"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

quarta-feira, 17 de agosto de 2016

PT TEM 574 MIL FUNCIONÁRIOS FANTASMAS NO INCRA

A AMÉRICA LATINA ESTÁ "SOB NOVA DIREÇÃO?"

Melancólico fim da era Lula-Dilma no Brasil. Queda do kirchnerismo na Argentina. Declínio da aprovação aos governos de esquerda na Bolívia e no Equador. Ocaso dos regimes autocráticos de Cuba e Venezuela. Constatações de que novos ventos podem soprar na América Latina.

Nessa inflexão de rumos, aparece a perspectiva de tempos melhores para a região. Ao menos uma maior chance para a construção de governança mais fiscalmente responsável, pragmática, meritocrática e, sobretudo, menos populista. Os câmbios internos à região, contudo, por si só não bastam.

Ao longo da história, a América Latina sempre oscilou ao sabor das chamadas "externalidades" —janelas de oportunidades que determinado cenário global abre ou fecha de modo a permitir a ascensão dos países da região.

Dado seu (pequeno) peso específico na geopolítica ou na geoeconomia, a América Latina sempre foi mais "tomadora" (trendtaker) do que "fazedora" (trendmaker) de tendências. O mundo impactou mais a América Latina do que ela ao mundo.

Nesses termos, uma adaptação da famosa reflexão do filósofo espanhol Ortega y Gasset apontaria: "a América Latina é ela própria —e suas circunstâncias".

Na dimensão conjuntural, geralmente se associam tais externalidades ao volume e portanto o custo de atração da liquidez global, bem como ao preço relativo das commodities, principal item da pauta exportadora latino-americana.

Pois bem, quero aqui render uma homenagem àquele que acho o latino-americano mais importante do século 20 —o economista argentino Raúl Prebisch, que, estivesse vivo, completaria 100 anos neste 2016.

Em fins da década de 1940, Prebisch apontava que as oportunidades de crescimento para a América Latina num cenário em que o papel de economia central preponderante se consolidara nos EUA tornavam-se bastante restritas.

Já na metade do século 20 os EUA detinham não apenas o maior PIB industrial, mas também a maior economia agrícola do mundo. A propósito, àqueles que gostam de enfatizar os efeitos perniciosos ao desenvolvimento da chamada "maldição dos recursos naturais", vale a pena salientar que mesmo hoje o maior produtor global de commodities são os Estados Unidos.

Assim, não foi o fim de um ciclo apreciativo de preços globais para commodities agrícolas e minerais em que a América Latina detém vantagens comparativas o que levou ao declínio do "esquerdo-populismo" na região.

A ausência de um forte marco institucional e o déficit estratégico de diversificação econômica (ambos propícios ao capitalismo de compadrio e à corrupção) estão no cerne de tal esgotamento.

Para que a América Latina esteja efetivamente "sob nova direção" é necessário, contudo, que os movimentos de mudança de titularidade na liderança política em países como Brasil e Argentina não sejam apenas uma mera substituição de elites disfuncionais.

Nesse período de superciclo das commodities que ajudou a turbinar o esquerdo-populismo na América Latina, Prebisch seguramente reconheceria grandes janelas de oportunidade com a ascensão da China.

Esta, com seu apetite pantagruélico por commodities, acabou por conferir durante algum tempo grande vantagem nos termos de troca aos produtos oriundos da América Latina.

O curioso é que, do ponto de vista das externalidades, ao contrário dos cenários sombrios que se pintavam até pouco tempo atrás, a América Latina também pode encontrar saídas favoráveis.

E elas não precisam vir única e exclusivamente do comércio, de que é exemplo o deslocamento da curva de demanda, digamos, por alimentos, associada ao crescimento de China, Índia, Indonésia, Vietnã e outras economias de elevado crescimento no Sudeste Asiático. Há uma nova dimensão favorável à América Latina no campo dos investimentos.

O "brexit" empurrou o eixo global de risco também para a Europa, o que levou a uma melhoria comparativa das perspectivas para a América Latina, sobretudo em termos de destino de investimentos estrangeiro direto (IED).

Nesse contexto, há uma "externalidade conjuntural" favorável —a tendência à manutenção de taxas internacionais de juros baixas em razão do parco crescimento nos EUA e Europa— o que cria a atmosfera propícia a que os países latino-americanos coloquem sua casa macroeconômica em ordem.

Além disso, emerge também uma "externalidade estrutural" potencialmente benéfica, que é a dramática expansão do papel da China como fonte de financiamento da infraestrutura e origem de IEDs para os países latino-americanos.

Assim, longe de uma era de tragédias decretadas, a América Latina pode, mesmo num cenário de maior protecionismo comercial e populismo no Atlântico Norte, encontrar nichos de oportunidade para sua inserção global decorrentes sobretudo da ascensão da Ásia-Pacífico.

Ao responder apenas à conjuntura pontual, os novos governos latino-americanos merecerão apenas ostentar a faixa "sob nova direção" em termos nominais".

Se, ao contrário, aproveitarem esses novos vetores asiáticos para modernizar sua própria economia política, terão contribuído em grande medida para aumentar a importância da América Latina no mundo contemporâneo.



17 de agosto de 2016
Marcos Troyjo, Folha de SP

OS FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DO DINHEIRO



Boa resenha sobre excelente livro escrito por um brasileiro, Leonidas Zelmanovitz, editado agora em inglês: "Os fundamentos filosóficos do dinheiro". Para quem pensa que o dinheiro, assim o como o mercado, é invenção dos "capitalistas", uma boa lição. Aliás, tanto o mercado quanto o dinheiro são de "ordem espontânea", como dizia Hayek. Em miúdos: não são criação racional, projetada por alguém, mas produto da interação humana:

A editora norte-americana Lexington Books lançou recentemente o livro The Ontology and Function of Money – The Philosophical Fundamentals of Monetary Institutions, de Leonidas Zelmanovitz. O autor é brasileiro, com graduação em Direito pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFGS), em Porto Alegre, e doutorado em Economia Aplicada pela Universidade Rey Juan Carlos, em Madrid.

A obra não apenas versa sobre os fundamentos filosóficos das instituições financeiras e do dinheiro, como aborda inúmeros temas correlatos que têm atraído a atenção dos especialistas nos últimos tempos. E surge numa época em que, assolados por um cortejo de novidades ensejadas pelos avanços da tecnologia, os economistas, entre blackchains e bitcoins, a cada dia são levados a discutir mais intensamente algo tão instigante e intrigante como o fim do dinheiro. Não do dinheiro em sua acepção mais genérica, mas do dinheiro com suas funções clássicas, como hoje o conhecemos. Mais especificamente, do meio circulante fiduciário, ou seja, do papel pintado sem valor intrínseco, com legitimidade e aceitação baseadas tão somente na confiança.

O livro compõe um volume alentado, de quase 450 páginas, e trata de uma variedade considerável de questões teóricas com desdobramentos práticos, constituindo, assim, além de valioso roteiro de consulta, preciosa fonte de significativo valor instrumental. Relevante, portanto, sob inúmeros aspectos. No âmbito limitado de um simples artigo-resenha, é possível destacar apenas três deles.

O primeiro é a inegável contribuição da obra no mundo acadêmico, pois, como adiantado, ela aborda várias questões teóricas relevantes de inequívoco interesse para a formação e o treinamento das novas gerações de economistas.

Como o autor discute conceitos importantes na busca do aprimoramento da gestão pública nas esferas fiscal e monetária, o segundo ponto a ressaltar é a valia do livro como suporte teórico na formulação de políticas públicas eficazes. O que pode contribuir para melhorar as condições de inserção das economias emergentes no sistema financeiro global, que está a cada dia mais ágil e integrado.

O terceiro aspecto situa-se na esfera dos valores políticos e decorre da explicitação que o autor faz dos fundamentos filosóficos da moeda e das instituições financeiras. Como se sabe, a moeda, os negócios e os banqueiros não são invenções do capitalismo. Todavia o fato de que hoje o mundo se volta cada vez mais para a economia de mercado faz com que as idealizações do sistema financeiro, da moeda e dos negócios estejam, no imaginário popular, associadas ao modo de produção capitalista.

E em se tratando de capitalismo, o que se verifica no mundo real é que a vulgata panfletária do marxismo propaga, com eficácia, a ideia de que os empresários – em especial os banqueiros, ícones desse sistema – são a expressão maior do mal na Terra. A imagem difundida é a de que a atividade empresarial, notadamente no setor financeiro, é exclusivamente motivada pela cupidez humana. Como se todo empreendedor, por definição, fosse intrinsecamente aético e desonesto.

É inegável que existem empresários e banqueiros aéticos e desonestos. Como há, por exemplo, políticos e burocratas aéticos e desonestos. Mas daí à generalização vai uma grande distância. Ainda que a alguns soe estranho, o fato é que existe um ethos empresarial, um ethos capitalista. Negar isso é negar a própria realidade. Nesse sentido, a obra explicita à exaustão, sobretudo no campo da ética, a importância dos fundamentos filosóficos da atividade empresarial em geral e da financeira em particular.

A propósito, cabem duas menções. A primeira, a de que Adam Smith, um dos principais formuladores do liberalismo econômico, era professor de Ética em Glasgow. Na época, e para ele, a Ética e a Economia constituíam uma mesma e indissociável disciplina.

A outra menção se liga a uma das causas que levaram Max Weber a se interessar pela ética protestante e o espírito do capitalismo. Ainda jovem, ao pesquisar a atividade rural nas províncias a leste do Elba, Weber impressionou-se com a postura ética dos negociadores de produtos agrícolas. Para sua surpresa, ele constatou que os preços acertados de boca com os agricultores meses antes da colheita eram, depois, rigorosamente honrados, mesmo quando circunstâncias supervenientes, como as de ordem climática, alteravam de forma significativa o valor da produção, gerando lucro inesperado para uns e prejuízo para outros.

Compete, ainda, registrar que, dirigida principalmente aos economistas, a obra inclui algumas passagens aparentemente menos acessíveis aos não iniciados. Como, por exemplo, quando, ao projetar o futuro da moeda, indaga “(...) se pode o dinheiro tornar-se apenas uma unidade de conta sem existência material e não mais um meio de pagamento”. Ou “(...) se o dinheiro será sempre um meio de pagamento e não mais uma unidade de conta”. Ou, ainda, (...) se caminharemos para “um sistema monetário com base zero e a divisão do dinheiro em uma unidade de conta, e um ou mais meios de pagamento”.

Não obstante tais passagens menos abertas ao grande público, a obra em comento pode, ainda assim, contemplar o interesse de leitores não especializados, sobretudo os afeitos à filosofia, à História e à política.

Escrito e lançado em inglês, espera-se que o livro seja editado também em espanhol e em português. Isso porque sua maior difusão, sobretudo na América Latina (AL), viria a constituir importante ferramenta para auxílio à formulação de políticas públicas fiscais e monetárias nos países da região. Além de estender seus ensinamentos às universidades destas longitudes. (Marcos Poggi, Estadão).


17 de agosto de 2016
orlando tambosi

ODEBRECHT REVELA TER DADO R$ 500 MIL AO MARIDO DE MARTA, NO CAIXA 2 EM 2010


Márcio Toledo é acusado de ter negociado a doação ilegal








A senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) recebeu doação de R$ 500 mil via caixa dois da Odebrecht na campanha de 2010, segundo informação prestada durante processo de delação premiada de executivos da empresa. Corrigido pela inflação do período, o valor seria hoje de R$ 757 mil. Na época, Marta concorreu ao cargo pelo PT, partido que deixou em 2015 para se filiar ao PMDB, legenda pela qual disputa este ano a Prefeitura de São Paulo.
A senadora nega a acusação e diz não ter recebido doações da Odebrecht na eleição de 2010. Não constam registros de contribuição da empreiteira à campanha dela na Justiça Eleitoral naquele ano.
A informação foi prestada há cerca de duas semanas aos procuradores da República em Curitiba, que conduzem o processo de delação. A negociação com os executivos ocorre paralelamente às conversas sobre a leniência com a Odebrecht, espécie de delação para pessoas jurídicas.
DELAÇÃO PREMIADA – A citação a Marta integra um dos volumes preliminares da negociação com os procuradores. Caso o acordo de delação seja fechado, essas informações poderão ou não entrar na versão final.
Segundo depoimento prestado aos procuradores, a negociação sobre os R$ 500 mil foi feita com o empresário Márcio Toledo, hoje marido de Marta e namorado da senadora em 2010. Toledo atuou nos bastidores da coordenação daquela campanha, inclusive na articulação para buscar potenciais doadores.
É a primeira vez que Marta Suplicy aparece como suposta beneficiária de caixa dois na investigação da Lava Jato. Em junho do ano passado, o nome da senadora apareceu em laudo da Polícia Federal mostrando que sua campanha para o Senado recebeu R$ 100 mil em doações oficiais de duas empresas do lobista Julio Camargo, outro delator da Lava Jato. Essas empresas se tornaram alvo de investigação por receber dinheiro da empreiteira Camargo Corrêa sem ter prestado serviço.
APOIO A SERRA – A Folha revelou, no dia 7 de agosto, que executivos da Odebrecht afirmaram aos investigadores da Lava Jato que a campanha do hoje ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB-SP), à Presidência, em 2010, recebeu R$ 23 milhões da empreiteira via caixa dois. Corrigido pela inflação do período, o valor atualmente equivale a R$ 34,5 milhões.
Marta Suplicy se elegeu senadora em 2010 por São Paulo com 22% dos votos, atrás de Aloysio Nunes (PSDB), que teve 30%. Em abril de 2015, após ser ministra de Dilma Rousseff, ela entregou carta de desfiliação acusando o PT de limitar sua atuação. Cinco meses depois, se filiou ao PMDB com o objetivo de concorrer à prefeitura. Em pesquisa Datafolha em julho, ela apareceu em segundo lugar, com 16%.
OUTRO LADO – Procurada pela reportagem, a senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) afirmou, por meio de sua assessoria, que “não houve nenhuma doação da Odebrecht” à sua campanha nas eleições de 2010. “Os responsáveis pela arrecadação e prestação de contas foram o tesoureiro da campanha e o Comitê Financeiro Único do PT”, afirmou. “Todas as doações da campanha foram contabilizadas oficialmente e declaradas à Justiça Eleitoral”, completou.
Apontado pela empreiteira investigada na Lava Jato como intermediário da negociação para o suposto repasse, o marido dela, Márcio Toledo, declarou ser “leviana e mentirosa a afirmação de que negociei com a Odebrecht doação de recursos para a campanha de Marta Suplicy ao Senado em 2010”.
17 de agosto de 2016
Bela MegaleFolha

LUIZ FELIPE PONDÉ COMENTA "POKEMON GO"

O MITO LULA, A ERA DO FASCISMO NO BRASIL

JANAÍNA PASCHOAL FALA SOBRE MAIORIDADE PENAL EM REDE NACIONAL

JANAÍNA PASCHOAL CALA O RODA VIVA NUMA DAS MAIS DURAS CRÍTICAS AO PT

Em fala mais forte, a professora de direito penal da USP explica em detalhes como se dá o autoritarismo petista.

A entrevista não estava fácil porque, com algumas exceções, os jornalistas presentes vergonhosamente se colocavam ao lado do governo mais corrupto que o Brasil já conheceu. 

Nada disso impediu Janaína Paschoal, professora de Direito Penal na USP e autora, ao lado de Hélio Bicudo, do pedido de impeachment de Dilma, de peitá-los com respostas certeiras acerca da corrupção nos governos petistas. 

Nesse trecho de dois minutos mais abaixo, é possível acompanhar sua fala sobre o autoritarismo do Partido dos Trabalhadores. A entrevista completa você confere clicando aqui.

17 de agosto de 2016
implicante

AS 41 ESTATAIS CRIADAS PELO PT GERAM PREJUÍZO DE R$ 8 BILHÕES AO BRASIL, OU SEJA A VOCÊ

No país do Petrolão, é justo nas subsidiárias da Petrobras os maiores rombos

Enquanto estiveram na Presidência da República, Lula e Dilma Rousseff criaram 43 estatais. Destas, 41 ainda estão ativas. 
De acordo com o Instituto Teotônio Vilela, as operações das 28 estatais não financeiras acumularam prejuízos de R$ 8 bilhões ao contribuinte, ou seja, a você. Só com folha salarial, foram R$ 5,4 bilhões no período.

Duas subsidiárias da Petrobras somam sozinhas R$ 7 bilhões em prejuízo.

Agora é só fazer as contas. Afinal, os maiores esquemas de corrupção da história do Brasil atingem principalmente o comando das estatais brasileiras.


17 de agosto de 2016
implicante

DILMA DIZ QUE SE DEFENDERÁ PESSOALMENTE NO SENADO E SERÁ UM SHOW IMPERDÍVEL

Dilma mandou ligar para a jornalista da Folha e comunicou a decisão

A presidente afastada Dilma Rousseff fará pessoalmente sua defesa no julgamento do Senado. Na manhã desta quarta-feira (17), Dilma procurou a Folha para comunicar sua decisão. “Será a manifestação de uma presidente que irá ao Senado e que está sendo julgada por um processo de impeachment sem crime de responsabilidade”, disse a presidente por telefone.

Questionada se não temia atitudes agressivas por parte de alguns senadores, respondeu: “Nunca tive medo disso. Aguentei tensões bem maiores na minha vida. É um exercício de democracia”.

Dilma ficou particularmente incomodada com avaliações veiculadas na imprensa de que ela poderia não ir ao Senado por temer perguntas de seus oponentes e possíveis ataques no plenário do Senado. Essas avaliações levavam em conta o fato de sua ida prever, além de discurso, perguntas por parte de seus ulgadores.


UM SHOW – “Se eles quiserem que o Brasil veja um show do tipo de 17 de abril (data da votação do processo de impeachment na Câmara)…”, disse a presidente afastada, deixando implícita a conclusão da frase.

A coluna Painel, da Folha, publicou nesta quarta-feira que Dilma Rousseff dava sinais de que estaria disposta a fazer pessoalmente sua defesa no julgamento final do impeachment.

No PT, os incentivadores de seu comparecimento ao Senado diziam que a petista “cresce na adversidade”, lembrando que ela, quando ministra, “destruiu” o senador oposicionista José Agripino ao ser por ele confrontada em uma sessão.

Será a primeira vez que Dilma irá ao Congresso para se defender no processo que pede o seu afastamento. A data de seu comparecimento ainda não está definida.

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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Realmente, será um espetáculo imperdível, que vai bater recorde de audiência. Uma espécie de “stand up comedy”, com a comediante, digo, comedianta, interagindo com a platéia de 82 convidados especiais (Leawandowski e os 81 senadores), todos eles, também humoristas de altíssimo nível. Vai ser o maior espetáculo da Terra, de colocar no chinelo o diretor Cecil B. DeMille. (C.N.)

17 de agosto de 2016
Natuza Nery
Folha

BUMLAI REVELA QUE GASTOU R$ 37 MIL NA OBRA E A MULHER DE LULA NEM LHE AGRADECEU





Marisa mandou um segurança ligar para interromper a obra















Em depoimento na sede da Polícia Federal (PF) em São Paulo, o pecuarista José Carlos Bumlai afirmou que sua ajuda nas obras do sítio de Atibaia foi pedida por Marisa Letícia, mulher do ex-presidente Lula, e encerrada com um telefonema de Aurélio Pimentel, segurança da primeira-dama. Segundo ele, Pimentel lhe disse que dona Marisa estava irritada com a lentidão da obra e queria que os serviços fossem feitos por uma “construtora de verdade”.
Bumlai disse que o pedido para que ajudasse na obra do sítio partiu da própria Marisa e foi feito em 2010, conforme antecipou O Globo. Explicou que ela queria que as obras ficassem prontas rapidamente para que o sítio pudesse abrigar parte da mudança que o casal traria de Brasília para São Paulo, ao fim do mandato presidencial. Em relato à PF, ele disse que o serviço dos trabalhadores, que ele trouxe da Usina São Fernando, que pertence à família, não agradaram Marisa porque eles bebiam durante o trabalho e a obra não andava. Ele disse aos delegados que não foi informado sobre quem tocaria a reforma.
CANSADO E ABATIDO – O depoimento durou menos de uma hora e, ao deixar a sede da Polícia Federal em São Paulo, Bumlai se mostrou cansado e abatido. Por determinação do juiz Sérgio Moro ele deve retornar à prisão dia 23, depois de cinco meses em prisão domiciliar devido ao tratamento de um câncer na bexiga. A defesa tenta reverter a decisão, pois argumenta que ele tem colaborado com a Justiça e cumpre prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, sem qualquer incidente.
Segundo as investigações, a obra de ampliação da casa e reforma da piscina foi feita por funcionários da Odebrecht, que chegaram a trabalhar uniformizados. Também a OAS se encarregou de parte dos serviços, como a contenção da represa e a reforma da cozinha, que tinha infiltrações, instalando também móveis planejados. Em depoimento de delação premiada, o ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, também deve confirmar que fez os serviços pela amizade que tinha com o ex-presidente. Os serviços da OAS foram feitos depois que Lula havia deixado a Presidência.
SEGURANÇA FOI OUVIDO – Em março passado, o segurança Aurélio Pimentel foi ouvido pela PF na Operação Alethea. Contou que conhecia Lula desde 1989 e trabalhou como segurança pessoal nas campanhas eleitorais. Quando Lula chegou ao Planalto, ele deixou o almoxarifado da Prefeitura de Mauá, na Grande São Paulo, e foi nomeado assessor especial da Presidência da República, trabalhando diretamente no gabinete da primeira dama Marisa Letícia.
Pimentel contou, também no depoimento, que dona Marisa lhe pediu para acompanhar as obras do sítio, onde seriam guardados presentes que Lula recebeu durante os dois mandatos. Assim como Bumlai, o segurança também afirmou que soube apenas que o sítio pertencia a Fernando Bittar, amigo da família.
EM NOME DO ARQUITETO – Recibos relativos a gastos na obra do sítio foram apreendidos pela Polícia Federal do apartamento do ex-presidente Lula, em São Bernardo do Campo, num total de R$ 66 mil. Também foi apreendida a nota fiscal da compra de uma porta de madeira de correr, que foi entregue em Atibaia. Parte dos recibos estavam em nome de Igenes Irigaray Neto, o arquiteto da empresa Fernandes dos Anjos que trabalhou no sítio.
Para a Polícia Federal, Bumlai disse que acabou pagando cerca de R$ 38 mil do próprio bolso na reforma do sítio. O pagamento foi feito pela Usina São Fernando, que pertence a seus filhos, e já usava os serviços da Fernandes dos Anjos. A usina teria sido compensada com a entrega de cana de açúcar se suas fazendas.
MARISA E LULINHA – Marisa Letícia e o filho Fábio Luis, o “Lulinha”, não compareceram para depor na Polícia Federal sobre o sítio na última terça-feira. Os advogados reuniram a imprensa para explicar que ela nada mais fez do que exercer um direito garantido por lei, de não falar num inquérito onde o investigado é marido dela. A PF investiga se o ex-presidente Lula é o real proprietário do sítio, cujos donos que constam no cartório de registro de imóveis são Fernando Bittar e Jonas Leite Suassuna Filho.
O advogado Cristiano Zanin afirmou que dona Marisa já sofreu constrangimentos ilegais e foi humilhada com a divulgação, pela Lava-Jato, de escutas telefônicas que não tinham qualquer vínculo com a investigação. A ex-primeira-dama foi flagrada falando palavrão numa conversa com o filho, ao comentar sobre os protestos pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Os advogados afirmam que a manutenção do inquérito é uma arbitrariedade e que a investigação já deveria ter sido encerrada, pois Jonas Suassuna e Fernando Bittar já teriam entregue comprovantes da compra do sítio e de pagamentos da reforma, além de extratos de pedágio que provariam que eles também frequentavam a propriedade.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – Suassuna e Bittar está se complicando e podem ser incriminados como cúmplices de ocultação de patrimônio (lavagem de dinheiro). Na busca e apreensão feita no sítio, a Polícia Federal não conseguiu nenhum objeto pertencente a eles, nem mesmo um chinelo ou um calção para mergulhar na piscina, nada, nada(C.N.)
17 de agosto de 2016
Cleide Carvalho

O Globo

AS CONTRADIÇÕES DE CIRO GOMES E AS COINCIDÊNCIAS DE MORO E ZAVASCKI




Ciro foi ao Rio para apoiar o candidato Pedro Paulo, do PMDB








Quem tentar entender a eleição municipal como um plebiscito sobre o impeachment corre o risco de cair do cavalo. O alerta surgiu nesta terça-feira (16), primeiro dia de campanha pelas prefeituras.
O ex-ministro Ciro Gomes desembarcou no Rio para declarar apoio ao candidato do PMDB, Pedro Paulo Teixeira. O encontro selou a aliança de um defensor enérgico de Dilma Rousseff com um deputado que votou a favor de afastá-la da Presidência.
A eleição carioca terá três candidatos que se engajaram na defesa de Dilma: Marcelo Freixo (PSOL), Jandira Feghali (PC do B) e Alessandro Molon (Rede). Ao optar por Pedro Paulo, Ciro embaralha as cartas de quem aposta na nacionalização da disputa.
CONTRADIÇÕES – Pré-candidato ao Planalto em 2018, Ciro Gomes indica que as eleições de outubro podem ignorar as divisões em Brasília para privilegiar temas locais. “Chegamos à conclusão de que o melhor para o Rio é o Pedro Paulo, pouco importa essa contradição da política nacional”, disse o pedetista.
A contradição pode importar pouco para Ciro, mas não é pequena. Em discursos e entrevistas, o ex-ministro tem se referido a Michel Temer como “traidor” e “salafrário”, entre outros adjetivos. Ex-aliado de Dilma, Pedro Paulo é só elogios ao presidente interino. Já declarou, inclusive, que espera recebê-lo em seu palanque.
COINCIDÊNCIAS – Uma curiosa série de coincidências tem pautado o calendário dos magistrados da Lava Jato.
Em março, o juiz Sergio Moro divulgou uma conversa telefônica entre Lula e Dilma na véspera de o ex-presidente assumir a Casa Civil. O grampo tumultuou a posse, radicalizou o ambiente político e acelerou a derrubada do governo.
Nesta segunda-feira (15), o ministro Teori Zavascki autorizou a abertura de inquérito contra Lula e Dilma. O pedido estava em sua mesa desde o início de maio. Foi atendido um dia antes de a presidente afastada ler sua carta contra o impeachment.
17 de agosto de 2016
Bernardo Mello FrancoFolha

A TECNOLOGIA AUMENTOU A INTERAÇÃO ENTRE AS PESSOAS