"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

segunda-feira, 27 de julho de 2015

COMEÇANDO A ENTENDER...

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27 DE JULHO DE 2015

PERDEU, PRÍNCIPE

Chamou-se “O jogo da imitação” o filme sobre a vida do criptoanalista Alan Turing, que desvendou os códigos nazistas durante a Segunda Guerra. O esforço coletivo será menor para desvendar as anotações no iPhone de Marcelo Odebrecht. Elas revelam algumas indicações contundentes e inequívocas de corrupção. Mas trazem muitos enigmas que nos impelem a devendá-los, pelo menos para saber o que, realmente, aconteceu com o Brasil. E, é claro, extrair as consequências.

Marcelo Odebrecht foi intitulado o Príncipe dos Empreiteiros. Jovem, rico e bem educado, adotou a tática petista de negar, encarou com desdém a investigação. Na cadeia, tropeçou pela primeira vez, enviando um bilhete determinando a destruição de um e-mail sobre venda de sondas. Mas agora, com as mensagens em seu telefone, eu diria: perdeu, playboy, na linguagem plebeia, mas o adequado é: perdeu, Príncipe.

São evidentes, mesmo com as barreiras de códigos, as relações íntimas entre a Odebrecht e o governo. Cúmplice na Lava-Jato, pede um contato ágil com o grupo de crise do governo. Esperar um contato ágil do grupo do governo é sonho de executivo. De todas as maneiras, isso demonstrava como estavam juntos, na tarefa de escapar da polícia.

Recados como este a Edinho Silva, tesoureiro da campanha de Dilma: avisa a ela que pode aparecer a conta da Suíça. Não é preciso grandes decifradores para supor que a campanha do PT foi feita com dinheiro que veio da Suíça. Bem que desconfiei. Uma campanha tão bem educada: a grana vinha da Suíça. Esse tópico é tão interessante que quase todos fingiram não notar, como se não olhar para a bomba impedisse que exploda.

Odebrecht usou métodos de máfia, ao mobilizar dissidentes da Polícia Federal para melar a Lava-Jato. Tudo indica que foram esses dissidentes, numa outra ação, que colocaram uma escuta clandestina na cela de Alberto Youssef, na esperança de anular o processo. Está quase tudo lá no telefone de Marcelo. Amigos poderosos, propinas, orientação para artigos. Numa dessas, ele reclama que o foco da Lava-Jato está sobre os empreiteiros e é preciso deslocá-lo para os políticos. Mas a tática está dando certo. Políticos são mais experientes e escorregadios. O grande material contra eles virá precisamente das delações, de anotações como essas do iPhone.

Marcelo Odebrecht optou pelo silêncio. Mas deixou pistas pelo caminho. Como se dissesse; se querem me pegar, trabalhem um pouco com a cabeça. Ele terá que se explicar ao juiz Sérgio Moro. Mas se usar a tática do bilhete, destruir/desconstruir, vai se dar mal. É hora de contar tudo ou então assumir as consequências. Até plano de fuga, saída Noboa, estava previsto em suas mensagens. Noboa é um dirigente equatoriano que fugiu do país para a República Dominicana.

Chega de esconde-esconde. Isso vale também para Dilma e o PT. Em Portugal, abriram-se investigações sobre o negócio entre telefônicas no Brasil. Uma equipe peruana vem investigar no país o caso Odebrecht, pois suspeita que houve corrupção. Os americanos monitoram a Odebrecht. O Brasil virou uma grande cena do crime. Qualquer dia vão nos cercar com aquelas fitas pretas e amarelas e chamar os turistas para filmarem o PT, aliados e a Odebrecht, dizendo que não roubaram nada. Foi tudo dentro da lei. Só pela cara de pau mereciam uma punição extra.

Hoje, Dilma, Renan e Eduardo Cunha constituem um triângulo das Bermudas. Nele desaparece toda a esperança. Cunha agora é contra Dilma, Renan também. Há quem ache que é preciso poupá-los porque são contra Dilma. Mas hoje quase todo mundo é. Cunha está sendo acusado de levar US$ 5 milhões da Toyo Setal. Um dos indícios era o requerimento que a deputada Solange Gomes apresentou para pressionar os empresários. O requerimento foi produzido no computador de Cunha.

Fui deputado com os dois, Cunha e Solange. Um dia, ela veio com um jabuti para acrescentar numa medida provisória: isentar a indústria nuclear de alguns impostos. Fui perguntar o que era aquilo e ela não sabia responder. 
Percebi que era apenas uma assinatura de aluguel. Trabalhava em sintonia com Eduardo Cunha. Quando surgiu essa pista do requerimento de Solange, mesmo antes de descobrirem que veio do computador de Cunha, na solidão do quarto hotel, soltei o grito da torcida do Atlético Mineiro:

— Eu acredito!

As próximas semanas devem ser decisivas contra essas forças que ainda dominam o Brasil mas estão em contradição com ele. Ministros, deputados, presidentes e ex-presidente, todos farão o esforço final para escapar da enrascada. 
Dilma contra Cunha, Renan contra Dilma, Dilma contra Renan, eles podem dançar à vontade o balé dos enforcados. 
Lembram-me uma canção da infância, nascida nas rodas de capoeira: “A polícia vem, que vem brava, que não tem canoa cai n’água. Pau, pau, peroba, foi o pau que matou a cobra.” Pelo menos cantávamos, naquela época.

Hora de recomeçar.


27 de julho de 2015
Fernando Gabeira

EM DEFESA DA POLÍTICA E DA VIDA PÚBLICA

Tempos sombrios os nossos. Se não bastassem as históricas desigualdades sociais e a crise econômica profunda, o mundo político se afunda cada vez mais num lodaçal de corrupção, num pântano, no qual a ética não tem vez e a ideia republicana do espaço e do interesse públicos é invadida por objetivos menores e mesquinhos. A arte da política está nublada pelo pragmatismo cego e oportunista. O patrimonialismo, o clientelismo, o corporativismo e a falta de princípios parecem dominar a cena. A cada operação da Polícia Federal e do Ministério Público, a mancha da corrupção engolfa lideranças políticas e partidos.

A credibilidade das instituições políticas cai meteoricamente. Os homens públicos deveriam despertar respeito e admiração. Mas, hoje, os cidadãos em geral têm desconfiança, desprezo ou repulsa pela política. Lembro-me de como líderes da estatura de Ulysses Guimarães, Tancredo Neves, Mário Covas e Teotônio Vilela despertavam na minha geração esperança e confiança. Eram atores movidos pelo compromisso com a nação e o povo. Suas condutas morais nunca foram colocadas em xeque. Como disse, certa vez, Tancredo: “Sempre que você transige em princípios, ganha um episódio, mas apenas um episódio. Perde em substância, e permanentemente”; e ainda: “Sou pragmático e conciliador na ação, mas inflexível em matéria de princípios”. Princípios, princípios... Uma palavra que parece meio fora de moda na vida pública brasileira.

Nos tempos de movimento estudantil e de luta contra a ditadura, minha geração imaginava mudar o mundo e o país pela política. Hoje, vemos referências daquela época mergulhadas em escândalos e pegas em traição aos sonhos de juventude na busca de enriquecimento pela via fácil da corrupção.

Como pedir às pessoas que acreditem na política como ferramenta de transformação? É possível recuperar a ideia de participação política como campo de exercício de valores, princípios, sonhos, utopias? É verdade que essa crise cultural não é privilégio brasileiro, mas a cada Lava Jato ou mensalão fica mais difícil ganhar as pessoas para a vida pública.

Mas não há alternativa. O caminho para a construção do futuro é a liberdade e a democracia. Isso pressupõe a existência de instituições, partidos, líderes, eleições, programas, objetivos, escolhas, esperança e fé. Afinal, como já nos alertava Aristóteles, “o homem, por natureza, é um animal político”. Temos que arbitrar nossos conflitos e escolher nossos caminhos coletivos. Estamos “condenados” à política e à participação. Fora disso, nos alertava Brecht, “nos omitir da política é tudo o que os malfeitores da vida pública mais querem”.

É urgente recuperar a política para o interesse público e para a ética. Libertar a política da corrupção e da mediocridade. Acreditar no caráter humano, pois, como desafiou Lincoln, “se quiser pôr à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder”. É urgente recuperar a decência e a esperança. O poder como instrumento de mudança.


27 de julho de 2015
Marcus Pestana

DUAS CPIS MAIS QUE NECESSÁRIAS

Quando voltarem do recesso, em agosto, alguns deputados federais terão trabalho novo: a CPI do BNDES, que terá o objetivo de vasculhar os empréstimos feitos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social desde o início do primeiro mandato do presidente Lula. A comissão foi instalada pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha, em 17 de julho, pouco depois de anunciar publicamente seu rompimento com a presidente Dilma Rousseff. 

A CPI do BNDES, cujo requerimento de instalação foi feito pelo paranaense Rubens Bueno, já era uma necessidade havia muito tempo; é uma pena que, agora, sua criação se dê quase que única e exclusivamente como vingança pessoal de Cunha contra Dilma – o deputado culpa o Planalto por sua inclusão na lista de políticos investigados na Operação Lava Jato. 

Mas as motivações nada republicanas de Cunha não tiram a importância da investigação.
Em dezembro do ano passado, os congressistas incluíram na Medida Provisória 661, que autorizava um repasse de R$ 30 bilhões do Tesouro Nacional ao BNDES, um dispositivo que levantava o sigilo nas operações de crédito do banco de fomento. A iniciativa veio da Câmara e foi mantida pelo Senado. Dilma, no entanto, vetou o fim do sigilo em maio deste ano. 

A oposição está especialmente interessada nos dados relativos aos empréstimos que viabilizam vultosas obras de infraestrutura em países cujos governos são ideologicamente afinados com o petismo, como os de Cuba, Angola, Argentina, Equador e Venezuela. Além disso, o BNDES foi participante ativo na equivocada política de escolha de “campeões nacionais”, empresas selecionadas a dedo com critérios nem sempre transparentes, muitas vezes capazes de se expandir para o exterior com dinheiro próprio, em vez de obter empréstimos a condições camaradas com um banco de fomento que poderia direcionar mais recursos aos empresários que efetivamente deles necessitam.

E, em uma demonstração de que os escândalos acabam se entrelaçando, entre os grandes beneficiários de empréstimos do BNDES está a empreiteira Odebrecht. O presidente da empresa, Marcelo Odebrecht, está preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, por suspeita de envolvimento nas roubalheiras da Petrobras, investigadas pela Operação Lava Jato. 
Além disso, a empreiteira seria uma das beneficiadas pela ação do ex-presidente Lula, investigado pela Procuradoria da República no Distrito Federal por suposto tráfico de influência. Ou seja, o potencial explosivo da CPI do BNDES é imenso, e por isso é compreensível a apreensão no Planalto, por mais que os líderes do governo tentem mostrar tranquilidade.

Outro motivo para tensão, aliás, é a CPI dos fundos de pensão na Câmara (já existe uma sobre o mesmo tema no Senado). Sua criação, também motivada por requerimento de Bueno, foi autorizada por Eduardo Cunha, mas ela não começará a trabalhar logo: por causa do limite de comissões que podem funcionar simultaneamente, ela terá de esperar pelo encerramento de alguma CPI – mais provavelmente, a do Sistema Carcerário. 

A investigação deve se centrar no uso político e em irregularidades cometidas na gestão de Funcef, Petros, Previ e Postalis, fundos de pensão respectivamente da Caixa Econômica Federal, Petrobras, Banco do Brasil e Correios. Em alguns deles o rombo é tão grande que surgiu a proposta de elevar a contribuição previdenciária dos servidores para compensar o estrago.

As duas investigações, se bem realizadas, poderão ajudar a lançar muita luz sobre estes pouco mais de 12 anos de petismo no poder. Por mais que a máquina de propaganda petista tente manchar as CPIs como produto da vingança pessoal de Cunha, sua importância não pode ser minimizada. 
O “capitalismo de compadres” fomentado por Lula e Dilma e o aparelhamento insaciável da máquina pública, incluindo os fundos de pensão, são fundamentais para se entender o Brasil sob o comando do PT.


27 de julho de 2015
Gazeta do Povo, PR

GRANDE PESO DO ESTADO NA ECONOMIA EXPLICA A CORRUPÇÃO

Quando a Polícia Federal começou a fazer operações, algumas espetaculosas, no início da Era Lula, contra criminosos de colarinho branco, surgiu a pergunta de por que aquela multiplicação de casos neste ramo mais fino da criminalidade, nem por isso menos pernicioso para a sociedade. O governo aproveitou para capitalizar o fato: seria por- que, afinal, assumira no Planalto quem combatia a corrupção para valer. Mas nunca foi possível testar uma hipótese mais simples — que surgiam mais escândalos nesta área porque a criminalidade aumentara.

Não demorou muito, o próprio PT se viu apanhado no escândalo do mensalão, em que, entre outros golpes, um sindicalista petista de carteirinha, Henrique Pizzolato, alçado por essas credenciais à diretoria de marketing do Banco do Brasil, desviara dinheiro da instituição para abastecer a lavanderia financeira de Marcos Valério, da qual saía numerário para comprar apoio parlamentar ao governo Lula.

Mais recentemente, estourou o petrolão, este de magníficas proporções: na contabilidade da Petrobras já estão registrados R$ 6,2 bilhões roubados para o PT, PP, PMDB, políticos específicos e bolsos de diretores da estatal, entre outros.

Não é coincidência que os dois escândalos tenham, no epicentro, empresas estatais. A pergunta sobre as razões da multiplicação de casos de corrupção precisa ser substituída por outra: por que há tantos desses crimes no Brasil? A resposta está na grande participação do Estado na economia, sendo, como fica provado neste ciclo petista, as estatais eficazes gazuas de arrombamento de cofres públicos.

Não que inexista corrupção na administração direta. Mas as estatais, por fecharem operações comerciais e financeiras, oferecem múltiplas oportunidades de falcatruas. Se há um grupo no poder que atua no ramo, é uma festa.

O assalto praticado na Petrobras pelo esquema lulopetista, em associação com PP e PMDB, e alianças com as maiores empreiteiras do país, é a prova concreta de que há uma relação direta entre estatização e corrupção.

Apenas na plano federal, há pouco mais de 140 empresas públicas. No período FH houve importantes privatizações. Na Era PT, voltou-se a criar estatais, coerente com a ideologia de petistas e aliados.

Nestes quase 13 anos de poder lulopetista em Brasília, um grupo político voraz, ágil em aparelhar a máquina pública, incluindo estatais, encontrou nessas empresas amplas oportunidades de financiar, com caixa dois, seu projeto político e eleitoral, sem deixar de sustentar alto padrão de vida de capos e ainda permitir enriquecimentos alhures.

O raciocínio e a conclusão são simples: sem esta grande participação do Estado em setores que movimentam muito dinheiro, não haveria como o PT e aliados se financiar com propinas. Só existe caixa dois quando há caixa um.


27 de julho de 2015
O Globo

O ISOLAMENTO DO PT

Muito antes do Facebook, Lula fez campanha para Fernando Henrique (Senado, 1978), e Fernando Henrique pediu votos para Lula (2.º turno para presidente, 1989). O filho de general tornado intelectual perseguido pela ditadura militar teve mais do que inimigos em comum com o imigrante nordestino feito líder sindical e preso pelos mesmos militares. Compartilharam opiniões, objetivos políticos e alguns copos. Nem mais um gole.

Dois confrontos diretos pela Presidência abriram feridas. Duas décadas de oposição de um contra o outro fecharam portas. Pelo “Face”, FHC diz que não quer nem papo com Lula. A falta de conversa é a negação da política. Mas quando era o tucano no volume morto, o petista tampouco jogou boia de salvação.

A incomunicabilidade dos ex-colegas de palanque simboliza o apartamento de seus partidos. PT e PSDB repeliram-se tanto que, de faces opostas de uma mesma moeda social-democrata, viraram dois extremos que não se encontram nem no infinito.

A melhor síntese de quão afastados estão petistas e tucanos encontra-se na atual Câmara dos Deputados. Nas 130 vezes em que o governo orientou votações este ano, 95% dos votos do PT acataram essa orientação, enquanto 76% dos votos do PSDB foram do contra. Petistas e tucanos têm, respectivamente, as maiores taxas de governismo e de oposicionismo entre 28 partidos. Em 12 anos de governos do PT, nunca o PSDB fez tanta oposição.

As diferenças vão além dos votos. São estruturais. Petistas e tucanos têm quase mais nada em comum, nem os amigos. Cotejando-se as contas dos parlamentares de uns e outros no Twitter, descobre-se que não há duas bancadas mais distantes do que as do PT e do PSDB. Das centenas de combinações possíveis, nenhuma tem menos pontos em comum do que a de tucanos versus petistas. Nem PSOL versus DEM. Não apenas não conversam, tampouco convivem.

Em 2012, quando o afastamento crescia mas ainda havia diálogo, o PSDB apoiou 188 candidatos a prefeito do PT, e o PT apoiou 155 candidatos a prefeito do PSDB. Em 2014, as cúpulas dos dois partidos certificaram-se de que petistas e tucanos não se coligassem em nenhuma eleição estadual. Foi inédito. O PT se coligou uma vez até ao DEM, e o PSDB, três vezes ao PC do B. No bacanal eleitoral, só petistas e tucanos não se conectaram.

Provocado por ambos os lados, o afastamento provou-se pior para o PT. O partido de Lula tem base social diferente dos demais. Voltando seu discurso apenas para ela, dissociou-se das outras legendas e concorreu para seu próprio isolamento. De novo, o Twitter: dos 18 maiores partidos da Câmara, os deputados do PSDB têm mais amigos em comum com 15. O PT, só com PSOL e PC do B.

Quando a maré da popularidade estava a seu favor, o confronto com o PSDB ajudou o PT a fixar-se no poder. A disputa política afirmava sua identidade. A economia em expansão bancava o apoio suplementar de que o partido precisava no Congresso. Na ressaca da opinião pública, porém, a simpatia postiça cai e a aliança comprada se desfaz. Tome-se o PMDB. Eduardo Cunha faz agora em público o que José Sarney fez em 2014 na solidão da urna, ao ser flagrado votando em Aécio Neves e não em Dilma Rousseff.

PSDB e PMDB não apenas têm a mesma origem histórica, como mantêm inserções sociais mais similares. Em comparação aos tucanos, os deputados petistas estão 64% mais distantes dos aliados do PMDB, quando se cotejam suas redes de amigos no Twitter. O mesmo acontece com outros partidos da volúvel base de Dilma no Congresso. Em comparação ao PSDB, o PT está 169% mais longe do PSD, 113% mais distante do PR, 58% do PRB e 42% do PDT.

Com a economia em baixa e os esquemas de financiamento eleitoral em xeque, sobra pouco para os petistas contornarem tantas diferenças. É nesse cenário que Dilma luta por seu mandato, e os candidatos a prefeito do PT buscarão alianças em 2016.

27 de julho de 2015
José Roberto de Toledo

A NAÇÃO ESPERA QUE A OPOSIÇÃO ASSIMILE A LIÇÃO DE FHC

A FHC só restava ser ele mesmo, como ao jeca só restou ser o lula que é. Lula se negou a apoiar Tancredo Neves no Colégio Eleitoral; deputado constituinte, comandou o PT no voto contra a Constituição “burguesa” de 1988, o registro – prolixo e imperfeito, mas legítima expressão da sociedade brasileira quanto ao que ela queria ser quando crescesse – do renascimento de uma nação depois de parto tão difícil, da ressuscitação da democracia que ainda não havia passado da primeira infância em 100 anos de república; desdenhou do apoio de Covas contra Collor.

Vinte anos depois, fez um mea culpa quanto à Constituição reconhecendo que ela ensejou a eleição dele: eis aí, ele, outra vez ele, outra vez os desejos dele com as perversões intrínsecas. É patológico. Cego para os interesses do país e por índole, pela deformação do peleguismo do sindicalismo ou tudo somado, prefere acertos sorrateiros, fora dos espaços e limites institucionais.

Jamais reconhece interlocutores onde não vê comparsas porque só enxerga o projeto de si mesmo. O protagonismo máximo que os interesses do país alcançam nesta fábula primitiva é como plataforma do projeto que significou o revés do parto da nação moderna em que já poderíamos ter nos transformado se as reformas da era FHC tivessem sido aperfeiçoadas e outras iniciadas. Mas aí veio o lulopetismo arcaizante fazendo nosso futuro retroceder.

Como o Brasil real é mais intrigante do que qualquer Macondo fictícia, os portais críticos que logo cruzaremos talvez sejam uma oportunidade de restabelecermos o futuro, fazermos da política nacional menos policial e estupidamente ideológica, enfim, levar para tomar sol nosso sonho de um país civilizado. 
Esse horizonte fica mais próximo com a resposta de FHC ao assédio cafajeste da súcia que buscava uma sobrevida à custa do prolongamento da nossa agonia.

Quando olha para FHC, o jeca não vê uma reserva moral da nação no interlocutor que nunca reconheceu e cuja trajetória atacou de todas as formas no inconformismo secretamente nítido de jamais poder vivê-la, vislumbra apenas a chance última de exercer o oportunismo de salvação não do país, mas outra vez do mesmo projeto canalha, do que não tem conserto nem nunca terá.
Claro que FHC não está se vingando das infâmias que apequenaram só o homenzinho bisonho que nunca foi grande; ele simplesmente respondeu ao jeca com o que este desconhece: a estatura moral de uma biografia compatível com um país decente do qual a de Lula é antagonista.

Resistindo com naturalidade de estadista ao assédio desesperado de um caudilho ridículo que adivinha o camburão chegando e já escuta a sétima trombeta que ribombará em 16 de agosto, FHC foi leal não somente à própria biografia, mas ao país que é inseparável dela. 
A nação exaurida que quer se reerguer, ter a si mesma como assunto e projeto, espera que a lição de lealdade e coerência dele seja assimilada pela oposição oficial. 
Não merecemos menos do que isso.


27 de julho de 2015
Valentina de Botas

ACABOU O SONHO

Christiano Tavares, 15 anos, tinha um sonho: tornar-se famoso como nadador.

Foi brincando em uma poça de água suja da favela de Manguinhos, Zona Norte do Rio, que ele ganhou notoriedade e entrou para os anais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), uma das joias da coroa dos governos Lula e Dilma.

Desde o último dia três, o corpo de Christiano jaz em uma cova rasa no Cemitério de Inhaúma.

A história de Christiano tem lugar garantido na memória da maioria dos 37 mil habitantes de Manguinhos, um lugar miserável controlado pelo Comando Vermelho, facção criminosa que explora o tráfico de drogas.

Entre os oito anos de idade quando foi catapultado para o estrelato, e os 15 quando morreu cheirando crack, Christiano subiu ao céu e desceu ao inferno sem compreender direito o que lhe acontecia.

Com ele ascendeu e agora começa a descer uma humanidade resgatada da miséria para o consumo de bens supérfluos que jamais haviam estado ao seu alcance.

Bens que poderiam ter sido trocados por outros essenciais e duradouros como educação, saúde, segurança e transporte coletivo, por exemplo.

Mas quiseram os donos do poder político do país que não fosse assim. Afinal, gente alimentada e instruída costuma ser mais exigente.

Christiano deixou de ser um menino igual aos outros de Manguinhos quando Lula, às vésperas de viajar ao Rio para o lançamento de obras do PAC em favelas, viu uma foto dele na capa do jornal carioca “Extra”.

Sorridente, Christiano fingia nadar num vazamento de água no meio de uma rua. Era uma das poucas diversões a que tinha direito por ali. Lula então teve uma ideia. E ordenou a assessores que localizassem o menino.

No dia 7 de março de 2008, Christiano foi a principal estrela do comício que reuniu no Complexo do Alemão o presidente da República, ministros de Estado – entre eles, a chefe da Casa Civil Dilma Rousseff -, governador, prefeito e demais autoridades civis, militares e eclesiásticas.

Na ocasião, Lula anunciou que Manguinhos ganharia uma piscina para que Christiano e meninos de sua idade pudessem nadar. Foi delirantemente aplaudido.

Ao se despedir de Lula naquele dia, Christiano descobriu que seu nome mudara. As pessoas passaram a chama-lo de Lulinha.

Simpático, gentil, caiu no gosto da comunidade. Passou a ser paparicado por todos. E ele gostou disso.

Um clube de classe alta da Barra da Tijuca chegou a conferir-lhe o direito de livre acesso às suas instalações para que aprendesse a nadar. Não deu certo. Faltou dinheiro para o transporte de Christiano.

Abandonada ainda jovem pelo marido, Dona Bianca Pereira, 35 anos, sempre deu duro como faxineira para sustentar Christiano e as filhas Sthepannie, 14 anos, e Milhena, 12 anos. Sthepannie está grávida de seis meses.

No que pode, dona Bianca tentou satisfazer as vontades deles. Do mais velho de preferência. “Dei de um tudo a Christiano para que ele não se metesse com drogas”, conta dona Bianca. “Até roupa e tênis de marca eu dei”.

Deu também à família uma televisão de tela plana e um computador.

Promovida à mãe de Lulinha, recebeu do governo um apartamento de dois quartos. E viu com orgulho o filho, alçado pela propaganda oficial à condição de redentor das favelas, encontrar-se com Lula pela segunda vez.

Foi na entrega, em maio de 2009, de 20% das obras do PAC em Manguinhos. Quantas pessoas desfrutaram o mesmo privilégio?

De calção de banho, touca e óculos especial providenciados pelo cerimonial da presidência da República, Christiano inaugurou a piscina prometida por Lula. Foi a última vez que nadou ali.

A piscina fica dentro de uma escola que ele, por ser fraco nos estudos, não pode frequentar. Desde então, dona Bianca sentiu que seu filho, aos poucos, foi murchando. Não quer acreditar que o perdeu para o tráfico.

Christiano morreu em uma Unidade de Pronto Atendimento da favela onde está afixado um gigantesco retrato dele como menino símbolo do PAC.

27 de julho de 2015
Ricardo Noblat

RECESSÃO, CRISE, IMPEACHMENT

Não faltaram advertências. A crise em que estamos envolvidos foi antecipada por vozes previdentes ao longo de mais de dez anos.

Anestesiada pelo discurso lulopetista, a Nação rola ladeira abaixo, embalada por mentiras que a levaram a se convencer da força mágica das palavras.

Para se desenvolver, enriquecer, subir de condição de vida, avançar escala social, bastaria, segundo o Partido dos Trabalhadores (PT), adotar o endividamento como estilo de vida. A economia subdesenvolvida ganharia corpo e solidez sem necessidade de trabalho persistente, mas à força de esbanjamento de dinheiro público, criação de ministérios inúteis, multiplicação de partidos e sindicatos, eleições de picaretas, propinas e trambiques, culminando com a exaltação da ignorância e do ridículo.

Os resultados estão aí, e será impossível revertê-los dentro do atual cenário político.

Quando a vontade popular pôs fim ao regime autoritário, e foi promulgada a sétima Constituição republicana, imaginava-se que teria início longo período de tranquilidade, segurança jurídica, zelo na administração da coisa pública. Não foi o que aconteceu. O Brasil está tão mal ou pior do que se achava em 1985. A esperança foi substituída pelo medo, a solidez da moeda, pela inflação.

Da trágica experiência com a longeva administração petista, os brasileiros, desejosos de redimir, devem retirar lições. A primeira é de que não conseguiremos nos aproximar do mundo desenvolvido em quatro, oito ou dez anos. Serão necessárias várias décadas, se nos revestirmos de coragem e começarmos já. A segunda lição é de que o povo deve identificar e repelir políticos demagogos, homens e mulheres levianos, viciados em mentir e em fazer promessas rapidamente abandonadas.

Destruídos na 2.ª Guerra Mundial, Japão e Alemanha converteram-se, em menos de cinco décadas, em duas das maiores potências mundiais, graças ao planejamento a longo prazo, perseverança, disciplina, muito trabalho e confiável Poder Judiciário.

Para se reconstruírem rapidamente, contaram com governos eficientes, gestores austeros, rigoroso controle do orçamento, economia nos gastos públicos, esforço incansável e poupança. Trataram de impedir a inflação, recuperaram o parque industrial, incentivaram a fabricação de produtos de elevado valor agregado, desenvolveram esforços no terreno da pesquisa tecnológica, empregaram o binômio qualidade e preço como instrumento de conquista de mercados.

O Brasil, cujas perdas materiais se limitaram a navios mercantes afundados por submarinos alemães, encerrou a guerra como credor dos Estados Unidos. Em poucos meses, as reservas haviam sido dilapidadas em aquisições inúteis.
O governo do presidente Juscelino Kubitschek destaca-se na história do desenvolvimento. Com o programa 50 anos em 5, a industrialização avançou graças à ousada implantação da indústria automobilística trazendo a expansão do setor de autopeças.

Em 2006, ao celebrar 50 anos de atividades, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotivos (Anfavea) editou caderno que relata a vitoriosa história iniciada em 1956 com o pequeno Romi-Isetta, produzido em Santa Bárbara d’Oeste, e o DKW Vemag, fabricado em galpão da Vila Formosa. Em 2007 atingiu-se a produção de 50 milhões de veículos, dos quais 10% destinados à exportação, com a geração de 1,3 milhão de empregos diretos e indiretos. O segmento se tornou responsável por 15% do PIB industrial e 6% do PIB total. Alertava a Anfavea, no mesmo documento, sobre a necessidade de o Brasil decidir “o que quer da sua indústria automotiva nos próximos 50 anos”.

Passados 13 anos sob o comando do PT – o partido que iria inundar o mercado com ótimos empregos –, assiste-se hoje ao colapso de empresas, ao acúmulo de prejuízos, ao retorno da inflação, à classe operária condenada à ociosidade.

Indústrias pioneiras, mantenedoras de centenas de milhares de postos de trabalho, perderam mercado externo e sofrem a drástica redução do interno, sendo obrigadas a demitir ou a colocar em inatividade parcela dos funcionários.

Com a credibilidade reduzida a menos de 10%, a presidente Dilma Rousseff está inabilitada para empreender a recuperação econômica. Os esforços do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, revelam-se inúteis e são contestados dentro do governo. Aumentos de despesas e vencimentos, por lei ou decisões judiciais, eliminam as esperanças de se conseguir equilíbrio fiscal e impedir o ressurgimento da corrida inflacionária.

Do Partido dos Trabalhadores nada se deve esperar ou exigir. O fracasso de quem pretendia ser exemplo de eficiência e ética nos obriga a buscar alternativas de poder.

Excluídos os nanicos, restam poucas legendas em condições de derrotar o PT. Uma delas é o PSDB, prejudicado, entretanto, pela vocação elitista e por inexplicáveis rivalidades internas.

Sou avesso, porém, a soluções traumáticas e radicais como o impeachment. Jamais trarão bons resultados. Não haverá como afastar a acusação de golpe, tramado no Congresso com a cumplicidade de deputados e senadores de conduta duvidosa. Já nos bastam a deposição de Washington Luís em 1930, a derrubada de Vargas em 1945, o suicídio em 1954, a renúncia de Jânio em 1961, o movimento militar de 1964, a cassação de Fernando Collor em 1992.
No próximo ano teremos eleições em 5.570 municípios, como véspera da disputa presidencial de 2018. Aos partidos de oposição incumbe a tarefa de levá-las de vencida, para que a transferência da faixa presidencial, em 1.º de janeiro de 2019, ocorra conforme as regras democráticas, com pompa e circunstância, como sucede nos países desenvolvidos.

27 de julho de 2015
Almir Pazzianotto Pinto

A POLÍTICA, A ECONOMIA E AS INSTITUIÇÕES

Algumas constatações se impõem. Na crise, o Brasil cada vez se afunda mais. A recente redução do superávit primário de 1,1% do PIB para 0,15% é o reconhecimento de que a mudança pretendida é muito mais difícil e demorada do que se pretendia inicialmente. Na verdade, a equipe econômica foi simplesmente incapaz de reduzir os gastos públicos, por causa do inchaço da máquina pública brasileira.

Ocorre que, nos últimos 13 anos, houve um aumento generalizado de gastos sociais, de atendimento a funcionários públicos, de infrutíferos gastos em educação com universidades de baixa qualidade pululando pelo País, além de créditos a estudantes incapazes de fazer uma redação, e assim por diante. Tudo, evidentemente, em nome do social, como se os recursos públicos fossem simplesmente ilimitados, bastava a tal da “vontade política”, que nos levou a este grande impasse e descontrole da economia em geral.

Tão pesado é esse fardo, essa herança maldita, que a agenda do governo consiste, paradoxalmente, na discussão sobre aumentos salariais, tendo como mote o despropositado aumento de funcionários do Judiciário em torno de 70%. Contudo, não é só isso. Discute-se a eliminação do fator previdenciário, podendo levar a uma quebra de uma Previdência já quebrada. Discute-se, também, o reajuste dos aposentados nos mesmos índices do aumento do salário mínimo, além da inflação. A política petista colhe os seus frutos.

Há um fato incontornável que salta aos olhos. A crise atual está mostrando que o Estado não cabe dentro de sua economia. Gasta mais do que arrecada e, mesmo assim, não consegue oferecer atendimento adequado em áreas tão necessárias como educação básica e saúde. De nada adiantam as bandeiras salariais e os tais de “direitos adquiridos”, pois um dia a realidade se impõe. E ela está se impondo. Pode-se protelar a situação, como a Grécia fez, mas um dia a conta terá de ser paga. Discursos esquerdistas não servem nem mais para o teatro, pois são curtos e de uma dramaticidade lamentável.

Ocorre que esta crise econômica tem também um forte componente político, que só parece se aprofundar, em vez de se encaminhar para o seu equacionamento. E o componente político se torna ainda mais problemático, tendo em vista que os seus atores estão sendo comprometidos em processos de tipo criminal. Ou seja, a crise econômica depende de uma crise política que, por sua vez, está atrelada a processos investigativos e criminais. A política diante dos tribunais

A crise política imobiliza atores e acirra conflitos por estes estarem envolvidos em ações penais e criminais. A política está sendo lida nas páginas policiais. Numa situação deste tipo, o seu desenlace termina por depender de investigações policiais e do Ministério Público e de seu julgamento pelos tribunais. Eis por que a crise econômica não tende a arrefecer, pois o seu desfecho se situa para além dela. O País está pego num círculo vicioso.

Inegavelmente, as instituições brasileiras nas esferas judiciária, policial e do Ministério Público estão agindo republicanamente, não se curvando a injunções políticas e partidárias. O País vive uma Operação Mãos Limpas. Alguns acreditavam que tal processo não iria se perpetuar e, em algum momento, os tribunais superiores, sob pressão política, iriam anular a Operação Lava Jato por questões processuais ou aliviar a situação dos grandes empreiteiros envolvidos via concessão de habeas corpus. Também sustentavam que os políticos de alto escalão seriam preservados.

Ora, sinalizações contrárias já vinham sendo dadas via não concessão de habeas corpus e o próprio Supremo já autorizou operações de busca e apreensão em escritórios e residências de senadores importantes. As instituições republicanas estão sendo fortalecidas, com forte apoio da opinião pública. O cerco está se estreitando.

Contudo, mesmo aqui, já há um sinal amarelo se acendendo, consistente numa interferência de tribunais e instâncias superiores neste trabalho, como se juízes, promotores e policiais tivessem chegado a seu limite. O ministro Ricardo Lewandowski suspendeu a análise de um processo da Lava Jato até que o juiz Sérgio Moro esclareça a citação do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, por um réu envolvido numa delação premiada. Do ponto de vista jurídico, ele tem razão.

O perigo, porém, consiste em que não se trate apenas de um “esclarecimento”, mas de uma primeira trava à qual se seguiriam outras, dentre as quais a anulação do processo ou a liberação de prisão dos envolvidos. Seria a desmoralização completa do Judiciário, de consequências imprevisíveis.

O mesmo vale para a Corregedoria Nacional do Ministério Público, que acatou pedido do ex-presidente Lula ao instaurar um procedimento disciplinar para apurar a conduta de Valtan Timbó Mendes Furtado, procurador responsável por sua investigação criminal. Teria ele cometido a imprudência de investigar as relações do ex-presidente com a empreiteira Odebrecht, o que seria provavelmente um crime de lesa-majestade! A política está aqui também adentrando o trabalho independente das instituições, acendendo outro sinal amarelo.

Um impasse deste tipo, de múltiplas facetas e condicionantes, exigiria uma autoridade política capaz de desatar esses nós que se enosam entre si. Ora, a presidente está, por sua vez, enosada em si mesma, com discursos incongruentes e práticas de governar que se contradizem entre si, sem nenhum reconhecimento de seus erros passados.

Sua aprovação de ótimo/ bom de 7% perde para a inflação de 9%! Está praticamente isolada, além de ilhada em seu círculo íntimo. O momento exigiria uma atitude de estadista, voltada para um grande governo de união nacional. Se não mostrar competência e apetite para isso, o País continuará num processo de crises sucessivas de maior ou menor intensidade ou deverá ela encarar os fatos e renunciar, em nome do Brasil.

27 de julho de 2015
Denis Lerrer Rosenfield

VENTOS DE MUDANÇA: CONUUNTURAIS E ESTRUTURAIS


A revista VEJA desta semana já nasceu histórica. Primeiro, pela capa, que estampa o ex-presidente Lula, afirmando que chegou a sua vez. Faz referência ao empreiteiro e amigo (ou ex-amigo?) de Lula, que resolveu fazer delação premiada e contar tudo que sabe da participação do ex-presidente no esquema do petrolão e também como seu filho, Lulinha, ficou milionário.
VEJA cumpre, dessa forma, sua tradição de coragem, independência e bom jornalismo, pois foi injustamente acusada de partidarismo e mentira ao estampar na capa, nas vésperas da eleição, que o doleiro Alberto Youseff tinha dito que Dilma e Lula sabiam de tudo (e alguém tem dúvidas?).
Capa Veja Lula

O senso de dever patriótico também faz parte dessa histórica capa da VEJA, pois a conjuntura nacional está mudando rapidamente, com o agravamento da crise política e econômica. A presidente Dilma tem míseros 7,7% de aprovação, o próprio ex-presidente Lula perderia para Aécio Neves numa eventual eleição hoje, e os brasileiros estão muito cansados de tudo que vem do PT, especialmente do cinismo, das mentiras, da corrupção.
No dia 16 de agosto haverá uma nova grande manifestação contra o governo, e os líderes do Movimento Brasil Livre colocarão na pauta, uma vez mais, o impeachment da presidente. São os ventos de mudança conjunturais, que aumentam a cada dia as chances de o Brasil, finalmente, livrar-se dessa praga chamada PT, que vem destruindo o país nos últimos anos com seu populismo, sua irresponsabilidade, sua incompetência e sua safadeza.
Mas a VEJA desta semana não é histórica “apenas” pela capa, que já seria muito; ela também é por contar, nas páginas amarelas, com a entrevista pelo excelente jornalista Duda Teixeira de meu amigo Bruno Garschagen, autor de Pare de acreditar no governo, livro do qual tive a honra de escrever a orelha, assim como uma resenha para o GLOBO. E essa entrevista, para nós liberais, representa mais um claro indício de ventos de mudança, só que estruturais, de mais longo prazo.
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São mudanças na tendência cultural e política do país. Nas manifestações do dia 16, o impeachment será o grito de desespero mais imediato, mas haverá, também, faixas com mensagens mais profundas, que estão acima do desejo compreensível de tirar o PT do poder. Faixas pedindo menos estado, por exemplo, ou atacando o pedagogo comunista Paulo Freire como um dos responsáveis por nossa lamentável “educação”. Ou ainda faixas que pedem mais Mises e menos Marx.
Tudo isso é parte de um processo mais lento, mas bem mais profundo, do qual o cansaço com o PT é apenas o sintoma mais evidente. Isso tem tudo a ver com a mensagem central do livro de Garschagen: cada vez mais brasileiro se dá conta de que não faz sentido detestar os políticos e idolatrar o estado, que não é uma abstração formada por políticos angelicais, e sim um instrumento de poder formado justamente pelos políticos que a maioria rejeita.
O movimento liberal cresce de forma impressionante no país, despertando a perplexidade e também o desespero de muitos que dependem do gigantismo estatal para sobreviver. Falam de uma “onda conservadora reacionária preocupante” ou por ignorância ou por má-fé, ignorando que o liberalismo é o verdadeiro agente do progresso, enquanto o “progressismo” é o atraso. E essa mensagem ganha cada vez mais as ruas, como argumenta Garschagen:
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Está acontecendo! A mensagem liberal está alcançando uma audiência maior todo dia, com bons argumentos, com fatos, com lógica, desmontando décadas de falácias esquerdistas. Por tempo demais a esquerda teve o monopólio cultural no país, e também o político. Como diz Bruno, há os 30 tons de vermelho, e os eleitores não necessariamente votam mal: eles não têm em quem votar! Os partidos dominantes só oferecem nomes que pregam mais estado em nossas vidas. Mas isso está mudando, e essa é a boa notícia estrutural a ser celebrada.
Somando esse clima de mudança estrutural ao conjuntural conturbado, os brasileiros já se deram conta de que o PT não fará as mudanças necessárias, não irá reduzir os gastos públicos e o tamanho do estado. O “ajuste fiscal” de Joaquim Levy passa por aumento de impostos, algo que os brasileiros não aguentam mais, não aceitam. Também por isso a rejeição ao PT só aumenta: está claro que o partido vai contra o verdadeiro ajuste que queremos, como constata Bruno:
Bruno
Milhões de brasileiros querem uma só coisa no momento: a saída do PT do poder, com a eventual punição dos responsáveis por essa roubalheira toda nunca antes vista na história deste país. Mas milhares, que já se tornam milhões, querem mais. Querem mudanças estruturais, querem o fim dessa asfixia estatal, dos pesados impostos sem contrapartida alguma, do domínio esquerdista em nossas escolas e política. Querem novos ares mais liberais, pois estão compreendendo que é o livre mercado, não o governo, que possibilita o progresso de uma nação.
Claro que essas mudanças serão mais lentas, mais graduais. Mas acontecerão! São os ventos de mudança estruturais, e por isso mesmo até mais alvissareiros. Afinal, não basta derrotar o PT. É preciso derrotar o pensamento dominante de esquerda, o ranço socialista e intervencionista que ainda sobrevive com incrível força em nosso país, que nunca deu uma chance à liberdade. Garschagen conclui:
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Faça também sua parte, caro leitor. No dia 16 de agosto, vá às ruas protestar, e seja um agente das mudanças conjunturais tão necessárias para o futuro do Brasil. E também invista em boas ideias, torne-se um associado do Instituto Liberalassine a revista VEJA, pois esses ventos de mudança precisam continuar soprando, cada vez com mais força, se quisermos deixar de ser um país subdesenvolvido com tanta miséria, violência e subversão de valores morais. Venha ser também um agente de mudanças estruturais!
27 de julho de 2015
*Rodrigo Constantino, in a direita brasileira em ação

JUDEUS E NAZISTAS: COM QUEM OS PETISTAS REALMENTE SE PARECEM?


27 de julho de 2015
in liberta

EDUARDO CUNHA DIZ QUE O PT ESTÁ ABAIXO DO VOLUME MORTO E AFIRMA QUE ACOLHERÁ TODOS OS PEDIDOS DE IMPEACHMENT QUE TENHAM FUNDAMENTO.



O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), centrou suas críticas ao governo Dilma Rousseff e ao PT e disse que o partido, para a sociedade, está “abaixo do volume morto”. A declaração foi dada nesta segunda-feira em um almoço com empresários de São Paulo, e faz uma referência à declaração feita pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em junho em um reunião fechada e revelada pelo O GLOBO.
— Se a frase do ex-presidente Lula é de que o PT está no volume morto, acho que para a sociedade ele já baixou do volume morto. O que precisamos fazer é ver para o futuro. E o futuro passa por esse debate todo que estamos fazendo, que a gente possa construir soluções que esteja em consonância com a sociedade. E não fazer do congresso e do governo apenas uma pauta ideológica, corporativa e partidária — afirmou o presidente, que foi aplaudido.
Cunha também disse que a impopularidade do PT “consegue ser maior que a impopularidade de Dilma Rousseff“.
— Talvez, o PT tenha até arrastado a impopularidade dela mais para baixo do que poderia ser.
O presidente da Câmara também afirmou que seu rompimento político com o governo foi “reação a uma covardia” e voltou a afirmar que seu posicionamento é pessoal.
— Eu não costumo reagir colocando a cabeça debaixo do buraco. A história não reserva espaço para os covardes. Eles não vão impedir o meu livre exercício da liderança parlamentar. Fui vítima de uma violência com as digitais definidas. Não podia me acovardar e não reagir — disse Cunha, em referência a sua investigação na Operação Lava-Jato, por suspeita de envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.
Questionado pelo presidente do grupo Lide, João Dória, sobre a quem pertenciam essas digitais, respondeu: - Basicamente, foi uma interferência do Poder Executivo, que todo mundo sabe que não me engole.
Cunha acusou ainda o governo de “estimular a criação de partidos artificiais para tumultuar”, referindo-se à recriação do PL com a ajuda do ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD).
Na entrevista coletiva, dada após o almoço, Cunha não respondeu os questionamentos sobre sua investigação na Lava-Jato e disse que foi orientado pelo seu advogado a não comentar o assunto.
Questionado sobre críticas de lideranças petistas no seminário estadual do PT de Minas Gerais, que ocorreu neste final de semana, Cunha rebate provocando dizendo que o partido poderia adotar a tese do impeachment de Dilma.
— Os mesmos princípios que eles têm para mim, eles devem ter para todos os os quadros deles que são por ventura investigados ou suspeitos de qualquer coisa. Se eles pedem qualquer tipo de coisa em relação a mim, deviam começar pedindo o afastamento de ministros e talvez discutindo o da própria presidente. Talvez eles possam aderir à tese do impeachment — ironizou.
Para ele, seu afastamento ser defendido por dirigentes petistas é motivo de satisfação, já que considera a sigla como adversária.
— O PT é meu adversário, todos já sabem. Se ele tem pedido a minha destituição, só me dá alegria. Se o PT defendesse minha permanência, talvez eu pudesse estar errado — disse Cunha, que não considera a hipótese de se afastar da presidência da Câmara durante as investigações da Lava-Jato.
O lobista Júlio Camargo disse em depoimento que Cunha teria pedido US$ 5 milhões em propina em um contrato de navios-sonda da Petrobras.
IMPEACHMENT
Cunha voltou a falar que um impeachment de um presidente da República não é um processo simples, mas disse que os que tiverem fundamento terão andamento na Casa.
— Os (pedidos de impeachment) que sanearem serão analisados sob a ótica jurídica. Os que tiverem fundamento terão acolhimento — disse o presidente da Câmara. Leia MAIS

27 de julho de 2015
in aluizio amorim

A CAIXA PRETA DASX ONGS E SUA ESCALADA PARA SOLAPAR A CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL. O ALVO PRINCIPAL É ISRAEL E O POVO JUDEU.



O artigo que reproduzo após este prólogo está publicado no site do Gatestone Institute, centro de estudos e conselho de política internacional sediado nos Estados Unidos. É uma instituição apartidária, sem fins lucrativos, dedicada a educar o público sobre temáticas que os meios de comunicação de massa deixam de promover. Aliás, essa característica da grande mídia de escamotear informações relevantes é uma pauta recorrente aqui no neste blog.
Este levantamento analítico realizado pelo Gatestone Institute, assinado por Denis MacEoin, é material jornalístico de excelência. Analisa o funcionamento das tais ONGs, ditas organizações não-governamentais mas que são sustentadas com dinheiro público em diversos países. Constituem, na atualidade, um ajuntamento de vagabundos, picaretas e mentirosos que vivem de mamar dinheiro público. Essas pragas estão disseminadas em todo o planeta e praticamente a totalidade delas se dedica a por em marcha a deletéria engenharia social fundada num esquema de dupla moral cujo foco é desmantelar a civilização ocidental. Um dos objetivos principais, por isso mesmo, é a destruição de Israel e dos Estados Unidos, os dois principais pilares da civilização ocidental.
Aqui mesmo no Brasil calcula-se que há em torno de 300 mil ONGs e não se sabe quanto o governo do PT vem repassando ao longo da última década para sustentar essas tais organizações não-governamentais que são regiamente financiadas com dinheiro público. Destaca-se o fato de que a ascensão de Lula e seus sequazes ao poder o Brasil turbinou o número dessas organizações e não se tem a mínima ideia de quanto dinheiro público está sendo investido nessas ONGs.
Neste momento em que de alguma forma o Brasil vem sendo passado a limpo pela  desarticulação de uma teia infernal de corrupção que sangra os cofres públicos é urgente que seja dada absoluta transparência à transferência de dinheiro público para sustentar essa legião de ONGs. Só dos países membros da OCDE, uma miríade de ONGs consome US$ 16 bilhões de dólares! 
Recomendo a leitura deste excelente artigo do Gatestone Institute. Transcrevo a parte inicial com link ao final para leitura completa: 
PICARETAGEM INTERNACIONAL: Uma conferência realizada em 2008 sobre a "Impunidade e Perseguição de Criminosos de Guerra Israelenses" no Egito em 2008, foi patrocinada pela União Européia. (imagem: NGO Monitor)
A CAMPANHA DAS ONGs PARA DESTRUIR ISRAEL
Por Denis MacEoin
Trad. Josep Skilnik
O mundo ocidental está repleto de voluntários que não fazem nada além do bem, como combater doenças, ajudar os menos favorecidos e proporcionar assistência jurídica. Mas há diversos tipos de voluntariados, as assim chamadas Organizações Não Governamentais (ONGs), estas, não raramente, trabalham no cenário internacional, hipoteticamente em defesa dos direitos humanos, ajuda humanitária e em prol da paz. Essas ONGs são financiadas por fundações, comércio, pessoas físicas e ah, governos. O número de ONGs é espantoso: 1,5 milhões nos EUA, 2 milhões na Índia e milhares na Europa, mais de 500 delas são formadas por lobistas no Parlamento Europeu. O total da receita das ONGs ligadas à OCDE é de aproximadamente US$16 bilhões. Infelizmente algumas dessas ONGs traem seu amor pela humanidade adotando políticas discriminatórias.
Muitas delas, principalmente aquelas excessivamente dependentes de dinheiro do governo são, ao que parece, norteadas por comprometimentos ideológicos ou políticos, sendo inevitavelmente arrastadas para o engajamento político.
Na ânsia de ajudar os menos favorecidos, onde quer que eles se encontrem, muitas ONGs optam de forma ideológica sobre quem cairá na categoria dos menos favorecidos e quem cairá na categoria do "opressor". Essa maneira de ver as coisas muitas vezes significa que o bom trabalho de determinadas ONGs pode ser usado como "proteção" para pessoas e ações menos dignas de admiração.
Não é raro encontrar ONGs que ignoram violações dos direitos humanos em países onde elas procuram ter aliados ou com os quais são obrigadas a trabalhar. Às vezes as ONGs adotam posturas políticas deliberadamente preconceituosas ou prejudiciais. A grande maioria das ONGs politizadas, independentemente da sua área de atuação original, são aquelas que condenam somente um país e o fazem sempre que o tema volta à baila. Esse país, obviamente é Israel. Dentro de Israel, a comunidade que eles atacam é sem exceção, a comunidade judaica. Os israelenses, ao que tudo indica, nunca fazem a coisa certa em suas fronteiras, enquanto os palestinos vistos como pobres coitados e vítimas, jamais erram.
Os Quakers, por exemplo, são famosos por sempre terem apoiado a não violência. No entanto ONGs dos Quakers que alegam trabalhar em prol da paz no Oriente Médio, ignoram flagrantemente a violência palestina ao mesmo tempo em que condenam o direito de Israel de se defender dela. Em cooperação com o Conselho Mundial de Igrejas, organização liderada pelos Quakers autodenominada Programa Ecumênico de Acompanhamento nos territórios palestinos e em Israel (EAPPI), repetidamente desfere violentas criticas contra Israel por este fazer uso de postos de controle, ao mesmo tempo em que nada diz sobre palestinos ávidos em se tornarem homens bomba, que são os responsáveis do porquê da segurança israelense ser um imperativo dessa grandeza, uma hipocrisia que não parece incomodar muito a consciência deles. E é exatamente aí que essas ONGs politizadas causam estragos. A contribuição dessas ONGs ao recente relatório da ONU sobre a guerra de 2014 de Israel em Gaza o distorceu de tal forma que ele se tornou inútil para qualquer averiguação mais séria.
Essa marcação sui generis em cima de Israel emana de inúmeras ONGs, bem como de organizações supranacionais que não prestam contas a ninguém além de não serem transparentes, como a ONU e o Tribunal Penal Internacional (ICC em inglês), também se reflete na singular e totalmente desequilibrada seleção de Israel na repreensão pelo Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (UNHRC em inglês). Na semana passada o embaixador dos EUA na ONU Keith Harper protestou, de forma categórica, quanto ao fato do UNHRC censurar Israel mais do que todos os outros países do mundo juntos:
continuamos preocupados com esse peculiar item de agenda, exclusivo do conselho, direcionado contra Israel e pelas repetidas e unilaterais resoluções tomadas sob o dito item. Nenhum dos piores violadores de direitos humanos do mundo, alguns dos quais são objeto de resoluções nesta sessão, tem seu próprio item nesse conselho. Somente Israel é tratado dessa maneira.
Durante séculos, praticamente nenhuma comunidade religiosa ou racial esteve sujeita a um ódio universal dessa magnitude ou aos elevadíssimos níveis de hipocrisia de duplo padrão moral e perseguição do que as comunidades judaicas da Europa e do Oriente Médio. Hoje o foco obsessivo sobre Israel é a simples revitalização desse ódio clássico. Sua natureza é inequivocamente antissemita, entrementes dezenas de ONGs que juram serem contra o racismo, o empregam de bom grado. 
Leitores que desejarem visualizar um panorama mais amplo do funcionamento dessa discriminação anti-Israel no caso das ONGs, basta consultarem a variedade de artigos e comunicados à imprensa do NGO Monitor, uma consultoria jurídica e órgão de defesa de informação israelense fundada por Gerald Steinberg, professor de ciência política da Universidade Bar Ilan. O NGO Monitor é a maior fonte de informações para a imprensa, comunidade internacional e para todos aqueles de desejam estar em dia sobre as frequentes acusações antissemitas impingidas contra o estado judeu, sejam elas "crimes de guerra", "apartheid" ou limpeza étnica.
O mais significativo não é tanto o ódio evidente expressado por algumas ONGs e sim o fato de muitas delas serem expressivamente financiadas por governos estrangeiros ou instituições estrangeiras.
De acordo com o NGO Monitor "as ONGs deveriam representar a sociedade civil e não interesses de governos estrangeiros. As ONGs israelenses que recebem financiamento de governos estrangeiros se beneficiam da enganosa imagem delas serem não governamentaisapolíticas e baseadas nasociedade civil".
Quando esse tipo de financiamento é proporcionado por países aliados como os Estados Unidos, Reino Unido ou de comunidades internacionais como a União Européia, representa uma interferência desproporcional de governos estrangeiros nos assuntos internos de um país democrático.
Esses agentes externos de influência são a razão pela qual o novo governo de Israel necessita de uma legislação que traga a responsabilidade de prestação de contas dessas atividades, em parte insistir na transparência de toda remessa de ajuda financeira. Clique AQUI para continuar lendo este excelente artigo

27 de julho de 2015
in aluizio amorim

QUANDO O HUMOR DESENHA A REALIDADE...

27 de julho de 2015

STF AUTORIZA PROGRESSÃO DE REGIME A DOIS MENSALEIROS

JOSÉ ROBERTO SALGADO E SIMONE VASCONCELOS ESTÃO PRESOS EM MINAS

O EX-DIRIGENTE DO BANCO RURAL JOSÉ ROBERTO SALGADO CUMPRE PENA DE 14 ANOS E 5 MESES POR LAVAGEM DE DINHEIRO, GESTÃO FRAUDULENTA E EVASÃO DE DIVISAS (FOTO: FREDERICO HAIKAL)

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, concedeu progressão de regime a dois condenados na Ação Penal 470, o processo do mensalão. Com a decisão, o ex-diretor do Banco Rural José Roberto Salgado e a ex-funcionária do banco Simone Vasconcelos passam a cumprir pena em regime semiaberto e poderão deixar o presídio durante o dia para trabalhar. Eles cumprem pena em Minas Gerais.

Salgado foi condenado a 14 anos e cinco meses de prisão, e Simone, a 12 anos e sete meses. Eles ganharam a progressão por terem cumprido um sexto da pena em regime inicial fechado, conforme prevê a Lei de Execução Penal (LEP). A questão deveria ser decidida pelo ministro Luis Roberto Barroso, relator das execuções dos condenados no processo do mensalão, no entanto, devido ao período de recesso no Judiciário, a decisão foi remetida a Lewandowski. (AE)



27 de julho de 2015
diário do poder

A POLÍTICA NÃO PODE SER TUDO. NEM NADA.


Certamente o leitor já teve ocasião de ouvir entrevistas do tipo em que o repórter pergunta – “O que é isto ou aquilo para você?”. E o entrevistado responde – “Ah! Isso para mim é tudo!”. Tudo? Como assim “tudo”? Atribuir totalidade a algo é sintoma de fragilidade mental. Coisa nenhuma pode corresponder ao todo na medida em que o todo é, por definição, a agregação de tudo. Nem Deus pode ser tudo porque se o fosse acabaria agasalhando sua contradição, seu antípoda, o sujeito da fumegante fornalha do andar de baixo. Mesmo assim, o fato permanece: muitas pessoas agem como se alguma coisa fosse tudo, mesmo.
Quando isso ocorre com futilidades, as conseqüências, por vezes graves, se limitam ao âmbito pessoal ou familiar. Constitui, porém, desvio psicológico capaz de produzir verdadeiras tragédias atribuir essa totalidade à política. O leitor muito provavelmente sabe do que estou falando; conhece e convive com pessoas para as quais a política é tudo. E certamente conhece também idéias políticas que, seduzindo corações e mentes, cobram dos que a elas aderem essa entrega total.
Tudo é o partido e nada é mais importante do que a reunião do partido, a defesa do partido, a propaganda partidária. Prioridade alguma se pode sobrepor aos atos convocados pelo partido e nenhuma razão traz consigo a audácia de questionar suas razões e seus procedimentos.
TOTALITARISMO
Estou exagerando? Pense no professor que usa a sala de aula para fazer a cabeça dos alunos, no religioso que emprega o púlpito como palanque e que não distingue sua ação pastoral de sua militância política, no jornalista que, na cozinha da redação, manipula o fato para produzir a versão que mais convém ao partido, no torcedor de futebol que mistura o símbolo de seu partido com a bandeira de seu clube, transformado qualquer coisa em vetor de suas próprias manias e compulsões.
Essa totalidade, na política, é a farinha e o fermento do totalitarismo. Mobilize-a com o que bem quiser (insatisfação, revolta, revolução) ou lhe dê o nome que preferir (utopia, radicalização da democracia, organização da cidadania). O produto final será sempre antidemocrático, maniqueísta, totalitário. A melhor proteção contra esse produto é o conhecimento de sua natureza. Da mesma forma, a comprovar a importância do equilíbrio, ignorar completamente a dimensão política do ser humano e a importância da política à vida em sociedade é sinal de pouco juízo e rompimento com um grave dever moral. A omissão na política, pavimenta o caminho dos demagogos, dos incompetentes, dos oportunistas e dos tiranos. E o omisso, cedo ou tarde, será chamado, com todos os demais, a pagar essa conta.

27 de julho de 2015
Percival Puggina