"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

FRASES COMPLETAS


O Antagonista respira aliviado de poder ouvir um pronunciamento presidencial com frases completas, respeito à gramática e raciocínio lógico.

Entramos definitivamente numa nova era.

12 de maio de 2016
in antagonista

PRISÃO



12 de maio de 2016

MANIFESTANTES PRÓ-DILMA TENTAM INVADIR O PALÁCIO DO PLANALTO: PM IMPEDIU

MANIFESTANTES DO PT PULARAM GRADE E TENTARAM INVADIR, SEM SUCESSO


MANIFESTANTES FORAM BARRADOS DE INVADIR O PALÁCIO. FOTO: GABRIEL GARCIA/DIÁRIO DO PODER


Um pequeno grupo de manifestantes favoráveis a presidente Dilma Rousseff tentou invadir o Palácio do Planalto durante o primeiro discurso de Michel Temer como presidente da República. Eles derrubaram a grade de segurança que separa o Palácio da via pública, tentaram subir a rampa do Planalto, mas foram impedidos pela Polícia Militar do DF, além dos seguranças da Presidência.

Segundo a PM-DF, ninguém foi preso. Um grupo de cerca de 70 manifestantes continuam na Praça dos Três Poderes para protestar contra o governo Temer.



12 de maio de 2016
diário do poder

ASCENSÃO E QUEDA DO PETISMO


ptld
Não imagine o vice-presidente que a inclemência institucional e popular em relação à organização criminosa que está sendo afastada do poder o beneficie além dos precisos termos da Constituição.

As razões do impeachment da presidente e do inferno astral do partido devem ser buscadas em sua compulsão à construção de versões, ao tratamento desonesto dos fatos e da história, aos sofismas, às inversões de responsabilidade e à incapacidade de se corrigir. Em uma só palavra: à mentira ou falsidade em suas muitas formas. O crime de responsabilidade não aconteceria fora desse quadro, digamos assim, clínico.
Detalhando um pouco mais. Para alcançar a vitória em 2014 foi preciso, confessadamente, "fazer o diabo" e ele foi feito. Foi necessário escandalizar a todos com prévia proclamação sobre o quanto seriam "capazes de fazer para ganhar". E fizeram. A imperiosa determinação de vencer a qualquer custo implicava, entre outras ações e omissões, esconder a realidade fiscal e manter elevado o gasto público sem autorização legislativa. Tudo com olho na urna e um silenciador na consciência de quem ainda dispusesse de uma. Por isso, o crime de responsabilidade que dá causa ao impeachment tem, ele mesmo, origem num mal maior - a relação hostil com a verdade e com a realidade. É por ela que, nestes dias, fingem indignação e simulam ironias em atlético e aeróbico esforço para sovar um pouco mais a velha estratégia: construir versões, torcer os fatos, inverter responsabilidades, evadir-se das próprias culpas, perseverar na incorreção.
Note-se: houve outros crimes de responsabilidade praticados pela presidente - crimes que prosseguiram, em cascata, desde antes de o processo haver começado a tramitar. Sobre todos eles, o tempo e a Justiça ainda haverão de falar. Alguns estão gravados e nós ouvimos.
E se fosse no seu condomínio?
Veio de um amigo a mais clara explicação sobre o crime de responsabilidade praticado pela presidente Dilma. Perguntou-me ele: "Num condomínio, pode o síndico usar recursos do Fundo de Reserva sem autorização da assembléia?". E em seguida: "Se o síndico faz isso, o que lhe acontece?". As respostas são óbvias. Não pode o síndico agir assim por conta própria. E se o fizer, cai-lhe a casa em cima, entra em desgraça, é destituído da função. Ora, se tal conduta tem gravidade num condomínio, imagine-se quando falamos de um país e de seu orçamento!
Um peso e uma medida
O Procurador Geral da República descarregou um caminhão de candidatos à investigação no colo do STF. Sobrou para ambos os lados do espectro político. Pouco depois, por unanimidade, o Supremo mandou Eduardo Cunha tirar férias. Ninguém foi às ruas protestar, ninguém esbravejou, ninguém saiu por aí a cuspir nos demais. A nação celebra todo gesto de limpeza, todo ato de Justiça, toda contribuição ao saneamento moral das instituições. Essa diferença em relação aos paladinos do indefensável, que chamam bandidos de heróis, só não vê quem não quer. Por isso, não imagine o vice-presidente que a inclemência institucional e popular em relação à organização criminosa que está sendo afastada do poder o beneficie além dos precisos termos da Constituição, que o fazem primeiro da linha sucessória. Tão logo assuma, estará sendo pessoalmente julgado por sua conduta e pelas escolhas que fizer. Os bons brasileiros têm um só peso e uma só medida.
12 de maio de 2016
Percival Puggina

DISCURSO HISTÓRICO DE MAGNO MALTA NO SENADO, NA VOTAÇÃO DO IMPEACHMENT

Discurso HISTÓRICO de Magno Malta EMOCIONA o Senado Federal ...

https://www.youtube.com/watch?v=ITWbbkg3eNQ
1 dia atrás - Vídeo enviado por Seu Tube
No dia da votação do Impeachment de Dilma Rousseff, em discurso Histórico, ... e Emocionado, o ...


12 de maio de 2016
postado por m.americo

IMPEACHMENT - DISCURSO DE AÉCIO NEVES NO SENADO



Impeachment SENADO Votação - AECIO NEVES (DISCURSO ...

https://www.youtube.com/watch?v=MlE-vYZuN1c
22 horas atrás - Vídeo enviado por Rubens Nazareth
Votação Impeachment discurso de Aecio Neves. ... Aécio Neves discursoEmblemático pelo "sim' pelo ...

12 de maio de 2016
postado por m.americo

MARIA DO ROSÁRIO É VAIADA NO AEROPORTO E FICA IGUAL A CACHORRO QUANDO CAI DO CAMINHÃO DE MUDANÇA

GLEISI HOFFMANN DO PT É HOSTILIZADA EM AEROPORTO. O POVO TÁ COM O SACO CHEIO...

SENADORA GLEISI PT HOSTILIZADA EM AEROPORTO " POVO NÃO ...

https://www.youtube.com/watch?v=v_TyF2CBlig
8 de abr de 2016 - Vídeo enviado por Universo
Senadora Gleisi Hoffmann " do " PT " foi hostilizada em Aeroporto ! Aumenta o caso de ...

12 de maio de 2016
postado por m.americo

LULA PREPARA ENCENAÇÃO DA DESPEDIDA DE DILMA DIANTE DO PALÁCIO DO PLANALTO


Former Brazilian president Luiz Inacio Lula da Silva hugs Brazilian president Dilma Rousseff after he swore as chief of staff in Brasilia on March 17, 2016. Rousseff appointed Lula da Silva as her chief of staff hoping that his political prowess can save her administration. The president is battling an impeachment attempt, a deep recession, and the fallout of an explosive corruption scandal at state oil giant Petrobras. AFP PHOTO/EVARISTO SA EVARISTO SA / AFP ORG XMIT: ESA226
Lula quer dar um tom dramático à despedida de Dilma



















O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai esperar sua sucessora, Dilma Rousseff, em frente ao Palácio do Planalto nesta quinta-feira (12), quando a presidente deve deixar seu gabinete para cumprir seu afastamento do cargo por até 180 dias. Foi conselho de Lula que a presidente não descesse a rampa do Planalto, como era a ideia inicial. Segundo ele, esse seria um ato de “fim de governo” e Dilma precisa mostrar que “resistirá até o fim” do processo.
Segundo a Folha apurou, Dilma sairá do Planalto pela porta principal, no térreo, acompanhada de ministros e assessores. Em seguida, encontrará Lula, parlamentares da base aliada e militantes do PT e de movimentos sociais que vão estar em frente ao prédio e devem caminhar por 5 km até o Palácio da Alvorada.
Dilma não vai participar da marcha. Deve caminhar apenas até a lateral do Planalto, onde um comboio de carros vai aguardá-la e levá-la à residência oficial da Presidência.
Ainda não está definido, porém, se Lula deve participar da caminhada ou seguir ao Alvorada também de carro, com Dilma.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG 
– A propósito da encenação dessa despedida de Dilma, vamos publicar um comentário feito pelo jurista Jorge Béja aqui naTribuna da Internet

“Das muitas coisas que não entram na minha cabeça e nem consigo entender, uma delas é o seguinte. Lula e Dilma não se entendem por onde Dilma deverá amanhã deixar do Palácio do Planalto. 

Dilma quer descer a rampa cercada de militantes petistas. Lula não quer assim. 
Por sua vontade, Dilma deveria deixar o Palácio do Planalto pela porta lateral, sem pompa, sem presepada, sem alarde…

O que não entendo é o seguinte: para que e por que Dilma vai amanhã ao Palácio do Planalto. 
Ao acordar amanhã, Dilma não exerce mais a presidência da República. 
Continua presidente, é certo. Mas presidente afastada do exercício da presidência. Então, por que Dilma vai amanhã ao Palácio do Planalto? Vai fazer o que? Sentar-se em que cadeira? Entrar em que sala?”

12 de maio de 2016
Marina Dias
Folha

PT LANÇA CAMPANHA CONTRA TEMER E ANUNCIA QUE LUTARÁ NAS RUAS E NO CONGRESSO


PT e PCdoB lançam movimento para desestabilizar o governo Temer





















As bancadas do PT e do PCdoB na Câmara lançaram na tarde desta quarta-feira, 11, um movimento chamado “Temer, o ilegítimo”, em oposição a um eventual governo provisório do vice-presidente Michel Temer. Os petistas enfatizaram que, após 13 anos como governistas, não se esqueceram como fazer oposição e que adotarão uma linha firme contra o peemedebista, chamado repetidas vezes de “golpista”. A tendência de atuação das bancadas será de obstrução aos projetos enviados pelo novo governo.
Enquanto poucos deputados participavam de uma sessão não deliberativa no plenário, os novos oposicionistas organizaram um ato no Salão Verde da Câmara, com cartazes dizendo “Temer não será presidente. Será sempre golpista” e “Fora Temer. Cunha jamais. Fica Dilma”. Os parlamentares se revezaram no microfone com palavras de ordem enfatizando que Temer não será reconhecido como presidente da República.
“Seremos oposição firme a Michel Temer. Não o chamaremos de presidente. E vamos avaliar as medidas dele criticamente”, avisou a deputada Maria do Rosário (PT-RS).
FAZER OBSTRUÇÃO
O deputado Paulo Pimenta (PT-RS) disse que a assinatura de Temer não terá valor porque o peemedebista não teve nenhum voto para chegar à Presidência da República. “Não reconheceremos nenhuma assinatura dele”, completou o deputado Paulo Pimenta (PT-RS).
A nova oposição tende a obstruir as matérias enviadas por Temer ao Congresso e anunciou que vai analisar cada caso, mesmo que as medidas sejam parecidas com as defendidas pelo governo Dilma Rousseff. O argumento para a rejeição às medidas do futuro governo Temer é que Dilma tinha a legitimidade das urnas para enviar projetos e o peemedebista não.
“Nós sabemos muito bem fazer oposição e defender os interesses do Brasil. Não aceitamos que o voto seja rasgado”, afirmou Maria do Rosário. “Vamos ter dois presidentes: uma legítima e outro imposto em situação de golpe”, concluiu a presidente do PCdoB, deputada Luciana Santos (PE).
“GOLPISTAS”
PT e PCdoB culparam a oposição por criar dificuldades econômicas para o País ao não aceitar o resultado das urnas em 2014 e acusaram os “golpistas” de interdição do governo Dilma Rousseff.
Os partidos de esquerda anunciaram que farão obstrução política, que vão se opor à reforma trabalhista e da Previdência (principalmente na questão da criação da idade mínima para aposentadoria), serão à favor da taxação de grandes fortunas, de herança e lucro sobre capital próprio, além da revisão da tabela do Imposto de Renda e CPMF com faixa de isenção até 10 salários mínimos (com restituição através do Imposto de Renda e com alíquota superior as maiores movimentações bancárias).
“Não vamos ser oposição boazinha não”, avisou a senadora Maria Regina Sousa (PT-PI), que representou os petistas do Senado no ato.
HONDURAS E PARAGUAI
O grupo comparou a situação do Brasil aos golpes parlamentares em países como Honduras e Paraguai e ressaltou que haverá mobilização das ruas para encurtar a passagem de Temer no Palácio do Planalto, que começará com grande instabilidade política e pouco apoio social. A aposta dos partidos é que Temer não terá condições de unir o País.
“Vai ter luta nas ruas e no Parlamento. Não vamos aceitar esse governo biônico”, disse Luciana Santos. “Serão 180 dias de muita luta”, emendou a deputada Moema Gramacho (PT-BA).

12 de maio de 2016
Deu em O Tempo

SÉRGIO 'GUARDANAPO' CABRAL ENFIM É ACUSADO DIRETAMENTE NA OPERAÇÃO LAVA JATO



Ilustração reproduzida do Arquivo Google
O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, foi acusado de permitir que a Andrade Gutierrez se associasse às empreiteiras Odebrecht e Delta no consórcio que disputaria em 2009 a reforma do estádio do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014. Segundo a revista “Época”, o nome do político foi citado em delação premiada da Operação Lava Jato por Rogério Nora de Sá e Clóvis Peixoto Primo, ex-presidentes de empresas do grupo Andrade Gutierrez. No depoimento, que ocorreu em março, os delatores afirmaram que Cabral cobrou pagamento de 5% do valor total do contrato. A obra do estádio, que inicialmente fora orçada em R$ 720 milhões, se encerrou com um custo superior a R$ 1,2 bilhão.
“A conversa foi franca, mas o pedido de propina foi veiculado com o uso de outra palavra, que pelo que o depoente se recorda foi contribuição”, diz o trecho da delação de Rogério Nora de Sá, divulgado pela “Época”.
SEMPRE A DELTA
Rogério Nora de Sá afirmou ainda que na reunião com Cabral, ele teria concordado com a entrada da Andrade Gutierrez na disputa do consórcio, mas não abria mão da presença Delta no negócio. O ex-presidente declarou ainda que a Odebrecht a Delta já estavam acertadas informalmente para disputarem a situação.
Os pagamentos foram feitos a partir de 2010 e ocorreram apenas até o ano seguinte. Segundo os delatores, como a obra começou a gerar prejuízo, eles interromperam a propina. Os valores não foram revelados.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A importante matéria foi enviada pelo comentarista Mário Assis Causanilhas, sempre atento ao noticiário. 

É tudo verdade, Cabral chegou a abandonar a mulher para ser concunhado do presidente da Delta, Fernando Cavendish, mas a amante morreu na queda do helicóptero em Porto Seguro e Cabral voltou para a mulher, Adriana Anselmo, antes que o escândalo irrompesse. 
Em matéria de falta de caráter, Serginho Cabral é imbatível, um verdadeiro campeão olímpico. (C.N.)

12 de maio de 2016
Deu no jornal Lance

SENADO AFASTA DILMA DO PLANALTO E INTERROMPE O PROJETO DE PODER PETISTA

Presidente ficará fora do cargo por até 180 dias, prazo que a Casa tem para julgá-la em definitivo. Suas chances de voltar ao posto estão cada vez mais distantes

FORA – Presidente Dilma Rousseff ficará afastada do cargo até julgamento final(Ueslei Marcelino/Reuters)



Às 6h34 desta quinta-feira, o painel do Senado Federal confirmou o afastamento de Dilma Rousseff da Presidência da República. Por 55 votos a 22, sem abstenções, os senadores decidiram que a petista deve ser julgada por crime de responsabilidade. Mas o resultado representa muito mais: com a possibilidade de que Dilma se safe na votação final hoje muito distante, a Casa começou a pôr fim à era PT no comando do país. Os 13 anos do partido à frente do Planalto se encerram de maneira melancólica - com a legenda imersa em escândalos e incapaz de salvar uma presidente que, ao fim e ao cabo, cai por culpa de sua própria incompetência. Diante das crises política, econômica e ética em que o governo Dilma submergiu o país, o afastamento da petista representa o primeiro passo rumo à recolocação do Brasil nos trilhos. Mas exigirá do peemedebista Michel Temer que se coloque à altura do desafio: afinal, a saída de Dilma não tem o condão de sanar o atoleiro econômico do país. Ou de reduzir o justo descontentamento nacional com a classe política diante dos escândalos que há dois anos a Operação Lava Jato começou a desvendar. Será uma dura missão para Temer.

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Dilma pode ficar até 180 dias afastada do comando do país, enquanto o Senado se volta ao julgamento do processo que tramita contra ela. Segundo a expectativa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), contudo, em até quatro meses a petista enfrentará a derradeira votação - aquela do plenário da Casa, que pode resultar em seu impeachment e inelegibilidade por oito anos.

Reclusa nos palácios da Alvorada e do Planalto, a presidente acompanhou com os poucos aliados que lhe restam as mais de 20 horas de discursos no plenário do Senado. Havia desistido, ainda na terça-feira, de descer a rampa do Planalto após receber a notificação oficial de seu afastamento. Julgou que isso prejudicaria seu discurso de 'resistência contra um golpe' - discurso que planeja seguir martelando, ainda que lhe falte qualquer respaldo na realidade. Dilma ameaça recorrer à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos e seguir apelando ao Supremo Tribunal Federal - que já lhe impôs uma sucessão de derrotas. Ambas as empreitadas devem ser em vão. Os ministros do STF foram justamente os responsáveis por definir o rito do impeachment ora seguido pelo Congresso. Sem que o governo tenha levantado argumentos que justificassem uma revisão das decisões dos parlamentares, negaram todos os recursos já impetrados até aqui pelo governo contra o processo, incluindo o mandado de segurança apresentado na terça-feira.

Ao negar o recurso, o ministro Teori Zavascki utilizou-se de um argumento que indica as escassas chances de vitórias futuras do governo na judicialização do impeachment. "Não há base constitucional para qualquer intervenção do Poder Judiciário que, direta ou indiretamente, importe juízo de mérito sobre a ocorrência ou não dos fatos ou sobre a procedência ou não da acusação. O juiz constitucional dessa matéria é o Senado Federal, que, previamente autorizado pela Câmara dos Deputados, assume o papel de tribunal de instância definitiva, cuja decisão de mérito é insuscetível de reexame, mesmo pelo Supremo Tribunal Federal. Admitir-se a possibilidade de controle judicial do mérito da deliberação do Legislativo pelo Poder Judiciário significaria transformar em letra morta o art. 86 da Constituição Federal", escreveu o magistrado. À perdedora, resta o infrutífero discurso de vitimização. E do medo.

Na iminência de ver o processo de impeachment consolidado, a cúpula petista e a própria presidente agora afastada vituperaram, em uma versão ampliada do terrorismo eleitoral levado a cabo em 2014, que Michel Temer acabaria com programas sociais e cortaria direitos trabalhistas. Enunciado esperado de quem promoveu o aviltamento da Presidência da República, afundou o país em uma dolorosa crise econômica e insiste na retórica irredimível de que misteriosas "forças conservadoras" querem apeá-la do poder - apesar da maciça rejeição ao seu governo estampada nas pesquisas de opinião.

O impeachment, que deu mais um passo hoje com a aprovação em plenário do relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), é um processo jurídico-político e no Congresso respeitou o amplo direito de defesa e o contraditório. O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, apresentou em três ocasiões - apenas no Senado - a defesa da presidente contra as acusações de pedaladas fiscais e de maquiagem das contas públicas com a liberação de créditos suplementares. Em outras três, apresentou diante de deputados a defesa da petista nas sessões da Câmara.

Ao contrário do que insiste em afirmar no festival de inaugurações que promoveu no fim de seu governo, Dilma não está - como nenhum político eleito democraticamente - imune a questionamentos de legitimidade, mesmo com os 54 milhões de votos que as urnas lhe outorgaram em 2014.

A partir desta quinta-feira, o terceiro andar do Palácio do Planalto será ocupado por um novo inquilino. Michel Temer chega à Presidência com predicados de que Dilma nunca dispôs, como a habilidade no trato político. Mas a crise é profunda, e não há espaço para erros nem hesitação.


Após mais de 20 horas, Senado aprova processo de impeachment e afasta Dilma Rousseff - 12/05/2016 (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters)




Saiba como votou cada senador na sessão do impeachment

11 de maio de 2016
Por Laryssa Borges, Marcela Mattos, Felipe Frazão, Eduardo Gonçalves e João Pedroso de Campos, de Brasília
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