"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 27 de junho de 2014

10 FRASES DA DILMA QUE ESTAMOS TENTANDO ENTENDER ATÉ AGORA...

1. Sempre que você olha uma criança, há sempre uma figura oculta, que é um cachorro atrás, o que é algo muito importante.                                          


 
Ueslei Marcelino / Reuters

2. Os bodes que são importantíssimos.

Os bodes, eu não lembro qual é o nome, mas teve um prefeito… teve o prefeito de Tejuçuoca e me disse assim: ‘eu sou o prefeito da região produtora da terra do bode’. Então, é para que o bode sobreviva que nós vamos ter de fazer também um Plano Safra que atenda os bodes que são importantíssimos e fazem parte de toda tradição produtiva de muitas das regiões dos pequenos municípios aqui do estado.
Ueslei Marcelino / Reuters

3. Uma coisa muito simples que é muito difícil.

Um grande varejista uma vez disse o seguinte, disse uma coisa muito simples e de fácil entendimento, que é muito difícil para o conjunto da população ou para muitas camadas da população, comprar à vista, mas que quando se compra a prazo, tudo fica mais viável.
Mariana Bazo / Reuters

4. Tanto backbone como backroll.

Tem uma infraestrutura muito importante para o Brasil, que é também a infraestrutura relacionada ao fato de que nosso país precisa ter um padrão de banda larga compatível com a nossa, e uma infraestrutura de banda larga, tanto backbone como backroll, compatível com a necessidade, que nós teremos para entrarmos na economia do conhecimento, de termos uma infraestrutura, porque no que se refere a outra condição, que é a educação, eu acho importantíssima a decisão do Congresso Nacional do Brasil em relação aos royalties.
Ueslei Marcelino / Reuters / Reuters

5. Eu também sou vacinada.

Queria, ao cumprimentar a Nádia Campeão, vice-prefeita do estado, fazer uma homenagem, uma homenagem, assim, pelo Dia, pela passagem do Dia Internacional e dessa semana, que a gente sempre considera a semana do Dia Internacional das Mulheres, cumprimentar a Nádia Campeão, a Lu Alckmin e a Ana Estela, a Eleonora, e junto com elas saudar todas as meninas e as professoras aqui presentes. Vocês vão ser vacinadas, não é? Vocês vão ser… todas vocês vão ser vacinadas. Então eu aproveito e vou saudar aqui o médico que geralmente me vacina, que é o secretário de saúde do estado de São Paulo, David Uip. Eu também sou vacinada.
Ueslei Marcelino / Reuters

6. Há sempre uma figura oculta.

Se hoje é o Dia das Crianças, ontem eu disse que criança… o dia da criança é dia da mãe, do pai e das professoras, mas também é o dia dos animais. Sempre que você olha uma criança, há sempre uma figura oculta, que é um cachorro atrás, o que é algo muito importante.
Denis Balibouse / Reuters

7. No Ceará ou no Pará.

Aqui no estado do Ceará. Não, no estado do Pará. Desculpa, gente. É que fui pro Ceará, tá? Ontem eu tava no Ceará. Aqui eu não falei uma coisa. Ah, não, falei sim, né?
Francois Lenoir / Reuters

8. Lembrando datas.

Todos nós aqui sabemos que cada um de nós escolhe ─ a vida faz a gente escolher ─ alguma das datas em que a gente nunca vai esquecer dessa data.
Paulo Whitaker / Reuters / Reuters

9. Definições de metrô e VLT.

Vamos dar prioridade a segregar a via de transporte. Segregar via de transportes significa o seguinte: ou você faz metrô, porque o metrô… porque o metrô, segregar é o seguinte, não pode ninguém cruzar rua, ninguém pode cruzar a rua, não pode ter sinal de trânsito, é essa a ideia do metrô. Ele vai por baixo, ou ele vai pela superfície, que é o VLT, que é um veículo leve sobre trilho. Ele vai por cima, ele para de estação em estação, não tem travessia e não tem sinal de transito, essa é a ideia do sistema de trilho.
Eliseo Fernandez / Reuters

10. Outro europeu muito importante.

Os homens não são virtuosos, ou seja, nós não podemos exigir da humanidade a virtude, porque ela não é virtuosa, mas alguns homens e algumas mulheres são, e por isso que as instituições têm que ser virtuosas. Se os homens e as mulheres são falhos, as instituições, nós temos que construí-las da melhor maneira possível, transformando… aliás isso é de um outro europeu, Montesquieu. É de um outro europeu muito importante, junto com Monet.
Ueslei Marcelino / Reuters

20. Uma das presidentes que esteve em Bauru.

Eu estou muito feliz de estar aqui em Bauru. O prefeito me disse que eu sou, entre os presidentes, nos últimos tempos, uma das presidentes, ou presidentes, que esteve aqui em Bauru.

27 de junho de 2014
in buzzfeed 

O DECRETO DO FORO DE SÃO PAULO

Notícias Faltantes - Foro de São Paulo

O decreto de Dilma Wanda pretende subverter a ordem constitucional, ao "reposicionar o Estado", para torná-lo peça da ambição maior do Foro de São Paulo: promover o socialismo-comunismo na América Latina.

O Foro de São Paulo realizou em 2013 o seu 19º encontro. A organização, naquele ano reunida na capital paulista, concentrou suas atividades em dois objetivos centrais: aprofundar as mudanças e acelerar a integração nacional. Uma síntese do que supostamente foram os resultados dos trabalhos está na "declaração final" do encontro. Um documento que fixa uma série de diretrizes para os seus membros. Uma, em especial - se relida hoje - chama a atenção:

[...] "Temos que REPOSICIONAR O ESTADO e APROFUNDAR a democracia, ASSEGURAR A HEGEMONIA e a estabilidade política para a realização das MUDANÇAS e GERAR NOVOS ESPAÇOS DE PARTICIPAÇÃO POPULAR NA GESTÃO PÚBLICA e no cumprimento dos direitos básicos da população" (Tradução livre do texto abaixo destacado) [1].
 
No tempo de sua publicação, essa diretriz parecia marcada por uma obscuridade insanável. O que seria propriamente "reposicionar o Estado" e como "gerar novos espaços de participação popular na gestão pública"? No entanto, o que antes era obscuro aparece hoje preenchido de sentido. Adquire forma e gera a expectativa de novos efeitos com um ato presidencial: o decreto 8.243 [2].
 
 
 
Publicado no Diário Oficial da União no dia 26 de Maio de 2014, o decreto de Dilma Wanda pretende instituir a Política Nacional de Participação Social (PNPS) e o Sistema Nacional de Participação Social sob o pretexto de "fortalecer" e ampliar os mecanismos de participação da "sociedade civil" na administração pública (art. 1o) e "consolidar a participação social como método de governo" (art. 4o, I). A proposta pode parecer legítima, como um grande benefício para a "sociedade civil". Contudo, "sociedade civil" é apenas uma maquiagem para disfarçar os agentes que efetivamente irão representá-la: líderes, "coletivos" e "movimentos sociais" controlados ou ligados ao partido ou ao grupo político da presidente da República, fartamente patrocinados com dinheiro público.

A inserção desses agentes nas instâncias decisórias da gestão e do estabelecimento de políticas públicas - em órgãos da administração pública direta e indireta, em agências reguladoras, conselhos, comissões, conferências, ouvidorias, mesas de diálogo, fóruns, audiências, consultas públicas - significa o aparelhamento total da administração. Fere o sistema representativo nacional, e atinge as prerrogativas do Poder Legislativo, composto pelos representantes escolhidos pela população através do voto.

Nestes termos, trata-se de fortalecer - não o poder discricionário do cidadão comum, ou da "sociedade" como um todo -, mas o projeto de poder de um grupo. O decreto de Dilma Wanda pretende subverter a ordem constitucional - "reposicionar o Estado", na expressão da diretriz supracitada - para torná-lo peça da ambição maior do Foro de São Paulo: promover o socialismo-comunismo na América Latina. É o que estabelece a declaração final do XIX Encontro:

"Temos a convicção de que, continuando o aprofundamento das mudanças e acelerando a integração regional, podemos percorrer caminhos até o SOCIALISMO em nossa América Latina e no Caribe, o que seria uma obra original de nossos povos" (Tradução livre. O destaque é meu) [3].

Dilma Wanda é apenas um títere. Não só do seu partido, protagonista do Foro de São Paulo, mas dessa mesma organização, fundada por Lula e por Fidel Castro, que no encontro do ano passado decretou em seu "plano de ação": "aprofundar as mudanças onde governamos" [4]. Quer dizer, "nós" - o Foro de São Paulo - "governamos" o Brasil. Se o decreto 8.243 aparece como amostra clara desta determinação, a mensagem que Dilma Wanda gravou para o XIX Encontro do Foro de São Paulo é um sinal nítido de submissão. Porém, mais que servilismo pessoal, é a soberania de um país curvada às ambições de um grupo, a um projeto de poder continental, ao projeto de poder socialista-comunista.

Mensagem da Presidente Dilma. Cf. Canal oficial do Foro de São Paulo no Youtube:
 
 
27 de junho de 2014
Bruno Braga

Notas:
 
[1]. XIX Encuentro del Foro de São Paulo. Declaración final [http://peppersp.com.br/forodesaopaulo/?p=3030].
Download do documento em PDF http://peppersp.com.br/forodesaopaulo/?dl_id=196].

[2]. Decreto 8.243, 23 de Maio de 2014 [http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Decreto/D8243.htm].
[3]. Cf. Nota [1].
[4]. Cf. Documento "Plan de acción aprobado en el XIX Encuentro", Objetivos principales, ítem 2 [http://peppersp.com.br/forodesaopaulo/?p=3054].

UM CANHONAÇO DO MASCATE

(...) "Não existem virgens no puteiro que é a política Tupiniquim, e vemos que muitos são putas rampeiras travestidas de imaculadas virgens partidárias da velha máxima..."Dinheirinho na mão, calcinha no chão".
Na política brasileira é cada vez mais nítida a fisiologia dando lugar a ideologia, não existem mais conservadores, republicanos, comunistas, trabalhistas, socialistas ou cristãos. Tudo virou uma imoral geléia geral onde a ideologia é se dar bem a qualquer preço, roubar o quanto puder e se possível a perpetuação no poder, afinal trabalhar é para os idiotas eleitores que ainda acreditam nas palavras ditas por qualquer político.
Acabaram as filiações partidárias por consciência política ou simpatia ideológica, hoje as pessoas se filiam a partidos que possivelmente darão maiores chances de eleição, e com ajuda do odioso recurso do quociente eleitoral vemos as mais estranhas coligações. E porque não dizer... Os mais estranhos eleitos. Ou vão querer me convencer que o EX jogador sabia o que era socialismo antes de sair candidato? Foi pro partido que aceitou e percebeu que ele puxaria votos para levar mais alguém. (...)"
 
27 de junho de 2014
in O mascate
(post "Um canalha é apenas um canalha")

JÁ DISSE COISAS PIORES, POR QUE NÃO ACREDITAR EM MAIS UMA?

Achado na internet ...

Lula diz que Japão ainda estaria na Copa caso não pensasse só em saúde e educação       

Imagem

O ex-presidente Lula voltou a defecar pela boca na manhã de hoje, ao avaliar o desempenho da seleção japonesa na Copa do Mundo:
 
“o Japão é um país de primeiro mundo. Mas não ganhou um jogo sequer na Copa do Mundo. Primeiro perdeu da Costa do Marfim, depois empatou com a Grécia e, por fim, levou uma goleada da Colômbia. O problema do Japão é que eles só pensam em educação e saúde. Se investissem também em futebol ainda estariam na copa”.
 
Lula ainda declarou que
 
“O Japão poderia ter evitado uma vergonha dessas. Ser desclassificado na primeira fase foi demais para um país que deu ao mundo o Picachú e o Jaspion”.
 
O imperador japonês, Nahurito, declarou que por causa das declarações de Lula, cogita vender algumas escolas e hospitais para a Fifa e incentivar times de futebol no país.
Os dirigente da Fifa elogiaram as declarações de Lula.
 
27 de junho de 2014
in blog do Joselito Muller

LISTA VERMELHA

 

A Interpol é a maior organização policial do planeta. Conta com 190 países-membros. A rapidez com que as gentes se deslocam atualmente torna o papel da polícia internacional cada dia mais importante.
 
Mas para que um jogo seja bem jogado, é preciso que todos os participantes aceitem ― e cumpram ― as regras estabelecidas. Se ajoelhou, tem de rezar. Mas nem todos são devotos, como se verá a seguir.
 
O senhor Désiré Delano Bouterse, personagem de reputação sulfurosa mais conhecido como Desi Bouterse(*), é o atual mandachuva do Suriname (antiga Guiana Holandesa, país vizinho ao nosso). O mandarim aparece na lista vermelha de notificações da Interpol entre outros dez mil criminosos procurados.
 
Itaquera, 12 jun° 2014  -  Tribuna de honra Foto: Eduardo Knapp, FolhaPress
                                             Itaquera, 12 jun° 2014 – Tribuna de honra
                                                      Foto: Eduardo Knapp, FolhaPress
 
Seu crime? Tráfico de droga. Coisa da pesada: uma tonelada e meia de cocaína despachadas para a Holanda e para a Bélgica. Foi condenado à revelia pela Justiça holandesa faz alguns anos.
 
O homem não é nenhum principiante em caminhos tortuosos. Controla seu país com pulso firme, braço forte, dinheiro a rodo e o indispensável apoio das forças armadas.
Frequenta as manchetes desde os anos 80. Já esteve à frente de dois golpes de Estado para tomar as rédeas do país. Presume-se que seja também assassino, embora ainda não tenha sido julgado por esse tipo de crime.
 
Para esse senhor, o tráfico internacional de droga parece ser negócio de família. Pelo mesmo crime, seu filho foi preso no ano passado no Panamá e extraditado para os EUA. Resultado disso tudo: o senhor Bouterse está obrigado a viver enclausurado em seu pequeno e pobre país, certo?
 
Não, distinto leitor, não é bem assim. Pessoas influentes que apareçam na lista vermelha da Interpol podem até viajar ao exterior, desde que as autoridades do país de destino garantam que não vão prendê-lo.
 
Quanto a outros países, não saberia dizer. Mas nosso Brasil, pisando as regras de convivência civilizada entre nações, passa por cima dessas ninharias e acolhe o medalhão procurado pela polícia. Não só acolhe, como lhe reserva um lugar na tribuna de honra ao lado da presidente da República.
 
Itaquerão, 12 jun° 2014  -  Tribuna de honra Desi Bouterse, mandarim do Suriname
                                                              Itaquerão, 12 jun° 2014              
                               Na tribuna de honra, Desi Bouterse, mandarim do Suriname
 
Na foto acima, tirada quando do jogo de abertura da «Copa das copas», podem-se identificar personalidades cuja presença se justifica: a presidente e o vice-presidente do Brasil, o presidente do Equador, a presidente do Chile, o presidente do Senado Federal, o presidente da Fifa e o da União Europeia de Futebol, o Secretário-Geral da ONU.
Gente graúda, de quem se pode gostar ou não, mas que, ao que se saiba, não aparece em lista oficial de bandidos procurados.
 
No meio de toda essa gente boa, está o senhor Desi Bouterse. Se veio, é porque lhe garantiram que não seria incomodado durante sua estada em terra tupiniquim.
 
Já se sabe que nosso governo costuma lançar olhar benévolo a criminosos. Arriscar-se, contudo, a permitir que um procurado pela Interpol frequente a tribuna VIP, tome assento a dois metros da presidente da República e seja visto por bilhões de espectadores é temeridade.
 
Se entendi bem, a «Copa das copas» tinha sido organizada para mostrar ao mundo as grandezas do Brasil, não suas baixezas.
 
27 de junho de 2014
José Horta Manzano
(*) Pronunciado à holandesa, o nome fica assim: Báuterse.

ALCKMIN E A POLÍTICA DO SÓ PENSO EM MIM!


 
A poucos dias da convenção que definirá a chapa do governador Geraldo Alckmin (PSDB) à reeleição, o tucano recebeu seu antecessor no cargo, José Serra (PSDB), no Palácio dos Bandeirantes, para discutir quem terá a indicação do partido para a vaga ao Senado. A conversa entre os dois tucanos na noite desta quinta-feira (26) foi inconclusiva.

Em uma jogada para tentar trazer o apoio do PSD à sua reeleição, Alckmin fez um convite formal na última quarta-feira (25) para o ex-prefeito da capital paulista Gilberto Kassab (PSD) ser o candidato de sua chapa ao Senado.

Serra, no entanto, manifesta publicamente interesse no cargo desde maio. O ex-governador teria reafirmado sua disposição em concorrer ao Senado. Ele disse ainda que tentaria intermediar um acordo que mantivesse Kassab dentro do arco de aliados de Alckmin, mesmo sem que o PSD tenha a vaga do Senado.

Alckmin prefere Kassab a Serra no posto porque a aliança com o PSD somaria cerca de 1min30 em sua propaganda eleitoral na TV. A posição do governador contra a candidatura de Serra tem sido duramente criticada no PSDB, inclusive pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com quem teve uma conversa ríspida na noite de quarta-feira (25).

A candidatura de Serra ao Senado é defendida pelo senador Aécio Neves, candidato dos tucanos à Presidência. Se Alckmin der a vaga a Kassab, ele terá em sua chapa um vice do PSB, sigla de Eduardo Campos, adversário de Aécio ao Planalto, e, no Senado, o PSD, que apóia a presidente Dilma Rousseff (PT) no plano nacional.
 
 
27 de junho de 2014
in coroneLeaks

HOJE DILMA NÃO VAI TRABALHAR. ESTÁ USANDO A MÁQUINA PÚBLICA PARA IR ÀS CONVENÇÕES DO PT NA BAHIA E DO PCdoB EM BRASÍLIA


 
 
Os jornais hoje são só má notícias na área econômica. O índice de confiança do comércio desabou. A arrecadação de impostos caiu quase 6% em relação a maio do ano passado. O Banco Central baixou a perspectiva de crescimento do PIB para míseros 1,6%.
 
Conselheiros da Petrobras querem ir à Justiça contestando decisões de Dilma contra os acionistas minoritários. Nada disso importa quando o único objetivo é a reeleição. Está na agenda presidencial que Dilma decolou às 08h00 para Salvador, Bahia.
 
Às 10h00 começou a convenção estadual do PT. E lá está. Às 14h00 ela chega e já vai direto para a Convenção do PCdoB, que será realizada às 16h00. Toda a agenda às expensas do Tesouro Nacional, em flagrante crime eleitoral. Depois da intensa agenda, fim de expediente. E o Brasil que se exploda. 
 
27 de junho de 2014
in coroneLeaks

DILMA E SUAREZ, TUDO A VER


 
Não vieram os empregos. Não vieram as obras de mobilidade urbana. Não vieram os aeroportos. Não vieram os dólares. Não vieram os pontos percentuais no PIB. Ao contrário: os indicadores econômicos despencam em pleno mês da Copa das Copas. O que salva a Copa é o espetáculo esportivo e a grande festa feita nas ruas cheias de "nóias", putas e trombadinhas. E muita polícia. O legado é fugaz. A mordida da Dilma não, ela é inesquecível: R$ 30 bilhões, obras superfaturadas e um amontoado de mentiras contadas e recontadas pela propaganda oficial.  

É, sem dúvida alguma, uma Copa do Mundo sem legado. Os números foram, como tudo no governo do PT, superfaturados. Basta olhar a pesquisa que embasou todo o projeto e toda a propaganda oficial, feita pela Ernst Young e pela FGV. Cliquem aqui. Nada do que está escrito aconteceu conforme o previsto. As duas empresas deveriam ser banidas do ramo de consultoria e seus profissionais perderem os diplomas dos caros MBAs.

A Copa no Brasil encerrou a primeira fase de grupos e, embora só termine na metade de julho, já é considerada pela revista "The Economist" como um evento esportivo de sucesso. Crítica frequente do governo brasileiro, a revista destacou em matéria publicada na edição impressa que, apesar de problemas fora dos campos — como as obras de mobilidade que não foram concluídas ou o baixo impacto positivo na economia —, os defensores do torneio não têm do que se queixar.

A "The Economist" destaca que dentro dos campos não se via tantos gols desde 1958, na fase de grupos. Fora, apesar da queda da produtividade que pode causar um impacto de R$ 30 bilhões, parte dos problemas que eram esperados durante o mundial não ocorreu. A revista destaca, por exemplo, que o movimento nos aeroportos é normal e que os torcedores conseguem chegar aos jogos sem grandes entraves. Mesmo a deficiência parcial na infraestrutura de transporte parece ser compensada pelo clima de festa — melhor que na copa anterior, na África do Sul, segundo um torcedor. Os protestos agendados para o período dos jogos também são lembrados como bem menores do que o previsto.

Apesar do sucesso esportivo do torneio, a The Economist destaca que os governos locais devem capitalizar mais o bom humor da população do que a presidente Dilma Rousseff, ressaltando o desempenho desfavorável da chefe do Executivo nas últimas pesquisas de intenção de voto. O povo sabe que foi mordido pela Dilma e que a punição deve ser severa: o banimento da política. Com direito a um solene e bem humorado Dilma, VTNC! na final do Maracanã. 
 
27 de junho de 2014
in coroneLeaks

BANDIDOS MANDAM NOS PRESÍDIOS TENDO POR CÚMPLICES A LEI E A COVARDIA DAS AUTORIDADES

Artigos - Governo do PT

Equivocada exoneração do secretário de Administração Penitenciária de Goiás — por conta de reportagem do “Fantástico” — é uma das muitas ações do Executivo, do Judiciário e do Ministério Público que só reforçam o poder dos bandidos.
Ninguém de relevância política neste País tem coragem de enfrentar a legislação pró-bandido ditada pelas universidades, sob a inspiração de Michel Foucault. E a imprensa é cúmplice das universidades na defesa dos direitos humanos de criminosos em detrimento da segurança da população.

 
O “Fantástico”, da Rede Globo, mostrou que duas grandes penitenciárias do Brasil — a de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, e a de Aparecida de Goiânia, em Goiás — são comandadas pelos próprios presos. De dentro das cadeias, os chefões do crime encomendam roubos de veículos, que acompanham em tempo real pelos celulares de última geração, e extorquem dinheiro das famílias de outros presos, em quantias que podem chegar a R$ 500. Além disso, promovem churrascos com mais de mil espetinhos e bacanais com prostitutas todo final de semana. Em conversas telefônicas, um preso disse: “Mulher não falta. É todo domingo”. Outro arrematou: “Carne aqui é mato”.
 
E a reportagem ainda mostrou celas com geladeiras duplex abarrotadas de comida, TV de tela plana, ventiladores e liquidificadores, entre outros eletrodomésticos.
Veiculada no domingo, 15 de junho, a reportagem do “Fantástico“ derrubou o titular da Secretaria de Administração Penitenciária e Justiça do Estado de Goiás, Edemundo Dias. Oficialmente, o secretário pediu demissão, mas extraoficialmente se sabe que foi exonerado pelo governador Marconi Perillo (PSDB). Lamentável efeito de uma reportagem que parece ter sido editada pela dupla Marcola & Beira-Mar, os respectivos chefes do PCC e do Comando Vermelho, que comandam os presídios e as favelas no País.
 
Levando em conta que a reportagem denunciou as regalias dos bandidos dentro das penitenciárias, parece absurdo o que estou dizendo. Mas vou provar, ao longo deste artigo, que esse tipo de reportagem — como praticamente tudo o que a imprensa mostra sobre presídios — mais ajuda do que atrapalha os criminosos.
Adianto que jamais vejo o “Fantástico” ou qualquer outro programa jornalístico de televisão. A oligofrenia reinante no noticiário de TV embrutece o espírito e me dá nos nervos. Acompanho o que sai na TV pela repercussão na imprensa escrita e, quando o caso merece exame, vou atrás dos vídeos por meio da internet.
 
Foi o caso da reportagem do “Fantástico” sobre os presídios de Goiás e do Rio Grande do Sul, que só vi após a repercussão no jornalismo impresso. O que chama a atenção de imediato é a diferença de tratamento da reportagem em relação às autoridades prisionais do governo tucano de Goiás, as autoridades prisionais do governo petista do Rio Grande do Sul e as autoridades judiciárias de ambos os Estados. As autoridades prisionais goianas foram acuadas, sem piedade, pela reportagem do “Fantástico”, que, todavia, não demonstrou o mesmo senso crítico, investigativo, em relação às autoridades prisionais gaúchas e, sobretudo, em relação ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, tratados com uma deferência que depõe contra o jornalismo.

Presídio não pode ser feira livre
 
jm
Edemundo Dias, secretário exonerado em Goiás: humilhado pela reportagem
do programa “Fantástico”. Foto: Fernando Leite/Jornal Opção
 
Na cinematografia e, por consequência, no telejornalismo, a câmara não é apenas um mecanismo que capta movimento e som — é, sobretudo, o olhar subjetivo do cinegrafista e do seu editor, capaz de qualificar a imagem que está sendo filmada, dependendo do ângulo em que isso é feito. A angulação da câmara é uma forma de adjetivar a cena, sendo suficiente para enaltecer ou vilipendiar uma pessoa que está sendo entrevistada mesmo que ela não faça nada de errado. O secretário de Admi­nis­tração Penitenciária de Goiás, Edemundo Dias, foi humilhado pela reportagem do “Fantástico”, que o filmou em plano alto, isto é, a câmara o focalizou de cima para baixo, de modo inquisitorial, apequenando sua imagem, acuando-o atrás da mesa, colocando-o na defensiva, numa situação de óbvia inferioridade diante dos repórteres. Essa edição de imagem, sem dúvida, pesou muito mais do que o teor das respostas do secretário goiano, que, de modo algum, se saiu pior do que os demais entrevistados — pelo contrário, eu diria que se saiu até melhor.
 
Já a conduta da reportagem do “Fantástico” diante do secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Airton Michels, foi completamente distinta. Ele aparece sentado com as pernas cruzadas e as mãos no respaldar de sua confortável poltrona, enquanto a câmara o focaliza de baixo para cima, realçando seu rosto decidido, levemente inclinado para trás, numa postura de superioridade diante do interlocutor. Mas as respostas do altivo Airton Michels, com seu tom professoral, seus olhos claros e a barba de intelectual trotskista, não foram melhores do que as do humilde Edemundo Dias, com seu perfil de retirante nordestino que, mesmo quando bem-sucedido, nunca parece confortável no terno. A rigor, a resposta do secretário gaúcho foi muito mais condenável do que a do secretário goiano, mas não provocou nenhuma reação crítica da reportagem do “Fantástico”, muito menos levou o governador Tarso Genro (PT) a exonerá-lo do cargo, em que pese ele merecer essa exoneração mais do que o secretário goiano.
 
O secretário Edemundo Dias, ao ser confrontado com as mordomias dos presos do complexo prisional de Aparecida de Goiânia, deu a resposta padrão de toda autoridade quando é surpreendida pela imprensa com um fato incômodo: “Disso eu não tenho conhecimento. Estou tomando conhecimento agora e vou mandar verificar. Se for constatada alguma irregularidade nesse sentido, nós vamos tomar as providências”. A reportagem do “Fantástico”, como era de se esperar, não se contentou com a resposta e pediu para entrar no pavilhão do presídio onde estão os presos com mordomias. O secretário chegou a acompanhar os repórteres até as proximidades do pavilhão, mas depois mudou de ideia e, perseguido pela câmara, deixou para trás a equipe dizendo que precisava trabalhar — é o que se depreende de sua fala à distância, quase inaudível. A reportagem passou a entrevistar, então, o superintendente de Segurança Peniten­ciá­ria, João Carvalho Coutinho Júnior, que, alegando razões de segurança, não permitiu a entrada da equipe.
 
A cena mostrada pelo “Fantás­tico” não poderia ser mais constrangedora para o sistema prisional goiano: o superintendente de Segurança Penitenciária é entrevistado à frente de uma barreira de policiais armados, como se eles estivessem lá para impedir a entrada da imprensa e resguardar um malfeito que a direção do presídio tentava esconder. Ora, aqueles policiais estavam ali para proteger a sociedade, inclusive a equipe de reportagem do “Fantástico”, pois um presídio que abriga bandidos perigosos não pode ser tratado como feira livre e, especialmente quando há visitas, em que sempre existe a possibilidade de rebeliões e reféns, é preciso que guardas armados reforcem a segurança do local, pois só agentes penitenciários desarmados são insuficientes para isso. Mas o “Fantástico”, conscientemente ou não, acabou retratando os policiais como se eles fossem meros capangas da direção do presídio goiano, interpondo-se indevidamente no caminho de sua reportagem.

Secretário gaúcho admite privilégio de presos

Mas as gaguejantes autoridades prisionais goianas, que foram intimidadas pela reportagem do “Fantás­tico”, deram respostas, sem dúvida, menos indecorosas do que as do secretário gaúcho Airton Michels, que, como o próprio “Fantástico” admite, reconheceu as mordomias dos presos do Presídio Central de Porto Alegre. Com sua professoral asser­tividade, o secretário de Segu­rança Pública do Rio Grande do Sul assim se expressou sobre essas mordomias: “Não deve, não pode, mas o resultado, a consequência de eliminar com alguns privilégios de algumas facções, pode ser uma tragédia”. Reparem na gravidade desta resposta de Airton Michels: ele admite que as facções criminosas gozam de privilégios dentro dos presídios de seu Estado, mas aceita essa situação, porque, segundo ele (provavelmente pensando em Carandiru), se cortasse os privilégios dos presos, ocorreria uma tragédia.
 
Ora, pode haver tragédia maior do que uma sociedade refém de criminosos que, mesmo presos, comandam latrocínios, sequestros, assaltos e extorsões de dentro das cadeias, obrigando o cidadão de bem a sustentá-los duas vezes — com o dinheiro dos impostos que mantêm os presídios e com o sangue das vítimas cujas vidas eles ceifam impunemente, protegidos pelo próprio Estado? Era essa a pergunta que devia ter sido feita à queima-roupa ao secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul. Mas a reportagem do “Fan­tástico” — tão impiedosa com o secretário goiano que disse desconhecer as mordomias dos presos — aceitou passivamente uma declaração muito mais grave do secretário gaúcho: a de que as mordomias das facções criminosas nas cadeias existem sim, mas que é preciso aceitá-las — o que, partindo de uma autoridade pública, é o mesmo que oficializá-las, legalizá-las, instituí-las.
 
Por que o “Fantástico” foi tão condescendente com o secretário de Segurança Pública gaúcho? Porque, ao contrário das autoridades prisionais goianas, ele não é um zé-ninguém no plano nacional e, consciente de seu poder, sabe colocar um repórter no seu devido lugar. Formado em Ciências Jurídicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Airton Michels lecionou Direito Penal na Universidade do Vale do Rio dos Sinos e foi promotor de Justiça — um fato que, por si, já garante o respeito irrestrito da imprensa, que sempre se deixa cegar pelo Ministério Público. Além disso, Airton Michels se tornou uma estrela técnica do governo petista na área de segurança pública: durante o governo Lula, foi indicado por Tarso Genro, de quem é correligionário, para a direção geral do Depen (Departamento Peniten­ciá­rio Nacional), cargo que exerceu de meados de 2008 até o final de 2010, quando aceitou o convite do governador eleito Tarso Genro para ser secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul.
 
tarsoTarso Genro: governador gaúcho não demitiu secretário que admitiu regalias de presos no Rio Grande do Sul 

Festanças em presídio não são novidade

A declaração de Michels, aceitando as mordomias das facções criminosas, é muito mais grave do que parece. Ele não fala apenas em nome da política prisional de seu Estado, mas em nome da política penitenciária do País, que, desde a Constituição de 88, mas, sobretudo a partir da Era Lula, vem sendo pautada pela perniciosa filosofia de Michel Foucault (1926-1984), que transforma o criminoso em vítima da sociedade. E a Rede Globo, em que pese sua reportagem sobre mordomias de presos, professa essa filosofia, tanto que a reportagem do “Fantástico” se encerra com uma fala asquerosa do juiz Sidney Brzusca, titular da Vara de Execuções Criminais do Rio Grande do Sul, que afirmou textualmente sobre as facções criminosas que gozam de privilégios nos presídios e comandam o crime de dentro das celas: “Não se combate facção com arma, com escudo, com gás; combate-se facção assegurando direitos. Os presídios que têm isso funcionando não têm facção”.
 
Essa afirmação do magistrado gaúcho — transformada pelo “Fantástico” em chave de ouro de sua reportagem — é absolutamente falsa. Basta o que aconteceu no complexo prisional de Aparecida de Goiânia para desmenti-la de forma cabal. E, no Brasil inteiro, de Norte a Sul, de Leste a Oeste, quanto mais se asseguram direitos para os presos, mais poderosos eles se tornam, controlando não só os presídios, mas as próprias favelas das cidades.
O sistema penitenciário goiano, por exemplo, chegou a essa situação de descalabro justamente porque, a exemplo dos demais sistemas prisionais do País, ele garante às facções criminosas diversas regalias travestidas de direitos, em vez de combatê-las com arma, escudo e gás. Prova disso é que, há quase um ano, em 21 de julho de 2013, em artigo sobre a Lei Maria da Penha, critiquei as autoridades penitenciárias goianas, acusando o Estado de Goiás de fomentar oficialmente o crime, com a nociva cumplicidade da imprensa, especialmente do jornal “O Popular”, que, com sua proverbial defesa dos modismos politicamente corretos, acaba sendo o maior defensor das regalias dos criminosos travestidas de direitos humanos.
 
A minha justificada ira decorreu do fato de que fora desbaratada uma das maiores quadrilhas de roubo de carros e tráfico de drogas do Estado de Goiás, com ramificações internacionais, e sete de seus 14 líderes eram bandidos que já cumpriam pena no complexo prisional de Aparecida de Goiânia, o que me levou a chamá-lo de “um dos muitos quartéis-generais do crime disfarçados de penitenciárias”. Todos os contatos externos dos presidiários que chefiavam a quadrilha eram mulheres, que ficavam responsáveis pelas contas correntes do bando e cuidavam de outras operações burocráticas. O próprio superintendente de Segurança Penitenciária de Goiás, João Carvalho Coutinho Júnior, que aparece na reportagem do “Fantástico”, em entrevista ao jornal “O Popular”, em 18 de julho de 2013, disse acreditar que os celulares eram levados para dentro dos presídios nas partes íntimas dos visitantes — o que me levou a afirmar que as mulheres dos presos estavam sendo transformadas por uma legislação penal leniente em “verdadeiras bocetas ambulantes no sentido machadiano do termo”.
 
Ou seja, se o governo estadual, o Ministério Público de Goiás e o Judiciário goiano estivessem, de fato, preocupados com a segurança da população, a cúpula do sistema prisional do Estado já deveria ter sido demitida em julho do ano passado — uma semana após a posse de Edemundo Dias em seu comando —, quando se descobriu que o complexo prisional de Aparecida de Goiânia não era um verdadeiro presídio, mas um valhacouto de criminosos, homiziados pela própria lei e pela covardia das autoridades brasileiras, que sacrificam a vida da população inocente apenas para não se indispor com os formadores de opinião encastelados nas universidades e, hoje, com poderes até no Supremo. Por que, já naquele momento, não foi exonerada a cúpula do sistema prisional do Estado? Ora, porque “O Popular” (um dos veículos do Grupo Jaime Câmara, que detém a filiada da Rede Globo em Goiás), noticiou o descalabro do sistema prisional goiano, mas teceu elogios à sua cúpula, poupando o governador do rompante midiático de agora, em que, diante da denúncia do “Fantástico”, decidiu exonerar Edemundo Dias.
 
Sim, a exoneração de Edemundo Dias é um inútil rompante midiático, que não tem sustentação nos fatos. Afirmo isso com a autoridade de quem abomina a ideologia dos direitos humanos do secretário exonerado, tanto que já o critiquei duramente em artigo de jornal e até numa edição do programa “Roda de Entrevista”, da TBC Cultura, comandado pelo jornalista Reynaldo Rocha, na qual ele era o entrevistado e lhe dirigi palavras ásperas, confesso, pois não suporto ver essa gente dos direitos humanos transformando o sangue inocente das vítimas em vistosas teorias acadêmicas para acumular títulos universitários, em nome da vaidade e da melhoria salarial, ainda que Ede­mun­do Dias pareça pecar mais por ingenuidade do que por vaidade. Ele deve ter achado que apenas o seu mestrado em Direito Público na Uni­ver­sidade de Extremadura, na Espanha, lhe daria um salvo-conduto intelectual para colocar os direitos humanos acima da segurança pública. Enga­nou-se, pois Marconi Perillo não é Tarso Genro e sabe que, ao contrário do governador petista, não desfruta de imunidade na imprensa nacional quando se trata de questões sociais.

Imprensa contribui para a crise dos presídios

 Mas essa nefasta política de direitos humanos para criminosos — que desumaniza seus familiares e gangrena toda a sociedade — existe no sistema prisional goiano à revelia de Edemundo Dias, pois é a norma de todo o sistema penal brasileiro. Sua exoneração não vai impedir as facções criminosas de continuarem no comando do presídio. Afinal, toda a atual cúpula do sistema prisional goiano é a mesma de julho do ano passado, quando se constatou que havia uma quadrilha atuando dentro do presídio de Aparecida de Goiânia, graças ao fim das revistas íntimas de familiares de presos, em nome de seus direitos humanos, o que facilitou o contrabando de celulares para dentro do presídio.
Na época, em 10 de julho de 2013, Edemundo Dias assumiu a Secretaria de Administração Penitenciária recém-criada, mas já era o presidente da Agência Prisional do Estado, cargo que ocupava desde 2011. E o secretário de Segurança Pública, então também responsável pelo sistema prisional, já era o delegado Joaquim Mesquita, da Polícia Federal, que, a convite do governador Marconi Perillo, tomou posse do cargo em 29 de outubro de 2012. Agora, com a exoneração de Edemundo Dias, ele assume interinamente a direção do sistema prisional — e, com certeza, continuará fracassando em sua missão de sanear o sistema, pois nem o secretário, nem o governador, nem ninguém de relevância política neste País tem coragem de enfrentar a legislação pró-bandido ditada pelas universidades, sob a inspiração de Michel Foucault.
 
E a imprensa é cúmplice das universidades na defesa dos direitos humanos de criminosos em detrimento da segurança da população. Prova disso é que, em julho do ano passado, mesmo depois de constatar que uma das maiores quadrilhas de tráfico de drogas e roubo de carro do País atuava dentro do complexo prisional de Aparecida de Goiânia, o jornal “O Popular” cobriu de elogios a decisão da cúpula do sistema prisional de abolir as revistas íntimas no presídio.
Disse, então, o jornal: “Goiás foi um dos primeiros Estados a implantar a revista humanizada durante as visitas de familiares. Um dos avanços foi impedir que as mulheres sejam submetidas à chamada revista vexatória, que consistia em ficar nuas, com as pernas abertas, sobre um espelho para revista”. Ocorre que, como também não havia detectores de metais, a entrada de celulares corria solta. O que não impediu o superintendente João Carvalho Coutinho Júnior de garantir à época: “Não vamos voltar atrás nesse avanço. A visita humanizada será mantida, por isso temos de investir em tecnologia”.
 
Se a anunciada reforma do sistema prisional goiano fosse para valer, João Carvalho Coutinho deveria ter sido exonerado junto com Ede­mundo Dias, pois o “avanço” da visita humanizada que ele anunciou no ano passado serviu apenas para consolidar o poder das quadrilhas dentro do complexo prisional de Aparecida de Goiânia. Na época, enquanto o jornal “O Popular” batia palmas para a ação temerária do superintendente, eu o invectivei em meu artigo:
“Ora, senhor João Carvalho Coutinho Júnior, o senhor já se perguntou, ao pôr a cabeça no travesseiro, quantas vítimas inocentes, inclusive mulheres e crianças, não passaram maus bocados nas mãos de facínoras ou foram feridas e mortas por conta do abjeto, covarde e imbecil humanismo que tomou conta das autoridades desse País, inclusive do governo que vossa senhoria representa?” E acrescentei: “Onde está o Ministério Público, que se empenhou em cavar uma pensão do Estado para a mãe de Pareja, o criminoso que rebelou o antigo Cepaigo, mas não é capaz de obrigar esse mesmo Estado a indenizar as vítimas dos presos que praticam crime de dentro das próprias cadeias custeadas por nossos impostos?”
 
O Estado patrocinando o crime
 
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Ailton Michels, secretário de Segurança Pública gaúcho: tratado
com total deferência pelo “Fantástico”
 
Infelizmente, a imprensa brasileira, sempre que trata de segurança pública, só faz cobranças ao Executivo e se esquece dos acadêmicos de ciências humanas, especialmente os operadores do direito, principais responsáveis pela legislação penal leniente, que resulta em mais de 60 mil homicídios por ano, pois, como mostrou um estudo de Daniel Cerqueira, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), muitos dos milhares de desaparecidos das estatísticas oficiais são, de fato, vítimas de assassinato. Na reportagem do “Fantástico”, por exemplo, os magistrados e promotores entrevistados colocam-se na confortável posição de críticos do Executivo, quando, na verdade, são cogestores do sistema prisional e, consequentemente, também culpados pelos seus problemas. Aliás, diretor de presídio, hoje, não passa de rainha da Inglaterra — tudo o que acontece com o preso é determinado pelo juiz da Vara de Execuções Penais.
 
A despeito disso, o juiz Sidney Brzusca, titular da Vara de Execuções Criminais de Porto Alegre — o mesmo que disse que facção criminosa não se combate com arma, escudo e gás, mas com direitos —, contou ao “Fantástico” que os presos são os verdadeiros comandantes dos presídios, chegando a ter cargos na cadeia, e deu um exemplo: “Um dia perguntei para um preso se estava trabalhando na galeria, e ele disse que não. ‘Faz o quê?’ ‘Eu sou ministro dos esportes’”. O juiz relatou esse fato com um sorriso nos lábios, como se fosse um cidadão comum, e o repórter da Globo não teve a coragem de lhe perguntar que atitude ele tomou, como autoridade, diante daquele preso que se autointitulava “ministro dos esportes” da cadeia. Imaginem se uma diretora de escola contasse à imprensa que seus alunos é que mandam e desmandam na escola e dissesse isso com um sorriso nos lábios, como fez o juiz — seria exonerada no ato. Mas juízes são vitalícios e inamovíveis — o que exige deles ainda mais gravidade no exercício dessa nobre função.
 
Já o procurador-geral de Justiça de Goiás, Lauro Machado Nogueira, afirma: “O escárnio é uma encomenda de 1.200 espetinhos para fazer uma festa dentro do presídio”. De fato, é um escárnio. Mas não será também um escárnio sete promotores, juntamente com magistrados, passarem mais de um ano gravando conversas telefônicas de bandidos que já estão presos, limitando-se a monitorar os crimes que eles cometem, quando seria muito mais decente cortar as abusivas visitas semanais, especialmente as íntimas, e mandar a PM fazer varreduras diárias nos presídios até que os presos aprendam, se preciso à força, que cadeia não é nem bar nem motel muito menos pode ser transformada em quartel-general do crime? Quantos inocentes não sofreram traumas, perderam bens ou foram mortos em assaltos, sequestros e latrocínios praticados por presos que estavam sendo monitorados pelas próprias autoridades nas cadeias de Aparecida de Goiânia e Porto Alegre?
 
Cadeia não pode ser transformada em Big Brother Brasil de promotor e juiz. Monitoramento eletrônico é para produzir prova contra criminosos que estão livres. Os que já estão presos devem ter suas ações cortadas pela raiz e não depois de um inquérito que se arrasta por mais de um ano. Isso já não é nem escárnio — é uma tragédia humana. E se a imprensa se limitar a pressionar o Executivo, sem cobrar responsabilidade do Ministério Público, do Judiciário, da OAB, das universidades e do Congresso, o genocídio da população brasileira vai continuar sendo praticado duplamente — não só pelos criminosos soltos, mas também pelos bandidos presos, sob o patrocínio do Estado brasileiro.

27 de junho de 2014

José Maria e Silva é sociólogo e jornalista.
Publicado no Jornal Opção