virtude. Enquanto fazia acenos esporádicos aos líderes caídos, o mandachuva petista, Luiz Inácio Lula da Silva, girava a manivela da engrenagem recicladora.

As pedras de mó esmagaram não apenas algumas das figuras fundadoras do PT. Lula também aproveitou o escândalo para diluir o que restava de modernizante em seu partido. A substituta de Dirceu tornou-se emblema do fim da oposição ao varguismo e, especialmente após a queda de Palocci, à política econômica dirigista que marcou a ditadura militar sob Geisel.

Para evitar o impeachment, Lula abriu os braços a oligarcas e representantes do atraso no país. Sarney, Collor, Maluf e Renan são hoje amigos do peito do ex-presidente petista. Eles estão soltos. Dirceu e Genoino estão presos. Faz sentido.

Por isso, aguardam-se ansiosamente as palavras prometidas por Lula da Silva acerca do mensalão. Vão confirmar a entrevista de Paris, em 2005, quando jogou o PT aos leões a fim de preservar o mandato? Foram as mais sinceras frases já pronunciadas por ele sobre o caso.

Queimaram-se, afinal, uns poucos fusíveis para proteger a casa de máquinas. No reacender das luzes, Lula, enfim, enxergou o seu lugar na velha política brasileira.

NÃO ACABOU EM PIZZA

 
É compreensível a reação dos 12 condenados pelo Supremo Tribunal Federal, que tiveram o mandado de prisão expedido no feriado de 15 de novembro pelo ministro Joaquim Barbosa. Um deles, o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, surpreendeu o próprio advogado e está foragido. Com dupla nacionalidade, deixou o país pela fronteira com o Paraguai há 45 dias e acredita que terá novo julgamento, com melhor sorte, na Itália.

Os demais se entregaram sem o por resistência, mas todos se dizendo injustiçados. O patético Delúbio Soares, ex-tesoureiro do PT, afirmou que é vítima de um "julgamento de exceção", mas, ao chegar à PF, escondeu o rosto no banco de trás como fazem os marginais. Ao contrário da previsão debochada de Delúbio no início do processo, não acabou tudo em pizza.

O publicitário Marcos Valério e a ex-presidente do Banco Rural Kátia Rabello reclamaram do tratamento e das condições do primeiro dia de cárcere. Valério, diante da TV, chamou os policiais da escolta de incompetente. Mas, até mais do que a fuga de Pizzolato, o que chamou a atenção foi a tentativa do ex-ministro José Dirceu e do ex-presidente do PT José Genoino de se igualarem a presos políticos de regimes autoritários.

O primeiro a fazê-lo foi Genoino que, envolvido numa manta com versos de Quintana ("Eles passarão, eu passarinho"), foi saudado por militantes do PT com cartazes em sua defesa. Em resposta, o ex-deputado deu vivas ao partido e cerrou o punho esquerdo. O ex-ministro Dirceu, também alvo de solidariedade dos correligionários, repetiu o gesto de luta. Antes, em entrevista ao telefone, cometeu claro exagero ao dizer que está sendo fuzilado.

Antecipou que vai recorrer a cortes internacionais porque se considera inocente e injustiçado. "Serei preso político de uma democracia sob pressão das elites", acusou. Numa semana em que a presidente Dilma Rousseff, ex-presa política, fez questão de receber com honras militares os restos mortais do ex-presidente João Goulart, como desagravo aos tempos da ditadura militar, não faz qualquer sentido a comparação feita por Dirceu e Genoino.

O Brasil não só vive dias de plenitude democrática como tem há quase 11 anos o PT no comando do Executivo (com grande chance de prolongar essa hegemonia até 2018). A ampla maioria dos ministros do Supremo, por sinal, foi nomeada nos governos de Lula e Dilma. Os dois novatos, Teori Zavaski e Luiz Roberto Barroso, vão votar o mérito dos embargos infringentes que podem livrar Dirceu e Genoino da condenação por formação de quadrilha.

Houve diferença de um voto, que agora pode mudar de lado. Se isso acontecer, a penado ex-ministro da Casa Civil cairá para sete anos e 11 meses e ele terá direito a regime aberto de prisão depois de um ano, três meses e 25 dias. Genoino receberá o mesmo benefício em nove meses e dez dias. Os condenados pelo mensalão não são presos políticos.

Estão presos, por ordem da mais alta Corte de Justiçado país, porque cometeram crimes no exercício do poder, seja no Executivo, seja no Legislativo. Dizem alguns dirigentes petistas que as penas do STF são exageradas, pois foi apenas mais um caso de Caixa 2. Fica, porém, a advertência da ministra Cármen Lúcia: "Caixa 2 é crime, é agressão contra a sociedade brasileira". Um crime punido com prisão.

SOBE E DESCE

sobe

O lucro líquido do BNDES totalizou R$4,88 bilhões entre janeiro e setembro, superando em 3,5% o resultado apurado no mesmo período de 2012, quando atingiu R$ 4,72 bilhões. Luciano Coutinho é presidente do BNDES.

desce

Vereadores de Salvador pediram à controladoria-geral de SP mais informações sobre a participação do atual secretário da Fazenda do município, Mauro Ricardo Costa, na máfia dos fiscais. Ele foi chefe da Secretaria da Fazenda de Kassab.
 
18 de novembro de 2013
OCTÁVIO COSTA, BRASIL ECONÔMICO

AÉCIO, TANCREDO E JUSCELINO

 
 
É natural que a carreira e o estilo político de Aécio tenham como referência o avô, mas, do ponto de vista da conjuntura e das próximas eleições, a agenda dele é mais próxima de JK


É natural que a carreira e o estilo político de Aécio Neves tenham como referência o avô, mas, do ponto de vista da conjuntura e das próximas eleições, a agenda dele é mais próxima de Juscelino. Restabelecer a democracia, abrir a economia, estabilizar a moeda e redistribuir renda — o programa de Tancredo contra o regime militar — são tarefas já realizadas pelos presidentes José Sarney, Collor de Mello, Fernando Henrique e Lula.
O que está na ordem do dia é a retomada do desenvolvimento econômico e a oferta de serviços públicos de qualidade, além de uma injeção de otimismo no povo, que foi marca registrada de Juscelino.
 
 
Giocondo
 

A propósito, o líder comunista Giocondo Dias, que completaria 100 anos hoje e que sucedeu Luiz Carlos Prestes na Secretaria-Geral do PCB de 1980 a 1987, foi um dos artífices do apoio da esquerda à candidatura de Juscelino Kubitschek, candidato da aliança PSD-PTB, em 1954, com apoio dos comunistas. De igual maneira, defendeu o apoio a Tancredo Neves no colégio eleitoral, em 1985.
 
 
Líder da revolta comunista de Natal (RN), em 1935, o ex-cabo do Exército tornou-se um dirigente político reformista e comprometido com a democracia, apesar de passar 41 anos na clandestinidade. Na quarta-feira, será homenageado pelo governador Jaques Wagner e pela Assembleia Legislativa da Bahia, que fará a devolução simbólica de seu mandato de deputado estadual constituinte, cassado em 1947.
 
18 de novembro de 2013
LUIZ CARLOS AZEDO, CORREIO BRAZILIENSE

DENTRO E FORA DA LEGALIDADE



RIO DE JANEIRO - Quando a ouvi pela primeira vez, num comercial de desodorante, a palavra me caiu mal: "refrescância". Achei-a artificial, mal-ajambrada e desnecessária. Afinal, já havia fresco, frescor, frescura e outros dez sinônimos, todos --perdão, ouvintes-- ainda frescos para uso. Mas, numa língua em que as pessoas "agregam", saem para a "balada" e começam qualquer frase com "então...", vale tudo.

Há meses, num centro de triagem dos Correios, em Niterói, funcionários foram acusados de descuido no manuseio de encomendas, jogando-as de qualquer jeito para os lados e se arriscando a danificar os produtos. No jargão interno, chama-se isso de "basquetear" a correspondência. "Não, madame", defendeu-se o encarregado, "aqui ninguém basqueteia a correspondência". Talvez, não --mas quem os impede de basquetear a língua?

E embatuquei recentemente quando alguém me disse que estava "negativado" no banco --com a conta no negativo. "Negativo!", apitei. "Essa construção não existe." Deve ter sido inventada pelos mesmos que dizem que o jogador "se personalizou" em campo --ou seja, adquiriu personalidade durante o jogo e resolveu a parada. A língua se presta a essas flexões, mas não haverá um limite para a capacidade de uma palavra se submeter via tortura a um novo significado?

Bem, para isso servem os dicionários --para oficializar as criações do grande inventa-línguas, o povo. "Refrescância" já está na praça há anos, em vários contextos, e até ganhou o "Houaiss". E "negativar" é "tornar (-se) negativo", o que a abona para definir contas no vermelho.

"Basquetear" e "personalizar-se" ainda não chegaram lá, mas, se as pessoas as continuarem usando, também entrarão na legalidade. O problema de uma língua não está nas palavras que ela incorpora, mas nas que são abandonadas e morrem a cada dia.
 
18 de novembro de 2013
RUY CASTRO, FOLHA DE SP

A PRISÃO DOS CONDENADOS


A prisão dos condenados no caso do mensalão - ou Ação Penal 470, como dizem seus defensores - levanta a questão dos efeitos políticos do julgamento. Não discutirei aqui se foi justo ou não, se os réus mereciam ou não a condenação. Penso que o papel desta coluna seja medir seus efeitos sobre nossa política. Estes são quatro.

O primeiro efeito se deu já em 2005-6. Ele excluiu da cena política dois dos maiores nomes do Partido dos Trabalhadores: seu presidente, um político que lutara no Araguaia contra a ditadura e depois, no Congresso, se mostrara exímio articulador e negociador respeitado por todos os partidos, José Genoino; e José Dirceu, político amado e odiado, que então exercia o cargo mais próximo que temos de primeiro-ministro. Dirceu e mesmo Genoino eram presidenciáveis.
 
Com a denúncia e sua repercussão na mídia, o PT ficou sem alternativas para concorrer à Presidência. Ironicamente, o que o salvou, permitindo que mantivesse o poder em 2006, foi uma medida criada para Fernando Henrique Cardoso: a reeleição.
A ironia está em que a reeleição não teria sido necessária para garantir um segundo mandato ao PSDB, que em 1998 ganharia as eleições com Serra ou Tasso sem problemas.
Mas veio a calhar para o PT, em 2006, quando na falta de outro nome deu Lula de novo. O efeito inicial do mensalão foi robustecer o nome de Lula - que, lembremos, não parecia tão convencido de concorrer a sua própria sucessão.

Um segundo resultado, que data do mesmo período, foi converter nossa disputa política em guerra. É básico para qualquer analista político que a democracia se distingue dos outros regimes porque nela há adversários e não inimigos. Ela não é guerra.
A democracia é o único regime no qual a divergência é admitida, e a oposição - que ao longo de milhares de anos foi presa, banida, executada com requintes de crueldade - tem o direito de falar, e de tornar-se governo.
 
Mas desde o mensalão o que temos é um estado de guerra inscrito no espaço político, substituindo o debate pelo ódio. Vários oposicionistas comparam o país à Venezuela ou Argentina, onde o governo reprime a imprensa de oposição - o que não faz no Brasil - e tutela a Corte Suprema - o que também não acontece aqui. Para vários situacionistas, quem respeita a oposição, como eu, é considerado um perigoso ou desprezível direitista. Pois é.

Esses, os efeitos da denúncia de Roberto Jefferson, em 2005, e da manifestação da Procuradoria Geral, em 2007. Agora, e o julgamento?

Quando se julgam figuras de altíssimo escalão, a grande pergunta é pelo significado pedagógico. Poderia ter sido ótimo.
O impeachment de Collor convenceu de sua culpa seus próprios eleitores.
Havia uma oportunidade de provar que dirigentes importantes do partido que continuava a governar o país tinham cometido crimes e de condená-los por isso - ou de absolvê-los, caso inocentes. Infelizmente, ou pior, o processo apenas reforçou convicções preexistentes. Quem acreditava na culpa continuou acreditando.
Quem considerava o processo um ajuste de contas dos derrotados nas eleições, um terceiro turno espúrio a criminalizar a esquerda, se convenceu de que a oposição, na qual incluía o Supremo Tribunal e a maioria da grande imprensa, montara uma paródia de justiça.

Não importa aqui a opinião pessoal. O efeito político do julgamento foi, apenas, fortalecer cada lado em suas crenças. Não substituiu crença por saber, fé por razão.
Não teve efeito pedagógico - lembrando que pedagogia, ou educação, é o que faz alguém subir dos preconceitos ao conceito, sair da ignorância para o conhecimento, melhorar em suma sua relação com o mundo. Para quem odeia o PT, o processo foi a ocasião de se vingar do partido, com o pseudônimo de justiça.
 
A oposição errou ao exigir condenações, em vez de fincar o pé no ideal de justiça. Para quem apoia o PT, o processo favoreceu uma atitude defensiva, recusando-se a discutir seriamente por que o partido que mais clamou pela ética no Brasil, ao longo de 20 anos, relativizou essa preocupação uma vez no poder. Ninguém aprendeu nada com o julgamento.

Último efeito, o do encarceramento. Tudo pode acontecer, mas até agora o que vimos foi que o PT, refazendo-se dos danos que sofreu em 2005, se saiu bem nas eleições de 2012, concomitantes ao julgamento. Este não o prejudicou politicamente. Com certeza, o espetáculo de dois de seus maiores líderes na cadeia indignará quem apoia o partido e rejubilará quem o detesta.
 
Os 40% restantes da população como reagirão? Pode ser que não lhe deem tanta importância. Afinal, o impacto ocorrerá no momento da prisão e no quase ano restante muita água passará sob os viadutos. Mas o que eu lamento é a ocasião perdida: não só nossa disputa política virou guerra, não só o diálogo entre nossos dois melhores partidos cedeu lugar ao ódio, como um julgamento que poderia ter sido exemplar pariu um rato.
 
Ao longo do processo, alertei para os riscos que corria a direita (termo que para mim não tem nenhum sentido pejorativo) ao querer ganhar a qualquer custo, e ao pressionar o Judiciário.
Pois é, ela corre o risco de ter obtido uma vitória de Pirro - para lembrar o rei do Épiro que, no século III antes de Cristo venceu Roma, mas a tão alto custo que seus generais diziam: "Se vencermos mais duas batalhas assim, estaremos perdidos".
 
Terá excluído dois nomes do PT, e nada mais. Lamento esse resultado. Preferia mais que isso. Preferia que a sentença final, fosse ela de absolvição ou condenação, granjeasse o respeito da sociedade, para acima das barreiras partidárias. Este, sim, teria sido um grande avanço.
18 de novembro de 2013
RENATO JANINE RIBEIRO, VALOR ECONÔMICO

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

 
18 de novembro de 2013

 

MENSALEIROS MUDAM REGIME, MAS CONTINUAM PRESOS NA PAPUDA

 

O juiz Ademar Silva de Vasconcelos, titular da Vara de Execuções Penais do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, autorizou nesta segunda-feira, em decisão individual, a transferência dos petistas José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares para um centro específico que garanta a eles o cumprimento das penas em regime semiaberto.
 
Em um primeiro momento, o Tribunal de Justiça do DF havia afirmado que os três seriam levados ainda nesta segunda-feira para o Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) de Brasília. Na verdade, o destino dos mensaleiros é o Centro de Internamento e Reeducação (CIR), no próprio Complexo da Papuda.
 
A transferência do trio petista para o regime semiaberto era uma dos principais pleitos da defesa. Na última quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela execução imediata das sentenças dos condenados em relação às penas que não são mais contestadas por meio de embargos infringentes.
 
Isso significa que José Dirceu, por exemplo, terá de iniciar o cumprimento da pena pelo crime de corrupção ativa (7 anos e 11 meses) em regime semiaberto enquanto aguarda que a Corte julgue o recurso que contesta a imputação por formação de quadrilha (2 anos e 11 meses). O tempo cumprido agora no semiaberto também será abatido da pena total, que inclui o crime de quadrilha. (VEJA)
 

GENOÍNO MASCARA ESTADO DE SAÚDE


Primeiro, o mensaleiro José Genoino cria uma celeuma em torno do seu estado de saúde. Instado a fazer exame de corpo de delito, não aceita e encaminha laudos que dão conta do seu bom estado de saúde. Depois, mente que teve um mal súbito no voo e também na  primeira noite de cela. O médico chamado desmente Genoino, novamente.
 
Não está errado Joaquim Barbosa , que está em Belém, em pedir um parecer do Ministério Público federal, sobre a necessidade de José Genoino ser submetido à avaliação de um médico público.  O ministro está preocupado com a saúde de Genoino, mas entende que o exame tem que ser feito por um profissional da rede pública, para evitar chicanas e maracutaias.
 
Seria melhor botar o Genoino no teste do polígrafo para saber o quanto ele está mentindo. Se bem que em se tratando de um ex-terrorista, ele pode ter sido treinado para enganar a máquina.

O MINISTÉRIO DA JUSTIÇA ADVERTE: GENOÍNO ESTAVA MENTINDO


O Depen (Departamento Penitenciário Nacional), do Ministério da Justiça, divulgou nota nesta segunda-feira (18) onde afirma que o deputado federal licenciado José Genoino (PT-SP) não passou mal em sua primeira noite no Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Federal, para onde ele foi transferido após se apresentar na sede da superintendência da Polícia Federal em São Paulo na sexta-feira (5).
 
Junto com mais 11 condenados no processo, ele teve o pedido de prisão expedido pelo STF (Supremo Tribunal Federal) na última sexta-feira. "Com relação à consulta realizada em um dos detentos, essa se deu em razão da ausência de receitas médicas para alguns medicamentos de uso contínuo", diz a nota divulgada. "Não houve intercorrência médica até o momento."
 
(UOL)
 
18 de novembro de 2013
in coroneLeaks

FINANCIAL TIMES: BRASIL ESTÁ MENOS ATRATIVO PARA ESTRANGEIROS

Publicação destaca que déficit em conta corrente, balança comercial em deterioração, números fiscais ruins e inflação alta são alguns fatores que desestimularam os investidores

Dilma Rousseff na 68 ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York
Para o FT, as melhores possibilidades de investimenhto estão
no Chile, na Colômbia, no México e Peru (AFP)
 
O jornal britânico Financial Times publicou na edição desta segunda-feira um caderno especial sobre o mercado de capitais na América Latina. A publicação diz que, apesar da perspectiva de retirada de estímulos monetários nos Estados Unidos, algumas dúvidas sobre a economia chinesa e o recente caso de Eike Batista, a região ainda oferece bons negócios. As oportunidades, porém, não necessariamente estão no Brasil. Para o FT, as melhores possibilidades estão no Chile, na Colômbia, no México e no Peru.
 
Alguns defendem, porém, que o Brasil começa a "emergir". "O Brasil continua em desuso pelos investidores", diz o principal texto do caderno. "No próximo ano, o país será truncado pela Copa do Mundo em junho e julho, e as eleições presidenciais em outubro. O calote do senhor Batista, embora visto amplamente como um caso isolado, também pode adicionar alguns pontos de prêmio de risco para o Brasil", avalia a publicação.
 
Um dos exemplos dessa falta de atratividade brasileira é dado em uma reportagem sobre o mercado de câmbio da região. O texto diz que muitos investidores têm preferido deixar o mais tradicional mercado de câmbio da América Latina, o do Brasil, em direção ao "primo pobre": o peso mexicano. Analistas ouvidos pela reportagem dizem que o déficit em conta corrente, a balança comercial em deterioração, números fiscais ruins e a inflação alta tiraram a atratividade do real brasileiro.
 
O FT reconhece, porém, que uma parcela dos analistas defende o início de uma melhora dos ativos brasileiros. "Alguns acreditam que esse ativo agora está começando a emergir", diz o texto de abertura do caderno, que tem na capa uma foto com alguns homens de terno e gravata conversando e rindo em frente à sede da Bolsa de Valores de São Paulo com a legenda: "Arrancada de crescimento: alguns acreditam que os ativos estão começando a emergir no Brasil".

Apesar dessa corrente minoritária que olha um pouco melhor para o Brasil, o jornal sinaliza que o mercado vê muito mais oportunidades em outros países da região. "O México, que sofreu nos últimos anos com sua exposição à economia dos EUA, parece estar preparado para o crescimento.
Não é só porque a economia dos EUA está mostrando sinais de recuperação, mas também porque o México tem incentivado investidores ao oferecer uma série de reformas econômicas sob o novo presidente e com a promessa de muito mais, especialmente com a abertura ansiosamente aguardada de sua indústria de energia", diz o FT.
 
Para o jornal britânico, "outros mercados continuam favoritos" para os analistas. Além do México, nessa lista estão outros países classificados como "reformistas": Chile, Colômbia e Peru.
A publicação nota, porém, que o preço dos ativos mexicanos está acima da média na região, o que reduz a possibilidade de ganhos na segunda maior economia da região.

18 de novembro de 2013
Veja

CHEFE DA GANGUE, LULA SAI DO COVIL E PEDE PRISÃO SEMIABERTA PARA OS CÚMPLICES

Lula defende prisão semiaberta para condenados do mensalão
 
 
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta segunda-feira (18) que os condenados presos pelo julgamento do mensalão tenham direito a cumprir a pena em regime semiaberto.
 
Lula falou brevemente com a imprensa ao deixar uma conferência sobre igualdade racial da Faculdade Zumbi dos Palmares, em São Paulo. Ao ser perguntado se visitaria os petistas presos, como o ex-ministro José Dirceu, homem forte de seu governo, e o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-presidente disse aguardar o cumprimento da lei.

 Juca Varella/Folhapress 
Lula falou brevemente com a imprensa ao deixar uma conferência sobre igualdade racial da Faculdade Zumbi dos Palmares

Lula falou brevemente com a imprensa ao deixar uma conferência sobre igualdade racial da Faculdade Zumbi dos Palmares


Editoria de Arte/Folhapress


"Eu estou aguardando que a lei seja cumprida e quem sabe eles fiquem em regime semiaberto", disse.
 
Lula elogiou a nota divulgada pelo PT na sexta-feira passada (15), depois que Genoino e Dirceu se entregaram à Polícia Federal em São Paulo. No texto, o presidente do partido, Rui Falcão, afirmava que a prisão antes da análise dos embargos infringentes "constitui casuísmo jurídico e fere o princípio da ampla defesa".
 
"Acho que o PT soltou uma nota que condiz com a realidade do momento. Nós temos os embargos infringentes a serem votados, vamos aguardar para ver o que vai acontecer", disse Lula, que também voltou a declarar que não faz "julgamentos das decisões da Suprema Corte".
 
Ele já havia dito que não comentaria a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de determinar o cumprimento imediato das penas de prisão na última quinta (14), após se reunir com a presidente Dilma Rousseff em Brasília.
 
Nesta segunda, ele afirmou mais uma vez que pretende dizer tudo o que pensa do julgamento somente ao final do processo. "Eu tô dizendo para vocês há muito tempo que eu vou esperar o julgamento total, que eu tenho muita coisa a comentar e eu gostaria de falar sobre o assunto."
 
O petista não quis comentar a fuga do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato para a Itália ("Ah, não sei. Não achei nada", respondeu) e disse não ter telefonado aos correligionários presos, mas afirmou que conversou com o advogado de José Genoino. "Mas se ele quiser, ele fala com vocês depois."
 
Durante a conferência sobre igualdade racial, o petista enfrentou uma pequena saia-justa. O reitor da Universidade Zumbi dos Palmares, José Vicente, enumerou ações do governo Lula de afirmação para a raça negra e destacou que ele nomeou o primeiro ministro negro do Supremo --justamente Joaquim Barbosa, que foi o relator do julgamento do mensalão e expediu os mandados de prisão dos condenados.
 
Lula demorou a aplaudir e só acompanhou quando integrantes da plateia começaram a bater palmas.
 
DESPUÉS
 
Na chegada, antes de conceder entrevista, Lula respondeu em espanhol ao ser perguntado o que achava das prisões do mensalão. "Después hablaremos", disse bem humorado ao passar pela imprensa.

18 de novembro de 2013
DIÓGENES CAMPANHA - UOL

OAB, QUE NÃO PEDIU IMPEACHMENT DE LULA, QUER GENOÍNO EM REGIME SEMIABERTO

Durante a "crise Collor", a OAB apressou-se em pedir o impeachment do então presidente.
Na "crise Lula", mesmo com todos os indícios e evidências - haja vista o depoimento de Duda Mendonça - a OAB fez um silêncio escandaloso. Com a parceria da ABI. Agora sai em defesa dos mensaleiros. Quer punição branda para a gangue de Lula.
Embora fosse apenas um laranja, afinal Lula e Dirceu mandam na quadrilha, Genoino pôs a sua assinatura nos papéis. Dexou as digitais. Mas, a OAB...


Para OAB, prisão de Genoino em regime fechado é ilegal
 
  • Eduardo Knapp/Folhapress
O presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados Brasil (OAB), Wadih Damous, disse nesta segunda-feira (18) que a prisão do ex-presidente do PT José Genoino, em regime fechado, é ilegal.
 
Genoíno apresentou-se à Polícia Federal no sábado (16), em São Paulo, e foi transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Ele foi condenado na Ação Penal 470, o processo do mensalão, a uma pena inicial de quatro anos e oito meses de prisão em regime semiaberto.
 
Segundo o presidente, a manutenção de Genoino no regime fechado configura "uma ilegalidade e uma arbitrariedade".
  " É sempre bom lembrar que a prisão de condenados judiciais deve ser feita com respeito à dignidade da pessoa humana e não servir de objeto de espetacularização midiática e nem para linchamentos morais descabidos", observou Damous.

 A defesa do ex-presidente do PT pediu no domingo (17) ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, que a pena de Genoino seja cumprida em casa.
 
Ele teve uma crise de hipertensão durante o voo que fez a transferência de 11 condenados na AP 470 para Brasília e foi atendido por um médico particular quando chegou à Papuda.
 
Em julho, Genoino passou por uma cirurgia para dissecção da aorta. O pedido de prisão domiciliar foi enviado à Procuradoria-Geral da República (PGR) para parecer do procurador-geral, Rodrigo Janot.
 
No entanto, o Depen (Departamento Penitenciário Nacional), do Ministério da Justiça, divulgou nota nesta segunda-feira (18) onde afirma que Genoino (PT-SP) não passou mal em sua primeira noite na Papuda.
 
"Com relação à consulta realizada em um dos detentos, essa se deu em razão da ausência de receitas médicas para alguns medicamentos de uso contínuo", diz a nota divulgada. "Não houve intercorrência médica até o momento."
 
No mesmo comunicado, o Depen afirma que os presos foram enviados para a ala sob controle da Policia Federal na Papuda "porque houve recusa da vara de execuções penais do Distrito Federal em receber os presos sem a carta de sentença".
 
O presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, enviou a carta ao TJ-DF (Tribunal de Justiça do DF) apenas no domingo (17), dois dias após as prisões. Agora, a Vara de Execuções Penais do DF decidirá em qual local cada condenado cumprirá sua pena de acordo com a sentença recebida.
 
A defesa de Genoino entrou com um pedido de transferência dele para São Paulo, onde teria o direito de cumprir sua sentença a princípio no regime semi-aberto (quando o detento passa o dia fora e é obrigado a dormir na cadeia). Alegando fragilidade na saúde do deputado, os advogados pedem também que ele cumpra sua pena em prisão domiciliar.

18 de novembro de 2013
LEIA MATÉRIA DA AGÊNCIA BRASIL COM UOL

SENTENÇAS FILOSÓFICAS DO MILLÔR




"Corruptos são encontrados em várias partes do mundo, quase todas no Brasil."


18 de novembro de 2013.

CADÊ A POLÍCIA? CADÊ O CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA? CADÊ O POVO? AS FFAA?

  Banana com casca: tratamento inédito da Medicina Cubana!

CADE A POLICIA?

CADE AS FFAA?

CADE A MACACADA DO PT?
 
ASSISTAM :
 
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CLIQUE NA IMAGEM PARA AMPLIÁ-LA
 

MERDICO CUBANO RECEITA REMÉDIO VETERINÁRIO PARA PESSOASO GOVERNO DILMA ESTÁ COLOCANDO A SAÚDE DO BRASILEIRO EM RISCO.
No mercado brasileiro o medicamento Metocarbamol é autorizado apenas para comercialização em uso VETERINÁRIO...

AÍ vem aquele médico Cubano, QUE NÃO FEZ O REVALIDA, QUE NÃO TEM A MÍNIMA IDEIA DOS MEDICAMENTOS USADOS NO BRASIL e receita isso para os pacientes do SUS.

Toda a população precisa ver isso!

Por Brasil NÃO quer o PT


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18 de novembro de 2013
in graça no país das maravilhas

LULA É MANCHETE EM TODA A IMPRENSA MUNDIAL COMO PAI DO MENSALÃO...

Menos no Brasil onde a mídia é totalmente manipulada pelo PT.

 
 
 
 
ESPANHA - El principal imputado del "juicio del siglo" acusa a Lula de ser "el jefe" de la trama de compra de votos – (O principal acusado no “julgamento do século” acusa Lula de ser o chefe da trama de compra de votos).
 http://es.noticias.yahoo.com/principal-imputado-juicio-siglo-acusa-lula-ser-jefe-054957125.html?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter

CHILE - Reo denuncia que Lula "era el jefe" de red de corrupción juzgada en Brasil - (Réu denuncia que Lula era o chefe da rede de corrupção em julgamento no Brasil).
 http://www.biobiochile.cl/2012/09/15/reo-denuncia-que-lula-era-el-jefe-de-red-de-corrupcion-juzgada-en-brasil.shtml

PANAMÁ - Lula "era el jefe" de red de corrupción juzgada en Brasil - (Lula era o chefe da rede de corrupção no Brasil)
 http://www.telemetro.com/inter/2012/09/15/114501/lula-era-jefe-red-corrupcion-juzgada-brasil#.UFcwqtATG1s.facebook

FRANÇA - Au Brésil, l'opérateur du scandale des années Lula prétend que le chef de l'Etat était au courant - (No Brasil, o operador do Mensalão (Marcos Valério) diz que Lula sabia da trama.)
 http://america-latina.blog.lemonde.fr/2012/09/15/au-bresil-loperateur-du-scandale-des-annees-lula-pretend-que-le-chef-de-letat-etait-au-courant/

ARGENTINA - Acusan a Lula de haber liderado una enorme red de corrupción – (Lula é acusado de liderar grande rede de corrupção)

http://www.lanacion.com.ar/1508847-acusan-a-lula-de-haber-liderado-una-enorme-red-de-corrupcion

HONDURAS - Acusan a Lula da Silva de ser jefe de red de corrupción – (Lula é acusado de ser chefe de rede de corrupção).
 http://www.elheraldo.hn/Secciones-Principales/Mundo/Acusan-a-Lula-da-Silva-de-ser-jefe-de-red-de-corrupcion

MÉXICO - Empresário acusado por corrupción involucra directamente a Lula en fraude - (Empresário acusado de corrupção envolve Lula diretamente na fraude)

http://www.sinembargo.mx/15-09-2012/368039

VENEZUELA - Acusan a Lula de ser "el jefe" de la corrupución en el Brasil – (Lula é acusado de ser chefe da corrupção no Brasil).

TÁ ESPERANDO O QUÊ AÍ? Vem Pra Rua VC TBM!

 
18 de novembro de 2013
graça no país das maravilhas

"BREAKING BAD"


O homem 'bonzinho' é um derrotado. Seu lado mau é essencial para sua virilidade


A série "Breaking Bad" chegou ao fim. Enquanto o cinema americano encareta sob a bota da censura politicamente correta, na qual homens cada vez mais falam fino como mulherzinhas e as mulheres brincam de meninas superpoderosas, a TV arrisca aquilo que o cinema se tornou incapaz de fazer: falar a sério sobre o cotidiano.

Uma sutil herança de obras como "O Médico e o Monstro", de Robert Louis Stevenson, se faz sentir em "Breaking Bad": o homem "bonzinho" é um derrotado. Seu lado mau é essencial para sua virilidade, mesmo espiritual. Sabendo que parte do mundo hoje é composto por gente mimada, vale salientar que ao dizer isso não estou a cultivar o mal como coisa chique. O assunto é mais sério do que pensa nossa vã inteligência infantilizada.

Ecos da terrível hipótese de Nelson Rodrigues sobre os maridos também se fazem sentir em "Breaking Bad". Nelson dizia que a mulher quer um nada como marido. Segundo Nelson, nenhuma das grandes qualidades que fazem de um homem um grande homem servem num bom marido.

O professor Walter White é um homem aniquilado. A maioria de nós é, e no aniversário merece, quando muito, que a mulher bata uma punheta como presente --ainda que prestando mais atenção a alguma oferta da internet.

Um homem um pouco mais bem-sucedido talvez ganhasse um boquete. Trata-se de uma cena homérica da série, mas que indica bem o grau de investimento do casal no sexo (ele tampouco está muito interessado no "presente de pobre").

Espremido entre uma carreira que marca seu fracasso (era um promissor gênio da química quando jovem e virou um medíocre professor de "high school" e um funcionário humilhado de um lava-rápido), um salário miserável, um filho portador de necessidades especiais e uma mulher grávida que enche o saco dele para pintar o quarto, Walter é um homem sem qualquer futuro.

Passa suas noites insone, mergulhado no pânico de todo "loser": o dinheiro vai dar? Vou aguentar muito tempo sendo capacho? Minha mulher também me faz de capacho? Vou conseguir comer minha mulher quando ela quiser? Meu cunhado é mais macho do que eu? Por que eu dei errado e meus colegas de faculdade se deram bem? Serei eu um merda? No que eu errei? Por que estou aqui com esse carro medíocre? E essas férias CVC? Eis o dia a dia de um homem comum.

Ser capacho é a virtude máxima de um "loser" que é bom pai e bom marido. Se a emancipação feminina era só dizer que ela queria trabalhar fora e gozar, a do homem é mais complexa porque aparentemente passa por elementos mais destrutivos do que a feminina.

Um homem que se sente preso na condição de bom pai e bom marido pode chegar à conclusão de que só se libertará quando puser em risco exatamente as virtudes que o estão matando: ganhar dinheiro seguro ainda que pouco, ser provedor, engolir sapo no trabalho, abrir mãos dos seus sonhos em nome de uma casa própria, investir na ideia de que algum dia sua mulher Bovary e seus filhos chorarão em seu enterro, louvando-o. Um homem de classe média aniquilado só experimenta um pouco de respeito (quando muito) quando fica silencioso como um cadáver.

Nosso químico descobre que tem câncer terminal de pulmão (e, como puro que sempre foi, nunca fumou) e "desperta". Esta é a expressão que ele usa quando fala com seu sócio sobre a razão de um "loser" como ele de 50 anos decidir entrar para o crime fazendo droga.

E não só. Passa a comer sua mulher com gosto (e em situações inesperadas) e ela fica mais feliz. Pele bonita, olhos brilhantes, cabelos sedosos, mais generosa no dia a dia, como toda mulher bem comida.

Dito nos termos banais de hoje: "recupera sua autoestima" quando descobre que vai morrer e entra para o crime para ganhar dinheiro. Nosso herói sente que pela primeira vez está vivo, justamente quando sabe que, de certa forma, já está morto.

O mal como componente libertador é uma questão assustadora, mas perigosamente real. Um mundo que goza em defender alfaces terá cada vez mais homens medíocres que para poderem meter em suas mulheres precisarão ter câncer no pulmão sem nunca ter fumado.

 
18 de novembro de 2013
LUIZ FELIPE PONDÉ, Folha de SP

QUEM SÃO OS WHITE BLOCS

 
Eles não estão organizados num movimento. É cada um por si, e o diabo por todos. Não têm ideologia política nem religião específica. Não usam máscaras. Ou melhor, suas máscaras são invisíveis - por isso, mais perigosas. Se existe algo em comum entre os White Blocs no Brasil, é a quase certeza da impunidade ou da punição suave.

Eles ocupam uma posição de poder e autoridade. Esses vândalos de terno, farda ou roupa de grife têm objetivos semelhantes: roubar e desviar dinheiro nosso e, em alguns casos, matar inocentes e arquivos ambulantes. Sua ação insidiosa, dentro dos governos e das instituições, ameaça a democracia e destrói valores. Provoca a descrença geral e é munição incendiária para jovens extremistas - que também sabotam a democracia.

Os White Blocs (WB) não são maioria no Brasil e não podem ser encarados como representantes do caráter nacional. Os WB tampouco pertencem a um partido político apenas. A corrupção é transversal. Ou suprapartidária. É assim também com os Black Blocs. Eles não são partidários nem representam a maioria dos jovens, dos universitários, da nova classe média, da periferia ou da favela.

O Brasil pacífico e honesto detesta os Black Blocs, como comprovam as pesquisas. Odiamos quebra-quebra, por princípio e fim. O Brasil honesto e trabalhador também detesta os White Blocs. E não precisa de pesquisa para detectar o sentimento diante dos escândalos bilionários que empobrecem o país e deseducam o povo. É indignação, igual àquela que nos invade quando vemos ônibus incendiados e postos de saúde e universidades depredados. Os White Blocs são vândalos de nossa alma. Promovem o quebra-quebra da esperança num país melhor.

Se condenamos os Black Blocs, radicais pela violência que deturpa os protestos legítimos, o que fazer com os White Blocs, em gabinetes pelo Brasil afora e jamais encontrados em passeatas? A primeira sugestão é que a sociedade entenda como os WB são semelhantes entre si - em método e objetivo. A segunda é expurgar e punir esses baderneiros morais para desencorajar desvios e abusos. A terceira - deveria ser a primeira em importância - é educar direito, em quantidade e qualidade, as novas gerações.

Eis alguns exemplos recentes de White Blocs:

1.Os fiscais suspeitos de fraudes nas prefeituras de São Paulo. De Kassab e Haddad. Um descalabro. O meio bilhão de reais pode estar subestimado, porque a cada dia surgem mais personagens na máfia do ISS. A lama subirá mais, porque os braços direito e esquerdo já caíram. Se um assessor de confiança na maior cidade do país recebe uma mesada de R$ 20 mil, como dizer aos filhos o que é certo e errado?

2.As empresas que pagaram propina aos fiscais das prefeituras de São Paulo para ganhar contratos. Não seriam elas corruptoras? Por que, de repente, parecem apenas vítimas da ganância dos fiscais?

3. 0 Congresso, que continua contrário à cassação automática de condenados pelo Supremo Tribunal Federal. Ignora a instância máxima da Justiça no país e a Lei da Ficha Limpa, incitando à desordem e à anarquia.

4. A Câmara e o Senado também agridem nossa inteligência, ao empurrar com a barriga a aprovação do voto aberto. Tirem as máscaras, assumam suas posições! Acabem com o voto secreto no Legislativo!

5. Os mensaleiros de qualquer partido e qualquer cargo. Eles transformam o que deveria ser uma atividade respeitável num reles balcão de dinheiro e venda de favores.

6. Os governadores que multiplicam seu patrimônio privado, com relações impróprias e negócios escusos. Rio de Janeiro e São Paulo ficaram na mira implacável dos eleitores em 2013. A última denúncia é sobre o cartel dos trens em São Paulo, cujas empresas são acusadas de pagar propina.

7. Deputados, senadores e ex que ganham supersalários, em desrespeito ao Tribunal de Contas da União (TCU). O campeão é o White Bloc imortal José Sarney, com R$ 61.700 mensais. O teto constitucional é de R$ 28.059,29. O Congresso se recusa a liberar as folhas salariais. Viola a Lei de Acesso à Informação. Incita, portanto, à desobediência civil.

8. Os desmatadores da Amazônia, que nos envergonham.

9. O pastor Marcos Pereira, condenado a 15 anos de prisão por estupro no Rio. Quem se vale da autoridade espiritual para cometer crimes é White Bloc ao cubo.

10. Os PMs que desonram sua farda. Entre eles, os que torturaram até a morte o pedreiro Amarildo, na UPP da Rocinha, no Rio. E o que matou com um tiro no peito Douglas Rodrigues, de 17 anos, num bar em São Paulo. Ele foi solto e disse que o tiro foi “acidental”, uma “infelicidade”.

Parei no 10 porque a página acabou.
 
18 de novembro de 2013
RUTH DE AQUINO, REVISTA ÉPOCA

O PT SERÁ ETERNO ENQUANTO DURAR O DINHEIRO DOS OUTROS

 
O Brasil está atrapalhando o comitê eleitoral do PT no Palácio do Planalto. Mas isso não ficará assim não. A presidente do comitê, Dilma Rousseff, já reagiu falando grosso. Diante da recomendação para embargo de sete obras federais, por superfaturamento e outras fraudes, Dilma entrou de carrinho no Tribunal de Contas: “Acho um absurdo parar obra”. Se Dilma estivesse reformando sua casa, e os encarregados do serviço começassem a enfiar a mão na bolsa dela, não se sabe se ela também acharia absurdo parar a obra. Mas é totalmente diferente, porque o dinheiro público, como se sabe, não é de ninguém.

Ou melhor: não era de ninguém, na época dos populistas amadores. Agora, com o populismo profissional se encaminhando para 16 anos no poder - mais tempo que o primeiro reinado de Getúlio Vargas -, o dinheiro público tem dono: é do PT. E as obras fraudadas não podem parar, porque fazem parte da campanha para a renovação do esquema em 2014.

Dilma será reeleita, e elegerá com Lula o governador de São Paulo, porque o plano não tem erro: derramar dinheiro aos quatro ventos. País rico é país perdulário (com o chapéu alheio, claro). Seria perigoso se o eleitorado notasse o golpe, mas esse perigo está afastado. Se uma presidente da República defende de peito aberto obras irregulares e não ouve nem meia vaia, está tudo dominado. Nessas horas, o comitê do Planalto acende uma vela aos manifestantes brasileiros, esses revolucionários que entopem as ruas e não enxergam nada. Viva a revolução!

A tropa da gastança está em campo, afinada. A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, deu uma pausa em sua rotina maçante e resolveu dar um palpite sobre política econômica. Defendeu que a meta de superávit primário - um dos fundamentos da estabilidade econômica - só seja cumprida nos momentos felizes. Se o Brasil estiver crescendo bem, ok; se estiver patinando (como agora), o governo fica liberado de fazer essa economia azeda e neoliberal. Não é perfeito? Assim, a grande gestora do Planalto fica liberada para prosseguir com sua gestão desastrosa, sem precisar parar de torrar o dinheiro do contribuinte - uma injustiça, a menos de um ano da eleição.

Essa orquestra petista, com sua sinfonia de palpites aleatórios sobre política econômica, soa como música para os ouvidos dos investidores - que cansaram de botar dinheiro em mercados seguros e confiáveis e estão à procura de ambientes bagunçados e carnavalescos, muito mais emocionantes. Um dia o pitaco vem da Casa Civil, no outro vem do Ministério do Desenvolvimento, aí o ministro da Fazenda solta sua língua presa para contradizer o Banco Central, que fica na dúvida se segue os gritos de Dilma ou se faz política monetária. É um ambiente animado, e não dá para entender por que os investimentos no país estão minguando. Deve ser falta de ginga dos investidores.

No embalo dessa orquestra exuberante, o Brasil acaba de bater mais um recorde: déficit primário de R$ 9 bilhões em setembro. Déficit primário significa que, sem contar o pagamento de juros de suas dívidas, o país gastou mais do que arrecadou. E a arrecadação no Brasil, como se sabe, é monumental, com sua carga tributária obscena. A ordenha dos cofres públicos vai muito bem, obrigado. E, sabendo que a taxa de investimento é uma das mais baixas entre os emergentes, chega-se à constatação cristalina: as riquezas do país sustentam a formidável máquina de Dilma, seus 40 ministérios e seu arsenal de caridades. Essa é a fórmula infalível para que a permanência do PT no poder seja eterna enquanto dure o dinheiro dos outros.

E vem a divulgação mandrake da inflação pelo IBGE, anunciando um índice “dentro da meta” até outubro, quando na verdade está fora da meta (dos últimos 12 meses, a que importa). A inflação é o principal subproduto da fórmula, mas o Brasil só ligará o nome à pessoa quando a vaca estiver dando consultoria fantasma no brejo.

Relaxe e leia um livro essencial: O livro politicamente incorreto da esquerda e do socialismo, de Kevin Williamson. Você entenderá com quantas bandeiras bonitas se construiu a maior mentira da humanidade.

A HONRA DA PÁTRIA


Faz 100 anos, neste mês, que foi publicado No Caminho de Swann, o primeiro dos sete volumes do monumental Em Busca do Tempo Perdido, de Mareei Proust. Boa ocasião para revisitar o médico brasileiro do grande escritor francês.
 
O leitor estranhará: médico brasileiro? Sim. entre as centenas de personagens, os milhares de páginas, os muitos lugares, os variados profissionais e as diversas nacionalidades citados na obra, o autor achou espaço para um médico brasileiro.
Ele figura em O Caminho de Guermanies, o terceiro volume da série, como o profissional convocado a tratar do narrador da história — que não é outro, como se sabe, senão o próprio Proust, ainda que sob inúmeros disfarces — de uma crise de asma. É citado uma única e escassa vez; não importa.
 
Importa é que a passagem, por fugaz que seja, revela: (1) que Proust conhecia o espécime chamado “brasileiro”: e (2) que, assim sendo, é de concluir que tivesse igual conhecimento do lugar chamado “Brasil”. A honra da pátria, por esse lado,está salva. Já quanto ao mérito da informação contida na passagem... É o que veremos, mas antes façamos uma digressão para perguntar: quem seria esse médico brasileiro?

Houve época em que cultores brasileiros da literatura escreviam ensaios como “Balzac e o Brasil”, “Thomas Mann e o Brasil”, “Flaubert e o Brasil”. Iam buscar, nas minudências dos gigantes, momentos em que, quase sempre de raspão, evocavam nossa bela terra tropical. Os proustianos fizeram o mesmo com seu herói.
 
Um deles, Hermenegildo de Sá Cavalcante, fundador da Sociedade Brasileira dos Amigos de Mareei Proust, escreveu um trabalho em que enumera três candidatos ao esculápio de O Caminho de Guermanies.
Dois deles, Antônio Felício dos Santos, tão famoso como médico quanto como político, no Império, e o conde de Mota Maia, médico pessoal de dom Pedro II, que partiu com ele para o exílio em Paris, são tidos como os menos prováveis.
 
Sá Cavalcante aposta em Domingos Jaguaribe, cearense radicado em São Paulo, onde há até uma Rua Jaguaribe em sua homenagem. Jaguaribe era um entusiasta das propriedades medicinais das plantas brasileiras e, em 1893, quando tinha 45 anos e Proust 22, passava temporada de aperfeiçoamento no hospital Salpêtrière, de Paris.

Seja quem for, nosso distante compatriota faz má figura, no livro. Ele surge como o “médico brasileiro que pretendia curar as sufocações do gênero das que eu tinha com absurdas inalações de essências de plantas”.
A assertiva é avassaladora para os brios nacionais. Não devemos, no entanto, ficar em seu valor de face. Ela nos sugere efeitos ocultos.
 
Se o médico “pretendia”, deduz-se que acabou não aplicando o tratamento sugerido. Mas na continuação escreve Proust que, no afã de fazer o médico "tomar mais cuidado” com ele, apressou-se em dizer-lhe “que conhecia o professor Cottard”. (Importante personagem do livro, Cottard foi inspirado nos médicos franceses mais prestigiosos da época.)
 
Se a preocupação era que tomasse “mais cuidado”, é porque já estava cuidando. Pode ser que os cuidados não tivesse entrado ainda — porque detida a tempo — a tal inalação das plantas. Mas também pode ser que tivesse entrado, e logo sido interrompida.

Da pior hipótese Proust escapou. E se tivesse inalado as plantas e elas fossem venenosas? E se tivesse em consequência contraído insuportáveis dores e tenebrosas febres? E se tivesse morrido? O mundo teria sido privado deste patrimônio da humanidade que é Em Busca do Tempo Perdido — e por culpa de um brasileiro!
Se o tratamento não chegou a ser ministrado, temos a hipótese inversa: e se tivesse dado certo? Proust se livraria da asma, e em consequência ganharia um incentivo para jamais renunciar à frivolidade dos salões em que dissipou boa parte da vida.
O resultado, igualmente desastroso, é que não teríamos Em Busca do Tempo Perdido. A asma foi em grande pane a responsável pela decisão de trancar-se em casa e sofregamente, por catorze anos seguidos, até a morte, se ter entregue à composição de sua obra imortal.
 
Ou bem o médico brasileiro lhe ministrou um início de tratamento e o fez piorar, ou não fez nada, e a asma seguiu seu curso. Em ambos os casos, contribuiu para que o autor mudasse de vida e fosse cuidar de sua obra. A honra da pátria está salva, também por esse lado.
 
18 de novembro de 2013
ROBERTO POMPEU DE TOLEDO, Revista Veja