"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

domingo, 24 de novembro de 2013

O HUMOR DO DUKE

Charge O Tempo 24/11
 
 
24 de novembro de 2013


QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE

 
 
24 de novembro de 2013


OS PODRES DOS PUROS

Para os que procuram saber mesmo, sem dissimulações e desculpas, saiu o documentário “Gasland-2”. Está passando em canais por assinatura. Vou resumir a mamata: em uma só penada, o chefe branco Baby Bush, com o verdadeiro mandachuva, Dick Cheney, por trás, autorizou a pesquisa de gás por “fraturamento do solo”, um processo simples e limpo.

Um cano é enfiado até 2 mil e poucos metros de profundidade. Em seguida, injeta-se nele enormes quantidades de água pura. Fácil, né? A pressão da água acaba causando as fraturas, o que libera gás.

Um detalhe importante: no país do respeito à propriedade privada, o cara acorda, vai se espreguiçar na varanda dos fundos e dá de cara com máquinas fazendo o trabalho, sem permissão do proprietário. Se o malandro se aborrecer com esse desrespeito e quiser fumar, é só abrir a bica mais próxima que, ao invés de água, sai uma labareda. Isso aí. Fogo saindo das bicas.


O outrora límpido riacho solta borbulhas sulfúricas porque os lençóis freáticos já foram contaminados. Um cidadão inteligente mandou analisar a água, trazida por milhares de imensos caminhões-pipa que arrebentam as estradas, e — surpresa! — encontraram quase 600 (seiscentos) compostos químicos na dita-cuja, todos venenosos. Já vejo os trouxas que acreditam nas promessas de Bananobama, o Bush Negro, murmurando: “Deve ter melhorado com a chegada do herói afro-americano.”

Não. Piorou muito. O meio ambiente está sendo degradado, crianças adoecem, há casos de enjoos crônicos, vômitos, dores de cabeça constantes e tumores. Vi alguns cavalos e vacas que parecem alienígenas em filme do Ed Wood.

As reclamações não dão em nada. O Puder garante que o método é inócuo. Calcula-se que a praga esteja espalhada, com milhares e milhares de postos em cerca de 40 estados daquela (des)União.

Conta-se que um adolescente foi ao banheiro, com o tradicional gibi, deu a descarga ainda sentado no vaso e churrasqueou as pudendas. Ao passar, pelado e urrando, por dois ingleses, não ouviu o diálogo tipicamente britânico:

— Com mil diabos!

— Algum problema no terceiro olho, indeed...

Resolvi escrever sobre esse fraturamento porque o mau cheiro, lá e cá, é avassalador.

No momento em que escrevo, o delator Roberto Jefferson continua solto. Consta que o bravo tribuno Barbosinha disse: “Não tenho mais pressa.” Se isso for verdade, a Cega anda viciada e uns são mais condenados do que outros. Réus que pegaram regime semiaberto permanecem ilegalmente encarcerados.

O circo de mídia, imagens monótonas de ônibus e avião durante horas, com a repetição do mantra “...a prisão de José Dirceu e José Genoino...”, no dia da proclamação da ré-pública, pelo amor de meus netinhos e bisneto, essas armações falam por si sós.

Em que Papuda está preso Mamaluff? Não acredito na Justiça brasileira. Se políticos foram presos por violar suas funções, o mesmo se pode dizer dos juízes. Sugestão: coloquem um tubo de gás no meio do Supremo. Vai pintar fedor. Gasland-3.

24 de novembro de 2013
Aldir Blanc é compositor.
O Globo

NEM TUDO MUDOU EM 50 ANOS


Encerra-se hoje a temporada de overdose permitida para relembrar o assassinato ocorrido em Dallas 50 anos atrás. Houve a esperada enxurrada de livros novos; brotaram vídeos, fotografias e gravações espetaculares, até então inéditos; artigos, seminários, exposições e eventos se multiplicaram ao longo dos últimos meses.

Do cinquentenário escapou apenas o tailleur cor de melancia manchado com o sangue do marido usado por Jacqueline Kennedy no dia 22 de novembro de 1963. Este continua guardado num dos prédios do Arquivo Nacional, dentro de um cofre de temperatura controlada. Jamais teve as manchas removidas.

Por determinação da família, o tailleur que a viúva insistiu em manter no corpo durante o restante do fatídico dia — inclusive na caótica cerimônia de posse do vice-presidente Lyndon Johnson — só poderá ser aberto à exibição pública em 2063, decorridos cem anos do atentado que marcou a História do século 20.

Um livro dessa safra recente, “JFK’s Last Hundred Days: The Transformation of a Man and his Presidency”, de Thurston Clarke, tem algum mérito por elencar a frequência com que Kennedy aventava a possibilidade da própria morte.

“O que você acha da coincidência de nos últimos cem anos todo presidente dos Estados Unidos eleito em ano divisível por 20 ter morrido enquanto estava no poder?”, perguntou o ocupante da Casa Branca a um casal de amigos semanas antes de seguir para Dallas.

Ele fora eleito, justamente, num ano com essa característica (1960) e referia-se às mortes de Abraham Lincoln, James Garfield, William McKinley, Warren Harding e Franklin D. Roosevelt.

“Como você acha que Lyndon Johnson se sairia se me matassem?”, quis saber de outra amiga, participante de um passeio a bordo do iate presidencial Honey Fitz, também em 1963. Kennedy sempre dizia não ver perigo nas multidões, mas admitia ter medo de “algum sujeito instalado em algum telhado com um rifle nas mãos. Não há como evitar alguém ser assassinado”.

Clint Hill, imortalizado no atentado de Dallas como o agente que fez a dramática escalada pela traseira do Lincoln conversível ao ouvir o primeiro disparo, narrou seu horror ao ver a primeira-dama coberta de sangue e de miolos do marido procurando escapar do assento.

Com o carro já em alta velocidade, segurou-a pelo braço e empurrou-a de volta para dentro. Hoje, aos 81 anos, Hill continua inconformado com a impossibilidade de ter salvado um presidente e uma presidência no tempo de seis segundos entre o primeiro e o terceiro tiros.

Mas aqueles eram outros tempos e o Serviço Secreto lidava pela primeira vez com um estadista-celebridade, um ocupante da Casa Branca que gostava de circular por toda parte em carros abertos, com o torso e a cabeça expostos. Ninguém à época fazia qualquer varredura nos imóveis ao longo da rota presidencial.

Desde então tudo mudou, é claro. Se em Dallas havia 28 agentes acompanhando a viagem de Kennedy e o orçamento da agência era de US$ 5,5 milhões, em 2008, quando Barack Obama sequer ainda tinha sido eleito, 60 agentes já faziam a sua segurança como candidato. E o orçamento do Serviço Secreto ultrapassava US$ 1,6 bilhão.

Hoje a agência foi acrescida de unidades de contra-atiradores de elite e de equipes de assalto. E a limusine presidencial Cadillac One ganhou uma blindagem tão impenetrável que mais se assemelha a um tanque sobre rodas — é resistente a explosões e disparos de bazuca.

Graças ao trabalho do jornalista Marc Ambinder alguns detalhes operacionais se tornaram conhecidos recentemente. Ambinder é o único repórter até hoje que obteve autorização para acompanhar em tempo real uma megaoperação do Serviço Secreto: a proteção à centena de chefes de Estado desembarcados em Nova York para a Assembleia Geral da ONU de 2011. Seu relato consta do livro “Inside the Government Secret Industry — Deep State”, ainda sem edição no Brasil.

Apesar do seu gigantismo e complexidade, contudo, uma Assembleia Geral da ONU não consta da lista de eventos de dificuldade máxima (NSSE, da sigla em inglês) da agência. A cerimônia de posse de Obama e as convenções partidárias para a escolha dos presidenciáveis, sim.

Qualquer percurso de dez minutos a ser percorrido pela caravana presidencial, aliás, é precedido pela elaboração de um manual de instruções de 60 a 70 páginas sobre contingências, eventuais rotas alternativas, o que fazer em caso de ataque químico, entre outros.

Quando os deslocamentos são de porte o serviço pode dispor de 130 equipes de cães farejadores, e a primeira varredura dos futuros aposentos pode incluir a instalação de sensores químicos, biológicos ou radiológicos.

Ninguém que porventura se encontrar na rota presidencial estará dispensado de participar.

Que o diga um cidadão carioca de fino trato que em junho passado estava aquietado no Adlon Kempinski de Berlim — um dos grandes hotéis de berço da Velha Europa. Inaugurado pelo Kaiser, frequentado pela realeza no início do século XX, festejado nos anos dourados e destruído em 1945, o cinco estrelas Adlon continua a abrigar freguesia seleta depois de reconstruído. A localização privilegiada, com uma das faces escancarada para o Portão de Brandenburgo, sempre foi um de seus atrativos.

“Prezados hóspedes”, começava o comunicado redigido em alemão e inglês que o brasileiro guardou como memento, “[...] solicitamos manter janelas e cortinas fechadas no dia 19 de junho entre 14h e 18h. Solicitamos evitar que olhem pela janela ou ali façam qualquer movimento.

A polícia e o Serviço Secreto terão unidades de elite posicionadas nos telhados da área e estarão observando a fachada do hotel e as janelas. Se necessário, a polícia e a gerência precisarão ter acesso a quartos e suítes [...]”

Era Barack Obama, em sua primeira visita-relâmpago por Berlim como presidente dos Estados Unidos. A frase dita por JFK meio século atrás, porém, continua valendo: não há como evitar em 100% um assassinato. Mesmo deslocando o presidente dentro de uma bolha de segurança cada vez mais fechada.

24 de novembro de 2013
Dorrit Harazim é jornalista.

A DEMOCRACIA DE DILMA

 

Os aeroportos do Galeão, no Rio, e de Confins, região metropolitana de Belo Horizonte, leiloados na sexta-feira, alcançaram valores recordes superiores a R$ 20 bilhões. Mais: ambos foram arrematados por gente para lá de experiente.

Os alemães vão tocar o de Minas, e o da Ilha do Governador, hoje em frangalhos, será operado pelo mesmo grupo que gerencia o aeroporto de Cingapura, tido como o melhor do mundo.

Melhor, quase impossível.

Um contexto que não comporta o azedume da presidente Dilma Rousseff. Em vez de conectar o sucesso do leilão com serviços de primeiro mundo que os usuários poderão ter no futuro, a presidente preferiu a revanche: “todos aqueles pessimistas, aqueles incrédulos, hoje vão ter um dia de amargura, porque não deu errado".

Não que o dito de Dilma tenha surpreendido. Torcer contra está no DNA do petismo. Retorceram o nariz para a Constituição de 1988, espinafraram o Plano Real, demonizaram as privatizações, esconjuraram o ajuste fiscal.


E medem todos pela mesma bitola. Creem, fielmente, que os críticos ao governo que ocupam há 11 anos querem que o Brasil naufrague. Assim como apostaram na derrocada do País antes de chegarem ao poder.

Têm dificuldade de imaginar que a maior parte das pessoas, mesmo aquelas que discordam dos métodos petistas para se perpetuar no poder, quer apenas ter serviços melhores, que compensem a fortuna paga em impostos e taxas – as da Infraero, caríssimas.

No caso dos aeroportos, torcem mesmo é para se livrar da ineficiência do governo. Dos apagões, de saguão sem ar condicionado, banheiros quebrados, sem papel ou descarga, cena cotidiana do Galeão; dos puxadinhos intermináveis de Confins.

E é didático lembrar. Depois de deixar de ser do contra – e hoje, sabe-se, de passar a fazer o diabo – o PT chegou lá. E foi incapaz de mudar o que diziam discordar na Constituição. Rezam pelo evangelho que acusavam ser neoliberal, e, para o bem do País, privatizam e concessionam bens e serviços públicos. Dizem-se pais da estabilidade econômica, a mesma que estão colocando em risco.

Aqui mora o perigo. O êxito do leilão dos aeroportos é muito bem-vindo, mas não conseguirá esconder a inflação que insiste em bater no teto na meta, muito menos o descalabro das contas públicas. Alertar para isso, ao contrário do que quer fazer crer a presidente, é torcer a favor e não contra.

Talvez por ser avessa a privatizações e ter sido obrigada a se render a elas, ou por não entender o mundo fora da dicotomia do “nós”, os bons, e “eles”, o resto que não nos apoia, Dilma perdeu a chance de pelo menos parecer que governa para todos e não apenas para aqueles que com ela concordam.

Na democracia de Dilma, quem não se alia a ela está contra o País.

 24 de novembro de 2013
Mary Zaidan é jornalista.

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

Petralhada arma o impeachment do Super Barbosa
 
 
Deu a louca no PT? Alguns membros radicais do Partido dos Trabalhadores querem tirar o emprego vitalício do Joaquim Barbosa. Eles articulam, no Congresso Nacional, um movimento parlamentar para que se peça um inédito impeachment do atual presidente do Supremo Tribunal Federal, que foi o relator mão-pesada responsável por usar as teorias alemãs do domínio do fato para condenar os mensaleiros, mesmo sem todas as provas que nosso rigor judiciário exige.
 
Os petralhas querem convencer a maioria do Senado e da Câmara de que o Super Barbosa vem cometendo “abusos de poder” – ao ter obrigado os condenados na Ação Penal 470 a iniciarem o cumprimento de suas penas longe de suas casas. Alegam os injustiçados petralhas que seus “companheiros” foram submetidos ao vexame público de encarar a Penitenciária da Papuda. Claro, só não falaram de mordomias que os mensaleiros têm lá, como ar condicionado móvel... E o Barbosão estava quase mandando o Genoíno “ficar preso, em casa...”
Dificilmente vai prosperar qualquer ação política para derrubar o Super Barbosa, a esta altura do campeonato. A maioria não petista da base aliada não vai querer encarar uma briga com um “herói nacional” que, no desinformado imaginário popular tupiniquim, mandou para o xilindró os irmãos petralha. Além disso, o pedido de “justiçamento” do Barbosa tende a torna-lo ainda mais poderoso e popular – o que amplia o potencial dele para se aventurar (quem sabe?) a disputar a eleição do ano que vem.
 
Por ser magistrado, Barbosa tem até ao final de março de 2014 para se filiar a um partido político, depois de se licenciar e programar uma aposentadoria antecipada no STF. Barbosa já foi “formal e publicamente” convidado a disputar o governo do Estado do Rio de Janeiro. Quem lhe escalou para a missão foi o craque Romário, deputado federal, que preside o PSB fluminense.
 
Mas, se resolver encarar a política, Barbosa deve vir candidato à Presidência da República, por qualquer partido que lhe der legenda. Seria um nome diferente para mexer com a sucessão de 2014 – que ainda não oferece oposição consistente contra Dilma Rousseff, cujo governo navega como um Titanic...
 
Bem que a petalhada sonha em ver Barbosa fora da corte suprema o mais depressa possível. No meio de 2015, com Barbosa dentro ou fora, quem assume a presidência do Supremo é Ricardo Lewandowski (inimigo dele). E em 2014, os petistas terão a felicidade de ver seu ex-advogado José Dias Toffoli comandar as eleições (nas urnas eletrônicas do Al Capone, sem direito a conferência impressa do voto). Toffoli como presidente do Tribunal Superior Eleitoral não tem preço! O resto a petralhada compra com o mastercard corporativo para despesas secretas...
 
Enquanto os petralhas não armam a arapuca para o Super Barbosa, a direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra produz uma linda e emocionante cartinha de apoio aos “caros camaradas José Dirceu e José Genoíno”. O sempre radicalóide MST rotula o STF de “serviçal à classe dominante no País”. Claro, como de costume, também condena a mídia, “por cercear o direito à informação e à crítica, apresentando shows midiáticos”.
 
A cartinha merece entrar para os anais dos anais: “A Direção Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vem acompanhando com indignação o Julgamento de Exceção e a condenação injusta. Repudiamos com veemência a ação do judiciário brasileiro, em especial o Supremo Tribunal Federal, serviçal à classe dominante no país, que há anos vem atuando contra a classe trabalhadora, os movimentos sociais e a luta política”.
 
O MST prossegue na argumentação pseudojurídica dos oprimidos: “Para os Movimentos Sociais, a criminalização representa um recuo das conquistas democráticas obtidas através das lutas históricas dos trabalhadores e trabalhadoras, das quais vocês são sujeitos protagonistas. No último período, o MST também tem sido alvo da atuação parcial do judiciário, no que diz respeito ao bloqueio da Reforma Agrária, à continuidade da violência no campo, à perpetuação da impunidade aos crimes e massacres cometidos e perseguições políticas às nossas entidades jurídicas”.
 
Como de costume, o MST mete o pau na mídia que a cúpula petista sempre sonhou dominar e, na verdade, censura, parcialmente, com grana da publicidade estatal: “Essa atuação tem sido fortalecida pelos meios de comunicação de massa a partir de uma aliança de classe entre os setores dominantes, que arquitetam “shows midiáticos”, cerceando o direito à informação e à crítica”.
 
Os redatores sem terra, certamente na pressa, cometem até um errinho de “discordância” verbal (termo mais politicamente correto no caso deles, que nunca concordam com nada): “No caso desse julgamento, a aliança entre a Globo e o STF se tornam evidentes e revelam, mais uma vez, o poder de hegemonia da dominação. (Sic) Diante disso, reafirmamos o nosso compromisso em denunciar e combater as práticas promíscuas de parte do judiciário e da mídia burguesa brasileira”.
E os radicais do MST, hoje um movimento dividido, terminam a mensagem de forma épica: “Seguiremos na luta pela construção de um país soberano, com participação popular efetiva e na construção intransigente da justiça social. Expressando nossa indignação, nos solidarizamos e exigimos a liberdade imediata de vocês”.
O bonito é que, sem ler a cartinha do MST, um petista de carteirinha resolveu remar na contramão da maioria partidária. Um dos fundadores do PT e ex-ministro das Cidades no primeiro governo Lula, o gaúcho Olívio Dutra esculachou os mensaleiros: “O que não se pode admitir é o toma-lá-dá-cá nas práticas dos mensalões de todos os partidos, nas quais figuras do PT participaram”.
No discurso puritano, referente a um PT que, no passado, era o bastião da moralidade, da ética e da honestidade na política, Olívio Dutra pegou pesado contra Dirceu e Genoíno – que lhe fizeram dura oposição interna:   “Um partido como o PT não pode ser jogado na vala comum com atitudes como esta. Com todo o respeito que essas figuras têm, não é o passado que está em jogo, é o presente, e eles se conduziram mal, envolveram o partido. O sujeito coletivo do PT não pode ser reduzido em virtude dessas condutas. O PT surgiu para transformar a política de baixo para cima. Eu não os considero presos políticos, foram julgados e agora estão cumprindo pena por condutas políticas”.
Olívio Dutra batendo nos mensaleiros não tem preço... O resto a gente compra com o cartão corporativo secreto ou manda pendurar a conta para ser paga com a verba corrupta de tantos outros mensalões e mensalinhos que não vêm à tona e só enriquecem o patrimônio dos integrantes do Governo do Crime Organizado...

Golpe do Infarto
 

Vida que segue... Ave atque Vale! Fiquem com Deus.

24 de novembro de 2013
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

O ESTRATÉGICO NIÓBIO


 
As chapas de ferro-nióbio são o principal dos produtos do nióbio nas exportações brasileiras, tendo totalizado US$ 4,8 bilhões, de 1996 a 2013. Somamos os dados, ano a ano, que estão na tabela do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.  
O mercado é fechado, estando concentrado em poucas empresas importadoras e pouquíssimas empresas  exportadoras. São transações entre empresas dos mesmos grupos ou entre grupos associados. A CBMM, de Araxá, que exporta 90% do total, vende o produto às suas próprias subsidiárias no exterior.
O preço seria muito mais alto, se houvesse mercados abertos ou algum tipo de concorrência, a não ser entre indústrias utilizadoras do metal.
A Bolsa de Metais de Londres não informa sobre negociações com o nióbio. Muitas fontes dizem que o nióbio não é negociado nessa bolsa nem em outras. 
Encontrei na internet notícia recente, 6 de setembro,  da Bolsa de Metais de Bejing (Pekim) nestes termos: “Os preços do nióbio metálico a 99,9% de pureza permanecem estáveis em 115 a 120 dólares por quilo, na Comunidade de Estados Independentes.” [Rússia, Ucrânia e outros]
 
Guardei também uma cotação, de 22.02.2011, do sítio eletrônico “chemicool.com/elements/niobium”, de nióbio puro (óxido de nióbio), a US$ 18,00 por 100g, ou seja, US$ 180 por quilo.  Além disso, outra do mesmo ano, em que barra de nióbio era cotada a U$ 315,79/quilo.
Isso é mais de 10 vezes o preço oficial da exportação brasileira desse insumo, i.é., US$ 30,00 por quilo, no último ano.  Já o preço oficial da chapa de ferro-nióbio é menor ainda (R$ 25,00), mesmo porque não se refere propriamente ao nióbio incorporado  às chapas de ferro-nióbio, nas quais o conteúdo de nióbio é diminuto, embora suficiente para lhes dar qualidade muitíssimo acima das outras ligas metálicas.
Para ter uma ideia, o preço oficial das exportações das chapas de ferro-silício e ferro-manganês, têm estado em US$ 1,77 e US$ 2,25, respectivamente. Dez vezes inferiores aos do ferro-nióbio.
Embora o óxido de nióbio tenha muito valor no exterior, mormente transformado, após o processo de redução, ele é de pouca significação nas exportações oficiais brasileiras.  O valor oficial de suas vendas ao exterior quase dobrou de 2009 para 2010, mas não é expressivo: foi para US$ 44 milhões, com preço médio de US$ 30,00, para quase 1.500 toneladas.
Esse preço de um produto processado em pouco supera o do minério bruto, que vem associado ao tântalo e ao vanádio. As exportações oficiais desse minério chegaram, em 2012, a quase US$ 50 milhões, com valor unitário  de US$ 24,00.
Note-se que as mineradoras instaladas no Brasil, a CBMM e a Anglo-American, têm, com as chapas de ferro-nióbio, receita 36 vezes maior que a obtida com o minério bruto e 41 vezes maior que a obtida com  o óxido de nióbio, mesmo contando-se só suas provavelmente subfaturadas exportações.
Devem isso à iniciativa do professor Bautista Vidal, titular, nos anos 70, da Secretaria de Tecnologia Industrial. Ele mobilizou técnicos para criar o processo de incorporar o óxido às ligas metálicas, através do Departamento de Engenharia de Materiais - da Escola de Engenharia de Lorena- USP.
As exportações oficiais das chapas de ferro-nióbio certamente não chegam a US$ 6 bilhões, desde que começaram, nos anos 80,  até hoje. Pois, em 1996,  o volume ainda era diminuto, e os preços, muito baixos. De então até 2013, conforme a Tabela do MDIC, foram US$ 4,8 bilhões.
Causa, pois  surpresa esta notícia da Agência Bloomberg, dos EUA, publicada em 03/03/2013, no Valor Econômico: “ Família mais rica do Brasil fez US$ 13 bilhões com o sonho do nióbio”.
Nela foi reportado: “Ela [a CBMM, Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração] vale pelo menos US$ 13 bilhões, baseado na venda da família de uma parte de 30% para um grupo de produtores de aço asiático por US$ 3,9 bilhões em 2011”.
O dado mais notável da notícia da Bloomberg/Valor Econômico é este: “ ... os herdeiros de Moreira Salles, a família mais rica do Brasil, seus quatro filhos, Fernando, Pedro, João e Walter, controlam uma fortuna combinada de US$ 27 bilhões, segundo o ‘Bloomberg Billionaires Index’ ”.
Levando em conta que o outro patrimônio mais importante do grupo Moreira Salles era o UNIBANCO, um banco que, há alguns anos, entrou em dificuldades e foi absorvido pelo Itaú,  parece nebuloso como foi possível acumular US$ 27 bilhões, com os lucros decorrentes fundamentalmente das exportações de nióbio, valoradas conforme as cifras oficiais.
De fato, os lucros disso para a CBMM não poderiam passar muito de US$ 1 bilhão, diante destes fatos: 1) faturamento de  $ 6 bilhões; 2) mesmo que os lucros tivessem sido sempre 50% do faturamento, não passariam de US$ 3 bilhões; 3) até 2007, a CBMM só tinha 50% das ações, além de que a tecnologia e o provável controle serem da Molybdenum Corp; dos EUA, do grupo Rockefeller; 4) desde 2011, há grupos siderúrgicos asiáticos com 30% de participação na CBMM; 5) a CODEMIG (estatal de Minas Gerais) tem 25% de participação nos “lucros operacionais” da CBMM; 6) 10% das exportações oficiais provêm da Anglo-American.
Com cerca de US$ 1 bilhão de lucros acumulados, e mais os  US$ 3,9 bilhões da venda de 30% do capital da CBMM, admitindo que tenham ido inteiramente para o grupo Moreira Salles, ainda se fica muito longe dos US$ 27 bilhões referidos na notícia mencionada.
Fica, pois, demonstrado que o Brasil está longe de ter, em seu proveito, as receitas reais ou, no mínimo, as receitas reais possíveis, da extração de seu subsolo de um metal tão precioso e estratégico como o nióbio.
 
A Constituição nasceu com deficiências, e até fraudes, como a que privilegia o serviço da dívida, e foi sendo emendada, quase que invariavelmente, para pior. E o que tem de bom, fica, nas atuais condições, sem serventia. Exemplo: a propriedade do subsolo e dos recursos minerais definidos como bens da União (art. 20, VIII, IX e X).
Seria a base para garantir o interesse do País nessa área. Entretanto, o Estado tornou-se demissionário: praticamente tudo é objeto de concessões. No caso da principal reserva de nióbio, a União a cedeu ao Estado de Minas. Este, depois de mais de trinta anos de concessão à CBMM, renovou-a, em 2003, por mais 30 anos, sem licitação.
 
Cabe indagar por que as coisas são assim? Creio que vêm de longe e se foram agravando. Aí pelos anos 50, alguns líderes ainda tentavam consolidar a consciência dos interesses nacionais, e o País fazia progressos para o desenvolvimento. Nisso, o País sofreu intervenções, como a conspiração que derrubou Vargas em 1954. Logo após esse golpe, foram dados privilégios às empresas transnacionais, cujos carteis foram esmagando, em crescente quantidade, promissoras indústrias nacionais.
Isso acentuou-se sob JK, com a mesma política de atração de capitais estrangeiros, a qual fez implantar o cartel da indústria automobilística. Esse, até hoje, produz déficits externos e ainda se ceva de isenções fiscais e subsídios da União, dos Estados e dos Municípios.
Ora, a desnacionalização  implica inviabilizar o desenvolvimento tecnológico e faz que o apoio governamental à ciência e a tecnologia seja,  na maior parte, desperdiçado, pois as tecnologias só se desenvolvem em empresas atuantes no mercado. E dele as nacionais têm hoje poucos nichos.  A consequência é a  desindustrialização, entendida não só como regressão à produção primária, mas também como confinamento da indústria a produções de baixo valor agregado.
Os capitais estrangeiros tornaram-se dominantes inclusive na informação, nas comunicações e na política. As políticas passaram a ser desenhadas no seu interesse. Entre os inumeráveis exemplos, está a lei Kandir, que isenta a exportação, inclusive de produtos primários, de IPI, ICMS e contribuições sociais. Primeiro lei complementar, ela ganhou mais status em 2003: através de EC, foi incorporada à Constituição.
Então, a sociedade fica sem forças para reagir, já que os empresários industriais nacionais foram dizimados, e os que restam são acuados por políticas adversas. Tampouco os trabalhadores estão bem organizados para defenderem o País, o que seria a própria defesa deles.
Tivesse o País evoluído nos últimos 59 anos, a economia ter-se-ia diversificado para patamares crescentes de intensidade tecnológica, e, como no quartzo para os chips e a eletrônica avançada, o  nióbio estaria sendo utilizado, em grande escala, nos bens de altíssimo valor agregado.
Nesse caso, não estaríamos falando das perdas atuais com subpreços. Nem precisaríamos lembrar que nosso percentual da oferta do nióbio  é muito maior que a de todos os membros da OPEP, juntos, no tocante ao petróleo. Poderíamos criar a Bolsa do Nióbio e defender seus preços.
E ganharíamos centenas de vezes mais ao fabricarmos bens de elevada tecnologia, competitivos, livres dos carteis e de grupos concentradores.
Esse padrão de desenvolvimento e de consciência dos interesses nacionais, por parte das lideranças políticas, faria  conhecer o real valor do nióbio e de outros recursos naturais, e, assim,  eles não seriam alienados por praticamente nada. O Brasil teria também ganhado poder suficiente para defender seu povo e seus bens.
[Notas: 1) a CBMM pertence à holding financeira, Brasil Warrants, originalmente Brazilian Warrants, adquirida em Londres, a qual seria controlada pela família Moreira Salles; 2) documentos oficiais classificam como de seu interesse estratégico dos EUA as reservas de nióbio situadas em Araxá (MG), concedidas à
CMBB e Catalão (GO), à mineradora britânica Anglo-American.]
24 de novembro de 2013
Adriano Benayon, Economista, é Autor de “Globalização versus Desenvolvimento”.

O MAIS RECENTE ESTANDARTE


 
Além de possuir um ex-presidente mimético e aderente ao poder, qual craca de navio; de ser racista, mas proclamar-se ao contrário; de declarar-se em situação de quase pleno emprego, embora lance sinal de alerta sobre os gastos do seguro correspondente; de desarmar a população e, assim mesmo, possuir um dos maiores índices registrados de homicídios entre países desenvolvidos ou não; de ter que enfrentar a desaprovação da comunidade internacional por abrigar terrorista assassino; de possuir uma OAB que, politizada, dá nítida impressão de conspirar contra a sociedade que deveria defender, por missão, de agressões aos direitos constitucionais; de ver falindo a sua principal  empresa pública por ação do maior acionista, o governo, somente para cumprir projetos eleitoreiros de poder, um paradoxo; de bater recordes de atos de corrupção nas três esferas de governo; de possuir uma classe política voltada para seu crescimento endógeno, mantendo, como consequência, um sistema eleitoral ajustado para eternizar dinastias predadoras da "pátria mãe tão distraída"; de proclamar festas de democracia nas eleições, apesar do voto obrigatório; dos quebra-molas e da jabuticaba que, coitada, não tem nada a ver com tudo isso.
Mesmo com esse autêntico circo dos horrores, o Brasil está prestes a exibir ao mundo mais um constrangedor estandarte, ao reafirmar sua disposição de possuir uma bancada de parlamentares condenados por corrupção pela Corte máxima. 
 
Stefan Zweig, autor do rótulo "Brasil, país do futuro", certamente, se pudesse, reescreveria, frustrado, suas memórias póstumas.
 
24 de novembro de 2013
Paulo Roberto Gotaç é Capitão-de-Mar-e-Guerra, reformado.

INCLUSÃO SOCIAL E EXCLUSÃO POLÍTICA: AVISO SOBRE 2014



Uma das expressões prediletas usadas na defesa do governo petista é “inclusão social”. Até hoje não entendi exatamente o que significa. Imagino que o Partido perceba-se como capaz de colocar na sociedade pessoas que estavam “fora dela”. Estar fora da sociedade significa o que? Ser um marginal, imagino eu, mas aí coloca-se a confusão: deve-se fazer uma diferença muito clara entre estar fora da sociedade e ser um “fora da lei.” 
A pergunta portanto é: existe alguém fora da sociedade? Aqui a resposta é uma só: não - o homem é um ser social. Resta uma última alternativa: imaginar que o Partido-Religião esteja se referindo às pessoas não produtivas, sem emprego ou qualquer tipo de renda, aos miseráveis e descamisados que vagam pelas ruas do Brasil. Pois bem, digo que trataremos aqui com essa última tese.
Aceitando que seja o conceito correto, cabe perguntar logo na saída: como se sustenta do ponto de vista lógico um partido revolucionário que tem orgulho de inserir a população no modo de produção que pretende derrubar? Imagino que a resposta, no sentido marxista ortodoxo, seja: isso é necessário até que o grau de desenvolvimento das forças produtivas seja capaz de impulsionar o movimento revolucionário, não é mesmo? 
Novamente respondo eu: isso seria verdade caso estivesse em andamento no Brasil um plano geral ortodoxo em que a conquista dos meios de produção fosse o objetivo principal. Sabe-se muito bem não ser esse o caso aqui. A estratégia é de revolução cultural e não me parece haver mudança de planos nisso.
Nesse parágrafo um resumo: já sabemos que a revolução no Brasil dá-se através da cultura e que inclusão social nada mais significa do que empregar pessoas sem renda alguma na cadeia produtiva definida pelos próprios petistas como “capitalista”. Resta confirmar ou não uma coisa – em que medida existe conflito ou conveniência entre essa duas estratégias.
Afirmo, de maneira absolutamente nada original, que toda grandeza de uma civilização reside numa espécie de equivalência entre sua riqueza e sua cultura. Imagino a existência de uma espécie de “acoplamento” ou de “compatibilidade” entre aquilo que se produz e o que se é capaz de pensar. Em toda história humana, uma grande dissociação entre esses dois elementos me parece ter sido sempre a causa da escravidão, da guerra e do sofrimento imposto pelas grandes ditaduras do século XX.
Nada me parece mais claro do que o rebaixamento de toda cultura superior que existia no Brasil. Já escrevi que desde 1968, ou antes, o movimento revolucionário tem sido incansável na tarefa de destruir nossa capacidade de pensar mas, num exercício de imaginação, gostaria de definir quais as consequências disso no futuro próximo da nossa história.
Recentemente as ruas de Estocolmo e outras cidades da Suécia foram palco de vários distúrbios e movimentos de minorias étnicas. Num contexto de “multiculturalismo” e “bem estar social” surgiram as teses capazes de sustentar a violência como forma de ação política num dos países com os melhores níveis de desenvolvimento do mundo.
 O que aconteceu lá? Um paradoxo, uma dissociação completa entre riqueza material e de pensamento. Insuflados pelo dogma de que o Estado tudo lhes deve, imigrantes e minorias étnicas enfureceram-se contra o governo levando às ruas um verdadeiro pesadelo. Mesmo longe de serem comunistas ou de possuírem idéias em comum com o Partido dos Trabalhadores, os manifestantes da Suécia tinham, assim como os de junho no Brasil, a noção de “desassistência” e a idéia de “abandono” por parte de um estado que estaria traindo sua constituição.
Nada do que escrevi no último parágrafo pode ser aplicado àqueles que, recebendo 70 reais do PT e usando uma máscara ou camisa amarrada no rosto, atacaram lojas e incendiaram carros nas ruas do Brasil em junho. Não é aos black blocs que aqui me refiro, mas às dezenas, às centenas de milhares de brasileiros que caminharam pacificamente pelas ruas do país com uma sensação de gigantesco mal-estar e com uma noção de abandono que perigosamente não encontra capacidade de tradução alguma através da ação política tradicional.
 Duvido muito que a gigantesca maioria desses manifestantes não tivesse emprego e condição econômica suficiente para possuir em casa os mais recentes meios de comunicação. Não era “inclusão social” que essas pessoas queriam; era “inclusão política”...São conceitos completamente diferentes e que não podem ser confundidos.
Assistimos desde 2003 no Brasil a um processo de desencanto com a política. Observamos a nós mesmos sendo tragados por um vácuo resultante do desacoplamento entre riqueza e cultura. Pessoas sem primeiro grau completo embarcam em aviões para Europa afirmando, como aquelas de nível superior, que os “políticos são todos iguais” e que não há solução para o Brasil..Vejam que escrevo isso sem me interessar se é verdade ou não pois o que me chama atenção é o fato de educação e poder econômico em nada influenciarem esse tipo de opinião. Tal homogeneidade de pensamento é , segundo os intelectuais da nação, prova de sua originalidade e relação com a verdade.
Concluo dizendo que é urgente perceber a diferença entre inclusão social e exclusão política e que a gigantesca maioria do povo brasileiro não tem representação partidária alguma. Em toda história da humanidade a guerra civil teve sempre como causa o descrédito com relação a política; nunca o sofrimento com a fome – aviso sombrio para aqueles que ainda defendem o Bolsa Família e que, em 2014, há de ser dolorosamente lembrado.
 
24 de novembro de 2013
Milton Simon Pires é Médico.

DISTRIBUINDO A MISÉRIA


 
NUM PAÍS que vive de cabeça para baixo e pernas para cima ,não é surpresa que a política de distribuição da RIQUEZA se materialize na sua contrária,ou seja,na política de distribuição da MISÉRIA.
É o que provarei.
Apesar do cansativo discurso governamental em  sentido oposto ,todos os indicadores apontam na direção  do gradativo aumento da CONCENTRAÇÃO  DA RIQUEZA E RENDA.  Tanto é assim que o país se tornou o paraíso da especulação financeira mundial ,"privilegiando" o capital financeiro em detrimento das outras formas de capital, como o fundiário, o industrial e todos as demais formas efetivamente produtivas.  
Mais: privilegiou-o sobretudo em relação ao "trabalho",que só tem servido para fins de exploração político-demagógica do governo. Portanto: instalaram o reinado da demagogia e do parasitismo. Em nenhum lugar do mundo os banqueiros e demais especuladores ganham tanto dinheiro com tanta facilidade e ajuda governamental. Enquanto isso os efetivos produtores e trabalhadores se “ralam”.
Mas os "espertinhos" descobriram uma maneira de enganar esse povo "babaca". Edificaram uma política que "disfarça" bem. Ao invés de ser distribuída a riqueza, a miséria é que passou a ser distribuída. E nas cabeças que não funcionam muito bem, "dá do mesmo". Todos os aplausos "sociais" vão para o governo.  Os resultados surgem nas pesquisas e eleições.Por seu turno a mídia silencia. Não denuncia. É complacente. Não sei se é cumplicidade ou ignorância.
Mas os últimos acontecimentos tiveram o mérito de trazer à tona mentiras históricas que foram inseridas na constituição federal (chamada “cidadã” ???),escrita inclusive por habituais delinquentes da política e protegida pelos juízes e tribunais  pagos pelos cofres públicos, que inclusive a colocam "acima de Deus".
Um dos direitos mais “sagrados” que colocaram no ordenamento jurídico pátrio, é o de IR e VIR. Sob essa garantia constitucional estão sendo cometidas estupidezes nunca vistas. Ele aboliu,inclusive,o direito de inviolabilidade do próprio lar. E aboliu, também, o direito de FICAR. Fincou raízes a ideia que “os incomodados que se retirem”.
Ora, desde o momento em que a minha cidade seja ocupada por estranhos à própria comunidade,e pelo fato da cidade  ser uma extensão do meu lar ,é evidente que a minha moradia estará também sendo invadida. Pergunto, então, aos “bons samaritanos”,que contribuem ou aplaudem essa iniciativa,se gostariam ou permitiriam que enfiassem estranhos dentro da sua própria casa?
Sem dúvida é o que estão fazendo. O governo federal, às vezes em cumplicidade com gestores municipais, tem inteligência para saber que “minha casa é minha vida”. Tanto que mantém até um milionário programa com esse título, onde os adquirentes das moradias pagarão as mesmas a peso de ouro, como no antigo BNH. Mas o governo não tem inteligência (ou coragem?) de dizer que a “minha cidade” também é extensão da “minha casa”. Portanto também “é minha casa”. 
Assim é ele, o governo, que passa a mandar e ocupar a minha casa, enfiando nela quem ele bem entender e tantas  quantas lhe aprouver, sem mesmo ouvir a  opinião  dos moradores e da comunidade . Meu lar, portanto, passou a ser violado, ferindo dispositivo constitucional.
Essa situação acarreta mecanismos de defesa de muitos locais, sentindo-se roubados nos seus direitos. Atacam, impropriamente, quem está na frente, que são os imigrantes. Por alguns excessos passam a ser taxados de xenófobos, racistas ou preconceituosos. É um “prato cheio” para explorarem. As cabeças burras apoiam os imigrantes, internos e externos. Mas o protesto é legítimo. Só que os protestantes  “erram o alvo”. Essa gente é tão boa ou tão ruim quanto qualquer outra do mundo. 
Onde reside a diferença é nos políticos, nos gestores públicos. Aí sim uns são melhores que outros. E o Brasil não está em muito boa situação nesse “ranking”. Por aqui são atraídos a fazer política a pior escória da sociedade.
Sabemos que na distribuição dos poderes (União, Estados e Municípios),deixaram o município na condição de "primo pobre" da federação. Deram-lhe uma "autonomia de papel". É o que tem mais obrigações e o que  possui menos direitos.  Prova está em ser ele que recebe os migrantes clandestinos ou inoportunos. Seus dirigentes são mendigos "administrativos" com diplomas bonitos expedidos pela Justiça Eleitoral. Não têm poderes.
Pois bem, ninguém vive no Estado ou no País . A vida acontece dentro de casa,no bairro, e no município. A Constituição dá uma vaga autorização para o município legislar sobre questões do seu interesse. Mas o município não pode nada. Seu único direito é o de "engolir" o que os outros entes administrativos decidem,especialmente a União. Os  prefeitos só reclamam. Mas ficam de cabeça baixa. Dizem "amém".
Está virando uma verdadeira praga a invasão de municípios por numerosos contingentes de migrantes, tanto vindos de outras regiões do Brasil, quanto de outros países. O que tem havido de comum nessas "migrações" é que o pessoal parte de regiões mais pobres com destinos "escolhidos"de regiões e municípios mais ricos. Interessante, não?
Pois bem, denuncio aqui e agora que essas migrações não são espontâneas, naturais. São planejadas em gabinetes predatórios de direitos locais. Com certeza têm a participação de governos. É evidente que há uma "baita" organização por trás disso tudo.
Cito só poucos exemplos. Em Brusque(SC) chegaram dez mil migrantes  internos,de outro Estado. Significa 10% da população existente. Trouxeram enorme problema para acomodar esse pessoal. Feriu o curso natural do crescimento. Não houve qualquer consulta prévia ao povo e às autoridades locais. Simplesmente os migrantes chegaram e ficaram.
Considerando que o município é uma extensão do lar ,e que foi "invadido" sem prévio consentimento,é evidente que os lares  dos munícipes  também estão sendo invadidos,violando-se,desse modo,um dispositivo costitucional: o da inviolabilidade do lar. Notícias daí vindas dão conta do aumento anormal dos assaltos às residências locais.
Problemas semelhantes ocorreram em Itajaí,também SC. E também em centenas de outros.  No RS chegaram 600 migrantes externos (da África),que se instalaram em Caxias do Sul. Isso também trouxe problema à comunidade,que nunca foi ouvida. Esse fenômeno certamente não aconteceu ao "acaso". Foi minuciosamente planejado,em conluio dos governos federal e  talvez municipal. Não teria sido resultado das frequentes idas (e negócios)do Sr.Lula da Silva à África ?
Resumidamente esse problema tornou-se uma praga no Sul inteiro. Ele já tem dificuldade de acertar seus próprios problemas,principalmente pelos estragos que lhe trazem a simples sujeição à federação (?) brasileira,e  agora lhe trazem mais problemas . "Livram" os outros e os descarregam sobre o Sul,que fica com  o dever de "pagar a conta"(social) de um problema que não é seu.
Podemos verificar como os índices sociais, políticos e econômicos do governo são manipulados Se uma região mais pobre “exporta”o seu produto humano também mais pobre para regiões menos pobres,o que acontece ? Claro que aumentará o PIB “per capita”,porque o PIB total será dividido por menos  gente. No destino dos migrarntes acontecerá o oposto. O PIB “per capita”diminuirá,pois a mesma riqueza será “rateada” entre uma população aumentada fora do normal. Observaram,pois,onde está a distribuição da miséria?
Poder-se-ia alegar, com razão ,que sulistas também migram para outras regiões e países. É verdade. Todavia é uma migração mais qualificada. Junto a ela vai empreendedorismo e capitais. Onde ela chega o desenvolvimento surge. Exporta, portanto, o que tem de melhor, somente somando nas regiões onde chega.
Mas o SUL deve ser agradecido por essa situação dramática que lhe empurraram “goela abaixo”.  Consciente que “O BRASIL NÃO DEU CERTO”,mais que nunca o SUL  está convencido da urgência em dar um chute no traseiro do pais que o aprisiona, tornando-se independente.  Essa é a missão do Movimento o Sul é o Meu País ,apoiado pelos estudos do GESUL-Grupo de Estudos Sul Livre .Sua submissão à condição de colônia acabou. Basta.
 
24 de novembro de 2013
Sérgio Alves de Oliveira, Sociólogo, Advogado,Membro  do GESUL-Grupo de Estudos Sul Livre.

DEPOIMENTO DE UM GENERAL À "COMISSÃO DA VERDADE"

.
Se você se interessa pelo resgate da verdade histórica, ouça e amplie a divulgação, já que se tratando da Verdade e não de uma farsa que o governo procura montar, a ele não interessará o registro. 
 
É a voz e a vez de um combatente falar do que ele próprio combateu em defesa do Brasil e não mais uma parcela do embuste em processo de montagem, com a colaboração de intelectuais - que além de ilustres também gostam de holofotes e de serem citados na mídia - sem conhecimento de causa.
 
Corajoso, preciso e perfeito o depoimento - com a duração de 92 minutos - prestado pelo Gen Álvaro à Comissão Nacional da Verdade.
 
Vale ouvir incontáveis vezes e repassar a todos os seus correspondentes.
Ouça o depoimento publicado no A Verdade Sufocada em 22 Nov 201


Fonte: texto adaptado de A Verdade Sufocada
 
COMENTO:  Atenção aos minutos após 67:00 a 69:00 e 78:00 a 80:00!!!
 
24 de novembro de 2013
mujahdin cucaracha

UMA BREVE REFLEXÃO SOBRE O BANHO FRIO

Tem sido notícia o desconforto da Papuda ao oferecer banho frio aos seus novos hóspedes, como se antes todos os demais que lá cumpriam suas penas descartassem o chuveiro elétrico por opção. 
Para o jornalista Reinaldo Azevedo, é "uma desnecessidade moral (embora haja razão técnica, já chego lá) preso tomar banho frio. Pra quê? Ninguém merece isso! Poucas coisas podem ser tão detestáveis." Certamente, nosso Tio Rei está falando de acordo com suas próprias  preferências pessoais. 

Quem te viu, quem te vê, hein Dirceu? O tempo e o conforto do poder amoleceram as suas fibras?. Hoje o deputado-presidiário mensaleiro reclama água quente para suas novas instalações, mas quando treinava guerrilha em Cuba, reclamava de um cano de água instalado em seu acampamento, sugerindo que era um luxo impensável, como citado no artigo "O apoio de Cuba à luta armada no Brasil: o treinamento guerrilheiro, de Denise Rollemberg": 
"No entanto, Daniel Aarão Reis Filho, também do IV Exército, afirma que as condições do treinamento que, supostamente, os colocariam no ambiente e nas situações de uma guerrilha foram decepcionantes e despertaram críticas entre militantes do MR-8, organização da qual fazia parte:

Nós fomos para lá acreditando que íamos encontrar um treinamento que nos desse as condições próximas às que teríamos na guerrilha rural no Brasil. Mas nada disso ocorreu. Nós ficamos num barracão de madeira, onde havia uma cama para cada um, era uma coisa rudimentar, mas havia. As refeições eram todas servidas por caminhões do exército. Até para tomar banho, tinha um cano... era um acampamento! Nós protestamos contra isso. Tentamos ganhar os cubanos para o fato de que nós queríamos dormir no mato todos os dias, por mais que isso fosse terrível...Porque aquilo ali era uma brincadeira. O próprio Zé Dirceu [da ALN] dizia que o treinamento era um
teatrinho de guerrilha e o pior, um vestibular para o cemitério»"

Por experiência própria, informo que em praticamente todas as instalações militares do Brasil os chuveiros são frios, que oficiais e praças patriotas, honestos e trabalhadores usam sem que nunca isto tivesse virado notícia. E olhem que estou falando até mesmo de estados do sul, cujo clima é bem mais rigoroso do que a tépida Brasília. 

No Arizona, o Xerife Joe Arpaio coloca as coisas no devido lugar:

"- Nossos soldados estão no Iraque onde a temperatura atinge 120°F ( 50°C ), vivem em tendas iguais a vocês, e ainda tem de usar fardamento, botinas, carregar todo o equipamento de soldado e, além de tudo, não cometeram crime algum como vocês, portanto calem a boca e parem de reclamar “.
Imaginem, leitores, quantos brasileiros honestos e trabalhadores tomam banho frio, sem ser por opção?
Eu vou dar aqui a minha opinião: o estado tem a obrigação de garantir a segurança e a incolumidade dos prisioneiros. No entanto, sou peremptoriamente contra certos mimos como chuveiro quente e até visitas íntimas. Presídio não é resort, e Brasília é uma cidade de clima agradável, sendo, pois, um banho frio, uma atividade até bem relaxante. 
24 de novembro de 2013

MENSALEIROS PRESOS - CASA-DA-MÃE-PAPUDA PROVOCA SUBSTITUIÇÃO DE JUIZ

 

Ademar Vasconcelos, juiz da Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal, não responde mais pelo processo que envolve os mensaleiros. Ainda bem! Mais um pouco, e a Papuda iria se transformar num local de peregrinação, não é?
Mais um pouco, e José Genoíno convocaria um tribunal popular para julgar os ministros do Supremo. Como se sabe, o deputado mensaleiro concedeu até uma entrevista a uma publicação do esquema petista de propaganda.
Um acinte e um despropósito. Genoíno já foi para a casa de sua filha, em Brasília. Mas está claro, desta vez, que é um presidiário. Leiam o que informa Severino Motta, na Folha:
 
O juiz da VEP (Vara de Execuções Penais) de Brasília Ademar Vasconcelos não é mais o responsável pelo processo do mensalão. Em seu lugar ficará o substituto Bruno André Silva Ribeiro. A ida do ex-presidente do PT José Genoíno para a casa de um familiar na manhã deste domingo logo após receber alta do hospital em que estava internado já foi comandada por Ribeiro.
Ele inclusive estabeleceu uma série de condicionantes para a permanência de Genoino em casa. Conforme a Folha apurou, Genoíno não poderá sair nem dar entrevistas no período em que estiver na casa de familiares em Brasília.
Ele deve permanecer no local até que a junta médica que o examinou dê um parecer ao STF (Supremo Tribunal Federal) e o presidente da corte, Joaquim Barbosa, decida se ele cumprirá pena na Papuda ou em prisão domiciliar.
 
A substituição de Vasconcelos, de acordo com fontes do STF, teria acontecido ainda na sexta-feira. Isso porque, nos últimos dias, diversas ações do juiz teriam irritado Barbosa, que deixou clara sua insatisfação para o TJDF (Tribunal de Justiça do Distrito Federal).
Desde o início das prisões, Vasconcelos já não havia recebido de Barbosa as determinações para comandar o processo.
No dia anterior à expedição dos mandados, o presidente entrou em contato justamente com o juiz substituto Ribeiro, e enviou para ele os documentos relativos às prisões. Como estava em férias, Ribeiro tentou entregar a documentação para Vasconcelos.
A Folha apurou que ele se negou a receber o material e isso teria criado um mal-estar dentro do TJDF.
 
Vasconcelos ainda chegou a dar entrevistas dizendo que não havia recebido o material e por diversas vezes destacou que este era um caso do STF.
As declarações contrariaram Barbosa e foi preciso que o presidente do TJDF, Dácio Vieira, entrasse no circuito para que Vasconcelos iniciasse os procedimentos relativos à execução penal dos condenados.
Após isso, com os sentenciados já presos e a situação de saúde do ex-presidente do PT sendo questionada, Vasconcelos informou Barbosa que não havia a necessidade de internação do preso.
 
No dia seguinte, o próprio Vasconcelos entrou em contato com o presidente do Supremo para dizer que o caso era perigoso e que o melhor seria levar Genoíno ao hospital. No despacho que autorizou o tratamento fora da Papuda, Barbosa fez questão de destacar a situação, dizendo que havia recebido de Vasconcelos informações conflitantes sobre a saúde de Genoíno. 
O despacho de Barbosa, conforme a Folha apurou, fez com que colegas de TJ de Vasconcelos também passassem a criticá-lo e a questionar sua permanência na execução penal do mensalão.
(…)
 
24 de novembro de 2013
Reinaldo Azevedo