"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

O GRANDE ATOR... INCRÍVEL QUE AINDA CONSIGA ENGANAR UM ZILHÃO DE GENTE!

Lula chora ao falar sobre Síndrome de Down do filho de Eduardo Campos


 
Por Políbio Braga
O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidenciável pelo PSB, emocionou-se muito e divulgou para a imprensa que  foi saudado pelo nascimento do bebê, recebeu flores da presidente Dilma Rousseff e uma ligação do ex-presidente Lula, durante a qual ambos choraram copiosamente. 

. É que Lula, sabidamente um homem emotivo e de moral inatacável, começou a chorar quando Eduardo Campos comentou que Miguel nasceu com Síndrome de Down. Campos disse a um amigo que foi um "telefonema generoso, longo, solidário e pessoal", provavelmente muito semelhante aos que Lula dispara para a Abin e a Polícia Federal contra o governador. Aqui

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Comentário: De fato emociona à todos  que temos sensibilidade. Parabéns, ao governador pelo maravilhoso filho Miguel. O querido bebezinho veio ao mundo envolto no manto de muito amor familiar e de seus amigos.

Pensando na emoção que nos leva a CHORAR, lembrei o que disse Willian Shakespeare:  "Choramos ao nascer porque chegamos a este imenso cenário de dementes".


 Em matéria de política moral e ética, toda contestação é inútil. Discutir racionalmente com o que está acontecendo com saúde, educação no Brasil é uma opinião de origem afetiva, e inútil.  Parece que quando mostramos os inúteis  só terá como resultado exaltá-los. Tudo parece chegou a um grau de enfraquecimento tal que a sua força inteiramente se dissipou. Qualquer imagem que mostramos não é uma obra de ficção, qualquer semelhança é mera coincidência. Parece que, as idéias sobre a multiplicação da miséria chegou ao Brasil, pois essa miséria não causa INVEJA a ninguém..MOVCC


EU CHORO!




 
 

 


01 de fevereiro de 2014
IN MOVCC

A REDENÇÃO DA BICHA MÁ (E DA TV GLOBO TAMBÉM)


 
Um espanto! Essa foi minha reação diante da reação de muita gente ao último capítulo da novela “Amor à vida” ontem, especialmente com o beijo gay entre Félix e Niko.
Antes de tecer meus comentários, porém, é preciso ressaltar que só devo ter visto uns 15 capítulos da novela toda, ainda assim pela metade e jogando sueca no iPad. Logo, não sou profundo conhecedor da causa.
Comecemos pelo óbvio: poucas vezes se viu um show de imoralidades como nessa novela. Parece que cada personagem que merecia nosso repúdio era tratado como herói. Deixo o melhor para o final. Vamos ao que me lembro.
A mãe da Valdirene, Márcia, é uma ótima pessoa, cheia de boas intenções, com um coração enorme, que só quer o melhor para a filha. E isso significa passar a novela toda insistindo para que ela desse o golpe da barriga e fisgasse um cara rico. Uma mãe e tanto! Quanto amor, quanta nobreza de caráter.
O Thales é um escritor romântico, mas que é apaixonado por uma víbora que só pensa em dinheiro e não mede esforços para obtê-lo, jogando o namorado no colo das belas ruivas ricas em busca do vil metal. Thales acaba se casando com uma delas, dois pombinhos apaixonados, e cheios de dignidade. O amor salva, sempre.
O quarteto formado por Michel, Patrícia, Sílvia e Guto passa a novela toda pensando apenas em sexo, se traindo, voltando, traindo mais um pouco, e todos mui amigos no final, dando alfinetadas maliciosas por pura brincadeira. Promiscuidade é pouco para descrever o joguinho cansativo da turma.
Rafael é um ótimo rapaz que se apaixonou por uma autista (que não se comporta como uma de forma alguma). Em vez de ser visto como um pervertido que abusa de uma incapaz, é a melhor pessoa do mundo. Advogado supostamente inteligente, não consegue trocar 5 frases direito com a namorada, mas quem liga? O amor é lindo.
Pérsio flertava com o terrorismo islâmico, mas se encanta com uma judia, e novamente o amor salva tudo. Se os pais dela ficam com o pé atrás, não aprovam o namoro ou se mostram incomodados com o passado do rapaz, isso só pode ser preconceito, claro. Ora, quem nunca quis jogar umas bombinhas nos outros porque são de religiões diferentes?
E por aí vai. Não vou me alongar, por falta de memória ou para não ficar cansativo. Adiantamos o filme até chegar na família rica e mais desestruturada da história das novelas. César é um canalha completo e Pilar, que parecia legal, planejou um atentado para matar uma rival (tudo sempre com a justificativa de que sentia muito ciúmes). Aquela casa parecia um hospício!
Félix… ah, o Félix! A bicha má caiu nas graças do público, e o autor teve de criar sua redenção. Um sujeito que nunca quis saber do próprio filho, que jogou a própria sobrinha recém-nascida em uma caçamba para morrer abandonada, que tentou matar uma pessoa pois ela havia descoberto suas falcatruas, esse mesmo Félix virou a melhor pessoa do mundo e descobriu a pureza na vida simples e pobre! Viva Rousseau!
Se até o Félix tem jeito, e não apenas de se arrepender dos pecados, mas de se tornar a mais nobre alma do planeta (ao menos da novela), então tudo sem salvação! Fernandinho Beira-Mar pode ser até o próximo papa! Marcola pode ser canonizado um dia! Lula pode ser o presidente da República! Ops…
Sei o que alguns vão dizer: é só ficção. Concordo. Mas tem um detalhe: a própria novela assim não se vê. Fosse o caso, não cederia a tanta pressão politicamente correta e não faria maçantes discursos “educativos” o tempo todo. Logo, o autor sabe do papel não-ficcional e “pedagógico” que novelas da Globo tem no Brasil, país com muitos ignorantes e analfabetos. Só que usa isso para mensagens bem questionáveis, para dizer o mínimo.
O único casal correto da novela, Bruno e Paloma, era também o mais chato de todos. E, lógico, politicamente correto: a rica empresária que assumiu o comando do hospital não liga para o lucro, e só pensa em fazer caridade (detalhe: sem lucro, o hospital não poderia sobreviver, inclusive para fazer caridades). Fica assim: se é decente, tem que ser pentelho.
Chegamos, finalmente, ao tão falado beijo gay. Sério que precisa causar tanta comoção assim? Soube que um deputado afetado deu pulinhos de alegria. Menos. Não vou negar que representa uma conquista sob o ponto de vista do movimento gay (longe de ser, então, uma conquista dos brasileiros). Mas para que tanta euforia?
Duas coisas chamam a minha atenção: a turma esquerdista do relativismo moral assiste novela da Globo! Apesar de a Rede Globo ser vista como o demônio por eles, na hora em que tasca um beijinho de gays na tela, a mesma galerinha vai ao delírio e passa a nutrir profunda paixão pela Globo “progressista”. Curioso, não? A Globo é reacionária ou avançadinha? É PIG ou JEG?
Segundo: os “tolerantes” querem impor, de qualquer jeito, suas preferências aos demais, sem tolerar de fato o que pensam ou sentem. Por que digo isso? Porque algumas pessoas podem, simplesmente, sentir aversão natural à imagem de dois homens barbados se beijando. É um direito deles.
Ninguém deve ser obrigado a achar “lindo” um beijo entre dois homens. Não são pela “diversidade”? Então que aceitem a verdadeira diversidade, inclusive com pessoas que não apreciam esteticamente um beijo entre machos. Ou não? Ou vão tirar a máscara e admitir que são autoritários, intolerantes, e querem um mundo onde todos pensem como vocês?
Dito isso, esse pessoal é tão militante que coloca essa questão como prioritária. E eis que o beijo entre Félix e Niko passa a ser a coisa mais importante do mundo, e dane-se quem era o Félix. Como liberal, que aprendeu com o discurso de Martin Luther King Jr. algumas coisas, prefiro julgar o caráter das pessoas, não a cor da pele ou a preferência sexual.
Jamais teria como herói alguém que tentou matar um bebezinho (que era sua própria sobrinha, para adicionar insulto à injúria). Qualquer pessoa razoável, creio eu, torceria para alguém assim acabar atrás das grades na vida real. Mas muito brasileiro é sentimental demais, romântico, e adora uma reviravolta incrível como a da bicha má. Confundem ter simpatia pelo personagem engraçado com precisar admirar sua pessoa.
Aliás, Félix era engraçado porque era mau, porque não ligava para os freios politicamente corretos que essa turma adora. Com aquelas suas tiradas hereges e hilárias, do tipo “será que eu toquei bumbo no Sermão da Montanha para merecer isso?”, ou “devo ter dançado pagode com a Rainha de Sabá para merecer isso”, o personagem virou a sensação no país.
Se a novela continuasse após o “fim”, como seria o “novo” Félix, agora totalmente reformado, bonzinho, perdoado até pelo “papi soberano”? Seria um chato de galochas, ora! Seria, afinal, mais um ícone perfeito do politicamente correto, que mede cada palavra para não ofender ninguém. Imagino até que se tornaria um ecochato comedor de granola e tofu orgânico, e ficaria abraçando árvores e aplaudindo o pôr do sol…
Em geral, essa é a visão que fiquei da novela de Walcyr Carrasco. A redenção da bicha má é exagerada, soa falsa, impossível e até ultrajante. Pau que  ”nasce” tão torto nunca se endireita. Mas os militantes do movimento gay não querem saber disso. Passaram a amar o Félix, só porque protagonizou um beijo gay na novela. O problema de todo coletivista é esse: coloca seu único critério de julgamento como o relevante, e tudo o mais que vá para o inferno!
PS: Mateus Solano deixou sua marca como um dos melhores atores que o Brasil já teve. Fica aqui meus parabéns por sua atuação impecável. Carregou nas costas a audiência da novela, e merece esse reconhecimento por seu talento fora de série.
01 de fevereiro de 2014
Rodrigo Constantino, Veja online

O ALEGRE ROLEZINHO DOS HIPÓCRITAS



Os brasileiros, esses crédulos, achavam que o governo popular parasitário do PT jamais alcançaria os padrões de cara de pau do chavismo. Quando o governo venezuelano explicou que estava faltando papel higiênico no país porque o povo estava comendo mais, os brasileiros pensaram: não, a esse nível de ofensa à inteligência nacional os petistas não vão chegar. Mas o Brasil subestimou a capacidade de empulhação do consórcio Lula-Dilma. E o fenômeno dos rolezinhos veio mostrar que o céu é o limite para a demagogia dos oprimidos profissionais.

A parte não anestesiada do Brasil está brincando de achar que o populismo vampiresco do PT não faz tão mal assim. E dessa forma permite que a presidente da República passe o ano inteiro convocando cadeia obrigatória de rádio e TV. Como no mais tosco chavismo, Dilma governa lendo teleprompter. Fala diretamente ao povo, recitando os contos de fadas que o Estado-Maior do marketing petista redige para ela. Propaganda populista na veia, e gratuita, sem precisar incomodar Marcos Valério nenhum para pagar a conta.

Só mesmo numa república de bananas inteiramente subjugada é possível um escárnio desses. O recurso dos pronunciamentos oficiais do chefe da nação existe para situações especiais, nas quais haja uma comunicação de Estado de alta relevância (ou urgência) a fazer. Dilma aparece na televisão até para se despedir do ano velho e saudar o ano novo – ou melhor, usa esse pretexto para desovar as verdades de laboratório de seus tutores. Mas agora, com a epidemia dos rolezinhos, o canal oficial da demagogia está ligado 24 horas.

Eles não se importam de proclamar na telinha que a economia está indo de vento em popa, com os números da inflação de 2013 estourando a previsão e gargalhando por trás da TV. Mas a carona nos rolezinhos é muito mais simples. Basta escalar meia dúzia de plantonistas da bondade para dizer que as minorias têm direito à inclusão no mundo capitalista – e correr para o abraço. Não se pode esquecer que o esquema petista vive das fábulas dos coitados. Delúbio Soares, hoje condenado e preso por corrupção, disse que o mensalão era “uma conspiração da direita contra o governo popular”.

Shoppings fechados em São Paulo e no Rio por causa dos rolezinhos são a apoteose da igualdade (na versão dos companheiros): todos igualmente privados do lazer
O rolezinho é um ato de justiça social, assim como o papel higiênico acabou porque os venezuelanos comeram muito. E a desenvoltura dos hipócritas do governo popular no caso das invasões de shoppings está blindada, porque a burguesia covarde e culpada é presa fácil para o sofisma politicamente correto. Os comerciantes dos shoppings, lesados pela queda do consumo e até por furtos dos jovens justiceiros sociais, estão falando fininho. Estão sendo aviltados por uma brutalidade em pele de cordeiro, por uma arruaça fantasiada de expressão democrática, e têm medo de fazer cumprir a lei.

A ministra dos Direitos Humanos, como sempre, apareceu como destaque no desfile da demagogia petista. Maria do Rosário defendeu os rolezinhos nos shoppings e “o direito de ir e vir dessa juventude”.

A ministra está convidada a passear num shopping onde esteja acontecendo o ir e vir de 3 mil integrantes dessa juventude. Para provar que suas convicções não são oportunismo ideológico, Maria do Rosário deverá marcar sua próxima sessão de cinema ou seu próximo lanche com a família num shopping center invadido por milhares de revolucionários do Facebook, protegidos seus. Se precisar trocar as lentes de seus óculos, Maria do Rosário está convidada a se dirigir à ótica num shopping que esteja socialmente ocupado por um rolezinho.
Se a multidão não permitir que a ministra chegue até a ótica, ou se a ótica estiver fechada por causa do risco de assalto, depredação ou pela falta de clientes, a ministra deverá voltar para casa com as lentes velhas mesmo. E feliz da vida, por não ter de enxergar seu próprio cinismo socialista.

Shoppings fechados em São Paulo e no Rio por causa dos rolezinhos são a apoteose da igualdade (na versão dos companheiros): todos igualmente privados do lazer, todos juntos impedidos de consumir cultura, bens e serviços num espaço destinado a isso. É a maravilhosa utopia do nivelamento por baixo. O jeito será importar shoppings cubanos – que vêm sem nada dentro, portanto são perfeitos para rolezinhos. 

01 de fevereiro de 2014
Guilherme Fiuza é colunista da revista "Época" e do jornal "O Globo". É formado em jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). É autor de "Meu nome não é Johnny" (Record, 2004), "3.000 dias no bunker" (Record, 2006), "Amazônia, 20º andar" (Record, 2008), “Bussunda - A vida do Casseta” (Objetiva, 2010) e "Giane — Vida, arte e luta" (Sextante, 2012)

LULA, O GRANDE ATOR


Lula, o maior ator do Brasil, prega a paz na Internet enquanto a sua turma prepara a guerra


Luiz Inácio Lula da Silva é o maior ator do Brasil, e não é de hoje que lhe reconheço essa qualidade, entre outras. E, destaco, ele vai melhorando com o tempo, conferindo sempre mais verossimilhança à sua fala. Por mais avesso que a gente seja ao PT e à sua pregação, há a tentação de considerar que Lula está sendo sincero.
O chefão do PT gravou um vídeo que foi postado em sua página no Facebook e está no Youtube. Lula fala sobre o papel da Internet na educação política. Quase não há reparos a fazer a seu texto, exceção feita à parte final, quando comenta o papel da imprensa. Ele e o PT ainda não entenderam qual é a função do jornalismo. Mas não chega a ser, nesse caso, um pecado mortal. Péssimas são as tentativas dos petistas de censurar a imprensa, mas isso não está caracterizado nesse vídeo. Vejam.
Destaco trechos de sua fala. Volto em seguida:

“Eu sou favorável a responsabilizar as pessoas que usam a Internet porque eu tenho liberdade de pegar uma estrada e fazer uma viagem com minha família, mas se eu for irresponsável, eu posso matar alguém ou posso morrer”.
“Quanto mais a gente trabalhar no sentido de falar coisas positivas, mesmo quando você critica, criticar com fundamento, e não ficar fazendo o jogo rasteiro da calúnia ou do baixo nível… Quando você calunia, você não politiza, você não ensina, você não produz um fruto”
“Eu acho que a internet é uma arvore que pode produzir frutos novos todo santo dia se a gente tiver, ao sentar na frente de um computador, interesse de que alguém aprenda algo mais nesse país ou nesse mundo”.
“Eu, sempre que puder utilizar a Internet para passar uma mensagem que seja uma coisa positiva, uma coisa verdadeira, eu utilizarei. Jamais usarei a Internet para fazer uma calúnia contra quem quer que seja”.
Retomo

O vídeo vem a público dois dias depois de o PT anunciar que vai se articular com os movimentos sociais para… pautar a Internet e, como eles dizem, enfrentar os conservadores. Notem: a concepção é autoritária desde a origem, desde o princípio. Os movimentos sociais, por definição, não deveriam ter partido, certo? O que une aquelas pessoas, até onde se sabe, não é um partido, mas uma reivindicação.
Há mais: os petistas já criaram um grupo chamado “MAV” — Mobilização de Ambientes Virtuais. Como já afirmei aqui, trata-se de uma espécie de polícia política da Internet. Essa gente fica monitorando as redes sociais para “combater” seus adversários. Também invade as páginas pessoais de algumas pessoas conhecidas para patrulhar a sua opinião, desqualificá-las no caso de alguma discordância, intimidá-las. Sei do que falo porque a área de comentários deste blog enfrenta essa forma de assédio.
Ainda não é a pior parte. Todo mundo sabe que, por meio de publicidade da administração direta e de estatais, os petistas mantêm uma rede de blogs — que acabou ficando conhecida como “blogs sujos” — que têm como tarefa principal atacar figuras da oposição e a imprensa independente, além, claro!, de defender o governo.
E onde ficam esses limites de que fala Lula? Ora… Trata-se de um espetáculo grotesco de baixarias, vigarices, mentiras. Não faz tempo, um dos blogs da turma associou a imagem do ministro Joaquim Barbosa à de um macaco. LULA, PESSOALMENTE, TENTOU JOGAR NO COLO DA OPOSIÇÃO A COCAÍNA APREENDIDA NO HELICÓPTERO de um deputado e de um senador. Imediatamente a rede suja passou a replicar a baixaria, embora a Polícia Federal tivesse descartado o envolvimento dos próprios políticos com a droga. Isso tudo está documentado.
Quando, no entanto, a gente vê e ouve Lula no vídeo, é grande a tentação de considerá-lo uma espécie de líder moral, a dizer coisas sensatas. A campanha vêm aí. E teremos, mais uma vez, a chance de ver do que são capazes.
Imprensa

Sobre a imprensa propriamente, Lula afirmou:
“Não é que eu quero que todo mundo fale bem do governo; a mensagem é que eu quero que todo mundo seja verdadeiro, seja para criticar, seja para apoiar o governo”.
“Está acontecendo muita coisa boa nesse país. Eu, às vezes, fico triste porque eu vejo televisão; começa de manhã, seis e quinze da manhã, eu estou vendo televisão, o cara já fala assalto não sei onde, morte não sei onde, batida não sei onde, eu fico pensando: ‘Será que não nasceu uma criança hoje no Brasil; será que ninguém foi bem atendido em algum lugar; será que não uma coisa boa pra gente mostrar sempre os dois lados da moeda’?”
Vamos ver

Trata-se de um apanhado de bobagens. Pra começo de conversa, existem mais instâncias de opinião que não as favoráveis e as críticas ao governo. Essa fala de Lula traduz a sua mentalidade estatizante, governo-dependente, própria de um partido que aparelhou o estado.
De resto, sempre que a imprensa tem uma “boa notícia”, esta merece o devido destaque. Lula não sabe, ou finge não saber, que a imprensa é um dos instrumentos de que dispõe a sociedade para apontar o que não vai bem, para tentar corrigir problemas, daí sua aparente inclinação para a má notícia.
Eu proponho outra questão a este senhor: que tal se a propaganda oficial do governo começar a revelar também os problemas para mostrar os dois lados? Que tal se isso fosse feito inclusive nos pronunciamentos oficiais? Assim, nesta quarta, em vez de apenas cantar as suas supostas glórias, o ministro Alexandre Padilha teria se desculpado pelos 41 mil leitos do SUS que desapareceram entre 2005 e 2012.
Reinaldo Azevedo

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Romeu Tuma Junior será o entrevistado do programa Roda Viva de 3 de fevereiro de 2014

No próximo dia 3, primeira segunda-feira de fevereiro, das 22h às 23h30, Romeu Tuma Junior estará no centro do programa Roda Viva. Delegado de polícia, chefe da Secretaria Nacional de Justiça durante o segundo mandato de Lula, Tuma escreveu, em parceria o jornalista Claudio Tognolli, Assassinato de Reputações – Um Crime de Estado. Editado pela Topbooks, o livro aquecido por denúncias de alto teor explosivo já vendeu mais de 50 mil exemplares.
Como sabe quem conhece o programa, no Roda Viva náo existem perguntas proibidas nem respostas incômodas. A entrevista será transmitida ao vivo pela TV Cultura de São Paulo.
01 de fevereiro de 2014
Augusto Nunes - Veja Online

DAVOS, HAVANA E A CAVALA EM LISBOA

                        
          Artigos - Governo do PT 
 Uma vez mais o governo petista abusa do poder e achincalha as instituições, ante a quase completa atonia cúmplice da assim chamada oposição.

A presidente Dilma Rousseff esteve há dias em Davos, na Suíça, para participar do Fórum Econômico Mundial. Ali discursou e, bem ao estilo nacional-socialista que inspira seu governo, fez da propaganda a grande peça.


Entretanto, o Financial Times afirmou em artigo que o Brasil foi o grande perdedor em Davos, pois deixou uma percepção de falta de investimentos e “não foi fácil ouvir alguma notícia positiva a respeito do País”.
Depois de vender na Suíça uma realidade fantasiosa a respeito da situação económica do Brasil, Dilma Rousseff rumou para Cuba, onde foi despejar rios de dinheiro do contribuinte brasileiro para socorrer o moribundo regime comuno-castrista.

Escala técnica

 Mas… a viagem teve uma “escala técnica” em Lisboa, não prevista, segundo a versão oficial do governo. A presidente e sua comitiva desembarcaram em Lisboa, onde passaram o sábado, dia 25 e a manhã de domingo.


Nada foi divulgado para a imprensa e o governo cercou de sigilo a ida de Dilma e de sua comitiva a Lisboa. A versão veiculada primeiramente pela ministra da Comunicação Social, Helena Chagas, e reiterada pelo Ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, de que a ida a Lisboa não estava prevista, tendo sido decidida no momento da saída de solo suíço, foi desmentida por autoridades do governo português, avisadas vários dias antes.

De modo enigmático, a passagem de Dilma em Lisboa só passou a constar da agenda oficial da Presidente, após a imprensa revelar a misteriosa escala e quando Dilma já se encontrava em pleno vôo, rumo a Havana.

Gastos particulares ou oficiais?

 Bem ao estilo de certa esquerda populista, mas de hábitos inescrupulosos, a presidente Dilma foi estadear-se, com parte de sua comitiva, no restaurante Eleven, um dos mais sofisticados de Lisboa, onde o chef Joachim Koerper (na foto) lhe serviu um peixe típico, chamado cavala. E foi em 45 quartos dos famosos hotéis Ritz e Tivoli que a Presidente e sua comitiva pernoitaram.


O pagamento das despesas, durante a “parada técnica”, permanece e permanecerá um enigma. Isso porque o governo Dilma aumentou o sigilo sobre as despesas feitas pela Secretaria de Administração da Presidência com seus cartões corporativos, que englobam as despesas da presidente, inclusive em viagens. Só em 2013, tais pagamentos somaram R$ 5,64 milhões, na sua quase totalidade sem conteúdo revelado, por razões de “segurança”.

Dilma alegou em entrevista que o restaurante em Lisboa foi pago pelos comensais, mas a hospedagem não mereceu uma explicação da mandatária. Além do que, é bom recordar, no que diz respeito ao pagamento do jantar, ministros em viagem recebem ajudas de custo de 460 dólares por dia.

Sigilo e mentiras oficiais

Em todo este episódio chamam a atenção não apenas a farra sigilosa em Lisboa, mas as inúmeras mentiras que a cercaram.

Como já afirmei, as autoridades portuguesas desmentiram a versão de que a “escala técnica” foi decidida na hora de sair da Suíça.

Por outro lado, a razão alegada para tal “escala técnica” foi a de que o Aerolula não teria autonomia de vôo para viajar de Zurique a Havana. Tal alegação foi desmentida na imprensa, com dados técnicos, mas ainda que verdadeira bastaria pouco mais de uma hora para reabastecer a aeronave presidencial.

O enigma que cercou a viagem da Presidente Dilma Rousseff a Lisboa impõe uma investigação séria e não apenas um arremedo de mobilização da chamada oposição. Uma questão se impõe: será que todo esse sigilo e as mentiras e enganos subsequentes foram apenas para permitir à Presidente comer cavala em Lisboa?

Um governo que engana e mente desta forma a seus compatriotas e eleitores merece credibilidade? E não prevarica em suas obrigações? É nisto que consiste o tão propalado espírito “democrático e republicano” de que falou a Presidente em sua entrevista ao tentar dar alguma explicação para o ocorrido?

Uma vez mais o governo petista abusa do poder e achincalha as instituições, ante a quase completa atonia cúmplice da assim chamada oposição.

Excessos sigilosos

O artigo ‘Excessos sigilosos’, de Dora Krammer, no Estado de S. Paulo (30.jan.2014), lança algumas luzes sobre o episódio. Convido-os a fazer a leitura do mesmo:


"Dizer que Dilma Rousseff não entendeu direito a essência da reação crítica à sua escala técnica de 15 horas em Lisboa para abastecer o avião que a levava da Suíça a Cuba seria menosprezar a capacidade da presidente (e de seus conselheiros) de tergiversar.


Como qualquer ser humano dotado de um mínimo de habilidade cognitiva, ela compreendeu perfeitamente do que se trata. Mas, convenientemente, preferiu dissertar de maneira professoral sobre a divisão da despesa entre os participantes do jantar no restaurante Eleven, na capital portuguesa.

“Eu escolho o restaurante que for porque eu pago a minha conta", iniciou ao seu peculiar modo autossuficiente, para continuar austera - "não há a menor condição de eu usar o cartão corporativo e misturar o que é consumo privado e público" - e encerrar em figurino exemplar: "No meu aniversário (em Moscou) eu também paguei. Tem gente que acha esquisito uma presidente dividir a conta. Acho isso extremamente democrático e republicano".

E por aí foi detalhando suas exigências na partilha dos gastos com almoços e jantares; falou sobre a autonomia de vôo da aeronave presidencial (um problema também enfrentado pelos governos do México e da Argentina, ficamos sabendo) e das escalas cogitadas até a opção por Portugal.

Como se as questões em tela fossem essas. Pagar a conta do restaurante em compromissos privados pode até não ser um hábito entre autoridades brasileiras, mas trata-se de uma obrigação. E, no caso, de um instrumento de rodeio.

As despesas de hospedagem em dois hotéis de luxo - suíte presidencial a R$ 26 mil - e transporte da comitiva ficaram fora da dissertação presidencial. Assim como ficaram e ficarão longe da vista e dos ouvidos dos cidadãos por que, por determinação da zelosa presidente, os gastos com viagens presidenciais passaram a ser incluídos entre as informações a serem mantidas em sigilo.

E é desse segredo que se cuida. A ele também se dá o nome de ausência de transparência, que fere o artigo 37 da Constituição onde estão previstos os pressupostos a serem obedecidos pelos ocupantes de cargos na administração pública.

O argumento da Presidência ao baixar a norma foi a genérica alegação de razões de segurança. É de se perguntar no que a segurança presidencial estaria ameaçada se o público soubesse o quanto está pagando pelas despesas das comitivas oficiais mundo afora.

Mas a presidente não reivindica apenas o direito de gastar sem dar satisfação. Quer, nessas viagens, aproveitar as escalas técnicas para passear e ter alguns momentos de lazer como "cidadã comum", longe dos olhos da imprensa. Vale dizer, do País.

Por esse método, desde 2012 fez seis paradas que só apareceram depois na agenda oficial. Desta vez, soube-se que estava em Lisboa porque o Estado descobriu. A Presidência justificou que a decisão havia sido tomada de última hora, no sábado, e o governo português desmentiu; fora avisado na quinta-feira.

Não há outro jeito de dizer: o governo brasileiro mentiu. E a presidente da República, cobrada, fez-se de desentendida. Não há razão para isso.

Se a chefe do governo quer momentos de folga em suas viagens internacionais, deveria dizer isso com clareza, sem usar o subterfúgio da parada técnica porque o reabastecimento do avião é algo a ser resolvido com alguma rapidez.

Não é preciso desembarcar a comitiva, transportá-la, hospedá-la, proporcionar-lhe lazer e levá-la de novo ao cumprimento da próxima etapa de trabalho. O fato de nesse meio tempo cada um pagar a sua parte na conta do restaurante, francamente, é o de menos."
 
01 de fevereiro de 2014
José Carlos Sepúlveda da Fonseca

SOBRE O COMPLEXO PENITENCIÁRIO DE PEDRINHAS, NO MARANHÃO

“O estado do Maranhão não exerce suas atribuições constitucionais”


Ao falar sobre o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão, o historiador Marco Antonio Villa, especialista do Imil, explica que cabe ao Estado Democrático de Direito criar condições para ressocializar os presidiários.
“O estado do Maranhão não exerce nenhuma das suas atribuições constitucionais, inclusive no campo da segurança pública”, diz Villa.
Segundo ele, as parcerias público-privadas são uma solução para o problema dos presídios superlotados no país.
Villa defende ainda que, nas próximas eleições, a segurança pública se torne um tema central de debate no país.

"HÁ UMA CARÊNCIA DE LIDERANÇAS COMPROMETIDAS COM REFORMAS"

 

A crise de representatividade, materializada nas manifestações de junho de 2013, promete ser um desafio para as eleições de 2014.
A falta de candidatos comprometidos com as reformas política, fiscal, da educação, da segurança e da saúde ampliam as incertezas sobre o pleito.
A imprevisibilidade das eleições foi tema de uma reportagem publicada na última edição impressa da revista “The Economist”.

Luiz Felipe D’Ávila, diretor presidente do Centro de Liderança Pública (CLP) e especialista do Instituto Millenium, confirma a ausência de líderes no cenário nacional, mas chama atenção para governantes com gestões satisfatórias em alguns estados e municípios brasileiros.

Nesta entrevista, ele defende o voto distrital como o principal ponto da reforma política. “Precisamos de candidatos que respondam diretamente aos seus eleitores”, afirma. Leia:

Instituto Millenium: Faltam líderes no Brasil? Por quê?
Luiz Felipe D’Ávila: É difícil generalizar, mas acho que há uma carência de lideranças comprometidas com as mudanças de comportamento e cultura necessárias para a aprovação das reformas estruturais. No cenário nacional, especificamente, não temos líderes políticos comprometidos com as mudanças, que exigem lidar com impopularidade e com insatisfação momentânea das pessoas. Algumas das transformações necessárias são conhecidas, caso das reformas trabalhista, previdenciária e fiscal. São questões que mexem com a estrutura de poder dos governadores, com direitos adquiridos de aposentados e trabalhadores. As lideranças atuais acabam evitando esses temas porque temem a perda de votos.

Imil: Qual é o impacto da falta de lideranças comprometidas com as reformas estruturais para a política nacional?
D’Ávila: A corrosão lenta e gradual das instituições. A médio e longo prazo isso acaba colocando em risco a própria credibilidade do sistema democrático. As pessoas começam a questionar a utilidade do Congresso, da votação etc. Então começa a haver uma ameaça no núcleo central da democracia. Portanto, é fundamental que o Brasil recupere essa agenda de reformas para, inclusive, resgatar o prestígio e a credibilidade das instituições democráticas.

Imil: Na opinião do senhor o que pode ser feito para reverter esse quadro?
D’Ávila: Primeiramente, é preciso separar a política nacional da política local. Na minha opinião, há boas lideranças governando o país nos níveis municipal e estadual. Existem prefeitos e governadores que estão promovendo mudanças importantes, especialmente aquelas que tangem a melhoria da gestão pública. Mas o ímpeto com relação às reformas não acontece no âmbito nacional porque isso implica mexer na Constituição, na divisão de poder entre estados, municípios e federação, e no sistema eleitoral. O Brasil está há duas décadas sem fazer uma reforma constitucional importante.
 
Imil: Quais são os principais pontos que precisam ser contemplados pela reforma política?
D’Ávila: O voto distrital é o principal projeto que precisa ser aprovado. Não há duvida de que a maior lacuna do sistema representativo brasileiro é a falta de transparência e de responsabilização, aquilo que os americanos e os ingleses chamam de accountability. Precisamos de candidatos que respondam diretamente aos seus eleitores e a maneira de se conseguir isso é o voto distrital, que permite ao eleitor fiscalizar e cobrar muito mais. Assim, será possível melhorar não só a qualidade da seleção dos políticos, como também a consciência do dever cívico, que é cobrar e fiscalizar o parlamentar escolhido.
Considero as outras reformas periféricas. O fim da reeleição no Brasil e da eleição de suplente para senador está no bojo da reforma política, mas são secundários. O que mudará muito a forma de elegermos os nossos representantes é a adoção do voto distrital. Se os deputados só puderem ser eleitos pelos seus distritos acabará a gincana pelos estados em busca de voto e as campanhas serão mais baratas.

Imil: Quais são as outras alternativas para reverter esta situação?
D’Ávila: O dever cívico, isto é, lutar pelas nossas liberdades de voto e de participação nos partidos políticos. Para que isso ocorra, é preciso que as legendas estejam mais abertas ao recrutamento de novos talentos. Acho que o voto distrital é o primeiro passo para a mudança. Temos lideranças jovens locais que gostariam de participar da vida política, mas que são impedidas porque não têm acesso aos recursos de campanha ou não são aprovados nas listas de candidatos dos partidos. Considero a reforma do voto distrital muito importante para resgatar o senso político e cívico no Brasil.

Imil: Como fomentar o interesse do jovem pela política?
D’Ávila: Os jovens estão se mobilizando em torno da agenda política do país, mas é difícil ingressar na política, exige um risco pessoal muito grande. Além do custo elevado da eleição, o processo de seleção dos partidos ocorre de forma confusa e pouco transparente. Há ainda toda uma judicialização da vida política brasileira. São coisas que acabam inibindo a atração de jovens talentosos.

01 de fevereiro de 2014
IMIL

"A IMPUNIDADE FAZ COM QUE A NOSSA DEMOCRACIA NÃO SE DESENVOLVA".

 

O advogado e especialista do Imil, Alexandre Coutinho Pagliarini, analisa relatório divulgado recentemente pela ONG Human Rights Watch que revela avanços e retrocessos no mundo todo em questões ligadas à segurança, impunidade e liberdade de expressão, entre outros temas.

No documento, a ONG afirma que a impunidade impede avanços do Brasil como democracia influente e cita a situação da população carcerária do país. Para Pagliarini, a impunidade gera casos como o do Complexo Penitenciário de Pedrinhas, no Maranhão.

A situação no presídio do estado nordestino, explica o advogado, é um retrato do Brasil, dominado pelas mesmas oligarquias há séculos e regido por um Poder Executivo corrupto, um Legislativo que deixa de cumprir seu papel e um Judiciário com códigos processuais ultrapassados.

Além de enfraquecer a democracia, a falta de punição devida afasta os investimentos internacionais e mancha a imagem do país no exterior. Qual a solução? Educação de qualidade em período integral. Ouça e comente

PT TUR... MARAVILHA!!! EU PAGO, TU PAGAS, ELE PAGA. NÓS PAGAMOS!

Três “escapadas” de Dilma para passear em viagens oficiais já custaram quase meio milhão de reais

Governo não divulga custo oficial das "escalas secretas" da presidente no exterior

 
vinhos 506x338 Três escapadas de Dilma para passear em viagens oficiais já custaram quase meio milhão de reais
 
Matéria da Folha de S. Paulo:
Desde que assumiu o cargo em 2011, Dilma Rousseff costuma aproveitar escalas técnicas durante os voos para passear anonimamente.
Nas paradas em outros países para abastecer a aeronave, a presidente gosta de visitar museus, apreciar obras arquitetônicas e ir a restaurantes. Em alguns casos, chegou a pernoitar em hotéis sem que a agenda oficial informasse seu paradeiro. 
Em Lisboa foi assim. O sigilo da viagem levou o Planalto a administrar um desgaste. Por trás dele, uma antiga polêmica: o alegado direito presidencial de gozar de compromissos privados longe dos olhos da imprensa, conforme assessores. 
Quem acompanha a petista relata seu cansaço com o assédio de jornalistas. Dilma, contam interlocutores, quer poder “ser gente” vez ou outra. Rotinas assim são quase impossíveis no Brasil.
(…)
Em 2012, ao voltar da Índia, Dilma aproveitou um pouso técnico na Sicília para ir almoçar com ministros. Fez o mesmo na Espanha, um pouco antes, e chegou a fazer check-in em um hotel em Granada, mas desistiu de dormir na cidade. 
Interlocutores veem as críticas ao sigilo no paradeiro da chefe como “pegação de pé” e dizem que, apesar de autoridade pública, ela tem o direito a compromissos privados. As preparações para as paradas técnicas exigem providências logísticas similares às das agendas oficiais. 
Além de solicitação de hospedagem e transporte quando a parada inclui pernoite, o Itamaraty usualmente pede ao posto no exterior orçamento para aluguel de equipamentos de informática e comunicação não só para a comitiva, como para a equipe que visita o local antes. Também há solicitações de facilidades alfandegárias, imigratórias e aeroportuárias. 
As paradas técnicas custam caro. Levantamento do Itamaraty indicou que somente as paradas de Dilma em Atenas e Granada, além dos preparativos para visita a Praga, que acabou cancelada, custaram R$ 433 mil.
01 de fevereiro de 2014 

VOI CHE ENTRATE...

O mundo televisivo em nada em atrai. Para começar, exceção feita do Globo News, não assisto televisão nacional. A TV paga tampouco atrai muito. Me resumo a filmes e mesmo assim a vida não é fácil. Se em cada cem filmes exibidos você encontra cinco ou seis que valham a pena ser vistos, dê-se por contente.

A bem da verdade, já curti a mediocridade audiovisual. Em certa época, dediquei alguns minutos na madrugada para assistir às pregações dos pastores. Mas logo cansei. Não que pretendesse ouvir suas baboseiras. O que me fascinava era ver aqueles templos imensos lotados, com quatro mil, cinco mil ou mais pessoas, sem que se veja uma só cadeira vazia, todos fanatizados por um discurso estúpido e obviamente desonesto. Gosto de ver quando a câmera foca rostos. Pessoas de boa aparência, com traços até mesmo inteligentes, hipnotizadas pela lábia precária do pastor.

É meu modo de entender melhor o mundo. Vivo em um pequeno universo rarefeito, de poucos amigos, todos cultos e inteligentes. Corro o risco de achar que o mundo é mais ou menos assim. A televisão então me mostra, sem que eu precise sair de casa, a verdadeira face dessa pobre humanidade. Os pastores, sem nenhum pudor, ensinam como preencher cheques e boletos bancários.

Os tais de pastores evangélicos, que há muito deviam estar na cadeia, controlam, isto sim, cadeias de televisão. Não administram religiões, mas caça-níqueis. Isso sem falar no exercício ilegal da medicina. Em cada emissão televisiva, os milagres superam de longe o número de milagres que Cristo realizou em toda sua vida. Ocorrem em cadeia industrial, ao ritmo de dois ou três por minuto. O pastor até parece entediar-se com a freqüência dos mesmos e descarta rapidamente o miraculado que tem nos braços para abraçar o seguinte.

Ultimamente, em função de minhas auxiliares, tenho a televisão como música de fundo. Para elas, o silêncio é tortura. Como não posso pensar em torturar quem me serve, libero a mediocridade. De qualquer forma, as notícias que tenho da televisão, eu as leio em jornal.

Desde há muito as novelas ocuparam, para o brasileiro médio – e nem tão médio assim – o lugar antes destinado à literatura. A novela mostra o personagem como ele é, coisa que no livro só se deduz. A ação, cinematográfica, é mais rápida e dispensa palavras. Melhor ainda, a novela dispensa esse terrível esforço mental, o ato de ler. Neste sentido, é até espantoso que no Brasil ainda se leiam livros.

Assim sendo, foi pelos jornais que tomei conhecimento deste fato insólito – e certamente de grande significado histórico – o beijo gay culminando o final de uma novela. Pelo que se lê, é um marco na história da cultura nacional e seria algo inevitável na evolução do gênero. Milhões de basbaques se plantaram frente à tela para ver dois barbados trançando os bigodes. Haja apreço pela vulgaridade neste país nosso.

Nada tenho contra homossexualismo, quem me acompanha sabe muito bem disso. Sempre defendi toda e qualquer opção sexual, desde que não implique violência. Assim sendo, os barbados que se beijem à vontade. O que me espanta é ver um país todo esperando pela cena.

Ainda há pouco, falando das badernas que a imprensa houve por bem chamar de rolezinhos, eu dizia não ver futuro brilhante neste país nosso. Uma boa amiga tentava me dar um pouco de esperança: “talvez com outras gerações, daqui a uns trinta anos...”

Ora, pelo andar da carroça, não vejo esperança nem daqui a um século. A ignorância, em vez de recuar, se multiplica. A Veja da semana passada, com o pretexto de uma reportagem sobre a periferia, faz uma extensa ode ao funk. Que o funk seja o hino de quatorze milhões de brasileiros, como afirma a pesquisa, isto até se entende. Em uma cultura que vive pregada à televisão, aos BBBs da vida e demais programas de auditório, não espanta. O que causa espécie é ver uma revista que se pretende séria dando um enfoque simpático à indigência nacional. Isso sem falar em rock e futebol.

Pelas circunstâncias que vivo, andei vendo trechos da programação da Globo aos domingos. Meu Deus – nestas horas viro místico! – nunca imaginei que a estupidez e a ausência de qualquer pingo de inteligência fossem tamanhas. Que esperar de uma nação que senta e baba diante de tais programas?

Comentei há pouco um filme de meus dias de juventude, Les Amants, de Louis Malle. O filme é de 1958, é obra das mais castas, mas causou repulsa no país todo, por uma cena na qual Jean-Marc Bory, no papel de Bernard, desce os lábios pelo corpo de Jeanne Moureau, a musa da época.

A cena é tão sutil que, nos dias de hoje, ninguém pensaria em sexo oral. A única sugestão do gesto nefando é a cabeça de Bory que some da tela, enquanto a mão de La Moureau faz um leve gesto, que poderia significar tanto desconforto quanto prazer. Mas o público viu bem mais longe.

A cena terminava aí. Ao ser exibido em Porto Alegre, já nos anos 60, um grupo de espectadores criou a Turma do Apito. No momento da cena, a turma apitava em protesto ao gesto abominável. Isso que a câmera não descia nem mesmo até os seios! A Turma do Apito, talvez intuindo o próprio ridículo, se manteve sempre no anonimato. Hoje, meio século depois, quando sexo oral é praticamente obrigatório em qualquer filme que trate de relações homem/mulher, é difícil conceber que haja quem espere como novidade dois marmanjos se beijando. É difícil conceber, mas eles existem aos milhões.

Que se pode esperar desta miséria humana?


01 de fevereiro de 2014
janer cristaldo