A revista VEJA desta semana já nasceu histórica. Primeiro, pela capa, que estampa o ex-presidente Lula, afirmando que chegou a sua vez. Faz referência ao empreiteiro e amigo (ou ex-amigo?) de Lula, que resolveu fazer delação premiada e contar tudo que sabe da participação do ex-presidente no esquema do petrolão e também como seu filho, Lulinha, ficou milionário.
VEJA cumpre, dessa forma, sua tradição de coragem, independência e bom jornalismo, pois foi injustamente acusada de partidarismo e mentira ao estampar na capa, nas vésperas da eleição, que o doleiro Alberto Youseff tinha dito que Dilma e Lula sabiam de tudo (e alguém tem dúvidas?).
O senso de dever patriótico também faz parte dessa histórica capa da VEJA, pois a conjuntura nacional está mudando rapidamente, com o agravamento da crise política e econômica. A presidente Dilma tem míseros 7,7% de aprovação, o próprio ex-presidente Lula perderia para Aécio Neves numa eventual eleição hoje, e os brasileiros estão muito cansados de tudo que vem do PT, especialmente do cinismo, das mentiras, da corrupção.
No dia 16 de agosto haverá uma nova grande manifestação contra o governo, e os líderes do Movimento Brasil Livre colocarão na pauta, uma vez mais, o impeachment da presidente. São os ventos de mudança conjunturais, que aumentam a cada dia as chances de o Brasil, finalmente, livrar-se dessa praga chamada PT, que vem destruindo o país nos últimos anos com seu populismo, sua irresponsabilidade, sua incompetência e sua safadeza.
Mas a VEJA desta semana não é histórica “apenas” pela capa, que já seria muito; ela também é por contar, nas páginas amarelas, com a entrevista pelo excelente jornalista Duda Teixeira de meu amigo Bruno Garschagen, autor de Pare de acreditar no governo, livro do qual tive a honra de escrever a orelha, assim como uma resenha para o GLOBO. E essa entrevista, para nós liberais, representa mais um claro indício de ventos de mudança, só que estruturais, de mais longo prazo.
São mudanças na tendência cultural e política do país. Nas manifestações do dia 16, o impeachment será o grito de desespero mais imediato, mas haverá, também, faixas com mensagens mais profundas, que estão acima do desejo compreensível de tirar o PT do poder. Faixas pedindo menos estado, por exemplo, ou atacando o pedagogo comunista Paulo Freire como um dos responsáveis por nossa lamentável “educação”. Ou ainda faixas que pedem mais Mises e menos Marx.
Tudo isso é parte de um processo mais lento, mas bem mais profundo, do qual o cansaço com o PT é apenas o sintoma mais evidente. Isso tem tudo a ver com a mensagem central do livro de Garschagen: cada vez mais brasileiro se dá conta de que não faz sentido detestar os políticos e idolatrar o estado, que não é uma abstração formada por políticos angelicais, e sim um instrumento de poder formado justamente pelos políticos que a maioria rejeita.
O movimento liberal cresce de forma impressionante no país, despertando a perplexidade e também o desespero de muitos que dependem do gigantismo estatal para sobreviver. Falam de uma “onda conservadora reacionária preocupante” ou por ignorância ou por má-fé, ignorando que o liberalismo é o verdadeiro agente do progresso, enquanto o “progressismo” é o atraso. E essa mensagem ganha cada vez mais as ruas, como argumenta Garschagen:
Está acontecendo! A mensagem liberal está alcançando uma audiência maior todo dia, com bons argumentos, com fatos, com lógica, desmontando décadas de falácias esquerdistas. Por tempo demais a esquerda teve o monopólio cultural no país, e também o político. Como diz Bruno, há os 30 tons de vermelho, e os eleitores não necessariamente votam mal: eles não têm em quem votar! Os partidos dominantes só oferecem nomes que pregam mais estado em nossas vidas. Mas isso está mudando, e essa é a boa notícia estrutural a ser celebrada.
Somando esse clima de mudança estrutural ao conjuntural conturbado, os brasileiros já se deram conta de que o PT não fará as mudanças necessárias, não irá reduzir os gastos públicos e o tamanho do estado. O “ajuste fiscal” de Joaquim Levy passa por aumento de impostos, algo que os brasileiros não aguentam mais, não aceitam. Também por isso a rejeição ao PT só aumenta: está claro que o partido vai contra o verdadeiro ajuste que queremos, como constata Bruno:
Milhões de brasileiros querem uma só coisa no momento: a saída do PT do poder, com a eventual punição dos responsáveis por essa roubalheira toda nunca antes vista na história deste país. Mas milhares, que já se tornam milhões, querem mais. Querem mudanças estruturais, querem o fim dessa asfixia estatal, dos pesados impostos sem contrapartida alguma, do domínio esquerdista em nossas escolas e política. Querem novos ares mais liberais, pois estão compreendendo que é o livre mercado, não o governo, que possibilita o progresso de uma nação.
Claro que essas mudanças serão mais lentas, mais graduais. Mas acontecerão! São os ventos de mudança estruturais, e por isso mesmo até mais alvissareiros. Afinal, não basta derrotar o PT. É preciso derrotar o pensamento dominante de esquerda, o ranço socialista e intervencionista que ainda sobrevive com incrível força em nosso país, que nunca deu uma chance à liberdade. Garschagen conclui:
Faça também sua parte, caro leitor. No dia 16 de agosto, vá às ruas protestar, e seja um agente das mudanças conjunturais tão necessárias para o futuro do Brasil. E também invista em boas ideias, torne-se um associado do Instituto Liberal, assine a revista VEJA, pois esses ventos de mudança precisam continuar soprando, cada vez com mais força, se quisermos deixar de ser um país subdesenvolvido com tanta miséria, violência e subversão de valores morais. Venha ser também um agente de mudanças estruturais!
27 de julho de 2015
*Rodrigo Constantino, in a direita brasileira em ação