A desesperança tomou conta dos trabalhadores e também dos empresários. Creio que algo saiu fora da curva. Provavelmente foi a política de investimentos pesados do Estado via BNDES, a juros subsidiados para os campeões nacionais, que gerou um déficit incontrolável da dívida pública. A crise de 2008 não é a única responsável por nossas agruras atuais. Os assuntos se completam uns ligados aos outros. Um fio condutor os une indelevelmente.
PAÍS DO FUTURO
O escritor austríaco Stefan Zweig escreveu o livro “Brasil, o País do futuro”. Um estrangeiro acreditava no Brasil, como nós não iríamos acreditar? O momento vivido pela nação é preocupante em virtude do agravamento da crise econômica, com reflexos no desemprego, na inflação, no aumento da dívida pública e na falta de investimento.
A crise dos anos 80 é similar à de agora. O início das nossas agruras começa em 2008 e o ápice está ocorrendo em 2015. Como tudo está ligado a tudo, a crise dos países ricos detonada em 2008 pegou a nação agora, exatamente no estágio de recuperação dos EUA, onde começou a quebra do setor imobiliário, no distante 2008. Mas, a Europa ainda patina, inclusive a poderosa Alemanha. Nem se fala da Grécia, que se encontra na UTI. A China desacelerou brutalmente pegando o Brasil de surpresa, visto que era a maior compradora das commodities, principalmente os minérios do Brasil, notadamente o minério de ferro. As ações da Vale despencaram. A maior mineradora do Brasil está nas cercanias da crise.
HORA DO SACRIFÍCIO
Nem os próprios criadores, ministros Joaquim Levy e Nelson Barbosa, acreditam no ajuste fiscal, que provoca desesperança de empresários e trabalhadores. As famílias puxaram o freio de mão, agravando o quadro de recessão e desemprego crescente.
É chegada a hora do sacrifício. No entanto, todos deveriam participar, ricos e pobres, mas não é isso que está acontecendo. Se houvesse um esforço conjunto da sociedade, poderíamos sair da crise e voltar a experimentar um ciclo de crescimento mas rapidamente.
Do jeito que estamos, a curto prazo se torna quase impossível a economia sair do atoleiro em que se encontra. No mínimo, o esforço concentrado durará pelos próximos cinco anos. Vejam bem, a maior nação do globo enfrentou uma grave crise em 2008 e só agora em 2015 dá sinais de recuperação. Nesse sentido, falar em cinco anos para o Brasil sair da crise significa até uma dose de otimismo.
27 de julho de 2015
Roberto Nascimento
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