"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

terça-feira, 21 de julho de 2015

CUNHA DENUNCIA JUIZ MORO POR USURPAR COMPETÊNCIA DO STF



Eduardo Cunha pensa que pode se livrar do processo
A defesa do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), protocolou uma reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o Juízo da 13ª Vara Federal da Seção Judiciária de Curitiba (PR), cujo titular é o juiz Sérgio Moro, responsável pela condução da Operação Lava Jato.
Os advogados de Cunha pedem a imediata suspensão da ação penal que corre no Paraná e que tem como investigados, entre outros, o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, o doleiro Alberto Youssef e o lobista Júlio Camargo.
Posteriormente, os advogados pedem que o tribunal declare nulos todos os atos realizados no curso da ação penal. Camargo, um dos delatores da Lava Jato, disse em depoimento na última semana que o suposto operador do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras, Fernando Baiano, lhe afirmou que estava sendo pressionado por Cunha para pagamento de propina. Os valores da propina teriam saído de compras de navios-sonda. Segundo relato de Julio Camargo, o peemedebista exigia US$ 5 milhões.
Os advogados pedem a remessa imediata no processo para o Supremo. No mérito, a defesa de Cunha pede para que seja reconhecida a “usurpação de competência” do Supremo por parte de Moro e que todos os atos relacionados ao presidente da Câmara sejam anulados.
“Mostra-se fartamente demonstrado que o Juízo reclamado, ao realizar atos manifestamente investigatórios em face de agente público com prerrogativa de foro, usurpou de forma flagrante a competência desta Suprema Corte”, escrevem os advogados.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG
 – A matéria não cita o nome dos advogados de Cunha, que são de primeira categoria. Eles aparentemente encontraram um caminho viável, mas acontece que o juiz Sergio Moro não é nenhum iniciante. Quando o delator citou Cunha, o magistrado imediatamente encerrou o assunto, dizendo que ele não poderia falar a respeito no depoimento à 1ª instância, mas somente ao Supremo, devido ao foro privilegiado. De qualquer forma, a reclamação dos advogados de Cunha representa mais um entrave ao processo. (C.N.)

21 de julho de 2015
Deu em O Tempo

DIRIGENTES DA ODEBRECHT E ANDRADE GUTIERREZ JÁ INDICIADOS


Depois do presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, e de executivos da empreiteira, o presidente da Odebrecht e mais sete pessoas também foram indiciados pela Polícia Federal (PF) no inquérito da 14ª Fase da Operação Lava Jato pelos crimes de fraude a licitação, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva, crime contra a ordem econômica e organização criminosa.
Desta vez, foram indiciados Marcelo Bahia Odebrecht (presidente da holding Odebrecht S.A.), Rogério Santos de Araújo, Alexandrino de Salles Ramos de Alencar, Márcio Farias da Silva, César Ramos Rocha, Celso Araripe de Oliveira, Eduardo de Oliveira Freitas Filho e João Antônio Bernardi Filho.
As investigações que resultaram na 14ª fase da Operação Lava Jato revelam que as empreiteiras Odebrecht e Andrade Gutierrez lideravam o cartel de empreiteiras que superfaturavam contratos da Petrobras. Os presidentes das duas construtoras Marcelo Odebrecht e Otávio Marques Azevedo foram presos.
De acordo com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, as duas empreiteiras, no entanto, diferentemente das demais investigadas, usavam um esquema “mais sofisticado” de pagamento de propina a agentes públicos e políticos por meio de contas no exterior, o que exigiu maior aprofundamento das investigações, antes do pedido de prisão dos diretores das empresas.

21 de julho de 2015 
iG São Paulo

DIRIGENTES DA CAMARGO CORRÊA TAMBÉM SÃO CONDENADOS



Juiz anuncia a nova lista de condenados
Titular das ações penais da Operação Lava Jato, o juiz Sergio Moro condenou ex-executivos da construtora Camargo Corrêa por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e atuação em organização criminosa referentes a superfaturamento e pagamento de propina para obtenção de contratos de obras de refinarias da Petrobras.
A condenação refere-se às obras da Repar (Refinaria de Getúlio Vargas), no Paraná, e da Rnest (Refinaria Abreu e Lima), em Pernambuco. É a primeira condenação de executivos (ou ex-funcionários) de empreiteiras investigadas por corrupção na Petrobras.
Tanto o presidente da empresa, Dalton Avancini, quanto outros dois executivos da companhia –Eduardo Leite e João Auler, todos condenados–, estavam afastados desde sua prisão em novembro de 2014 e foram demitidos recentemente.
Avancini e Leite fizeram acordo de delação premiada com a Justiça, em troca de penas mais brandas. Ambos estão em prisão domiciliar. Os dois disseram que a Camargo participava grupo de empreiteiras que pagava propina para conseguir contratos na Petrobras. João Auler, que presidia o conselho da construtora, não aceitou colaborar com a Justiça, mas também foi demitido.
R$ 50 MILHÕES
De acordo com a sentença, a Camargo Corrêa pagou R$ 50 milhões de propina à Diretoria de Abastecimento da Petrobras apenas nesses dois contratos. O valor equivale a 1% do valor das obras, segundo a sentença.
Este é o montante definido pelo juiz Sergio Moro como ressarcimento a ser feito à estatal pelos condenados, além de outras multas criminais e civis.
Também foram condenados o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, o doleiro Alberto Youssef e o policial federal Jayme de Oliveira Filho, que fazia entrega de dinheiro a mando de Youssef.
O ex-diretor da Petrobras e o doleiro também têm acordo de delação premiada. Eles terão suas penas somadas às demais que já sofreram na Lava Jato.
CONFIRA AS CONDENAÇÕES
Dalton Avancini (ex-presidente da Camargo Corrêa e delator na Lava Jato) – Sentença: Condenado a 15 anos e 10 meses de prisão, mais multa de R$ 1,2 milhão.

Após a delação premiada, permaneceu na cadeia quatro meses e dez dias, período que durou sua prisão preventiva. Vai cumprir um ano da pena em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, até 14 de março de 2016. Após essa data, vai cumprir pelo menos dois anos no regime semiaberto diferenciado (obrigação de dormir em casa) mais cinco horas semanais de serviços comunitários. Depois, seu regime progride para o aberto, encerrando a obrigação de dormir em casa. Vai pagar R$ 2,5 milhões como indenização cível, além do R$ 1,2 milhão como multa criminal
Eduardo Hermelino Leite (ex-vice-presidente da Camargo Corrêa e delator na Lava Jato). Sentença: Condenado a 15 anos e 10 meses de prisão, mais multa de R$ 900 mil. Após a delação premiada, permaneceu na cadeia quatro meses e dez dias, período que durou sua prisão preventiva. Vai cumprir um ano da pena em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, até 14 de março de 2016. Depois dessa data, vai cumprir pelo menos dois anos no regime semiaberto diferenciado (obrigação de dormir em casa) mais cinco horas semanais de serviços comunitários. Depois, seu regime progride para o aberto, encerrando a obrigação de dormir em casa. Vai pagar R$ 5,5 milhões como indenização cível, além do R$ 900 mil como multa criminal
JOÃO AULER – (ex-presidente do conselho de administração da Camargo Corrêa). Sentença: Condenado a 9 anos e 6 meses de prisão, mais multa de R$ 288 mil
Começará a cumprir a pena em regime fechado, podendo evoluir para o regime semiaberto após o cumprimento de 1/6 da pena
PAULO ROBERTO COSTA (ex-diretor de Abastecimento da Petrobras e delator). Sentença: 6 anos de prisão e multa de R$ 373 mil. A condenação nesta ação penal será unificada com as demais. Em abril, ele já havia sido condenado em outro processo a 7 anos e 6 meses de prisão. Costa também não deverá voltar à prisão, ele já cumpre prisão domiciliar com uso de tornozeleira desde outubro do ano passado. A partir de outubro deste ano, ele poderá deixar sua casa durante o dia, com obrigação de retornar à noite e ali permanecer nos finais de semana
ALBERTO YOUSSEF (doleiro e delator). Sentença 8 anos e 4 meses de prisão, mais multa de R$ 593 mil. A condenação nesta ação penal será unificada com as demais. Em abril, ele já havia sido condenado em outro processo a 9 anos e 2 meses de prisão. Mas, graças ao acordo, o doleiro passará somente três anos na prisão. Em março de 2017, ele vai progredir diretamente para o regime aberto
JAYME ALVES DE OLIVEIRA FILHO (o “Jayme Careca”, policial federal que fazia entrega de dinheiro a mando de Youssef). Sentença 11 anos e 10 meses de prisão e multa de R$ 285 mil.

21 de julho de 2015
Bela Megale e Graciliano Rocha
Folha

PARA SAIR DESSA MARÉ, NO PÓS-DILMA



Gabeira já começa a se preocupar com o pós-Dilma
A BR-020 é uma estrada radial de longas retas que liga Brasília ao Piauí. Aproveitei o percurso para refletir sobre o rumo dos meus artigos. Vale a pena insistir nos erros de Dilma e do PT, ambos no volume morto? A maioria do povo brasileiro já tem uma visão sobre o tema.
Num hotel do oeste baiano, abri uma revista na mochila e me deparei com uma frase do escritor argelino Kamel Daoud: “Se já não há vida antes da morte, por que se preocupar com a vida após a morte?”. Ele se referia à sorte do septuagenário presidente argelino Abdelaziz Bouteflika, internado num hospital de Paris. Mas sua frase é uma pista para buscar outro rumo.
Visitei a cidade de Luís Eduardo Magalhães (BA), um polo do agronegócio. Ali se tornaram campeões mundiais da produtividade nas culturas do milho e da soja. Construíram um aeroporto com uma pista de 2 mil metros, quase o dobro da pista do Aeroporto Santos Dumont. Numa só fazenda, vi uma lagoa artificial maior que a Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio. O número de habitantes ali cresceu 300% em 15 anos. Tudo marchou num progresso acelerado, em níveis chineses – pelo menos os do passado recente. Mas a crise começa a afetar até mesmo essas áreas do agronegócio, que exporta e se favorece com o preço do dólar. Somos todos interligados.
GRAVE CRISE
A região depende de um Estado e de um governo federal mergulhados numa grave crise. Mesmo para os que estão bem situados há um desejo de achar o caminho do desenvolvimento, sair dessa maré.
É possível que alguma forma de unidade nacional possa ser alcançada pelos que querem superar a crise. E o ajuste na economia deve ser a base de seu programa. Quando digo alguma forma de unidade nacional, deixo de fora aqueles que ainda creem que um ajuste seja o caminho errado. Gostaria de incluir aqueles que acham o ajuste um caminho certo, mas agem no Parlamento como se não houvesse amanhã: gastos e mais gastos.
O fator Grécia continua perturbando os que romanticamente acham possível desafiar as leis do capitalismo: aqui se faz, aqui se paga. Admiradores de Cuba e Venezuela se voltam, agora, para a Grécia democrática, sem perceber que estão apenas trocando de fracasso econômico.
PROJETO DRACONIANO
A realidade impôs à esquerda grega uma tarefa mais árdua do que seus antecessores. O governo teve de passar no Congresso um projeto mais draconiano do que a direita tentou, sem êxito, aprovar. O plebiscito disse não, o próprio governo de Alexis Tsipras disse não e, no entanto, o acordo com a Europa diz sim às condições dos credores.
O que o exemplo mostra também é que, às vezes, saídas românticas podem conduzir a um processo de humilhação nacional. No caso grego, creio, houve uma diferença de tom entre a França latina e a Alemanha. Os franceses acham que os alemães têm um enfoque vingativo. William Waack, que foi correspondente na Alemanha, lembra do fator cultural. Num país de formação calvinista, a palavra dívida é a mesma de culpa: Schuld.
Não creio que as coisas sejam as mesmas entre países tão diferentes como a Grécia e o Brasil. Mas um colapso econômico, com bancos fechados, é sempre uma lição.
E AS PREMISSAS?
Não existe necessariamente uma catástrofe no horizonte brasileiro. Mas seria bom que houvesse uma discussão sobre as premissas para sair da crise e algum compromisso com elas.
A oposição tem seus objetivos eleitorais. Precisa combater o PT. Mas o combate erradamente, quando usa os mesmos métodos do adversário, falando uma coisa, fazendo outra. Buscar uma saída estratégica não jogaria a oposição no volume morto. Muitas pessoas que encontro pelo País estão ansiosas não pela solução imediata da crise, mas por um sentimento de que o barco anda no rumo certo. O grande motor seria a política. A crise econômica depende do impulso favorável do processo político.
Hoje, o quadro é caótico. Dilma, escorregando na rede, na Itália, ilustrou sua própria situação. Meio à Guimarães Rosa, ela disse: “Quando você está lá em cima, você inclina para um lado e, imediatamente, para o outro, você fica balançando mesmo, você consegue se equilibrar. Eu não caí, mas para não cair é preciso ser ajudada”. Quem ajudará Dilma a não cair? Por que ajudá-la a não cair? Em respeito aos seus eleitores? Mas eles já a rejeitam há algum tempo.
ENCONTRAR SAÍDAS
Há três frentes acossando o Planalto: TCU, TSE e Operação Lava Jato. Isso tem uma certa autonomia, não depende de ajuda. Dilma se encontrou com Lewandowski em Portugal. Supremo e Planalto se encontram, discretamente, em Porto. Não vou especular sobre o que disseram. Lembrarei apenas que se encontraram em Porto no auge da crise.
Mesmo neste caos, é preciso encontrar saídas. Na política, ela passa pela punição dos culpados de corrupção e campanhas pagas por ela. Simultaneamente, precisava surgir algo no Parlamento e na sociedade, um desejo real de superar a crise, uma unidade nessa direção. No momento, estamos saudando a mandioca e vivendo num parlamentarismo do crioulo doido.
Se estivéssemos vendo o Brasil de uma galáxia distante, até nos divertiríamos. Mas eles estão entre nós.
E O PÓS-DILMA?
É preciso pensar o pós-Dilma. Ela fala muito em queda, parece preocupada com isso. Não deve doer tanto. Collor caiu e reaparece – como coadjuvante, é verdade – no maior escândalo do século. E muito mais rico: do Fiat Elba ao Lamborghini.
É preciso, pelo menos, pensar o País sem Dilma, deixá-la balançar na etérea sala do palácio, criar uma unidade em torno de um ajuste possível, recuperar o mínimo de credibilidade no sistema político.
Nas eleições, os políticos gostam da imagem de salvador. Isso não existe. Mas, no momento, ao menos poderiam dar uma forcinha criando um pequeno núcleo suprapartidário buscando uma saída, apontando para o futuro. Seria ignorado? Por que não experimentar? Um dos piores efeitos da crise são o desânimo e a paralisia. Por onde ando, vejo um compasso de espera. A maioria sabe que uma pessoa que mal se equilibra não consegue liderar o Brasil durante a tempestade. É preciso extrair as consequências dessa incômoda constatação.
(artigo enviado pelo comentarista Mário Assis)

21 de julho de 2015
Fernando Gabeira
Estadão

UM PAÍS EM FRANGALHOS




Apareceu coisa mais grave do que a reação de Eduardo Cunha à denúncia que responderá perante o Supremo Tribunal Federal, tendo-se declarado em oposição à presidente Dilma. A Procuradoria da República no Distrito Federal formalizou investigação contra o ex-presidente Lula, por tráfico de influência internacional favorecendo empreiteiras. Ao mesmo tempo presidentes dessas empresas continuarão presos como envolvidos na operação Lava Jato.
Por seu advogado, o primeiro companheiro defende-se, negando haver recebido propina ou comissão para sustentar interesses privados, alegando que suas viagens ao exterior se fizeram para pronunciar palestras sobre o desenvolvimento econômico brasileiro.
Junte-se a essa explosiva equação a possibilidade de o Tribunal Superior Eleitoral concluir que dinheiro sujo surripiado da Petrobras serviu para alavancar a campanha da presidente Dilma à reeleição, mais as contas do governo de Madame virem a ser recusadas no Tribunal de Contas da União, e se terá a receita de um país posto em frangalhos. Para cada lado que se olhe emerge o espectro da corrupção. Encontram-se sob suspeita ministros do atual governo, parlamentares, além dos presidentes da Câmara e do Senado. Sem falar em empresários de alto coturno e dirigentes de partidos grandes e pequenos.
BOLO DA CEREJA
Só que a cereja do bolo parece ser o Lula, se não puder livrar-se das acusações de parcerias malfeitas com empreiteiras. Saiu pelo ralo a versão dele ser inatingível. As últimas pesquisas dão conta de que seria derrotado por Aécio Neves numa eleição presidencial. De seu partido, o PT, não tem recebido senão sussurros de solidariedade, coisa que nem isso Dilma consegue.
Em suma, as instituições nacionais andam de cabeça para baixo, restando a indagação de como se comportará a população, ainda mais diante da crise econômica, do desemprego crescente, da sombra da inflação, da redução de direitos trabalhistas, do aumento de impostos, tarifas e, acima de tudo, do custo de vida em ascensão permanente. Em boa coisa não acabará o esgotamento da paciência nacional.
ATÉ A REELEIÇÃO PODE CONTINUAR
A Câmara enterrou a ampliação de mandatos que seria natural com o fim da reeleição. Perceberam os deputados que o Senado vetaria a redução para cinco anos dos períodos de seus integrantes e, assim, melhor não mudar nada. Só que o fim da reeleição ficou dependurado num galho que vai apodrecendo. Pode ser que os senadores agora decidam pela permanência de dois mandatos consecutivos para presidentes da República, governadores e prefeitos. Vai para as profundezas a reforma política…

21 de julho de 2015
Carlos Chagas

O HUMOR DO ALPINO...

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21 de julho de 2015

ADVOGADO DE RENATO DUQUE JÁ FALA EM DELAÇÃO PREMIADA



Duque é um homem-bomba, pode complicar Dirceu, Lula e Dilma
O advogado Alexandre Lopes, que defende o ex-diretor de Serviços da Petrobrás Renato Duque – preso na Operação ‘Que País é esse?’, 10ª fase da Lava Jato, desde março -, pela primeira vez admitiu que ‘não é impossível’que o executivo faça delação premiada devido a sua situação psicológica.
Alexandre Lopes afirmou que continua ‘firme e forte’ à frente da defesa do ex-diretor da estatal petrolífera. O criminalista negou que haja algum acerto ou negociação sobre uma possível delação de Renato Duque. Segundo ele, caso Duque decida fazer a delação, o acordo será mediado por outro escritório de advocacia.
A defesa do ex-diretor da Petrobrás pediu ao juiz Sérgio Moro uma ‘entrevista prévia e reservada’ com Duque antes da audiência marcada para a tarde da última sexta-feira, 18. Na mesma ação, também são réus o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e outros 25 investigados.
Duque é apontado como elo do PT no esquema de pagamento de propinas na estatal petrolífera. Ele teria sido indicado ao cargo pelo ex-ministro José Dirceu, da Casa Civil, no primeiro governo Lula.
O ex-diretor da Petrobrás foi preso após a Polícia Federal flagrar a tentativa do ex-executivo de ocultar patrimônio não declarado na Suíça por meio, por exemplo, da transferência de 20 milhões de euros para uma conta no Principado de Mônaco.

21 de julho de 2015
Beatriz Bula, Julia Affonso e Ricardo Brandt
Estadão

CPI DO BNDES COLOCA O PT EM PÂNICO




O governo avalia que a CPI anunciada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para investigar contratos do BNDES pode paralisar a instituição e causar sérios prejuízos à economia. O receio do Planalto é que o impacto da comissão sobre a atividade econômica seja ainda pior do que o provocado pela CPI da Petrobrás, aumentando a temperatura da crise política.

A avaliação foi feita ontem em reunião da presidente Dilma Rousseff com ministros da coordenação política do governo. Em conversas reservadas, auxiliares de Dilma dizem pouco poder fazer para impedir a CPI, mas acreditam que até mesmo empresários vão atuar para esvaziá-la.

Segundo informações obtidas pelo Estado, a equipe econômica estuda abrir uma linha de capital de giro, financiada pelo BNDES, para socorrer empresas em dificuldades financeiras após a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, com o objetivo de evitar quebradeiras e demissões em massa. Ministros dizem, porém, que nada disso será levado adiante se a CPI vingar.

Rompido com o governo desde que o lobista Júlio Camargo o acusou de ter cobrado propina de US$ 5 milhões, em depoimento ao juiz Sérgio Moro, Cunha quer pôr o PMDB na presidência e até mesmo na relatoria da CPI do BNDES, o que preocupa o Planalto. Além disso, o Senado ameaça abrir uma comissão parlamentar de inquérito para investigar o mesmo assunto, criando nova fonte de problemas para Dilma.

Para piorar o quadro, o governo sabe que o grupo de Cunha e a oposição vão tentar constranger o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na CPI e temem que a crise bata com mais força à porta do Planalto. Na semana passada, a Procuradoria da República no Distrito Federal abriu investigação contra Lula, acusando-o de tráfico de influência internacional e no Brasil.

A suspeita levantada pelo Ministério Público é a de que Lula tenha usado o seu poder para facilitar obras da empreiteira Odebrecht em países da África e da América Latina, com financiamento do BNDES. Em nota, o Instituto Lula disse que o procedimento aberto pela Procuradoria no DF é “absolutamente irregular, intempestivo e injustificado”. 

Na sexta-feira, advogados do ex-presidente apresentaram uma reclamação disciplinar ao Conselho Nacional do Ministério Público para requerer apuração da conduta do procurador Valtan Timbó Mendes Furtado, pedindo a suspensão do inquérito.

Coutinho. “Não há possibilidade de ingerência política no BNDES”, disse Luciano Coutinho, presidente do banco. “Os processos de governança do BNDES são extremamente rigorosos. Temos plena convicção da nossa capacidade de esclarecer e demonstrar a contribuição do BNDES para o desenvolvimento.” 

A estratégia do governo é tentar pacificar a relação com Câmara e Senado durante o recesso, liberando emendas parlamentares e acertando nomeações de segundo e terceiro escalões. Embora na reunião de ontem a avaliação tenha sido a de que Cunha “extrapolou e passou dos limites”, a ordem é isolar o presidente da Câmara, e não atacá-lo.

“Eu quero ver isso como uma questão de momento em que ele (Cunha) se sentiu injustiçado”, afirmou o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. “Espero que essas iniciativas não se traduzam na busca de desestabilização das relações políticas e do próprio quadro institucional. Não creio que ele faria isso.”

Por ordem de Dilma, ministros também tentarão se reaproximar do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Em pronunciamento na TV Senado, na sexta-feira, Renan elogiou Cunha e chamou de “tacanhas e ineficientes” as medidas propostas pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. 

Disse, ainda, que ajuste fiscal sem crescimento econômico é como “cachorro correndo atrás do rabo”, porque não sai do lugar. “O senador Renan é aliado, é integrante do PMDB e os aliados não estão proibidos de fazer críticas”, amenizou o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha.

21 de julho de 2015
Via Vera Rosa e Talita Fernandes - em O Estado de São Paulo

QUASE DOIS TERÇOS QUEREM O IMPEACHMENT DE DILMA

Povo tá doido pra dar uma surra eleitoral em Lula; só 7,7% aprovam o governo; presidente é rejeitada por 79,9%; 69,2% a culpam por corrupção na Petrobras

Escrevi nesta manhã um post indagando por que diabos, afinal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara, se tornou o principal inimigo do governo. Ele fez a crise econômica? Ele fez a crise política? Ele fez a crise de confiança? Convenham: ele é uma das figuras mais influentes do país hoje, mas ainda é desconhecido da esmagadora maioria dos brasileiros. A sua pauta nem mesmo contamina o país com mau humor. Ao contrário até: como a sua agenda está bem mais próxima da do povo em geral, os que o conhecem até depositam nele algumas esperanças. O governo está encalacrado é por sua própria conta, por sua própria incompetência. E sua reputação tende a piorar. Pesquisa CNT/MDA divulgada nesta terça não traz uma só boa notícia para o governo, para Dilma Rousseff, para o PT e para Lula.
Vou inverter o lead que anda por aí. Como Lula, o amigão de Dilma, era tido até outro dia por petistas como reserva estratégica para que o partido possa se manter no poder a partir de 2019, vamos ver como anda a reputação do rapaz. Se ele disputasse hoje um segundo turno, perderia para qualquer um dos três tucanos que podem ocupar a vaga à Presidência em 2018. Na disputa, com Aécio Neves, apanharia por 49,6% a 28,5%; com José Serra, por 40,3% a 31,8%; com Geraldo Alckmin, por 39,9% a 32,3%. Lula se disse no volume morto. Errado! Ele é o volume morto.
Ainda assim, está um pouco melhor do que Dilma, não é? Quem não estaria? Consideram o seu governo bom ou ótimo apenas 7,7% dos entrevistados, contra 70,9% que o veem como ruim ou péssimo. Dizem ser regular 20,5% dos entrevistados. A que consequência isso leva? Se Dilma sofresse hoje um processo de impeachment, quase dois terços dos brasileiros veriam realizado o seu desejo: defendem que a presidente perca o seu mandato 62,8% dos entrevistados; apenas 32,1% se mostram contrários. Quantos sairiam às ruas em sua defesa? Garanto que bem menos do que isso.
Sabem quantos aprovam o desempenho pessoal de Dilma? Apenas 15,3%, contra 79,9% que o reprovam. É um desastre. Aquela foto em que ela e Lula aparecem agarrados ganha agora uma nova legenda: abraço de afogados.
O brasileiro, finalmente, começa a ligar os nomes às coisas. Para 53,4%, a corrupção é um dos principais problemas do país — para 37,1%, é o principal. Já ouviram falar da Lava Jato 73,8%. Nem Dilma nem Lula conseguem escapar do peso da lambança. E a situação dela é ligeiramente pior do que a dele, embora ambos apareçam na lama: 69,2% dizem que a presidente é culpada pela roubalheira na Petrobras, e 65% pensam o mesmo de Lula. Livram a cara da presidente só 23,7%; 27,2% no caso do ex-presidente.
A população, de certo modo, tem uma percepção da realidade mais correta do que a de boa parte da imprensa: 40,4% dizem que o culpado pela corrupção é o governo; 30,4% apontam os partidos políticos; 14,2% indicam os funcionários da empresa, e apenas 3,5% dizem ser as empreiteiras. A maioria, no entanto, não acredita que os culpados serão punidos: 67,1%.
Os brasileiros descobriram também que a corrupção tem um preço: para 86,8%, ela prejudica a economia do país, e isso certamente ajuda a alavancar a brutal rejeição a Dilma. Os entrevistados estão mais realistas do que pessimistas: 55,5% apontam que a situação do emprego vai piorar — e eles estão certos: vai mesmo!
Encerro

Pois é… Digamos que Cunha viesse a deixar de ser uma pedra no sapato de Dilma. E daí? Ele nada tem a ver com esse cenário, produzido pela histórica incompetência dos petistas e por sua brutal arrogância no trato com a realidade.
Como é mesmo, Lula? “Olhem que eu volto!!!”
Ah, volta, Lula! Volta!!!

21 de julho de 2015
Por Reinaldo Azevedo

UM BAITA PREJUÍZO. INVESTIDORES PERDERAM 87,5% DO QUE INVESTIRAM





O processo que a Petrobras responde nos EUA, onde é acusada de fraude que violam leis americanas, referem-se a crimes que teriam sido cometidos no período compreendido entre 22 de janeiro de 2010 a 19 de março de 2015.

 Para que se entenda o tamanho do prejuízo dos investidores devido ao Petrolão, é didático pesquisar os valores das ADR’s nos períodos citados no processo. Aos números:

 * No dia 22 de janeiro de 2010: 42,04 dólares.

 * No dia 19 de março de 2015: 5,25 dólares.

 Ou seja, os investidores perderam 87,5% do valor investido. Se a conta for feita com os valores relativos ao fechamento do pregão de sexta-feira passada, a perda fica em 80%.

 
http://veja.abril.com.br/blog/radar-on-line/economia/petrobras-um-baita-prejuizo/


21 de julho de 2015
graça no país das maravilhas

LAMAÇAL DO PETROLÃO LULISTA CHEGA AO EXTERIOR: DEPOIS DE PORTUGAL, PERU TAMBÉM VAI INVESTIGAR





Em Portugal, as autoridades já fazem cruzamento entre as operações do ex-premier, prisioneiro José Sócrates, amigo de Lula, e as empreiteiras do petrolão (notícia divulgada em primeira mão por este blog). Agora é a justiça peruana que está preocupada com a corrupção que se espraiou para lá. Ah, só não haverá investigações em Cuba e nas ditaduras africanas, por razões óbvias. Nenhuma surpresa, também: Zé Dirceu está na jogada peruana:


O presidente da Comissão de Fiscalização do Legislativo peruano, Enrique Wong, disse que funcionários de diferentes administrações públicas no Peru podem estar envolvidos em irregularidades que incluem empresas brasileiras.
"É um escândalo que está sendo revelado a partir do Brasil e que, em nosso país, alcançaria funcionários de diferentes governos", afirmou o congressista ao jornal Perú21, referindo-se às investigações brasileiras. Segundo Wong, serão realizadas investigações pela Promotoria Anticorrupção sobre supostos subornos de empresas brasileiras para funcionários peruanos.

Wong afirmou que será preciso revisar a questão a fundo, a fim de identificar os eventuais envolvidos. Em sua delação premiada no Brasil, Ricardo Pessoa, da UTC Engenharia, disse que o ex-ministro José Dirceu teria levado a uma reunião um "representante do presidente do Peru", com o objetivo de mostrar que tinha "bons contatos" no Peru, diz o jornal peruano. Depois disso, em dezembro de 2013, a UTC fundou sua sucursal no país, lembra o diário.

O procurador-geral peruano, Pablo Sánchez Velarde, anunciou que será realizada uma investigação sobre os supostos subornos envolvendo a Odebrecht e funcionários peruanos, informa o jornal peruano Expreso. Citando uma entrevista do procurador à agência Reuters, o diário diz que os governos de Alejandro García e Alan García podem estar envolvidos em irregularidades, na construção da parte da Rodovia Interoceânica no país. Na obra trabalharam as divisões locais da Camargo Corrêa, Odebrecht, Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão, diz o diário peruano. Todas as empresas já negaram anteriormente as acusações de corrupção, segundo o jornal.

Um grupo de promotores peruanos pretende viajar ao Brasil nos próximos dias, em busca de provas sobre supostos subornos, segundo a imprensa do país. (Estadão).

21 de julho de 2015
in orlando tambosi

A RAPOSA AMEAÇA O GALINHEIRO

MICHEL TEMER NOS ESTADOS UNIDOS ENSAIA UMA SAÍDA "À FRANCESA" DO GOVERNO PETISTA E ADMITE ATÉ A PRESSÃO DAS REDES SOCIAIS


Michel Temer em palestra nos EUA: iniciando o desembarque 'suave' da nave petista avariada. (Foto do Estadão)
O vice-presidente do Brasil, Michel Temer, disse em uma palestra nesta terça-feira, 21, em Nova York, que pode ocorrer "um dia" de o PMDB deixar o governo e virar oposição, especialmente se tiver candidato próprio nas eleições presidenciais de 2018.
"É uma questão que será examinada daqui pra frente. Evidentemente que pode ocorrer um dia qualquer em que o PMDB resolva deixar o governo, especialmente em 2018, quando entender ter uma candidatura presidencial", disse em sua apresentação para advogados e investidores, que durou cerca de 40 minutos.
Temer voltou a enfatizar que o rompimento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, com o governo de Dilma Rousseff foi de caráter pessoal. "Essa distensão, divergência entre o presidente da Câmara e o Poder Executivo é, como ele registrou, salientou e voltou a salientar, uma divergência de natureza pessoal", afirmou o vice-presidente.
A governabilidade, ressaltou Temer, é um fenômeno mais político do que jurídico, "porque depende mais da articulação política". Se o governo não tiver forças políticas que o ampare, deixa de existir, disse ele, ressaltando que tem conseguido desempenhar seu papel de articulador com "tranquilidade".
Redes sociais. Em sua palestra, Temer falou até da interferência da internet em questões do governo. "O que as redes sociais produzem de informações, às vezes de deformações, faz com você tenha que ter, ao lado da governabilidade, o apoio de forças sociais emergentes, que têm influência extraordinária", disse. 

21 de julho de 2015
in aluizio amorim