"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

O DESESPERO DOS ARGENTINOS

De um lado, cidadãos vítimas da inflação crescente fazem de tudo para se refugiar no dólar; de outro, o governo de Cristina Kirchner atropela liberdades para conter a demanda pela moeda americana


Já há alguns anos o governo de Cristina Kirchner inferniza a vida de quem deseja fazer qualquer tipo de negócio com o exterior, seja o empresário que precisa importar insumos para produzir algo, seja o cidadão que tem o desejo de conhecer outros países. Agora, nem é mais necessário que o argentino vá ao exterior para ser presa do desespero do governo argentino por conter o enfraquecimento de sua moeda: uma nova norma limita em meros US$ 50 anuais o valor máximo em compras do exterior para que um consumidor não seja escorchantemente taxado e seja considerado formalmente um importador.

A partir de agora, o argentino que desejar comprar qualquer coisa pela internet, em sites estrangeiros, passará por um calvário. Na terça-feira, a Afip (o equivalente argentino da Receita Federal) baixou uma norma exigindo que toda compra on-line seja informada ao governo por meio de declaração juramentada. Se a compra passar de US$ 25, haverá cobrança de uma tarifa de 50% sobre o valor da transação, incluído o frete (cobrar imposto não apenas sobre o produto, mas também sobre os custos de envio é um absurdo que a nossa Receita Federal também pratica, ressalte-se). No dia seguinte, a Afip complementou a regra, com o aperto final: cada argentino só poderá fazer duas compras de no máximo US$ 25 em sites estrangeiros por ano. Se passar disso, será tratado como importador e estará sujeito a ainda mais restrições.

Como se não bastasse, o correio argentino não mais entregará essas encomendas nas residências dos argentinos, que precisarão buscá-las na alfândega, apresentando a declaração juramentada feita na ocasião da compra – um processo que já era demorado antes das novas regras, e que agora ficará ainda mais complicado. A intenção é clara: sem proibir as compras pura e simplesmente, trata-se de infernizar tanto a vida do argentino que encomenda produtos do exterior até que ele acabe desistindo do processo e movimentando seu dinheiro dentro do país.

A medida se insere em um contexto no qual o governo Kirchner quer evitar ao máximo a desvalorização do peso, que só em 2014 já perdeu 10% em relação ao dólar, o refúgio habitual do argentino em época de preços em disparada – e a inflação na Argentina foi de 30% no ano passado, segundo estimativas independentes (o governo divulgou um índice de 10,9%, que ninguém mais leva a sério). No entanto, o cidadão argentino já não pode comprar dólares como investimento ou poupança desde 2012. Se deseja ir ao exterior, precisa explicar ao governo os motivos da viagem, e as autoridades, então, decidem quantos dólares o viajante pode adquirir. No mês passado, a alíquota do imposto sobre gastos com cartão de crédito ou débito no exterior subiu de 20% para 35%. Para driblar as restrições, os argentinos começaram a ir ao Uruguai para sacar moeda estrangeira lá com seus cartões. Mesmo assim, a procura por dólares é tanta que os argentinos estão dispostos a pagar, no mercado paralelo, até 70% acima da cotação oficial. É um mercado que se desenvolve não só nos becos escuros associados ao mercado negro, mas até mesmo em estabelecimentos reputados, como lojas e restaurantes – como muitos turistas brasileiros em Buenos Aires já perceberam.

Assim, para tentar consertar as consequências de anos de uma política econômica irresponsável, populista e extremamente protecionista, o governo argentino cerceia mais e mais as liberdades de seus cidadãos. Uma situação vergonhosa para um país que, no começo do século passado, era um dos mais ricos do mundo. Os argentinos que, ao presenciar os desmandos de Hugo Chávez na Venezuela, tranquilizavam-se pensando que jamais chegariam àquele ponto agora percebem seu engano (assim como os venezuelanos que imaginavam que seu país nunca se tornaria uma Cuba). Que as desventuras dos vizinhos sirvam de alerta para os brasileiros que acham impossível o Brasil seguir os passos da Argentina. Hiperinflação, protecionismo exagerado, mercados paralelos: já passamos por tudo isso, e exatamente por esse motivo é preciso proteger as bases da estabilização conquistada há 20 anos.

DILMA TEM DE RESGATAR CONFIANÇA NA POLÍTICA ECONÔMICA


 
24 de janeiro de 2014
Editorial O Globo

O 'BANDO DE NEGROS E MORENOS'

No campo, na cidade, na universidade ou no shopping, o PT não resiste à tentação de insuflar os 'oprimidos'

O pânico voltou a bater às portas do Palácio do Planalto, que dá como inevitáveis novos protestos durante a Copa. O PT já convocou o seu braço junto às massas, uma tal Central de Movimentos Populares (CMP), para monitorar o povaréu.

Os pelegos do CMP integram a Ancop, ou "Comitês Populares da Copa". Estão lá para amansar a brasileirada. As designações têm um ranço entre o jacobinismo e o sovietismo: "central", "comitês", "coletivos"... O "comissariado" fica na Secretaria-Geral da Presidência, do camarada Gilberto Carvalho. Uma nova onda de protestos poderia pôr em risco a reeleição de Dilma. Uma estrepitosa vaia durante o discurso da presidente na abertura daria o tom do resto do torneio. O Planalto, o que é uma tolice, viu nos "rolezinhos" o sinal de advertência. O PT começa a ser também vítima, não apenas beneficiário, de sua natureza. Explico.

Um pouco de memória. Em junho, os petistas apostaram que a baderna ficaria restrita a São Paulo. Em meu blog, demonstrei, inclusive com reportagens desta Folha(is.gd/X4xFOl), como operaram os feiticeiros do Planalto --com José Eduardo Cardozo chefiando o caldeirão-- para jogar os distúrbios no colo da "polícia de Alckmin". Duas semanas depois, havia pessoas com tochas na mão sapateando no teto do Congresso, e o Palácio Itamaraty estava em chamas. E Cardozo mudo, perplexo, pálido de espanto.

Já sabemos o que eram os "rolezinhos" e no que tentam transformá-los as esquerdas, inclusive os petistas. De novo, confessam, a aposta era que se limitassem a São Paulo. Carvalho mandou ver no pensamento tarja-preta: "Da mesma forma que os aeroportos lotados incomodam a classe média. Da mesma forma que, para eles, é estranho certos ambientes serem frequentados agora por essa gentalha' (...). O que não dá para entender muito é a carga do preconceito que veio forte. (...) As pessoas veem aquele bando de meninos negros e morenos e ficam meio assustadas. É o nosso preconceito".

"Nosso preconceito" uma ova! Esse é o preconceito de Carvalho, que chama "negros" e "morenos" de "bando". Então só a classe média reage à incompetência do governo na gestão aeroportuária? Pobre gosta de humilhação? Nota: a pesquisa Datafolha sobre os "rolezinhos", especialmente a opinião de "negros e morenos", desmoraliza Carvalho, seu partido, as esquerdas, a vigarice sociológica, a tolice jornalística e o colunismo fácil.

O mundo real pôs o PT sob controle, mas não mudou a sua natureza. No campo, na cidade, na universidade ou no shopping, o partido não resiste à tentação de insuflar os "oprimidos". Os "opressores" identificados pela legenda não são os premiados com Bolsa BNDES ou Bolsa Juros, mas a classe média, que a Marilena Chaui odeia e que Carvalho julga ser racista.

Enquanto a fala indecorosa do ministro circulava, uma turba fechou algumas ruas na Penha, em São Paulo, para um baile funk. A polícia, chamada pela vizinhança, acabou com a festa. Um grupo de funkeiros decidiu, então, assaltar um posto de gasolina, espancar os funcionários, depredar um hipermercado contíguo e roubar mercadorias. Na saída, um deles derramou combustível no chão e tentou riscar um fósforo. Tivesse conseguido... O "Jornal Nacional" relacionou o episódio à falta de lazer na periferia. Pobre, quando não se diverte, explode posto de gasolina, mas é essencialmente bom; a falta de um clube para o funk é que o torna um facínora. Sei. É a luta entre o Rousseau do Batidão e o Hobbes da Tropa de Choque.

Os maiores adversários do PT em 2014 não são as oposições, mas a natureza do partido e os valores que tornou influentes com seu marxismo de meia-pataca e seu coitadismo criminoso. A receita pode, sim, desandar.

 
24 de janeiro de 2014
Reinaldo Azevedo, Folha de SP

OS DOIS BRASIS

O eixo do pronunciamento que a presidente Dilma Rousseff fará nesta sexta-feira em Davos deve evidenciar visões aparentemente conflitantes do Brasil deste início de século 21. Conforme antecipou o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Marcelo Neri, a fala presidencial estará centrada numa suposta assimetria entre o que pensa a população, satisfeita com o aumento de renda e do poder de consumo, e os empresários, que seriam os pessimistas em relação aos rumos da economia.
 
O que se apresenta como um confronto de percepções pode, na verdade, ser uma abordagem simplista de como o país é visto interna e externamente. Pesquisas sobre o nível de satisfação dos brasileiros revelam que a maioria está de fato satisfeita com suas condições de vida, apesar de explicitar descontentamentos com questões básicas, como os serviços de saúde ainda precários.

Mas não há conflito entre esse otimismo e a posição crítica de quem tem o dever de vislumbrar cenários para muito além da conjuntura. A preocupação que estará presente em Davos, entre os 4 mil participantes do evento, incluindo chefes de Estado, empresários, autoridades da área econômica e analistas internacionais, converge para uma interrogação: até quando o Brasil poderá sustentar tais níveis de satisfação, se vem tendo desempenhos pífios do PIB e adia iniciativas de responsabilidade do setor público para superação de gargalos estruturais?
 
O Brasil otimista com a atual situação sabe que somente sustentará suas expectativas se dispuser de desenvolvimento sustentável e duradouro.
A presidente da República, na condição de economista, também sabe que bons níveis de consumo interno são indicadores positivos, com reflexos em produção e emprego, mas insuficientes para garantir o atendimento de todas as necessidades de médio prazo.
 
O que Davos espera do Brasil é o grande salto, não com soluções mágicas, mas atitudes seguras, de política de Estado, que promovam avanços na educação, na gestão pública austera, na redução do Custo Brasil, na melhoria da infraestrutura e na conexão entre as ações de governo e os interesses da maioria. E tudo isso depende da capacidade de quem está no poder de não conspirar contra quem corre riscos e empreende.

Para promover educação, saúde, segurança e serviços básicos, os governos dependem de investimentos e esses somente se sustentam em ambientes seguros. A presidente falará na Suíça para formadores de opinião que interferem, direta ou indiretamente, nos grandes movimentos mundiais dos investidores.
Será a esses espectadores, atentos aos rumos do país, que a senhora Dilma Rousseff irá dirigir sua mensagem. Esse público certamente não terá suas expectativas atendidas se a palestra se limitar à exaltação de otimismos internos.
O investidor, nacional e estrangeiro, espera realismo, com as condições necessárias à tomada de decisões para projetos de médio e longo prazos.
 
24 de janeiro de 2014
Editorial Zero Hora

FALÁCIAS LÓGICAS

"Ou um mais um é igual a cinco ou então um mais um é igual a onze", diz um menino para o amigo. "Mas um mais um não é igual a cinco", responde o amigo. "Então um mais um é igual a onze", retruca o outro. "Ou distribuímos renda e privilegiamos a inclusão social ou então usamos políticas ortodoxas (neoliberais?) para promover o crescimento", diz alguém do governo. "Mas políticas 'neoliberais' não promovem o crescimento", responde outro alguém do governo. "Então distribuímos renda", afirma o interlocutor ou interlocutora.

Acima, dois exemplos de uma falácia lógica, o falso dilema, aquele que vê tudo preto ou tudo branco, sem nuance alguma. O falso dilema permeia o debate brasileiro, dos rolezinhos aos juros, das motivações dos movimentos sociais ao estado da economia. O falso dilema é bíblico. Diz Mateus (12:30): "Aquele que não está comigo é contra mim e aquele que não se une a mim desagrega". O falso dilema é universal. Diz o New York Times: "O governo brasileiro não perde muito tempo pensando no crescimento como um valor em si, mas, sim, relacionando-o à distribuição de renda e, portanto, dificultando a demissão de trabalhadores de baixa produtividade e controlando o preço da gasolina para que dirigir um automóvel seja mais acessível à população" (Does Brazil have the answer?, de Joe Nocera, publicado em 20/1/2014).

Distribuir ou crescer? Crescer ou distribuir? Distribuir primeiro ou crescer primeiro? Essas questões com cheiro de mofo, mofo de quase meio século, continuam a nortear as escolhas do governo. Deixa-se de lado que para distribuir e crescer é preciso, antes, garantir a estabilidade macroeconômica.

Nos últimos três anos, vivemos de dividendos. Como uma viúva satisfeita, colhemos, ano após ano, os rendimentos de todo o esforço feito e continuado para manter a inflação em xeque. Como uma viúva perdulária, gastamos o provento. O resultado é que a inflação crepita, estala. Mexe e remexe. Solta-se aos poucos das amarras.

Distribuir ou crescer? Pouco importa. Com uma inflação ascendente e pouco previsível, não se consegue nem uma coisa nem outra. A inflação corrói a renda dos trabalhadores e daqueles que têm menos capacidade de se proteger de seus efeitos nefastos, as pessoas que ganham os salários mais baixos. A inflação prejudica o planejamento das empresas e torna tudo mais obscuro e impenetrável. Fica difícil investir sem poder imaginar para onde vão os custos, fica difícil contratar sem saber como será o faturamento. A inflação, se não for contida por políticas que se ajudem mutuamente - a restrição monetária, de um lado, e a contenção fiscal, de outro -, desfaz ganhos importantes alcançados pela população brasileira, como o aumento da mobilidade social observado nos últimos anos e tão alardeado pelo artigo do New York Times. A inflação, afinal, não é um problema nos EUA, não é ela que está na raiz da piora da desigualdade de renda entre os americanos. Por lá, a inflação ficou abaixo de 2% em 2012 e em 2013 - 2% é a meta de inflação do Fed, o banco central dos EUA.

Recentemente, o governo brasileiro parece ter se dado conta da importância do obstáculo inflacionário para os seus objetivos - da reeleição ao legado distributivo, da manutenção do poder à continuação da inclusão social. Ao Banco Central (BC) foi dado o aval para que os juros subam, uma atitude correta, bem-vinda. Contudo, falta o fiscal. Falta enquadrar a política fiscal. O BC não tem como fazer, sozinho, todo o esforço para restringir a inflação. O BC não pode ter uma parte do que faz com os juros desfeita pela leniência do governo com as contas públicas. A deterioração das contas públicas que o governo pensa ser invisível.

Imaginem uma criança precoce, com gosto pela lógica. Ela pensa: "Os átomos são invisíveis e tudo é feito de átomos, inclusive o meu corpo. Logo, meu corpo é invisível". Essa criança, infelizmente, jamais conseguirá vencer um jogo de esconde-esconde. A pobre sofre de uma ardilosa falha lógica, a falácia de composição. Tal qual o governo brasileiro com a política fiscal.

O PRIMEIRO 'CONUNDRUM' DE 2014

 

DAVOS REAL

 
 
24 de janeiro de 2014
Miriam Leitáo, O Globo

O BRASIL REINVENTOU A RODA?


 
24 de janeiro de 2014
Vinicius Torres Freire, Folha de SP

A ÚLTIMA DA REDE PETRALHA FINANCIADA POR ESTATAIS

 

Curto e rápido porque não mercê mais do que isso. A subimprensa financiada por estatais ensaiou fazer um escarcéu com a “liberação” — por Ricardo Lewandowski — do Inquérito 2474, conduzido pela Polícia Federal, sobre as fontes de financiamento do mensalão.
Por alguma razão “inexplicada” e inexplicável, venderam a coisa como a prova de que não teria havido mensalão.
 
Aí a gente vai ler o dito-cujo. Prova que o dinheiro da Visanet não era público? Claro que não — afinal, era! Prova que Marcos Valério não recebeu dinheiro do fundo Visanet e que não participava do esquema ilegal de repasses gerenciado por Delúbio? Prova justamente o contrário.
 
A rede petralha acusa Joaquim Barbosa de ter escondido o inquérito, como se isso fosse possível. Não dá! Esse assunto é velho. Se tiverem curiosidade, leiam o tal inquérito: ele só lembra outros aspectos sórdidos do mensalão dos quais a gente se esquece às vezes.
 
Ah, sim: a peça ridícula de resistência é que não pode ter havido “mensalão” porque, afinal, os pagamentos não eram mensais…
Aí já estamos no terreno da piada. Se mensal, bimestral ou semestral, pouco importa. O fato é que uma estrutura criminosa resolveu financiar a atividade de políticos da base aliada. E traficando dinheiro e interesse público. Lixo! 
 
24 de janeiro de 2014
Reinaldo Azevedo

VERDADE VERDADEIRA...

Por que será que esta imagem custa a abrir? Primeira vez que ele fala a verdade! Teria ocorrido um lapsus linguae?


Um lapsus linguae é uma locução latina de uso atual que significa “erro lingüístico ou tropeço cometido ao falar”.

Gramaticalmente, está formada com o nominativo de lapsus, -us (erro) e o  genitivo de lingua, -ae (língua).

Aí está o lapso: Ele queria dizer "fruto".
Aí está o lapso: Ele queria dizer “fruto”.
 
24 de janeiro de 2014
anhanguera
 

FIM DA LIBERDADE DE IMPRENSA NA VENEZUELA, LEVA EMPRESÁRIOS A CRIAR EMISSORA VENEZUELANA DE TV QUE TRANSMITIRÁ A PARTIR DOS EUA


Oswaldo Muñoz (esq) presidente do Grupo El Venezola TV e o empresário venezuelano Carlos Fernández, ex-presidente da Fedecámaras, a maior federação empresarial da Venezuela (Foto do site do jornal El Nuevo Herald)
A liberdade de imprensa na Venezuela que começou a ser abatida durante o governo do finado caudilho Hugo Chávez, atinge o seu ponto mais crítico sob o governo do tiranete Nicolás Maduro.
 
As televisões já estão todas dominadas pelo governo bolivariano, eufemismo  para encobrir um regime comunista do tipo cubano que avança agora contra os tradicionais jornais impressos, que são o que resta de imprensa crítica à ditadura do tiranete Nicolás Maduro.
 
Falto pouco, portanto, para que seja dado o golpe de misericórdia na liberdade de imprensa na Venezuela que, segundo o Lula afirmou há algum tempo é um país que “tem democracia até demais”.
 
Levando-se em consideração tal assertiva não será surpresa se mais adiante  o mesmo ocorra no Brasil, ainda que a grande mídia brasileira e seus jornalistas em sua quase totalidade, já tenha adotado uma espécie de “código de conduta bolivariana”, ou seja, eles mesmo, mídia e seus operadores, praticam a auto-censura ou então manipulam a informação de tal sorte que agrade ao Lula, Dilma e seus sequazes.
 
Assim, sendo, parece que o Brasil é o país que dará menos trabalho para o Foro de São Paulo, organização fundada por Lula e Fidel Castro para cubanizar todo o continente latino-americano.
 
Entretanto, na Venezuela, boa parte dos jornalistas e empresários resistem bravamente ao ataque dos bolcheviques bolivarianos e decidiram partir para ações alternativas. Inclusive o presidente da Fedecamaras, espécie de Confederação Nacional da Indústria (CNI) existente no Brasil. Nota-se, portanto, que há uma enorme diferença moral e ética entre os jornalistas e empresários brasileiros venezuelanos. 
 
Esses empresários venezuelanos decidiram montar uma televisão que funcionará por meio da internet a partir do exterior. Já estão na região da Florida, Estados Unidos, de onde lançam a El VenezolanoTV que, segundo o jornal El Nuevo Herald, já está em operação e poderá ser vista através de diferentes formados pela internet, como Apple TV, Smart TV, smartphones e tablets.
 
Um grupo de importantes jornalistas venezuelanos integra esse projeto. Infelizmente, pela natureza oportunista e sabuja dos empresários brasileiros, quando o PT der o golpe comunista final, os brasileiros terão de se contentar com as ditas “produções nacionais” dirigidas pelos “intelequituais” petistas.
 
Além, disso serão suprimidas quaisquer programações americanas e européias que serão substituídas por enlatados da televisão cubana, chinesa, norte-coreana e venezuelana. As novelas serão todos ideológicas exaltando Fidel Castro, Hugo Chávez e Nicolás Maduro. Ah!, e também o Lula, aliás “Barba”. Tanto é que o “Barba” já deixou a barba crescer de forma a lhe conferir aquele (argh!) visual “revolucionário”.
 
Ironias à parte, é o futuro do Brasil sob o comunismo petista. A resistência esboçada pelos empresários e jornalistas venezuelanos é portanto digna de nota. Mas esse é um exemplo que jamais será seguido pelo empresarios brasileiros, capitalistas de araque, mamadores dos cofres do BNDES e contumazes lambedores das partes baixas dos jagunços ideológicos do PT.
Transcrevo a seguir a parte inicial de reportagem do jornal El Nuevo Herald, de Miami (EUA), com link ao final para leitura completa no original e espanhol.
 
Leiam:
 
EN ESPAÑOL - Un grupo de empresarios venezolanos está apostando a la televisión con un equipo que incluye a algunos de los periodistas más críticos del gobierno del presidente Nicolás Maduro con los que planea transmitir a partir del jueves “información independiente” para que sea consumida dentro y fuera de la nación sudamericana.
 
El Venezolano TV saldrá al aire por Internet con programas de periodistas como Carla Angola, Pedro Luis Flores, Kico Bautista, Napoleón Bravo, Carlos Acosta, Freddy Machado y Miguel Mundo, entre otros. Se trata de fuertes críticos de las autoridades venezolanas, cuya posición ha afectado en muchos casos su permanencia en los medios locales de su país.
 
“El proyecto se origina en la necesidad que percibimos en todos los venezolanos de poder contar con un medio totalmente independiente y que no pueda ser condicionado o controlado por el régimen heredado por (el presidente) Nicolás Maduro”, expresó en una entrevista reciente con The Associated Press Oswaldo Muñoz, presidente del Grupo El Venezolano, propietario del canal. “Vamos a decir lo que allá no se puede decir porque o lo multan, o cierran el canal, o lo compran, o lo quitan”.
 
La apertura del canal – que podrá ser visto desde el jueves por la noche a través de diferentes formatos de televisión por internet como Apple TV, Smart TV, celulares inteligentes y tabletas, entre otros– tiene lugar en momentos que la prensa atraviesa una difícil situación en Venezuela.
 
En los últimos meses se han intensificado los cuestionamientos, amenazas y procesos contra los medios de comunicación de Venezuela, especialmente contra los grandes diarios, que son de los pocos medios independientes que quedan en el país. Durante la gestión de Maduro también se vendieron el canal de noticias Globovisión, que fue comprado por unos empresarios locales, y el grupo de diarios de la Cadena Capriles, que fue adquirido por la corporación inglesa Latam Media Group.
 
Algunos analistas y opositores han señalado que los compradores de esos medios estarían vinculados con el gobierno.
 
La cantidad de venezolanos en Estados Unidos se incrementó de 91,500 en 2000 a 215,000 en 2010, según el censo de 2010. La mayoría de ellos, 57%, vive en Florida, en el sudeste del país. Por lo general se trata de profesionales y empresarios de clase media o media alta que llegaron al país después de que Chávez llegó al poder a comienzos de 1999.
 
 
24 de janeiro de 2014
in aluizio amorim

A CRUZADA CONTRA RACHEL SHEHERAZADE

Poucas vezes uma mulher foi tão sistematicamente difamada em pouco tempo no país quanto Rachel Sheherazade. O medo de suas "opiniões conservadoras" revela apenas aversão à realidade.

 
rachel sheherazade 450x338 A cruzada contra Rachel Sheherazade
“Não se parte de idéias reacionárias – chega-se a elas.”
- Nicolás Gómez Dávila
 
A jornalista do SBT Rachel Sheherazade vem sofrendo uma campanha difamatória assustadora na internet. A âncora do SBT Brasil ficou conhecida por emitir comentários de cunho conservador, palavra que se tornou anátema no país – algo próximo a se afirmar que se come criancinhas.
O passo mais recente dessa campanha foi um colunista afirmar que seus colegas no SBT, sem citar nomes, sentem “vergonha” das “opiniões conservadoras” de Sheherazade.
 
O conservadorismo surge como uma filosofia política sistematizada com as reflexões de Edmund Burke diante do morticínio e terror da Revolução Francesa, que acaba degolando até os próprios revolucionários, matando em questão de poucos meses muito mais do que a Inquisição Espanhola havia matado em 4 séculos de vigília policialesca.
 
Essa filosofia ecoa as considerações políticas de Platão e Aristóteles, buscando a politéia, ou seja, uma república em que a ordem na sociedade não seja mero acordo entre criadores de leis, nem caprichos de um poderoso (tirania), de alguns cupinchas (oligarquia) ou de massas revoltosas (“democracia” – chamaríamos em linguagem moderna de “demagogia”, ou oclocracia em termos antigos mais claros - the mob rules).
 
Para isso, é calcada na prudência, no cuidado com a coisa pública (res publica), no respeito ao conhecimento da tradição, no cultivo de valores harmoniosos para o convívio, por serem mais eficazes do que leis ou planejamentos estatais. Exatamente por isso os conservadores são contra
Estados grandes – são os defensores das “privatizações” – embora seus detratores, ao invés de atacarem a liberdade do homem diante do Estado e de “reformadores sociais” que querem interferir na vida alheia (o que seria ridículo), geralmente os associem com seus maiores inimigos, os fascistas, que querem tudo dentro do Estado, tudo para o Estado, nada contra o Estado – e são os campeões de mobilização de masas revoltosas marchando por um líder e por reformismo social.
 
Catilinárias 300x204 A cruzada contra Rachel Sheherazade
 
É uma filosofia de sistematização recente – e nem sempre de acordo com a “direita” formada na Revolução Francesa e sua ânsia por privilégios do Estado – mas, como trata a tradição como conhecimento, tem raízes muito antigas. A obra República (Politéia), de Platão, é a primeira referência sobre a impossibilidade de um Estado ou sistema político perfeito, que gere harmonia através de um planejamento central e seja regido pela racionalização.
 O conhecimento libertando para o bem é lembrado pela Ética a Nicômacos e pela Política de Aristóteles. As Catilinárias, de Cícero contra Catilina, espécie de José Dirceu da época, são lembradas como discursos contrários à concentração de poder, mesmo quando não é abertamente uma tentativa de golpe. Quase um discurso contra o mensalão ou as reformas eleitorais em 62 a. C.
 
Não existe um Pentateuco ou um Das Kapital do conservadorismo (o mais próximo que chegamos disso é com O Credo do Reacionário, de Erik von Kuehnelt-Leddihn), portanto ser um conservador não é um caminho curto, como é se tornar um esquerdista ou membro de uma seita, que com alguns poucos cacoetes se conhece um linguajar que é então aplicado a qualquer aspecto da realidade. Um conservador precisa de algumas décadas de leitura até concluir a superioridade dessa teoria – e a única resposta para os esquerdistas continuarem esquerdistas é nunca ler nada sobre os conservadores.
 
Contudo, as maiores obras conservadoras prosseguem como as mais bem construídas estruturações de filosofia política já feitas. A Democracia na América de Alexis de Tocqueville, Reflexões Sobre a Revolução na França de Edmund Burke, A Rebelião das Massas, de Ortega y Gasset, Ideas Have Consequences, de Richard M. Weaver, The Conservative Mind Política da Prudência, de quem melhor compilou o conservadorismo moderno, Russell Kirk (detentor de 12 doutorados honoris causa), OrtodoxiaO Homem Eterno Hereges, de G. K. Chesterton, The Menace of the HerdLiberty or Equality, do curiosíssimo Erik von Kuehnelt-Leddihn (fugitivo da Alemanha nazista que dominava 25 línguas), A Nova Ciência da PolíticaOrdem e HistóriaHitler e os Alemães, de Eric Voegelin (um dos maiores filósofos da humanidade), O Bode Expiatório, de René Girard – todas obras praticamente irrefutáveis, que dão conta do melhor da produção intelectual de filosofia política de seus tempos.
 
Foram os supremos mestres da crítica literária, desde Samuel Coleridge e William Wordsworth até Benedetto Croce com seu seminal Seminário de Estética e T. S. Eliot e as Notas Para a Definição de Cultura - sem mencionar Lionel Trilling fazendo uma autópsia do esquerdismo com The Liberal Imagination. Foram gigantescos romancistas, de Nabokov e de Maistre a Thomas Mann e Unamuno
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São disparados os maiores economistas do mundo, com Ludwig von Mises, Böhm-Bawerk, Thomas Sowell, Friedrich Hayek, Tom Palmer, Huerta de Soto, Henry Hazlitt, Izrael Kirzner e homens capazes de prever crises em detalhes anos antes de ocorrerem, como Gerald Celente e Peter Schiff.
 
São os fugitivos das tiranias mais espúrias, sendo os principais jurados de morte dos maiores totalitarismos do mundo: o nazismo e o comunismo. Como Platão havia previsto, não há obra mais chocante sobre a tentativa de criar uma Sião terrena do que Arquipélago Gulag, de Alexandr Solzhenitsyn.
 
conservatism bill rights 300x200 A cruzada contra Rachel Sheherazade
 
Também por isso são os maiores satiristas dos planos políticos de todos os tempos – a sátira é basicamente conservadorismo em forma de piadas. Jonhatan Swift e seu terror ao “bem comum”, Samuel Johnson, Karl Krauss, Paulo Francis, o atual Matei Vișniec e os supremos H. L. Mencken, Malcolm Muggeridge e P. J. O’Rourke – e quem não ri hoje de como John Stossel e Jay Leno reduzem a pó os planos de controle estatal?
 
Claro que graças ao mesmo material também escrevem tragédias desesperançosas. Conservadorismo é o pessimismo político em estágio de descrença total. A maior distopia do século das distopias, O Zero e o Infinito (Darkness at Noon), de Arthur Koestler, é conservadorismo puro – mas há traços conservadores em Kafka (tanto em O Processo quanto Na Colonia Penal), Laranja Mecânica (Anthony Burgess), A Revolta de Atlas (Ayn Rand), O Deus da Máquina (isabel Paterson) e, claro, até nas obras de um social-democrata como George Orwell, com sua Revolução dos Bichos1984.
 
Seus políticos são conhecidos como os homens que, bem ou mal, lutaram com todas as forças contra regimes de tirania mundo afora, aumentando a liberdade e, com isso, a prosperidade de seu povo, criando riqueza onde antes não existia. O Nobel de Literatura Winston Churchill, Sebastian Piñera, Ronald Reagan, Benjamin Disraeli, Margaret Thatcher, o Nobel da Paz (e um dos raros que o honra) Lech Wałęsa, o também poeta e pensador Václav Havel, Barry Goldwater, John Adams, Conrad Adenauer, Martin Luther King pai, Álvaro Uribe, Ursula von der Leyen…
 
São obras que nunca são sequer mencionadas em Universidades, do contrário a hegemonia esquerdista desapareceria em questão de uma década. Ao invés disso, criticam “conservadores”, afirmando que conservador é quem “conserva” – como afirmou Alexandre Borges, com este nível de debate, o próximo passo na escala evolutiva será comer de garfo e faca. Todavia, sendo detentor de uma tradição que vem de Platão a Ben Shapiro, de Aristóteles a Roger Scruton, de Cícero a David Horowitz, como não morrer de orgulho de ser um conservador, ao invés de um repetidor de cacoetes sobre desigualdade através de Marx e marxistas, como faz a esquerda?
Quantos jornalistas, professores de Universidade, intelectuais, artistas, blogueiros e demais formadores de opinião conhecem um quinto desta lista? Quantos os tomam como modelo e ápice a ser desejado? No entanto, quando aparece uma única jornalista com opiniões que até simplesmente pareçam conservadoras, o medo dessa opinião dispara o alarme – e falam como se “os conservadores” estivessem em toda parte, quando quem está em toda parte são pessoas criticando os conservadores que, supostamente, estariam em toda parte. A bem da verdade, são quase inexistentes nesse continente.
Uma única opinião não-esquerdista em toda a mídia é perigosa – e deve ser eliminada. Como não pode ser confrontada de frente, inicia-se uma campanha de difamação. Ao invés de se criticar o que Rachel Sheherazade tenha dito, apenas se diz que ela é conservadora – e, portanto, motivo de vergonha. E não pára por aí.

Uma filosofia política é mais do que o seu nome

O nome dado a esta filosofia política foi escolhido entre vários possíveis, mas ficou “conservadorismo”, pela ênfase no progresso gradual, no respeito a fórmulas já testadas, a rejeição a experimentos sociais e destruição de costumes e ordenamentos que não possam ser revertidos. Poderia ser qualquer outro nome, como “moralizantismo” ou “realitismo”. Mas, desconhecendo completa e integralmente o que criticam, resta aos esquerdistas criticar “conservadores” afirmando que são pessoas que querem conservar as injustiças do mundo.
 
Segundo esta mentalidade, um “conservador”, ao subir ao poder depois de 12 ou 16 anos de PT, conservaria tudo como encontrasse, porque ele “conserva”. Não é, de forma alguma, algo inteligente, ou com noções primitivas de realidade.
 
Um estilo artístico, uma aposta no poker, o treinamento de um jogador de tênis – todas essas coisas podem ser “conservadoras”, mas nada têm a ver com o “conservadorismo”, que é uma filosofia política que apenas tomou de empréstimo este nome dentre outros possíveis. É preciso uma gramática política para discutir em níveis basiquíssimos com quem não conhece o conservadorismo.
 
Rachel Sheherazade, segundo colunista social, causa “vergonha” por suas “opiniões conservadoras” até em colegas do SBT – sem nenhum nome citado.
 
Quando criticam as “opiniões conservadoras” de Sheherazade, não apontam um único e mísero erro que Sheherazade possa ter cometido. Apenas imputam-lhe o rótulo de conservadora – e, voilà, trabalho feito de impedir que alguém preste atenção no que diz.
 
É um pensamento que confunde proposição com conclusão – um método comum à mentalidade anticapitalista. Uma proposição analítica só é verdadeira quando sua negação é contraditória em si mesma (ex.: todos os cães que latem, latem). Todavia, tomada como conclusão, não perfaz um silogismo válido – não se prova nada, apenas se garante que estamos falando uma asserção auto-declarada.
rachel sheherazade1 300x235 A cruzada contra Rachel Sheherazade
Quando isto é usado como silogismo, apenas nos fechamos num círculo: conservadores como Rachel Sheherazade não devem ser lidos porque são conservadores, e não se deve ler conservadores porque são conservadores. Não há nenhum argumento mais robusto contra conservadores do que correr atrás do próprio rabo em público assim.
 
Há campanhas para demiti-la na internet. Há petições que exigem que ela seja multada por ter opiniões discordantes da esquerda. Chegou-se ao cúmulo de uma das pessoas mais histriônicas e desconhecedoras do assunto de que trata, o pretenso “filósofo” Paulo Ghiraldeli Jr, em sua página, desejar que Rachel Sheherazade seja estuprada em 2014.
 
Ghiraldelli negou, afirmando ter sido “haqueado” (sic), muito estranhamente: o “filósofo” chamou Rachel de “Sheherazedo” na mensagem, epíteto que tentou colar na apresentadora sem sucesso (embora falar de Paulo Ghiraldelli Jr. e “sucesso” no mesmo dia seja uma auto-reductio ad absurdum), e que apenas ele (nem seus alunos) usava repetidamente há meses.
 
O movimento feminista (este marxismo que apenas troca “classe” por “gênero”), que tão preocupadamente fala sobre estupros, no máximo deu uma notinha de repúdio a Ghiraldelli – mas com as ressalvas de sempre.
Lola Aronovich, espécie de líder atual do movimento, disse que Ghiraldelli não é de esquerda, e sim um “reaça” – portanto, criticá-lo é criticar os “reaças”. Já a página do Facebook “Feminismo em rede” apenas fustigou o assoalho com o pézinho e apontou o dedo: “Paulo Ghiraldelli, você é machista!” – presumindo que elas considerem qualquer forma de conservadorismo “machismo”, devem considerar que a própria Rachel Sheherazade, casada, cristã e mãe de dois filhos, também seja “machista” – ou seja, apenas igualaram o agressor à sua vítima. Elas por elas.
 
O feminismo, como toda a mentalidade esquerdista, apenas pratica a animalização da linguagem, isto é, ao encontrar um ser humano ou um texto de suas idéias, apenas cheira as partes íntimas do interlocutor para saber se ele faz parte do seu bando ou de um bando “rival”. Se fizer parte do seu bando, será defendido, mesmo sendo injusto ou errado.
Se fizer parte do bando inimigo, faz parte de uma massa homogênea de “inimigos”, todos iguais, todos preconceituosos, imbecis, tiranos, injustos e perigosos, e merecerá toda a sorte de impropérios. O feminismo não se trata de defesa das mulheres – trata-se de defesa de feministas. Como qualquer torcida organizada de futebol.
 
CriminalizeConservatism 249x300 A cruzada contra Rachel Sheherazade
Tudo é uma estratégia para definir limites de pensamento. Esquerdistas dizem gostar de “diversidade” (a coisa mais reacionária que existe), mas não aceitem que alguém ouse discordar de um pensamento único que querem impor – o politicamente correto. É um movimento de massas coletivizadas e homogenizadas à força, de fora e de cima. Lutam por sua liberdade, desde que você seja livre para concordar com eles. Pode-se até não ser esquerdista, mas Rachel Sheherazade? Esta não pode.
 
Apenas assim podem “debater” com os maiores pensadores do mundo: atacando sua imagem, e não refutando suas idéias. Nenhum esquerdista, nem os considerados mais geniais, analisam em detalhes a obra de conservadores, ou de liberais. Apenas pegam trechos manipulados (até de vídeos no Youtube que não assistem inteiros, como os de Olavo de Carvalho) e xingam, xingam, xingam. Nunca encaram sua obra filosófica, moral ou mesmo jornalística e a debatem de frente.
“Você pode ser livre, mas nunca aproximando-se de Olavo de Carvalho / Reinaldo Azevedo / Rodrigo Constantino / Luiz Felipe Pondé / Rachel Sheherazade. Do limite da direita da extrema-esquerda não se pode passar.”
Já um conservador conhece todos os nomes da esquerda, porque é praticamente impossível desconhecê-los. Rousseau, Marx, Lenin, Stalin, Marcuse e a Escola de Frankfurt, Sartre, Gramsci, Mao, Lacan, Foucault, Chomsky, Žižek, Mészáros, Eagleton – todos são estudados e esmerilhados em detalhes nas obras de conservadores.
 
Muitos livros de conservadores são basicamente refutações a Marx e os ditames da esquerda modernosa (Voegelin, Kołakowski, Croce, Mises, Tom Palmer, Yuri Maltsev, David, Gordon, Gary North, Ralph Raico, David Osterfeld, Murray Rothbard – todos demoliram a pó seus argumentos em inúmeras obras). Isto sem falar em verdadeiras análises pontuais (e refutações) completas dos intelectuais da esquerda, como Intelectuais e a Sociedade Intellectuals and Race (Thomas Sowell), Intellectuals: From Marx and Tolstoy to Sartre and Chomsky (Paul Johnson), Thinkers of the New Left (Roger Scruton), Leftism: From de Sade and Marx to Hitler and Marcuse (Kuehnelt-Leddihn), The Anti Chomsky Reader The Black Book of the American Left (David Horowitz) e tantos outros.

Os conservadores não têm medo da verdade. Têm medo de quem quer reformá-la.

Ser conservador é evitar a solução fácil, que acha que só existem opressores e oprimidos (e que todos os bons são oprimidos, todos os que discordam dos métodos são opressores).
Qual o caminho a ser dado aos “opressores”, senão a guilhotina, a câmara de gás e o paredón? 
Qualquer conclusão contrária à sua é sempre preconceito (e, portanto, não merece ter a liberdade de ser divulgada), quem ache que qualquer descrença em seu reformismo forçado é obscurantista (logo, quer voltar à Idade das Trevas), qualquer um que tenha previsto uma conseqüência que ele não previu é traidor, golpista, elitista e tem “interesses de classe”, todos aqueles que pensam de outra forma são imbecis que não merecem ser ouvidos – ou protegidos da morte.
 
conservativeswhattheythink 437x338 A cruzada contra Rachel Sheherazade
 
Não é à toa que esquerdistas se confundem tanto com conceitos primitivos (escandalizam-se quando alguém diz que o nazismo é de esquerda), e chamam todos os discordantes de “fascista” (e também de “reacionário”, que poderíamos tomar por elogio, já que foram os maiores inimigos dos fascistas – eram jurados de vingança nos dois hinos dos totalitarismos que mataram 150 milhões de pessoas no séc. XX, a Internacional Socialista e no hino nazista, a Canção de Horst-Wessel).
 
Todavia, a esquerda defende, 100% iguaizinha aos fascistas, tudo dentro do Estado, tudo para o Estado, nada contra o Estado: economia dirigida e centralizada, aversão brutal às privatizações e ao mercado (os “burgueses”, os “judeus” de ontem). E, claro, odeiam israel com todas as forças de sua crença.
 
Quando finalmente se escapa da gaiolinha de conceitos fracos da esquerda e se começa a entender por que essas contradições se dão – e como a realidade realmente é – chega-se ao conservadorismo (não “conservando” o mundo ridiculamente injusto e não-conservador como está). É um pensamento político complexo e sem um “manual em 10 passos” – apesar d’Os 10 Princípios Conservadores, de Russell Kirk, quem melhor conseguiu compilar e resumir o conservadorismo para não iniciados. Infelizmente, uma filosofia robusta, mas fadada a sempre ser acionada, aderida e lembrada apenas quando é tarde demais.
 
E percebe-se, afinal, que não foi do dia pra noite em que alemães e russos, povos incrivelmente mais cultos do que nós, acordaram e resolveram votar em quem queria acabar com o “problema judeu” através da “solução final”, decidida à beira do lago Wansee, em 20 de janeiro de 1942 – ou praticar a “reeducação de burgueses sem consciência de classe” no Gulag soviético.
 
Não foram tiranias impostas – foram colocadas lá nos braços sorridentes do povo, marchando e enaltecendo seus “salvadores”. E tudo começou sempre culpando os mesmos, mas cada vez com um nome: o burguês, a classe média, o judeu, o comerciante, o explorador, o conservador, o obscurantista do passado, que deveria ir para a lata de lixo da História.
 
E a consciência para encontrar “inimigos”, “espiões” e “traidores” do “bem comum” por toda a parte não surge senão olhando torto para opiniões opostas. Sabe aquela Rachel Sheherazade? Ela me incomoda, me envergonha, pena que não posso demiti-la… do contrário, só teria opinião igual a minha em toda a parte.
 
24 de janeiro de 2014
 Flávio Morgenstern

SE NÃO TÊM PÃO, QUE COMAM BRIOCHES...

Manifestantes atacam van de ministros em Natal
          
Presidente da Câmara e ministro de estado têm van atacada em Natal
Inauguração da Arena das Dunas em Natal
Protesto nas imediações do Estádio Arena das Dunas, em Natal,
nesta quarta(22), durante a visita de Dilma

O presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB-RN), e o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento Industrial) levaram um susto na inauguração do estádio Arena das Dunas, em Natal.
Acompanhados de ministros, eles seguiam para o estádio quando foram surpreendidos por um grupo de manifestantes que apedrejaram, picharam e tentaram derrubar a van em que estavam. O veículo teve o vidro quebrado.

O Arena das Dunas foi o primeiro a ser inaugurado após a Copa da Confederações. O Planalto teme mais protestos nos doze estádios.

Apesar do incidente, seguranças de Dilma e do governo saíram para comemorar “sucesso” da operação. Acabaram pegos pela Lei Seca.

Flagrado na blitz, Victor Ciarlini tentou dar carteirada ao se identificar como sobrinho da governadora Rosalba (DEM-RN). Teve a CNH retida.

Petistas pressionam Dilma a substituir o chatíssimo Arlindo Chinaglia (SP) por José Guimarães (CE), na liderança do governo na Câmara.

24 de janeiro de 2014
in Diário do Poder

O BOLIVARISMO, OU A ESQUERDOPATIA ARGENTINA, "DEU COM OS BURROS N'ÁGUA"

Na Argentina, peso registra maior queda desde 2002
 
Dólar chegou a subir mais de 15% e fechou com alta de 8,54%, após intervenção do Banco Central da Argentina
Governo nega intenção de permitir disparada da moeda americana para evitar redução das reservas nacionais
 

O peso argentino sofreu ontem a maior desvalorização em um único dia desde março 2002, ano em que o país acabou com a paridade fixa entre a moeda local e o dólar.
 
A moeda americana chegou a ser comercializada a 8,30 pesos, ante os 7,14 pesos do dia anterior. Fechou o dia cotada a 7,75 pesos, segundo o Banco Central da Argentina, uma desvalorização de 8,54%.
 
Segundo analistas, o governo deixou que o peso se desvalorizasse para tentar conter a sangria das reservas internacionais da Argentina, que caíram 29,1% em 2013 e estão no nível mais baixo em sete anos: US$ 29,4 bilhões.
 
A equipe da presidente Cristina Kirchner, contudo, negou essa intenção.
 
"Não foi uma desvalorização induzida pelo Estado. A oferta de divisas é a que se expressou ontem no mercado de câmbio", afirmou o chefe de gabinete da Presidência, Jorge Capitanich, sobre a alta do dólar, que começou já anteontem.
 
Ontem, porém, o banco central argentino decidiu intervir para conter a desvalorização do peso, que chegava a superar 15%. À tarde, a entidade vendeu US$ 100 milhões, e a cotação recuou.
 
O dólar paralelo, negociado no mercado informal, fechou o dia a 13 pesos.
 
Em maio do ano passado, a presidente Cristina Kirchner negou que pretendesse promover uma desvalorização do peso. Segundo ela, quem quisesse presenciar isso teria que esperar por uma próxima gestão.
 
"Era insustentável manter o câmbio como estava. E esse problema não se resolve apenas com controles. Agora precisamos esperar para ver como os preços internos ficarão", afirma o ex-ministro da Economia Aldo Ferrer, ligado a Cristina Kirchner.
 
Para o economista, a desvalorização do peso não tem semelhanças com a ocorrida em plena crise econômica de 2002. "A Argentina agora não está endividada."
 
CONTROLES

Desde junho de 2011 a Casa Rosada tenta conter a saída de dólares do país restringindo a compra da moeda americana e a importação.
 
Os argentinos, que sempre fizeram sua poupança em dólar, com medo de crises econômicas, da desvalorização do peso e mais recentemente da inflação, ficaram proibidos de comprar a moeda americana como investimento.
 
Para adquirir dólares, é preciso estar com viagem internacional marcada e há uma quantia limitada.
 
Nesta semana, o governo restringiu a compra on-line em lojas do exterior a duas por ano, se o valor superar US$ 25. Para efetuá-las, é necessário preencher uma declaração juramentada e pagar 50% de imposto.
 
No início de dezembro, a Casa Rosada aumentou de 20% para 35% o imposto para transações financeiras de pessoas físicas no exterior e para compras de passagens e de pacotes de viagem.
 
INFLAÇÃO

O governo evita a desvalorização do peso para não aumentar ainda mais a pressão sobre os preços internos.
 
Segundo consultorias privadas, a inflação em 2013 foi de 28,1%. Para o governo, cujo instituto de estatística é acusado de manipular dados, o índice foi de 10,9%. Aumentos de tarifas de transporte público podem elevá-la para 31% ainda neste mês.
 
"Precisamos saber quais são os próximos passos do governo", diz Jorge Vasconcelos, do Ieral (Instituto de Estudos sobre a Realidade Argentina e Latino-americana).
 
Para ele, o controle da inflação com o dólar mais caro passa por mudanças nas políticas fiscal e monetária.

24 de janeiro de 2014
LÍGIA MESQUITA - FOLHA DE SÃO PAULO