ARTIGOS - CULTURA
Lula, o nome, já causa enjoo. Quando acompanhado da foto e da legenda, então, é como comer feijoada em mar revolto. Isso porque Lula tornou-se sinônimo de sujeira, de nojeira, de podridão e tudo o que atenta contra o sagrado, o moral e o estético.
Lula é um dos principais agentes da falência civilizacional em que vivemos, mas, não é o único, evidentemente, pois, de lulas, cheio está o mundo brazuca com o qual nos estripuliamos por aí.
Outros lulas, no entanto, que, isoladamente, pouco fedem ou pouco cheiram, lulinhas e lulões, quando unidos, tudo deformam e fazem adoecer, cultural e politicamente, como vermes que circulam em torno da besta-fera, ou peixinhos que se alimentam dos parasitas do peixão, que fazem o leva-e-traz da formiguinha revolucionária.
Se Lula é o responsável direto - o arquiteto - das grandes degradações que nos assolam, como Foro de São Paulo, por exemplo, as formigas-vermes-peixes fazem o dia-a-dia da imbecilização nacional.
São os operariozinhos da esquizofrenia e da psicopatia; a concretude do conjunto doutrinal gramscista da destruição da vida em sociedade. Destruição financiada com erário público, diga-se.
Unidos, são incontáveis e, conceitualmente, difíceis de nomear, mas, na perspectiva das tribos, nomeiam-se artistas, apresentadores de TV, animadores de auditório, analistas econômicos, desenhistas, cartunistas, socialites, banqueiros, e, sobretudo, Regina Casé e seus concursandos.
Sim, meu caro, até a Glória Maria, ex-apresentadora do Fantástico, que pecava por ser apenas Glória Maria, faz, ao que tudo indica, concurso para ser Casé, posto que de um monstro sai outro e outro e outro e seu nome é "semelhança".
Lula, Nova República, a besta-fera, Regina Casé, Glória Maria, tudo isso é a mesma coisa, imagem e semelhança da confusão, do engano, da sujeira, da preguiça, do torpor, do maconheirismo, da idiotia, da idolatria.
A "semelhança" representa-se por todos eles, desde a latrinal Casé ao multimilionário Edir Macedo.
Por todos eles escorre a "semelhança", padronizando a todos na forminha da burrice.
Por eles todos deixam-se representar - desde funkeiros, bandidos do morro, e malandros de toda espécie e galardão - até gente chique e graúda como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque, Fernanda Montenegro, Arruinaldo Azevedo, para, finalmente, chegar ao último grau do enjoo, ao fétido STF e seus ditadores de toga.
Escrevi, dia desses, que no Brasil existem dois tipos de bandidos, apenas: os bandidos protegidos pelas togas e os bandidos protegidos dentro das togas, e tudo ficou por isso mesmo.
Comentei com o motorista. E acrescentei, com algum ar de academicismo que estamos todos sob a égide simbólica de Regina Casé e sua ainda mais simbólica "favela endoidecida".
"Mas em quê se assemelham Regina Casé e os Juízes do Supremo, exatamente", pergunta-me o atento motorista. "Assemelham-se no 'tudo é lindo'," respondi.
Então, ele logo saca a pilhéria e acrescenta: "li agora que a tal recriação do Ministério da Cultura foi uma jogada de mestre. Temer recria um ministério sem petralhas e já não mais para petralhas. A coisa ainda não está bem explicada, mas se for assim, parece justo.
Afinal, cagar na praça não é cultura e esse negócio de que 'tudo é lindo' é o caralho! Tudo é feio, porra!".
Respondo que sim, claro, tudo é feio por aqui, mas meu pensamento viaja em outra direção: vira-se mestre por tão pouco agora: basta não financiar cagadas na praça, e pronto: é mestre!
De quebra, observo que o "tudo é lindo" é o que querem que digamos, os politicamente corretos. Pergunto se ele já ouviu falar do conceito. Então ele, o motorista, me surpreende como neve no verão:
"Quando tudo é lindo, feio é ser do contra. De certo mesmo, é o fato de que são os idiotas que alimentam esta 'semelhança' que o senhor falou aí: os maconheirinhos financiados desde sempre pelo papai ausente e pela mamãe invisível, que desistiram deles já na infância".
Faz-se pausa. Silêncio enjoado.
- ALGUÉM OS CRIOU! ele berra. Voltamos aos discursos.
"Foi a Regina Casé, porra! Agora eu entendo, porra!".
Reforço-lhe a tese: "Foi a Fátima Bernardes, também!"
- Isso, ele diz, aquela babaca também, claro!
Vou ainda mais longe: "Não podemos esquecer da Glória Maria, a neo-maconheirinha do momento, certo?"
- Sim, ele responde, todos eles.
Tento explicar-lhe que quem os criou foi a "semelhança", pois o diabo criou a engenharia social à sua imagem e semelhança e ele pergunta:
- Já estamos em que geração diabólica mesmo?
* * *
Chegamos ao destino. O motorista meneia com a cabeça e logo filosofa, enquanto verifica contra a luz a nota que lhe dei: "a merda é que o povo só se interessa pela economia. Fodam-se os maconheiros. Quem se preocupa em reeducar esses bostas?... Nem trabalhar eles podem!"
Fico na minha, esperando o troco, mas ele prossegue: Que diferença faz se fumam uns baseadinhos. Se a economia vai bem, ninguém fica na mão.
- É verdade, respondo enquanto desembarco e então percebo quão prolixo era o meu táxista, que já desaparecia na primeira esquina, à direita.
O motorista, certamente, pensava, "mais cinco ou seis loucos como aquele e eu me aposento".
Sim, não deu-me o troco, o filho da mãe.10 de julho de 2016
Alexandre Bellei, professor, é mestre em filosofia e colaborador da
Rádio Vox.