"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

VOCÊ SABIA?

O orçamento do Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) é de R$ 538,5 milhões. Tem 2563 funcionários!

O orçamento do Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) é de R$ 538,5 milhões. Tem 2563 funcionários! 
 A EBC mantém a TV Brasil, mais conhecida como TV traço. Porém, seus “colaboradores” recebem fortunas. 
Espera-se que Temer ordene uma devassa na EBC para que possamos saber os nomes e os valores recebidos por jornalistas e artistas, sócios do projeto criminoso de poder.


19 de maio de 2016
marco antonio villa

"OS PINGOS NOS IS"

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA CLAUDIO HUMBERTO

MINISTÉRIO NÃO IMPORTA, ELES SÓ QUEREM AS VERBAS

Ocupantes de sinecuras no ex-Ministério da Cultura, que controlam a liberação de verbas para “projetos culturais”, têm levado os artistas e intelectuais que frequentam seus guichês ao vexame de protestar pela preservação de boquinhas extintas com a incorporação do Minc pelo MEC. “Donos” de cargos-chave na Ancine, que “incentiva” a produção de filmes com dinheiro do contribuinte, orientaram cineastas a difundir a lorota de “golpe” nos recentes festivais de cinema de Lisboa e Cannes.

SINECURA NÃO É CULTURA


Alguns artistas exageraram, falando em “fim da cultura”, mas o objetivo do alarido é manter nos cargos-chave os amigos que controlam verbas.

CULTURA DA BUROCRACIA


Têm algo em comum os países de produção cultural exuberante, com maior número de Nobel e Oscar: neles não há Ministério da Cultura.

DIZ AÍ: É GOLPE

A fusão do Ministério da Cultura ao MEC oferece mais um pretexto que poupa os petistas de explicar a ladroagem nos governos Lula e Dilma.

EXPRESSÃO MÁGICA


Para não explicar no boteco, na escola ou no exterior os milhões nas contas de Lula & filhos, roubo à Petrobras etc, apregoam: “é golpe”.

DEPRESSÃO DE LULA CONTAMINA PARCEIROS PETISTAS


A depressão do ex-presidente Lula parece haver contaminado a militância do PT e Dilma Rousseff. Nas rodas petistas, a avaliação é que a situação de Lula demonstra que eles consideram irreversível o afastamento da presidente. Além disso, há cada vez mais petistas acreditando que o partido deve passar por um processo de refundação, incluindo até mudança de nome, assim como o PFL mudou para DEM.

SOB SIGILO


Como a saúde de Lula, a mudança de nome, defendida por petistas envergonhados como Tarso Genro, é tratada sob “sete chaves” no PT.

BAIXO CLERO

O drama do PT é que não há tempo para mudar muito a eleição municipal de 2016, quando se prevê um desempenho pífio do partido.

PASSAPORTE


Os petistas dizem que Lula anda preocupado apenas com a Lava Jato. Ele acredita que tem passaporte garantido para a cadeia.

VAI CUSTAR CARO


O presidente do Senado deve preparar o bolso para a rebordosa. Ação do advogado paulista Júlio Casarin na Justiça Federal pede que Renan Calheiros devolva aos cofres públicos o custo das regalias que ele deu a Dilma às nossas custas: palácio, carros, aviões, seguranças, etc.

GREGORI NA SUSEP

O empresário André Gregori, ex-BTG Pactual, é cotadíssimo para a Superintendência de Seguros Privados. Ele defende uma agenda mais intensa do seguro na área de infraestrutura e mercado de capitais.

MÃO NA RODA

O “convite” forçado do presidente Michel Temer para a Liderança do Governo na Câmara pavimenta de uma vez a candidatura do deputado André Moura (PSC) a governador de Sergipe, em 2018.

CENA BRASILIENSE

Lula era presidente quando nomeou seu personal trainer para o lugar do saudoso Renato Pinheiro, que por décadas credenciava jornalistas, no Planalto. Nomeou também a mulher do gajo e ainda mandou dar ao casal, até hoje, um apartamento funcional na 302 Sul, em Brasília.

BALEIA NO SEAWORLD

Citado no escândalo das merendas, o futuro Líder do PMDB na Câmara, Baleia Rossi (SP) é feliz proprietário de uma bela casa, desde o fim do ano, em condomínio vip, na cidade de Orlando, Flórida.

SÓ NO BRASIL


Renan Calheiros autorizou Dilma a levar 35 assessores para o Palácio da Alvorada, às custas do contribuinte, neste período de ócio remunerado da presidente investigada por crime de responsabilidade.

SÓ FALTA POR A LONA

É tanta gente pedindo “quarentena” na Comissão de Ética Pública, para embolsar salário integral sem trabalhar, como estava combinado antes da queda de Dilma, que o grupo recebeu reforço de 5 auditores.

ERA 'BALÃO DE ENSAIO'

As supostas chances de o deputado Rogério Rosso (PSD-DF) virar Líder do Governo na Câmara eram apenas “plantação”. Parlamentar de primeiro mandato e inexperiente, não poderia mesmo ganhar o posto.

QUEM DIRIA

A preservação das sinecuras do ex-Ministério da Cultura, que tanto mobiliza “aritstas e intelectuais”, agora tem padrinho: Renan Calheiros.



19 de maio de 2016
diário do poder

I LOVE ROSIES...




Entre os HQs que eu mais gostava na minha juventude estavam “Os Jetsons”. A obra era expressão de um imenso talento: traço fino, layout que causava bem estar com tanta leveza, elegância, personagens bonitos, e designer futurista clean que era pura arte gráfica. 
E dos personagens, a que mais me encantava era a Rosie, a domestica-robot que servia aos Jetsons. Sim, num mundo futuro, e certamente não tão distante assim, será possível aos indivíduos de uma sociedade de mercado contar com o auxilio de Rosies como a dos Jetsons.

Mas enquanto não temos Rosies por aqui, na terra da jurássica e fascista CLT, e intervenção estatal trabalhista, vivemos num mundo dos indivíduos e seus “conflitos irreconciliáveis”, conforme dita a doutrina marxista da luta de classe. 
Carteira assinada, salário mínimo, e todos os outros “direitos trabalhistas”, não seria propriamente o interesse das partes que se contratariam e viveriam sob a égide de interessesfundamentalmente harmônicos, se o Estado não assumisse a ideologia de defensor de uma delas e perpetua perseguição e penalização da outra.


Nessa linha, recentemente no país, testemunhamos um dos mais brilhantes ensinamentos do gênio da economia das trocas, Carl Menger, quando nos diz que todo fenômeno econômico tem dois aspectos. 
Um deles é o que se vê e o outro o que não se vê. Com a intervenção estatal no relacionamento entre indivíduos e seus interesses nas trocas de bens e serviços, vimos, por exemplo, em serviços domésticos, - que é o tema de nosso artigo – só o que se vê: indivíduos que passaram a ter “direitos trabalhistas.” Bonitinho...

Mas a realidade oriunda dos cálculos econômicos dos indivíduos, teimosamente ignorados pelos políticos, burocratas e a CLT, provoca a tragédia do que não se vê: milhões de pessoas desempregadas pelo decreto da lei trabalhista das domesticas, outras milhões impedidas de se colocar no mercado pela mesma razão. 

Se um indivíduo só podia pagar 500 reais mais alimentação, etc., para ter serviços de uma empregada doméstica e as duas partes procuravam viver em harmonia baseadas que estavam em interesses comuns na cooperação social baseada na divisão de trabalho, após o decreto estatal obrigando ambas as partes a cumprirem sua totalitária vontade com a doutrina trabalhista de conflitos baseado na imbecil e refutada teoria marxista da exploração, passam a se ver com desconfiança de inimigos e as boas relações são interrompidas. 

Fiscalização, perda de bens para indenização trabalhista, encargos, etc., é o universo de tragédias que logo passa pela mente do contratante. O resultado são milhões de pessoas desempregadas. O que não se vê, no ensinamento de Carl Menger. Fato que a mídia paga pelo Estado para mentir e omitir não alude.

Bem, por outro lado, na sociedade de mercado você sempre tem inovações tecnológicas oriundas do ambiente de liberdade que favorece o aparecimento de indivíduos laboriosos e criativos que correndo atrás de um ganho para si, e vendo necessidades individuais a serem preenchidas na sociedade criam invenções como à máquina de lavar roupa, por exemplo. 

E tudo mais que temos para facilitar a vida doméstica através de máquinas como liquidificador, geladeira, aspirador de pó, ar condicionado, lava-louças, fogões, microondas, etc. No inicio, são aparelhos caros, mas com a demanda por eles se tornam cada vez mais populares, baratos, e acessíveis para todos os bolsos, inclusive os dos trabalhadores domésticos. 

Uma vez estabelecida produção em escala industrial que o bem estar dos indivíduos exige, a produção em massa para as massas é realidade. Para o desgosto e a refutação ao marxismo e a doutrina socialista de engodo, conflitos, e escassez permanente, pois o socialismo é anti-produção. Vide ex-União Soviética, e países do Leste Europeu sob o Muro de Berlim, ou Vietnam, China, Camboja, países africanos; ainda, Venezuela, Cuba e Coréia do Norte de hoje. 
Ou, basta a lembrança da célebre frase de J.P. Rourke de escassez sob o socialismo:“Tudo o que você precisa saber sobre comunismo: você não encontra boa comida chinesa na China e charutos cubanos são racionados em Cuba”...

Ainda não chegamos à Rosie dos Jetsons. Mas já possuímos várias Rosies nos diversos e maravilhosos equipamentos para o bem estar humano como os acima citados e outros que virão. 
E os temos sem a intervenção estatal bisbilhoteira e policial trabalhista com suas imundícies ideológicas de restrição e proibição desumana ao trabalho.


19 de maio de 2016
Ivan Lima

COMO FUNCIONA O VOTO ATRAVÉS DO COLÉGIO ELEITORAL


19 de maio de 2016
in libertatum

DESPETIZAÇÃO TAMBÉM NOS CONSELHOS


Michel Temer também demitirá os petistas que estão pendurados em conselhos de empresas em que o BNDES e outros bancos públicos possuem participação...


19 de maio de 2016
in libertatum

FALAR É POUCO, SERRA

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, discursa na transmissão de cargo no Itamaraty

Para ser fiel ao discurso de posse, em que prometeu ser vigilante com violações da "democracia, liberdades e direitos humanos em qualquer país", o ministro José Serra deve apoiar a iniciativa da Human Rights Watch de pedir à Organização dos Estados Americanos a aplicação da cláusula democrática à Venezuela.

A HRW alega que "o colapso da independência judicial na Venezuela e a consequente propagação das violações aos direitos humanos e da impunidade afetam princípios fundamentais consagrados na Carta [da OEA] e em outros acordos regionais".

Tem toda a razão, mas, para que a OEA possa de fato considerar a petição, é fundamental que um país-membro a respalde.

O Brasil deveria ser o primeiro a fazê-lo. Se a Venezuela de Nicolás Maduro pode dar palpites sobre assuntos internos do Brasil, como o fez ao considerar golpe o impeachment de Dilma, por que o Brasil não pode fazer o mesmo?

Como ensina Marcos Troyjo, em sua coluna online desta quarta-feira (18), "só na superfície, ou no senso comum, agir diplomaticamente é 'colocar panos quentes', 'engolir sapos' ou 'ficar numa boa com a turma toda'. Às vezes, diplomacia é abandonar meias palavras; deve-se falar e agir no tom mais severo possível".

No caso venezuelano não se trata de defender só a democracia, claramente violada pelo governo de Nicolás Maduro, mas de tentar salvar a própria Venezuela.

O cenário atual é descrito à perfeição por Moisés Naïm e Francisco Toro, em artigo para "The Atlantic":

"Nos últimos dois anos, a Venezuela experimentou o tipo de explosão que raramente ocorre em país de renda média como ela, exceto em caso de guerra. As taxas de mortalidade estão disparando; um serviço público depois do outro está entrando em colapso; inflação de três dígitos [720% este ano] deixou mais de 70% da população na pobreza [76%, para ser exato]; uma onda incontrolável de crime mantém as pessoas trancadas em casa à noite; consumidores têm que permanecer na fila por horas para comprar comida; bebês morrem em grande número por falta de remédios simples e baratos e de equipamento nos hospitais, assim como os mais velhos e os que sofrem de doenças crônicas."

Até a esquerda "chavista" (a do Chávez original, não a de seu sucessor desastrado) critica o governo e duvida de sua alegação que trava uma "guerra econômica" e acena com uma invasão que só ele vê.

Escrevem para o sítio "Aporrea", em que essa esquerda se expressa, Toby Valderrama e Antonio Aponte: "Outra vez, o governo fala de guerra, de invasões, de perigos estrangeiros, comportando-se como a criança que fez estragos na cozinha e acusa a irmã, a empregada (...). Que estranho esse governo que nunca se equivoca, não retifica nada, ao contrário, reafirma os decretos e condutas que todos veem que não funcionaram."

Só o referendo revogatório daria aos venezuelanos a chance de escolher um novo governo capaz de tentar condutas que, de repente, funcionem. Mas só a pressão externa permitiria, eventualmente, que ele se torne realidade.



19 de maio de 2016
Clovis Rossi, Folha de SP

O DÉFICIT MAIS GRAVE ESTÁ NA NOSSA POLÍTICA


Os petistas estão todos unidos contra o governo Temer. Não falta nem uma só voz. Os não petistas se dividem entre os que torcem por Temer, os que desconfiam bastante de Temer e os que o detestam em vista dos compromissos dele com a banda podre da política brasileira - bastante engordada, aliás, nos 13 anos do partido que veio a combatê-la e aliou-se a ela. O Valor fala na tendência "fiscalista" de Temer. Tomara. Nesta fase, ele não tem de ser de direita ou de esquerda, progressista ou conservador. Tem de ser fiscalista rigoroso, em face do descalabro das contas públicas.

Sua equipe tenta descobrir o que mais lhes reserva a "herança maldita" do cofre de Dilma, além do que ela própria já inscreveu no Orçamento deste ano. O PT inventou a expressão, mas podemos tomá-la emprestada, pois, em termos de herança governamental, a de Dilma, senhores, ponha-se "maldita" nisso. Ela bem que avisou, ao dizer que faria "o diabo para ganhar a eleição". O diabo atendeu com alegria.

Enquanto eu escrevia este artigo, a equipe do Ministério do Planejamento, quase todos funcionários de carreira, inclusive do Ministério da Fazenda, revia o Orçamento deste ano, deixado pela própria Dilma. O crescimento das despesas a assustou a ponto de ela mesma propor diversos abatimentos colossais: R$ 9 bilhões no PAC (que era sua menina dos olhos); R$ 3 bilhões na Saúde; R$ 3,5 bilhões na Defesa; e, não obstante, o déficit previsto ficou em mais de R$ 96 bilhões. Os números estão sendo revistos, junto com as previsões da arrecadação - em queda continuada, R$ 5 bilhões a menos só em abril. Há estimativas de um déficit recalculado de R$ 130 bilhões; os menos otimistas falam em R$ 160 bilhões.

O PIB brasileiro de 2015 (fechado pelo IBGE em março deste ano) teve uma queda de 3,8% em relação a 2014, alcançou R$ 5,9 trilhões (US$ 1,53 trilhão, no câmbio de 3/3/2016). No ano passado o PIB caiu 0,7% no primeiro trimestre; 1,9% no segundo; 1,7% no terceiro; e 1,4% no quarto. Quedas sucessivas sobre o que já caíra. E no primeiro trimestre deste ano o IBGE estimou uma queda de 1,44% do PIB.

Estamos, portanto, independentemente de preferências políticas ou ideológicas, por Dilma, Lula, Temer, PT, PSDB, PMDB, PC do B, Cunha ou Renan, diante de um dos maiores desastres nas contas públicas. Nunca houve coisa semelhante nem no disparatado período Sarney, quando os planos de ajuste e estabilização (3 deles) se sucederam com a mesma frequência dos desajustes e desestabilizações. Fernando Collor pegou o barco afundando e tentou fazê-lo flutuar com medidas quixotescas: confisco de depósitos bancários; congelamento de preços; extinção de ministérios; demissões de funcionários.

Tudo para segurar uma inflação que chegara aos 1.764% ao ano. Nada funcionou. Sofreu impeachment e deixou o governo em 1992, nas mãos de Itamar Franco, o topetudo, bonachão e mulherengo presidente que, sem saber o que fazer direito, colocou no Ministério da Fazenda um sociólogo que, presumidamente, nada entendia de Economia, FHC, mas que, com uma equipe de jovens economistas engenhosos, derrubou a assustadora inflação para 916,43% em 1994; 22,41% em 1995; 9,56% em 1996; 5,22% em 1997; e 1,6% em 1998. Terminaria seu segundo mandato em 2002 com uma inflação de 12,53%.

Hoje não é uma inflação galopante o problema, e sim contas públicas estouradas. Com elas, os bons profissionais de que o governo dispõe, na Fazenda, no Planejamento, no Banco Central, no Tesouro, sabem lidar e como lidar. Só dependem de cobertura política para repô-las nos trilhos. Mas é na política que reside o "déficit" estrutural mais grave. A demanda da população por seriedade, inteligência, honradez, espírito público e ética ultrapassa em muito a oferta que a classe política produz hoje em dia. Daí esta governança falida em quase tudo o que dependa dos governos, federal, estaduais e municipais.

Temer só conseguirá arrumar um pouco as contas para o próximo governo poder governar.
19 de maio de 2016
Marco Antonio Rocha, O Estado de S. Paulo

APARELHAMENTO E DESVIOS NO PODER PÚBLICO

Governo Temer deve mesmo reverter a infiltração de militantes na máquina pública, não só devido a custos, mas também como medida de segurança
Entre as heranças malditas deixadas pelo lulopetismo para o governo do presidente interino Michel Temer, uma das mais intrincadas é o aparelhamento da máquina pública, executada com método pelo PT e aliados no decorrer de 13 anos. Equívocos de política econômica podem ser equacionados por meio de medidas corretas, mais ainda se houver apoio no Congresso, como é o caso. Já o aparelhamento é impossível ser eliminado de uma hora para outra.

Mas era preciso começar, e uma primeira medida correta foi a exoneração, pelo ministro da Secretaria de Governo, Eliseu Padilha, do diretor-presidente da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), Ricardo Melo.

Caso exemplar de aparelhamento, a EBC, controladora da TV Brasil, rádio e agência de notícia, fora convertida em instrumento de propaganda lulopetista. A um custo anual de R$ 750 milhões, dinheiro que estaria sendo várias vezes mais bem empregado se de fato a empresa se pautasse pelo interesse público e não partidário.

E nem isto ela fazia bem, pois a audiência de seu veículo potencialmente mais poderoso, a TV, é traço. Não alcança sequer a militância, servia apenas para abrigar apaniguados. Na Europa e Estados Unidos há bons exemplos do que é uma empresa pública de comunicação.

Os espaços existentes na máquina do Executivo e estatais à disposição do governante de turno são generosos. Foram inclusive ampliados. Apenas os cargos comissionados de remuneração mais elevada, os DAs, eram 18 mil no final da gestão de FH e chegaram a 23 mil.

Costuma-se alegar que muitos servidores concursados ocupam estes postos. Mas isso não significa que não haja entre eles militantes do partido. É quase certo que aqueles que fizeram uma manifestação contra o novo ministro da Educação, Mendonça Filho, na frente dele, no dia seguinte à posse, eram servidores estáveis.

Há vários casos emblemáticos nesses tempos. Um deles, o do Ministério de Desenvolvimento Agrário e Incra, onde representantes de organizações sem terra têm passe livre. Inclusive, e prioritariamente, nos respectivos orçamentos.

No momento, está em curso mais uma história típica patrocinada pelo conhecido aparelho há muito tempo instalado na Secretaria de Patrimônio da União (SPU).

Dominada pelo menos por parte do PT fluminense, ela se recusa a aceitar determinações judiciais, do TCU e até do governo para que o Jardim Botânico recupere toda a sua área, afinal em fase de legalização. A SPU ainda tenta, com manobras, regularizar a propriedade de imóveis dentro do JB, apesar da decisão contrária já tomada em várias instâncias.

Há, ainda, o aparelhamento com fins pecuniários, de corrupção, em que o exemplo imbatível é o da Petrobras, mas não só, conforme tem sido relatado pela Operação Lava-Jato.

O potencial de descalabros neste universo de cargos comissionados é enorme. Pois, ao todo, chegam à faixa de 100 mil.

O novo governo tem de se preocupar com esta infiltração gigantesca. Não só devido ao aspecto financeiro, mas também por segurança, autoproteção, pois cada aparelho mantido deverá funcionar com intenções de sabotar a administração.



19 de maio de 2016
Editorial O Globo

DESAPARELHLAMENTO DO GOVERNO

Aos poucos, o governo do presidente em exercício Michel Temer está tentando reverter o gigantesco aparelhamento da máquina do Estado realizado pelo PT ao longo de mais de uma década. As demissões já ultrapassam a casa das centenas, o que dá uma pálida ideia da abrangência do assalto petista ao poder.

Nem é preciso dizer que essas medidas saneadoras foram recebidas pelos simpatizantes do PT como uma afronta – e a máquina de propaganda petista, ainda muito afiada, está empenhada em transformar a faxina promovida por Temer em um atentado à “cultura” e aos “direitos sociais”, justamente as áreas cuja administração foi a mais aparelhada pelo partido – e assim, não à toa, se prestam à marquetagem fraudulenta que faz do PT o proprietário das classes pobres do País. O escândalo que alguns artistas estão fazendo para desqualificar Temer inclusive no exterior, para ficar somente neste exemplo embaraçoso, mostra bem a dificuldade que o presidente em exercício terá para retirar a administração pública de vez da órbita do PT e de seus simpatizantes e devolvê-la ao conjunto dos brasileiros.

A claque petista fez muito barulho com a decisão de Temer de fundir o Ministério da Cultura com o Ministério da Educação, rebaixando aquela pasta à categoria de Secretaria. Do ponto de vista da imagem política, foi um desastre que poderia ter sido evitado, pois alimenta a acusação de que Temer estaria interessado em retaliar a chamada “classe artística” porque esta se alinhou à presidente Dilma Rousseff e fez campanha contra o impeachment.

No entanto, noves fora o fato de que não existe essa tal “classe artística”, a não ser na cabeça de quem não consegue enxergar a sociedade como um conjunto de indivíduos, e sim como uma reunião de corporações com vocação estatal, a decisão de Temer foi essencialmente correta, porque a pasta da Cultura foi transformada pelo PT em um de seus principais feudos, espécie de ponta de lança da construção da imagem do partido como o único capaz de interpretar as aspirações nacionais.

A grande prova de que o Ministério da Cultura era apenas uma espécie de departamento de agitação e propaganda do PT foi dada quando funcionários da pasta receberam o novo ministro da Educação, Mendonça Filho, aos gritos de “golpista” e de “golpe não, cultura sim”. A limpeza promovida por Temer é portanto uma consequência natural da constatação de que a Cultura não estava a serviço do Brasil, mas de um partido político.

O mesmo se deu no caso da Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Criada no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a EBC deveria servir como uma “instituição da democracia brasileira: pública, inclusiva, plural e cidadã”, como se lê em sua carta de intenções. Mas acabou se transformando em braço do lulopetismo. A necessidade do governo Temer de desaparelhar a EBC ficou evidente quando Dilma, às vésperas de ser afastada da Presidência, nomeou para presidir a empresa o jornalista Ricardo Melo, na certeza de que este seria aliado firme do PT na guerrilha comunicacional contra o governo interino. Temer exonerou Melo, que entrará na Justiça sob a alegação de que seu mandato não podia ser interrompido.

A luta contra a contaminação petista envolve muitas outras áreas do governo. Temer achou por bem, por exemplo, exonerar da presidência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) o sociólogo Jessé de Souza. Na chefia de um órgão responsável por pesquisas que ajudam a balizar importantes decisões de governo, Jessé havia dito que o impeachment era uma “mentira das elites” e que a crise econômica “foi produzida politicamente” por empresários.

Isso é só o começo. É muito provável que Temer tenha de ir ainda mais fundo se quiser extirpar o lulopetismo entranhado na administração federal. E ele tem de estar preparado para encarar o esperneio daqueles que, depois de apoiar de corpo e alma um projeto de poder que julgavam eterno, estão muito perto de perder a preciosa boquinha.



19 de maio de 2016
Editorial O Estadão

FEIOS, SUJOS E MALVADOS


fsm
Reinaldo Azevedo fez a mesma opção de Maquiavel e preferiu prostituir a verdade a se ver ao lado dos feios, sujos e malvados, tornando-se a figura patética que conhecemos hoje: um sujeito prostrado perante as convenções sociais que julga mais nobres, eternamente empenhado a demonstrar o quanto é limpinho e cheiroso.

Maquiavel, aquela alma atormentada e mal formada que muitos analistas políticos tomam como modelo, deixou em seus registros o relato de um sonho que o perturbou no fim de sua vida.
Segundo seu relato, ele viu em seu sonho uma turba de pobres andrajosos, macilentos e esquálidos que o deixou curioso para saber quem eram as pessoas que a compunham; ao expressar sua curiosidade à turba, ouviu que estava diante dos abençoados acerca de quem as Escrituras dizem "bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus". 
Obtida a resposta, viu os maltrapilhos desaparecerem e darem lugar a um grupo de nobres, ricamente trajados, e que discutiam política nos termos mais polidos conhecidos à época; tomado mais uma vez pela curiosidade, fez saber a sua dúvida e como resposta ouviu que estava diante dos condenados ao inferno acerca de quem as Escrituras dizem "a sabedoria deste mundo é inimiga de Deus". 
Desaparecido este segundo grupo, uma voz perguntou a ele a qual dos grupos ele desejaria pertencer e, sem rodeio, Maquiavel respondeu que preferia ir para o inferno com os nobres a ser mandado para os céus com o miserável grupo que havia lhe surgido primeiro.
A compreensão do significado desse sonho não exige nenhum conhecimento psicológico aprofundado e pode ser alcançada por qualquer sujeito feio, sujo e malvado como eu ou qualquer outro aluno do professor Olavo de Carvalho. 

Trata-se claramente da exposição da mentalidade e da alma de Maquiavel, que aqui serve como arquétipo de todos aqueles que se revestem de um verniz de polidez e se apoiam em uma posição existencial artificiosa e falsa, baseada inteiramente no respeito humano e nas aparências externas; refiro-me àquele sujeito cuja sensibilidade, amortecida para a realidade, responde apenas e tão somente aos apelos estéticos de seu grupo de referência, pelo qual está disposto a tudo ceder, tudo prostituir, tudo sacrificar – até mesmo sua alma e seu amor pela verdade.
Maquiavel era um carreirista seduzido pelos símbolos externos da sabedoria e da nobreza, disposto a submeter sua alma aos tormentos do inferno em troca de uma boa imagem perante a opinião pública de sua época e, por isso mesmo, inclinado a nivelar por baixo todo sentimento moral e estético, tomando como normais e indiferentes atitudes as mais desprezíveis desde que estas fossem ocultadas pela dissimulação e pela atitude de superioridade imperturbável que revestiam sua personalidade perante os nobres por quem ansiava ser aceito – como diz Santo Agostinho, “todos os vícios se apegam ao mal, para que este se realize; apenas a soberba se apega ao bem, para que este pereça”.
Maquiavel aqui nada mais é do que um arquétipo, mas não deixa de ser significativo que o florentino seja adotado, pelas toscas almas contemporâneas que ele representa, como um símbolo do apreço pela realidade. 
Esse é o caso de Reinaldo Azevedo, um desses sujeitos que, inebriado por sua capacidade de escrever com alguma correção gramatical e embevecido com um conjunto de ideais, passa a atribuir a si próprio as perfeições que enxerga em seus ideais, a ponto de rotular qualquer um que diga algo contra sua pessoa de “inimigos da democracia” e “autoritários” sem dar nenhum sinal de enxergar o ridículo de tal atitude.
Dono de uma consciência infinitamente mais estreita do que a de Maquiavel, que afinal era algo mais do que um blogueiro, Reinaldo sintetiza em sua personalidade a condição ainda mais miserável daqueles que, após perderem de vista os princípios universais e se fecharem para a realidade, emaranham-se numa busca obsessiva pela construção de uma imagem positiva que possa refletir artificialmente os valores estéticos que cultuam. 
Condição que é agravada, no caso do blogueiro tucano, pelo seu ofício, pois, ao se dedicar demasiada e exclusivamente à busca pelo conhecimento de informações e acontecimentos imediatos, tem sua alma invadida pelas miudezas do noticiário, eliminando todo o espaço que poderia ser reservado a alimentos filosóficos e espirituais mais substanciais e nutritivos.
Talvez seja essa a melhor explicação para a estreiteza de visão do blogueiro, que, embora enxergue um emaranhado de acontecimentos cotidianos difusos e rasteiros, é incapaz de se erguer acima das aparências mais superficiais e, indo além da síntese confusa que formou em sua mente, enxergar os movimentos da ação humana na esfera cultural, muito mais lentos e sutis e por isso mesmo muito mais frutíferos e duradouros. 
Refiro-me evidentemente à incapacidade, demonstrada por Reinaldo, de traçar as origens intelectuais de uma ação política demonstrada pela sugestão de que a influência de um filósofo deva ser medida pela “quantidade de pessoas que o reconhecem como inspiração”.
É com essa mentalidade de quem tomaria como excêntrica a tese de Northrop Frye (de que a Bíblia está presente em todos os enredos literários ocidentais desenvolvidos após a ascensão da cristandade), ou de quem riria da afirmação de Otto Maria Carpeaux sobre a influência inescapável de Benedetto Croce sobre toda a cultura italiana, que Reinaldo rejeita a atividade pedagógica e filosófica de Olavo de Carvalho como raiz intelectual da ascensão do anti-petismo dentro do qual nasceram movimentos como o MBL e o VPR – na cabeça do blogueiro tucano é muito mais plausível explicar tudo o que o Brasil vive como resultado mágico e encantador do discurso de um menino que sequer havia nascido quando já estavam concluídos os estudos que dariam unidade ao discurso que mais tarde ele viria a macaquear.
Estamos diante de um sujeito que provavelmente riria se ouvisse que todos aqueles que hoje defendem a separação dos poderes devem algo a Montesquieu, aos artífices da república romana e a Aristóteles. Mas isso não deve causar espanto ao leitor pois a ausência de discernimento é próprio àqueles que substituem o amor à verdade pelo amor às aparências e rejeitam a vida do espírito para perseguir a sabedoria deste mundo.
Se aceitasse a companhia dos feios e sujos, Reinaldo Azevedo teria extraído do monumental Jardim das Aflições algo mais do que a capacidade de ostentar independência intelectual. Ele teria apreendido a técnica filosófica utilizada para demonstrar que a paternidade do espírito petista – o qual ele pensa combater e do qual a cada dia dá sinais mais claros de estar impregnado – poderia ser traçada até Epicuro; o que, de quebra, o livraria da miséria de chamar de malvados todos os que, como Olavo e Bolsonaro, não se deixam pautar pelos cânones da mídia chique que o Reinaldo tem por regra de conduta.
Como, no entanto, fez a mesma opção de Maquiavel e preferiu prostituir a verdade a se ver ao lado dos feios, sujos e malvados, Reinaldo se tornou essa figura patética que conhecemos hoje: um sujeito prostrado perante as convenções sociais que julga mais nobres, eternamente empenhado a demonstrar o quanto é limpinho e cheiroso; um admirável bom moço imbuído do mais espantoso fetiche pelos símbolos externos e formais da democracia, da tolerância e da moderação, coisas que como ex-trotskista ele jamais tenha de fato conhecido.
É essa opção de Reinaldo que explica seu desprezo pela realidade da vida popular e por todos aqueles que ousem falar em seu nome na esfera pública tal como o Olavo, o Bolsonaro ou mesmo um grupo como Revoltados Online, que, devido à sua expressão mais indiferente às convenções da gente bela, limpa e boazinha, é sempre excluído da narrativa do blogueiro da Veja sobre as manifestações anti-petistas realizadas de 2014 para cá.
Mesmo sendo católico e, diz ele, conservador, Reinaldo prefere a companhia do beautiful people, sempre adornando sua religião ou seu posicionamento político de modo a torná-los mais aceitáveis para a elite falante – "sou católico, mas, vejam só, sou favorável ao casamento gay, contrário ao celibato e ao que mais for necessário para você gostar de mim", "também sou conservador, mas não se assuste, sou democrático, voto no PSDB e no PPS, falo mal do Sérgio Moro e defendo o Odebrecht".
Tal como Maquiavel, Reinaldo rejeitou a companhia dos feios, sujos e malvados para se integrar à elite falante que odeia tudo o que o povo ama, que despreza tudo o que o povo venera, que reduz a objeto de chacota todos os que ousam dar ao povo alguma voz, na esperança de conseguir com isso a ilusão de relevância e aceitação. 
Mas àqueles que fazem essa opção e diante dela sacrificam o amor pela verdade está reservada a revelação de que até o pouco que possuem lhes será tirado, e, no caso do blogueiro tucano, não será diferente: seu nome terá sido há muito esquecido quando as próximas gerações estiverem ensinando aos seus filhos aspectos que, consciente ou inconscientemente, lhes serão legados pela obra de Olavo de Carvalho.
Diz-se que Deus ocultou dos sábios e entendidos coisas que foram reveladas apenas aos pequeninos – aos feios, aos sujos e aos que são tidos como malvados nesse mundo de violência simbólica e pensamentos politicamente corretos. Talvez isso explique por que aos que fizeram a escolha de Maquiavel nada tenha restado além de uma popularidade residual, informações jornalísticas cotidianas e algumas referências ornamentais a produções menores do cinema das quais possam se socorrer sempre que forem incapazes de reconhecer que estão diante de uma tirada humorística ou de uma piadinha de internet.
Sugere o blogueiro que os alunos do Olavo confundem citações com grama. Poderia ser pior: eles poderiam confundir referências cinematográficas com cultura e tomar como literais as palavras de alguém que está a debochar de suas caras.
Bem-aventurados os feios, sujos e malvados, pois ridendo castigat stultorum.
19 de maio de 2016
Felipe G. Martins, in mídia sem máscara

MARIA HENRIQUETA SERÁ RESPONSÁVEL PELO 'MINHA CASA, MINHA VIDA'

ARQUITETA FOI ESCOLHIDA PARA A SECRETARIA NACIONAL DA HABITAÇÃO

ARQUITETA FOI ESCOLHIDA PARA A SECRETARIA NACIONAL DA HABITAÇÃO


O ministro das Cidades, Bruno Araújo, escolheu Maria Henriqueta Arantes Ferreira Alves como secretária Nacional da Habitação, responsável pela grande vitrine da Pasta, o programa Minha Casa Minha Vida.

Consultora técnica da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), arquiteta e urbanista, Henriqueta é representante da Confederação Nacional da Indústria (CNI) no conselho curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS).

Ela substitui a petista Inês Magalhães, que esteve à frente do MCMV desde que o programa de habitação popular foi criado, em 2009. Antes disso, Inês já ocupava o cargo de secretária nacional de Habitação desde 2005. Em abril deste ano, com a saída de Gilberto Kassab da Pasta, Inês chegou a assumir o ministério até o afastamento da presidente Dilma Rousseff. Ela participou da "cerimônia de despedida" de Dilma no Palácio do Planalto, no último dia 12.



19 de maio de 2016
diário do poder

JUIZ SÉRGIO MORO COMEÇA A CONFISCAR OS BENS DE DIRCEU E ATÉ DA MÃE DELE


Argumentos de Dirceu não convenceram o juiz Moro














O juiz federal Sérgio Moro decretou o confisco do imóvel onde funcionou a empresa de consultoria do ex-ministro José Dirceu (Casa Civil/Governo Lula), a JD Assessoria, e também da casa localizada no município de Passa Quatro, em Minas, onde reside a mãe do petista. Moro ainda confiscou R$ 46,4 milhões – depositados em euros em contas do ex-diretor da Petrobrás Renato Duque, réu na mesma ação contra Dirceu -, “valor mínimo necessário para indenização dos danos decorrentes dos crimes, a serem pagos à estatal, o que corresponde ao montante pago em propina à Diretoria de Serviços e Engenharia”.
Segundo o juiz, esse montante foi incluído como custo das obras no contrato e suportado pela Petrobrás.
A decisão foi tomada na mesma sentença em que Moro condenou Dirceu a 23 anos e três meses de prisão por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa na Operação Lava Jato.
R4 15 MILHÕES
O ex-ministro e aliados teriam recebido propina de R$ 15 milhões do esquema instalado na Petrobrás entre 2004 e 2014. Os pagamentos foram realizados para a JD Assessoria que emitia notas de serviços supostamente fictícios.
A JD ficava em um endereço caro de São Paulo, na Avenida República do Líbano, Ibirapuera. A empresa cerrou as portas depois do estouro da Lava Jato.
“Calculada em quinze milhões de reais a propina recebida pelo grupo político de José Dirceu de Oliveira Soares, ficam os bens deste sujeitos ao confisco criminal como produto do crime ou bem de valor equivalente”, ordenou o juiz da Lava Jato.
De acordo com a sentença os bens congelados ‘constituem diretamente produto do crime ou foram adquiridos com esses valores’.
TAMBÉM A CHÁCARA
Além da antiga sede da JD Assessoria – ‘adquirida em parte com valores provenientes do crime’ – e da residência situada no município mineiro de Passa Quatro, habitado pela mãe de Dirceu, o juiz da Lava Jato mandou confiscar um imóvel em nome da TGS Consultoria, ‘mas de propriedade de fato do ex-ministro’, no caso uma chácara, Gleba N, Parque do Vale da Santa Fé, em Vinhedo (SP) que recebeu reformas e benfeitorias ‘com valores provenientes do crime’.
Também caiu na malha da Lava Jato imóvel em nome de Camila Ramos de Oliveira e Silva, filha de Dirceu, que foi vendido simuladamente com transferência de recursos provenientes do crime à Jamp Engenheiros, na Rua Assungui, bairro da Saúde em São Paulo. A Jamp pertence ao lobista Milton Pascowitch que foi preso com o ex-ministro, em agosto de 2015, mas acabou fechando acordo de delação premiada e foi solto.
Inicialmente, R$ 103.777,40 foram bloqueados em contas de Dirceu.
IMÓVEL DO IRMÃO
“Quanto ao imóvel em nome de Luiz Eduardo de Oliveira e Silva, irmão de Dirceu, na Rua Estado de Israel, Saúde, São Paulo, que recebeu reformas e benfeitorias com valores provenientes do crime, fica o confisco prejudicado pois consta que foi transferido a terceiro antes do sequestro”, destacou o juiz.
Sérgio Moro incluiu em sua decisão ‘o confisco de até o montante total de R$ 46,412 milhões dos saldos sequestrados nas contas em nome da offshore Milzart Overseas e da offshore Pamore Assets, constituída também no Panamá, no Banco Julius Baer, no Principado de Monaco, com saldo de cerca de 20.56 milhões de euros, e que pertencem de fato ao condenado Renato de Souza Duque’. O ex-diretor da Petrobrás pegou 10 anos de prisão, nesta ação, por corrupção.
OUTROS CONTRATOS
“Observo que há indícios de que essas contas receberam propinas também decorrentes de outros contratos da Petrobrás, estando sujeitos os saldos à decretação de confisco em outras ações penais, o que significa que, apesar do elevado valor, não necessariamente será o confisco ora decretado suficiente para restituir à vítima o produto dos crimes que constituem objeto deste feito”, assinalou o juiz.
Além da Jamp Engenheiros, a empreiteira Engevix Engenharia também teria abastecido a JD Assessoria.
Para Moro, ‘é certo que os crimes também afetaram a lisura das licitações, impondo à Petrobrás um prejuízo nos contratos com a Engevix Engenharia ainda não dimensionado, já que, por exemplo, com concorrência real, os valores dos contratos poderiam ficar mais próximos à estimativa de preço e não cerca de até 16% mais caros’.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Ficou faltando a conta bancária em dólares no paraíso fiscal do Panamá(C.N.)

19 de maio de 2016
Ricardo Brandt, Julia Affonso, Mateus Coutinho e Fausto Macedo
Estadão

VAL MARCHIORI É ACUSADA DE FRAUDE, MAS ESQUECERAM DE DENUNCIAR BENDINE


Bendine mandou liberar o empréstimo para a amante






















O Ministério Público Federal em São Paulo apresentou denúncia criminal contra a socialite Valdirene Marchiori na qual ela é acusada de ter obtido de maneira fraudulenta um empréstimo no Banco do Brasil no valor de cerca de R$ 2,8 milhões em 2013. Segundo a acusação da procuradora da República Karen Louise Jeanette Kahn, concluída no último dia 9 de maio, Val alterou o objeto social da empresa que administra, a Torke Empreendimentos e Participações Ltda, apenas para atender a uma exigência da instituição financeira e assim conseguir a liberação do empréstimo, que tem valores oriundos do programa Sustentação do Investimento, do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
De acordo com a denúncia, Val incluiu a atividade de transporte rodoviário de produtos perigosos no objeto social da Torke menos de um mês antes de formalizar a proposta de abertura de crédito no Banco do Brasil para viabilizar a aquisição de cinco caminhões e cinco semirreboques.
A procuradora da República apontou na acusação que o real destinatário dos veículos foi o irmão de Val, Adelino Marchiori, que possui empresa do ramo de transportes.
GERENTE ACUSADO
Além de Val e Adelino Marchiori, também foi acusado de envolvimento no delito Alexandre Canizella, que segundo a denúncia foi o gerente do Banco do Brasil que cuidou da operação financeira.
A pena para o crime de empréstimo fraudulento é de dois a seis anos de prisão e multa.
A reportagem não conseguiu localizar os advogados dos denunciados na noite desta quarta-feira (18).
A realização do empréstimo foi revelada pela Folha em outubro de 2014. O jornal mostrou que a Torke obteve o dinheiro apesar de a socialite não ter quitado débitos com o banco. Ela também não tinha capacidade financeira para arcar com o empréstimo, segundo documentos obtidos pela reportagem.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A denúncia está incompleta. Acusaram a fraudadora e o gerente que aceitou a fraude, mas esqueceram o principal criminoso. Seu nome é Aldemir Bendine, era presidente do Banco do Banco, ordenou que o gerente aprovasse o empréstimo pedido pela amante e ainda usou recursos do BB para patrocinar a “carreira artística” dela na TV Band. Diante desses “malfeitos”, Dilma tirou Bendine do BB e o nomeou para a Petrobras. E depois ela ainda fala que está sofrendo um golpe. Quem sofreu golpe foi o povo brasileiro, ao ser gerido pela quadrilha de Lula, Dilma, Dirceu & Cia. (C.N.)


19 de maio de 2016
Deu na Folha

SOB AMEAÇA DE SER CASSADO, MARANHÃO SE TORNA MOTIVO DE CHACOTAS NA CÂMARA


O presidente interino da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA)
Maranhão se tornou um político tristemente famoso


















O Ministério Público do Maranhão vai propor a suspensão dos direitos políticos do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), por conta do recebimento ilegal de salários como professor da Universidade Estadual do Maranhão (Uema). A decisão faz parte de um inquérito civil público instaurado pelo MP, para apurar irregularidades da atuação de Maranhão como “professor fantasma” da universidade. O caso foi revelado na semana passada pelo Estado.
No período de fevereiro de 2014 a dezembro de 2015, Waldir Maranhão recebeu indevidamente a quantia de R$ 368 mil, o equivalente a R$ 16 mil por mês. Por lei, ele não poderia ter recebido nenhum pagamento, já que exercia cargo como parlamentar. Maranhão, no entanto, não fez qualquer comunicação sobre o assunto aos órgãos responsáveis, e continuou a receber os recursos.
Agora, os promotores investigam se mais alguém está envolvido na fraude dentro da Uema. A ação civil pública vai exigir não só o ressarcimento do valor recebido, como também a aplicação da Lei 8.429, da improbidade administrativa, que prevê as sanções jurídicas, civis e administrativas, que é a suspensão dos direitos políticos, conforme informou o promotor João Leonardo Leal.
A decisão do MP em investigar o caso foi publicada pelo Estado no domingo passado. A atuação de Waldir Maranhão como “professor fantasma” da Uema também foi levada à Comissão de Ética da Câmara.
Por meio de sua assessoria, Waldir Maranhão relatou que houve um “equívoco da Uema” e assim percebido o ocorrido, ele apresentou a solicitação para suspensão dos pagamentos e que a mesma foi entregue assim que foi eleito ao cargo na Câmara Federal. A assessoria do deputado também disse que Waldir Maranhão já solicitou à direção da Uema, os cálculos e a forma de repasse dos valores a serem restituídos.
Não é o que diz o reitor da Uema, Gustavo Pereira da Costa. À reportagem, Costa disse que os pagamentos irregulares só pararam de ser feitos em dezembro de 2015 porque a universidade, ao fazer uma auditoria interna em sua folha de pagamento, verificou que Waldir Maranhão tinha passado a fazer parte dos professores ativos, de forma irregular. “Imediatamente, pedimos que o nome dele fosse retirado”, declarou.
Ao contrário do que afirma a assessoria de Waldir Maranhão, a reitoria da Uema declarou ainda que não foi feito nenhum pedido, pelo parlamentar, de retirada de seu nome da folha, tampouco pagamento dos valores recebidos.
UM FILHO FANTASMA
Além de investigar a atuação do parlamentar, o Ministério Público também abriu inquérito contra seu filho, Thiago Augusto Azevedo Maranhão Cardoso, por ter recebido de forma indevida salários do Tribunal de Contas do Maranhão.
Thiago Maranhão também está sendo investigado por receber salário do TCE enquanto atuava como médico em outros estados e fazia residência no Rio de Janeiro. Segundo o Ministério Público, o filho de Waldir Maranhão recebeu o salário de R$ 7.500 por mês sem trabalhar durante três anos, de 2013 a 2016. Ele foi exonerado apenas em maio deste ano depois que o caso se tornou público.
BLOQUEIO DE BENS
A Justiça do Maranhão decretou na terça-feira (17), o bloqueio parcial de bens do médico Thiago Augusto Azevedo Maranhão como forma de garantir a devolução do dinheiro pago indevidamente ao filho do presidente em exercício da Câmara dos Deputados. 
Na sentença consta ainda a restrição de transferência no Detran-MA e expedição de oficio aos cartórios de registro de imóveis avisando sobre a decisão.
“Eu determinei a indisponibilidade dos bens até R$ 235 mil, que foi o valor que ele teria recebido sem trabalhar seguindo uma norma de preferência. 
Inicialmente dinheiro nas contas, se tiver. Se não, veículos ou então imóveis. Mas resguardar o patrimônio suficiente para que o dinheiro público seja recuperado” destacou o juiz Douglas de Melo Martins, titular da vara de Interesses Difusos.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – A excelente reportagem merece tradução simultânea. No caso de improbidade por agente político que exerce mandato, quando se fala em “suspensão de direitos políticos”, deve-se ler “cassação”. 
Agora, Maranhão está sob duas ameaças. Pode ser cassado na Justiça ou pela própria Câmara, por falta de decoro parlamentar. Ele já virou motivo de chacotas, uma figura grotesca e folclórica, que ninguém leva a sério.(C.N.)

19 de maio de 2016
Diego Emir e André Borges
Estadão