"Quero imaginar sob que novos traços o despotismo poderia produzir-se no mundo... Depois de ter colhido em suas mãos poderosas cada indivíduo e de moldá-los a seu gosto, o governo estende seus braços sobre toda a sociedade... Não quebra as vontades, mas as amolece, submete e dirige... Raramente força a agir, mas opõe-se sem cessar a que se aja; não destrói, impede que se nasça; não tiraniza, incomoda, oprime, extingue, abestalha e reduz enfim cada nação a não ser mais que um rebanho de animais tímidos, do qual o governo é o pastor. (...)
A imprensa é, por excelência, o instrumento democrático da liberdade." Alexis de Tocqueville
(1805-1859)

"A democracia é a pior forma de governo imaginável, à exceção de todas as outras que foram experimentadas." Winston Churchill.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

SENSUS MOSTRA AÉCIO 17 PONTOS À FRENTE DE DILMA

 



Pesquisa do instituto Sensus divulgada nesta sexta-feira mostrou o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves,  com grande vantagem sobre a presidente Dilma Rousseff, que tenta a reeleição pelo PT.

Segundo o levantamento, divulgado no site da revista Isto É, Aécio tem 56,4 por cento dos votos válidos (que excluem brancos, nulos e indecisos), contra 43,6 por cento de Dilma.

Na pesquisa anterior, a vantagem do tucano era um pouco maior: 58,8 a 41,2 por cento.
Pelo eleitorado total, o placar favorável a Aécio é de 49,7 a 38,4 por cento –na semana passada era de 52,4 a 36,7 por cento.

Os eleitores que planejam votar em branco ou anular seus votos ou estão indecisos somam 12 por cento, ante 11 por cento no levantamento anterior. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais.

As pesquisas mais acompanhadas pelos analistas, Datafolha e Ibope, divulgaram na quarta-feira passada levantamentos que mostravam empate técnico, mas com vantagem numérica para Aécio.

Pelo eleitorado total, o placar favorável ao tucano era de 45 a 43 por cento; pelos votos válidos era de 51 a 49 por cento. A margem de erro das duas pesquisas é de 2 pontos percentuais.

No levantamento divulgado nesta sexta-feira, o Sensus ouviu 2.000 eleitores em 136 municípios, entre terça-feira e esta sexta-feira.

17 de outubro de 2014
Deu na IstoÉ

POR FALAR EM BEBIDA...

Reynaldo-BH: O ex-presidente que consome bebidas alcoólicas em quantidades industriais acusa o adversário de beber


Em maio de 2004, The New York Times publicou o perfil de Lula escrito por Larry Rohter, correspondente no Brasil do mais importante jornal do mundo. Trecho:

Luiz Inácio Lula da Silva nunca escondeu seu apreço por um copo de cerveja, uma dose de uísque ou, melhor, um trago de cachaça, a potente aguardente do Brasil.

“Quando eu fui candidato a vice do Lula, ele bebia muito”, disse Leonel Brizola, atualmente um crítico do governo, em um recente discurso. “Eu o alertava de que a bebida destilada é perigosa.

Ele não me ouviu’. Eu lhe disse: ‘Lula, eu sou seu amigo e camarada, e você precisa pegar essa coisa e controlá-la’‘, ele se recordou. ‘‘Não, não tem perigo, está sob controle’‘, lembrou Brizola, imitando a voz do presidente, deste ter respondido. ‘‘Ele resistiu, e continua resistindo’‘, continuou Brizola. ‘‘Mas ele tinha um problema. Se eu bebesse como ele, eu estaria frito.”

Em uma cerimônia realizada aqui em fevereiro para anunciar um grande novo investimento, por exemplo, Lula se referiu duas vezes ao presidente da General Motors, Richard Wagoner, como presidente da Mercedes-Benz.

Em outubro, em um dia em homenagem aos idosos do país, Lula disse a eles: ‘‘Quando se aposentarem, por favor, não fiquem em casa atrapalhando a família. Tem que procurar alguma coisa para fazer’‘.

No exterior, Lula também cometeu seus tropeços. Em uma visita ao Oriente Médio no ano passado, ele imitou o sotaque árabe falando português, com os erros de pronúncia e tudo, e em Windhoek, Namíbia, disse que a cidade parecia ser tão limpa que ‘‘nem parecia a África”.

Neste país dos absurdos, Lula, de passagem pelo Pará – para ajudar a candidatura a governador do filho de Jader Barbalho – acusou Aécio Neves de…BEBER!
Isso foi repetido por Dilma Roussef na sova histórica que tomou no SBT.

Lula nunca será parado numa blitz de Lei Seca. Ele não dirige. Há mais de 20 anos tem motorista particular. Essa é a única diferença? Não.
Deixando de lado as diferenças de caráter, Lula bebe em quantidades industriais. Já cambaleou na descida da rampa do Planalto, precisando do socorro dos seguranças. E já disse muitas bobagens sob efeito do álcool.

Ninguém deve estranhar essa baixaria contra Aécio. Lula deve odiar o candidato que, no debate do SBT, soube colocar Dilma em posição ainda mais baixa que a habitual.

17 de outubro de 2014
Re
Augusto Nunes, Veja

PARA SER MINISTRO DO LULOPETISMOP NÃO PRECISA SER DE CONFIANÇA

NOTAS POLÍTICAS DO JORNALISTA JORGE SERRÃO

Dilma pode fugir do debate da Globo, indo só à Record, depois da derrota “sob pressão” no SBT


Quem foi a responsável pela nomeação do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, para receber polpudos jetons como membro do Conselho de Administração da “estatal” Itaipu Binacional? Vaccari, que cuida das finanças da campanha de Dilma, foi denunciado na “colaboração premiada” de Paulo Roberto Costa como o sujeito que recebia os repasses das comissões de 2% que sobravam das negociatas de corrupção com empreiteiras que prestam serviços à Petrobras. Vaccari é o mesmo processado por fraudes na gestão da Cooperativa Habitacional dos Bancários do Estado de São Paulo (Bancoop), na qual fora diretor financeiro entre 2003 e 2004 e presidente de 2005 até fevereiro de 2009. O Ministério Público denunciou que a Bancoop bancava campanhas petistas...

Dilma Rousseff não teve ética, sinceridade ou competência suficientes para responder a estas e outras indagações graves feitas pelo rival Aécio Neves, no começo da noite de ontem, no (de)bate-boca promovido pelo SBT, Rádio Jovem Pan e UOL. Dilma também não deu explicações concretas sobre as denúncias de superfaturamento no Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro – o Comperj de Itaboraí. E ainda caiu na armadilha de repercutir uma notícia (certamente plantada por sua assessoria nazicomunopetralha) no UOL, segundo a qual Paulo Roberto Costa teria delatado que o falecido presidente do PSDB, Sérgio Guerra, teria recebido propina, em 2009, para esvaziar as investigações de uma CPI sobre irregularidades na refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. A comissão, instalada em julho e acabou em novembro, porque os votos majoritários do governo impediam qualquer investigação. A pizza interessava às grandes empreiteiras – que bancam campanhas de todos: no céu, na terra e no inferno...

Aécio Neves aproveitou bem a deixa de Dilma no debate para deixá-la sem condições morais de responder: “Não importa de qual partido, tem que se investigar a todos, doa a quem doer. Tem algo positivo aí, a senhora, pela primeira vez, deu credibilidade à denúncia do Paulo Roberto. É esse que diz que 2% da propina ia para o seu partido, para o tesoureiro do seu partido. E o que a senhora fez nesse período? Nada. Agora, se a senhora diz que quer ir a fundo, por que o seu partido impediu que o senhor Vaccari fosse depor, que fosse explicar? E digo mais, ele ainda é tesoureiro do seu partido. Pelo menos R$ 4 milhões foram transferidos pelo senhor Vaccari para a sua conta de campanha. Acho que os brasileiros tem que saber, antes das eleições, de onde veio esse dinheiro”.


Derrotada no debate, Dilma sentiu a pressão. No final de 1h 20min de (de)bate-boca contra Aécio, Dilma precisou ser amparada até uma cadeira próxima, pela repórter Simone Queiroz, do SBT, depois que alegou “um problema de pressão baixa”, ao se enrolar na resposta a uma pergunta, que pensava ser gravada, e não ao vivo. Dilma repetiu: “Eu estou me sentindo mal, minha pressão caiu”. Em seguida, já refeita, tentou armar: “Eu tive uma queda de pressão, agora consigo concluir a entrevista com você”.  A repórter alegou que o tempo havia estourado e que, em respeito à isonomia de tratamento prevista na Lei Eleitoral, não poderia prosseguir. Voltando a sua costumeira ira, Dilma foi mal educada: “Se você decidiu assim...”. A candidata virou a cara para a câmera e saiu, contrariada, de cena. Minutos depois, ao deixar do estúdio, novamente indagada pelos repórteres acerca de seu estado presente de saúde, Dilma proclamou: “Estou ótima”.

Quem realmente se sentiu “ótimo”, no final do confronto, foi Aécio Neves. Ao contrário do debate anterior, na Band, no qual perdeu a chance de triturar Dilma com o tema corrupção, o tucano conseguiu ser ofensivo sem parecer agressivo. Aécio, antes de deixar a emissora, recebeu um telefonema da aliada Marina Silva, parabenizando-o por sua performance no debate. Já Dilma deve estar experimentando a ira de seu Presidentro Lula – que deve ter ficado PT da vida com a péssima performance dela.

De blusa azul (em vez da roupinha vermelha-comunista do primeiro turno), Dilma se mostrou sempre nervosa, mentindo como de costume e baixando o nível nas provocações contra o adversário que ontem a venceu, literalmente, por “pressão”. Por ironia, Dilma foi acalmada por um copo d´água (coisa em falta em São Paulo, e que será o novo tema explorado pela propaganda petralha contra os tucanos). Dilma só não matou a sede de vingança por sua derrota imagética no SBT.

Ninguém se surpreenda se os marketeiros de Dilma Rousseff recomendarem que ela não compareça, na noite de quinta-feira que vem, ao debate final na Rede Globo. Algum suposto problema de saúde de última hora pode levar Dilma a fugir da raia no encontro que pode ser fatal para sua desgastada imagem, quase na véspera da eleição do domingo seguinte, dia 26. Se Dilma não for, quem vai gostar são os fãs do The Voice Brasil (programa que a emissora tira do ar para botar o debate, depois da novela Império). Não ser obrigado a ouvir a voz de Dilma mentindo e agredindo o adversário será um agradável programa de fim de noite. Será que Dilma vai fugir do debate da Globo?

Domingo que vem, ela deve comparecer ao debate na Rede Record – cujo proprietário é seu aliado Edir Macedo Bezerra, líder máximo da Igreja Universal do Reino de Deus. Marketeiros de Dilma avaliam que o programa, depois das 22 horas, logo após o “Domingo Espetacular”, tem pouco impacto sobre o eleitorado petista – que dorme àquela hora para acordar cedo na segunda-feira. Acontece que, depois da derrota de ontem, o encontro de domingo que vem servirá para Dilma tentar uma contra-ofensiva para impedir o crescimento da candidatura de Aécio. Se for bem domingo, Dilma pode até alegar algum problema e correr o risco de escapar do debate na Globo (que pode lhe ser fatal).

De toda forma, uma coisa ficou bem clara. Sem a ajuda de um ponto eletrônico no ouvido, para receber dicas de assessores ou frases que ela não consegue articular sozinha, Dilma Rousseff é uma fraude gerencial ambulante. Assim que for finalmente derrotada nas urnas, poderá até reclamar de que seu governo foi mal porque Luiz Inácio Lula da Silva ficava em seus ouvidos, teleguiando as ações dele e dos ministros que enfiou goela abaixo da sucessora... No entanto, antes disto, quem não lhe dará mais ouvidos é o eleitorado, PT da vida com tanta corrupção e incompetência.

Cumprindo ordens


Guerra da água

O presidente do PT, Rui Falcão, mostrou, nos bastidores do debate no SBT, o panfleto que o partido vai usar contra Aécio à partir de hoje.

Os petistas jogam nele e na gestão do PSDB a culpa pela falta de água em São Paulo.

Tomara que a turma do Chapolim Colorado não prometa um “Bolsa Água” como solução temporária do problema da falta de estiagem e de investimentos concretos para melhor aproveitamento hídrico...

Guerra das drogas

A desesperada Dilma também baixou demais o nível do debate ao provocar Aécio neves com a pergunta da Lei Seca.

Ao questionar Aécio sobre a obrigatoriedade do teste do bafômetro, recusado por ele ao ser parado em uma blitz no Rio de Janeiro, em 2011, Dilma tentou induzir o leviano raciocínio de que Aécio estaria sob influência de álcool ou droga:

“Acho muito importante a Lei Seca para o Brasil, e o senhor está tentando diminuí-la. Todo dia tem gente morrendo quando o motorista dirige embriagado. Ninguém pode ficar sem sofrer as consequências de dirigir drogado ou bêbado. Eu não dirijo sob efeito de álcool e drogas, candidato”.

Ainda bem que Aécio colocou a leviandade de Dilma no devido lugar.

Guerra de família

Cansado de ouvir de Dilma insinuações sobre a participação da família Neves no governo de Minas Gerais, Aécio pegou Dilma pelo pé.
Acusou o irmão da presidente de ter sido funcionário fantasma nomeado na gestão do petista Fernando Pimentel na prefeitura de Belo Horizonte:

“Candidata, a senhora conhece o senhor Igor Rousseff? Seu irmão, candidata. Não queria chegar nesse ponto. O seu irmão foi nomeado pelo prefeito Fernando Pimentel no dia 20 de setembro de 2003 e nunca apareceu para trabalhar. Essa é a grande verdade. Lamento ter que trazer esse tema aqui. A diferença entre nós é que minha irmã trabalha muito e não recebe nada. Seu irmão recebe e não trabalha nada. Infelizmente, agora, nós sabemos porque a senhora diz que não nomeou parentes no seu governo. A senhora pediu que seus aliados o fizessem”.


Dilma ainda tentou retrucar, mas o estrago já estava feito: “A sua irmã e meu irmão, eles têm que ser regidos pela mesma lei. Eles não podem estar no governo que nós estamos. O nepotismo eu não criei”.

Vendedores de anjos

Muito legal e humana a quadrilha presa pelo milionário negócio do aborto ilegal que agia no Rio de Janeiro há mais de 30 anos.

Nas interrupções de gravidez aos sete meses, os bandidos cobraram a tarifa que chegava a R$ 7.500 reais.

Mas, em vez de matar a criança, os benfeitores criavam saudavelmente e, depois, vendiam no tráfico internacional de adoções.

É Bola...

Nos aeroportos internacionais brasileiros já opera a paranoia para barrar eventuais portadores do mortal vírus ebola.

Mas, até agora, tem sido grande a dificuldade de encontrar algum doente.

Mais quem quiser achar os portadores do mal de “É Bola” é só dar uma passadinha no Congresso e outras repartições públicas menos votadas...

Poder do inimigo


A capa da revista inglesa britânica “The Economist”, com a manchete “Por que o Brasil precisa de mudança” deixou Dilma Rousseff mais PT da vida que nunca.

Respondendo à publicação, que escreveu que Aécio merece ganhar as eleições "porque promete colocar o Brasil de volta no caminho do crescimento econômico", Dilma apontou o dedo para a Oligarquia Financeira Transnacional que a abandonou e investe para derrotá-la:

“Acho que as revistas do mundo inteiro, assim como as brasileiras, podem tomar as suas posições políticas e levar isso aos seus leitores. Mas sei qual é a filiação da The Economist, todo mundo sabe. Ela é ligada ao sistema financeiro internacional”.

Futuro do Brasil


 
17 de outubro de 2014
Jorge Serrão é Jornalista, Radialista, Publicitário e Professor.

CARA FEIA É FOME

Dilma Rousseff (Foto: Arquivo Google)
Adicionar legendaDilma Rousseff (Imagem: Arquivo Google)
Pois não é que ela estava era com fome? Foi essa a explicação para o ligeiro mal estar que acometeu a candidata ao fim do debate.                                    
Peço desculpas ao eleitor de Dilma Rousseff por ser indelicada, mas, sinceramente, foi o que mais chamou minha atenção no debate no SBT: a cara feia de dona Dilma, assustadora. Fiquei sem saber se a cara feia era da gana que ela tem quando é contrariada ou, coitada, se estava com náuseas.

Pois não é que ela estava era com fome? Foi essa a explicação para o ligeiro mal estar que acometeu a candidata ao fim do debate.

O segundo debate entre os presidenciáveis, neste segundo turno, foi como o primeiro. O que é que nos foi informado sobre os planos dos candidatos para tirar o Brasil do atoleiro em que está? Nada.


Mas ontem, no segundo debate, no SBT, pelo menos Aécio agiu como deveria ter agido no da Band. Respondeu muito bem. Desmascarou brilhantemente a malícia de dona Dilma quando ela, em vez de ser direta, foi enviesada e sugeriu que Aécio foi detido na Lei Seca por mais do que uns copos a mais... Papel feio, dona Dilma, muito feio.

Outro ponto que, com toda a certeza, desmorona a figura de dona Dilma, foi a denúncia contra Andrea Neves. Dona Dilma pegou em armas para defender suas ideias. Já Andrea Neves luta pelo Brasil servindo nas Servas (Serviço Voluntário de Assistência Social), uma associação privada sem fins lucrativos criada em 1961 e que é muito respeitada em toda Minas.

Dona Dilma foi ridícula ao querer comparar sua mineirice com a da família de Aécio. Ela é mineira de primeira geração e Aécio é mineiro de muitas. O que não quer dizer nada sobre a capacidade deles de governar o Brasil, mas ela faz questão de se dizer mineira, assim como fez questão de, em Salvador, se dizer pardinha...

Ela adora repetir que o governo dela, ao contrário do de FHC, não esconde a sujeira em baixo do tapete. Se havia tanta sujeira, por que Lula, e depois sua excelsa herdeira, não arrancaram o tapete e mandaram lavar o chão com creolina?

O roubo escancarado na Petrobras foi tão escandaloso que nem dona Dilma teve coragem de chamar de malfeito. Ela se refere ao caso da Petrobras como um golpe contra seu governo. Antes fosse, dona Dilma, antes fosse. Mas a não ser que o Paulinho da Petrobras seja louco de pedra, por que ele vai devolver à União tanto dinheiro?

Não sei se dona Dilma curte ler Jonathan Swift. Eu sou fã desse irlandês que, entre outras coisas disse: “Quem conta uma mentira raramente se apercebe do pesado fardo que toma sobre si; é que, para manter uma mentira, tem que inventar outras vinte”.


Aguardo ansiosa o próximo debate. Quero ver que outras fábulas dona Dilma e seu marqueteiro vão fiar.

Dilma Rousseff (Foto: Arquivo Google)
Dilma Rousseff (Imagem: Arquivo Google)
 
17 de outubro de 2014
Maria Helena Rubinato Rodrigues de Sousa
 

DEBATE NO SBT. AÉCIO ESPANCOU A JUMENTA SEM DÓ... E ELA DEU TILT !!!



Bem amigos, "ÓI EU AQUI TRAVEIZ!!"

Após quase quinze dias em que simplesmente perdi o acesso para a página do Blogger onde são preparadas estas pérolas em postagens para o deleite de vocês, meus três leitores, só hoje a situação normalizou.
Não sei se foi cagada do Blogger, Hacker, ou mancada deste que vos escreve, mas....
Até o E Mail do Blog deu pau e ainda está funcionando meia boca. Estranho...muito estranho....

Cheguei a mudar de navegador de internet e a merda continuava "non ecziste".
Devo confessar uma coisa, não consigo escrever os textos para O Mascate em World e depois transferir para o Blog. Só tenho criatividade escrevendo diretamente na página. Um bloqueio? Ou simples frescura talvez.
 Mas é assim que é, e quem acompanha percebe que algumas postagens são colocadas no ar de uma forma e ao longo do dia vão sendo alteradas. As vezes até com a ajuda dos leitores.
Bem, vamos ao que interessa.

Primeiro turno dazeleissão já era, os PROstitutos de pesquisa garantiam que Aécinho não pagaria nem placê, SURPRESA!!!! O Tucano acabou encoxando a Jumenta.

Nesse meio tempo vimos de tudo em matéria de maracutaias na justiça, se não me engano, o único PTralha mensaleiro condenado que ainda continua em cana é JP Cunha, os outros todos estão livres leves e soltos para continuarem praticando crimes pelo país.
Até o cagão Zé Gessuíno que parou de morrer assim que foi solto.
Vimos Osmarina Silva festejada tal Virgem em viajem inaugural de puteiro declarar apoio aos Tucanos. 

Interessante esse apoio, Osmarina não entrou no avião que trazia Eduardo Campos para cair aqui na esquina de casa alegando que não subiria em palanques Tucanos. E agora se joga de corpo e alma nos cálidos, fortes, másculos e pegadores (uiiii) braços de Aécinho.

Esse apoio deve ter feito bem a Osmarina, ela apareceu de cabelos soltos e pasmem, até sorrindo..... Será que o Aécio? Não, não, ele não chegaria a tanto.
Bem, com o apoio da Sra. Selva, o ninho das Ratazanas Vermelhas entrou em convulsão, vimos Zé Dirceu protestar alegando que o apoio dado pela ex candidata era "imoral". Potaquepareu!!! 

Um feladapota que foi enfiado em cana por ter promovido a segunda maior trampolinagem com grana pública nuncaantesvistanahistóriadestepaís, fala em moralidade. 
Pode isso Arnaldo?
Ahhh, segunda maior trampolinagem, por que o arregaço que deram na PTroubrás poderá chegar a uns 20 mensalões em valores desviados.

O pior é ver a imprensa rasteira dar audiência para esse traste. Mas...Enfim...
Outros apoios se juntaram aos Tucanos, Pastor Everaldo, Levy Spacelly Fidélix, e Eduasno Jorge, esse foi surpresa.

Lucianta Genro, como sempre não disse nem que sim e nem que não para a Jumenta, apenas levantou o punho e gritou "viva la revolución! E partiu para as compras em algum shopping burguês capitalista e opressor.

Nesse meio tempo tivemos o debate da Band, e ontem o do essebetê,  Finalmente o Tucano resolveu retirar os punhos de renda e partir para a pancadaria pra cima da Jumenta.

UFA!!! Após três eleições parece que os bicudos emplumados entenderam que o Brasil não é a Suécia, e a eleição não é para a câmara dos Lordes. Tem que sentar a piaba pro povão acreditar que é macho, senão já viu né?

O debate tem um formato chato e castrador, os candidatos ficam engessados e as idéias ficam meio que perdidas no emaranhado de assuntos a serem tratados em tão pouco tempo.

Tá certo que quando falo em idéias me refiro ao Tucano, a Jumenta...oras a Jumenta...Dãããã!!!

O que vi foi um verdadeiro massacre, Aécinho resolveu reagir e partiu para cima da Dentuça a ponto de o MP pedir a prisão do candidato por violar a lei Maria da Penha.

Os Ratos Vermelhos provaram do próprio veneno, se phoderam.
O que não entendo é o Tucano ser confrontado com denúncias mentirosas e não partir de vez para a baixaria, o que ele está esperando para colocar em campo a Rose Medonha, aquela malacabada que era "lanchinho" oficioso do ex presidente Sebento.

Tem que mostrar e trazer a público assuntos que incomodam, tipo quem pagou os advogados para defenderem a Erenice Tanque de Guerra, a EX ministra que foi pega com a boca na botija e teve que ser defenestrada pelo bem do projeto de poder. 
E acima de tudo, Rose Medonha, esse é um assunto proibido no ninho das Ratazanas. 

E se a Jumenta estiver sem o ponto na orelha, vai ter uma síncope de paralisia Ticotecoista e começará a balburdiar frases ininteligíveis em Congolês para depois dizer que a pressão baixou e pedir para sair. Aécio ta demorando demais para chutar no saco da Jumenta, o povo quer ver sangue!!!

E o mais bizarro são as declarações do EX presidente Sebento que agora deu para criticar quem bebe e quem bate em adversário com meios pouco ortodoxos. Eu vivi para ver este dia, o Sebento reclama mais que neném com fome de práticas que foram implantadas na política por ele. Jogo rasteiro, sujo e imoral agora viraram motivos de indignação. 

Ontem circulou antes do debate um "vazamento" do depoimento de Paulo Roberto Costa onde ele delata que foi procurado pelo EX presidente do PSDB, o finado Sérgio Guerra, até ai nada me espanta, o que me deixa confuso é que os PTralhas passaram os últimos dias alegando que as declarações de Paulo Roberto eram inverdades e mentiras deslavadas contra os probos PTralhas. Falavam em processar o denunciante e ex comparsa.

Mas foi só a água bater na bunda de um Tucano que a PTralhada em peso passou a dar créditos as declarações de Costa. 

Agora é verdade, até antes de ontem TUDO era mentira!!! Alguém tem que fuzilar essa putada vermelha, eles extrapolam os mais bizarros conceitos de falta de ética e nulidade de caráter.

Enfim, ao final do debate, vimos uma estranha encenação de uma atriz de quinta categoria que dando entrevista ao vivo, e no mínimo sem o ponto eletrônico, deu uma pane nos neurônios que chegou as raias do patético.

A Jumenta balbuciou algumas palavras desconexas, usou toda a capacidade da CPU para pronunciar um"inequívoco" que não saiu nem a porrada. Acabou perdendo o rumo e deu no que deu. 

A repórter, talvez não acreditando no retardamento da Cãdidata lascou um "A Sra. está passando mal?", que de pronto foi agarrado pela Jumenta feito bóia para afogado e seguiu o circo.
Ela queria continuar falando, não se entendia, a repórter mais perplexa que marido traído tentando fazer o trezoitão funcionar para fuzilar os dois na cama. Deu por encerrada a entrevista e ainda ouviu da cãdidata com aquela simpatia digna de um Orangotango com diarréia..
"Tá bom, se é assim que você quer, que assim seja!!!"

PTralha não entende nada de regras, ela teve o tempo de entrevista determinado pela justiça, se nesse tempo deu TILT e não passou seu recado, lamento, mas phoda-se!!!  Não é a repórter que fez as próprias vontades, foi a legislação que obrigou. 
Não digo nada se a moça não levar um bonde no Essebetê e ir fazer reportagens sobre as penas do cú do pavão real da Malasia. Lembrem que a Jumenta quando contrariada é vingativa.

Agora só nos resta aguardar domingo na TV do Bispo o debate, e depois o da Grobo para vermos no que vai dar.
17 de setembro de 2014
omascate E de resto...

NOVA PESQUISA SENSUS MOSTRA AÉCIO À FRENTE DE DILMA, COM 56,4% DOS VOTOS VÁLIDOS


 
 
Pesquisa ISTOÉ/Sensus realizada entre a terça-feira 14 e a sexta-feira 17 mostra a consolidação da liderança de Aécio Neves (PSDB) sobre a petista Dilma Rousseff no segundo turno da sucessão presidencial.
 
De acordo com o levantamento, o tucano soma 56,4% dos votos válidos, contra 43,6% da presidenta.
Uma diferença de 12,8 pontos percentuais, que representa cerca de 19,5 milhões de votos. Se fossem considerados os votos totais, Aécio teria 49,7%; Dilma, 38,4%; e 12% dos eleitores ainda se manifestam indecisos ou dispostos a votar em branco. 

A pesquisa indica que nessa reta final da disputa os dois candidatos já são bastante conhecidos pelos eleitores.
O índice de conhecimento de Dilma é de 94,4% e de Aécio, de 93,3%.
“Com os candidatos mais conhecidos, a tendência é a de que o voto fique mais consolidado”, afirma Ricardo Guedes, diretor do Instituto Sensus.
O levantamento, que ouviu 2.000 eleitores de 24 Estados, revela também a liderança de Aécio Neves quando não é apresentado ao eleitor nenhum candidato.
Trata-se da chamada resposta espontânea. Nesse quesito, o tucano foi citado por 48,7% dos entrevistados e a petista, que governa o País desde janeiro de 2011, por 37,8%.

Realizada em 136 municípios, a pesquisa ISTOÉ/Sensus também constatou que a campanha petista não conseguiu reduzir o índice de rejeição à candidata Dilma Rousseff.
Quase metade do eleitorado, 45,4%, afirma que não admite votar na presidenta de maneira alguma. Com relação ao tucano, segundo o levantamento, a rejeição é de 29,9%.
“Isso significa que a margem de crescimento da candidata Dilma é menor do que a de Aécio”, avalia Guedes.
Os números mostram, segundo a pesquisa, uma forte migração para o senador tucano dos votos que foram dados a Marina Silva (PSB) no primeiro turno.
“Hoje estamos juntos em torno de um programa para mudar o Brasil”, disse Marina na sexta-feira 17, ao se encontrar com Aécio em evento público na zona oeste de São Paulo.

Desde 1989, quando o Brasil voltou a eleger diretamente o presidente da República, é a primeira vez que um candidato que terminou o primeiro turno em segundo lugar começa a última etapa da disputa na liderança. A pesquisa Istoé/Sensus divulgada no sábado 11 já apontava esse movimento, quando revelou que Aécio estava com 52,4% das intenções de voto. 

Na última semana, os levantamentos que são feitos diariamente pelo comando das duas campanhas também mostraram a liderança de Aécio.
É com base nessas consultas que tanto o PT como o PSDB planejam a última semana de campanha. E tudo indica que o tom será cada vez mais quente.
No PT há uma divisão. Um grupo sustenta que a campanha deve aumentar o tom dos ataques contra Aécio e outro avalia que a presidenta deva imprimir um ritmo mais propositivo à campanha. 

O mais provável, no entanto, é que a campanha de Dilma continue a jogar pesado contra o tucano.
Segundo Humberto Costa, líder do PT no Senado, o partido vai insistir na tese de que é necessário “desconstruir a candidatura tucana”. “Não basta ficar defendendo nosso governo”, disse o senador na sexta-feira 17.
Claro, trata-se de um indicativo de que a campanha de Dilma vai continuar usando do terrorismo eleitoral. “Se deu certo contra Marina, deverá dar certo contra Aécio”, afirmou Costa.

No QG dos tucanos, a ordem é não deixar nada sem resposta e continuar mostrando ao eleitor os inúmeros casos de corrupção que marcam as gestões petistas, particularmente os quatro anos do governo de Dilma. 
 “Não podemos nos colocar como vítimas. O que precisamos é mostrar nossas propostas, mas em nenhum momento deixar de nos defender com veemência das armações feitas pelos adversários”, disse um dos coordenadores da campanha de Aécio Neves. “Marina tentou apenas fazer a campanha propositiva e acabou atropelada pela máquina de calúnias do PT.” 

Nessa última semana de campanha, Aécio vai intensificar a agenda em Minas e no Nordeste, principalmente na Bahia, em Pernambuco e no Ceará. Não está descartada a possibilidade de que os nomes de novos ministros venham a ser divulgados pelo candidato.
 
(Isto É)
 
17 de outubro de 2014
in coroneLeaks

O PRIMEIRO GOVERNO LULA ADOTOU MEDIDAS ECONÔMICAS SUGERIDAS POR ARMÍNIO FRAGA, AGORA DEMONIZADO


Durante a transição do governo FHC para o Governo Lula, o petista mostrou-se admirador de Armínio Fraga, tido por ele, como técnico competente, “que se preocupa mais com a economia do que com posicionamentos partidários”.
 
Foto: Arquivo
Armínio Fraga, considerado para permanecer à frente do BC pelo menos no início do governo Lula, 2002, "para emprestar credibilidade ao governo".

“Um dos mais notáveis e escorregadios manipuladores da verdade na história recente do Brasil, o ex-presidente Lula – para rebater declaração de Aécio Neves no último debate eleitoral - botou por escrito um desmentido de que no início de seu governo teria pedido a Armínio Fraga que permanecesse na presidência do Banco Central” – diz Claudio Humberto no site Diário do Poder.

”Lula está certo, e a verdade histórica restabelecida. Ele não convidou Armínio para permanecer no cargo, pois não poderia fazê-lo depois de ter o PT passado anos manifestando ferrenha oposição à implantação do Plano Real, ao programa de estabilização macroeconômica e à lei da responsabilidade fiscal. Não o convidou, mas queria tê-lo por perto, como consultor, pois apesar de enganar que não entende nada de economia, Lula bem sabia o valor do equilíbrio macroeconômico que na ocasião recebia de herança”.

A Folha de S. Paulo fez o registro desse namoro do PT com Armínio em matéria que publicou em 2002. Nela, deu conta de que petistas de alto coturno defendiam a colaboração de Armínio Fraga “num eventual governo do PT”. Registra reportagem de Fábio Zanini, publicada em 10/08/2002, cuja a manchete era: PT quer ajuda de Armínio Fraga em governo de Lulaque o economista, indicado para Ministro da Fazenda do Governo Aécio, era tido por Lula como técnico competente, “que se preocupa mais com a economia do que com posicionamentos partidários”.

Diz ainda a reportagem da Folha, que não foi contestada pelo PT: “Integrantes do alto escalão da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva defendem a colaboração do presidente do Banco Central, Armínio Fraga, em um eventual governo do PT, no mínimo como um consultor informal”.

”Petistas com voz ativa na campanha consultados pela Folha vêem o presidente do BC como peça importante para o período de transição e para a fase subsequente à posse de Lula”.

”Há quem sugira até a criação de uma espécie de "conselho" para assessorar o governo, do qual Armínio poderia constar. Não há ainda posicionamento formal do partido quanto a isso, entretanto”.

”Já a manutenção de Armínio no cargo pelo PT é definida por um líder partidário como "difícil"”.

”O presidente do BC, cuja indicação, em 1999, foi recebida com críticas ácidas por lideranças petistas, hoje é respeitado dentro do núcleo moderado do partido”.

”É tido, inclusive por Lula, como técnico competente, que se preocupa mais com a economia do que com posicionamentos partidários. Acima de tudo, é considerado bom negociador, mantendo relação estreita com um dos porta-vozes econômicos do PT, Aloizio Mercadante (SP)”.

”Segundo a Folha, apurou – naquele momento - junto ao alto escalão petista, existe pontualmente no partido o desejo de que Armínio permaneça à frente do BC pelo menos no início do governo Lula, para emprestar credibilidade ao governo e sinalizar ao mercado que mudanças de rota bruscas não serão feitas”.

"Lula e o presidente do PT, José Dirceu, afirmam internamente no partido que o presidente do BC será trocado, porque acham Armínio muito identificado com a atual política econômica. Mas eles têm sinalizado que seu auxílio, mesmo informal, num eventual governo seria positivo”.

”O PT enxerga em Armínio qualidades que o colocariam em condição de atuar em várias frentes. Além de ajudar no dia-a-dia da operação do BC no início do governo, poderia atuar como uma espécie de embaixador econômico informal do Brasil, por ter vasta rede de contatos com a diretoria de organismos multilaterais -FMI, BID e Banco Mundial- e de bancos estrangeiros.” – registra a reportagem.

Mais tarde, segundo o jornal Valor Econômico Antônio Palocci, então futuro ministro da Fazenda, reuniu-se em caráter particular, com Armínio Fraga e pediu que o economista, então Presidente do Banco Central, deixasse escrito algumas recomendações para o governo Lula: ”parte importante desse receituário proposto por Fraga foi seguida por Palocci, com quem o ex-presidente do BC acabou tendo um relacionamento profícuo”.

Ainda segundo o Valor, “entre as várias sugestões de Fraga para administrar aquela que era uma crise causada primordialmente por um problema de confiança estava a mudança da composição das políticas fiscal e monetária, com o aumento do superávit primário, “para eliminar de vez dúvidas quanto à sustentabilidade da dívida e permitir queda na taxa de juros”.

17 de outubro de 2014
in Toinho de Passira
Fontes: Folha Política, Diário do Poder, Jus Brasil, Folha de S. Paulo

O BRASIL DE SACO CHEIO

O país, sim, está de saco cheio dessa conversa fiada de defensores dos pobres, vítimas da elite opressora.


O país, sim, está de saco cheio dessa conversa fiada de defensores dos pobres, vítimas da elite opressora.

No mesmo dia em que os depoimentos do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef eram divulgados (quinta-feira, 9), o ex-presidente Lula desabafava, numa plenária do PT: “Eu já estou de saco cheio”.

Referia-se naturalmente às denúncias de corrupção, que envolvem seu partido e a ele próprio. E acrescentava: “Nenhum petista pode aceitar que um tucano bicudo o chame de corrupto”.

Além de supor que a hipótese (não demonstrada) de o adversário habitar o mesmo chiqueiro o isentaria, Lula se esqueceu de que nenhuma das denúncias que “enchem o seu saco” partiu de tucanos.
Esses sempre foram exageradamente polidos na questão. Coube a FHC, ao tempo do Mensalão, esvaziar a campanha do impeachment. Lula, de certa forma, deve-lhe o mandato.

Quem denunciou o Mensalão foi um então aliado do governo Lula, o deputado Roberto Jefferson, que presidia o PTB. E quem está trazendo à tona o escândalo da Petrobrás é Paulo Roberto Costa, nomeado pelo próprio Lula diretor de Abastecimento e Refino daquela empresa. Dilma diz que não gostava dele, mas o incluiu numa seleta lista de convidados ao casamento de sua filha.

Não se trata, porém, de cuidar de afinidades, mas dos fatos. E esses tendem a continuar a “encher o saco” de Lula. O que veio a público dos depoimentos de Paulinho (forma carinhosa com que Lula o tratava) e Beto (outro apelido afetivo que indica intimidade) é só a ponta do iceberg. Vejamos.

Eles não puderam nominar os agentes públicos de escalão superior, aos quais fazem menção em diversas partes do depoimento, em face do benefício do foro privilegiado, que confere essa prerrogativa ao Supremo Tribunal Federal.
 
17 de outubro de 2o14
in graça no país das maravilhas

O REBATE E O ELEITOR

As revelações da Lava-Jato moldarão o governo a ser eleito

Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef são réus confessos que se comprometeram a contar o que sabem à justiça para diminuir suas penas. Se mentirem ou imputarem culpa a inocentes, terão penas agravadas.

As revelações dos alcaguetes moldarão em grande parte o governo a ser eleito. Se for o de Aécio Neves, servirá de parceria para o ajuste. Para "tirar o país do buraco" o presidente terá que tomar medidas duras mas, em contrapartida, terá cabeças a exibir em espetáculo de praça pública. Choverão aliados em busca de proteção.

Se for o de Dilma Rousseff o escândalo poderá ter consequências importantes para o previsível embate entre a reeleita e o antecessor. Em pé de guerra com a presidente, o mercado confia numa maior ascendência de Luiz Inácio Lula da Silva para conter os ímpetos da sucessora em eventual segundo mandato. O ex-presidente só estará apto a este papel se os alcaguetes não o puserem nas cordas.

Se reeleita por um país dividido, Dilma pode usar o caso para reeditar a estreia de seu primeiro mandato em que alcançou popularidade recorde faxinando o governo. Como parece cada vez mais segura de que se ganhar é menos devedora do partido e do padrinho, pode sobrar poeira e faltar tapete.

Nas seis horas do interrogatório Lula só aparece uma única vez, pela voz Alberto Youssef. O relato de quem parecia estar do outro lado do cabo de guerra descreve um ex-presidente indignado com a pauta trancada na Câmara como pressão pela nomeação de Paulo Roberto Costa.

Houve quem enxergasse um recado a Lula no figurino mimetizado com o qual o ex-diretor apareceu em público. Costa não o menciona diretamente mas lhe faz uma referência que minimiza danos ao contar que do dia em que entrou na Petrobras em 1977, até tornar-se diretor 27 anos depois, sempre soube que as diretorias, em todos os governos, eram ocupadas por indicação política. Na segunda gestão Lula, diz, as diretorias passaram a ter orçamentos mais polpuldos, antes restritos à de exploração, aquela que Severino Cavalcanti chamava de fura-poço.

A Petrobras liderou os investimentos que alavancaram o PIB e a eleição de Dilma em 2010. A presidente é filha da fartura que fez a felicidade das grandes empreiteiras. Em seu mandato abespinhou-se com muitas delas enquanto o ex-presidente continuou a viajar para promover os negócios dessas companhias, muitas vezes nos jatos destas, na América Latina e na África.

Num encontro recente, o ex-presidente de uma das empresas agora acossadas pela Lava-Jato, citou o estreitamento das relações nesses continentes como um dos motivos que mais o aproximava das gestões petistas.

Entre os três candidatos do PT aos governos estaduais aos quais Lula mais se dedicou nessas eleições dois tiveram seus nomes tangenciados pela Lava Jato e um terceiro foi diretor da Petrobras.

O interrogatório conduzido pelo juiz Sérgio Moro é o único capítulo público deste processo. As páginas com maiores implicações políticas do que falaram têm sua íntegra resguardada pelo ministro Teori Zavascki, juiz que só se manifesta pelos autos. Só virá à luz em 2015, junto com os cortes do orçamento.

As seis horas do interrogatório colocadas na internet, no entanto, não servem apenas como aperitivo do próximo governo. São relatos de grande utilidade para o eleitor sobre os arranjos entre corporações que os petistas um dia chamaram de campeões nacionais. Nas contas de um grande conhecedor do processo com franco acesso aos envolvidos, a tese do domínio do fato, consagrada no mensalão, ameaça colocar atrás das grades pelo menos 20 dirigentes empresariais.

Nos relatos dos dois réus as companhias brasileiras ainda aparecem como um parque de diversões para prêmio Nobel de Economia, Jean Tirole.

A real academia sueca assim resumiu seu trabalho: "Muitos setores industriais são dominados por um pequeno número de grandes empresas ou por um monopólio. Sem regulação, esses mercados produzem resultados sociais indesejáveis".

No relato que deliciaria Tirole, um punhado de empresas se reúne para dividir as maiores obras do país e fixar o preço. Uma das siglas que mais se ouve nos depoimentos é BDI, que resume os benefícios e despesas indiretas de uma obra. Nela estão incluídos desde o lucro da empresa até despesas com advogados, consultores e contas de energia. É no meio dessas três letras que se esconde a propinagem.

Como operador do esquema, Youssef fazia os pagamentos, que diz terem sido sempre em espécie. "Mandava para Brasília o que era de Brasília e para o Rio o que era de Paulo Roberto", contou. O restante distribuía em seu escritório em São Paulo, frequentado pelo vice-presidente estatutário de uma das maiores construtoras do país.

O executivo recebia uma comissão pelas compras da empresa. Ao ouvir a história o procurador pediu que Youssef a detalhasse. A construtora tinha feito uma compra de R$ 150 milhões a uma fornecedora de tubos e conexões e o executivo da empresa compradora foi comissionado por esta compra.

As comissões são praxe na remuneração dos departamentos de venda das empresas. Para o comprador, conseguir o melhor preço é o que lhe garante o emprego. "Ele lesava a empresa?", insiste o procurador. O doleiro responde como quem não parece acreditar que seu interrogador desconheça: é assim que as coisas funcionam. Na praça, é conhecido por rebate.

Parece claro que se uma empresa formou um cartel para fixar o preço de uma obra pública e nele embute o custo de propina, o erário, além da empresa, também é lesado. Mas se a transação for estritamente privada não há dano no comissionamento de compradores? 

Há médicos, arquitetos, gestores e jornalistas cujas relações com laboratórios farmacêuticos, lojas de decoração, fundos de investimento e assessorias de imprensa levam em consideração outros interesses que não os dos pacientes, clientes, investidores e leitores. De pouco adianta mudar o governante se as regras da vida privada continuarem a ser praticadas como se não fossem lesivas à coletividade.

Uma criança que recebe R$ 50 para comprar uma bola, descobre uma liquidação, paga R$ 40 e embolsa o troco, é saudada em algumas famílias como um adulto que vai longe. Seus pais poderão ir às urnas no dia 26 movidos por muitos interesses legítimos, só não vale dizer que votam por mudanças.
 
17 de outubro de 2014
Maria Cristina Fernandes, Valor Econômico

CENÁRIO ENIGMÁTICO

Os especialistas em análises de pesquisas dizem o óbvio sobre o empate entre a presidente Dilma Rousseff e o senador Aécio Neves registrado pelos institutos Ibope e Datafolha: significa que a disputa é acirrada e o resultado, imprevisível.

Até aí não precisa ser do ramo para chegar a essa conclusão. O que foge ao alcance da vista, contudo, é a razão pela qual há tanta exatidão nos números apresentados. Pode ser que aqui a memória me falhe, mas não tenho notícia de eleição em que a segunda pesquisa do segundo turno repita com tal precisão o resultado da primeira consulta, havendo ainda coincidência estrita entre os índices dos dois principais institutos.

Isso levando em conta a diferença de metodologias*, dos dias das entrevistas de campo – Ibope entre 12 e 14 de outubro e Datafolha, 14 e 15 de outubro –, as variações regionais e entre faixas de renda ocorridas nos eleitorados dos candidatos. Dilma melhorou entre os eleitores que ganham mais de dez salários mínimos, caiu muito no Sul do país, perdeu alguns pontos no Norte e manteve larga vantagem no Nordeste. Aécio perdeu pontos em todas as faixas de renda. Subiu no Sul, Centro-Oeste e Norte, mas caiu um pouco no Sudeste.

Ainda assim, os dois cravaram exatos 49% e 51% dos votos válidos nos dois institutos. Os mesmos índices captados uma semana antes. Quem terá parado? O eleitor não foi, como se vê pela movimentação registrada nas entrelinhas das pesquisas. Fato é que o cenário da soma total se revelou cristalizado numa espécie de conta de soma zero, ainda sem uma explicação factível.

Os sete dias transcorridos entre uma consulta e outra não foram sete dias quaisquer. Nesse período recomeçou a propaganda eleitoral, os partidos que ficaram de fora definiram seus apoios, Marina Silva anunciou voto em Aécio, os depoimentos sobre a máfia da Petrobras começaram a ser divulgados. A família de Eduardo Campos aderiu à campanha do PSDB e os finalistas se enfrentaram em um debate cujo efeito pôde ser captado pelo Datafolha.

Pela lógica, o cenário deveria ter apresentado alguma alteração. Partindo do princípio de que os acontecimentos da largada da campanha do segundo turno foram favoráveis à oposição, imaginava-se – até mesmo entre os governistas – que o tucano apareceria agora com vantagem expressiva.

Caso retratem de fato a realidade, esses dois pontos de Aécio à frente da presidente não podem ser vistos como dianteira nem empate “técnico”; os índices representam, isto sim, um empate real que dispensa adjetivação. Ou, por outra, talvez os números até estejam indicando uma nova mudança em favor do governo.

É uma hipótese, pois se com tantos fatores desfavoráveis a presidente ainda conseguiu manter-se em condição de empate, reduzir um pouco a rejeição e melhorar a avaliação de governo, é de se considerar essa possibilidade.

Aliás, a imobilidade presente chama atenção justamente porque a volatilidade foi a marca dessa campanha desde o mês de agosto. Daí a estranheza com esse quadro de congelamento da cena dez dias antes da decisão final. Hoje é absolutamente impossível dizer quais serão os fatores decisivos para a vitória de um ou de outro. Denúncias? Desconstruções? Comparações? Armações? Manipulações?

Todos esses caminhos já foram testados e até agora nenhum deles teve o efeito de uma bala de prata capaz de derrubar o adversário. A não ser que Dilma ou Aécio disponham de alguma arma secreta ou o inesperado resolva fazer uma nova surpresa, a única certeza é que o placar continuará em aberto até o desligamento das urnas eletrônicas.

E para quem acredita em resultados de véspera, fica aqui um dado importante registrado pelo Datafolha: 15% dos eleitores só decidiram seu voto no último dia, 9% deles na boca da urna.

 
17 de outubro de 2014
Dora Kramer, O Estadão

OVOS, GALINHAS E LADRÕES

Quem chegou antes: empresários achacados por agentes públicos sob ameaças de grandes prejuízos ou os que subornaram para assaltar o Estado?

Com a explosão do escândalo da Petrobras e os depoimentos dos delatores premiados, tudo indica que, como nunca na História deste país, não veremos só políticos e banqueiros, mas os mais poderosos empreiteiros do Brasil, no banco dos réus, e talvez na cadeia. E o desmoronamento de uma organização criminosa formada por um cartel de empreiteiras numa ponta e partidos políticos na outra, com montanhas de dinheiro público no meio. Uma tsunami que provocará uma inevitável reforma política e eleitoral.

A extorsão e o suborno são o ovo e a galinha da corrupção brasileira. Quem chegou primeiro: os empresários achacados por agentes públicos sob ameaças de grandes prejuízos ou os que subornaram políticos e funcionários para assaltar o Estado? Além de eventuais prisões ou multas, se essas dez empreiteiras do cartel forem excluídas de concorrências públicas, que é o minimo que se pode esperar, o país vai parar. A coisa está feia para eles, mas principalmente para nós, que vamos pagar a conta que já estávamos pagando sem saber. O governo não sabia de nada.

Parece tema de um seriado. As diretorias da Petrobras eram ocupadas por partidos políticos como as quadrilhas de mafiosos ocupam territórios, para arrecadar dinheiro e se manterem no poder. Um cartel de empreiteiras dividia obras, fraudava concorrências, inflava orçamentos e pagava comissões aos partidos e a seus operadores. O doleiro Youssef era o banco central da engrenagem, fazendo o meio de campo entre a quadrilha e o cartel, distribuindo e lavando o dinheiro das comissões sujas. É tudo claro como lama. Mas quem eram os chefões ?

E pior: se fizeram isso na Petrobras, na maior empresa, a mais fiscalizada, o que não terão feito, estão fazendo, nos Correios, na Eletrobras e em estatais menores?

Como na explosão de uma bomba atômica, não se sabe ainda quantos morrerão no primeiro choque, quantos serão vítimas das radiações e quantos sofrerão terríveis mutações. A Lava-Jato será como um jato de lava vulcânica radioativa para lavar a alma de oposicionistas e governistas de bem, que querem um país mais limpo e produtivo.

A DESMORALIZAÇÃO VINDA DA CORRUPÇÃO

É profundamente desanimador comprovar pelas rádios, pelas televisões e pelos jornais que a nossa democracia, conquistada após tanto sofrimento, vem sendo conspurcada, violentada, humilhada por um grupo de pessoas que chegou ao poder e age de forma absolutamente imoral, como se pretendesse destruir nossos valores e abalar nossas instituições. Isso não se dá por incompetência e inabilidade dos administradores públicos, mas por ação consciente e programada do partido político que defende o crescimento do Estado, nas mãos dele, o que certamente resultaria no estrangulamento da iniciativa privada e da imprensa, como vemos ocorrer na Venezuela, na Argentina e no Equador.

Se incompetência e inabilidade constituíssem crime, a penitenciária de Papuda estaria bem mais cheia e José Dirceu e outros do mensalão teriam de dividir espaço com os iguais da Petrobrás. Mas furto de dinheiro público e corrupção, ativa e passiva, são crimes, de tal forma que é só uma questão de tempo: essa turminha sem escrúpulos vai viver o mesmo tormento e ter o mesmo destino dos iguais que fizeram o mensalão.

A sociedade brasileira, e cada um de nós, tem o direito de acompanhar a punição desses delitos, que devem ser investigados em profundidade, doa a quem doer. A loucura incontida de avançar sobre dinheiro público é traço marcante do grupo que conquistou o poder 12 anos atrás. Sob a alegação hipócrita de ser necessário implantar um projeto nacional em favor dos mais pobres, a ação de seus integrantes passou a ter como alvo principal os órgãos e empresas estatais onde rola muito dinheiro.

Se tivessem sido indicadas pessoas competentes e honestas para esses cargos, certamente não seria possível cobrar as comissões das empreiteiras e enriquecer o grupo. Essa foi a razão de terem sido nomeadas pessoas da pior espécie, essas que hoje ocupam as páginas políticas, quando, em verdade, deveriam estar nas páginas policiais, porque se tornou notória a ocorrência dos crimes praticados.

Nossas leis punem tais crimes, mas, em razão da necessidade do devido processo legal, do contraditório e de ampla defesa, esses péssimos brasileiros talvez consigam empurrar o desfecho de decisão condenadora por alguns anos.

Depoimentos feitos perante juiz federal demonstraram que o detido ex-diretor da Petrobrás concordou em devolver milhões de dólares que escondia no exterior. Por essa conduta se torna fácil imaginar como devem estar recheados os bolsos dos demais que receberam a propina. O volume de beneficiados pela farra naquela estatal é muito maior e envolve, como tantas vezes divulgado, elementos da cúpula do Partido dos Trabalhadores.

O assunto é grave e não pode ser esquecido. Se não se concretizar a necessária punição, prevista em lei, restará a ideia da impunidade e do prevalecimento da esperteza.

O incrível é que, entre tantos beneficiados, somente dois estejam na cadeia. É também incrível que as empresas contratadas pela Petrobrás, aquelas que pagaram os porcentuais destinados aos partidos políticos, continuem imunes e na cômoda posição de simplesmente alegar nada terem feito de errado. Seria o caso de pôr em dúvida o requisito da moralidade, necessário para quem se dispõe a realizar obras públicas, e bloquear o seu acesso a novas contratações.

Essas mesmas empresas a toda hora são acusadas do crime de corrupção, circunstância que torna duvidosa a alegação que fazem de inocência. Serão mentirosos os depoimentos tomados pelo juiz federal que interrogou os dois presos? Será tudo invenção dos opositores políticos, esses que "tentam dar um golpe", conforme acusa a presidente Dilma Rousseff?

Essa senhora, prisioneira da notória impossibilidade de bem governar, a toda hora admite que houve, sim, a assustadora presença do avanço criminoso no dinheiro público. Sim, ela repete o tempo todo que nunca ninguém, como ela, combateu tanto a corrupção no País. Pretende com isso um benefício eleitoral. Mas a cada dia se torna mais claro que esse combate, se existe, alcança fatos havidos em seu governo, debaixo de seu nariz, conforme já havia ocorrido anteriormente com o presidente Lula (aquele que no caso do mensalão não viu nada, não sabia de nada).

Se de fato a candidata pretendesse acabar com a corrupção, o primeiro passo seria afastar-se das ratazanas políticas da pior qualidade que indicaram os afilhados para as estatais e os órgãos públicos. Essa gente circula no seu gabinete desde os tempos de seu antecessor e conselheiro, Lula. Sua presença na barra da saia da presidente leva à inferência de que ela participou conscientemente dos ajustes e age com hipocrisia quando afirma estar combatendo a corrupção.

Sempre é bom lembrar que são aliados de Dilma e estão ao seu lado pessoas de conduta conhecida, como José Sarney, sua filha Roseana Sarney, Renan Calheiros, Fernando Collor de Mello e muitos outros que certamente não irão para o céu. O próprio Paulo Maluf, tão combatido e desmoralizado, é hoje aliado de Dilma e a defende no horário eleitoral, pedindo votos para ela (pudera, recebeu a visita de Lula em sua casa...!).

No lugar de José Sarney, que alegou estar aposentado, ficou outro de igual calibre: Renan Calheiros, de biografia já conhecida. Sempre são ouvidas referências à sua conduta, tão conhecida, que desaconselharia sua presença no Senado, ainda mais como presidente. Sucede que ele cumpre, obedientemente, tudo o que lhe ordena o Palácio do Planalto - e, em contrapartida, nomeia quem ele quer para os cargos em que corre mais dinheiro.

É a velha oração de São Francisco de Assis - é dando que se recebe - atuando exatamente ao contrário do que pretendia o santo, no seu linguajar tão puro.

ABAIXO DA CINTURA


Campanha chega ao nível mais baixo com insinuações de Dilma. Quando a presidente Dilma disse que para vencer uma eleição "faz-se o diabo", estava antecipando a falta de limites éticos que sua campanha vem demonstrando. Ontem, chegamos ao ponto máximo até agora, com a presidente da República insinuando que seu oponente é bêbado ou drogado, num golpe baixo que até mesmo no MMA é proibido.

O candidato Aécio Neves teve a única reação possível, disse que se arrependia de ter se recusado a soprar o bafômetro, e elogiou a Lei Seca. Uma tentativa de contenção dos danos por um deslize que um homem público sabe que pode ter consequências. Essa era uma carta previsível, diante do festival de baixarias que vem dominando esta campanha, e já fora jogada na véspera quando o ex-presidente Lula, num palanque onde estava cercado dos Barbalho - ele tem uma dívida qualquer com o chefe do clã, Jader, cuja mão beijou em outras campanhas -, disse que uma pessoa que se recusa a soprar o bafômetro não pode ser presidente da República.

Logo Lula, que já foi acusado por uma reportagem do "New York Times" de ser um presidente bêbado, ocasião em que foi defendido por diversos políticos, e recebeu a solidariedade generalizada. Escrevi na ocasião que não havia nenhuma indicação de que o hábito de beber impedisse o presidente de governar, o que tornava leviana a reportagem cheia de insinuações.

Mesmo sem entrar no mérito de quem tem mais razão ou culpa no cartório, é espantoso que um político que já foi vítima das piores atrocidades, como a que o hoje seu aliado Fernando Collor de Mello fez na campanha de 1989, possa se utilizar de métodos semelhantes na ânsia de derrotar seu adversário.

Collor colocou no ar a mãe de Lurian, filha de Lula, para acusá-lo de tê-la obrigado a fazer aborto, uma baixaria que entrou para a História política negativa brasileira. O estrago foi grande na ocasião e desestabilizou Lula para o resto da campanha. O candidato Aécio Neves aparentemente reagiu ao ataque baixo com tranquilidade, lembrando que Dilma usava os mesmos métodos que Collor utilizara contra a família de Lula.

O contra- ataque sobre o nepotismo, apontando que Igor Rousseff, irmão da presidente, era funcionário fantasma na gestão de Fernando Pimentel na prefeitura de Belo Horizonte, num caso típico de nepotismo cruzado, foi feito pedindo desculpas por baixar o nível, querendo ressaltar que Dilma procurara atingir sua família.

Uma manobra diversionista para marcar no eleitor a ideia de que ele queria discutir programas de governo, mas Dilma levava a discussão para o embate pessoal. Aécio ressaltou isso várias vezes no debate. Explicando que sua irmã Andrea trabalhou no governo de Minas como voluntária não assalariada - no papel que poderia ser exercido pela primeira- dama, que não havia, pois era solteiro na ocasião -, neutralizou um dos principais ataques de Dilma.

É claro a esta altura que a campanha, que tem tido um nível muito baixo, com acusações mútuas, não mudará de tom até as urnas em 26 de outubro. Os dois candidatos se encontram em empate técnico, e o PT demonstra, por gestos e atitudes, que não pretende abrir mão de seu projeto maior de poder assim facilmente. A seu desfavor, uma crise econômica que só faz se agravar, uma crise política que apenas começou, e que terá desdobramentos institucionais seríssimos nos primeiros anos do futuro governo, e um governo precário, com resultados econômicos pífios.

Dilma agarra-se à única tábua de salvação, que é o nível baixo de desemprego, que desaparecerá brevemente com a continuidade da crise econômica. Se conseguir se reeleger em outubro, estará deixando para si uma herança maldita que fará com que os seus eleitores se decepcionem rapidamente com o voto que deram.

Qualquer dos dois que se eleja, porém, terá que enfrentar uma crise econômica e política com um país literalmente dividido, especialmente depois de uma campanha devastadora como esta. Tarefa para quem tem capacidade de negociação e espírito público.
17 de outubro de 2014
Merval Pereira, O Globo