"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE


 
 
09 de setembro de 2013


CRIME LUCRA COM ESTATUTO DO DESARMAMENTO

Facções lucram alugando armas a bandidos após êxito do Estatuto do Desarmamento
 

Redução da circulação de armas a partir de 2004 tornou a locação de armamento um negócio vantajoso para grupos criminosos

As casas e os carros de luxo não combinavam com o perfil de um cafetão que explorava o trabalho sexual de duas migrantes na Praça da Sé, centro de São Paulo. Intrigada com as investigações que já duravam seis meses, a Polícia Civil finalmente encontrou uma pista para a origem desses bens ao prender o suspeito de 38 anos na última quarta-feira: “Encontramos em suas três casas quatro espingardas, três revólveres, quatro pistolas, munição e um colete à prova de balas. Tudo indica que ele alugava armas para outros criminosos”, afirmou o delegado Roberto Afonso da Silva, que conduziu as investigações.
Polícia Civil apreendeu arsenal de armas na casa de um cafetão na zona norte de São Paulo na última quarta-feira (4)
A forma quase acidental de desmontar um esquema de aluguel de arma ainda é a regra no Brasil, embora esse tipo de crime tenha crescido desde que o Estatuto do Desarmamento foi aprovado, em dezembro de 2003. “Antes do Estatuto esse tipo de crime não fazia sentido porque havia muita arma à disposição. Com um número menor em circulação, o valor delas no mercado negro subiu muito”, avalia Bruno Longeani, um dos coordenadores do Instituto Sou da Paz.
O Primeiro Comando da Capital (PCC) foi a primeira organização criminosa a perceber o potencial desse negócio, segundo o procurador de Justiça Márcio Christino. “É um investimento sem risco. A facção aluga a arma por um valor fixo ou recebe um percentual do que é roubado”, explica. “Essa nunca foi a atividade principal do PCC, mas começou a dar certo e virou um nicho replicado por outros grupos.”
De acordo com procurador, um jovem criminoso recorre ao aluguel de arma por não ter dinheiro para comprar sua própria pistola, que custa em média R$ 7 mil no mercado informal. O delegado Silva concorda: “Quem começa no crime não tem dinheiro e nem a facilidade de antes para conseguir arma. Depois do Estatuto, a oferta caiu, o que tornou mais barato alugar de alguém.”
“Quem começa no crime não tem a facilidade de antes para conseguir arma. Depois do Estatuto, a oferta caiu”, afirma o delegado Roberto Afonso da Silva
Era justamente esse “mercado” que o traficante Claudionor Cardoso, de 49 anos, explorava no Rio Grande do Sul. O “senhor das armas”, como ficou conhecido, foi preso no final de 2011 pela Polícia Civil gaúcha. Ele alugava até dez armas toda semana por valores que variavam de R$ 100 a R$ 500. “Um fuzil custa R$ 35 mil no mercado negro. O que é mais vantajoso?”, pergunta Silva.
Segundo o delegado, as gangues oferecem armas para todo tipo de crime, embora os grandes roubos justifiquem a locação de armamento pesado, como o fuzil AK-47, de fabricação russa, alugado por um criminoso em Viamão, no Rio Grande do Sul. Em agosto deste ano, a polícia encontrou um arsenal de 72 armas em uma casa no bairro de Interlagos, na zona sul de São Paulo. Os fuzis e escopetas eram alugados para roubo de carro forte e caixas eletrônicos.
Longeani diz que o negócio é tão lucrativo que “há quadrilhas que estão se especializando em roubar armas em empresas de segurança, fóruns e até delegacias”. Mesmo assim, a polícia não se organiza para combater esses crimes.
“Até hoje o aluguel de armas não é investigado. Chega-se ao fato durante a apuração de outros crimes, como roubo, porte de arma ou formação de quadrilha”, explica o procurador.
Embora o delegado defenda o método atual porque “ao fazer a apreensão da arma já se faz o controle”, Longeani acredita que “a questão precisa receber um olhar especial” das Secretarias de Segurança Pública, que não reúnem dados estatísticos sobre a prática.
“A polícia tem um banco de dados com pelo menos 40% das armas em circulação. Elas deveriam ser rastreadas para encontrar o foco de desvio. Tem de parar de flagrar só na ponta e começar a trabalhar antes de o crime ocorrer. Já é possível identificar um padrão e atuar direto na fonte.”
09 de setembro de 2013
Wanderley Preite Sobrinho - iG
 

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

 
 
09 de setembro de 2013


QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

 
 
09 de setembro de 2013


POR QUE CAETANO NÃO FOI ÀS RUAS ONTEM?



09 de setembro de 2013

RECADINHO PARA O POSTE



09 de setembro de 2013

SETE DE SETEMBRO: AUSÊNCIAS SÃO CONFISSÃO DE CULPA


 O Jornal Nacional de sábado, apresentado por Alexandre Garcia e Ana Paula, ao focalizar o desfile de Sete de Setembro, em Brasília, noticiou a ausência dos presidentes do Senado e da Câmara Federal, Renan Calheiros e Henrique Eduardo Alves, uma descortesia para com a presidente Dilma Rousseff e com as Forças Armadas, quebrando uma longa tradição dos desfiles e das comemorações pela passagem do Dia da Pátria.

Incrível. Representou uma confissão de culpa através da fuga da ausência cômoda para os que tinham certeza que seriam foco de protestos. Estes, vale acentuar, seriam em intensidade maior do que foram. Por isso decidiram não comparecer.
No Rio de Janeiro, outra tradição foi quebrada: o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes resolveram não se expor à reação popular. As ausências, neste caso, foram uma descortesia para com o Comando Militar do Leste.
A presidente Dilma, que, segundo O Globo de domingo, terminou sendo aplaudida, não temeu a manifestação popular. Chegou ao palanque oficial na Esplanada dos Ministérios, de pé no carro aberto que a transportou.
 
Foram os primeiros efeitos junto à opinião pública pela posição que assumiu ao exigir explicações do presidente Barack Obama sobre a espionagem de que se tornou alvo.
Mas a espionagem, aliás, estendeu-se sobre todo seu governo, especialmente em relação à Petrobrás, conforme revelou a reportagem do Fantástico de domingo.
 
VANDALISMO
Em São Paulo e no Rio, as situações foram difíceis com a reaparecimento do vandalismo e dos que se aproveitam das manifestações para depredar e saquear. Disfarçados de revoltados, munidos de ira, são criminosos comuns. E a Polícia Militar exagerou principalmente na Praça da República.
De acordo com a reportagem de Emanuel Alencar, Fabíola Gerbase, Leandra Lima, Maira Rubim, Roberta Calabre, Rubem Berta e Simone Cândida, O Globo de domingo, lançou bombas de gás atingindo famílias que nada tinha a ver com os atentados praticados. Mulheres e crianças sentiram os efeitos. As emissoras de televisão, entre elas a Globo News, fixaram o exagero inútil, em termos de segurança, nocivo para os inocentes. Setenta e sete pessoas foram detidas.
 
Mais uma vez  falharam os esquemas de segurança, também em Brasília, confundindo-se a prevenção indispensável com a repressão após os fatos consumados. Tal panorama termina somando para os vândalos e assaltantes, na medida em que os filmes colocados no ar e as fotografias nos jornais no dia seguinte ganham força na medida em que focalizam pessoas feridas.
Para os vândalos, quanto mais violência melhor. O estranho é que os praticantes dos atentados são presos e logo depois soltos, como se fossem personagens de uma obra de ficção. Parece inclusive que a PM necessita ter adversários pela frente para desempenhar seu papel.
Mas no fundo, a Polícia Militar não se dá conta que assim agindo contribui para desgastar ainda mais a imagem, já profundamente abalada do governador Sérgio Cabral junto à opinião pública. Tanto assim que os protestos no Rio terminam sempre com os manifestantes tentando chegar ao Palácio Guanabara, sendo contidos pelo caminho. Porém não sem antes entrarem em choque com as forças de segurança.
O que aumenta a dimensão – e a PM não percebe isso – a reprovação de Sérgio Cabral. A PM deve agir mais na prevenção. A repressão só agrava e fornece munição e pretexto aos revoltados.
 
09 de setembro de 2013
Pedro do Coutto

ATENÇÃO PARA A MANOBRA: DILMA QUER COLOCAR A INTERNET BRASILEIRA SOB CONTROLE DO GOVERNO



Estão vendendo o chamado Marco Civil da internet como se fosse uma coisa maravilhosa. Pelo contrário: o projeto de lei cria uma máquina de espionagem sinistra que não garante democracia, liberdade nem privacidade.

O lobby é fortíssimo, há muito dinheiro. O interesse mais objetivo é não responsabilizar google/facebook/etc. pelo conteúdo gerado. Aí tudo bem, até. Os outros interesses são de transformar a internet em uma “TV a cabo”, com vários pacotes diferenciados: um para facebook, outro para portais da uol/terra, outro para e-mails.

O objetivo é fatiar a internet e acabar com a “mídia alternativa”, entregá-la na mão dos oligopólios, que já migraram para esse mundo “virtual”. No texto do Marco Civil da Internet, que está no Congresso, ao contrário do que dizem, não há garantias de “neutralidade de Rede”.

Outra jogada é armazenar por um ano (sem limites máximos) todos  os “logs” de acesso de todos os brasileiros. Um absurdo. Coisas desse tipo facilitam o Big Brother Obama. Querem mesmo é criar um Big Brother Dilma por aqui, está na cara.

Mais detalhes em: http://www.livreimprensa.com.br/a-quem-interessa-o-marco-civil-da-internet/

09 de setembro de 2013
Yuri Sanson

O HUMOR DO DUKE

ChargeSuper08-12-12
 
 
09 de setembro de 2013


LIVRE PENSAR, É SÓ PENSAR...

 
 
09 de setembro de 2013
Millôr Fernandes

 

PROVA DOS NOVE

Atuação de José Dirceu em favor de empresas confirma denúncia do ucho.info sobre o caixa do Mensalão

Solicitados pelo jornal “O Globo” com base na Lei da Transparência, documentos que mostram a atuação do então chefe da Casa Civil, José Dirceu de Oliveira e Silva, em prol de empresas privadas no ano de 2004 comprovam afirmação de longa data do ucho.info.

De que o caixa do Mensalão do PT, o maior escândalo de corrupção da história nacional, foi alimentado por empresários interessados em se aproximar da cúpula do governo petista de então.

O esquema criminoso de cooptação de parlamentares por meio de pagamento de mesadas contou, além do dinheiro desviado de empresas públicas, com aportes financeiros de terceiros e com a repatriação de recursos depositados ilegalmente no exterior.

Esse detalhe, que estranhamente escapou dos olhos da Procuradoria-Geral da República e do Supremo Tribunal Federal, é motivo suficiente para que novas investigações sobre o Mensalão sejam abertas, pois, como sempre afirmamos, o escândalo é muito maior do que se imagina.
A prova maior desse conluio é que muitos dos integrantes do governo petista da época passaram a prestar consultorias a muitas empresas, muitas das quais financiadoras do esquema palaciano.

Um dos caminhos para se chegar à verdade é investigar a fundo a contabilidade das empresas de publicidade de Marcos Valério Fernandes de Souza, condenado pelo STF a mais de quarenta anos de prisão, pois algumas campanhas publicitárias foram superfaturadas de forma consentida para permitir o abastecimento do caixa do Mensalão do PT.
Na primeira etapa pode-se facilmente chegar a, pelo menos, duas empresas de telefonia celular.

09 de setembro de 2013
ucho.info

DE PEDÓFILO A DEDO DURO: O PROBLEMA É APENAS DE CREDIBILIDADE

Eduardo Gaievski, pedófilo que assessorava Gleisi Hoffmann na Casa Civil, ameaça contar o que sabe

Barril de pólvora – Eduardo Gaievski, ex-assessor da ministra Gleisi Hoffmann na Casa Civil e preso por estupro de vulnerável, está furioso e disposto a dar o troco.

Preso em Foz do Iguaçu e levado para Curitiba, o pedófilo sente-se abandonado e traído pela ministra e pelo PT.

Queixa-se que, desde o primeiro momento, o partido e os companheiros o atiraram às feras, sem que dissesse alguma uma palavra a seu favor ou tivesse colocado em dúvida as acusações.

O PT não providenciou advogados para defendê-lo, da mesma não usou influência para ajudá-lo e sequer deu meios para que concluísse seu plano de fuga. Encarcerado há duas semanas, Gaievski alterna momentos de depressão e fúria.
“Estou sendo tratado como um leproso e vou chutar o balde”, teria avisado.

A lista de ressentimentos de Eduardo Gaievski é grande, mas ele vem se concentrando em alguns nomes. Nutre enorme revolta em relação à ministra Gleisi Hoffmann, que se dizia sua grande amiga e foi buscá-lo em Realeza, no interior do Paraná, para que coordenasse sua campanha ao governo do Estado a partir de um posto-chave na Casa Civil.

Contudo, a ministra agora finge que mal o conhecia, emitindo nota oficial sobre o ex-assessor em que destacou sua preocupação em manter distância segura do escândalo. “Gaievski foi contratado para acompanhar programas do governo federal desenvolvidos em parceria com a prefeitura e a decisão de admiti-lo considerou a gestão dele em Realeza”, afirma a nota assinada por Gleisi.

Gaievski está furioso com o marido de Gleisi, o ministro Paulo Bernardo da Silva (Comunicações), que o recrutou para o PT. Foi Paulo Bernardo também quem o convocou para disputar a prefeitura de Realeza em 2004. Já prefeito da cidade, Eduardo Gaievski entregou o título de cidadão honorário ao ministro, em 2007. Mas o titular das Comunicações agora não o conhece mais.

O pedófilo também não perdoa o presidente do PT do Paraná, deputado Enio Verri, que, segundo diz, vivia a bajulá-lo, tentando conseguir benesses para sua base política.
Quando teve a prisão decretada, Verri determinou a suspensão sumária de sua filiação ao PT, passando desta forma uma espécie de atestado de culpa. A frase de Verri “o caso Gaievski não vai manchar a candidatura de Gleisi” enfureceu ainda mais o ex-assessor.

Quem também ocupa um lugar de destaque na lista negra de Eduardo Gaievski é a deputada estadual Luciana Rafagnin, do PT paranaense. Luciana havia proposto uma dobradinha com Gaievski em 2014. Ela disputaria uma vaga para deputada federal e ele para estadual. Quando o caso explodiu, Luciana não disse uma só palavra em sua defesa.

Aos poucos que o visitam, Gaievski tem dito que está cada vez mais revoltado e, por saber demais, disposto a abrir sua caixa de ferramentas. Prefeito de Realeza por duas vezes (2005-2012), o ex-assessor da Casa Civil conhece a fundo como funciona o esquema do PT com as prefeituras do partido. Fora isso, tem detalhes explosivos do modus operandi do PT no tocante às campanhas que interessam ao Palácio do Planalto. “Se eu começar a falar todos vão se lembrar que me conhecem”, acredita Eduardo Gaievski.

09 de setembro de 2013
ucho.info

NOTA AO PÉ DO TEXTO

Em política, a pior opção é chutar o balde, pois arrisca-se a quebrar o dedão...
m.americo

ASSAD DEVE ENTREGAR ARMAS QUÍMICAS PARA EVITAR ATAQUE, AFIRMA JOHN KERRY

 

Ultimato lançado – O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, disse nesta segunda-feira (9), em Londres, que se o ditador Bashar al-Assad quiser evitar um bombardeio à Síria deverá entregar todas as suas armas químicas no prazo máximo de uma semana.

Em entrevista coletiva ao lado do chanceler britânico, William Hague, Kerry ponderou, no entanto, que Assad não parece “prestes a fazer isso”. E reiterou que os Estados Unidos têm certeza de que foi o regime sírio o responsável pelo ataque químico de 21 de agosto.

“Nós sabemos de onde vieram os projéteis e onde eles caíram [...] e não foi nenhum acidente que eles tenham vindo do território controlado pelo regime e que todos tenham caído em território dominado pela oposição”, disse Kerry.

No fim de semana, em entrevista ao canal de TV americano CBS, Assad negou estar por trás do uso de armas químicas e disse não haver qualquer evidência conclusiva de que tal ataque tenha ocorrido.
Intervenção limitada

Na coletiva desta segunda-feira, o secretário de Estado insistiu que, apesar de defenderem um bombardeio, ele e o presidente Barack Obama estão “totalmente de acordo” em que o fim do conflito civil na Síria “requer uma solução política”. Por isso, garantiu que uma intervenção militar seria “limitada” e “muito curta”.

“Uma resolução não se encontra no campo de batalha, mas em uma mesa de negociações, mas temos que chegar a essa mesa”, afirmou o chefe da diplomacia americana. “Não estamos falando de guerra. Não iremos à guerra.”

Hague, por sua vez, disse que “não pode haver impunidade” perante o uso de armas químicas no século 21 e que o Reino Unido trabalhará a favor da realização da conferência de paz em Genebra.
Em relação à votação de 29 de agosto no Parlamento britânico, na qual os deputados rejeitaram uma intervenção militar na Síria, Kerry disse que a “relação especial” entre os dois países não será afetada por essa decisão.

09 de setembro de 2013
ucho.info
(Com agências internacionais)

INIMIGOS MÉDICOS

 

Quando viu o povo na rua, cobrando atenção à Saúde Pública, Dilma adotou prática tão antiga quanto namorar no portão. Escolheu um inimigo e o apontou à sociedade: os médicos brasileiros. A partir daí, jogou contra eles os raios e trovões que conseguiu recolher em seu repertório.

A saúde pública tem problemas. Falta atendimento, dinheiro, leitos. São longas as filas. Espera-se meses por um exame e anos por uma cirurgia. De quem é a culpa? Segundo a presidente, a culpa é dos médicos.

Sua Excelência cuidou de passar à sociedade a impressão de que eles preferem viver nos grandes centros não porque ali estejam os melhores hospitais, laboratórios e equipamentos, mas porque ali estão os melhores restaurantes, clubes e cinemas.

Foi para a tevê tecer ironias com o fato de que os primeiros a fazerem opções no “Programa Mais Médicos” preferiram localidades litorâneas.
A compreensão dessa mensagem pelos sem discernimento (estamos falando de dezenas de milhões) fica assim: os doutores gostam, mesmo, é de praia.

Através dessas paquidérmicas sutilezas, o governo tenta convencer a sociedade de que os médicos não vão para as pequenas comunidades porque se lixam para as carências com que ele, governo, se preocupa.
Opa! Preocupa-se agora, preocupa-se depois das vaias, preocupa-se depois das passeatas.
E esquece que, pelos mesmos motivos, milhões de outros profissionais também preferem trabalhar em centros urbanos mais dinâmicos.
Identificado o inimigo, a presidente partiu para o ataque.

Criou um 2º ciclo de formação médica, obrigatório, a serviço do SUS, com duração de dois anos, a ser prestado onde houver necessidade. Fez com que os médicos perdessem a exclusividade de diversas atribuições relativas a diagnósticos e prescrição de tratamentos.

Jogou na lixeira a insistente e lúcida recomendação no sentido de que seja criada na área médica uma carreira de Estado, semelhante à que existe para as carreiras jurídicas. Explico isso melhor: espontaneamente, nenhum juiz ou promotor vai solicitar lotação em Paranguatiba do Morro Alto.
No entanto, como etapa de uma carreira atraente e segundo regras bem definidas, sim. É desse modo que se resolvem as coisas numa sociedade de homens livres.
 
Nada revela melhor a vocação totalitária do partido que nos governa do que este episódio. É uma vocação que dispensa palavras, que atropela leis e se expressa nas grandes afeições. Cubanas, por exemplo.

A vinda dos médicos arrematados em Castro & Castro Cia. Ltda. permite compor um catálogo de transgressões aos princípios da liberdade individual, da dignidade da pessoa humana, da justiça, da equidade, da proporcionalidade, do valor do trabalho.

Repugna toda consciência bem formada a ideia de que um país possa alugar seus cidadãos a outro, enviá-los aos magotes como cachos de banana, beneficiar-se financeiramente dessa operação em proporções escandalosas e ainda fazer reféns as respectivas famílias por garantia da plena execução do mandado.

E há quem afirme que toda oposição a uma monstruosidade dessas é “preconceito ideológico”! Pois eu digo diferente: acolher como louvável semelhante anomalia política é coisa que só se explica por desvio do juízo moral.
 
Dilma e os seus gostariam de dispor dos brasileiros como coisas suas, assim como os Castro dispõem dos cubanos. Sendo impossível, buscam-nos lá, do mesmo modo como, antigamente, eram trazidos escravos das feitorias portuguesas no litoral africano.
d
09 de setembro de 2013
Percival Puggina (68) é arquiteto, empresário, escritor

GOVERNO DO PT: DE MANHÃ, NA DELEGACIA. À TARDE, NO MINISTÉRIO. À NOITE, NA CADEIA.


O atual "número 2" já foi o "número 1". Foi o Ministro interino do Trabalho, na demissão de Brizola Neto.
 
Suspeito de participação de esquema de desvio de recursos públicos, o "número 2" do Ministério do Trabalho e Emprego prestou depoimento à Polícia Federal na manhã desta segunda-feira (9) e, em seguida, foi trabalhar normalmente. Paulo Pinto, secretário-executivo do MTE, foi alvo de um dos 12 mandados de condução coercitiva cumpridos nesta segunda pela PF. Batizada de Esopo, a operação deflagrada pelos policiais federais apura fraude em licitação e contratos superfaturados em dez Estados. A fraude pode ter movimentado por volta de R$ 400 milhões em cinco anos, estimam os policiais.
 
É a segunda vez em menos de uma semana que o MTE é alvo de operação da PF. Dessa vez, uma das suspeitas que pesam contra o MTE é a retirada do nome de inadimplentes do cadastro de devedores para continuarem recebendo recursos públicos. Segundo a assessoria do ministério, na manhã desta segunda, a PF recolheu apenas documentos relacionados à área de qualificação da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego --um dos principais braços operacionais da pasta.
 
Informou ainda que o secretário-executivo do ministério, Paulo Pinto, foi abordado pela PF em casa, em Brasília. Depois de ser notificado da existência de um mandado de condução coercitiva contra ele, foi dirigindo o próprio carro à Superintendência da PF em Brasília, onde prestou depoimento sobre a Oscip (Organização da Sociedade Civil de Interesse Público) que teria sido usada para desviar os recursos públicos.
 
Depois de prestar esclarecimentos à polícia, segundo a assessoria do ministério, Paulo Pinto foi liberado e despachou normalmente na sede do MTE, na capital federal. Ele reassumiu o cargo de número 2 do ministério em abril deste ano. Paulo Pinto entrou no ministério em 2007 como assessor especial do então ministro Carlos Lupi, de quem é braço direito. Em junho de 2010, foi nomeado secretário-executivo, cargo que ocupou até maio do ano passado, quando o grupo de Lupi, que perdeu o cargo por suspeitas de irregularidades, deixou o comando da pasta.
 
Nesta segunda, o MTE informou aguardar o retorno do ministro Manoel Dias, que estava em Santa Catarina, para definir se Paulo Pinto será mantido no cargo. A assessoria também não soube informar que repassou à entidade investigada pela PF.
 
(Folha Poder)
 
09 de setembro de 2013
in coroneLeaks

CRISE FAZ 5 ANOS E CONTINUA PRODUZINDO EFEITOS NA ECONOMIA

A crise, que começou há cinco anos com o estouro do Lehman Brothers, não acabou ainda, continua provocando consequências. No centro da crise estavam os Estados Unidos, que agora começam a se recuperar, e a Europa, que ainda está em recessão.
 
À época, o presidente Lula disse que era uma marolinha, mas na verdade, acabou sendo uma grande onda que bateu em todas as economias, inclusive no Brasil, que estava crescendo a 6% (últimos quatro trimestres até setembro). No ano seguinte, em 2009, teve uma pequena recessão.
 
Todos sentiram o impacto, mas pela primeira vez, o Brasil não entrou em colapso com uma crise nem pediu empréstimo ao FMI. Em 2010, já estava crescendo forte.
 
As autoridades monetárias foram muito rápidas. Logo após o Brasil ser informado de que o Lehman Brothers não abriria no dia seguinte, o então presidente do BC, Henrique Meirelles, pegou um avião e foi aos EUA para entender a dimensão do problema. E de lá já tomou decisões, como a liberação do compulsório. As empresas que estavam apostando na queda do dólar sofreram muito. O BNDES, então, entrou salvando essas companhias.
 
As primeiras reações foram rápidas no sentido de evitar o pior, mas depois houve erro na condução do processo. Uma das ações foi o Tesouro se endividar para emprestar ao BNDES. Essa medida de emergência passou a ser uma política natural. O banco passou a viver de endividamento público e emprestar a juros menores do que os que o Tesouro paga. Virou uma licença para aumentar gasto, criar contabilidades criativas, fazer outras coisas que não ajudam a crise, pelo contrário, fazem com que permaneça entre nós produzindo efeitos por aqui.
 
Após o alto PIB de 2010, 2011 e 2012 foram anos de baixo crescimento. Em parte pela crise, em parte por decisões erradas que foram tomadas.
 
 
09 de setembro de 2013
 Miriam Leitão, O Globo

EX-MINISTRO INTERINO DO TRABALHO TEM PRISÃO DECRETADA EM OPERAÇÃO DA PF

 
 
Ex-ministro interino do Trabalho tem prisão decretada em operação da PF
Foto: Elza Fiúza/ ABr
 
A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira (9), em 11 estados e no Distrito Federal, operação de combate a desvios de verbas no Ministério do Trabalho.
 
Dentre os 49 mandados judiciais expedidos, tiveram prisão preventiva decretada o ex-ministro interino do Trabalho Paulo Roberto Pinto; Anderson Brito Pereira, assessor do atual titular da pasta, Manoel Dias; o servidor do ministério Geraldo Riesenbeck e Antonio Fernando Decnop Martins, atualmente lotado na Funai.
 
Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Pernambuco, São Paulo, Ceará, Amapá, Paraná, Rondônia e Paraíba são alvos da operação intitulada Esopo.
 
Segundo a PF, nos últimos cinco anos, cerca de R$ 400 milhões saíram do ministério e foram parar nos cofres do Instituto Mundial do Desenvolvimento e da Cidadania (IMDC), entidade com sede em Belo Horizonte. O empresário Deivson Vidal, presidente do IMDC, é apontado como líder da organização criminosa e principal operador financeiro do esquema.
 
09 de setembro de 2013
Bahia Notícias

A PETROBRAS FOI ESPIONADA PELOS AMERICANOS. O QUE ELES DESCOBRIRAM?

A Petrobras foi espionada pelos americanos. O que eles descobriram? Ou: Quem tem amigo como o PT não precisa de inimigo externo.
 
 
Agora mexeram com nosso “orgulho nacional”. Afinal, o petróleo é nosso! Já posso até ver os nacionalistas babando de ódio porque a agência de segurança americana (NSA) espionou, segundo documentos vazados (a conta gotas e de forma seletiva) por Greenwald, a nossa querida Petrobras. Confesso que até eu fiquei muito irritado!
 
Afinal, há muitas dúvidas no ar, e nós, brasileiros, queremos respostas. Os americanos poderiam nos explicar melhor como foi que a Petrobras torrou quase um bilhão de dólares para comprar uma refinaria em Pasadena, no Texas, que não vale quase nada? Podem nos dizer como a estatal investiu tantos bilhões, aumentou tanto seu endividamento, mas não consegue fazer a produção crescer?
 
Sobre o caso da espionagem e a revolta cívica seletiva, meu vizinho virtual Reinaldo Azevedo já disse que deveria ser dito aqui. Pretendo apenas quantificar um pouco a análise qualitativa do jornalista.
Vamos ver alguns números da Petrobras, para compreender melhor que seu verdadeiro inimigo não são os americanos, mas sim nosso próprio governo, sob o comando do PT.
 
Em primeiro lugar, vejam quantos bilhões de dólares foram investidos apenas no setor de Exploração & Produção desde que o PT assumiu o poder:
 

Fonte: Petrobras
Trata-se de uma montanha de recursos! Após tantos bilhões destinados ao setor de exploração e produção, podemos imaginar que o resultado logo apareceu no crescimento de produção, certo? Errado.
Estamos falando de uma estatal, ora bolas, e gerida por petistas! Eis, portanto, o resultado da produção total da empresa, em barris de óleo e equivalentes:
 

Fonte: Petrobras
 
É um crescimento medíocre, sendo benevolente com a empresa. Mais precisamente 2,3% ao ano desde 2003. A Petrobras alcançou a marca de 2 milhões de barris/dia em agosto de 2008, e em julho de 2013 sua produção era… 2 milhões de barris/dia!
 
A sensação que fica é a de que toneladas de recursos foram aportadas apenas para o crescimento se manter estável. Bem, sempre pode ser pior. A Venezuela que o diga. A PDVSA torra bilhões de dólares e a produção cai ano após ano! É o efeito do bolivarianismo na empresa.
 
Se os investimentos têm aumentado tanto e a produção não, então o endividamento deve ter explodido em relação ao valor de mercado da empresa, certo? Exato. É o que podemos verificar abaixo:
 
 
O impacto disso tudo pode ser observado quando comparamos o desempenho das ações da Petrobras (PBR) com uma cesta de empresas do mesmo setor (XLE). Toda a euforia com o Brasil, em boa parte fruto do crescimento chinês e do baixo custo de capital nos países desenvolvidos, dissipou-se nos últimos anos:
 

Fonte: Bloomberg
Explicando melhor: a Petrobras já perdeu 80% de seu valor relativo a essa cesta de empresas do setor desde 2010! Nossa estatal é o “patinho feio” do setor de petróleo no mundo. Os investidores não querem saber dela. Sua destruição de valor para os acionistas – leia-se todos os brasileiros – é assombrosa.
 
Pergunto: alguém precisa de espiões estrangeiros para destruir a Petrobras? Claro que não! Basta deixar o PT mais alguns anos tomando conta dela. Quem tem amigos como o governo do PT não precisa de inimigos
 
09 de setembro de 2013
Rodrigo Constantino - Veja
 

CORRUPÇÃO NA ERA LULA-DILMA SUPERA OPERAÇÕES CONTRA NARCOTRÁFICO E CONTRABANDO

Corrupção no setor público é crime que mais ocupa PF.  Desvios investigados pela Polícia Federal chegam a R$ 1 bilhão. Operações contra crimes de colarinho branco superam narcotráfico e contrabando


Policial federal apreende documentos no Centro de Atendimento ao Trabalhador, em São Paulo
Policial federal apreende documentos em ONG suspeita de corrupção
em São Paulo
03/09/2013 (Divulgação/PF)
 
Chega a 1 bilhão de reais o volume de recursos que a Polícia Federal (PF) suspeita ter sido desviado do Tesouro por meio de fraudes, corrupção, licitações dirigidas, convênios fictícios e compras superfaturadas de administrações municipais, autarquias e repartições estaduais em todo o país. Pela primeira vez na história, segundo o comando da corporação, as investigações de crimes do colarinho branco suplantou as ações contra o tráfico de drogas e o contrabando.
 
Entre janeiro e agosto deste ano, a caça aos malfeitos com verbas públicas foi responsável por 20,7% do total de missões desencadeadas pela PF nos estados e em Brasília - os dados não abrangem falcatruas na Previdência. Ações contra o narcotráfico somam 16,9% dos casos.
 
No início da semana passada, foram presos oito alvos da Operação Pronto Emprego, que investiga desvios de convênio do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). "Temos hoje 1 bilhão de reais sob investigação, 28 operações especiais de combate a desvios de recursos do Tesouro apenas este ano. Podemos afirmar que em 2013 inúmeras organizações criminosas foram desarticuladas pela PF", diz o diretor-geral da Polícia Federal, delegado Leandro Daiello Coimbra.
 
As 27 operações deflagradas pela PF em 2013 levaram à cadeia 210 acusados de causar prejuízos aos cofres públicos.
 
"A PF tem priorizado a atividade de combate à corrupção e ao desvio de recursos públicos", afirma Coimbra, segundo quem a corporação tem atuado em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU). Os relatórios técnicos e auditorias desses dois órgãos são usados para fortalecer as provas nas investigações.
 
O avanço dessas ações policiais consta do histórico do departamento. Em 2011, elas representavam 15,3% do total dos casos. Um ano depois, chegaram a 16,1%. O combate ao tráfico de drogas, que vinha sempre no topo das ações da PF - 24,9% das missões em 2011 e 27% em 2012 - caiu em 2013 para aquém dos 20%. Ainda assim registrou mais prisões (284) que os inquéritos envolvendo corrupção.
 
Daiello, chamado ao comando da PF no início do governo da presidente da República, Dilma Rousseff, diz que essa inversão não significa a diminuição da atuação no combate às drogas. "Sempre combatemos tráfico de drogas. Isso é uma rotina natural para a PF", afirma o diretor-geral.
 
O número de operações, diz ele, vem crescendo desde 2008, quando a instituição realizou 217. Em 2012, os dados mostram que elas somaram 292 em todos os 26 estados e no DF.
 
Além de ultrapassar os casos de tráfico de drogas, a corrupção deixou para trás também outra tradicional área de atuação dos federais, os crimes fazendários. Em 2012, eles responderam por 21% das operações no país (62 casos). Até agosto deste ano, somavam 13,8% das ações e haviam provocado a prisão de servidores. Ao todo, 29 foram presos por suspeita de corrupção.
 
São Paulo concentrou o maior número de operações nos oito primeiro meses do ano - dezenove, de janeiro a agosto. O Rio Grande do Sul, com dez casos, ficou em segundo nesta estatística e Minas Gerais (oito operações) em terceiro lugar.
 
PEC 37 - Para a cúpula da PF os números só reforçam a versão de que o órgão tem capacidade para investigar os desvios de recursos com independência e isenção.
 
Os delegados federais estiveram entre os maiores defensores da proposta de emenda constitucional que limitava a ação dos Ministérios Públicos Estadual e Federal para apurar crimes, a chamada PEC-37, derrotada no Congresso Nacional após as manifestações de junho, que identificaram a medida como uma forma de ajudar os corruptos. "Eu sou contra o Ministério Público investigar, promotores e procuradores não podem exercer a função policial", alerta o delegado Roberto Troncon, superintendente regional da PF em São Paulo.

09 de setembro de 2013~
Veja
(Com Estadão Conteúdo)

NÃO HÁ MAL QUE EUA POSSAM FAZER À PETROBRAS, QUE BRASILEIROS NÃO FAÇAM PIOR

Petrobras e a espionagem – Algumas questões relevantes nesse imbróglio. Ou: Não há mal que os americanos possam ter feito à empresa que brasileiros não tenha feito e não façam com sobras


Ai, ai… E continua a saga de Glenn Greenwald, o jornalista americano do Guardian que mora no Rio (não é correspondente do jornal aqui), que parece mesmo determinado a fazer o Brasil declarar guerra os EUA. Espero que Dilma se controle, né? De tudo o que o pilantra Edward Snowden vazou, Greenwald está pinçando e selecionado eventos que digam respeito ao país. Na semana passada, veio a público a sugestão de que Dilma foi espionada, embora não exista a evidência de que a Agência Nacional de Segurança tenha tido acesso ao conteúdo de suas mensagens — o que se infere, revejam tudo o que foi publicado a respeito, é que haveria condições técnicas para tanto.
 
Neste domingo, de novo no Fantástico, Greenwald revela que a Petrobras também teria sido espionada. Mais uma vez, não se tem a prova disso — ou, nas palavras de Sônia Bridi, coautora da reportagem: “Não há informações sobre a extensão da espionagem, e nem se ela conseguiu acessar o conteúdo guardado nos computadores da empresa. O que se sabe é que a Petrobras foi alvo da agência, mas não há pista nos documentos sobre que tipo de informações a NSA buscava.
 
É chato ficar fazendo certas observações aqui, em vez de levantar, pôr a mão no peito e cantar o Virundum… Mas o fato é que, tanto no caso de Dilma como no da Petrobras, não fica claro se houve mesmo a invasão ou que tipo de informação foi buscada. A reportagem do Fantástico está aqui. Na ausência de dados sobre a espionagem propriamente, recheia-se a reportagem com os números superlativos da Petrobras e o quanto ela pode despertar a cobiça internacional. Sem dúvida! Também se especula sobre a possibilidade de empresas terem tido acesso a informações sobre o pré-sal e coisa e tal. Bem, considerando a escolha que o Brasil faz para a exploração do petróleo nessas áreas, podemos ficar tranquilos, certo? O regime é de partilha mesmo, e não há como a gente ser enganado pelos sagazes estrangeiros. Mas é certo que isso vai mexer com os brios nacionalistas.
 
Antes que volte à Petrobras, uma questão relevante. Glenn Greenwald, neste domingo, em declaração ao Fantástico, resolveu relativizar um tantinho as considerações que vinha fazendo sobre o trabalho da agência americana. Até reconheceu que ela se ocupa também de combater o terrorismo. Ah, bom! Leiam a sua declaração. Comento na sequência:
 
Sônia Bridi - Outros nomes de empresas e instituições da lista foram apagados para não comprometer operações que envolvam alvos ligados ao terrorismo.
 
Greenwald: É uma questão de jornalismo responsável. Tem informação nesses documentos, alguma informação, que é sobre a espionagem mesmo contra o terrorismo, questões de segurança nacional, que não devem ser publicadas, porque ninguém tem dúvida que os Estados Unidos, como todos os outros países, têm direito de fazer espionagem para proteger a segurança nacional. Mas tem muito mais informações sobre espionagem contra inocentes, ou contra pessoas que não têm nada a ver com terrorismo ou questões industriais, que devem ser publicadas.
 
Retomo A um telespectador ou leitor distraído, três questões essenciais podem passar despercebidas, e elas relativizam a afirmação de Greenwald:
 
1: Edward Snowden, o pilantra, certamente lhe passou uma ínfima parte de todos os documentos e de todas as operações de agência. Assim, o lote que ele tem em mãos não é uma amostra que lhe permita dizer se a maior parte das operações tem ou não vínculos com o terrorismo;
 
2: ninguém sabe quais documentos Greenwald tem em mãos; logo, ele pode pinçar do conjunto o que bem entender. Como não pode revelar as operações que dizem respeito ao terrorismo (o que nem a agência pode fazer), sobra-lhe, então, o estardalhaço com as que não dizem;
 
3: mais importante: se Snowden lhe passou o que tinha e se Dilma e a Petrobras foram espionadas, por que as provas não aparecem nos documentos, que, afinal de contas, eram secretos?
 
Mas como tratar com um mínimo de racionalidade e prudência um caso como esse? Certamente virão outros. Daqui a pouco, vai-se descobrir que até o Michel Temer foi espionado, interessados que estavam os americanos em saber o que ele pensa — um dos segredos mais bem guardados da República, não é mesmo? Não estou aqui posando de cético profissional, não, mas o fato é que essa história, até agora, tem muito calor e pouca luz. Esprema-se tudo, e o que sai é bem pouca coisa. Mas agora já temos uma “presidenta” para lutar contra Tio Sam em defesa das riquezas nacionais. Dados os resultados da gestão Dilma, é muito mais do que ela pediu a Deus.
 
Agora a Petrobras Pois é… Convenham: não há mal que espiões malvados possam fazer à Petrobras que os petistas não tenham feito por sua conta. Se houve a ação indevida, que se exija a reparação, claro! Mas me parece certo que a agência de segurança dos EUA não nos roubou uma refinaria, por exemplo, como fez o boliviano Evo Morales. Agora Dilma está falando grosso com Washington, a Casa Branca, Obama (todo mundo fala, né?), mas, à época, o governo brasileiro falou fino com a Bolívia.
 
Não há mal que os espiões americanos possam fazer à Petrobras e a seus acionistas que a política de preços de combustíveis do governo Dilma já não faça cotidianamente, impondo pesados prejuízos à empresa, obrigada a comprar combustível mais caro e a vendê-lo mais barato no Brasil — depois de Lula ter sujado as mãos em óleo para declarar a nossa autossuficiência.
 
Não há mal que os espiões americanos possam fazer à Petrobras que a direção da empresa, então sob o comando de Sérgio Grabrielli, não tenha feito por conta própria ao comprar, por exemplo, uma estrovenga em Pasadena, nos EUA, operação que impôs à empresa de economia mista um prejuízo de US$ 1,2 bilhão.
 
Espírito cívico Lembro essas barbaridades para tentar diminuir a importância da denúncia? Não! Lembro essas barbaridades para indagar onde estava o espírito cívico, que certamente se exacerbará agora, quando a empresa estava sendo, deixem-me ver a palavra, molestada. Nesse particular, uma pena mesmo que espiões não nos tenham advertido a tempo, não é? É uma ironia, viu, petralhas?
 
Certamente há mais coisas que dizem respeito ao Brasil nos arquivos roubados por Snowden e repassados para Greenwald, o herói que está ajudando a demonstrar como os malvados do Norte estão de olho no nosso país. Vamos ver. No caso da Petrobras, infiro que nem a agência americana conseguiu saber o que se passa num estado chamado “Petrobras”. Sucessivos governos já fizeram esse esforço, e ninguém, até agora conseguiu. Duvido que os americanos tenham ido muito longe.
 
As coisas estão realmente ficando como o diabo gosta. Dilma já tem dois pilares de campanha. Um são os médicos, escravos da ditadura cubana; o outro, a garantia de que vai nos proteger da democracia americana. Já posso respirar aliviado.
 
09 de agosto de 2013
Reinaldo Azevedo - Veja

ITAQUERÃO É OBRA "PRIVADA" DA COPA COM MAIOR VOLUME DE RECURSOS PÚBLICOS

 
Sem contar recurso do BNDES, dinheiro público na arena ficará
entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões

O poder público, via suas três esferas administrativas, está colocando cerca de R$ 30 bilhões em obras e preparativos para a Copa do Mundo de 2014. Sao obras públicas e privadas, de estádios, aeroportos, portos ou mobilidade urbana. Dentre as privadas, por quaisquer critérios que se utlize, o estádio que o Corinthians e a empreiteira Odebrecht estão construindo na zona leste de São Paulo, que será a sede de abertura da Copa e palco de sete jogos do Mundial, é a que recebe a maior destinação de recursos públicos.
 
Sem contar o empréstimo do BNDES previsto para o estádio, que deverá retornar aos cofres públicos, o investimento “a fundo perdido” do poder público na arena ficará em algo entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões.
 
O estádio, com as estruturas provisórias necessárias para a receber a Copa, terá um custo que vai ultrapassar a casa do bilhão de reais. Sua principal fonte de recurso são créditos fiscais concedidos pela gestão passada da Prefeitura de São Paulo ao Corinthians. São R$ 420 milhões, nem tudo já liberado para o clube a para a obra.
 
Parêntesis: este blog  não irá discutir a natureza de recurso público dos CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento) prometidos pela prefeitura ao Corinthians no ano passado. Este entendimento já é pacificado por Tribunal de Contas da União e jurisprudência dos tribunais superiores do país.
 
Voltando, só estes R$ 420 milhões já tornam o Itaquerão o estádio privado com maior destinação de recursos públicos da Copa, já que há somente outras duas arenas privadas em construção, ou em reforma, (Arena da Baixada, do Atlético Paranaense, e Beira-Rio, do Internacional), e as duas possuem orçamento total inferior a R$ 420 milhões.
 
A maneira como estes recursos foram destinados ao Corinthians é, no mínimo, nebulosa, e gerou uma ação do Ministério Público que corre na Justiça para anular o benefício fiscal. Em março do ano passado, quando a obra já estava a pleno vapor e tinha sido escolhida pela Fifa como a sede paulista para a Copa, a prefeitura lançou uma concorrência pública para escolher qual estádio receberia os R$ 420 milhões em créditos municipais. Somente o Itaquerão poderia vencer a concorrência, como de fato venceu.
 
Obra tem isenção fiscal da prefeitura sendo questionada
pelo Ministério Público na Justiça
 
Trata-se de uma concorrência dirigida na mais límpida acepção do termo. Para o Ministério Público do Estado de São Paulo, é uma “afronta à legalidade”. Ainda assim, à época, a prefeitura chamou a concorrência de “mera formalidade”. Na prática, a Justiça só julgará em definitivo a ação do MP quando a obra estiver concluída e os créditos fiscais já concedidos e gastos. A solução, quando muito, será rever a legalidade da concessão dos créditos com a proposta de algum tipo de medida compensatória do clubve para com os cofres públicos.
 
Ainda no terreno das isenções, a Prefeitura de São Paulo concedeu isenção total do ISS (Imposto Sobre Serviços) que incidiria no valor final da construção do estádio, inicialmente orçado em R$ 820 milhões. Pela isenção, pelo menos R$ 41 milhões deixarão de entrar nos cofres da Prefeitura, pela alíquota de 5%. A isenção também é questionada pelo MP na Justiça, em virtude da suposta falta de contrapartida social que o clube deveria prestar à cidade.
 
Outra forma de injeção de recursos públicos na obra é o empréstimo do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), que ainda não saiu, mas está previsto na chamada arquitetura finaceira do estádio, de R$ 400 milhões.
 
Trata-se de um financiamento, que, ainda que subsdiado em virtude do interesse coletivo da obra para a Copa, deverá voltar para o banco no prazo previsto. Assim, existe o entendimento, popularizado pela presidente Dilma Rousseff através de discurso proferido em meio aos protestos que tomaram conta do país em junho deste ano, de que esses recursos não podem ser considerados injeção de dinheiro público em obras da Copa.
 
Faz sentido. O BNDES tem entre suas funções financiar obras do setor privado. De qualquer forma, dentre as obras privadas da Copa que o banco financia, a do estádio corintiano é a que deverá receber o maior volume de recursos , ou R$ 400 milhões.
 
Bom, investir em um estádio de futebol para a Copa que vai efetivamente ser usado na Copa é certamente muito melhor do que investir em um hotel que certamente não ficará pronto a tempo do Mundial e nem se pode afirmar que um dia ficará efetivamente pronto.
 
A vice-prefeita de SP espera que a cidade gaste até R$ 40 milhões
com estruturas provisórias da arena
 
É este o caso de outra das obras privadas da Copa com maior volume de recursos públicos, a reforma do Hotel Glória, do empresário Eike Batista. Ele tomou R$ 200 milhões junto ao banco estatal através da linha BNDES Pro-Copa Turismo. Depois, suas empresas entraram em crise, a obra foi paralisada e agora têm previsão de entrega para 2015. Claro que nem se cogita a hipótese de se cancelar o financiamento.
 
Há, ainda, as estruturas provisórias a serem instaladas no estádio. Primeiro, será necessário montar 20 mil arquibancadas móveis, missão que está a cargo do Governo do Estado de São Paulo. Segundo o secretário de Planejamento, Julio Semeghini, elas irão custar R$ 38,1 milhões, e o governo paulista encontrou investidores privados para paga-la. Ele anunciou, inclusive, que o contrato para a obra seria anunciado em agosto, o que não aconteceu, então é melhor esperar para saber quem vai mesmo pagar.
 
 
Por fim, há o restante das estruturas provisórias, como assentos VIPs, sistema de iluminação, sistema de ar condicionado, equipamentos de informática, telecomunicações e sistemas de TI (tecnologia da informação). Toda a aquisição e implantação desses equipamentos estão a cargo da Prefeitura de São Paulo.
 
Em uma previsão conservadora da vice-prefeita de São Paulo, Nádia Campeão, o investimento total do município nessa área será de R$ 30 milhões a R$ 40 milhões. Os contratos ainda não foram fechados, a menos de um ano da Copa. Tomara que não sejam necessárias contratações de emergência…

07 de setembro de 2013
Vinícius Segalla - UOL